Edição 64 do Brasil de Fato MG

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16 ESPORTES

Clássicos finais

Galo e Raposa não terão descanso nos próximos dias. Treinador do Cruzeiro diz que não mudará “nenhuma vírgula” na tática

Minas Gerais

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9 ENTREVISTA

Arte: Muda Mais

O preconceito se modernizou? Rosane Pires fala sobre o Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, e quais são os problemas que os negros enfrentam hoje

14 a 20 de novembro de 2014 • edição 64 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

CULTURA

Cultura africana é de respeito Fotos: Arquivo Carla

No mês da Consciência Negra, Belo Horizonte recebe oficinas de Tambor de Crioula, uma tradição cultural de matriz africana. Os mestres Amaral e Carla Coreira, ambos do Maranhão, se apresentam em 15 de novembro no Núcleo de Estudos da Cultura Popular Reprodução/Oscar Niemeyer

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ESPECIAL

13 CULTURA

Reforma Política é A Bienal do Livro disputada começou Depois de declarações da presidenta Dilma, três projetos se apresentam para realizar uma Reforma Política. Entenda a diferença das propostas

Jornalistas, cantores e artistas têm presença confirmada na 4ª Bienal do Livro em Belo Horizonte. Confira preço dos ingressos, horário e local da Feira

Reprodução


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

editorial | Brasil

Mas aqui no estado, como no Brasil, seguem poderosos: donos dos meios de comunicação, da riqueza, do poder político na Assembleia e na representação do estado no Congresso nacional. No Senado, com Perrella, Aécio Neves e Anastasia, não poderemos contar com apoio para as reformas estruturais. Eles são contra a reforma agrária, tributária, a democratização dos meios de comunicação e a reforma política. Da mesma maneira que as forças conservadoras estão pressionando a presidenta a governar com o programa derrotado nas urnas, aqui em Minas pressionam para que a composição do governo estadual tenha nomes de confiança “do mercado” e dos “meios de comunica-

Como se comportarão as classes Passada as eleições, o importante é compreender como a luta de classes se comportará no próximo período. Muitos se iludem observando apenas o comportamento das lideranças partidárias e como elas aparecem na mídia burguesa. Porém, no Brasil, os partidos políticos são meros instrumentos de grupos e personagens, que nem sempre possuem correlação com os interesses de classes. A verdadeira luta se move entre as classes e seus interesses históricos. Há de um lado uma burguesia (financeira, fundiária, comercial e industrial), composta por não mais de 5% da população. Temos uma pequena-burguesia, composta por cerca de 10 a 15% da população. São os profissionais liberais, com alta renda, e pequenos comerciantes e empresários do setor de serviços e indústria. É a chamada classe média clássica, que não de-

O governo está entre esses dois projetos. E precisa agir logo, para demonstrar, pelo menos simbolicamente, de que lado está tém os grandes meios de produção, mas reproduz a ideologia da burguesia e tem muita influência na opinião pública, pela capilaridade e número de trabalhadores empregados. De outro lado, há a imensa maioria da população, entre 80 e 85%, que são os que vivem do seu trabalho. Estão distribuídos em inúmeras categorias e setores sociais, nas cidades e no campo. O projeto da classe dominante brasileira é voltar ao neoliberalismo, com a hegemonia total do grande capital financeiro, das empresas transnacionais e recolocando nossa economia na esfera depen-

dente dos Estados Unidos. Neste momento, a classe trabalhadora não tem um projeto claro, um programa unitário que aglutine suas mais diferentes formas de organização (movimentos, associações, partidos). Nos últimos meses, porém, ficou evidente que é possível a aglutinação ao redor da luta pelas reformas estruturais (tributária, agrária, urbana, educacional). Para alterar a correlação de forças, de modo a permitir avanços do governo, será necessário realizar uma reforma política, que virá apenas através de uma assembleia constituinte, soberana, que espelhe a vontade do povo, e exclusiva para mudar o sistema político. O governo está entre esses dois projetos. E precisa agir logo, para demonstrar de que lado está. Se cair nas emboscadas do PMDB, da mídia burguesa e outros porta-vozes da burguesia, e nomear ministros conservadores, perderá o necessário apoio popular. E será um governo marcado pela instabilidade, inércia e falta de credibilidade. Certamente 2015 será um ano que promete muita mobilização, disputa política e ideológica entre as classes.

editorial | Minas Gerais

Contra a direita, por direitos Ainda estamos sob forte influência do resultado eleitoral. Ânimos acirrados, principalmente por parte das forças conservadoras derrotadas. Seguem na ofensiva. No Congresso, derrubaram o Decreto de Participação Social e tentam bloquear a convocação da Constituinte para fazer a reforma política. Reivindicações que nasceram no calor das mobilizações de junho de 2013. Querem barrar o aprofundamento da democracia no Brasil. O medo não é perder um ou outro privilégio, dos muitos que eles têm. É o medo da participação popular, com tudo o que ela significa e significará, forçando a entrada na história dos que nunca foram chamados a participar. Em Minas, derrotamos 12 anos de governo do PSDB. Não foi pouca coisa. Não foram por acaso as três derrotas do partido no estado, a de Pimenta, e a de Aécio para a Dilma no primeiro e segundo turno.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

A derrota do PSDB em Minas é resultado da ação dos movimentos sociais e da militância ção”. No entanto, a derrota do PSDB em Minas é resultado da ação dos movimentos sociais e da militância. Com a diferença que a aguerrida ação militante em âmbito nacional durante o segundo turno, em Minas, já desde alguns anos esteve presente e atuante na luta política. O projeto neoliberal foi derrotado nas urnas e nas ruas. Precisará ser derrotado na composição dos governos. Minas tem tudo para contribuir decisivamente nesse enfrentamento. No estado, os movimentos sociais têm atuado de forma organizada. A luta pelo plebiscito oficial sobre a constituinte para a reforma política ganha cada dia mais corpo. Minas recolheu o segundo maior número de votos no plebiscito popular: um milhão e trezentos mil. Os comitês que fizeram esse trabalho seguem reunidos e atuando. Não é pouca coisa. É o fundamental, pois a semente do projeto popular é quem vai impor de vez a derrota aos ricos e, hoje, poderosos.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Fotografia: Agência Eficaz. Estagiária: Raíssa Lopes. Administração: Vinicius Moreno. Distribuição: Larissa Costa. Diagramação: Luiz Lagares. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Endereço: Rua da Bahia, 573 – sala 306 – Centro – Belo Horizonte – MG. CEP: 30160-010. Tiragem: 40 mil exemplares.


Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

CIDADES

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Ciclovias do Parque Municipal só podem ser usadas por crianças DIVERGÊNCIAS Ciclistas criticam a restrição e recolhem assinaturas pela liberação das vias do parque Wallace Oliveira Em outubro, a Prefeitura de Belo Horizonte, por meio da BHTrans, inaugurou duas ciclovias no Parque Municipal Américo Renné Gianetti, centro da cidade. Uma delas fica no Largo do Sol, com 302 metros de faixa cíclica. A outra, situada no Largo dos Marrecos, tem 185 metros. De acordo com a Fundação de Parques Municipais, a implantação das duas vias teve como objetivo “criar alternativas de lazer para as crianças e adolescentes, ampliando o tempo de permanência desse público nos parques”, bem como “estimular a prática de esporte, lazer e a socialização entre as crianças e seus familiares”. Segundo a assessoria de comunicação, a Administração do Par-

que estuda alternativas para atender a todos os públicos. Só poderão trafegar pelas ciclovias crianças com até 12 anos, com bicicletas de aros 12, 14 ou 16. Proibição gera críticas Para a educadora Irene Benevides, a regra responde inadequadamente ao intuito de estimular o uso da bicicleta por crianças. “A criança não poderia estar acompanhada dos pais? Os pais só podem acompanhar a criança a pé?”, questiona. O professor Moacyr Anício reconhece que a segurança dos pedestres deve ser preservada, mas sustenta que a melhor solução passa pela educação dos usuários, e não pela limitação do uso do espaço. “O parque deve ser aberto às bikes, mas com a consciência de que aquele espaço é dedicado

ao relaxamento, ao descanso”, defende. Para Vinícius Mundim, da Associação dos Ciclistas Urbanos de Belo Horizonte (BH em Ciclo), a ideia de que as bicicletas prejudicam a tranquilidade dos pedestres não se justifica. “Há exemplos em todas as capitais brasileiras, como Curitiba e São Paulo, onde os parques possuem ciclovias demarcadas ou vale o compartilhamento. No caso do Parque Municipal, as ruas internas são muito largas, o que possibilita demarcar uma ciclovia de 3 metros de largura e os pedestres permanecerem com pelo menos 5 a 7 metros restantes”, argumenta. Desde o início de 2013, a BH em Ciclo tem discutido a questão com a BH/ Trans. Após a inauguração das duas ciclovias, a asso-

Escolas recebem kits de livros afro-brasileiros EDUCAÇÃO Belo Horizonte põe em prática ensino para a diversidade Rafaella Dotta Foi realizada na quartafeira (12), no teatro Francisco Nunes, a apresentação do kit de Literatura Afro-brasileira para 2015. Dezenas de escolas de ensino fundamental, infantil e de jovens e adultos de BH receberão 47 títulos de literatura afro-brasileira até dezembro. O programa, que começou em 2004, é uma iniciativa da Prefeitura e está em sua 5ª edição. Os livros são enviados às bibliotecas e espaços de leitura de escolas do município e podem ser usados por professores e alunos. “Os livros do kit ficam em uma prateleira identificados como literatura afro e literatura indígena e são muito procurados pelos alunos, pois são lindos” conta Virgínia Helena Tolomelli, auxiliar de biblioteca da escola José de Calazans.

A bibliotecária acredita que o foco positivo sobre a cultura e vida dos negros é fundamental para o aumento da autoestima dos alunos. “Que criança quer se ver identificada com escravos, com pessoas que sofreram tanto? Então, é uma outra visão do negro, de um negro que deu certo e tem possibilidades e as crianças se veem retratadas e se reconhecem”, diz Virgínia. O objetivo do programa, segundo Mara Catarina Evaristo, é incluir aspectos da cultura africana nas escolas, abordada de forma positiva. Mara é coordenadora do Núcleo de Relações Étnico-raciais, órgão da prefeitura, e lidera este trabalho desde 2011. “Há 10 anos tínhamos a lei [10.639/2003], e hoje avançamos. Percebemos que a dança, a história e a cultura africanas estão mais pre-

Michele Fernandes/AgEficaz

Reprodução/centrosulonline

Ciclistas organizaram petição pela liberação das bicicletas nos parques

ciação organizou uma petição para colher assinaturas em apoio à liberação das bicicletas nos parques. “Já temos mais de 580 assinaturas e pretendemos colher mais. A demanda também

será levada à Câmara Municipal, onde há um projeto de lei que pretende derrubar o decreto”, informa Vinícius. A petição pode ser acessada pelo site bhemciclo.org.

PERGUNTA DA SEMANA O câncer de próstata atinge grande parte da população masculina, sendo o segundo tipo que mais mata, atrás apenas do câncer de pele. Mesmo assim, o tema ainda enfrenta muitas barreiras e quase 50% dos brasileiros nunca foram ao urologista. Se diagnosticado precocemente, o paciente tem cerca de 90% de chance de cura. Este mês o câncer de próstata ocupas as ruas do país com a campanha Novembro Azul, realizada por diversas entidades. A campanha chama a atenção da sociedade e dos homens sobre a importância do diagnóstico precoce.

Você sabe qual é a importância de fazer exames e a prevenção do câncer de próstata?

sentes” afirma. A expectativa é que o programa estimule também a produção literária. “Hoje há um universo maior de livros, que antes não havia no mercado. Com esses programas as editoras procuraram lançar uma gama de livros muito legal”, conta a diretora Sandra da Conceição Silva Santos, da Escola José de Calazans.

O câncer é uma coisa que é muito perigosa, então tem que prevenir mesmo. Tem que fazer o exame para descobrir se tem, senão não dá tempo de fazer o tratamento e conseguir a cura. Valdomiro Vieira Barreto, 70, aposentado

Qualquer tipo de doença tem que ser prevenida. Minha mãe teve câncer e sei o que é passar por isso, não é uma doença fácil. É importante se prevenir, passar pelas orientações, fazer os exames e os cuidados para não precisar passar pela doença.

Bruno Colares, 32, funcionário público


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CIDADES

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

Bombou na rede

Projeto Nova BH pode ter participação da sociedade

#DevolveGilmar

OFICINAS Encontros serão realizados nas oito regionais atingidas pela operação Maíra Gomes

Reprodução

Depois de quase um ano de reuniões, debates, denúncias e manifestações, o projeto de replanejamento urbano “Nova BH” finalmente parece responder aos apelos da população. Na última quinta (6), a Prefeitura de Belo Horizonte apresentou o plano de participação popular do que agora chama de Operação Urbana Consorciada (OUC) Leste-Oeste. “A prefeitura anunciou que está recomeçando a Nova BH, com outro nome. Na verdade, tiraram algumas poucas coisas do plano urbanístico e abriram para discussão”, explica Fernando Soares, militante pela Reforma Urbana do PSOL -BH, que acompanha o debate desde o início. Com o intuito de dar mais visibilidade ao projeto, a PBH criou uma página em seu site com todas as informações sobre o assunto. Entre os dias 10 e 25 de novembro, estão sendo realizadas oficinas de orientação e debate nas regionais afetadas pelo novo planejamento. Para o início de 2015 estão previstas audiências públicas para debater temas como estrutura urbana e mobilidade.

Operação Urbana vai traçar metas de 25 anos para capital

Novo projeto traz poucas mudanças, mas PBH se propõe a dialogar com população De acordo com Fernando, o novo projeto apresenta poucas mudanças com relação ao anterior, mas, desta vez, a PBH se propõe a dialogar com a população, ponto de maior insatisfação dos movimentos de questão urbana que acompanhavam o Nova BH. “A PBH está fomentando a discussão com a cidade. Isso não aconteceu quando o projeto foi apresentado, já como uma coisa sacramentada. Agora há uma possibilidade de maior participação, de pressão

18/11

e manifestação da sociedade”, acredita a conselheira do Conselho Municipal de Políticas Urbanas (Compur) Fátima Gottschalg. Para Gladstone Otoni, que também é conselheiro do Compur, a novidade real é a possibilidade de participação popular, mas o povo deve estar atento. “Vão nos apresentar o projeto, ainda assim não há garantia de voz do cidadão e que sejam acatadas suas opiniões e sugestões”, pondera. Mudanças reais e garantias para a população são desafios Ainda que a Prefeitura se proponha a debater com a população, há ainda respostas a serem es-

19/11 19h - Leitura de poemas: Dora Oliveira e convidados.

9h - Reabertura do auditório Joaquim Benfica.

20h - Palestra:

Espaço Cultural dos servidores da PBH

Tema: Cotas Universitárias,

19h15 - Introdução ao tema, pequena análise do filme.

Genocídio da população negra e

19h30 - Exibição de filme:

Mercado de Trabalho

“Panteras Negras” de Mário Van Peebles.

Composição da Mesa: 20/11

- Bloco das Pretas (representante: Miriam Alves) - Coletivo Negro João Cândido (representante: Juliano Lopes)

19h - Introdução ao tema, pequena análise do filme.

- Grupo Reage Minas (representante: Marco Antônio)

19h30 - Exibição de filme:

Mediadora: Cleide Donária - diretora Sindibel

“Doze anos de escravidão” de Steve McQueen.

de 18 a 20 de novembro DE 2014 www.sindibel.com.br

www.facebook.com/sindibel

Local: Auditório Joaquim Benfica (auditório Sindibel): Av. Afonso Pena, 726, 18º andar, Centro, BH/MG - ENTRADA GRATUITA

clarecidas. “Precisamos saber se há de fato contrapartida de inclusão das famílias que serão removidas ou se elas vão ser jogadas pra fora desse filé que é a região atingida pela Operação Urbana”, aponta Gladstone. Estão previstas cerca de 340 remoções no pla-

Há quase um ano, o ministro do STF Gilmar Mendes, indicado pelo PSDB, pediu vistas ao processo que proíbe o financiamento de empresas, após a maioria do STF se pronunciar pela inconstitucionalidade desse financiamento. Campanha nas redes sociais denuncia: as dez empresas que mais doaram na campanha eleitoral elegeram 360 deputados, ou seja, 70% da Câmara Federal. #DevolveGilmar

#DóndeEstás?

“Vão nos apresentar o projeto, mas não há garantia de voz” no urbanístico. “Estamos falando de família que estão há 60 anos no local, quem mora lá deve ser ouvido. BH precisa de um projeto desse tamanho, essa é a melhor proposta para a cidade?”, questiona. Fernando Soares também defende que a população deve ser consultada sobre a realização ou não de uma Operação Urbana Consorciada. “O instrumento OUC é um consórcio. Se uma das partes não está de acordo, ele não pode existir. E uma delas é a população”, reforça. Os dois pedem que a PBH esclareça quem está no processo de gestão e elaboração do novo formato da OUC. “É preciso ser criada uma comissão, com entidades da sociedade presentes, para gerir o processo durante os próximos 25 anos”, sugere Fernando.

43 estudantes da cidade de Iguala no México estão desaparecidos desde o dia 26 de setembro. Eles pediam melhorias no ensino na cidade. Segundo a polícia, eles foram executados por traficantes a mando do prefeito, que estava foragido e foi preso. Já foram realizados protestos de rua, fechamento de aeroportos e mobilizações nas redes sociais e nos estádios.

Frida Kahlo sempre bomba


Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

MINAS

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Um balde de água gelada ELA Diagnosticada com doença, servidora pública luta para ter acesso a tratamentos Ana Paula Guerra Entre 2012 e 2013, a oficial de apoio do Juizado Especial de Contagem Alessandra Carla de Macedo Batista estava passando por muito stress no trabalho. Ela sentia fortes câimbras na perna direita e um peso muito grande nos membros inferiores. Procurou diversos ortopedistas, até que um deles a encaminhou para um neurologista. Mesmo depois de dezenas de exames, nenhum especialista conseguiu concluir o diagnóstico. Depois de pagar por consultas particulares, lidar com o despreparo de médicos e enfrentar dificuldades com o plano de saúde, no início deste ano ela conseguiu um protocolo no Hospital Sarah Kubitschek. Lá, a servidora realizou todos os exames de que pre-

cisava. Um mês depois de terminados os exames, uma médica passou o diagnóstico: ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica. Apesar do “banho de água gelada”, Alessandra não ficou totalmente surpresa: após tanto pesquisar, ela já imaginava ser portadora dessa doença rara. “Eu já estava me preparando para isso, mas ali, naquele dia, tive para mim que estava recebendo a minha sentença de morte”, lembra. Depois disso, a oficial de apoio precisou voltar a procurar um neurologista, pois a unidade de Belo Horizonte do hospital Sarah não faz acompanhamento de pacientes portadores de ELA. Atualmente, Alessandra toma o Riluzol, medicamento que vem mostrando alguma ajuda no aumento

da sobrevida dos pacientes. “Embora seja muito caro, o remédio apresenta poucos resultados”, lamenta Alessandra. Seu filho encontrou, após pesquisar, uma outra alternativa: o protocolo Deanna, desenvolvido por um médico dos Estados Unidos. “É um composto vitamínico que reúne em poucas cápsulas o que o paciente levaria 120 comprimidos para absorver”, explica Rafael. O grande problema é que esse blend de medicamentos custa quase R$ 3mil mensais, com os impostos de importação. Dificuldades Alessandra anda hoje com ajuda de uma bengala. Ela não consegue subir degraus, pois não aguenta mais impulsionar as pernas. “Durante o dia, tenho que escolher onde fi-

Os professores na TV

Ana Paula Guerra

Apesar das dificuldades impostas pela doença, Alessandra não perde fé na vida

car dentro de casa, pois, sozinha, não consigo sair dali”, relata. Alessandra precisa comprar uma cadeira de rodas mais leve, pois a que tem hoje é pesada demais para a pouca força que tem nos braços, e também uma cadeira especial para banhos. Custear tudo isso está cada vez mais difícil para a família. Autônomo, Gilberto, o marido de Alessandra, precisa deixar de trabalhar vários dias por semana para conseguir levar e buscar a esposa nos tratamentos e

consultas. “Não há mais como deixá-la sozinha, pois ela já sofreu seis quedas. Precisamos estar sempre por perto para evitar que ela se machuque”, explica. Todas essas dificuldades, porém, não são suficientes para esgotar a fé que Alessandra tem na vida: “Não posso simplesmente aceitar a fatalidade e a ausência de alternativas que a doença impõe. Eu prefiro não deixar que o conformismo mande em mim. Eu preciso e vou me arriscar a encontrar um caminho”, ensina.

eLa – a doenÇa do “BaLde de GeLo”?

domingo - 8h25 - TV Band Minas

quarta - 11h | sexta - 20h | sábado - 16h - TV Comunitária de BH www.youtube.com/sinprominas O programa de TV do Sindicato dos Professores do Estado de Minas Gerais. Temas relacionados à educação e assuntos em debate na sociedade.

anos

Filiado à Fitee, Contee e CTB - www.sinprominas.org.br

A ELA - Esclerose Lateral Amiotrófica - a “doença do balde de gelo”, é uma doença degenerativa do sistema nervoso que leva à paralisia motora progressiva, irreversível, de maneira limitante. De causa desconhecida, a ELA pode provocar rapidamente a paralisação total de atividades como andar, falar, deglutir e até respirar. Mas, como a doença não afeta as capacidades intelectuais, o paciente percebe tudo que acontece à sua volta, vivenciando lucidamente a doença e sua progressão. Ainda não existe cura. O tratamento é feito de forma interdisciplinar por neurologista, fonoaudiólogos, fisioterapeutas, terapeutas ocupacionais, nutricionistas e psicólogos. Recentemente, o “desafio do balde de gelo” ganhou adeptos em todo o mundo, com o objetivo de tornar a doença conhecida e também captar recursos para o desenvolvimento de pesquisas sobre a síndrome. Um balde de água gelada na cabeça, um arrepio que percorre o corpo todo e provoca um grito que sai das profundezas do ser. Essa seria a tradução do que sente um paciente no momento em que recebe o diagnóstico de ELA.

Corrente do Bem Quem puder ajudar, doando à Alessandra alguns dos itens relacionados na matéria, basta entrar em contato pelo telefone: (31) 30253515. Quem preferir fazer doações em espécie, os dados bancários são:

Alessandra Carla de Macedo Batista Banco Itaú Agência 5325 Conta-Poupança: 03237-2/500 A prestação de conta de todas as doações será publicada no blog: aleeela.blogspot.com.br/


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ESPECIAL

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

Reforma política: de quem será a decisão? DEMOCRACIA Conheça as diversas propostas em debate sobre as mudanças no sistema político Mídia Ninja

Joana Tavares De tempos em tempos, uma demanda social parece aglutinar toda a população e se colocar como saída para os problemas da nação. Agora, a bola da vez é a reforma política. Palavra de ordem dos protestos do ano passado, pautou as campanhas eleitorais e aparece em conversas e propostas de todo o espectro político, da direita à esquerda. Mas nem todos pensam a mesma coisa quando falam a expressão. Uma reforma política pode significar pequenas alterações na legislação eleitoral ou uma transformação radical na democracia. O tema foi a estrela do discurso de vitória da presidenta reeleita. Dilma Rousseff, que chegou a propor um plebiscito sobre o assunto no calor das manifestações de junho, voltou a defender a reforma política como uma prioridade em seu novo governo. Além das declarações da presidenta, há pelo menos três grandes propostas

colocadas. Uma delas é do Congresso Nacional. A Câmara dos Deputados criou uma comissão para debater o tema no ano passado e formulou uma Proposta de Emenda à Constituição, a PEC 352/2013, que faz algumas alterações pontuais na regra do jogo eleitoral. Neste segundo semestre de 2014, o presidente da Casa decidiu recolocar a proposta em discussão. Os congressistas tentam se aproveitar do clima de cobrança por participação social e propõem que a PEC seja alvo de referendo. No entanto, isso quer dizer que a população poderá apenas dizer se concorda ou não com uma proposta já aprovada pelo Congresso. De outro lado, centenas de organizações da sociedade civil se uniram em setembro deste ano para realizar um plebiscito popular que consultou a população sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva e soberana do sistema político. Mais de cem dessas entidades, desde o ano passado, recolhem as-

Foram realizados atos em diversas capitais do país, como São Paulo, no dia 13, pedindo a convocação de um plebiscito oficial

sinaturas para um projeto de lei de iniciativa popular sobre a reforma política. E há ainda a pressão para a convocação de um plebiscito oficial, em que a sociedade brasileira

possa votar efetivamente pela convocação da Constituinte, a exemplo do que foi feito em 1988, e possa decidir sobre os principais temas que envolvem o sistema político. Essa ConsConic

Agência Brasil

“Meu compromisso, como ficou claro durante toda a campanha, é deflagrar essa reforma, que é responsabilidade constitucional do Congresso, e que deve mobilizar a sociedade por um plebiscito”

“Sem a reforma política, não faremos as demais reformas: tributária, fiscal, previdenciária, da educação, da saúde etc. Precisaremos também fazer a séria reforma do judiciário”

Dilma Rousseff, em seu discurso após o anúncio da reeleição como presidenta, 26 de outubro de 2014

Dom Joaquim Mol, bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, em artigo publicado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)

tituinte, no entanto, seria exclusiva para este tema e seria dissolvida depois de terminados os trabalhos.

Humanos Direitos

“As instituições que lutam pelos Direitos Humanos, há tempos ressaltam a urgência desta questão. A Reforma Política não pode ser mais adiada. O Brasil precisa entender que, para as grandes transformações das nossas doenças sociais e crônicas, ela é o único remédio” Dira Paes, atriz e vice-presidenta da organização Humanos Direitos, em artigo chamado “Miséria e reforma política”


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ESPECIAL

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PEC Vacarezza Mudar para ficar como está

Projeto de lei de iniciativa popular

Plebiscito por Assembleia Constituinte

Em julho de 2013, foi criado na Câmara dos Deputados um grupo de trabalho com o objetivo de estudar e apresentar propostas referentes à reforma política. Foram realizadas 13 reuniões, durante quatro meses, e formulado um conjunto de propostas, reunidas na PEC 352/13. A Proposta de Emenda à Constituição foi apelidada com o nome do relator da comissão especial, Cândido Vacarezza, do PT de São Paulo. No início de novembro de 2014, o presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves, retomou a PEC. A Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania da Câmara adiou para o dia 25 de novembro a discussão do tema. A proposta é que sejam feitos debates públicos e audiências prévias. Outros temas, além daqueles contidos na PEC, podem entrar na proposta.

Em setembro de 2013, mais de 100 entidades da sociedade civil lançaram a Coalização Democrática para a Reforma Política e eleições limpas. Organizações como a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) e Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral (MCCE) produziram um projeto de lei iniciativa popular - Projeto de Lei nº 6.316, de 2013 - para mudar o sistema político. A coalização defende uma série de reformas estruturais, como a urbana, agrária, a democratização dos meios de comunicação e melhorias nos serviços de saúde, educação e transporte, e, para isso, defendem a democratização do poder político, com participação da sociedade civil.

O QUE MUDARIA?

Desde novembro de 2013, 450 entidades se mobilizaram para construir uma consulta à população em relação à necessidade de convocação de uma Assembleia Constituinte para fazer a reforma do sistema político. O chamado plebiscito popular recolheu mais de 7, 5 milhões de votos em todo o país durante a semana da pátria (1 a 7 de setembro). Os votos foram entregues aos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário em outubro, como forma de pressão para a convocação de um plebiscito oficial. Os movimentos sociais e sindicais reivindicam que a população possa votar pela convocação de uma Constituinte, aos moldes do que foi feito em 1988, que terá a responsabilidade exclusiva de votar temas referentes à reforma do sistema político. Essa Constituinte não poderia ser composta por atuais membros do Congresso nem teria suas decisões submetidas a eles.

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O QUE MUDARIA?

O QUE MUDARIA? *

Voto facultativo; fim da reeleição para o Executivo; todas as eleições seriam realizadas no mesmo momento.

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As coligações eleitorais precisam se manter até o fim da legislatura dos eleitos, transformando-se em blocos parlamentares.

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Não muda: A forma de financiamento de campanha, que continua podendo ser feita por recursos públicos ou privados, a critério dos partidos, com a limitação de um teto.

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Não muda: Mecanismos de participação da sociedade. A PEC se concentra em temas relativos ao processo eleitoral.

COMO? Depois de aprovada na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania na Câmara, será criada uma comissão especial para analisar seu conteúdo. Depois, a matéria deve ser votada na Câmara. Se aprovada por 3/5 dos deputados em dois turnos, segue para o Senado, onde também precisa ser aprovada em dois turnos. O Congresso propõe submeter a proposta a um referendo, para ser aprovada ou não pela população.

O que é? Referendo: Previsto na Constituição Federal, um referendo precisa ser convocado por decreto legislativo. A população pode decidir se aprova ou rejeita uma proposta já discutida pelo Congresso. O último referendo foi realizado em 2005, quando a sociedade rejeitou a alteração da lei sobre comercialização de armas de fogo no país.

Saiba Mais ...

migre.me/mOSaA

Proibição do financiamento de campanhas por empresas, com a proposta de criação de um Fundo Democrático de Campanha, composto por doação de pessoas físicas.

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Fim do sistema de votação em lista aberta, com a realização de eleições por um sistema proporcional em lista pré-ordenada e em dois turnos

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Alternância de gênero na composição da lista partidária, para garantir que 50% dos cargos sejam ocupados por mulheres

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Fortalecimento da democracia direta e participativa, com nova regulamentação sobre os instrumentos atuais (plebiscito, referendo e projetos de iniciativa popular) e fortalecimento dos conselhos de políticas públicas

COMO? Um projeto de lei iniciativa popular precisa de assinaturas de 1% do eleitorado, que corresponde a cerca de 1, 5 milhões de pessoas. Para este projeto, já foram coletadas 520 mil. Depois de protocolado na Secretaria-Geral da Mesa da Câmara, que confere se as exigências foram atendidas, o tema segue para votação no Congresso e depois para sanção presidencial.

O que é? Projeto de lei de iniciativa popular: a Constituição de 1988 assegura que entidades da sociedade podem apresentar projetos de lei. Desde então, o Congresso converteu em norma quatro propostas. A última foi a Lei da Ficha Limpa, em 2010, que veta candidatura de políticos que tiveram o mandato cassado, que renunciaram para evitar cassação ou que foram condenados por órgãos colegiados (com mais de um juiz).

Saiba Mais ...

reformapoliticademocratica.org.br

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A Câmara dos Deputados e o Senado atuais não teriam poder sobre as decisões a serem votadas pela Constituinte eleita

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A população votaria em representantes exclusivamente eleitos para este fim, que teriam o compromisso de votar os temas de interesse social

*

A reforma do sistema político passaria por mudanças eleitorais, como forma de financiamento de campanha e coligações, e por outros temas, como a democracia direta e participativa

*

Democratização da comunicação e do Judiciário e mecanismos de participação popular também seriam debatidos e votados

COMO?

Foi protocolado na Câmara dos Deputados, no dia 30 de outubro, um projeto de decreto legislativo para a realização de um plebiscito sobre a convocação de uma Assembleia Constituinte exclusiva e soberana do sistema político. Se aprovado, a Câmara tem dois anos para convocar o plebiscito, no qual a população irá votar se concorda ou não. Se a maioria decidir pela Constituinte, será feita uma eleição de representantes com a função exclusiva de decidir sobre o tema.

O que é? Plebiscito: tem a função de consultar a população antes de criar um ato legislativo ou administrativo. Também previsto na Constituição de 1988, só foi convocado nacionalmente uma vez, em 1993, quando a sociedade foi consultada sobre a forma de sistema de poder, escolhendo o presidencialismo. No estado do Pará, a população votou contra a criação de duas novas unidades federativas em 2011.

Saiba Mais ...

plebiscitoconstituinte.org.br


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OPINIÃO

Acompanhando

Na edição 36... Açucena contra o Mineroduto ...E agora Na sexta (7), o Conselho Estadual de Política Ambiental de Minas Gerais (Copam-MG), aprovou a Licença Prévia para a instalação da mina em Morro do Pilar, da Manabi S/A, empresa que também pretende instalar no Espírito Santo um porto para escoar o minério e um mineroduto que atravessa todo o estado. Causaram preocupação ao Ministério Público Estadual (MPE) e aos ambientalistas, os planos da Manabi de “arredar” um trecho de 8,5 km da Estrada Real para instalar uma pilha de rejeitos, a supressão de Mata Atlântica e o impacto para as comunidades tradicionais na área onde a obra será implantada.

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

Rennan Martins

Marcio Pochmann

O cerco e a saída

Sistema político e eleitoral mantém desigualdade

Após a derrota nas urnas, as forças do atraso e da subserviência demonstram que não possuem apreço algum pela democracia. Sinalizam que não hesitariam em virar a mesa se preciso for. O objetivo é esvaziar a pauta do aprofundamento das reformas e da inclusão social. O setor financeiro fez ofensiva em torno do Ministério da Fazenda. Diz que a pasta precisa de um nome que dê “confiança” aos mercados. A receita? Ajuste fiscal “violento” e arrocho nos juros. Alegam que essas medidas, que estão afundando a Europa, terão resultado diferente aqui. O PSDB pede uma descabida “auditoria especial” do segundo turno. O resultado foi previsto pelo Ibope e Datafolha do dia 25, o tucanato sabe que refletem a realidade. O objetivo desse teatro é alimentar a militância antipetista. Essa horda que enche de ódio as redes sociais sem informações verídicas e se somam a capa fraudulenta da Veja. O Congresso Nacional também entrou na dança. Derrubou o decreto da participação social clamada pelas ruas e faz de tudo para enterrar a reforma política mais uma vez. Duas bandeiras caras aos que foram às ruas ano passado. O cerco ao Palácio do Planalto está intensificando. A oposição quer frear o ímpeto do aprofundamento democrático e empurrar goela abaixo a receita recessiva derrotada nas urnas. A direita e sua imprensa já demonstraram que “não vão dar trégua”, nas palavras de Aloysio Nunes. Mesmo que faça um governo à Aécio Neves, não haverá conciliação. Dilma precisa apoiar-se naqueles que a reelegeram a fim de imprimir sua marca: a esquerda, a mesma que a empurrou com todas as forças no fim do segundo turno e que fez o contraponto à visão única da grande mídia. Esta é a única maneira de fazer as reformas que tanto precisamos. Rennan Martins é editor do portal Desenvolvimentistas Leia a íntegra em www.adital.com.br

Foto da semana

A bandeira da reforma política com participação social deve ocupar a agenda nacional. A sociedade brasileira, que se constituiu originalmente herdeira da escravidão, tem como marca fundamental a desigualdade. Não obstante os resultados positivos colhidos desde os anos 2000 em relação à redução das iniquidades na repartição da renda, ainda permanece no país significativa desigualdade na representação do voto popular. A universalização do voto no Brasil é relativamente recente. Somente a partir de 1985, com a transição do regime militar (1964-1985), que a população analfabeta passou a ter o direito de votar nas eleições. Antes de 1932, todas as mulheres e os homens pobres eram excluídos das eleições, o que permitia que menos de 5% da população votasse. A desigualdade na representação se expressa por várias dimensões. Na Câmara, do total dos deputados, apenas 8% são mulheres, enquanto a população do país se constitui de 51% do sexo feminino; 92% dos deputados federais se declaram brancos e 8% não brancos (negros, pardos e amarelos), ao passo que 48% de todos brasileiros atestam serem brancos e 52% não brancos. Do total dos deputados federais, 49% têm como ocupação principal a de empregador e 19% a de empregado, enquanto a participação dos empregadores no total da população ocupada atinge somente 3% ante 61% dos ocupados que se declaram empregados. Por ser um país sem tradição democrática – são cerca de cinco décadas de períodos democráticos em 500 anos de história – a realização de uma profunda reforma política, urgente e intransferível, poderia reconectar o conjunto da população com a verdadeira política. Marcio Pochmann é professor do Instituto de Economia e pesquisador do Centro de Estudos Sindicais e de Economia do Trabalho da Universidade Estadual de Campinas. Leia a íntegra em www.adital.com.br

PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. piseagrama

Na edição 24... Viaduto Santa Tereza é fechado sem aviso à população ...E agora A Prefeitura de BH anunciou que a obra de reforma do Viaduto Santa Tereza, prometida para outubro deste ano, será entregue apenas em janeiro de 2015. Enquanto isso, movimentos denunciam que grupos culturais da cidade que nasceram no local estão sem espaço para realização de eventos. Na sexta (14), o movimento Viaduto Ocupado, que luta pela volta do local e reúne diversos grupos, realiza um evento com diversas apresentações culturais, a partir das 20h.

Esta foto ilustra o projeto PISEAGRAMA, uma revista que propõe uma reflexão sobre espaços públicos “existentes, urgentes e imaginários”, conforme sua definição. Articula e promove relações entre as artes, a política e a vida cotidiana, publicando histórias, ensaios críticos, jornalismo literário e práticas urbanas, com foco na noção de público. Após a publicação de seis números, a PISEAGRAMA está mudando seu visual e dobrando as páginas. Para a sua publicação, está aberta até o dia 21 de novembro uma “arrecadação” coletiva de verba, no site Cartarse (http://www.catarse.me/ pt/piseagrama).


Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

ENTREVISTA

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“O 20 de novembro é a data mais importante do calendário” CONSCIÊNCIA NEGRA Educadora fala dos avanços e desafios da luta contra o preconceito Rafaella Dotta Rosane Pires, educadora formada em Letras, trabalhou durante três anos no Ministério da Educação, onde ajudou a preparar materiais para a formação de professores sobre a questão étnica. Foi uma das proprietárias da livraria étnica Sobá, que, segundo ela conta, “era um espaço de conhecimento e de intervenção na cidade”. Atualmente, Rosane é integrante da Rede Afro LGBT, organizada em Minas Gerais desde 2013, e conselheira municipal de Promoção da Igualdade Racial. Nesta entrevista, ela traz conhecimentos sobre a questão racial com experiências do seu dia a dia. Brasil de Fato - Qual a importância do feriado do Dia da Consciência Negra e por que 20 de novembro? Rosane Pires - O 20 de novembro, do meu ponto de vista, é a data mais importante do calendário, em função do número de pessoas que se autoidentificaram como negras no nosso Brasil no último senso. Nossa população é composta por 52% de negros, que, segundo o IBGE, são pretos e pardos. O movimento negro faz a leitura de que são todos negros. E pensar que 52% da população de um país não acessa livremente todos seus direitos reforça a necessidade de pensar políticas públicas específicas para essa população. Esse dia traz a lembrança de nossos ancestrais, a lembrança da África e a luta do povo negro. É o dia da morte de um grande líder, o Zumbi de Palmares. Ao invés de ser um dia de dor, é um dia de reforçar a luta pelos direitos da população negra. Quais são as formas de preconceito que os negros enfrentam hoje? Há um preconceito institucional muito forte, que

o Estado precisa dar conta de extinguir. Agora, do ponto de vista do cotidiano, está em curso uma absorção da cultura de matriz africana. Atualmente, você percebe uma presença das batidas, do vestuário, da estética negra nas cidades. Isso acontece porque uma parcela de artistas incorpora essa tradição étnica, porém, retira o

Michele Fernandes/AgEficaz

tá tomando o anticoncepcional? Eu digo não, porque eu não vou engravidar, mas eu quero me proteger contra doenças sexualmente transmissíveis e não existe nada. A gente se junta para tentar amenizar as dores e estar entre pares é sempre muito

“O olhar dela [da polícia] para o jovem negro é, de fato, de ele ser uma possibilidade de ser fora da lei”

“Esse dia traz a lembrança de nossos ancestrais, a lembrança da África e a luta do povo negro. É o dia da morte de um grande líder, o Zumbi de Palmares”

protagonismo da população negra. Há ícones negros nesses ambientes, mas não há população negra nesses lugares. É possível ver em várias lojas uma linha étnica de estampas, que está dominando todas as vitrines, mas não leva junto a população negra. É como se a tradição negra tivesse sido encampada pela sociedade, mas as pessoas negras não. Só a sua cultura, a sua estética interessa, você pode continuar na sua periferia, com a sua vulnerabilidade, na sua condição socioeconômica inferior. É o que a contemporaneidade está trazendo. Recentemente, saiu um estudo de que a polícia brasileira mata 30 vezes mais que a polícia dos EUA. Isso tem maior impacto na população negra? Com certeza. No imaginário brasileiro você tem, gradativamente, os modelos: o homem, branco, de 30 anos, completamente isento de violações e acima de qualquer suspeita. Na outra margem está o homem negro de até 30 anos com o nível de periculosidade extremado. O imaginário da população é: “um jovem negro cruzando contigo na rua, segure a

bom. O que nos une é muito mais forte do que o pertencimento étnico e é mais que a orientação sexual. É um coletivo bem ampliado, a Rede Afro LGBT está em 17 estados e está em Minas Gerais desde dezembro de 2013. Rosane Pires: “A classe alta não quer abrir mão de nem 1% do que ela tem“

“Hoje, você percebe uma presença das batidas, do vestuário, da estética negra nas cidades” sua bolsa!”. E esse imaginário toma outras conformidades, dependendo de quem o coloca em uso, e a polícia está inserida na nossa sociedade. O olhar dela para o jovem negro é, de fato, de uma possibilidade de ele ser fora da lei. Eu até ouso dizer que há uma articulação por trás disso. No grupo que coordeno na Pampulha, trabalho com funcionários da prefeitura. Quando os ACEs [Agentes Comunitários de Endemias] vão visitar determinadas residências, os meninos negros dizem claramente: “Rosane, pra eu entrar em casas do bairro Bandeirantes e Jaraguá, eu tenho que estar com uma mulher e tem que ser branca. Eles não permitem que eu entre na casa deles porque acham que sou bandi-

do”. E os meninos se ressentem muito, faz um mal muito grande e eles precisam até mesmo de acompanhamento psicológico. Você, como integrante de um movimento afro e LGBT, acha que existem situações específicas do sujeito que é homossexual e negro? Existe uma violência em função da orientação sexual e se isso vem colado ao pertencimento étnico, ela se eleva. Os meninos gays da nossa rede se deparam com frases como: “Nossa, você já é negro e ainda é gay?” A coisa é pesada pro lado deles. Há um modelo dado como o correto e existe um confronto com esse modelo, tanto em relação à etnia quanto à sexualidade. Não há políticas públicas para mulheres lésbicas, por exemplo. Você vai a um posto de saúde fazer um exame de Papanicolau e o médico não sabe fazer um exame em quem é lésbica. Ele te pergunta: “es-

Houve avanços para os negros nos últimos anos? O que será preciso melhorar? Eu considero um avanço a cota nos concursos públicos federais para os negros. É uma medida extremamente positiva e correra. Acho as cotas raciais nas universidades um grande avanço. Nos anos 90, apenas 2% dos universitários eram negros e nos anos 2000 nós pulamos para 13%. Na hora que chegar aos 50% está bacana, em igualdade com a população branca. Então tem que ter data pra isso. Hoje há uma classe C eivada de população negra que está ocupando aeroportos e supermercados, mas, ao mesmo tempo, percebo um endurecimento das classes altas, que não querem a ascensão dessa população. Eu temo muito uma cisão no nosso país, porque a classe alta não quer abrir mão de nem 1% do que ela tem. Se a gente não conseguir fazer um diálogo, eu acho que podemos chegar até a uma guerra civil. Esse diálogo é o grande desafio para os próximos tempos.


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BRASIL

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

Inimigo de Dilma quer controlar o Congresso GOVERNO Deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) na presidência da Câmara pode inviabilizar ações do governo e impedir reforma política ABR/Divulgação

Pedro Rafael Vilela De Brasília O segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff pode começar com grandes dificuldades se Eduardo Cunha (PMDB-RJ) for eleito presidente da Câmara dos Deputados, a partir de fevereiro de 2015. Apesar de pertencer ao principal partido aliado do governo, Cunha pode ser considerado um dos piores inimigos do governo federal. Os principais motins no Congresso Nacional contra o Poder Executivo foram coordenados ou provocados por ele ao longo dos últimos anos. No embate mais recente, uma semana após as eleições, Cunha liderou a bancada do PMDB e de partidos como DEM e PSDB na derrubada do decreto presidencial que instituía a Política Nacional de Participação Social, medida que garantia envolvimento da sociedade civil na definição de políticas públicas. Ele também foi um dos articuladores da criação da

Eduardo Cunha (PMDB) é contrário ao fim do financiamento privado de campanhas

Eduardo Cunha afirmou há alguns dias que barraria qualquer projeto de regulação da mídia CPMI da Petrobrás e, desde a época do governo Lula (2003-2010), fez chantagem com o Executivo pa-

ra nomear seus indicados para postos-chave do governo. Chantagem

Contra Dilma, moveu emendas contrárias ao interesse do governo na MP dos Portos, atendendo a interesses de grandes conglomerados, e foi um dos principais opositores ao

Cunha vai travar reformas

Marco Civil da Internet, aprovado este ano. Mas nada se compara ao poder que Eduardo Cunha terá se presidir a Câmara dos Deputados. Além de ser o terceiro na linha sucessória da presidência, atrás apenas da própria Dilma e seu vice, Michel Temer, o presidente da Câmara controla a pauta de vota-

ções no Legislativo, inclusive em casos de cassação de mandato e pedido de impeachment presidencial. “Nós somos o partido do governo e temos o PMDB como aliado. Mas jamais vamos concordar com qualquer candidatura que signifique oposição”, afirmou o líder do PT na Câmara, deputado Vicentinho (PT-SP). “Essa linha de Eduardo Cunha e essa fração do PMDB que ele representa, que se junta aí mais com o PR, é a escória da política no Brasil. Não tem governo que resista a uma situação como essa. O povo precisa banir isso, pela repulsa, pela denúncia, pela crítica”, disparou recentemente o ex-governador do Ceará, Cid Gomes, do PROS. Gomes sugeriu a formação de um bloco de partidos de esquerda na Câmara para fazer frente ao grupo liderado por Eduardo Cunha. Além de seu partido, integrantes de legendas como o PDT, o PCdoB, o PSB e até do PSOL poderiam integrar o bloco.

Leandro Konder, presente!

Divulgação

RETROCESSO Contrário à democratização da comunicação e fim do financiamento privado de campanhas, deputado já sinalizou obstrução de agenda Divulgação

Buscando fazer uma média com o oligopólio que controla os meios de comunicação no Brasil, Eduardo Cunha afirmou há alguns dias que barraria qualquer projeto de regulação do setor. “Regulação de mídia jamais. Eu colocaria na gaveta. Não faz parte do meu propósito”, bradou. Apesar de não existir nenhum projeto de lei sobre o assunto em tramitação no Congresso Nacional, o que os movimentos sociais e entidades que atuam na comunicação defendem é justamente o contrário.

Em nota pública divulgada esta semana, o Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação, que articula mais de 300 organizações, reafirmou a necessidade de uma nova legislação da mídia no país. “Ao contrário de países democráticos como Estados Unidos, França, Reino Unido, Alemanha, Canadá, Espanha e Argentina, o Brasil pode ser caracterizado hoje por uma brutal concentração dos meios de comunicação, tanto na radiodifusão quanto nos veículos impressos”, diz um trecho do documento. O

FNDC também condena o controle de canais de rádio e televisão por políticos, o que é proibido pela Constituição, mas até hoje não foi regulamentado.

O filósofo Leandro Konder morreu nesta quarta-feira (12), em casa, aos 78 anos. Autor de mais de 20 livros, ele é considerado um dos principais divulgadores do marxismo no Brasil. Nascido em Petrópolis, na região serrana do Rio de Janeiro, em 1936, Konder foi forçado

a sair do Brasil pela ditadura militar. Em 1972, depois de ser preso e torturado, exilou-se na Alemanha e na França. O velório está marcado para as 15h de amanhã (13), no Cemitério Memorial do Carmo, no Caju, zona portuária do Rio. Konder será cremado.


Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

OMS critica indústria por falta de investimentos em vacina contra ebola

MUNDO

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Indianos protestam pela morte de 13 mulheres Reprodução/Terra

SAÚDE Diretora critica demora e afirma que mercado não investe em quem não pode pagar Reprodução/EBC

Agência Brasil

AMA GR

SE

Confira todas as entrevistas completas do Programa de Classe que é exibido na TV Comunitária, canal 06 da NET e 13 OI TV, domingo às 10h, com reprises na segunda (7h30 e 23h30), terça (7h30), quarta (15h30), quinta (16h30), sextas (13h) e sábados (9h30 e 15h30).

pode sofrer consequências. O vírus ebola apareceu pela primeira vez em 1976, em dois surtos simultâneos. Um foi registrado em uma vila perto do Rio Ebola, na República Democrática do Congo, e outro em área remota do Sudão.

AS

morreram, a maioria em Serra Leoa, na Guiné e Libéria. Margaret Chan salientou que a OMS tem lembrado a urgência de reforçar sistemas de saúde nos países africanos. Acrescentou que a organização não foi ouvida e o mundo

PRO

A diretora-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Margaret Chan, criticou a indústria farmacêutica por não ter desenvolvido uma vacina contra o ebola, mesmo após 40 anos do surgimento da doença. Segundo ela, “como o vírus está confinado a países pobres da África, a indústria, que é motivada pelo lucro, não investe em mercados que não podem pagar”. A crítica foi feita na segunda (3), durante reunião da Comissão Regional da África, em Cotonou, Benim. Conforme o último levantamento da OMS, 13.567 pessoas já foram contaminadas pelo vírus ebola. Destas, 4.951

D E CL

Da Agência Lusa

Manifestantes pediram na quarta (12) a demissão do chefe do Executivo do estado de Chhattisgarh, no centro da Índia, depois da morte de 13 mulheres na sequência de um programa de esterilização em massa realizado pelo Estado no sábado (8). Além das mortes, 14 mulheres continuam em estado grave, com complicações devido à cirurgia. Elas receberam uma indenização do Estado de 1.400 rupias (cerca de R$ 60). “Análises preliminares sugerem que um choque séptico pode estar na origem das mortes”, disse um responsável pelo Executivo local, Amar Thakur. “Parece que o material clínico utilizado poderia estar infectado. Aguardamos o relatório” do inqué-

rito, disse. A esterilização é um dos métodos mais difundidos de planejamento familiar na Índia, onde muitos estados organizam operações em massa, geralmente tendo como alvo as mulheres de áreas rurais. Trata-se em tese de uma operação voluntária, mas, segundo organizações não governamentais, as mulheres não são informadas corretamente e são submetidas a fortes pressões por parte de funcionários dos governos locais.


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CULTURA

Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

AGENDA DO FIM DE SEMANA BELO HORIZONTE

BELO HORIZONTE

Mostra de cinema em homenagem ao diretor, ator e cantor Sérgio Ricardo, considerado um dos grandes nomes da cultura brasileira. Até 29/11, às 19h, no Oi Futuro (Avenida Afonso Pena, 4001, Serra). As exibições acontecem somente aos sábados.

Festa Transa!, evento dedicado à música brasileira, completa dois anos com edição gratuita. Domingo (9), às 15h, na Praça da Liberdade.

BELO HORIZONTE

CONTAGEM

O músico Sandro Medeiros apresenta o espetáculo Boi do Além, que revive tradições da cultura popular brasileira. Sexta (21), às 21h, na Casa do Movimento Popular (Av. General David Sarnof, 117, Cidade Industrial).

I Festival de Contadores de Histórias do CCBB traz a Belo Horizonte apresentação de grandes histórias contadas ao redor do mundo. Sábado (15) e domingo (16). Para conferir os horários e locais de cada apresentação, acesse o site culturabancodobrasil.com.br.

Segunda a quinta-feira BELO HORIZONTE

A quarta edição do Festival Tambores do Brasil reúne apresentações de maracatu, afoxé, coco, tambor de crioula, baterias de escola de samba, entre outras atrações, no domingo (16), a partir das 15h, no NECUP – Núcleo de Estudos da Cultura Popular (Av. Nossa Senhora de Fátima, nº 3312, Prado).

BOA DA SEMANA

BELO HORIZONTE

Festival “Erro99” pretende estimular a discussão sobre a fotografia autoral, e torná-la mais acessível. Serão realizadas atividades, como apresentações e cursos relacionados ao tema.. De 15 a 22/11, às 16h às 22h, no Viaduto Santa Tereza (Rua Mármore, 20472, Santa Tereza).

BELO HORIZONTE

2ª Edição do evento Noite Branca, que tem como tema “A Natureza da Cidade”. Esse ano, serão promovidas ao longo da semana, palestras, oficinas e entrevistas apresentando ao público experiências que têm em comum o olhar sobre o espaço urbano. De 18 a 22/11, das 9h às 18h, no Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 , Centro).

FAFICH realiza Semana da Consciência Negra A Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas (FAFICH) da UFMG organiza, entre os dias 18 e 21 de novembro, a Semana da Consciência Negra. Com o tema “De fora para dentro: resistências além da Universidade”, o evento procura fomentar a discussão e problematizar o papel da negra e do negro na sociedade e dos espaços ocupados por eles. Entre as atividades do projeto estão oficinas, rodas de conversas e capoeira, debates sobre religiões de matriz africana, minicursos sobre história da África, apresentações de funk, rap, maracatu, sarau afro, congado e muitas outras manifesta-

ções da cultura negra no Brasil. No dia 18, também abertura do evento, será apresentado o Manifesto de Resistência do Povo Negro da Universidade. Para conferir a programação completa, acesse o endereço: facebook.com/semananegranaufmg. SERVIÇO De 18 a 21 de novembro Na Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas – FAFICH (Av. Antônio Carlos, 6627, Pampulha). COMO CHEGAR Você pode pegar as linhas 9503, 5401e 1207


Belo Horizonte, 14 a 20 de novembro de 2014

Tambor de Crioula esquenta fim de semana em Belo Horizonte FESTA E LOUVOR Manifestação da cultura popular do Maranhão vai animar os mineiros no Mês da Consciência Negra Fotos: Arquivo Mestre Amaral

Lívia Bacelete “Quentado a fogo, tocado a murro e dançado a coice”, é um dito popular sobre a brincadeira do Tambor de Crioula. Manifestação tradicional da cultura popular do Maranhão, essa forma de expressão de matriz afrobrasileira envolve dança, canto e percussão de tambores. Possuindo aspectos da religiosidade popular, as festas de Tambor de Crioula têm, entre suas principais características, a realização em louvor a São Benedito. No mês marcado pelo Dia da Consciência Negra – 20 de novembro, os belo-horizontinos poderão conhecer mais sobre essa manifestação cultural, que recebeu o título de patrimônio imaterial brasileiro do Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), em 2007. No dia 15 de novembro, a capital mineira recebe Mestre Amaral e Carla Coreira, que irão ministrar oficinas de Tambor

de Crioula, no Necup (Núcleo de Estudos da Cultura Popular). Carla Belfort, também conhecida como Carla Coreira, é integrante de uma das casas mais antigas do Tambor de Crioula do Maranhão, o tambor de Mestre Felipe de Sibá. Foi dançando nas rodas em São Luís que ela ganhou notoriedade, sendo aclamada por

O Tambor de Crioula integra as formas de expressão do legado das tradições de matriz africana nomes como Gilberto Gil e Ariano Suassuna. Pela primeira vez em BH, Carla realizará oficinas destinadas às mulheres interessadas em aprender a dança. Mestre Amaral é hoje responsável pela Associação Cultural Tambor de Crioula do Mestre Amaral, em São Luís, onde promove rodas casadefilo.com

“Quentando o fogo, tocado a murro e dançado a coice”, diz dito popular sobre o Tambor

Adeus, Manoel de Barros Morreu nesta quinta-feira (13), o homem que usava palavras para compor seus silêncios. Foi-se Manoel de Barros, aos 97 anos, quando seu coração, já cansado, decidiu não mais bater. Quando ainda pequeno, sua mãe - que já sabia das coisas - praguejou: “Meu filho, você vai ser poeta. Vai carregar água na peneira a vida toda”. Disse também que Maneu, como era conhecido, iria preencher vazios e que algumas pessoas, o amariam pelo seus despropósi-

Mestre Amaral é responsável por associação cultural que promove rodas e oficinas de tambor

tos. E muitas assim o fizeram. Assim como usaram as palavras dele - sobre o nada, os sapos, as pedras e as demais grandezas do ínfimo - para preencherem suas próprias pausas.

e oficinas de tambor, entre outras atividades. Nascido em família de coreiros e coreiras, nome dado aos brincantes dessa manifestação, ele conta que aprendeu a brincadeira com seu pai, quando tinha cinco anos. “O Tambor de Crioula está na minha vida, no meu sangue, é algo que eu não posso deixar”, afirma. Amaral destaca a importância de apresentar sua cultura em outros estados. “Muitas vezes, as pessoas não conhecem o tambor, por isso para mim é uma felicidade, uma honra mostrar o meu trabalho em outros lugares”, garante. Dança de umbigada Formando uma roda, os homens, chamados de coreiros, entoam toadas e tocam os três tambores – crivador, meião e tambor grande, que juntos compõem o

ritmo do Tambor de Crioula. Enquanto isso, as mulheres, ou coreiras, dançam no centro da roda, em uma coreografia circular e envolvente, que irá culminar com a punga (ou umbigada). O movimento, que pode ser entendido como uma saudação e um convite, é o momento em que os ventres das dançarinas se tocam. Para realizar tal manifestação da cultura popular maranhense não é preciso um local específico ou uma época determinada, sendo vários os motivos pelos quais se organiza uma roda de Tambor de Crioula, que pode ser religioso ou para divertimento. O Tambor de Crioula integra as formas de expressão que compõem o amplo e diversificado legado das tradições culturais de matriz africana no Brasil.

• Oficina com Mestre Amaral Quando: 15 de novembro, de 16h às 18h Onde: Necup – Núcleo de estudos da Cultura Popular (Av. Nossa Senhora de Fátima, nº3312, Prado) Quanto: R$ 30,00 Info: (31) 3295-0716 • Oficina com Carla Coreira Quando: 15 de novembro, de 18h às 20h Onde: Necup Quanto: R$ 30,00 Info: (31) 3295-0716

CULTURA

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#ficaadica

4ª Bienal do Livro de Minas Gerais Entre 14 e 23 de novembro, Belo Horizonte recebe a 4ª edição de um dos eventos literários mais importantes do estado, a Bienal do Livro de Minas. Durante esses dias, diversas atrações para crianças, jovens e adultos tomam conta do Expominas, com o intuito de aproximar o público do mundo literário. O homenageado de 2014 será o escritor Rubem Alves, que faleceu em julho deste ano. Uma biblioteca contendo diversos exemplares de autoria do mineiro, nascido na cidade de Boa Esperança, será disponibilizada para visitação de leitores de todas as idades. O ator, roteirista e poeta Gregório Duvivier é presença confirmada no evento, assim como a cantora Adriana Calcanhotto, Miriam Leitão e a escritora Márcia Tiburi. Entre as atividades da Feira, está o projeto Café Literário, no qual o público pode conversar com autores. O jornalista da Rede Globo Edney Silvestre é um dos convidados e apresenta o livro “Boa noite a todos”, lançado no mês passado. A Bienal será realizada diariamente, das 9h às 22h, nos dias da semana, e das 10h às 22h, nos fins de semana. Os ingressos custam R$ 10 e R$ 5. SERVIÇO De 14 a 23 de novembro No Expominas (Av. Amazonas, 6200 – Gameleira) De 9h às 22h, nos dias de semana e de 10h às 22h, nos finais de semana Ingressos a R$ 10 e R$ 5 COMO CHEGAR Qualquer linha de ônibus que passe na Av. Amazonas


14 VARIEDADES

Belo Horizonte, 07 a 13 de novembro de 2014

Novela

Tem novela estrangeira no ar!

Não. Não é novela mexicana ou de outro país latino-americano. É uma novela africana, mais precisamente angolana, a mais nova importação da TV Brasil para sua programação de entretenimento. “Windeck – Todos os tons de Angola” estreou nesta semana e é exibida às 23h pelo

canal público de televisão. A trama conta apenas com atores negros (algo bem diferente de nossas novelas) e pretende estimular que os brasileiros reflitam sobre a visão dos negros e sobre a questão da desigualdade de gênero no mercado de trabalho, um fenômeno bastan-

te presente na sociedade angolana atual. A personagem principal, Luena Voss vai assumir a chefia da revista de moda de seu pai, chamada Divo, e vai gerar incômodo em outros personagens que desejam o cargo. A história ainda discute a questão da homossexualidade, forte tabu em Angola, país ainda considerado conservador. O telespectador poderá perceber na trama um pouco do cotidiano dos jovens angolanos, além de acompanhar traços da cultura do país nos figurinos e na trilha sonora. Ainda poderá escutar o português do país africano, bem próximo da pronún-

Amiga da Saúde

com uma novela. E mais, como disse a ministra Luiza Bairros, da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial (SEPPIR), em entrevista para a emissora, “é uma forma de popularizar ainda mais os vínculos entre os dois países”. A TV Brasil compõe a rede de canais da TV aberta e também da TV por assinatura. Para saber em que canal sintonizá-la acesse o site http://tvbrasil.ebc.com. br/comosintonizar. Você não vai perder essa, vai? Até semana que vem!

cia do português de Portugal, é uma oportunidade bem agradável de aprendizado sobre a variedade da nossa língua. E (ufa!) não será preciso escutar aquelas dublagens lastimáveis de novelas e séries de países de outras línguas. A novela angolana já foi reconhecida pela sua qualidade. Concorreu ao Emmy Internacional de melhor novela em 2013, junto com as novelas globais “Avenida Brasil” e “Lado a Lado”, que levou o troféu. Fiquei bem entusiasmado em acompanhar essa produção. É uma novidade e tanto conhecer um país africano se divertindo

Joaquim Vela quimvela@brasildefato.com.br

CAÇA-PALAVRAS

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Amiga da saúde, essa doença nova de nome esquisito que o mosquito da dengue transmite é muito grave? Como a gente previne? Maria de Lourdes, 42 anos, cozinheira Maria, essa “doença nova” se chama febre Chikungunya. Ela é nova no Brasil, mas já existe há muitos anos em outros países. Os mosquitos que transmitem a dengue e a febre amarela também podem passá-la. A doença tem sintomas parecidos com a dengue, como febre alta, erupções na pele, náuseas, dor nas articulações. Porém, diferente da dengue, a pessoa afetada pela febre chikungunya pode ter dor forte nas articulações ainda por muitos meses após o desaparecimento do vírus do seu corpo. Entretanto, o risco de morte é bem menor que na dengue, principalmente por não propiciar hemorragia. A única forma de contágio é pela picada do mosquito, então, para preveni-la, basta seguir as mesmas recomendações para prevenção da dengue, como: não deixar nada que acumule água parada em casa, evitar acúmulo de lixo, etc. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf.

VAMOS MUDAR AS REGRAS DO JOGO!

Ç O Ã Ç A L U C R I C Z K A

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O SINDIPETRO/MG ESTÁ NESTA LUTA!

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PELA REFORMA POLÍTICA, JÁ!

Feito a partir da combinação de BETERRABA crua com LARANJA, o suco ROSA é um dos principais aliados para quem pratica ESPORTES, pois melhora o desempenho físico e dá mais ENERGIA durante os exercícios. Isso porque ajuda a diminuir a quantidade de OXIGÊNIO consumida pelo corpo e, assim, faz com que o indivíduo demore mais tempo para alcançar a FADIGA. Graças à presença da vitamina C da laranja, a bebida possui ação antioxidante, melhora a IMUNIDADE, fortalece os vasos sanguíneos, equilibra os níveis de colesterol, evita o envelhecimento da pele e previne DOENÇAS cardiovasculares e nos olhos. Já na beterraba, o óxido NÍTRICO contribui para a redução da pressão arterial, e as antocianinas – poderosos ANTIOXIDANTES – protegem o CÉREBRO, ajudam na CIRCULAÇÃO sanguínea, evitam a retenção de líquido e possuem ação anti-inflamatória. Rico em açúcares e CARBOIDRATOS, o suco rosa deve ser preparado no momento do consumo, cerca de meia hora ou quinze minutos antes do TREINO, e acompanhado de fontes de PROTEÍNA, como queijo branco ou iogurte.

A G

PLEBISCITO

Suco rosa


Belo Horizonte, 07 a 13 de novembro de 2014

na geral

ESPORTE

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na geral

Judô Paralímpico

Times contra o trabalho infantil Divulgação

OPINIÃO América

A Seleção Brasileira Paralímpica de Judô conquistou oito medalhas no torneio Internacional G-Judô Tournament, disputado no último fim de semana na cidade de Baarlo, na Holanda. A delegação brasileira, formada por oito atletas, conquistou três medalhas de ouro, uma de prata e quatro de bronze. Além do Brasil, sete países participaram do torneio: Alemanha, Bélgica, Escócia, País de Gales, Inglaterra, Argélia e Holanda.

Mundial das crianças Divulgação

OPINIÃO Atlético

OPINIÃO Cruzeiro

Bráulio Siffert

Rogério Hilário

Wallace Oliveira

Ao contrário do que muitos disseram, não é inédita a final de um importante campeonato nacional entre dois mineiros. O América já ganhou dois torneios brasileiros em cima do Cruzeiro: em 1996, o Coelho venceu a final da Copa São Paulo de Futebol Jr. por 2 a 1, gols de William e Rinaldo. Em 2000, o Coelho venceu as duas finais contra o rival celeste – 1 a 0 e 2 a 1 – e tinha no elenco craques como Milagres, Dênis, Wellington Paulo, Pintado, Palhinha e Rinaldo. Atualmente, o clube tem toda estrutura e até suficientes recursos para ameaçar conquistas nacionais e acompanhar a boa fase do futebol mineiro; mas a má gestão do futebol tem deixado o América apenas como um repositório de feitos passados.

O Atlético se credencia como fiel da balança de si mesmo e de outros times. Na Copa do Brasil, pode festejar mais uma conquista e garantir a vaga na Libertadores. Isto desperta a cobiça do Corinthians, adversário humilhado nas quartas-de-final. Com este objetivo, Mano Menezes faz orações todos os dias pelo Galo. Outro a apelar aos deuses em favor do Atlético é o São Paulo. Novamente, imprensa paulista, torcedores tricolores, Muricy Ramalho, entre outros, apelam aos oráculos e apostam no desgaste do líder isolado do Brasileiro na decisão da Copa do Brasil. Assim, o São Paulo estará mais próximo do sétimo título nacional. Ao Galo só interessa a conquista inédita. O resto é conversa de botequim.

Há dois meses, o futebol jogado pelo Cruzeiro apresenta uma significativa queda de rendimento. Desde o início do ano tenho previsto que isso aconteceria, por conta do desgaste causado pelo excesso de jogos. Porém, outros fatores precisam ser considerados. A compactação do time celeste piorou e a defesa tem errado mais. Ao mesmo tempo, no campo ofensivo, as figuras centrais do time de Marcelo Oliveira são os jogadores Ricardo Goulart e Éverton Ribeiro. Quando eles não vão bem, toda a equipe vai mal. Para a temporada 2015, caso eles permaneçam no clube, é necessário providenciar opções de banco que permitam substituí-los com qualidade, quando eles não puderem apresentar seu melhor desempenho.

Divulgação

Sete times da Série A literalmente vestiram a camisa pela erradicação do trabalho infantil, antes de suas partidas pela 33ª rodada do Brasileirão, no último final de semana. Palmeiras, Coritiba, Sport, São Paulo, Cruzeiro, Santos e Corinthians aderiram à campanha realizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) e entraram em campo usando camisas com o slogan “Trabalho Infantil não é Legal”.

Choque de realidade do Bom Senso F.C. Facebook/Paulo Andre Oficial

pratIque esportes

Ciclismo

A Copa das Nações é um torneio de futebol infantil para meninos entre 10 e 12 anos, disputado por 32 seleções de todo o mundo. Este ano, as fases finais serão disputadas no Brasil, e o último jogo será realizado no estádio do Corinthians, em São Paulo, no próximo dia 16. O time sub-12 do Cruzeiro representa o Brasil. Embaixador do torneio, o craque francês Zinedine Zidane, está no país para acompanhar de perto as partidas.

Onde: Praça Arnaldo Janssen, esquina das avenidas Brasil e Carandaí.

Contato: migre.me/ mOYIM

Quando: 16 de novembro. Concentração às 9h.

O Pedal do Chaves é um projeto que leva crianças e suas bicicletas às ruas de Belo Horizonte, em segurança, para ensina-las a encarar a cidade sob uma nova perspectiva.

Informações: : migre.me/ mOYGU

Ginástica

Onde: locais públicos da cidade Contagem. Quando: de segunda a sexta-feira. Informações: migre.me/ mP0gp Contato:(31) 3352-5469.

Por meio do programa Exercita Contagem, a Secretaria de Esporte, Lazer e Juventude oferece aulas gratuitas de ginástica em 14 diferentes locais. Os interessados devem comparecer a algum dos lugares onde acontece o programa e se cadastrar.

O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.

Em entrevista ao site UOL, Paulo André membro do Bom Senso F.C.- admitiu que o movimento errou ao tentar negociar com a CBF. Segundo o zagueiro, o fato de a entidade máxima do futebol ser privada permitiu aos dirigentes recusar todas as propostas de melhoria no futebol que os atletas apresentaram. A esperança agora é conseguir que o Congresso Nacional aprove a Lei de Responsabilidade Fiscal do Esporte nos moldes que o movimento propõe.


16 ESPORTES

Belo Horizonte, 07 a 13 de novembro de 2014

Foco no Brasileirão Daniel Vorley/Site do Cruziero

RETA FINAL Atlético e Cruzeiro lutam pelas primeiras colocações do campeonato por pontos corridos Da redação Na quarta-feira (12), o Atlético conquistou uma importante vantagem na decisão da Copa do Brasil, ao derrotar o Cruzeiro por 2 a 0. Como o segundo jogo está marcado para daqui a duas semanas, agora, as atenções dos dois clubes se voltam para o Brasileiro, campeonato no qual o Galo disputa o G4, com 57 pontos, e o Cruzeiro é líder. Galo Mira o G4 No próximo domingo (16), às 19h30, o Galo receberá o Figueirense no Horto, visando à vaga na Libertadores 2015. O time catarinense está na 13ª colocação, com 39 pontos

e um retrospecto negativo: no segundo turno, ainda não venceu nenhum jogo fora de casa. Para piorar, vem a BH todo desfalcado. O meia Marco Antônio e o zagueiro Thiago Heleno estão suspensos; o lateral Leandro Silva e os meias Paulo Roberto, Rivaldo, Marco Antônio e Giovanni Augusto estão afastados por lesões. O Galo ainda não confirmou se vai com força total ou se descansará os titulares, mas Levir Culpi tem boas opções no banco. No sábado (8), os reservas venceram o Palmeiras no Pacaembu, por 2 a 0. Raposa pega o Peixe de olho na taça No mesmo dia, às 17h, os comandados de Mar-

Mulher concorre ao Puskas

Reprodução/projectfutsal

Estão abertas as votações pela internet para o prêmio Puskas 2013/2014, que elege o melhor gol da temporada, segundo critérios da FIFA. Entre os dez gols concorrentes, figura um gol marcado por uma mulher. A irlandesa Steph Rouche criou uma pintura de gol, em confronto entre o Peamount United e o Wexford Youthsque. Ela chapelou uma marcadora e concluiu com um voleio no ângulo, de fora da área. Os apreciadores do bom futebol podem votar no site pt.

fifa.com. Os vídeos dos gols estão disponíveis na página da votação.

celo Oliveira voltam à Vila Belmiro para um reencontro com o Santos, time que o Cruzeiro eliminou nas semifinais da Copa do Brasil. O Peixe cumpre tabela no campeonato: tem pouquíssimas chances de ir à Libertadores e quase não corre risco de rebaixamento. Se vencer, bene-

VocêSabia ? As falcatruas não acontecem apenas no futebol brasileiro. Por exemplo, no final da temporada de 1970/1971 do Campeonato Alemão, um esquema de corrupção foi revelado pelo presidente do clube Kickers Offenbach. Por meio de conversas telefônicas, dirigentes e atletas combinavam os resultados de jogos da Bundesliga. Na Itália, em 2006, gravações telefônicas revelaram que dirigentes de grandes clubes, como a Juventus e o Milan, influenciavam os árbitros a interferirem nos resultados das partidas do Campeonato Italiano.

Gol de placa O treinador Marcelo Oliveira resolveu leiloar um boné e uma camisa oficial para ajudar no tratamento do bebê Filipe, que sofre de Imunodeficiência Combinada Grave. A doença impede que o sistema imunológico da criança funcione. Ela precisa de um transplante de medula óssea ou cordão umbilical compatível. Os interessados no leilão devem enviar o lance para o e-mail leilao@francismelo.com.br, até as 18h horas do dia 24 de novembro. Mais informações pelo site cruzeiro.com.br.

Gol contra

Na última rodada do Brasileirão 2013, a Portuguesa escalou de maneira irregular o meia Héverton. Isto rendeu ao clube dura punição, com perda de quatro pontos. A Lusa foi rebaixada à série B, ficando logo atrás de Fluminense e Flamengo na tabela. Agora, o Ministério Público de São Paulo identifica indícios de que teria havido suborno para que o clube paulista escalasse o jogador e perdesse os pontos propositalmente. Se a suspeita se confirmar, fica a pergunta: quem comprou o rebaixamento da Lusa?

ficiará o rival São Paulo, vice-líder na competição. A grande motivação santista talvez seja a possibilidade de dar o troco ao Cruzeiro. A Raposa retomou os treinos na tarde da quintafeira (13), data do primeiro aniversário do título de 2013. Para repetir aquele feito, o Cruzeiro tem como

principal desafio superar o desgaste causado pela longa trajetória de 70 partidas, que o colocam no topo dos times brasileiros que mais vezes entraram em campo em 2014. Ao Site Oficial do Cruzeiro, o treinador Marcelo Oliveira se queixou da maratona de jogos e declarou que pretende manter o sistema de jogo praticado na temporada: “Em quatro meses e meio, nós jogamos 28 jogos e isso faz a diferença para o time. Gostaria que meu time tivesse mais vigor físico, mas não temos como fugir disso. Sobre a questão técnica, nós vamos conversar amanhã, mas sobre tática não muda nenhuma virgula, vamos com esse time para mais uma partida decisiva do Brasileiro e depois voltamos a pensar na Copa do Brasil”, afirmou.

BrasILeIrÃo 2014


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