14 VARIEDADES
Levante da Juventude
Preconceito em horário nobre
13 CULTURA
Wikipedia
Prêmio para o Hip Hop 170 projetos poderão concorrer a prêmios de até R$ 20 mil. Concurso aceita grande variedade de ações, desde produção de rap até palestras de incentivo ao hip hop
“Sexo e as Nega” acumula críticas pelo nome e conteúdo da série. Joaquim Vela, comentarista de novelas, dá sua opinião
Minas Gerais
18 a 24 de setembro de 2014 • edição 56 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita
6 MINAS
Mais investigação, mais visibilidade Ag Eficaz
3 CIDADES
16 ESPORTES
PSDB processa sindicatos
Contradição na Raposa
Sindicatos divulgaram problemas da educação e dos impostos em Minas Gerais. Partido alega que publicidades podem ser campanhas eleitorais negativas
Torcedores continuam felizes em ver jogadores de seus times irem para a seleção? Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart foram convocados e abrem discussão no Cruzeiro
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ELEIÇÕES
Candidatos se enfrentam em debates e nas redes Faltando menos de um mês para as eleições, a disputa se acirra. Em debate recente, candidatos ao governo estadual abordaram temas como o ICMS na conta de luz, tributos e a dívida do estado. Também as redes sociais se consolidam como espaço para as campanhas
9 ENTREVISTA
Mídia NINJA
4.500 servidores foram afastados de seus cargos por envolvimento com corrupção em 2012. Pesquisas mostram que prática é encontrada em todos os partidos e especialista defende mudança do sistema político
5 MINAS
4 CIDADES
Guia do eleitor cidadão
Mata em risco em Contagem
Entenda como é composto e o que faz o Congresso Nacional
Extensão nativa pode dar lugar a três prédios de 16 andares
“Cultura e cidadania não podem ser concebidas separadamente”, avalia o jornalista João Paulo Cunha, que faz balanço das políticas para o setor
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
editorial | Minas Gerais
prego para diminuir os salários reais e diminuir o consumo, o que, imaginam eles, aumentaria a poupança e os investimentos produtivos. A Europa toda, em crise, aposta em direção contrária à apontada pela elite nativa. Com ênfase, nesse cenário, ressurgiu a proposta da autonomia do Banco Central. Surgiu na plataforma de governo da candidata Marina Silva, e foi anunciado pela coordenadora de sua campanha, herdeira do banco Itaú, Neca Setúbal. A própria candidata, por enquanto, defende com firmeza que essa medida é necessária para que o país volte a ter credibilidade. “O Banco Central autônomo é para controlar a inflação, é para adquirir credibilidade para o país voltar a crescer e para preservar o emprego”, acredita a candidata. Ainda dá tempo, até o final da campanha eleitoral, Marina mudar de opinião. Talvez, para que is-
Com quem deixo as crianças? Todos os dias milhares de mães que têm que sair para trabalhar fora dos seus lares enfrentam um grande problema: com quem deixar os filhos e filhas? Algumas optam por deixá-los em casa, sem nenhum cuidado durante todo o dia, outras deixam a cargo de avós ou crianças mais velhas, soluções extremamente precárias, que muitas vezes colocam em risco a saúde e a vida dos meninos. Além disso, as mulheres optam por empregos em tempo parcial ou convivem todos os dias com a incerteza e insegurança de como estão os filhos. Isso não aconteceria se o Estado oferecesse vagas suficientes na educação infantil. Milhões de crianças têm sido privadas do direito de estudar. A falta de vagas tem sido apontada como a raiz das desigualdades educacionais. De acordo com o Substitutivo do Projeto de Lei n.º 8.035/10 do PNE, para a população de até 3 anos a taxa de atendimento deverá ser 50% até 2022 e, para a população de
O déficit de vagas na educação infantil em Minas Gerais é de 65%, ou seja, a maioria das crianças de 0 a 5 anos não tem seu direito garantido. 4 e 5 anos de idade, a meta será de universalização até 2016, ou seja, toda a população nesta faixa de idade deverá estar matriculada em alguma escola. Visando alcançar essas metas, o governo federal, a partir de 2012, passou a repassar o valor anual de R$ 2.427,30 por aluno de creche pública em período integral; R$ 1.493,72 por aluno de creche pública em período parcial; R$ 2.427,30 por aluno de
pré-escola pública em período integral; e R$ 1.867,15 por aluno de pré-escola pública em período parcial, ações que fazem parte do programa Brasil Carinhoso. Esse programa contribuiu para construção de mais de 5 mil creches em todo Brasil. Já em Minas Gerais o governo não investiu na educação a porcentagem estabelecida pela Constituição. Com isso a educação infantil continua com um déficit de 65%, ou até mais, dependendo do município. Isso significa que a maioria das crianças de 0 a 5 anos ficam fora da escola e apesar de a educação infantil ser um direito das crianças, das mulheres e um dever do Estado, esse direito não é garantido em Minas Gerais. Os direitos das mulheres nunca foram doados, e sim conquistados. O acesso à educação infantil que existe é resultado de muitas lutadoras que foram às ruas pressionar. Precisamos continuar indo às ruas, mas, também, precisamos ficar bem atentas e atentos para quem damos nosso voto. Não podemos deixar esse descaso com as crianças mineiras continuar.
Banco Central independente é coisa de banqueiro
Tornar o Banco Central autônomo é tirar de um governo, democraticamente eleito, o seu poder sobre a política monetária e cambial, restringindo-o à política fiscal
A política econômica continua proporcionando irracionais e imorais lucros ao sistema financeiro. Mesmo assim, os bancos – costumazes predadores de rendas – querem e exigem mais. Nada aprenderam com a crise econômica que afeta, desde 2008, as principais economias do planeta. Crise essa que tem entre suas causas a voracidade de lucros, fáceis e rápidos, dos bancos. Através das candidaturas do tucano Aécio Neves e, principalmente, da de Marina Silva, os bancos não hesitaram em resgatar o receituário neoliberal para a economia brasileira. Com apoio de uma mídia que consegue ser, ao mesmo tempo, cafetina e cafetinada, tentam criar o caos no país. Não hesitam em afirmar que o caos existente se deve aos ganhos salariais, ao aumento do consumo, das políticas sociais e dos gastos públicos. E a receita, aos olhos neoliberais, é certeira: aumentar o desem-
so ocorra, sirva o conselho do americano Joseph Stiglitz, ganhador do prêmio Nobel de Economia, que diz que, na crise, “países com bancos centrais menos independentes, como Brasil, China e Índia, se saíram muito, mas muito melhor do que países com Bancos Centrais mais independentes, como a Europa e nos Estados Unidos”. Stiglitz ainda finaliza: “Um BC independente é desnecessário e impossível”. Tornar o Banco Central autônomo é tirar de um governo, democraticamente eleito, o seu poder sobre a política monetária e cambial, restringindo-o à política fiscal. É a tentativa de reduzir um governante a governar apenas com os escassos recursos dos impostos. A taxa de câmbio que afeta as importações, exportações e as despesas no exterior, e a taxa de juros, ficará sob a autoridade do “banco autônomo”. Qual é o banqueiro que não sonha com esse poder?
editorial | Brasil
O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.
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Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
CIDADES
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PSDB entra na Justiça contra propagandas de sindicatos ELEIÇÕES Coligação“Todos por Minas”entrou com nove ações contra campanha do Sind-UTE Hyperfator
Thaíne Belissa Os recentes processos movidos pela Coligação Todos por Minas (composta por PSDB, PP, DEM, PSD, PTB, PPS, PV, PDT, PR, PMN. PSC, PSL, PTC, PTN e SD) contra o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) chamaram a atenção nos últimos meses. Com a imagem de uma mordaça e a frase “querem calar os educadores mineiros” em artigos e outdoors, o sindicato responde às acusações de propaganda eleitoral negativa, denunciando que essa é mais uma amostra da “política da mordaça em Minas
Sem muita pressão social, uma vitória que incomoda tanto os interesses da classe dominante é impossível
A coordenadora-geral do Sind-UTE/MG e presidenta da CUT/MG, Beatriz Cerqueira, destaca que a publicação de informações relativas à categoria é uma prática antiga do sindicato e uma forma de dialogar com os mais de 400 mil trabalhadores espalhados pelo estado. “Vamos entrar com recurso, pois discordamos dessa postura do TRE-MG de impedir que os trabalhadores exponham os problemas da educação”, afirma.
lação em rádio e mídia em outdoor. Sete ações tiveram decisão favorável à coligação, mas em todos os casos o sindicato pretende recorrer.
“Ações absurdas” Para o professor do Ibmec e doutor em direito constitucional Alexandre Bahia, as ações movidas pela coligação são “to-
Gerais”. Desde agosto, o Sind-UTE/MG foi alvo de nove processos, referentes às publicações em jornais impressos e Youtube, veicu-
Outro sindicato, mesmo processo Situação parecida enfrentou o Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual de Minas Gerais (SINDIFISCO-MG), que também foi alvo de processo no TRE-MG, movido pelo Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB). O partido fez uma representação na Justiça, no ano passado, alegando se tratar de propaganda eleitoral negativa a campanha de mídia “Chega de enganação”, que tecia críticas à gestão pública e tributária do atual governo de Minas Gerais. O TRE-MG negou liminar que pedia suspensão das propagandas, considerando que as publicações “não apresentam caráter de propaganda eleitoral negativa, limitando-se a informar deficiências na gestão do Governo do Estado de Minas Gerais”. “Ao invés de judicializar as relações com os sindicatos, o governo deveria abrir canais de negociação”, avalia Wertson Brasil de Souza, diretor do sindicato.
Parques e zoológico agendam visitas pela internet
Campanha do sindicato denuncia situação da educação no estado
talmente absurdas” e atacam o direito de liberdade de expressão. Segundo ele, a Lei Eleitoral existe para proteger o direito de igualdade entre os partidos e impedir que os candidatos sejam alvo de ofensas. Ele destaca que as peças do Sind-UTE-MG nada têm a ver com ataque à imagem
dos candidatos. “O sindicato está trazendo questões públicas e que podem ser comprovadas. A aplicação da Lei Eleitoral nesse caso é descabida e é absurdo um juiz limitar esse debate de ideias. Não se pode usar a lei para rechaçar grupos que queiram se manifestar”, defende.
PERGUNTA DA SEMANA As mulheres são a maioria da população brasileira (52%), representam mais de 40% da força de trabalho ativa no país e também a maioria dentro das universidades, onde ocupam 57% das vagas. Porém, essa proporção não chega à política. Hoje, as mulheres representam apenas 9% do Congresso Nacional e essa situação se reflete nas Câmaras municipais, assembleias e cargos executivos. O Brasil de Fato MG pergunta...
O que você acha da pequena participação de mulheres em cargos políticos?
O Zoológico, o Aquário da Bacia do São Francisco, o Parque Ecológico da Pampulha e os Jardins Botânico e Japonês recebem, a partir de agora, agendamento de visitas também pela internet. É preciso acessar o site da Prefeitura de Belo Horizonte (pbh.gov.br), entrar na aba “Meio Ambiente”, clicar na opção “Zoo-Botânica” e depois em “Educação Ambiental”. As entidades cadastradas na Certificação das Entidades Beneficentes de Assistência Social (Cebas) podem pedir ingressos gratuitos através do e-mail agendamento-fzb@pbh.gov.br.
Viaduto é implodido em Belo Horizonte Em 14 de setembro foi derrubada a segunda alça do Viaduto Guararapes, dois meses e meio após a queda da primeira alça, que matou duas pessoas e feriu 23. A segunda alça também apresentava risco de desabamento, segundo laudo da construtora. De acordo com o Ministério Público de Minas Gerais, o prejuízo causado ao patrimônio público foi de R$ 10 milhões, que devem ser pagos pelas empresas Cowan e Consol à Prefeitura. A reconstrução do viaduto ainda não foi decidida, mas já recebe críticas dos moradores da região. A prefeitura tem até 30 dias para decidir o que fará no local em que os dois viadutos existiam.
Não acho que essa proporção é tão ruim. Entendo que agora que começamos a ter mais liberdade e mais liderança. Agora que estamos tendo a possibilidade de escolher o que queremos fazer. Viviane Cristina, estudante de organização de eventos
Eu sou feminista, acho que temos que ter mais mulheres, porém mais competentes que os homens. Convivemos com o machismo e por isso não podemos dar brecha. Precisamos mostrar que somos preparadas e que entendemos o que estamos fazendo. Renata Serva, gestora de pessoas
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CIDADES
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Mata do Arcádia pode ser extinta para dar lugar a prédio REGIÃO METROPOLITANA Moradores denunciam que construção fere normas federais e municipais Pedro Cindio
Pedro Cindio De Contagem A Mata do Arcádia, extensão nativa de Contagem localizada no centro da cidade, está com seus dias contatos. No lugar dela, serão levantados três prédios de 16 andares, com aproximadamente 360 apartamentos e acabando com nascentes de água e animais locais. Mesmo os 40 mil m² sendo uma área particular, algumas leis do município poderiam impedir a construção dos prédios. Segundo documento produzido pela Ambar (Associação dos moradores do Bairro Arcádia) os prédios não poderiam ser erguidos por não atenderem a diversas normas, inclusive à Constituição Federal, que diz que a preservação do patrimônio histórico e cultural e do meio ambiente é prioritária. A construção dos prédios pode destruir, além de nascente de água e vegetação nativa, jabuticabeiras, árvore símbolo da cidade e de preservação permanente, conforme determina o plano diretor da cidade. Morador há mais de 30 anos no Arcádia, Glimaldo Machado reclama da ideia de ter três prédios em fren-
Três prédios de 16 andares podem ser construídos onde está a Mata do Arcádia, no centro de Contagem
te à sua casa. “Aqui tem boa qualidade de vida bem no centro da cidade, temos tranquilidade, nossos netos brincam na rua, com o prédio isso vai ser impossível. Mas o dono do terreno não está preocupado. Ele já manda caminhão aqui pra despejar terra, tem queimada de galhos no terreno”, diz. A Ambar recolheu 2 mil assinaturas no início de agosto para tentar barrar o projeto, porém o Conselho Municipal de Cultura e do Patrimônio Ambiental e Cultural de Contagem (Compac) ignorou o documento. “Entregamos o projeto, mostramos as leis que estavam sendo desrespeitadas, inclusive pa-
ra preservar uma nascente de água lá, mas a questão imobiliária na cidade parece estar acima da preservação ambiental e cultural”, conta Carolina Garcia, da Ambar. Segundo a prefeitura, a empresa irá doar cerca de 10 mil metros quadrados do terreno para a construção de um parque público, porém a área destinada a isso é um barranco, onde não existe possibilidade de fazer a construção do condomínio e de um parque. Especulação imobiliária A especulação imobiliária na cidade de Contagem vem crescendo a cada dia. Na região da Vila Itaú, famílias estão sendo pressio-
Milho Verde realiza Festa do Rosário REGIÃO CENTRAL Evento acontece anualmente e reúne cerca de 3 mil pessoas Nos dias 27 e 28 de setembro acontece em Milho Verde, localizado na cidade do Serro, a Festa do Rosário. Com danças, cantos e foguetes, a comemoração acontece em várias cidades da região, incluindo São Gonçalo e Alvorada de Minas. O evento tem o objetivo de manter viva uma homenagem a Nossa Senhora do Rosário que, de acordo com a crença local, escolheu ser a protetora dos negros escravizados no Brasil. A Festa de Nossa Senho-
ra do Rosário é comemorada desde 1728, baseada na organização da própria comunidade. “Quem faz a festa é o povo. As pessoas dão ajuda financeira e fazem as danças, a decoração, o canto. Na realidade, a gente só é um representante”, afirma Mauro das Dores Faria, que é o Rei da Festa deste ano. No sábado, haverá o Reinado, com hasteamento da bandeira, missa e um show pirotécnico, segundo Mauro. No domingo, há a entrega da coroa aos novos Rei
Guido-berkholz-fotografie
Evento mantém viva a homenagem a Nossa Senhora do Rosário
e Rainha, que serão os responsáveis por organizar a festa do próximo ano. A expectativa é que 3 mil pessoas participem do evento.
nadas pela prefeitura a deixarem suas casas sob alegação de problemas para escoar a água em época de enchentes. A prefeitura diz que é mais fácil retirar as pessoas do que fazer obras para conter alagamentos. Os moradores dizem que apenas uma rua sofre com alagamentos e que o objetivo da prefeitura é a venda do terreno. Ao lado já está sendo construído um condomínio luxuoso, com ótima localização – saída para Belo Horizonte, entrada de Contagem e metrô ao la-
do. Isso faz os terrenos sofrerem com a supervalorização. Com uma comunidade vivendo ali perto, os empreendedores não valorizam seus imóveis e evitam investir no local. A tentativa de tirar as famílias está em andamento há dois anos. O Movimento de Ação Comunitária está à frente para impedir a remoção dos moradores. Projetos já entregues mostraram que é possível manter as famílias na região e dar o suporte para conter alagamentos.
Seus Tributos
Sonegômetro ou Impostômetro: onde está a verdade? Autor: Wertson Brasil de Souza*
Sonegômetro e impostômetro são neologismos, isto é, palavras criadas para expressar algo que ainda não está nos dicionários. Sonegômetro seria um instrumento de medição da sonegação de impostos e impostômetro o instrumento de medição de quanto se paga de impostos no Brasil. O termo sonegômetro foi criado por entidades de defesa da ética e dos interesses do Estado, como sindicatos e associações de procuradores e auditores fiscais com vistas ao combate à sonegação de impostos. De outro lado, o termo impostômetro foi criado por entidades empresariais como forma de pressão sobre o governo, com vistas à redução da carga tributária. As entidades empresariais alegam que os contribuintes pagam muito imposto no Brasil, que nossa carga tributária é muito alta e que precisamos reduzir o peso dos tributos. Por outro lado, entidades de defesa do Estado, como os sindicatos de procuradores e auditores fiscais, denunciam o quanto esses mesmos empresários sonegam impostos, ou seja, deixam de recolher tributos que seriam utilizados para levar saúde, educação e segurança pública à sociedade. A verdade é que nossa carga tributária está abaixo da média da carga tributária das nações mais desenvolvidas, sendo mais injusta do que alta, pois quem efetivamente paga mais impostos neste país são os segmentos mais humildes da sociedade. Além disso, muitos impostos que são cobrados dos cidadãos em cada mercadoria que adquirem não são recolhidos pelos empresários aos cofres públicos: isso é sonegação! Defendemos uma reforma tributária justa em que cada cidadão ou cidadã pague impostos segundo a sua capacidade contributiva e sejam protegidas as camadas mais humildes da sociedade! * Auditor Fiscal da Receita Estadual de Minas Gerais, mestre em Administração pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e diretor do Sindifisco-MG.
MINAS
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
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GUIA DO ELEITOR CIDADÃO Nesta edição, entenda como funciona e quem é eleito para a Câmara dos Deputados e o Senado Federal, que compõem o Congresso Nacional.
O que é o Congresso Nacional Como funciona o Congresso O Congresso Nacional é a representação do Poder Legislativo Federal. A Câmara dos Deputados e o Senado integram o Congresso. A Câmara é composta por 513 Deputados Federais, com mandatos de quatro anos. O número de deputados é proporcional à população do estado, com o mínimo de 8 e máximo de 70. Minas Ge-
rais, por exemplo, elege 53 deputados. Já para o Senado, cada estado elege três representantes, com mandato de oito anos, totalizando 81 parlamentares. Em uma eleição - como a deste ano - se elege um senador por estado. Quatro anos depois, se elegem dois. Assim, o Congresso Nacional é conformado por 594 parlamentares. Reprodução
Brasil de Fato - set-2014.pdf
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15/09/14
A principal função do Congresso é criar e modificar leis. Ele também tem como atribuição fiscalizar o poder Executivo. A aprovação de uma lei federal depende de tramitação e votação, por maioria simples, nas duas casas: Câmara e Senado. A exceção é a Emenda Constitucional, que só pode ser aprovada quando há pelo menos três quintos dos votos favoráveis, em dois turnos de votação. Para elaboração e análise das leis o Congresso se divide em comissões, que são grupos menores de parlamentares. Todo
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Temas relacionados à educação e assuntos em debate na sociedade.
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A Constituição Federal garante ao povo o direito de apresentar ao Congresso Nacional uma Lei de Iniciativa Popular. Para apresentação do Projeto de Lei (PL), exige-se a adesão mínima de 1% dos eleitores, mediante assinaturas, o que equivale a 1,5 milhão de pes-
sábado • 16h | quarta • 11h | sexta • 20h - TV Comunitária de BH www.youtube.com/sinprominas
soas. Depois de entregue ao Congresso, o PL é analisado pelas comissões e depois submetido à votação do plenário. A Lei 9.840, que pune políticos que compram votos, e a Lei da Ficha Limpa são exemplos de leis propostas pela iniciativa popular.
CONGRESSO NACIONAL
513 deputados
sábado • 8h • TV Band Minas
dade brasileira. Assim as leis, para serem aprovadas, dependem de muita negociação. Os parlamentares se organizam em blocos ou bancadas para orientarem a votação das leis no plenário. A ação do Presidente da República passa pela execução das leis que o Congresso Nacional aprova, mesmo que sejam de sua autoria. Por isso, o presidente, por sua vez, busca o máximo possível de deputados votando a favor dos projetos de lei que apresenta. É isso que se entende por governabilidade.
O povo também pode propor leis
Câmara dos Deputados
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parlamentar, após eleito, passa a compor uma das comissões, como titular ou suplente. A Câmara tem 22 e o Senado 11. Só depois de passar pelas comissões é que uma lei é lida no plenário e submetida a novas emendas. Pode haver outras comissões temporárias para tratar de assuntos específicos, como é o caso das CPI’s (Comissões Parlamentares de Inquérito) e também pode haver comissões mistas, que envolvem deputados e senadores. A composição do Congresso reflete os interesses presentes na socie-
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Senado
81 senadores
22 comissões permanentes 11 comissões permanentes Mandato de quatro anos
Mandato de oito anos
Eleição proporcional por Eleição majoritária população do estado
VOCÊ SABIA?
www.sinprominas.org.br - www.facebook.com/sinpro.minas Filiado à Fitee, Contee e CTB
As mulheres representam 52% da população no brasileira, mas apenas 11% da composição do Congresso (66 parlamentares). 51% da população se autodeclara negra ou parda, mas apenas 8% dos parlamentares (47). Fonte: Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (DIAP).
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MINAS
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Maior combate à corrupção deu mais visibilidade ao crime FISCALIZAÇÃO Polícia Federal realizou 292 operações contra a corrupção só em 2012; nos oito anos de Fernando Henrique Cardoso Reprodução foram apenas 20 Thaíne Bellisa sa, o PT aparece em 9º lugar, representando 2,9% dos poNos debates entre os can- líticos nessa situação. didatos à presidência, nas charges dos jornais ou na boca do povo: o tema da DEM, PMDB e PSDB corrupção tem sido recorforam os partidos rente nos últimos dias. Mas especialistas alertam que a com o maior número corrupção no Brasil vai muito além de episódios especí- de políticos cassados ficos, se caracterizando copor corrupção mo fenômeno sistêmico no poder. Destacam, ainda, que eleitoral, entre 2000 a ela atinge os mais variados 2006 partidos. O cientista político e professor da Universida- Efeito percepção: o que é de Federal de Minas Gerais mais visível não é necessa(UFMG) Juarez Guimarães riamente maior explica que a corrupção é faPara o cientista político, vorecida pelo sistema polí- a crença de que a corruptico brasileiro. “A corrupção ção aumentou durante o gono Brasil é sistêmica, ou se- verno de Dilma e Lula é moja, não é parcial e nem oca- tivada pelo maior númesional: está dentro do siste- ro de operações de combama e atinge os três poderes”, te à corrupção durante seus explica. Segundo ele, pes- mandatos. O maior comquisas acadêmicas compro- bate produz o que Guimavaram que o principal me- rães chama de “efeito percanismo de renovação desse cepção”. “A corrupção é um fenômeno é o financiamen- fenômeno oculto e por isso to privado de campanha. não pode ser medida: quanO coordenador do comi- to mais é combatida, mais tê mineiro do Movimento de aparece. O efeito percepção Combate à Corrupção Elei- pode ser comparado a uma toral (MCCE), Anivaldo Ma- rua onde todas as casas têm tias, também destaca as do- ratos, mas apenas um moraações a campanha eleitorais dor mata e os coloca para focomo a maior fonte de cor- ra. Ao verem os ratos mortos rupção no país. Ele cita uma na frente daquela casa, os vipesquisa da Universidade zinhos vão dizer que ali tem do Estado do Rio de Janei- ratos, sendo que não procuro (UERJ), que mostra que raram nas suas próprias caas maiores empresas finan- sas”, compara. ciadoras recebem, em méPara deixar seu exemdia, 20 vezes mais do que plo ainda mais claro, Juarez aquilo que doaram, durante Guimarães afirma que, em o mandato do político que 2012, a Polícia Federal (PF) apoiaram. “Empresa visa lu- realizou 292 operações concro e não dá dinheiro de gra- tra a corrupção e lavagem ça. Elas doam e depois rece- de dinheiro. Por outro labem de volta, seja por meio do, durante os oito anos de de licitação ou desvio mes- governo de Fernando Henmo”, diz. rique Cardoso, foram apeJuarez Guimarães ci- nas 20. “Em geral, as ações ta uma pesquisa feita pelo da PF partem do monitoraMCCE, que mostrou que o mento feito pela ControlaDEM, o PMDB e o PSDB fo- doria Geral da União (CGU), ram os partidos com o maior órgão criado no governo Lunúmero de políticos cassa- la e que propiciou a formados por corrupção eleito- ção da inteligência básiral, entre os anos de 2000 a ca no rastreamento da cor2006. Nessa mesma pesqui- rupção no país. Já no gover-
Segundo cientista o principal mecanismo de corrupção é o financiamento privado de campanha
no de FHC, não houve nenhuma iniciativa importante nesse sentido e, durante seu mandato, desconheço servidores que foram afastados de seus cargos por corrupção”, destaca. Além da criação da CGU, o cientista político elenca outras medidas do governo federal, como a formação da Estratégia Nacional de Combate à Corrupção e à Lavagem de Dinheiro (ENCCLA) e a criação da Rede-Lab, que integra 17 laboratórios tecnológicos que lidam com informações para controle da lavagem de dinheiro. Ele também cita o
“Já houve o mensalão do PSDB, o problema com o metrô de São Paulo também do PSDB e agora o afastamento do Arruda, que é do DEM. A corrupção está em todos os partidos” afastamento de 4.500 servidores federais por envolvimento com corrupção, somente no ano de 2012. “Es-
sa fiscalização sistemática nunca havia acontecido na história brasileira”, conclui. O coordenador do MCCE também critica a associação da corrupção a um único partido ou político. “Os casos de corrupção do PT estão sendo mais citados, mas também já houve o mensalão do PSDB, o problema com o metrô de São Paulo e agora o afastamento do Arruda, que é do DEM. A corrupção está em todos os partidos”, diz. Para ele, a solução está na reforma política, o que inclui a proibição do financiamento privado de campanhas políticas.
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Candidatos são questionados sobre ICMS na conta de luz ELEIÇÕES Preço da energia, impostos e dívida do estado são temas de destaque nas eleições para o governo de Minas Da redação Os candidatos ao governo estadual reuniram-se, nesta semana, com empresários da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). No encontro, Fernando Pimentel (PT), Pimenta da Veiga (PSDB) e Tarcísio Delgado (PSB), candidatos ao governo, colocaram suas opiniões sobre o desenvolvimento econômico no estado.
Preço da energia Um dos pontos mais debatidos foi o alto valor da conta de luz praticado em Minas Gerais. O maior encarecedor dessa conta, segundo o assessor econômico da Fiemg, Guilherme Leão, é o Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). A taxa é cobrada “por dentro” da conta, chegando a 43% do valor total. Além dos empresários, 603 mil eleitores mineiros também estão insa-
tisfeitos com a conta de luz. Em outubro de 2013, votaram em um plebiscito popular que pedia uma conta mais barata. Impostos No quesito tributos, os três candidatos ao governo estadual prometeram uma reformulação. O candidato do PSDB afirmou que é um “erro enorme” taxar bens além do que se deve, mas não deu mais explicações. Já Tarcísio Delgado defende que Mi-
“Quero que me expliquem por que Minas tem que cobrar 30% de ICMS na conta de luz e São Paulo só 18%. Vamos gradualmente reduzir essa tributação”
“O desenvolvimento da educação e da infraestrutura vai estimular a nossa economia”
Fernando Pimentel (PT) sobre a redução da conta de luz
Pimenta da Veiga (PSDB) sobre áreas que ele considera essenciais para avanço do estado.
nas Gerais onera o empreendedor e, com isso, perde empresas para outros estados. Intenções de voto Em pesquisa divulgada em 14 de setembro, do Ibope, o candidato Fernando Pimentel está com 43%, Pimenta da Veiga está com 23%, Tarcísio Delgado 3% e demais somam juntos 4%. Os indecisos são 17% e brancos ou nulos totalizam 10%.
“Como ficar 12 anos no governo e depois constatar que o Estado está quebrado? É preciso abrir a caixa-preta” Tarcísio Delgado (PSB) sobre dívida do governo estadual
INTERNET Marina pede retirada de página do ar; Aécio processa internautas e Luciana vira meme
Ricardo Targino, cineasta, comentando recente decisão de Ministro do TSE atendendo pedido da candidata do PSB
#LucianaNaRedeVida “O senhor fala como se no governo do PSDB não tivesse corrupção, Aécio. O PSDB foi o precursor do mensalão, com o seu conterrâneo Eduardo Azeredo. Foi público e notório o processo de corrupção na venda de empresas públicas, na privataria tucana. As empreiteiras que fizeram o escândalo de corrupção da Petrobrás financiam a sua campanha, da Dilma e da Marina. O senhor, Aécio, é um dos políticos que têm m
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Fatos em Foco Casamento homoafetivo em Teófilo Otoni O Cartório de Registro Civil de Teófilo Otoni (Vale do Mucuri) está com inscrições abertas até 30 de setembro para o 1º Casamento Coletivo Homoafetivo da cidade. A iniciativa é de Maria Nildeia de Almeida Borges, registradora civil, e tem o objetivo de divulgar a realização de casamentos entre pessoas do mesmo sexo, prática permitida no Brasil há mais de um ano. As pessoas interessadas podem procurar o Cartório de Registro Civil das Pessoas Naturais, na Rua Doutor Carvalho Borges, 369, ou entrar em contato pelo telefone (33) 3521-2414.
Seminário de Diamantina
Bombou na rede
#CensuraNaRede “Agora já não falta mais nada! Marina Silva, que um dia viu nas redes o futuro da democracia, agora imita Aécio Neves e censura a liberdade na internet. O Tribunal Superior Eleitoral concedeu liminar para retirar do ar o site Muda Mais a pedido dos advogados da candidata.”
MINAS
Montagens como esta se espalharam nas redes sociais em grande quantidade após patadas de Luciana Genro em Aécio Neves no debate da CNBB
vinculação com os segmentos mais parasitários da economia nacional. O senhor foi o protagonista do escândalo do aeroporto. Inclusive entregou a chave para o seu tio, Aécio. O senhor é tão fanático das privatizações, candidato Aécio, que conseguiu construir um aeroporto para a própria família.” Luciana Genro em debate promovido pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil CNBB
A UFMG realiza, entre 15 e 20 de setembro, um debate conhecido como Seminário de Diamantina. O evento recebe cerca de 700 pessoas, entre elas os ministros Clélio Campolina e Mauro Borges Lemos. Os temas centrais foram “Repensando o Brasil” e a Economia Mineira~~. Nas 20 mesas redondas houve a exposição de fatos políticos marcantes no país, como os 50 anos do golpe militar e as manifestações pelas “Diretas Já”.
Direitos humanos e comunicação em debate Belo Horizonte recebe a Caravana de Educação em Direitos Humanos, em conjunto com o 2º Seminário de Mídia, Comunicação e Direitos Humanos. O evento será na sexta (19), das 8h às 16h30, no teatro do Instituto Metodista Izabela Hendrix, com inscrições gratuitas e informações pelo telefone: 9196-2322. O seminário conta com a presença de pesquisadores e profissionais das áreas e de comunidades atingidas por violações de direitos humanos. A realização é da Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (FLACSO) e do Movimento Nacional de Direitos Humanos.
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OPINIÃO
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Foto da semana
PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br.
Acompanhando Mídia Ninja
Na edição 55... “O que será dos 80 mil professores da Lei 100? ” ...E agora
No sábado (13), a presidenta e candidata Dilma Rousseff se reuniu com milhares de jovens em Belo Horizonte, na Praça da Pampulha. Na foto, uma integrante do Levante Popular da Juventude mostra à candidata o símbolo do movimento “Constituinte Já!”, que pede uma reforma do sistema político brasileiro. Em resposta, Dilma afirmou: “Logo após as eleições, nós temos de tratar a questão da reforma política”.
Kiko Nogueira
Beto Almeida
Por que Aécio vai mal em Minas?
Clube Militar e o desarmamento
Em terceiro lugar nas pesquisas para presidente, Aécio Neves está amargando um resultado frustrante em seu berço político. De acordo com o Datafolha, ele aparece, em Minas Gerais, com 22% das intenções de voto, atrás de Marina Silva (27%) e de Dilma Rousseff (com 35%, em primeiro lugar). Pimenta da Veiga, do PSDB, está oito pontos atrás do petista Fernando Pimentel. A crise fez com que a irmã de Aécio, Andrea, se transferisse para MG em busca de tentar estancar a sangria. O PSDB manda no estado desde 2003. Aécio foi governador por oito anos. Elegeu o sucessor, Anastasia. O que aconteceu? Bem, além do fenômeno Marina e do fato de que suas propostas não encantam ninguém, aconteceu que Minas não é o Brasil. A nacionalização de Aécio levou na enchente sua força regional. O jeito Aécio de lidar com a imprensa não é exportável para o resto do país. A ação que ele move contra o Twitter para abrir os dados de 66 contas é emblemática. A pressão sempre funcionou muito bem em Minas, onde ele resolvia as coisas com um telefonema. Para ficar num exemplo recente: as poucas matérias do maior jornal local, O Estado de Minas, sobre o aeroporto na fazenda de seu tio serviram para abrir-lhe espaço para dar explicações. O assunto foi, até o limite, escondido na mídia “oficial”. Como resultado, imediatamente após o escândalo, 64% dos mineiros nunca tinham ouvido falar da obra, segundo o Datafolha. Apenas 12% se declararam informados. Com a internet, ficou impossível camuflar o tema. Ele está sendo obrigado a responder por coisas sobre as quais nunca teve que dar satisfação. Os mineiros estão, finalmente, conhecendo melhor o homem. (veja artigo na íntegra em diariodocentrodomundo.com.br)
Na foto da primeira página do Correio Braziliense de 8 de setembro, há uma metralhadora sobre um tanque, na Parada Militar, apontada diretamente para a cabeça de Dilma Roussef. Certamente, uma exigência da direita midiática expressando seu desejo. Desejo não realizado quando tiveram a presidenta no pau-de-arara. Similar a este desejo de demolir a era Lula-Dilma é nota oficial do Clube Militar (militares aposentados) apoiando Marina Silva. A agora candidata verde-oliva tem no seu programa diretrizes apontando para a desativação da exploração petroleira Pré-Sal, e para o Programa Nuclear brasileiro, ambos, como se sabe, exigências dos Estados Unidos (EUA), que aqui aparecem dis farçadas de ambientalismo. Para ter verdadeira soberania sobre o petróleo e a Amazônia, o Brasil precisa continuar desenvolvendo seu Programa Nuclear (incluindo o submarino nuclear), o Programa Espacial (que acaba com sucesso Foguete movido a etanol) e , obviamente, a exploração do PréSal, sem falar, evidentemente, de seguir a recuperação da indústria naval. Nos últimos 12 anos, está sendo implementada cooperação militar com a Rússia, e também com o exército do Vietnã, para técnicas em guerra de selva, por razões óbvias. As diretrizes programáticas de Marina colocam em risco tudo isto. O império sempre sabotou o desenvolvi mento tecnológico brasileiro. Quer impedir que o Bra sil entre no fechado clube das potências espaciais. Che gou a sequestrar turbinas atômicas brasileiras na Era Vargas. Certamente, desejam romper todos os acordos de cooperação militar e tecnológica entre Brasil, Chi na,Vietnã, Índia, Unasul. Por isso, a candidata verde-oliva tem apoio do Clube Militar.
Kiko Nogueira é diretor-adjunto do Diário do Centro do Mundo, jornalista e músico.
Beto Almeida é jornalista e membro do diretório da Telesur.
A Lei 100, aprovada em 2007 na Assembleia Legislativa de Minas Gerais e revogada em julho deste ano pelo Supremo Tribunal Federal, pode ter uma reedição com a PEC 69, proposta pelo deputado estadual Lafayette Andrada (PSDB). O Ministério Público pediu à ALMG para enviar o texto do projeto ao setor de Controle de Constitucionalidade de Leis da Procuradoria, para averiguar a legalidade da proposta. Há indícios de que a PEC 69, tal como a Lei 100, contenha decisões inconstitucionais e seja novamente barrada pelo STF. Lafayette Andrada afirmou que não irá ceder ao pedido do Ministério Público e que a PEC continua em tramitação na Assembleia. Para aprovação, a PEC precisa de 48 votos, dentre os 77 deputados da casa. Na edição 55... “Mandado de segurança contra Quintão será julgado no STF” ...E agora Na quarta-feira (17) o STF publicou a decisão do ministro Luiz Fux, encarregado de relatar o caso, pela extinção do processo, alegando “ilegitimidade dos impetrantes”. Segundo Maurício Guetta, um dos advogados que assina o mandado, as entidades vão ajuizar outro recurso no STF. A ação pedia que Leonardo Quintão fosse afastado do cargo de relator do código da mineração, por quebra de decoro parlamentar, por ter recebido dinheiro de mineradoras em sua campanha de 2010.
ENTREVISTA
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“As leis de incentivo estão matando a cultura” BALANÇO Privatização, mercantilização e concentração de recurso são alguns dos problemas do setor Reprodução
Joana Tavares A cultura é o tema da terceira entrevista da série do Brasil de Fato MG sobre grandes temas do estado. “Não se alcança cidadania plena sem cultura. No entanto, a área é muitas vezes vista como o oposto de sua vocação primordial, como um setor que ameniza conflitos e facilita as relações sociais, distrai”, avalia o jornalista João Paulo Cunha, que atua com jornalismo cultural há 15 anos. Brasil de Fato - Qual balanço você faz da gestão dos últimos anos na área da cultura? João Paulo Cunha- A cultura nunca foi considerada prioridade pelo estado. As últimas gestões foram marcadas por uma lógica economicista, pouco criativa e concentradora. Os recursos orçamentários diretos foram ínfimos e a maior parte da sustentação do setor foi empurrada para a iniciativa privada. As leis de incentivo estão matando a cultura. Elas criaram, ao lon-
“O dinheiro da cultura fica sempre na mão dos mesmos, com alta concentração nas grandes cidades. O governo abre mão de cobrar impostos, transfere o poder de investir para o capital e lava as mãos” go dos anos, uma casta de atravessadores, verdadeiros laranjas, que dominam a burocracia e os canais de acesso às grandes empresas. O dinheiro da cultura fica sempre nas mãos dos mesmos, com alta concentração nas grandes cida-
des. O governo abre mão de cobrar impostos, transfere o poder de investir para o capital e lava as mãos. Já os editais não fomentaram a inovação, não se preocuparam em garantir a emergência de novos criadores, nem contemplaram a crítica e a experimentação. Além disso, a rica diversidade cultural de Minas ficou sufocada pela concentração das ações
“As últimas gestões foram marcadas por uma lógica economicista, pouco criativa e concentradora” em BH, quase sempre vinculadas à indústria cultural e à lógica do espetáculo. Descentralizar a cultura não pode ser somente levar produções ao interior, mas investir para que ela possa ser preservada, criada, multiplicada a partir das bases locais. Não se costuma ver a cultura como área estratégica para o desenvolvimento do estado. Qual a ligação da cultura com a cidadania? Cultura e cidadania não podem ser concebidas separadamente. A noção contemporânea de cidadania implica ampliação de direitos e autonomia. Na cultura, essas ações podem ser percebidas com a valorização da cultura popular e das novas linguagens, na descentralização das ações, na participação popular na definição de prioridades, na democratização do acesso, na formação de novos agentes culturais, em um público mais informado e crítico. Não se alcança cidadania plena sem cultura. No entanto, a área é muitas vezes vista como o oposto de sua vocação primor-
dial, como um setor que ameniza conflitos e facilita as relações sociais, distrai. Não é por acaso que quando a população ocupa praças, ruas, terrenos e prédios públicos desativados com ações culturais, o governo fica perplexo e acuado. A área cultural tem mostrado que não aceita barreiras, o que a coloca na vanguarda da luta contra o esforço eugênico de tirar o povo das ruas. Para efetivar a dimensão política da cultura é preciso inverter a lógica da passividade instalada pelo modelo da sociedade do espetáculo, que massifica e aliena. O que poderia avançar numa visão mais abrangente da política cultural? Programas como pontos de cultura, editais para projetos de baixo orçamento, valorização da cul-
João Paulo: “A cultura nunca foi considerada prioridade pelo estado”
seus, conservatórios e bibliotecas públicas. Outra ação fundamental é a valorização dos corpos artísticos do estado - orques“O Circuito Cultural tra, coral, corpo de baile - hoje vivendo em situda Praça da ação de penúria e inseguLiberdade deveria rança legal. Sem esquecer do investimento na políser batizado como tica pública de radiodifuCircuito Empresarial são, com participação social e gestão a partir do inda Praça da teresse público. A TV MiLiberdade. O que se nas e a Rádio Inconfidênvê ali é a privatização cia precisam ser parceiras, com independência para selvagem do espaço produzir e divulgar cultura de qualidade, sem que fipúblico” quem reféns de interesses tura popular e incentivo à políticos ou de programautilização de novas lingua- ção chapa-branca. gens são algumas propostas que precisam fazer parPercebe-se uma lógite do debate, que vão mui- ca de mercantilização de to além dos eventos e ins- espaços culturais, como tituições. Além disso, é o circuito da Praça da Lipreciso pensar na forma- berdade, cujos equipação dos artistas, por meio mentos são todos batizade programas de qualifica- dos com nomes de emção, garantir espaços pa- presas. O que isso signifira finalização de obras (es- ca para a cultura? túdios, laboratórios e saO Circuito Cultural da las de ensaio) e ampliar a Praça da Liberdade devecirculação das produções ria ser batizado como Cirpor meio de políticas de cuito Empresarial da Praexibição. Criar uma rede ça da Liberdade. O que se de cooperação entre mu- vê ali é a privatização sel-
“Descentralizar a cultura não pode ser somente levar produções ao interior, mas investir para que ela possa ser preservada, criada, multiplicada a partir das bases locais” vagem do espaço público. O Estado, além de entregar os prédios, entrega o nome, a linha de ação, a política cultural e uma área de grande significação simbólica para Minas Gerais. Além de concentrar várias instituições num espaço que já é servido de museus, cinemas e teatros, tudo é feito a partir do interesse dos patrocinadores. O circuito, além disso, tem uma visão passiva de cultura, sem participação do poder público na definição e acompanhamento dos projetos e com modelos de exposição que fazem do público um mero receptor de “cultura” pronta, vendendo uma visão ideológica de mineiridade.
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BRASIL
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Para especialistas, propostas para a saúde são insuficientes ELEIÇÕES Entre os principais candidatos à presidência, apenas Dilma fala em ampliar programa Mais Médicos. Situação dos planos de saúde é ignorada Pedro Rafael Vilela, de Brasília (DF)
Mesmo sendo prioridade para 51% do eleitorado brasileiro, segundo recente pesquisa CNI/Ibope, a saúde não está devidamente contemplada nas propostas dos principais candidatos à Presidência da República. É o que afirmam especialistas ouvidos pelo Brasil de Fato que analisaram os compromissos assumidos por Dilma Rouseff (PT), Aécio Neves (PSDB) e Marina Silva (PSB). Para a presidente do Conselho Nacional de Saúde (CNS), Maria do Socorro Souza, a pauta é
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Jarbas Rocha
vitrine para os candidatos, mas o foco não é a melhoria do sistema como um todo. “Eles apresentam situações emergenciais, como os atendimentos de urgência, a falta de medicamentos e as longas filas, mas não tratam dos aspectos mais estruturantes, como garantias orçamentárias efetivas para o SUS [Sistema Único de Saúde], a valorização da carreira de todos profissionais, entre outras questões”, aponta. O atendimento básico em saúde ganhou um salto com a implantação do programa Mais Médicos, em 2013. Principal vitrine de campanha da pre-
Tô com Padre para continuar
avançando nas ações Padre João nos representa: “Padre João sempre esteve de nosso lado. Desde a greve geral da rede estadual em 2010, Padre João é a favor de nossa causa e pautas. Tem meu apoio.” Beatriz Cerqueira Coordenadora Geral do Sind-UTE Presidente da CUT/MG
“Padre João é um político por vocação, e não por profissão. Ele está sempre presente nas nossas lutas por moradia. Não tem medo. Ele nos representa.” Frei Gilvander Moreira Coordenador da Comissão Pastoral de Terra – CPT
“O companheiro Padre João tem honrado seu mandato, e ao longo da legislatura, sempre atuou ao lado da classe trabalhadora, em especial da reforma agrária. Precisamos dele no Congresso Nacional.” João Pedro Stédile Economista e Ativista Social
COLIGAÇÃO MINAS PRA VOCÊ PT, PCdoB, PMDB, PRB e Pros
Pesquisa da UFMG demonstra que 95% dos entrevistados são favoráveis ao programa
sidenta Dilma Rousseff, o projeto deve ser ampliado em um eventual segundo mandato. Atualmente, são mais de 14 mil médicos atuando em 3.785 municípios, em regiões remotas que sofreram com a falta de atendimento ao longo de décadas. Como resultado, cerca de 50 milhões de pessoas passaram a ter atendimento médico de forma direta. Pesquisa da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) indica aprovação de 95%
dos entrevistados ao programa. “Paliativo” ou solução?
Os candidatos Aécio Neves e Marina Silva não devem ampliar o programa. Em declarações recentes, os dois candidatos consideram que os Mais Médicos é um “paliativo”, um programa “complementar”. Aécio Neves já admitiu rever o contrato do governo brasileiro com a OPAS (Organização Panamericana de Saúde),
que viabilizou a vinda de 11 mil médicos cubanos, que representam 80% do atendimento médico. “Na prática, é o fim do Mais Médicos”, destaca Bruno Abreu Gomes, médico da família e comunidade em Belo Horizonte (MG), que acompanha o programa. “O programa mostrou um caminho interessante para reformulação do modelo de saúde no Brasil, com investimento maciço em atenção primária de saúde”, avalia.
Investimentos insuficientes Com relação aos recursos para a saúde, o Brasil ainda investe pouco em relação a outros países. Aqui, gastamse, anualmente, 466 dólares por pessoa, enquanto a média mundial está em 571 dólares. A principal preocupação é que o dinheiro público seja canalizado para financiar o sistema privado. Ao prometer novos leitos, Marina Silva fala em parceria com setor privado. No caso de Aécio Neves, a proposta de construir 500 unidades de saúde em todo o país, com atendimento especializado,
sem fazer menção ao SUS, vai na contramão das necessidades. “Não resolve terceirizar o atendimento médico por meio de clínicas privadas, com médicos especialistas. Precisamos de médicos generalistas atendendo massivamente à população”, acrescenta o médico Bruno Pedralva. Ele cita o exemplo de países com excelência em saúde que apostaram no fortalecimento do atendimento primário, como Cuba, Canadá, Holanda e Inglaterra.
Planos de saúde
Mesmo o Brasil tendo o maior sistema público de saúde do mundo, com obrigação de atender gratuitamente a 200 milhões de pessoas, os planos privados respondem pelo atendimento médico de 50 milhões de consumidores. Apesar desse montante, os principais candidatos não se posicionam sobre os problemas do setor. “Não é só a questão do aumento abusivo das mensalidades, mas até onde vai a cobertura e a garantia dos direitos do usuário”, aponta Maria do Socorro, do CNS.
MUNDO
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
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Relatório aponta que Brasil diminuiu número absoluto de pessoas com fome SEGURANÇA ALIMENTAR Segundo a FAO, ainda há bolsões de pobreza nas regiões Norte e Nordeste O Brasil tem 3,4 milhões de pessoas que não comem o suficiente diariamente, o que corresponde a 1,7% da população brasileira, segundo a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO). Para ter uma vida ativa e saudável, a recomendação das Nações Unidas é que a pessoa acima de 12 anos coma pelo menos 2.200 calorias por dia. O relatório divulgado na terça (16), mostra que o Brasil cumpriu tanto a meta de diminuir pela metade a proporção de pessoas que sofrem com a fome – um dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio de 2000 - quanto a meta de diminuir pela metade o número absoluto de pessoas com fome, estipulada na
Cúpula Mundial sobre Alimentação, em 1996. Segundo a organização, no período 1990-1992, 14,8% dos brasileiros passavam fome. Para o período de 20122014, o índice brasileiro caiu para 1,7%. De acordo com o relatório, essa estatística coloca o país como um dos que superaram o problema da fome. Para a representante regional adjunta da FAO para a América Latina e Caribe, Eve Crowley, a implementação de um conjunto de políticas públicas de forma articulada e integrada e de marcos legais e institucionais permitiu os avanços do país na superação da fome. “Nos últimos anos, o tema da segurança alimentar foi posto no centro da agenda política do Brasil”.
Na avaliação da consultora da FAO Anne Kepple o Brasil se destaca como exemplo devido a uma série de políticas articuladas, como o Bolsa Família, a geração de empregos formais, o fortalecimento da agricultura familiar, o Programa de Aquisição de Alimentos e o Programa Nacional de Alimentação Escolar. Segundo ela, ainda há bolsões de pobreza nas regiões Norte e Nordeste. Incluir comunidades indígenas, quilombolas e ribeirinhas nas políticas sociais também é desafio para o Brasil, acrescentou. “Garantir a proteção das populações mais vulneráveis e continuar as políticas que já existem de crescimento econômico e inclusão social devem ser a priorida-
Reprodução
Segundo a FAO, em 1992 14,8% dos brasileiros passavam fome e hoje o índice está em 1,7%
de na próxima década. Podemos estar na última geração que conhece a fome no Brasil. Com a continuidade das políticas, é possível que, nos próximos anos, haja a erradicação completa”.
Cerca de 805 milhões de pessoas, o que representa uma em cada nove, ainda sofrem de fome crônica no mundo, segundo o estudo. (Agência Brasil)
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CULTURA
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AGENDA DO FIM DE SEMANA CONTAGEM
GOVERNADOR VALADARES
Circuito Internacional de Capoeira. Domingo (21), às 9h, no Mercado Municipal. Rua Israel Pinheiro, entre as ruas Quintino Bocaiúva e José Luiz Nogueira. BELO HORIZONTE
4º Encontro Nacional de Motociclistas em São João Del Rey. Sexta (19), sábado (20) e domingo (21), na Praça de Matosinhos.
Corredor da Baderna Cultural 2014 promove apresentações de circo, teatro, mostras artísticas, shows, debates e banho de mangueira. Domingo (21), às 14h, na Praça da Jabuticaba
Segunda a quinta-feira URBERLÂNDIA
JUIZ DE FORA
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SERVIÇOS PÚBLICOS AGRICULTURA FAMILIAR
Cineclube Cultura do mês de setembro apresenta quatro novas produções cinematográficas: Trem Noturno Para Lisboa (Alemanha), Jovem e Bela (França), O Melhor Lance (Itália), e A Pedra de Paciência (França, Alemanha e Afeganistão). Sempre às 20h, na Sala Roberto Rezende - Oficina Cultural. Praça Clarimundo Carneiro, 204, Bairro Fundinho.
UBERABA
MOVIMENTOS SOCIAIS
O Sesc Literatura: Grandes Escritores visa estimular o gosto pela leitura, apostando na diversidade dos autores e dos estilos literários. O convidado desta edição é o escritor Mario Prata. Quarta (24), às 20h, no Cine-Theatro Central. Praça João Pessoa, Centro.
COLIGAÇÃO MINAS PARA TODOS - PT, PROS, PMDB, PRB CNPJ CANDIDATO: 20.576.430.0001-63 VALOR: R$750,00 - TIRAGEM: 200.000 UNIDADES
Coligação Minas Para Todos (PT, Pros, PMDB e PRB) CNPJ: 20.576.597/0001-24
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Lindolfo Fernandes é natural de Coromandel, auditor fiscal, analista de orçamento e finanças públicas, foi presidente do Sindifisco e tem uma história de vida ligada à defesa dos trabalhadores e dos movimentos sociais e sindicais. Entre suas bandeiras estão: liderança dos trabalhadores na ALMG; defesa dos direitos sociais; busca da cidadania com dignidade; renovação na política. Tem uma ligação estreita com os educadores, o Sind-UTE/MG e defende: educação pública de qualidade; Piso Salarial Nacional dos Educadores e o descongelamento da carreira.
Fis cal vo d o po
8º Ciclo Bazar de Rua comemora o Dia Mundial Sem Carro e celebra a bicicleta. O evento conta com oficinas, exposição de bicicletas vintage, venda e troca de peças. Domingo (21), às 9h, na Praça do Ciclista (Carandaí com Av. Brasil).
Festival Cenas Curtas completa 15 anos
EDUCAÇÃO 4ª edição da Festa Literária de Uberaba (FLU) recebe consagrados nomes da literatura nacional, como o escritor Pedro Bandeira. De 24 a 27 de setembro, na Praça Comendador Quintino.
SÃO JOÃO DEL REY
PORQUE A LUTA NÃO PODE PARAR! www.lindolfofernandes.com.br
Para quem gosta de teatro, o final de semana será cheio. A 15ª edição do Festival Cenas Curtas acontece até domingo (21), no Galpão Cine Horto (Rua Pitangui, 3413, Horto). O evento promove a seleção de 16 montagens teatrais de 15 minutos, em que companhias de todo o país podem se inscrever. Em 2014, foram 165 propostas cadastradas. O projeto mantém os tradicionais “Debates do Dia Seguinte”, sessão que permite que o público, críticos e artistas se reúnam para discutir sobre as cenas apresentadas no dia anterior. Cabe também aos espectadores eleger as melhores cenas de cada noite. Estas, somadas a uma quinta apresentação eleita por uma comissão de artistas, cumprem curta temporada de reapresentações no Galpão Cine Horto, entre os dias 26 e 28, na Temporada das Mais Votadas. Atualmente, o Festival de Cenas Curtas é considerado um polo eficiente de estímulo criativo para artistas de Belo Horizonte e de outros estados brasileiros.
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
Concurso premiará 170 iniciativas de Hip Hop A 2ª edição do Prêmio Cultura Hip Hop vai recompensar grupos, pessoas e ações de todo o Brasil que valorizam a cultura hip hop, com prêmios de R$ 14 mil e R$ 20 mil. O edital foi aberto em 25 de agosto e vai até 9 de outubro. De acordo com o edital, podem concorrer pessoas físicas que tenham trabalho reconhecido no meio, coletivos inscritos como pessoa jurídica ou grupo que apresente, no momento da inscrição, uma carta com o nome da sua liderança. As áreas de atuação também são variadas, podendo concorrer projetos
de composição, arranjos, shows, vídeos, discos, arquivos audiovisuais, sites, revistas, pesquisas, mapeamentos, seminários, ciclo de debates, palestras, oficinas e cursos livres que valorizam a cultura hip hop. Como parte do concurso, estão acontecendo oficinas de capacitação e divulgação. Em Minas Gerais, elas serão realizadas em Contagem, na Casa Azul em 24 de setembro, e em Belo Horizonte, na Sede da Funarte, em 27 de setembro. O concurso é organizado pelo Ministério da Cultura, através da Fundação Nacional de Artes (Funarte), e pela Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cul-
Duelo de MC’s Nacional 2014 pede apoio para realização Redação A 3ª edição do Duelo de MC’s Nacional, que acontece há três anos em Belo Horizonte, enfrenta problemas financeiros para realização. O projeto, que foi patrocinado nas duas edições anteriores, em 2014 é financiado via Catarse, plataforma virtual de arrecadação online. Faltando apenas 23 dias para o encerramento do prazo, o coletivo Família de Rua arrecadou apenas R$ 11 mil dos R$ 56,5 mil necessários. Os apoiadores têm até dia 10 de outubro para contribuir. O dinheiro irá custear, entre outros gastos, passagens aéreas para os MC’s de outros estados, hospedagem, alimentação, premiação do campeão e infraestrutura mínima de palco. Com o Viaduto Santa Tereza em obras, a proposta é realizar o evento na Rua Ararão Reis. Para contribuir com a causa, acesse o link catarse.me/ pt/duelodemcsnacional2014 e faça sua doação.
Duelo de MC’s em Divinópolis A 5ª edição da Usina de Rima, evento que valoriza a cultura hip hop de Divinópolis e região, acontece no próximo sábado (20). O Usina de Rima pretende discutir a mobilidade urbana e promover a cultura periférica da cidade. O grupo é formado por jovens artistas que transitam pela música e literatura, e propõe o empoderamento dos espaços urbanos. Durante o evento são realizadas apresentações de pocket shows de grupos de rap, grafitagens ao vivo e o tradicional duelo de MC’s. Nessa edição, a temática da batalha será “proteção e prioridade aos pedestres e ciclistas”, em homenagem à Semana Nacional de Trânsito, comemorada durante os dias 18 a 25 de setembro. A Usina de Rima é tradicionalmente realizada ao lado do Teatro Usina Gravata, na Escola de Música. O evento acontece das 16h às 22h.
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#ficaadica Ruspo lança CD em BH Casa fora do eixo minas
PRÊMIO Inscrições de grupos ou artistas podem ser feitas até 9 de outubro Da redação
CULTURA
tural (SCDC). Serão distribuídos 20 prêmios de R$ 20 mil para instituições privadas sem fins lucrativos e 150 prêmios no valor de
R$ 14,3 mil para pessoas físicas ou coletivos. As inscrições podem ser feitas em bit.ly/premiohiphop.
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É
MAIS
Nesta sexta-feira (19), Ruspo apresenta pela primeira vez o álbum “Esses Patifes”, às 22h, na Associação Cultural Casinha. Ruspo é o nome do projeto musical do compositor, cantor e produtor paulista Ruy Sposati. “Esses Patifes” é o disco de estreia do artista, e foi gravado em dois anos, durante viagens feitas pelo músico a partir de seu trabalho como jornalista. O disco possui 14 faixas, todas realizadas em estradas, hotéis, aldeias e casas temporárias onde o compositor se hospedou. O CD reúne sons criados a partir da congruência de instrumentos musicais, computadores, softwares, samplers e loops. Os ingressos custam R$15 e podem ser comprados no site Sympla, pelo link: www.sympla.com. br/casnha-convida--ruspo__23895. Para conhecer o trabalho de Ruspo, e ouvir o álbum “Seus Patifes” acesse soundcloud.com/ruspo. SERVIÇO Sexta (19), às 22h, na Casinha (Rua Juiz de Fora, 114, Bairro Preto). Ingressos a R$15
Pela democratização dos meios de comunicação de massa.
Divulgação
Contra os oligopólios e monopólios dos meios de comunicação. Pelo direito à informação livre e democrática.
Como chegar Coligação PT/Minas pra Você Contratante: CNPJ 20.576.392/0001-49 Valor: Nilmário Miranda / R$ 750,00
Coligação MINAS PRA VOCÊ
Coligação COM A FORÇA DO POVO
Coligação COM A FORÇA DO POVO
Você pode pegar as linhas 2102, 4111, 9202 e 9408.
14 VARIEDADES
Belo Horizonte, de 18 a 24 de setembro de 2014
O racismo e machismo de “Sexo e as negas”
Amiga da Saúde Cara amiga, pensei em fazer vasectomia porque não quero mais ter filhos, mas estou preocupado em não ter mais líquido na ejaculação, acho estranho isso. É assim mesmo? Bruno Mota, 39 anos, vendedor Fique tranquilo, Bruno. Ao fazer vasectomia, você não deixa de ter líquido na ejaculação. Com a cirurgia, o canal que transporta os espermatozoides é interrompido bem próximo dos testículos. Porém, a maior parte do líquido que sai no esperma vem de uma bolsinha que fica mais acima. Então, ao passar por uma vasectomia, o homem continua tendo líquido normalmente na ejaculação, porém este não terá mais os espermatozoides. Se tiver mais dúvidas, procure um profissional no centro de
saúde mais próximo de sua casa e esclareça tudo antes de fazer qualquer procedimento.
Meu filho de 6 anos está trocando algumas letras quando fala. Troca o C pelo T e o G pelo D. Até quando devo esperar pra buscar ajuda? Ele pode melhorar só com a alfabetização? Mirtes Braga, 30 anos, cabelereira Cara Mirtes, é comum as crianças trocarem algumas letras nos primeiros anos em que estão desenvolvendo a linguagem. Esse problema é conhecido como dislalia. Às vezes elas simplesmente pronunciam a letra de modo diferente do que estamos acostumados a ouvir, o que nos leva a concluir que trocam. Comumente as crianças conseguem sozinhas ir ajustando isso. Porém, se seu filho já
tem 6 anos e ainda apresenta essa alteração na fala, você precisa procurar logo algum tratamento com fonoaudiólogo. Na alfabetização ele pode ter problemas de entendimento da linguagem e pode ainda ser vítima de chacotas na escola, o que pode piorar o problema. O tratamento geralmente é tranquilo, e a maioria das crianças tem boa resposta.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde Sofia Barbosa | Coren MG 159621-Enf.
Novela Até mesmo antes de seu episódio de estreia, exibido na terça-feira (16), a nova série de Miguel Falabella, “Sexo a as negas” já está dando o que falar. Também, pudera, com o nome do programa trazendo um conteúdo racista não podia ser diferente. A série conta a história de quatro mulheres negras da Cidade Alta, comunidade da periferia do Rio de Janeiro. A ideia de valorizar a cultura negra, colocando como protagonistas personagens negros e criando espaço para outros atores negros pode até ter uma boa intenção. Mas a forma escolhida impossibilita que o espectador construa qualquer representação positiva sobre os negros. Está em jogo, no nome e nas primeiras cenas do seriado, a recriação e reprodução de classificações discriminatórias da “raça negra”. Primeiro, a associação das
mulheres negras à sensualidade, já no nome do programa. Parece haver na série uma lógica subliminar de classificação dos negros como inferiores, porque dotados das virtudes do corpo, presentes, desde sempre, na ideia do primitivismo africano. O título nunca poderia ser “O poder e as negas”, por exemplo. Não combina, o brasileiro médio não faz essa associação. Ele pensa que à mulher negra resta a sensualidade e não a razão como ferramenta para atuar no mundo. Segundo, também vinculada à primeira, é a associação das mulheres negras a trabalhos manuais, que infelizmente são socialmente construídos como ocupações desvalorizadas. Uma é camareira, a outra é recepcionista, a terceira é cozinheira. Como não perceber que aí também está incrustada uma representação racista? Logo no episódio de estreia, a patroa pede
que a empregada guarde sua pulseira, uma joia valiosa, porque “no seu braço ninguém vai achar que é verdade”. A nega não pode usar joia, novamente não combina. Mas isso não se percebe, pois o preconceito racial é “naturalizado”, o que faz muitos pensarem que a polêmica é exagerada demais. Como exagerada? É, na verdade, um tremendo absurdo. No horário nobre, na TV de maior audiência no país, um racismo escancarado. “Sexo e as negas” não me representa, muito menos representa as mulheres negras desse país. Como diz Cidinha da Silva, haverá um tempo em que programas assim serão boicotados. Enquanto isso, fica o seu alerta: “a casa grande se reconstrói todo dia e pode nos surpreender”. O que você achou? Me conta lá no quimvela@brasildefato. com.br Até a próxima, Joaquim Vela
ESPORTE
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
na geral Uniforme polêmico Judô Mineiro
No sábado passado (13), a Liga Mineira de Judô realizou a última etapa do Campeonato Mineiro 2014, em Divinópolis, no Ginásio Poliesportivo. A programação teve disputa entre atletas de diversas categorias. Os vencedores do torneio estão classificados para o Campeonato Brasileiro, a ser realizado no próximo dia 1º de novembro, em Ouro Preto.
A Colômbia tem tradição no ciclismo e suas equipes sempre participam de competições. Porém, não foi a competitividade das atletas femininas que chamou a atenção na Volta Internacional da Toscana, na Itália, semana passada. Repleto de patrocinadores, o uniforme utilizado apresentava um enorme espaço bege na região entre o ventre e as coxas das atletas, o que causava a impressão de que estivessem nuas. Nicole Cooke, respeitada ciclista do País de Gales, disse que o uniforme transformou “nosso esporte em uma piada”. Já a Liga de Ciclismo de Bogotá, cidade da equipe, afirma que a roupa foi desenhada por uma das atletas. O presidente da União Ciclística Internacional disse que o caso é inaceitável.
Basquetebol mundial
No último domingo (14), Estados Unidos e Sérvia disputaram a final da Copa do Mundo de Basquete, com vitória estadunidense por 129 a 92. O título foi o quinto dos EUA e elevou o país a recordista do campeonato, ao lado da extinta Iugoslávia, da qual a Sérvia fazia parte. Na disputa pelo terceiro lugar, a França venceu a Lituânia por 95 a 93.
O julgamento do futebol brasileiro Na última segunda-feira (15), aconteceu o julgamento do América-MG pela escalação irregular do lateral Eduardo. Segundo o regulamento da CBF, Eduardo não poderia ter atuado por mais nenhum clube neste ano, pois já havia jogado por outros dois na mesma temporada (São Bernardo e Portuguesa). A punição foi a perda de 21 pontos na série B do Brasileiro e multa de R$ 4 mil. A denúncia da irregularidade foi feita pelo Joinville-SC, adversário direto pelo acesso à Séria A. Além da falta de união entre clubes, também fica em evidência a desorganização da Confederação Brasileira de Futebol em não perceber o jogador irregular antes da denúncia. Apenas mais uma demonstração do quão falido está nosso futebol.
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Você Sabia
A palavra “judô” significa “caminho suave”. O judô surgiu no Japão em 1882, idealizado pelo mestre Jigoro Kano, que acreditava que um bom lutador deve ser um bom ser humano. Essa arte marcial prima pelo fortalecimento e a integração entre corpo e mente. Chegou ao Brasil em 1922 e cresceu a partir de 1938, com a vinda de um grupo de judocas nipônicos.
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Pratique esportes
Iniciação esportiva
Ciclismo
Data: segundas, quartas e sextas-feiras Local: Rua Afonso Pena, 2550, Centro. Governador Valadares Informações:valadares.mg. gov.br Contato:(33) 3271-3400
Endereço: 20 de setembro Horário: 10h Informações:Viaduto da Bicicletinha. Avenida dos Andradas, 3500, Centro. Belo Horizonte. Contato:(facebook.com/ events/799266943427837/
Aulas gratuitas de esportes para crianças de 7 a 12 anos. Para se inscrever, é necessário levar atestado médico, duas fotos 3X4 e declaração escolar informando o horário de aula.
Entre 19 e 28 de setembro, é comemorada a Semana da Mobilidade, com ponto alto no Dia Mundial sem Carro, na segunda-feira (22). No sábado (20), ciclistas realizam uma gincana com pedal nas ruas de BH.
O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.
16 ESPORTES
Belo Horizonte, 18 a 24 de setembro de 2014
OPINIÃO Atlético
Tem base Bruno Cantini
Rogério Hilário Quando se fala nas expressões típicas regionais do Brasil, se limitam, ao citar Minas Gerais, ao “uai”, ao “né”, ao “trem” e às aglutinações de frases, como “oncovô” e “popopó”. Como sempre, nosso estado estaciona na mesmice, na caipirice e na matreirice política, nem sempre recomendável, haja vista as consequências das gestões governamentais mineiras nos últimos 12 anos. Mas, no meu caso, ao se comentar a diversidade do linguajar das nossas prosas diárias, me alenta frase comum aos meus amigos de Abaeté: tem base. Como atleticano de cepa (linhagem, tronco, origem, estirpe e por aí vai), vejo tal sentença, seja como interrogativa, seja como constatação, bem atípica para o momento. Dela vem fazendo uso o técnico Levir Cul-
pi, acercado por tantas contusões e suspensões. Toda semana, deve buscar na prata da casa uma solução para os desfalques. E uma
delas parece próxima das realidades anteriores, como Bernard e Marion: Carlos. Depende de mais acertos nas finalizações, embora tenha demonstrado talento. Outros, como o zagueiro Jemerson, se consolidaram. Resta saber se todo este processo terá continuidade ou apenas emergência. Tem base? A expressão também se presta às arbitragens em partidas dos times mineiros, em especial o Atlético. A anulação do gol de Luan no empate contra o Grêmio é sem justificativa plausível. Falta de Leonardo Silva em Barcos? O argentino é quem segurou o zagueiro alvinegro antes da cobrança da falta. Por isso, o certo seria marcar pênalti ou confirmar o gol. Mas, em geral, para nossas equipes alcançarem conquistas é preciso superar tudo, inclusive poderosos e Judiciário, em quaisquer instâncias.
OPINIÃO América
Punição injusta América Futebol Clube
OPINIÃO Cruzeiro
É seleção. E daí? Reprodução
Wallace Oliveira Pela segunda vez, Éverton Ribeiro e Ricardo Goulart estão na lista de convocados por Dunga para os amistosos contra a Argentina, no dia 11 de outubro, e o Japão, no dia 14. Por essa razão, eles jogarão duas partidas do Brasileiro, contra o Corinthians e o Flamengo, bem como o confronto com o ABC, pela Copa do Brasil. A exemplo do que aconteceu na outra convocação, novamente, o Cruzeiro perde muito. Além do desfalque, há desgaste físico dos jogadores, que retornam ao clube com o rendimento prejudicado. Imediatamente após a divulgação da lista de Dunga, multiplicaram-se os protestos de torcedores cruzeirenses. Já se foi o tempo em que os brasileiros se orgulhavam por verem os atletas do próprio clube vestindo a camisa amarela. Afinal, de que vale perder jogadores para a Seleção agora, se,
Bráulio Siffert
durante as grandes competições, eles só serão titulares caso já tenham sido incorporados ao futebol europeu? Quem, além do mais, ainda se identifica com o selecionado brasileiro e vê nele uma legítima expressão do povo brasileiro? Os dirigentes da CBF, que se pretendem os grandes conhecedores do futebol nacional, deram ao problema uma solução “brilhan-
te”: no calendário 2015, os principais clubes não poderão jogar no mesmo dia da Seleção, mas terão jogos na véspera ou um dia depois. Em suma, afirmando resolver o problema, eles simplesmente o jogam para debaixo do tapete. Prova de que não estão comprometidos nem com a Seleção nem com os clubes, tampouco com os torcedores.
O América entrará com recurso contra a decisão do Superior Tribunal de Justiça Desportiva pela perda de 21 pontos pela escalação irregular do jogador Eduardo, decisão que, a princípio, deixa o time na lanterna da Série B. Apesar de ter sido uma desatenção da diretoria, as várias contradições da CBF tornam a punição absolutamente injusta e desmedida. Primeiro, que a CBF, que é quem possui efetivamente todos os registros de entradas e saídas dos jogadores dos clubes, divulgou o nome do atleta no Boletim Informativo
Diário (BID), permitindo sua escalação pelo América. Em outros casos, principalmente envolvendo times grandes, como Grêmio e Corinthians, a CBF, na ocasião de iminentes contratações, não permitiu a inscrição dos possíveis contratados, fazendo os times desistirem da transação. Além disso, um recente caso de escalação irregular pelo São Caetano, no ano passado, foi arquivado pelo STJD. Vale ressaltar que o regulamento de transferências da FIFA dá a entender que o atleta não pode jogar em mais de duas equipes em um mesmo campeonato, o que não foi o caso de Eduardo.