cultura | pág. 14
Nota zero para o racismo
Alceu canta músicas de carnaval
Vítima de racismo no jogo de estreia do Cruzeiro na Libertadores, Tinga declara que trocaria seus títulos pela igualdade entre raças e classes. A derrota do time azul importou menos.
Alceu Valença lança disco com clássicos do carnaval, incluindo frevos, maracatus, caboclinhos e cirandas. O trabalho tem a participação da portuguesa Carminho no clássico Frevo nº 1
Edição
esportes | pág. 16
Uma visão popular do Brasil e do mundo
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014| ano 1 | edição 25| distribuição gratuita | www.brasildefato.com.br | facebook.com/brasildefatomg
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Justiça não vai julgar Aécio Neves
Blocos marcam a retomada da festa de rua, 140 grupos já se cadastraram. “O carnaval daqui acontece independente do poder público”, afirma Gustavito
Fabiano Aguiar/divulgação
Procurador-Geral da Justiça do Estado extinguiu o processo contra o senador tucano, sem julgar as provas. Segundo a denúncia do Ministério Público, o ex-governador realizou uma manobra contábil e deixou de investir R$ 3, 5 bilhões na saúde, de 2003 a 2008
Rafaela Dotta
minas | pág. 5 brasil | pág. 10 16 mil trabalhadores sem-terra fazem marcha em Brasília e cobram, em reunião com presidenta, políticas para viabilizar os assentamentos e a produção de alimentos Jean Brito
Embraforte, empresa de Marcos Vilhena, irmão de Renata Vilhena, secretária de Estado de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais, foi flagrada mantendo 115 seguranças em condições análogas às de escravo. Os diretores sumiram, e os trabalhadores não recebem desde novembro, apesar da ordem judicial
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Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
editorial | Brasil
editorial | Minas Gerais
Provavelmente não usam o SUS Escandalosa a informação de que a Procuradoria Geral Estadual arquivou as denúncias do Ministério Público contra o ex-governador Aécio Neves (PSDB). O argumento: não é atribuição do MP mover Ação Civil contra um governador. São antigas as denúncias de que o governo Aécio Neves não investia recursos suficientes e declarava como gastos em saúde recursos aplicados na Copasa. Os Sindicatos de Trabalhadores da Saúde denunciam há anos essa manobra. A promotora do Ministério Público Josely Ramos Pontes recebeu as denúncias e, em compromisso com o povo mineiro, investigou e apurou o caso por cerca de
Neste ano, o orçamento estadual para a saúde é de R$ 7,5 bilhões, enquanto o orçamento geral é de R$ 75 bilhões. Ou seja, apenas 10%. Faltam R$ 1,5 bilhão três anos. A investigação aponta que o governo não justificou gastos da ordem de R$4,3 bilhões entre 2004 e 2008. Para se ter uma ideia do que significa essa perda, o orçamento anual da saúde em Minas é de R$ 7 bilhões. A pergunta que Aécio deve responder é simples: o que foi feito com esse dinheiro? O povo mineiro sabe que não foi para a saúde. Aliás, ausência de investimento em saúde é prática em nosso estado e no país. Uma norma federal, chamada de Emenda 29, aprovada no ano 2000, determina que todos os estados do Brasil devem aplicar 12% do seu orçamento, que vêm da arrecadação de impostos, em serviços de saúde. A Emenda determina ainda que os estados – e os municípios – teriam até o ano de 2004 para se adaptar à nova regra. O governo federal até hoje não determinou qual será o investi-
mento da União. E por aqui, em 2012, o Tribunal de Contas liberou o governo de Minas de aplicar a lei, que passaria a valer só a partir de 2014. No entanto, mesmo neste ano o governo não vai investir o mínimo necessário. O orçamento para a saúde é de R$ 7,5 bilhões, enquanto o orçamento geral é de R$ 75 bilhões. Ou seja, apenas 10%. Falta R$ 1,5 bilhão para chegar à meta. O Tribunal de Contas Estadual e a Procuradoria Geral Estadual, como órgãos públicos, deveriam se empenhar em ajudar a sociedade a responder à grande dúvida sobre o destino do recurso. É muito dinheiro, e a saúde definitivamente precisa de mais investimentos. Os comandantes desses órgãos provavelmente não usam o SUS. E, provavelmente, têm outros interesses além da verdade sobre os investimentos em saúde em Minas Gerais. Então, ao povo mineiro cabe perguntar: justiça para quê e para quem?
Uma bandeira política de massas A trágica morte do cinegrafista da Band, Santiago Andrade, atingido por um rojão na cabeça enquanto registrava uma manifestação no Rio de Janeiro, suscita uma justa onda de solidariedade em todo o Brasil. Ao mesmo tempo, a tragédia nos possibilita qualificar o debate sobre as tarefas políticas e as formas de luta das forças populares nesse momento. As manifestações de junho, além de elevarem a disposição para a luta na sociedade, também legitimaram a luta popular. Contudo, esse patrimônio está em risco. Isto porque ações desastradas têm marcado as manifestações pós-junho de 2013. A banalização da ação direta e o recurso à violência, mais como um fetiche “radicaloide” do que como necessidade real de luta política, está estreitando as margens do direito de manifestação. A imprensa conservadora aproveita para explorar erros primários, como a queima do fusquinha de um trabalhador em
Henfil
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
uma manifestação ou a trágica morte do cinegrafista, para desconstruir no imaginário popular a legitimidade das lutas sociais. Todo povo tem o direito de usar o recurso da violência para defender sua soberania nacional. Nas sociedades democráticas, o recurso à violência pelas forças populares deve ocorrer em última instância e como uma reação às agressões dos inimigos do povo. Cair em provocações das forças de repressão e banalizar a violência afasta os trabalhadores dos atos de rua. Assim, a direita se aproveita das ações violentas para pedir mais repressão. Aliás, a ação dos “Blacks Bloc’s” no Brasil é algo típico de uma sociedade que busca retomar as lutas de massas. Há uma crise na esquerda e o sintoma disso é que grande parte da juventude ainda
O desafio é ter um programa e uma bandeira política que aglutinem toda a sociedade não tem referência organizativa. No momento em que ocorrer a convergência dos trabalhadores e da juventude com um programa político popular, tendo como síntese uma bandeira política de massas, certamente o fenômeno “Black Bloc” perderá espaço. O desafio fundamental está em ter um programa e uma bandeira política que sejam um polo aglutinador na sociedade. As forças populares precisam urgentemente superar esse momento de crise. Caso contrário, perderemos o tempo político e uma onda conservadora poderá varrer nosso país. O momento é propício para avançarmos no desafio de ter uma bandeira unitária e a proposta da constituinte para reforma do sistema político tem um enorme potencial para isso.
contato..................brasildefatomg@brasildefato.com.br para anunciar : publicidademg@brasildefato.com.br / (31) 3309 3304 - (11) 2131 0800
conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, César Augusto Silva, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Dom Hugo, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli contato..................brasildefatomg@brasildefato.com.br Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Lindolfo Fernandes de Castro, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Maria Brigida Barbosa, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza para anunciar : publicidademg@brasildefato.com.br / Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, (31)da 3309 3304 - (11) 2131 0800 Wagner Xavier. Administração: Valdinei Siqueira e Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Santos Gonçalves Editor-chefe: Nilton Viana (Mtb 28.466). Editora regional: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes e Rafaella Dotta. Estagiária: Raíssa Lopes. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010. Contato: redacaomg@brasildefato.com.br/ (31) 3309-3314
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
Carnaval de rua já começou em BH FOLIA Grupos afirmam que Prefeitura deve garantir estrutura, mas não se apropriar da festa Raíssa Lopes Apesar de o carnaval começar oficialmente só em março, Belo Horizonte já começou a se aquecer. De alguns anos pra cá, os blocos incendeiam a capital e marcam a retomada da festa de rua. Em 2014 foram cadastrados, ao todo, 140 grupos pela Empresa Municipal de Turismo (Belotur), quase o dobro do ano passado. Para o músico e organizador do bloco “Pena de Pavão de Krishna” Gustavito Amaral, a cidade vivencia uma nova fase no carnaval, que está diretamente relacionada aos recentes movimentos culturais e ocupações de espaços públicos realizadas pela juventude. “Paramos de esperar as coisas acontecerem e, graças a isso, a cidade possui hoje uma cena cultural riquíssima. Não queremos nunca perder essa característica popular e libertária”, afirma. Bruna Bacelete toca nos blocos “Baque de Mina”, “Chama o Síndico” e “Unidos do Barro Preto” e acredita que a transformação do carnaval é positiva para a cidade. Ela cita a criação de novas escolas de percussão e a insatisfação da população com o atual governo como fatores que deram um novo tom para a festa. “Esses fatores combinados fizeram com que as pessoas acordassem o desejo de sair às ruas para brincar o carnaval”, diz. Estrutura A Belotur informou que disponibilizou um espaço, na avenida Cristiano Machado, para que os blocos
cidades | 03
Pergunta da semana A inauguração do Move/BRT foi adiada novamente, desta vez para maio de 2014. A notícia foi anunciada pela Prefeitura de Belo Hoizonte nesta quarta-feira (12), durante coletiva de imprensa da BHTrans. Desde o dia 30 de outubro do ano passado, a empresa havia anunciado o início das atividades do novo sistema de transporte público para o dia 15 de fevereiro.
Ana Malaco
A inauguração do BRT MOVE foi adiada mais uma vez, agora para para maio. De quem você acha é a culpa?
A prefeitura está tentando tirar proveito de um carnaval independente realizem os seus ensaios. Mas Bruna conta que a maioria dos grupos não foram avisados. “Eu nem tinha conhecimento desse lugar. Creio que nós, participantes dos blocos, temos que fazer acordos pra nossa festa ter o mínimo de apoio, como banheiros químicos. Mas acredito que a prefeitura está tentando tirar proveito de um carnaval independente, e tomar os créditos, como se ela o realizasse”, declara. Essa opinião é compartilhada por Gustavito. “Quando a prefeitura chegou com a proposta de cadastramento dos grupos, queria colocar propagandas nos blocos, e isso foi
cortado. A prefeitura deve garantir o básico no carnaval e não pode tirar nenhum mérito disso. É obrigação fornecer estrutura de policiamento e de trânsito, por exemplo. Não temos que colocar o nome dela em lugar nenhum, nem nos associarmos. O carnaval daqui acontece independente do poder público”, defende. Apesar das polêmicas, a expectativa para o carnaval é grande. A agenda do pré-carnaval e carnaval belo-horizontino foi divulgada pela PBH nesta quinta-feira (13).
A culpa é desses políticos, que fazem muita licitação pra ganhar dinheiro. Com as várias licitações, fazem uma obra que valeria determinado valor valer três, quatro vezes mais. Quanto mais adiarem a inauguração, mais dinheiro embolçam. Reginaldo Antônio dos Santos Batista, 39 anos, motoboy
Confira a programação do carnaval no link: migre.me/hQxSt
Movimentos culturais ocupam Viaduto Santa Tereza Maíra Gomes Onde antes havia destroços e entulhos, hoje há jovens, música e política. O Viaduto Santa Tereza, em obras desde o início do ano, foi ocupado na tarde de sábado (8) por cerca de 300 pessoas. Segundo a Prefeitura, a proposta é criar no local o Circuito de Esportes Radicais Santa Tereza, que deve abarcar uma pista de skate street, um palco, salas multiuso, um minicircuito de bicicleta e banheiros públicos. Na terça-feira (11), foi protocolado na Prefeitura um documento com as reivindicações dos grupos que ocupam o viaduto. Eles exigem clareza so-
bre o projeto e participação na gestão do espaço após o fim da reforma. O site da PBH publicou uma apresentação do projeto, mas ainda não respondeu oficialmente às demandas. Foi criada uma comissão com diversos profissionais para acompanhar o andamento das obras, além de grupos para pensar a estrutura da ocupação e a recepção da imprensa. Cerca de 300 pessoas circulam no espaço diariamente, que conta com apresentações culturais, grupos de debate e estudo. Diariamente são realizadas assembleias para definir os rumos da manifestação.
Está ficando ridícula essa “lenga-lenga” do BRT. A demora é culpa da incompetência da Prefeitura Municipal, e corrupção de políticos, que amam essas obras, pois são rentáveis para eles. Conseguem desviar dinheiro livremente. Maria Gori, 20 anos, estudante
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Feira do Mineirinho recebe novo alvará e volta a funcionar FEIRA Há 11 anos no Mineirinho, 450 expositores formam a feira aos domingos e às quintas-feiras Thaíne Belissa Minas Livre Após intervenção do Ministério Público, a Feira do Mineirinho voltou a funcionar normalmente a partir da quinta-feira (13). A informação é de Érika Miziara, proprietária da Dekkas Comércio e Representações, empresa responsável pela administração da feira. Na segunda-feira, os expositores apresentaram ao MP toda a documentação que já havia sido encaminhada à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para liberação do alvará. Na terça-feira, o órgão também se reuniu com representantes do governo estadual, municipal e da Dekkas. “Os expositores vão trabalhar normalmente até 31 de março, segundo a conversa feita com o governo”, destaca Érika Miziara. De acordo com ela, um alvará eventual será emitido nesta quinta-feira, garantindo o funcionamento da feira entre os dias 13 e 22 de março. Depois disso, a empresa teria que solicitar novo alvará eventual, mas a proprietária da Dekkas acredita que, até lá, o alvará definitivo já terá saído. “Nossa expectativa é que nesses próximos dez dias o alvará definitivo já substitua esse eventual”, afirma. Participaram da última reunião a promotora Cláudia Spranger, o chefe da Assessoria de Articula-
Os expositores ocuparam a Regional da Pampulha, na Avenida Antonio Carlos em protesto e, no dia seguinte, conseguiram a liberação Humberto Pereira de Abreu Júnior e a proprietária da Dekkas acompanhada do advogado da empresa. Érika Miziara afirma que os expositores ainda tentam negociar o prazo máximo de permanência no Mineirinho antes da Copa do Mundo. Eles já foram informados que terão que deixar o local provisoriamente, podendo funcionar só até o dia 31 de março, mas eles esperam prorrogar esse tempo. “A Fifa só chega no dia 22 de maio, então vamos tentar negociar a extensão desse prazo pelo menos até o dia das mães”, explica. Outra solução é a prefeitura fornecer outro espaço para os expositores, mas essa alternativa agrada menos, tendo em vista a dificuldade de montar e desmontar cinco mil metros quadrados de feira.
Interdição e protesto Por causa da falta do alvará de funcionamento, a feira chegou a ser interditada no primeiro domingo de fevereiro. Segundo Érika Miziara, o fato revoltou os expositores, uma vez que o comércio funciona há 11 anos sem o documento. No último domingo, a prefeitura ameaçou interditar a Feira novamente, informando que a documentação apresentada pelos expositores estava incompleta. Um dos documentos ausentes era a a comprovação de contratação de cobertura de danos pessoais que atinjam visitantes, frequentadores, clientes e trabalhadores presentes no local. Entretanto, o primeiro secretário da Associação dos Expositores da Feira de Expositores
Portal PBH
ção, Participação e Parceria Social da Governadoria do Estado de Minas Gerais, Ronaldo Pedron, o O secretário da Regional Pampulha,
Brasil de Fato - Camp. Salaria 2014.pdf
1
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5:02 PM
Os espositores terão que deixar o local no período da Copa
Sem
valorizar os professores,
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(Aefem), Taine Cevidanes, afirma que todos os documentos solicitados pela prefeitura foram entregues, inclusive o seguro a terceiros citado na nota da prefeitura. “O problema é que eles queriam que esse documento fosse entregue com carimbo e papel timbrado do banco. Corremos para conseguir isso, mas então nos disseram que já não havia tempo hábil para outra análise. O que eles queriam era dificultar o processo”, critica. No sábado, os expositores ocuparam a Regional da Pampulha, na Avenida Antonio Carlos em protesto e, no dia seguinte, conseguiram a liberação para trabalhar. MY
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a educação
para
Campanha Reivindicatória 2014
SINDICATO DOS PROFESSORES DO ESTADO DE MINAS GERAIS FILIADO À FITEE, CONTEE E CTB - WWW.SINPROMINAS.ORG.BR
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Empresa de segurança não paga direitos
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De Olho Falta de energia
SEM DIREITOS Demitidos não recebem desde novembro ; Embraforte foi acusada de trabalho escravo Ivana Prudente Maíra Gomes “Chega uma hora que até parentes da gente começam a se afastar, por que ficamos pedindo dinheiro pra eles. Já devo mais de R$5 mil. Tenho contas pra pagar, devo colocar alimento dentro de casa e não tenho mais de onde tirar dinheiro”, declara Robson Machado, 42 anos. Junto com outros 119 colegas, Robson foi demitido no dia 28 de novembro pela Embraforte Segurança e Transporte de Valores Ltda., onde era vigilante de transporte de valores. A empresa pertence a Marcos André Paes de Vilhena, irmão da secretária de Estado de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais, Renata Vilhena, e prestava serviço para a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, fazendo o
A empresa pertence a Marcos André Paes de Vilhena, irmão da secretária de Estado de Planejamento e Gestão do Governo de Minas Gerais, Renata Vilhena trabalho de recolhimento e transporte de valores em carros-fortes. O sindicato da categoria denuncia que a empresa estava irregular junto ao Ministério do Trabalho, já que não recolhia INSS e FGTS. O Ministério Público do Trabalho (MPT) em Minas Gerais acionou a Justiça no início de dezembro para requerer o pagamento dos salários e das verbas rescisórias devidos pela Embraforte. Foram bloqueados os bens imóveis e de veículos da Embraforte e das outras empresas que compõem o grupo econômico, assim como o bloqueio dos bens de
Os trabalhadores não recebem nada desde novembro seus proprietários, até o valor de R$ 3 milhões. A ação requer ainda o pagamento de multa no valor de R$ 10 mil por trabalhador dispensado, a título de indenização individual e a aplicação de multa de R$ 1 milhão a título de indenização por dano moral coletivo. Na ocasião, a Embraforte se comprometeu a quitar os valores devidos aos empregados, em até três parcelas, sendo que o primeiro pagamento estava previsto para o dia 16 de dezembro, mas não foi realizado. Em audiência realizada na terçafeira (4), na Justiça do Trabalho, não houve acordo sobre o pagamento dos acertos dos funcionários. A empresa alegou que não há condições financeiras de arcar com as despesas, já que foram cancelados os contratos com os bancos para o qual prestava serviço. A próxima audiência foi marcada para o ano de 2015, no dia 15 de julho. “Isso demonstra a morosidade da Justiça. Os traba-
lhadores não recebem nada desde novembro. Não puderam comprar presentes para os filhos, alguns não
“Os donos moram no bairro Morumbi, em São Paulo, compraram uma casa nova no valor de R$ 6 milhões e anda de Ferrari” conseguiram matriculá-los na escola. Tem pedido de prisão por não pagamento de pensão alimentícia e até mesmo ação de despejo”, declara o presidente do sindicato da categoria, Emanuel Sady. “O que deixa a gente nervoso é que os donos moram no bairro Morumbi, em São Paulo. Eles compraram uma casa nova no valor de R$ 6 milhões e andam de Ferrari. Ainda por cima querem dar o cano no trabalhador?”, indigna-se Fabrízio Mendes, 35, também demitido.
Trabalho escravo e sumiço de R$30 milhões No ano de 2012, auditores fiscais da Superintendência Regional do Trabalho e Emprego de Minas Gerais (SRTE/MG) fizeram um flagrante e constataram que 115 seguranças estavam submetidos a condições análogas às de escravos. “Constatamos que as condições de trabalho eram muito ruins, pois os trabalhadores tinham que ficar o tempo todo dentro dos carros, com
níveis de desconforto altíssimos. Eles eram obrigados a fazer as necessidades fisiológicas nos próprios carros, onde levavam garrafas para isso. Faziam também as refeições lá dentro, trabalhando até 16 horas”, declara o auditor fiscal que estava na ação, Marcelo Campos. Foi enviado um relatório caracterizando as condições de trabalho na Embraforte como análogas à dos
escravos ao Ministério do Trabalho e aos Ministérios Públicos federal e estadual. No dia 30 de dezembro o nome da empresa foi inserido na “Lista suja” do Ministério, impedindo contratos com o poder público e outras mais de 500 empresas. “Os representantes da empresa não se moveram nem para se defender, e também não pagaram as multas.”, declara o auditor fiscal.
Em épocas de falta de chuvas, são comuns as quedas de energia em todo o país. Para não ser lesado, o consumidor deve estar atendo aos seus direitos, como reivindicar abatimento na conta de luz e o ressarcimento em caso de danos. A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) tolera certa quantidade de falhas das distribuidoras de energia por mês. Por isso, só há desconto na conta quando a empresa excede os limites impostos pela Aneel. Se isso ocorrer, o valor é automaticamente abatido da conta do mês seguinte. Caso o abatimento não ocorra, o consumidor deve entrar em contato com a Cemig. O decreto 6.523/2008, conhecido como Lei do SAC, estabelece que as ligações devem ser gratuitas e as opções de contato com o atendente e reclamação devem constar na primeira mensagem eletrônica. As informações devem ser prestadas de imediato e as queixas devem ser resolvidas dentro de cinco dias úteis a partir da data do registro. Os consumidores que sofreram danos devem obter compensação e em casos mais graves, solicitar uma visita da empresa para avaliar a extensão dos problemas. Para iniciar o processo, o consumidor tem o prazo de até 90 dias corridos, a contar da data da ocorrência do dano elétrico. No Juizado Especial Cível, podem ser discutidas as ações por danos morais, quando o prejuízo for de até 40 salários mínimos, e para ações no valor de até 20 salários mínimos, não é preciso ter advogado. Se a reclamação não for solucionada, o solicitante deverá recorrer aos órgãos de defesa do consumidor, como o Procon.
CEMIG
Endereço: (1) Rua Carijós, 126. Centro, BH. (2) Rua Padre Pedro Pinto, 1460. venda Nova, BH. Das 8h30 às 16h30. Telefone: 116 / 0800 721 0116.
PROCON
Endereço: Rua Espírito Santo, 505. Centro, BH. Telefone: 3272.0108
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Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
Procurador-geral sugere pena de 22 anos para Azeredo CORRUPÇÃO Com prescrição dos crimes em setembro, STF terá poucos meses para julgar Rede Brasil Atual O procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou na sexta-feira (7), ao Supremo Tribunal Federal (STF), 84 páginas de suas alegações finais à Ação Penal 536, o chamado “mensalão mineiro”, nas quais recomenda expressamente a condenação do deputado federal Eduardo Azeredo (PSDB -MG). Segundo a denúncia, com o objetivo de financiar sua campanha para reeleição ao governo mineiro, em 1998, Azeredo montou um esquema de desvio de recursos públicos do estado. Janot sugere pena de 22 anos para o parlamentar. “Há elementos probatórios absolutamente suficientes para afirmar com a segurança devida que Eduardo Brandão de Azeredo participou decisivamente da operação que culminou no desvio de
R$ 3,5 milhões, aproximadamente, R$ 9,3 milhões em valores atuais.” Os desvios, de acordo com o procurador-geral, foram operados por uma “complexa engenharia financeira”. A prática do hoje deputado caracteriza “um episódio de subversão do sistema político-eleitoral, ferindo gravemente a paridade de armas no financiamento das despesas entre os candidatos, usando a máquina administrativa em seu favor de forma criminosa e causando um desequilíbrio econômico-financeiro entre os demais concorrentes ao cargo de governador de Minas Gerais em 1998”, segundo o texto de Janot. Os recursos teriam sido desviados dos caixas da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), da Companhia Mineradora de Minas Gerais (Comig) e do Grupo Financeiro Banco do Estado de
Minas Gerais (BEMGE) e as verbas eram liberadas a favor da empresa de comunicação SMP&B, de Marcos Valério. Eduardo Azeredo teria usado “estrutura de lavagem de dinheiro montada por Valério, Clésio Andrade (então também sócio da SMP&B)” – réus também acusados nas alegações finais. Em nota, a assessoria do deputado disse que “o teor das alegações finais da Procuradoria-Geral da República ainda é desconhecido” e que Azeredo “manifesta sua confiança no Supremo Tribunal Federal, que decidirá ouvindo também as alegações da defesa”. Os crimes dos quais Eduardo Azeredo é acusado prescrevem em setembro. Agora, a expectativa é de que, após o recebimento do parecer pelo STF, a ação, relatada pelo ministro Luis Roberto Barroso, leve em torno de três meses para chegar ao plenário da Corte. Como
Reprodução
em julho há novo recesso, o STF terá apenas dois meses para tratar do caso antes da prescrição, isso se não houver novos atrasos e protelamentos.
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
Procurador de Justiça extingue processo contra Aécio FRAUDE CONTÁBIL Ex-governador era investigado por desvio de R$ 3,5 bilhões do orçamento da saúde
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Política online
Agência Minas
Rafaella Dotta O presidente do PSDB, senador e ex-governador Aécio Neves era réu de uma ação na Justiça, que afirmava que houve uma fraude contábil quando ele estava à frente da administração estadual. A ação, movida pelo Ministério Público Estadual, questionava o desvio de R$ 3,5 bilhões, que deveriam ter sido investidos na saúde e não foram. No fim de janeiro, a 5ª Vara de Fazenda Pública de Minas Gerais, onde tramitava o processo, referendou o parecer do Procurador-Geral de Justiça, Carlos André Mariani Bittencourt, e extinguiu o processo. Carlos Bittencourt alegou que não é função do MP investigar ou instaurar ação civil contra um governador. Ao contrário, essa função caberia ao Procurador-Geral do Estado, no caso, ele próprio, que não o fez. Esse mesmo argumento já tinha sido usado pelos réus - além de Aécio, a ação cita Maria da Conceição Barros Resende, que era Contadora Geral do Estado, mas foi negado pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais. Em abril, os desembargadores concordaram com a denúncia do MP. Em seus votos, consideraram que havia indicativos “suficientes” que as pessoas indiciadas cometeram mesmo o desvio, lesivo para o estado de Minas Gerais. Indignação Os profissionais da saúde, através de seu sindicato, participaram ativamente da investigação do governo de Aécio e mostram-se indig-
“É mais uma demonstração de que o judiciário daqui é subserviente ao exgovernador” nados com a extinção do processo. Eles declaram que a falta do investimento mínimo é sentida no dia a dia dos hospitais e postos de saúde do estado. Renato Barros, diretor do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde), afirmou que considera legítima a ação levada à frente pela promotoria de Justiça de Defesa da Saúde que, na opinião dele, tem a função de defender a saúde pública mineira.
A mesma opinião tem o deputado Sávio Souza Cruz (PMDB), que acompanhou o governo de Aécio Neves desde seu início. Ele afirma que o ex-governador nunca cumpriu o investimento mínimo nos setores fundamentais, como educação e saúde. “Desde 2010, que o Aécio ignorou a constituição nacional. Nós denunciamos isso o tempo todo, mas o Tribunal de Contas, que deveria fiscalizar o governo, referendava todas as ações do ex-governador”, afirmou. Para o deputado, a atitude do Procurador-Geral é “absurda” e é “mais uma demonstração de que o judiciário daqui é subserviente ao ex-governador”. Entenda o caso Os governos estaduais são obrigados, por lei, a investir 12% do orçamento em saúde, de acordo com a Emenda 29, aprovada em 2000. Para cumprir o percentual, o então governador de Minas Gerais, Aécio Neves, dos anos de 2003 a 2008, incluiu na fatura da saúde um suposto investimento de R$ 3,5 bilhões na Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa). A partir de 2004, o Tribunal de Contas de Minas Gerais passou a recomendar ao governador que não utilizasse tal “artifício”. Motivo: a Emenda 29 pede que o dinheiro investido em saúde resulte em serviços universais e gratuitos, e não em serviços pagos, como o caso da Copasa.
Mesmo com a recomendação, o investimento na saúde não aumentou. O parecer técnico do Tribunal de Contas verificou que, reduzidos os valores computados pelos serviços da Copasa, o investimento mínimo (12%) não seria alcançado, “visto que se reduziria quase à metade (6,6%) após os expurgos”, conclui o documento.
Tribunal de Contas de Minas Gerais passou a recomendar ao governador que não utilizasse tal “artifício”. Mesmo com a recomendação, o investimento na saúde não aumentou Assim, a ação civil contra Aécio Neves e Maria da Conceição acusa que ambos tentaram enganar os órgãos de fiscalização, adicionando valores que “maquiavam” as contas do Estado para alcançarem o mínimo de investimento exigido no setor da saúde. A promotora de Justiça de Defesa da Saúde, Josely Ramos Pontes, investigou o caso por três anos e entrou com ação de improbidade administrativa em 2010. Ela afirma a existência de “fraude” e “dissimulação” nas contas de Minas Gerais.
A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) inaugurou, no início de fevereiro, uma ferramenta para que os cidadãos possam participar da vida legislativa do estado. Através do site da ALMG, o internauta pode fazer o seu cadastro no botão chamado “login” e terá acesso a: ■ Visualizar a pauta do dia ■ Verificar as atividades das comissões ■ Acompanhar a tramitação de projetos ■ Enviar sugestão sobre projetos de lei Mais funções: Seguindo um projeto de lei Com a opção “acompanhe por e-mail”, o usuário pode receber todas as atualizações sobre um projeto de lei de seu interesse. Nesta área do site, o cidadão ainda pode: comentar e votar contra ou a favor dos projetos em tramitação na ALMG. Fale com seu deputado O cidadão pode mandar uma mensagem direta para um deputado, partido ou comissão. Sugerir mudança ou nova lei Enviar um projeto de lei ou mudar uma já existente pode ser uma ferramenta interessante para as organizações sociais. As sugestões e respostas dos deputados são visíveis a todos os usuários. O site da Assembleia Legislativa é: www.almg.gov.br O serviço de participação é gratuito.
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Foto da semana
Leandro Taques
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Na edição 18 ... Famílias do Cafezal podem ser expulsas de suas casas
Crianças são tratadas com carinho especial no VI Congresso do MST. Além de terem aulas e brincadeiras, também reivindicam seus direitos. Elas foram ao Ministério da Educação pedir mais escolas e leram uma carta para o ministro. Além disso, lançaram um CD com canções escritas e gravadas por elas.
Vinicius Nolasco e Wallace Santos
Carlos Machado
Vila Viva: lindo nome, traumática CEMIG lucra com a degradação do trabalho intervenção Todos os moradores de BH gostariam de viver nas propagandas de televisão da Prefeitura. Os programas têm nomes atraentes e bonitos, que prometem serviços básicos, infra-estrutura, diálogo constante e democrático com a população. O Vila Viva é um destes programas que aparecem como modelos. Anunciando pretender a reurbanização de vilas e favelas, surgiu da demanda dos especuladores imobiliários para se apropriarem de espaços que antes não interessavam aos seus negócios, mas que agora muito interessam. Nesses espaços – freqüentemente favelas e aglomerados – o Estado não se faz presente para promover saneamento básico, segurança pública, lazer, cultura, entre outros direitos. Atuando nesses lugares, o Vila Viva promove uma intervenção sem diálogo, desencadeia obras que se arrastam ao longo de anos, acumulando entulho nas comunidades e aumentando a incidência de animais vetores de doenças. Os apartamentos do programa são inadequados para uma família morar. A prestação de contas não é transparente. Os Planos Globais Específicos (PGE) estão desatualizados. Moradores sofrem assédio moral, pressionados para que saiam de suas casas e aceitem as indenizações que são muito pequenas. Na prática, trata-se de um programa de desfavelização forçada, expulsão das famílias que vivem há décadas nesses locais. Tudo isso, para que as grandes empreiteiras ganhem gordas licitações e continuem financiando os políticos que irão executar seus projetos, enquanto as famílias pobres seguem para os subúrbios da metrópole. Vinicius Nolasco e Wallace Santos são integrantes do Movimento dos Trabalhadores Desempregados MTD.
Para que a energia elétrica chegue regularmente às nossas casas e ao setor produtivo, o trabalho do eletricista da CEMIG é de fundamental importância. Profissional valorizado até pouco tempo atrás, respeitado como agente público qualificado para lidar com um serviço essencial – e perigoso –, o eletricista que atua nas redes de distribuição de energia está hoje submetido a condições degradantes de trabalho através de um processo de terceirização inaceitável. O resultado não podia ser outro: 112 trabalhadores mortos entre 1999 e 2013, dos quais 80% eram terceirizados, e centenas de acidentados, muitos deles com queimaduras graves e amputação de membros. Uma inspeção realizada no ano passado pelo Ministério do Trabalho em uma das empresas contratadas pela CEMIG encontrou situações degradantes nas frentes de trabalho e nos alojamentos, jornadas exaustivas (sem possibilidade de recusa), não cumprimento do descanso e do horário de refeições, o intervalo mínimo entre as jornadas, pagamentos por produção feitos “por fora” (sonegando direitos trabalhistas e burlando o INSS), identificando esta situação de trabalho como análoga à escravidão. O MT classificou a relação entre a CEMIG e as empresas contratadas como de “subordinação estrutural”, uma vez que o trabalho nestas empresas é coordenado diretamente por funcionários da empresa contratante. Trata-se de uma intermediação ilícita, substituição sistemática e crescente de empregados próprios por mão de obra terceirizada, com o objetivo de baratear o custo do trabalho e aumentar os lucros. Em 2013, a CEMIG distribuiu R$ 5 bilhões aos seus acionistas. Carlos Machado é economista do DIEESE / Subseção Sindieletro-MG.
...E AGORA Na quinta-feira (13) foi realizada, no Ministério Público de Minas Gerais, audiência pública com representantes da Prefeitura Municipal e moradores da Vila Santana do Cafezal. Compareceram à reunião o Coordenador Municipal de Defesa Civil Alexandre Alves e diretora de Manutenção e de Área de Risco da Companhia Urbanizadora e de Habitação de Belo Horizonte (Urbel), Isabel Volponi. A comunidade manifestou sua indignação a respeito das ações realizadas pelo poder público na região, como a coação de moradores, e apresentaram imagens que comprovam que as supostas áreas de risco contidas no laudo da PBH se tratam de pequenos riscos pontuais. Até o momento, foi acordado entre os moradores e a Prefeitura que não ocorrerão mais remoções de famílias até que haja a instauração de um laudo judicial, que pontue quais famílias têm a real necessidade de remanejamento.
Na edição 15... 16 anos de impunidade para a corrupção do PSDB ...E AGORA O caso do mensalão tucano provocou na quarta-feira (12) a primeira baixa na equipe do senador Aécio Neves, provável candidato do PSDB à Presidência: o jornalista e publicitário Eduardo Guedes, um dos réus do processo. O parceiro de Aécio tinha contrato com o PSDB desde 2009 para prestar assessoria de comunicação. A decisão foi tomada depois que o jornal Folha de S.Paulo revelou que Guedes ainda prestava serviços para a legenda, agora presidida por Aécio.
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entrevista | 09
“O povo tem que se ver na televisão” MÍDIA Projeto de lei propõe regulamentar atividade de rádio e TV no país Reprodução
cê usa o facebook, o youtube e tem um blog, você paga a mesma coisa do que alguém que só manda e-mail. O que as empresas de telecomunicação querem é criar pedágios na internet, cobrar por uso. Hoje, a diferença de pagamento se dá na velocidade, mas eles querem ampliar também para o tipo e volume de uso. O código civil é para impedir que as empresas façam esse tipo de coisa. Várias organizações têm se esforçado para garantir que o projeto seja votado o quanto antes, mas até agora, nada. A pressão das teles no Congresso é muito forte.
Joana Tavares Quando se fala em ‘liberdade de expressão’, é importante pensar em quem controla os grandes meios de comunicação. O rádio e a televisão no Brasil, apesar de operados por empresas, são concessões públicas. Isso quer dizer que é preciso seguir algumas regras para que a atividade atenda a interesses da sociedade. Para tentar regulamentar esse imenso espectro, um conjunto de organizações, reunidas no Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), lançou um projeto de lei de iniciativa popular que propõe ampliar a participação social na definição de temas importantes na comunicação, como a produção regionalizada de conteúdo. Na última semana, o fórum realizou uma plenária nacional, que pautou a necessidade de ampliar a coleta de assinaturas. “Precisamos de um milhão e 300 mil assinaturas para que o projeto seja colocado em votação”, explica Maria Mello, a secretária executiva do FNDC, em entrevista para o Brasil de Fato. Brasil de Fato - O que é o projeto de lei da mídia democrática? Maria Mello - O projeto de lei é um esforço conjunto de dezenas de entidades que defendem a democratização da comunicação. Foi lançado em maio do ano passado, consequência de uma luta de muitas décadas em torno de um novo marco regulatório para as comunicações no Brasil, que significa fazer valer o que está na nossa Constituição Federal. O projeto apresenta 33 artigos para regulamentar a atividade das TVs e rádios, que são concessões públicas. Está organizado em três eixos. O primeiro é para impedir os oligopólios e monopólios, ou seja, impedir a concentração dos veículos de comunicação nas mãos de poucas pessoas e empresas. E também para proibir que políticos eleitos sejam proprietários de meios de comunicação. O segundo eixo é para impedir a propriedade cruzada, que é quando o mesmo grupo possui um canal de televisão, rádios, jornal impresso. O terceiro é o estímulo à diversidade, à pluralidade. Para isso ser possível, é preciso um fomento financeiro, e o projeto prevê também a criação de um fundo nacional de
comunicação pública. Para garantir o cumprimento desses eixos, é fundamental a participação social, a partir de um conselho nacional de políticas de comunicação, formado por representantes da sociedade civil e do governo. Em que pé está a campanha? Como é um projeto de lei de iniciativa popular, precisamos da assinatura de um 1% da população votante, ou seja, um milhão e 300 mil pessoas precisam assinar um formulário com nome, endereço e título de eleitor. Desde maio, dezenas de entidades estão envolvidas nessa coleta. Estimamos que já tenham sido coletados 100 mil votos. Neste mês foi realizada uma plená-
“É fundamental a circulação de muitos pontos de vista, de ideias, de olhares e opiniões. É assim que se cria a democracia” ria nacional do FNDC, com representantes de 29 entidades, que decidiu fortalecer mais a campanha, realizar debates e caravanas sobre o tema, incentivar a coleta de assinaturas nos protestos e pautar o tema junto aos candidatos nas eleições, para que se comprometam com a pauta. Mas além dos votos, um as-
pecto muito interessante do projeto é a possibilidade que ele traz de conversar sobre esse assunto. Todo mundo precisa saber que as concessões de rádio e TV são públicas, ou seja, são do povo. Temos que discuti-las, ver se estão atendendo aos interesses de toda a sociedade e não só de uma parte. Cobrar para que haja conteúdos regionalizados, que não fique só centrada nas capitais ou em alguns poucos estados. O povo tem que se ver na televisão. Está em discussão também a questão do marco civil da internet. O que é esse marco? O marco civil é uma espécie de constituição, um conjunto de normas para regulamentar a internet no Brasil. Ele foi construído de uma forma colaborativa entre a sociedade civil e o setor executivo e estabelece uma série de parâmetros para a utilização da rede. O código quer garantir a neutralidade da rede, que significa uma igualdade no uso, de conteúdo e de volume. Hoje, se vo-
Por que é importante discutir internet, discutir regulação de TV e rádio para a vida cotidiana? São dois elementos que se complementam. As TVs e as rádios ainda são a principal fonte de informação no país. A gente não vive sem o rádio, a gente vê futebol, novela, jornal, enfim, muita coisa ainda passa pela TV e pelo rádio. Já a internet, a gente usa mais para comunicar com outras pessoas e também como meio de expressão. São duas esferas da comunicação que se complementam e que têm hoje em dia centralidade na vida. É fundamental a circulação de muitos pontos de vista, de ideias, de olhares e opiniões. É assim que se cria a democracia. Na TV e no rádio está mais do que dito e sabido que existe uma interdição de determinados debates. Não é à toa que o povo foi pra rua dizendo ‘fora globo’. A Globo tratou os manifestantes, a população brasileira, como criminosos, e o povo percebeu isso. Foi um sinal de que não dá mais para conviver com esse tipo de estrutura de comunicação. Saiba mais sobre a campanha em: paraexpressaraliberdade.org.br
Confira todas as entrevistas completas do Programa de Classe que é exibido na TV Comunitária, canal 06 da NET e 13 OI TV, domingo às 10h, com reprises na segunda (7h30 e 23h30), terça (7h30), quarta (15h30), quinta (16h30), sextas (13h) e sábados (9h30 e 15h30).
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Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
Sem-terra recolocam a pauta da reforma agrária em destaque MST Após marcha em Brasília, trabalhadores rurais se reúnem com a presidenta
Divulgação
Joana Tavares e Luiz Felipe Albuquerque De Brasília Mais de 16 mil trabalhadores rurais sem-terra, reunidos em Brasília desde a segunda (10), saíram em marcha até o Palácio do Planalto e o Supremo Tribunal Federal (STF). Houve conflito com a Polícia Militar do Distrito Federal, que tentou impedir que os manifestantes descarregassem materiais de protesto. Mas a confusão não ofuscou a reivindicação principal. Os trabalhadores, organizados no Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), denunciam que a reforma agrária está parada no país, que há mais de 150 mil famílias vivendo em barracas de lona e que a situação dos assentamentos precisa melhorar. O MST nunca havia se reunido com a presidenta Dilma Roussef (PT) até a manhã de quinta (13), quando Dilma recebeu uma comissão de 28 sem-terra no Palácio do Planalto. “Passem tudo o que puderem passar de informações do que está errado que fazemos as mudanças”, se comprometeu a presidenta. Lançada no final do ano passado, a Medida Provisória da Reforma Agrária previa a possibilidade de as famílias assentadas venderem seus
lotes, o que poderia contribuir para uma reconcentração da propriedade da terra no país. “O agronegócio está de olho nas nossas terras e está disposto a oferecer muito dinheiro às famílias assentadas”, disse Débora Nunes, da coordenação do MST. Nesse sentido, a presidenta concordou em defender a proposta que prevê o título de concessão de uso da terra, o direito à herança, mas sendo proibida a venda.
Nordeste
Dilma se comprometeu a “olhar pessoalmente” a possibilidade de assentar milhares de famílias acampadas do Nordeste, nas áreas de perímetro irrigado. Segundo o MST, é possível assentar 80 mil famílias nessas áreas. A seca dos últimos anos não ficou de fora. “A pior seca é aquela que a gente vive”, disse Débora. “Muitas políticas do governo, como água,
crédito, carro pipa não estão chegando aos assentados”, reforçou. Na avaliação de Débora, as lutas da última semana e a reunião com Dilma permitiram “recolocar a reforma agrária na pauta do governo. Pudemos denunciar os problemas e mostrar a necessidade de soluções emergenciais. Mas seguiremos nos mobilizando para pressionar que essas promessas tenham respostas rápidas e reais”, destacou.
MST reúne 16 mil pessoas em seu 6º Congresso Termina nesta sexta (14) o VI Congresso do MST, que reuniu 15 mil trabalhadores rurais de 23 estados do país, desde o dia 10, no ginásio Nilson Nelson, em Brasília. O MST também comemora os 30 anos da organização no evento, que contou com a presença de mil convidados, 200 de outros países. No ato político realizado na quinta (13), estavam presentes governadores do Rio Grande do Sul, Sergipe, Amapá, Paraíba e do Distrito Federal, três deputados federais, dois senadores, entidades de direitos humanos, Greenpeace e representantes de organizações sociais e partidos de esquerda. Além da marcha realizada na quarta, os sem-terra participaram
de uma série de debates e atividades culturais. Cerca de 800 crianças foram acolhidas em uma escola especial, chamada “Ciranda Infantil Paulo Freire”. Na manhã do dia 12, as crian-
ças e educadores fizeram um ato no Ministério da Educação (MEC), onde apresentaram demandas de melhoria da educação, a abertura de 400 escolas no meio rural. Em carta lida ao ministro José Henri-
que Paim, denunciaram que nos últimos 12 anos foram fechadas 37 mil escolas e que falta transporte para as escolas que ficam na cidade. A cada cinco anos, o movimento realiza encontros massivos para discutir sua linha de atuação para o próximo período. A palavra de ordem a partir de agora é “Lutar, construir Reforma Agrária Popular”. “Vamos apresentar para a sociedade brasileira um novo programa agrário, que contemple mudanças no modo de produção e garantias de direitos sociais no meio rural, para garantir também a produção de alimentos saudáveis para toda a sociedade”, explicou Diego Moreira, da coordenação do MST.
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Quando um jornalista vira notícia VIOLÊNCIA Cinegrafista Santiago Andrade engrossa estatísticas de mortes de profissionais da comunicação Vivian Virissimo do Rio de Janeiro Acostumado aos bastidores da informação, o trabalhador Santiago Andrade, 49 anos, virou notícia na última quinta-feira (6). Em uma zona de conflito entre Polícia Militar (PM) e manifestantes, Santiago (sem equipamento de segurança) registrava as imagens de mais um ato contra o aumento das passagens. Atingido por um rojão aceso por manifestantes, agora ele engrossa as estatísticas de jornalistas que morrem em coberturas e, também, de mortos em manifestações. No corre-corre do protesto, o idoso Tasman Amaral Accioly, de 72 anos, foi atropelado por um ônibus e também morreu. Segundo dados do Instituto de Defesa dos Direitos Humanos (IDDH), já são 10 mortes desde o início das lutas de junho. Diferente dos outros casos, a polícia agiu rapidamente e já prendeu os dois suspeitos, Fábio Raposo e Caio Silva de Souza. Números da Associação Brasi-
Reprodução
leira de Jornalismo Investigativo (Abraji) apontam que 118 jornalistas foram vítimas de agressão e violações durante a cobertura de manifestações desde junho. Do total, 75 foram casos de violência intencional, sendo 60 cometidos pela polícia e 15 por manifestantes. Segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras, este foi o quinto óbito de jornalistas no Brasil, fato que torna o país o mais letal da América. O Sindicato dos Jornalistas do Rio pediu ao Ministério Público do Trabalho (MPT) providências imediatas sobre a falta de segurança para jornalistas na TV Bandeirantes. Segundo a entidade sindical, a emissora deve ser investigada por submeter os funcionários a riscos, seja pela falta de equipamentos de proteção, de equipes de apoio ou de treinamento adequado. Nos próximos dias, as demais empresas de comunicação que atuam no Rio, nacionais e estrangeiras, serão notificadas para exigir o cumprimento de normas básicas de segurança.
Ministra lembra riscos da profissão dos jornalistas
Professor de Direito critica atuação da Polícia
Divulgação IAB
DIREITOS HUMANOS Maria do Rosário participou de ato em solidariedade aos jornalistas na ABI pt.org.br
Em ato promovido na sede da Associação Brasileira de Imprensa (ABI), a ministra da Secretaria de Direitos Humanos, Maria do Rosário, condenou o uso da violência em manifestações. “Os responsáveis por aquilo [morte de Santiago] são aqueles que vão portando artefatos, algo que não deveria fazer parte de uma manifestação democrática. A violência não é o caminho”, falou. “Quando o Santiago foi atingido, também foi atingida a liberdade do exercício de sua profissão. Como em tantos outros casos que acontecem no Brasil”, completou Maria do Rosário. Segundo ela, um grupo de trabalho sobre “direitos humanos dos jornalistas” monitora 77 casos de violência em todo o país. O grupo vai finalizar um relatório que será encaminhado ao Ministério da Jus-
tiça na próxima semana. “Este é um caso que aconteceu diante das câmeras, ele próprio segurando uma, e é provável que isto impeça que a impunidade exista. Mas não é a mesma realidade dos casos que envolvem grupos de extermínio e de agentes do Estado contra jornalistas”, disse Maria do Rosário. (VV)
Na avaliação do professor de Direito Constitucional Adriano Pilatti, a atuação da Polícia Militar não tem garantido a integridade física de profissionais da comunicação, manifestantes e transeuntes. “A PM tem colocado as pessoas em risco de forma desnecessária, isso fica claro com tudo que precedeu o trágico incidente da última quinta. A preocupação com a garantia da integridade física de todas as pessoas parece não existir como prioridade nos locais de manifestação”, argumentou Pilatti. Nesta terça (11), o secretário de
segurança José Mariano Beltrame esteve em Brasília articulando com os senadores uma lei que tipifique a prática da desordem nos protestos. “É o vício de responder aos traumas com medidas legais monstruosas, de pegar carona na comoção justa para impor medidas injustas contra a liberdade. A história dos parlamentos comprova que não se devem votar medidas contra a liberdade num clima de histeria, sobretudo quando essa histeria é manipulada pela mídia”, completou o professor Pilatti. (VV)
| mundo
Belo Horizonte, de 07 a 13 de fevereiro de 2014
O Sind-UTE/MG convoca os/as trabalhadores/as em educação para:
ASSEMBLEIA ESTADUAL
com paralisação total de atividades
Data: Local: Horario:
26
de fevereiro/2014
Pátio da Assembleia Legislativa/MG
14h
O que queremos: Pagamento do Piso Salarial Descongelamento da carreira Cumprimento de acordos firmados por parte do governo
para todos os cargos vagos Retorno da Educação Física e do Ensino Religioso nos anos iniciais Negociação da pauta de reivindicações
NÃO
ACEITAMOS JOGO SUJO!
Atendimento digno no IPSEMG
Juntos, podemos virar esse jogo. Sua participação fortalece a nossa luta!
www.sindutemg.org.br
E XIG
TO. I E SP E R S I MO 2014
Nomeação dos concursados
al 2014 ion ac
na educação
Ca m p
Investimento de 25% dos impostos
Salarial E a du h n c a
FILIADO À
Forma literária baseada na descrição de eventos reais ou imaginários
tratores e sementes Atrações da Esquadrilha da Fumaça
Maio, em francês
bordão do SuperHomem (HQ) Feitio do ancinho
dora da Seleção de vôlei
Líquido
Conjunto de exames feitos na fase préoperatória
Reação anForma te aliterária barata baseada Ferrenhos na descridefensores ção de doseventos bons costumes reais ou imaginários João-(?), brinquedo
Reação ante a barata Ferrenhos defensores dos bons costumes João-(?), brinquedo
Reação ante a barata Ferrenhos defensores dos bons costumes João-(?), brinquedo
Idioma de origem da palavra "abajur"
Idioma de origem da palavra "abajur"
Torre de (?), monumento torto da Itália
Hiato de "meada" D. Maria Ato, em (?): a inglês Louca (Hist.)
Hiato de Capital300, em Hiato de "meada" paradialgarismos"meada" síaca das Ato, em romanos Ato, em Bahamas inglês inglês Pousada, Pousada, em inglês em inglês Parte do bolo Parte do bolo 300, em "(?) tudo algarismos 300, em Monograromanos algarismos que reluz ma de romanos é ouro" Fruto do "Raul" (dito) chicle A mão sinistra "(?) tudo Monograque reluz "(?) tudo ma de Monograé ouro" que reluz "Raul" (dito)ma de é ouro" "Raul" (dito)
Local onde ficamCapital os paradiaviões síaca das militares Bahamas Serviço Fruto do que ouve o chicle consumidor A (sigla) mão
sinistra
ambiente) "Meu Bem(?)", su- Tornou cesso de habitável Tornou (um habitável Djavan ambiente)
(um Condição ambiente) da "bruxa" "Meu na Inqui- Bem(?)", susição cesso de Djavan
Estado da Chapada dos Guimarães (sigla) Estado da Interjeição típica do Chapada Estado da Garrote mineiro Ponto (?), dos GuimaChapada (?), instrumento rães (sigla) de tema de manuais dos GuimaInterjeição típica do tortura espanhol eróticos rães (sigla)
Ponto (?), tema de manuais eróticos
"Meu Bem(?)", sucesso de Djavan
Garrote
mineiro
U A I
U A
(?) Plate, cítricos clube argentino de futebol
Ponto (?), tema de manuais eróticos
U A
Interjeição típica do (?) Plate, (?), instrumento de mineiro tortura espanhol Garrote clube (?), instrumento de argentino (?) Plate, tortura espanhol Vitamina de futebol clube de frutos
Letra que não antecede Letra "e" queou não"i"
Letra que não antecede "e" ou "i"
argentino de futebol
23
Solução Solução
Uma cena exibida esta semana na novela Em Família vem provocando muitas discussões nas ruas e nas redes sociais. Não! àNão se trata da cena da briga entre Laerte e Virgílio, por mais que seja cena mais importante da trama – os efeitos da briga respingaram em todos os personagens da novela e tecem a trama. Refiro-me a cena em que Neidinha, menina pobre e recém-chegada ao Rio de Janeiro é estuprada violentamente por três homens dentro de uma van. Não vou discutir se a cena caberia ou não para o horário de exibição da novela. Estupros acontecem todos os dias e as pessoas precisam saber disso. A novela pode ajudar as pessoas a compreenderem o que existe no mundo que as rodeia. Por isso, inclusive, escrevemos sobre elas aqui. Não vou discutir também o lugar em que a cena aparece no enredo da novela. De fato, ela surpreendeu os telespectadores. Já havia se passado muita desgraça num capítulo só. E como acréscimo, a moça, logo no primeiro dia de sua nova vida no Rio de Janeiro, já conheceu o lado violento e desumano da grande metrópole. Após o ato, Neidinha vai pra casa. Não teria ela que denunciar o abuso? Não dá tempo mais, 20 anos se passaram. Neidinha engravida depois do estrupo e decide ter o bebê. Nasce Alice, a comprovação concreta da violência sofrida e a mãe parece recordar nela a pior noite de sua vida. A menina parece não saber de nada. Como lidar com esta situação? Isso sim ainda dará tempo de ver. Tudo indica que quando souber sua história, Alice vai atrás do bandido que violentou sua mãe. Vamos observar. No fim, espero que a escolha de Neidinha não seja só reforço à dificuldade das mulheres que, abusadas, se sentem envergonhadas e guardam esta infelicidade como um segredo. Até a próxima semana! Por Joaquim Vela
A M
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde
Preciso ajudar uma vizinha minha que é idosa e está sofrendo violência em casa, além de ficar jogada, sem cuidados básicos. O que devo fazer? Existe algum serviço que eu posso chamar? Mariana Aparecida, 26 anos, serviços gerais Existe sim, Mariana. Infelizmente, a situação que você vivencia é muito comum, pois nesse mundo em que o dinheiro está no centro de tudo, quem perde a capacidade de produzir não tem valor. Não deixe de agir para contribuir com o fim dessa violência. Tanto é crime violentar os idosos, como também deixá-los abandonados ou sem os cuidados mínimos para sua sobrevivência (negligência). Você pode agir chamando a Polícia Militar no momento em que estiver
D
AMIGA DA saúde
de 75 jogos
M A I R I A S C A O C C T I R O U E R G A I C Ç O
+
Capa Dura
de 75 jogos
R A TI I V A D A N N CA RA RI A R T I V C A B N AR S T A E B I A C S A O P A S B C A N E C E R M T U E R H A
++
T
Acabamento em Espiral Acabamento Capa Dura Acabamento em Espiral em Espiral de 75 jogos Capa Dura
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formato formato
DI A L SE C A ONM N I A TU I RV A B I L E L I S T A S N MC O A R I AR L I I A E C I BL EO B N O I I N L E INS S AI T B A AS N ON SI AA A C E EC SCC S C A N NSG IAIP OA ATO I S S F A R A C NC CC E S E SA B R P S I PS O A T I S A S E SAC N B UE OR Q UU Q S C AUO N E R E TRO OEU U R Q U U L EM E R ITE T R E G U E A M T CU AG R II V E U A ID RE SV ET AR R AC L C R I IV E R D D A LL HH A AÇ Ç O O A
NOVO NOVO NOVO formato
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que você Jogos Jogos que você já já Solução conhece em um Jogos que você já conhece em um
conhece em um
I
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antecede "e" ou "i"
RR
BANCO
Uma cena chocante
I N A R A S C O U IR M NO A RR A S C O B O UB R O E S MA O BR BA OC B EO E SI A B G A C E F R A N G I P FI RS A AN PC I S UA C O CR TU CL OE R I T L E I A C A C E ES ST T AA
BANCO
outono Afasta-se
3/act — inn — mai — vil. 6/nassau — sapoti. 8/dani lins. 16/insumos agrícolas.
BANCO
O (?) das folhas:D.oMaria outono(?): a Louca Pousada, Afasta-se (Hist.) em inglês
3/act — inn — mai — vil. 6/nassau — sapoti. 8/dani lins. 16/insumos agrícolas.
Barulho feito pela criança birrenta
Dividiu Açúcar do (?): Vitamina lactose de frutos Barulho cítricos feito pela criança Vitamina birrenta de frutos cítricos
Status do xerife no
CapitalVelho paradi-Oeste síaca das O (?) das Bahamas folhas: o
3/act — inn — mai — vil. 6/nassau — sapoti. 8/dani lins. 16/insumos agrícolas.
Açúcar do (?): lactose Dividiu Barulho feitoAçúcar pela do (?): criança lactose birrenta
Torre de (?), monuCondição mento tordaItália "bruxa" to da na Inquisição
Louca
Conjunto (Hist.) deConjunto exames de exames feitos na feitos na fase préfase préoperatória operatória
Parte do bolo
A atividaFruto de como a do chicle Tornou do marujo A mão habitável (umsinistra
A atividade como a do marujo
Condição da "bruxa" na Inquisição
Torre de (?), monumento torto da Itália Dividiu
que ouve o consumidor (sigla)
Local onde ficam os aviões militares Serviço A atividaqueaouve o de como consumido marujo dor (sigla)
"Entra" (na internet)
"Entra" (na internet)
Maio,D. emMaria Maio, em francês francês(?): a
Afasta-se
Líquido Líquido Status do armazenaxerife no armazenaLocal onde do na Velho do na ficam os vesícula Oeste vesícula aviões Veste usada militares após o Serviço banho
Veste usada após o banho
©COQUETEL Revistas COQUETEL Revistas
(?) das e (?)!", Levanta"Para o alto e (?)!","ParaOo alto do Superdora da folhas: o bordão do Super- bordão Homem (HQ) Seleção Homem (HQ) outono de vôlei Feitio do ancinho Feitio do ancinho
Adubos, vacinas, Adubos, vacinas,Veste Forma Levantatratores sementes tratores e sementes usada literária dorae da Atrações da Esquabaseada Atrações da Esquaapós oSeleção drilha da Fumaça na descridrilha da Fumaça de vôlei banho ção de eventos reais ou imaginários
"Entra" (na internet)
Idioma de origem da palavra "abajur"
Oeste ©
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A novela Como ela é
Status do
xerife no armazena- CRUZADAS PALAVRAS DIRETAS PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS Velho do na
www.coquetel.com.br vesícula www.coquetel.com.br
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
ocorrendo alguma agressão física. Ou, a qualquer momento, pode acionar a Polícia Civil (181), ou os Direitos Humanos (100) ou mesmo o Conselho Estadual do Idoso (3222-9737). Em qualquer um desses órgãos, a denúncia pode ser anônima e a situação será analisada e investigada.
Estou preocupada porque fiz um exame de HIV e deu negativo. Mas a moça do posto falou que esse resultado não é confiável, que preciso repetir o exame daqui um tempo para ter certeza que não tenho esse vírus. É isso mesmo?
Sou diabética e ouvi dizer que não posso comer muitos dos alimentos que nascem debaixo da terra, isso é verdade?
Joana Batista, 53 anos, do lar
Querida Maria, as pessoas diabéticas, como você, devem evitar exageros com os alimentos que contêm açúcar ou carboidratos. Os alimentos que nascem debaixo da terra - cenoura, beterraba, batata, mandioca etc. - são mais energéticos e por isso contêm uma quantidade maior de carboidratos. Esses alimentos podem ser consumidos, mas em pequena quantidade e, se possível, crus, pois assim você absorve menos carboidrato. Tem um truque que pode ajudar a saber se os alimentos contêm muito açúcar: você pega um balde com água
Ela deve estar se referindo à janela imunológica, que é um período em que uma pessoa pode ter o vírus HIV no corpo e ainda não ter formado anticorpos anti -HIV. Como os exames mais comuns conseguem detectar justamente o anticorpo e não o vírus, pode acontecer de a pessoa ter o vírus e o exame dar negativo. No caso do HIV, essa janela pode ser de até seis meses. Caso você tenha sido exposta ao risco de infecção num tempo me-
nor que seis meses, deve repetir o exame quando completar o tempo. Você se expõe ao risco quando tem relações sexuais sem proteção (mesmo sexo oral ou anal), quando doa sangue ou quando se envolve em algum acidente com material suspeito como agulhas. Além de repetir o exame, você também deve fazer o possível para evitar se colocar novamente em perigo.
Maria Raimunda, 62 anos, aposentada e coloca os alimentos nele. Os que afundam têm carboidratos, os que boiam têm menos. Dê preferência para os alimentos que nascem acima da terra e pode abusar dos vegetais em folhas.
14 | cultura
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
Alceu Valença lança disco com clássicos do carnaval AMIGO DA ARTE O álbum recria os sucessos “Frevo da Lua”, “Homem da Meia-Noite”, “Sou Eu Teu Amor” e “Frevo N° 1” Vivian Fernandes De São Paulo As músicas de Alceu Valença são sucessos do carnaval em qualquer parte do país. Neste ano, o pernambucano lança um novo álbum com clássicos dessa típica festa popular brasileira, em frevos, maracatus, caboclinhos e cirandas. O disco “Amigo da Arte” pode ser escutado gratuitamente através da página da gravadora Deck (deckdisc.com.br/amigo-da -arte/). As vendas digitais já estão ocorrendo via I Tunes, Rdio, Deezer e Spotify, mas o CD ainda chega às lojas antes do carnaval. Com o álbum, é possível levar um pouquinho do carnaval pernambucano para qualquer canto do país (ou do mundo). Como ressalta Alceu, o disco é “um roteiro conceitual e cinematográfico pelo carnaval de Pernambuco”. De seu passado, Alceu traz de volta “Homem da Meia-Noite”, o
Divulgação
primeiro frevo que ele gravou, numa versão recriada. “Foi essa música que me abriu os caminhos do gênero”, define o pernambucano. O trabalho também conta com a participação especial da portuguesa Carminho no clássico “Frevo N° 1”. Esse frevo-canção ou frevo de bloco, mais dolente e menos explosivo, tem como marca a saudade, com uma gravação que ressalta a influência ibérica do gênero. “Tenho um fascínio imenso por Portugal. As melodias nostálgicas, a presença mourisca, a guitarra portuguesa no fado e o bandolim no frevo são elos entre estes gêneros”, relata Alceu. Um pouco da trajetória de Alceu também está na arte que ilustra a capa do CD, que é uma reprodução do seu convite de casamento com Yanê Montenegro. A arte é da pintora Marisa Lacerda, mesma autora da capa de “Maracatus, Batuques e Ladeiras”, de 1994.
Amigo da Arte, 2014
Cachoeiras: uma forte aposta do turismo mineiro Ruzza Lage
Rafaella Dotta Os empreendedores Pedro Mendonça e Rafael Cipriani estão elaborando um guia interativo com as principais informações das 192 melhores cachoeiras da Estrada Real, que liga Diamantina a Paraty, no Rio de Janeiro. O livro pretende fortalecer o turismo da região e será lançado em agosto deste ano. Muitos turistas, tanto brasileiros quanto estrangeiros, escolhem não visitar pontos turísticos naturais pela falta de informações. Galdino Souza, estudante de Educação Física e viajante assíduo, diz que não conhece as cachoeiras da própria cidade onde mora, São João del-Rei. “Em quase quatro anos de curso fui apenas em duas cachoeiras, e não foi por má vontade.” Enxergando essa falta de conhecimento, nasceu o Cachoeiras Estrada Real, da empresa Ecoguias. De acordo com Pedro Mendonça, idealizador do projeto e da empresa, eles pretendem mapear e cata-
logar as dez melhores cachoeiras de cada cidade da Estrada Real. O guia terá informações como nível de dificuldade, altura da queda e serviços turísticos da região. O projeto é o primeiro a catalogar essas cachoeiras e o turismo deve aumentar com o seu lançamento, ressaltou Pedro. “Nosso objetivo maior é a praticidade. Vamos dar dicas de como chegar e de segurança, para as pessoas terem mais acesso a esses lugares.” O Instituto Estrada Real, que atualmente é o maior aglutinador de informações sobre a estrada, é parceiro da empreitada. De acordo com o funcionário do instituto Calos Cavalcanti, é preciso fortalecer o turismo ecológico. “Depois das igrejas, as cachoeiras são o maior patrimônio de Minas Gerais”, acredita. Roteiros virtuais Para facilitar a visitação a este trajeto, o Instituto Estrada Real está criando um aplicativo de via-
tes, trilhas.” Além de obter o roteiro, o usuário poderá ver e postar comentários, fotos e vídeos de suas viagens e adicionar novos locais de visitação, ainda ausentes no mapa.
gem para internet. A ferramenta chama-se Sistema Turístico Georeferenciado, o SitGeo, e é parecida com o Google Maps. O analista de sistemas do instituto, Carlos Cavalcanti, afirma que a ferramenta é de fácil utilização. “Se quiser ir de Tiradentes a Ouro Preto, por exemplo, é só entrar no aplicativo, colocar as duas cidades e vão aparecer todos os dados que temos sobre pousadas, restauran-
Lançamentos O aplicativo SitGeo será lançado na segunda quinzena de março. Por ora, pode ser visualizada a ferramenta Roteiros Planilhados, que lista as trilhas de ciclismo da Estrada Real, dando todas as informações do caminho, como as direções, a distância e a dificuldade técnica. Os roteiros podem ser vistos no site www.institutoestradareal.com.br. Já o lançamento do projeto Cachoeiras Estrada Real está marcado para agosto deste ano. Inicialmente, será feito o mapeamento do “Caminho Velho”, que abrange 20 cidades de Diamantina a Paraty. As novidades poderão ser vistas em breve, no site www.cachoeirasestradareal.com.br.
Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
AGENDA DO FIM DE SEMANA
é tudo de graça!
MÚSICA
CURTAS
Show da cantora Aline Calixto. Domingo (16), às 14h, na Praça JK (Sion).
A V Mostra Cultura, Arte e Poder exibe os filmes “Quem tem medo de Cris Negão?”, de René Guerra, “Cowboy”, de Tarcisio Lara Puiati e “Filme Para Poeta Cego”, de Gustavo Vinagre. Sexta (14), às 18h, no Sesc Palladium (Av. Augusto de Lima, 420, Centro).
ARTES CÊNICAS
Oficina Teatro Também se Lê, que apresenta as particularidades do gênero. O público escolherá uma peça, e partir dela serão preparadas e realizadas leituras dramáticas. Sexta (14), às 14h30, no Centro Cultural Lindéia Regina (Rua Aristolino Basílio de Oliveira, 445, Lindéia).
CARNAVAL
CULINÁRIA PAPA CRIANÇAS
Bloco dos Valetes esquenta a prévia do Carnaval de BH. Domingo (16), às 14h, Praça Lions (Rua Mucuri, esquina com Contorno, Floresta).
Oficina Cozinha Experimental: Confeitando Cupcakes. Domingo (16), às 17h30 no 1º piso do Boulevard Shopping (Av. dos Andradas, 3.000, Santa Efigênia).
cultura | 15
Segunda a quinta-feira EXPOSIÇÃO
EXPOSIÇÃO
Mostra revisa o legado do artista plástico mineiro Inimá de Paula a partir de 26 obras clássicas. Até 28/02, todas as terças, quartas e sextas de 10h às 19h, quintas de 12h às 21h e domingos de 12h às 19h, no Museu Inimá de Paula (Rua da Bahia, 1201, Centro). CINEMA
CARNAVAL
Exposição Oratórios - Relíquias do Barroco Brasileiro. Até 30/3, terças e sextas, de 12h às 19h, quartas e quintas de 12h às 21h, e sábados e domingos das 11h às 17h, no Museu de Artes e Ofícios (Praça da Estação).
INFANTOJUVENIL
Leitura compartilhada do livro O Assassinato no Avião da Meia-noite, de Gaby Waters e Graham Round. Os participantes serão conduzidos a reSérie de filmes destacolher pistas, decodificar ca humor anárquico dos Irmãos Marx. Até Ensaio aberto do Blo- mensagens e elaborar so22/02, todos os sába- comum, do Espaço Co- luções para um misterioso dos às 16h e 19h, no Te- mum Luiz Estrela. Quar- assassinato. Terça (18), às atro Oi Futuro (Aveni- ta (19), às 19h, na Praça 14h30, na Biblioteca Pública Infantil e Juvenil de Beda Afonso Pena, 4001, Floriano Peixoto. lo Horizonte (Rua CaranMangabeiras). gola, 288, Santo Antônio). esporte |
na geral O Brasil já é hexa Divulgação/CBF
A Copa ainda não começou, mas as meninas da seleção Sub 20 já são hexacampeãs. A seleção feminina faturou o sexto título consecutivo do torneio sul americano, após vencer, por 2x0, o Paraguai, no dia 31 de janeiro. O Sudamericano feminino Sub 20 é organizado pela Comenbol, a cada dois anos, desde 2004. A sexta edição foi realizada entre os dias 14 e 31 de janeiro na cidade de Frey Bentos, no Uruguai. Além dos finalistas Brasil e Paraguai, também participaram do torneio Argentina, Bolívia, Chile,Colômbia, Equador,Peru, Uruguai e Venezuela. Os finalistas garantiram
vaga para a Copa do Mundo feminina Sub 20, que acontecerá entre os dias 05 e 24 de agosto, no Canadá.
gos, na 9ª colocação.
Superliga Masculina: Minas bate o megacampeão Cruzeiro
Começa no próximo fim de semana a fase das quartas de final da copa do Nordeste. No sábado o Guarany de Sobral, líder do grupo D, vai até Recife, enfrentar o Santa Cruz no Arruda, às 17h. No mesmo dia, às 18h30, no estádio Rei Pelé, o CRB de Alagoas recebe o América de Natal, primeiro colocado do grupo A. No domingo, às 16h, é a vez de Sport e CSA, primeiro colocado do grupo B, se enfrentar na Ilha do Retiro. No mesmo horário, fechando os jogos de ida, o Vitória recebe o Ceará, líder do Grupo C, no estádio do Pituaçu, em Salvador. Os jogos de volta estão marcados para os dias 26 e 27 de fevereiro. A fase semifinal será nos dias 12 e 19 de março. O campeão do “Nordestão 2014” será conhecido no dia 09 de abril.
Eletrizante o clássico mineiro na Superliga Masculina de vôlei. Na terça-feira (11), o Minas derrotou o Cruzeiro, atual campeão Mundial, da Superliga e da Copa Brasil de Vôlei, por 3x2 (16/21; 21/18; 11/21; 21/17; 15/13), na Arena JK. A derrota não tirou a liderança do Cruzeiro na competição, que chegou aos 52 pontos. Já o Minas alcançou os 34 pontos e a 4ª colocação. Neste sábado (15) o Cruzeiro vai receber o vice-líder Sesi, em Contagem, às 21h, enquanto o Minas vai enfrentar o Rio de Janeiro, no ginásio do Tijuca, às 19h. Já as equipes de Juiz de Fora e Montes Claros vão mal na competição. A equipe da Zona da Mata perdeu para o São Bernardo por 1x3, e é a vice-lanterna da competição, com 16 pontos em 19 jogos. Já o Montes Claros perdeu para o Canoas, no Rio Grande do Sul, por 0x3, e acumula 19 pontos em 20 jo-
Quartas de final da Copa do Nordeste
Tem mineira nas Olimpíadas de Inverno Belo Horizonte está representada nos Jogos Olímpicos de Inverno em Sochi, na Rússia. A atleta Jaquelina
Mourão, natural de Belo Horizonte, representou o Brasil nas modalidades Biatlo e Cross Country. Teve, inclusive, a honra de ser a porta-bandeira da delegação brasileira durante a abertura dos jogos. A atleta é experiente em Jogos Olímpicos, tendo participado das edições de Atenas (2004), Turim (2006), Pequim (2008) e Vancouver (2010). Na prova do Cross Country, na terça-feira (11), a mineira ficou com o tempo 3’02”83, ocupando a 65ª colocação. Ela não se classificou para as finais da competição.
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Você Sabia
O esqui cross-country é o mais antigo tipo de esqui. Ele nasceu da necessidade de viajar por terrenos totalmente cobertos de neve e se desenvolveu como esporte no final do século XIX. Por séculos, esquis foram necessários para jogos e colheita de lenha durante o inverno do Norte. Com grandes distâncias entres comunidades, o esqui também se tornou um meio de manter o contato social.
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Belo Horizonte, de 14 a 20 de fevereiro de 2014
OPINIÃO Atlético
As aparências enganam
Rogério Hilário O desempenho do Atlético no Campeonato Mineiro, já havia dito, pouco tem a ver com as perspectivas do time na Copa Libertadores. Além de priorizar a competição continental, o Galo iniciou a preparação mais tarde, por causa da disputa do Mundial Interclubes, e, naturalmente, escalou equipes mistas ou reservas em jogos do Estadual. E faltava Ronaldinho Gaúcho, suspenso ou poupado. Ele retornou e o jejum de vitórias fora de casa acabou, com o triunfo sobre o Zamora, na Venezuela. Nem precisou brilhar. Bastou o básico: quase fez um gol de falta e deu um passe milimétrico para Jô marcar, de cabeça, após cobrança de escanteio. Na verdade, a Libertadores e os campeonatos regionais às vezes enganam no começo e se aproximam da realidade no final. Salvo o imponderável, novamente Atlético e Cruzeiro vão disputar o título mi-
Reprodução
neiro desta temporada, apesar do início pífio do campeão sul-americano. Da mesma forma, duvido que a conquista da competição continental escape de uma equipe brasileira, tamanha a falta de competência e de talento dos adversários dos outros países. Desta vez, não estão no páreo copeiros como o Boca Juniores, River Plate, Independiente e Estudiantes. Mas, falando em clássico, a derrota do Cruzeiro na estreia na Libertadores e a vitória sobre o Zamora deram mais moral ao Atlético, que joga em casa. A Raposa pode estar à frente na preparação, mas no Horto tudo se iguala. Ou melhor, garante ao Galo certa vantagem, caso entre em campo completo. Cabe ainda lamentar a manifestação de racismo dos torcedores peruanos contra o meio-campista Tinga, do Cruzeiro. Exemplar a resposta do jogador: “Trocaria todos os meus títulos pela igualdade”. Não é preciso dizer mais nada. Reprodução
OPINIÃO América Ainda falta muito Bráulio Siffert Mesmo com a mudança de treinador e com a magra vitória sobre a URT, ainda falta muito para que o América possa sonhar com títulos este ano. O time ainda está muito desorganizado, criando pouco, errando passes e com muitos atletas jogando sem vontade. Mas vale acreditar que temos um elenco com potencial. Para os supersticiosos há pelo menos um alento: em 2001, que foi a última vez que o América conquistou o Campeonato Mineiro, a campanha começou como a deste ano: dois empates nas duas primeiras rodadas, derrota para o Cruzei-
Campeões de 2001: campanha de 2014 começa igual
ro, vitória magra e mudança de técnico (naquela época, de Procópio Cardoso para Lula Pereira). Que o América consiga repetir a campanha de Wellington Paulo, Ruy, Tucho, Rodrigo, Fabrício, Alessandro e companhia.
OPINIÃO Cruzeiro
A estupidez nossa de cada dia Elmo Alves
Wallace Oliveira Na reestréia do Cruzeiro na Libertadores, o futebol foi um coadjuvante. Não existe bom jogo a 3200 metros de altitude, com ar rarefeito, gramado precário, chuva e o clima de guerra instaurado em Huancayo. O destaque coube à estupidez. Quando a bola chegava aos pés de Tinga, alguns torcedores adversários imitavam macacos. Terminada a partida, o volante, que já jogou na Alemanha, lamentou passar por essa situação no Peru, país tão próximo do Brasil. Emblematicamente, concluiu declarando que trocaria seus títulos pela “igualdade entre raças e classes”. A Globo repercutiu o fato e seus comentaristas clamaram punições exemplares para o Garcilaso. Em poucos minutos, atletas e torcedores de vários clubes inundaram a internet com palavras de apoio ao
Tinga. Alexandre Kalil, presidente do Atlético, repudiou o racismo na competição. Eu me solidarizo com estas admiráveis manifestações. Ao mesmo tempo, torço para que os indignados do episódio de Huancayo também sejam sensíveis à estupidez nossa de cada dia. Ou alguém dirá que, no Brasil, expressões preconceituosas não comparecem aos nossos estádios, locais de trabalho, casas, escolas, mesas de bar? Na quinta-feira, foi instigante ver um conhecido que apelida jogadores negros de “tição”, que chama o Richarlyson de veado, que usa nomes de mulheres como xingamentos, que diz que corintianos e flamenguistas são todos ladrões se revoltar contra os “peruanos racistas”. Eu queria dizer que ele é tão idiota quanto aqueles torcedores, mas contive o ímpeto. Quem sabe não nos tornamos mais humanos da noite para o dia?