Edição 83 do Brasil de Fato MG

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Reprodução

12 CULTURA

Minas Gerais

9 BRASIL

13 ENTREVISTA

Kandinsky no CCBB

Travesti é torturada

Constituinte muda o Brasil

Pela primeira vez na América Latina, exposição traz a trajetória de um dos mais renomados mestres da pintura moderna

Em São Paulo, policiais são acusados de espancar Verônica, que teve rosto desfigurado, cabelo raspado e imagem exposta

Para o professor José Luiz Quadros, apenas com a mudança do sistema político teremos uma real democracia no país

17 a 23 de abril de 2015 • edição 83 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

Marcello Casal Jr. / Agência Brasil

6 MINAS

Mulheres se reúnem no Norte de Minas Mais de 3 mil mulheres realizam marcha em Varzelância contra os problemas gerados pela mineração e a favor da agroecologia. Ato faz parte de ação internacional que engloba 96 países e também conta com oficinas, palestras, feirinha e atividades culturais

Atos param o país contra PL 4330

Larissa Costa / BFMG

Votação do Projeto de Lei que amplia a terceirização foi adiado no Congresso após protestos. Modelo já atinge 12 milhões no Brasil, que recebem salários 25% abaixo do valor pago aos contratados para as mesmas funções. Unidade dos trabalhadores marcou ações no dia 15 também em BH

4 e 5 BRASIL


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

editorial | Brasil

Unidade da esquerda na luta popular

ESPAÇO dos Leitores

Lindo. Pena o rádio só dizer que “está atrapalhando o trânsito”. Tiago Tristan D’arc comentando a matéria “Unidade contra retirada de direitos”, no Facebook

Nada é por acaso. Desde a primeira edição que peguei percebi que ali tinha gente comprometida com o jornalismo decente. Coisa que há muito tempo não ocorre em MG é ver uma mídia preocupada com a isenção, com a verdade e democracia. Parabéns, espero que vocês cresçam cada dia mais. Vou assinar! Sabrina Adriane Abreu comentando a notícia “O Brasil de Fato vai até você”

Tem que fazer auditoria. O que foi feito não é auditoria. No máximo um levantamento superficial. No meu ponto de vista nem um diagnóstico. Eulália Alvarenga comentando a matéria “Causa do déficit não é a folha de pagamento”

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br

O movimento sindical está dan- versas forças populares. do exemplo de maturidade política O resultado concreto desse ficom a unidade de ação da Central nanciamento empresarial aparece Única dos Trabalhadores (CUT), nitidamente no Congresso, quanConlutas-Central Sindical e Popu- do deputados e senadores conlar e a Central dos Trabalhadores templados defendem com unhas Brasileiros (CTB). Os partidos de e dentes seus padrinhos financeiesquerda, PSTU, PSOL, PCB e PT, ros. seguem o mesmo caminho. Exemplo concreto nesse sentido As centrais é o do atual sindicais e os presidente partidos políti- A reforma política é também uma da Câmara cos menciona- necessidade que une as diversas dos Depudos estão unitados, Eduforças populares dos para enardo Cunha frentar o ini(PMDB-RJ). migo comum, Ele apreou seja, os patrões e seus defenso- sentou uma proposta de emenda res no Congresso, que se esforçam à Constituição que se for aprovaem aprovar a terceirização das re- da, significará o mais duro golpe lações de trabalho, um projeto ne- contra o Sistema Único de Saúde fasto aos trabalhadores brasileiros. (SUS), uma conquista criada para São vários os exemplos da ne- atender os brasileiros. cessidade dessa unidade dos moCunha se esforça para aprovar a vimentos sindicais e de partidos sua Proposta de Emenda Constitupolíticos de esquerda. Além do cional (PEC 451/2014), que obriga combate ao projeto de terceiriza- as empresas a pagarem planos de ção das relações de trabalho, es- saúde privados para todos os seus tá também em questão a defesa da empregados, desobrigando o Eslegalidade. A política realizada de tado brasileiro de investir no SUS, acordo com a lei está ameaçada garantindo atendimento de saúde por saudosistas de um tempo de de qualidade para todos. torturas e assassinatos, por opoComo se explica esse empenho sitores unidos de Cunha? com os defen- Nas últimas eleições, os planos de Nas últisores da privamas eleitização da Pe- saúde distribuíram R$ 52 milhões ções os platrobras e do em doações para 131 candidaturas nos de saúEstado mínide distride 23 partidos mo. buíram R$ Represen52 milhões tantes de interesses reacionários em doações para 131 candidatuagora não têm mais vergonha de ras de 23 partidos, em todos os nísair às ruas. No dia 15 de março, veis, segundo informa a jornalista desfilaram com seus cartazes ma- Najla Passos em artigo no site Carchistas, antidemocráticos e raivo- ta Maior. sos. No dia 12 de abril, tentaram O presidente da Câmara dos repetir o espetáculo, mas tiveram Deputados simplesmente recebeu menos adesão. Mesmo assim, dei- um dos maiores “incentivos” (250 xaram claro seu recorte de classe. mil reais do grupo Saúde Bradesco) em sua campanha. Outros coReforma política mo Cunha agem da mesma forma A reforma política, com desta- procurando retribuir o favor finanque para o fim do financiamen- ceiro. Para enfrentar tais aberrato empresarial das campanhas, é ções é fundamental a unidade sinuma necessidade que une as di- dical e política.

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em SP, no Rio e em MG. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos , Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho , Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva , Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Maíra Gomes, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboradores: Acsa Brena, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira , João Paulo, Léo Calixto, Marcos Assis, Rogério Hilário, Sofia Barbosa. Fotografia: Larissa Costa Estagiária: Raíssa Lopes. Administração: Vinicius Moreno. Diagramação: Bruno Dayrell. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Tiragem: 40 mil exemplares.


CIDADES

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Servidores do Ipsemg cobram melhores condições de trabalho

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Machismo torna necessária lei para garantir amamentação

Reprodução / Ipsemg

Trabalhadores do Instituto de Previdência dos Servidores do Estado de Minas Gerais (Ipsemg), do sindicato da categoria e de outras entidades que representam servidores estaduais apresentaram suas reivindicações à Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na terça (14). A audiência da Comissão de Administração Pública foi marcada por manifestações constantes de mais de uma centena de servidores, que lotaram o auditório. A reunião foi realizada por solicitação do deputado Rogério Correia (PT) e teve como objetivo debater a situação e as perspectivas do Ipsemg. Os representantes dos servidores resumiram as principais reivindicações para reverter a situação de desequilíbrio financeiro e

administrativo do Ipsemg. A diretora do Sindicato dos Servidores do Ipsemg (Sisipsemg), Andréa Mihra Guimarães, solicitou a realização de um fórum técnico para que a ALMG receba as propostas da categoria, com mais espaço para discussão dos problemas do instituto. Andréa defendeu a revisão do plano de carreira e a recomposi-

ção salarial dos servidores do Ipsemg, que segundo ela não ocorre há dez anos. Já Elaine Cristina Ribeiro, da direção estadual do Sindicato Único dos Trabalhadores da Educação (Sind-UTE), reivindicou o atendimento do Ipsemg Saúde a todos os servidores abarcados pela Lei Complementar 100, de 2007. (Da ALMG)

Mais produtos Direto da Roça em BH ALIMENTAÇÃO 30 novos pontos de feira de produtos sustentáveis serão abertos na capital

Foi sancionada uma lei em São Paulo que estabelece multa aos estabelecimentos que proibirem ou causarem constrangimento à amamentação. Em caso de descumprimento, estabelecimentos comerciais, culturais ou de prestação de serviço estão sujeitos à multa de R$ 500. Em caso de reincidência, a multa é duplicada. O projeto de lei foi formulado em dezembro de 2013, um mês depois de ter sido registrado um caso de constrangimento, no Serviço Social do Comércio (Sesc) Belenzinho. A turismóloga Geovana Cleres foi abordada por funcionários da unidade enquanto amamentava a filha. O fato gerou um mamaço, em que as mães amamentam os filhos e debatem a impor-

tância do aleitamento. Para a integrante da organização não governamental Sempreviva Organização Feminista Maria Fernanda Marcelino, os valores machistas da sociedade tornam necessárias leis para situações que deveriam ser naturais. “Considerando que a amamentação é ato fundamental para a vida, é um absurdo que um espaço atue no sentido de proibir, constranger as mulheres que estão amamentando”. Ela avalia que isso tem relação com tentativas de confinar as mulheres no espaço privado. “Quando uma mulher sai de casa e tem filho pequeno, ela tem direito, portanto, ao espaço público e a amamentar seu filho onde quer que esteja”, defendeu. (Agência Brasil)

PERGUNTA DA SEMANA Dos dias 10 a 12 de abril, aconteceu em Belo Horizonte o 2° Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação, que discutiu temas como a política de comunicações no Brasil e ressaltou a importância de eixstir um marco regulatório para o setor. Em abril, também foram realizados atos contra a Rede Globo em todo o país. Os manifestantes protestam contra o monopólio da mídia e a sonegação de impostos.

E você, o que acha da programação da TV Brasileira?

Reprodução / PBH

O programa Direto da Roça está prestes a crescer ainda mais em Belo Horizonte. Já com 22 pontos que levam alimentos ecologicamente sustentáveis direto do produtor ao cidadão da capital, a Secretaria Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional, responsável pelo programa, pretende criar outros 30 novos pontos para a feira. O programa garante o escoamento da produção dos pequenos e médios produtores do interior de Minas Gerais para a capital, para a comercialização sem a presença de intermediários. A escolha dos produtores que participam do programa será feita por meio de licita-

ção, ainda sem data para ocorrer. Sugestões de endereços para a implantação do pro-

grama podem ser entregues à Secretaria pelo e-mail gapco@pbh.gov.br ou telefones (31) 3277-4779 e 3277-4851.

A programação da televisão brasileira é bem fraca, na minha opinião. Eu acho que os programas são muito sensacionalistas e acho isso desnecessário. Não precisavam ser tão apelativos assim, principalmente em horário nobre. Rodrigo Flávio Reis, 41 anos, engenheiro agrônomo

A televisão brasileira, principalmente a aberta, é muito carente de uma programação que insira conhecimento. Ela é mais tradicional, e muito pobre em determinados segmentos. Não há bons programas culturais ou voltados para a criança, por exemplo. Eliara Martins, 28 anos, funcionária pública


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BRASIL

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Terceirização do emprego pode afetar 40 milhões de trabalhadores PL 4330 Se permanecer como está, projeto pode causar danos irreversíveis nos direitos trabalhistas, diminuir salários e aumentar o desemprego Reprodução

Pedro Rafael Vilela, de Brasília Entidades sindicais e organizações de trabalhadores em todo o país intensificam atos nesta semana para barrar as principais mudanças previstas no projeto de lei 4330, de 2004, em tramitação na Câmara dos Deputados. A pressão nas ruas e nas redes sociais surtiu efeito e a votação do projeto foi adiada mais uma vez. O texto-base do projeto já foi aprovado na semana passada e autoriza a terceirização em massa do emprego. Uma empresa, em vez de contratar diretamente o trabalha-

Um trabalhador terceirizado trabalha três horas a mais por semana e ganha 25% menos que um empregado direto dor, vai contratar outra empresa para fornecer a mão de obra e isso pode ser feito sucessivamente, a chamada quarteirização. Especialista em direi-

do, você afeta a contribuição ao FGTS (Fundo de Garantia), à Previdência Social e impacto no SUS (Sistema Único de Saúde), já que os terceirizados são as maiores vítimas das doenças ocupacionais e de óbitos no ambiente de trabalho”, adverte o presidente da Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB), Adilson Araújo.

O que é a terceirização? Terceirizados são as maiores vítimas de óbitos no ambiente de trabalho

to do trabalho, a advogada Fernanda Rocha explica que a terceirização em massa é uma ameaça grave. “Essas empresas têm como única atividade econômica a oferta de trabalhadores. Então, por exemplo, ela vende a mão de obra por R$ 8 para uma empresa, paga R$ 5 para o trabalhador e lucra R$ 3. Essa lógica vai reduzir salários e aumentar a exploração. Essas empresas vão competir en-

tre si para ver quem explora mais o trabalhador, porque quem explorar mais vai ganhar mais contratos”, analisa. Dos cerca de 45 milhões de trabalhadores com carteira assinada no país, 33 milhões são contratados diretamente pelas empresas e outros 12 milhões são terceirizados. Com o novo projeto, essa relação vai se inverter. Estudo do Departamento Intersindical

Disputa no Congresso Na Câmara dos Deputados, apenas 3 dos 28 partidos votaram em peso contra o projeto de lei: PT, PCdoB e PSOL. Os demais foram a favor com algumas exceções. Em audiência pública no Senado para falar da proposta, a representante da CUT Mulher, Graça Costa, disse que os trabalhadores jamais vão se esquecer dos parlamentares que votaram contra os direitos trabalhistas e fez um alerta. “Pode votar contra, não tem problema, mas o teu

de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), em parceria com a Central Única dos Trabalhadores (CUT) aponta que, em média, um trabalhador terceirizado trabalha três horas a mais por semana e ganha 25% menos que um empregado direto. “Quando você permite que mais de 40 milhões de trabalhadores migrem para um contrato precariza-

nome e a tua foto vai para todas as cidades onde o senhor foi votado”. A disputa agora concentra-se nos destaques ao texto principal, que podem ser votados na próxima semana. Uma das mudanças que já ocorreram foi a retirada das empresas públicas e capital misto da lei da terceirização. O principal destaque, ainda não votado, pretende proibir a terceirização das atividades-fim das empresas. Outro aspecto em de-

bate é a responsabilidade pelo cumprimento dos direitos trabalhistas. A advogada Fernanda Rocha explica que as empresas que prestam serviço na terceirização, em geral, têm vida financeira mais complicada. Alguns destaques incluem a responsabilidade solidária em todos os casos de terceirização. Dessa forma, a empresa contratante também passa a ser responsabilizada por descumprimento de obrigações trabalhistas e previdenciárias.

Atualmente, o Tribunal Superior do Trabalho (TST) já permite a terceirização, mas protege os empregos diretos ligados à atividade-fim da empresa. Numa escola, cuja finalidade é educar, o professor executa uma atividade-fim e, portanto, sua contratação não pode ser terceirizada. Já os serviços de limpeza e segurança, que são atividade-meio, podem ser terceirizados para outros prestadores. O PL 4330 aprofunda essa realidade. As empresas poderão terceirizar todos os seus trabalhadores para outras empresas, gastando menos com salário e evitando responsabilização direta pelo cumprimento dos direitos trabalhistas. É possível chegar a um cenário em que grandes empresas não terão nenhum empregado contratado diretamente.

Wilson Dias / Agência Brasil

25 dos 28 partidos votaram a favor da terceirização. A disputa agora concentra-se nos destaques do texto principal


Lidyane Ponciano / CUT

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Unidade contra retirada de direitos Maíra Gomes Mais de 4 mil pessoas ocuparam as ruas de Belo Horizonte no final da tarde de quarta (15) fechando o dia que fica marcado pela unidade na luta por direitos trabalhistas em Minas Gerais e no Brasil. Com a votação do Projeto de Lei 4330, que amplia a terceirização, forças sindicais e sociais de esquerda se uniram em torno do Dia Nacional de Paralisação contra o Projeto. As atividades começaram às 4 da manhã, quando metalúrgicos se uniram a trabalhadores em teleco-

municações, eletricitários, refrataristas e outros, em protesto em frente à Magnesita, na Cidade Industrial, em Contagem. De lá, o ato seguiu para a Refinaria Gabriel Passos, em Betim, onde se juntaram os petroleiros. Algumas categorias pararam suas atividades por 24h horas. “O PL precariza, escraviza, mutila e mata os trabalhadores”, resume Jeferson Leandro Silva, diretor do Sindicato dos Eletricitários (Sindieletro). O sindicato é um dos maiores exemplos de luta contra a terceirização no estado de Minas, com mais de

20 mil trabalhadores da Cemig sob esse regime e computa o assustador número de um terceirizado morto a cada 45 dias. Em Minas Gerais, estiveram presentes as centrais sindicais CUT, CTB, Conlutas, e até mesmo a Força Sindical, que apoia o PL nacionalmente. Movimentos sociais como o MST, MAB e MLB também se uniram à luta. “Essa unidade é fundamental para que a sociedade brasileira tenha consciência de que o que está posto se trata mais uma vez da retirada de direitos”, afirma Cristiano Meireles, da direção estadual do MST.

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BRASIL

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Artigo Brasil não está em pauta O Congresso mais conservador desde a redemocratização não se manifesta apenas pela presença de representantes do atraso: bancada da bala, de ruralistas, de evangélicos e outros grupos reacionários. O mais grave é a forma como vêm se articulando para mudar a dinâmica política do país. Não são deputados e senadores ruins apenas no aspecto da incompetência para o exercício de sua função parlamentar, mas igualmente danosos no campo da ética. São pessoas ruins. Basta acompanhar a pauta de votações do Legislativo, com resultados já preocupantes. Num contexto de dificuldade econômica, recupera-se projeto de flexibilização das relações de trabalho, com a retomada da terceirização em toda a escala produtiva. O objetivo é claro: diminuir o salário, retirar direitos, enfraquecer os sindicatos, aumentar a carga sobre o trabalhador. Em outras palavras: trabalhar mais, ganhar menos, ficar mais fraco como categoria. Outro projeto que volta ao debate é a diminuição da maioridade penal, com sua transparente carga de discriminação e violência. Em vez de mirar Em que momento a nos jovens como nosso maior patrimônio, arrogância do atraso vai por isso merecedo- deixar de se jactar por res de investimento dominar a pauta política humano, educação e com suas ações de carinho, pobres e negros são criminaliza- chantagem e achaque? dos. Uma ação fascista, que ganha sustentação nas campanhas odiosas de preconceito social. Até mesmo o estatuto do desarmamento voltou à cena, com objetivo de tentar aprovar a facilitação da compra e porte de armas no país. Não há estudo ou estatística capazes de convencer que é menos arriscado para o indivíduo e para a coletividade a posse e a facilidade de obtenção de armas. Não se trata de novos projetos, mas de debates recorrentes que apenas aguardam momento propício para eclodir com suas ideias retrógradas e perigosas. Para isso, contribuem dois elementos da conjuntura. De um lado, o esgarçamento das instâncias sociais de pressão, que deveriam funcionar como instrumento de calibragem das decisões do Congresso. A sociedade civil tem se mostrado menos organizada e atuante. Com menos força, a tendência é o nivelamento feito pela manipulação da opinião pública. Nessa hora, os inimigos são os direitos trabalhistas, os menores pobres, os defensores do desarmamento. Do outro lado, há uma mudança na forma de exercício do poder. Numa democracia de coalizão, a capacidade de articular diferentes forças permitiria uma governabilidade mais ampla, com uma relação madura entre Congresso e Executivo. No entanto, num exercício de peemedebismo explícito, o momento de instabilidade institucional se torna moeda de troca para inviabilizar a condução democrática do Legislativo. Até quando os interesses que apequenam o país vão conduzir do Legislativo? Em que momento a arrogância do atraso vai deixar de se jactar por dominar a pauta política, com suas ações de chantagem e achaque? Quando vão entrar em discussão de alto nível temas ligados à educação básica, financiamento da saúde, direitos humanos, segurança pública e democratização da cultura? Quando o Brasil vai entrar na pauta?


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MINAS

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Mulheres em luta contra a mineração

FATOS EM FOCO

Repórter Brasil de volta à TV Rede Minas

NORTE DE MINAS Como parte de ação internacional, mais de 3 mil mulheres realizam marcha em Varzelândia por direitos Reprodução/Mulheres e Agroecologia em Rede

Maíra Gomes “Estamos gritando aos quatro ventos que vamos resistir. Estamos denunciando a violência, a injustiça social e a violação de direitos contra as mulheres”, afirma Maria de Lourdes Souza Nascimento. Ela é presidente da Associação Coletivo de Mulheres do Norte de Minas, que desde 2010 luta sem descanso contra os empreendimentos da mineração no norte do estado. Já foram realizadas três marchas contra a mineração, uma a cada ano, com exceção de 2014. Desta vez, o ato vai fazer parte da IV Ação Internacional da Marcha Mundial das Mulheres, unindo pessoas de todo o estado. O que começou com 400 pessoas e já chegou a 3 mil, em 2013, deve reunir desta vez 4 mil mulheres, na cidade de Varzelândia, entre os dias 17 a 19 de abril. A ação é construída pelo movimento Marcha Mundial de Mulheres (MMM), que desde o ano 2000 reúne mulheres e organizações feministas de todo o mundo em ações que denunciam o machismo e visibi-

Mulheres se prepararam em todo o estado para o encontro de três dias

lizam as experiências das mulheres. “Este ano, vamos denunciar a questão da mineração e pautar a agroecologia como forma de resistência das mulheres. Buscamos fortalecer a luta que estas mulheres vêm fazendo no norte de Minas”, explica Andreia Roseno, integrante do coletivo Comadre Maria, da MMM em Teófilo Otini. A IV Ação Internacional da Marcha está sendo realizada em outros 96 países, onde a MMM está organizada, entre os meses de abril e outubro. No Brasil, atividades acontecerão em diversos estados, como Tocantins, Bahia, Pernambuco, bem como em diversos países da América Latina.

Andreia explica que a organização da Marcha é feita apenas por mulheres, em um método conhecido como “auto-organização”. “É um princípio que fortalece a mulher, faz com que ela se reconheça como oprimida dentro desse sistema e encontre formas de luta e enfrentamento”, diz. “A Marcha é um movimento da classe trabalhadora, e é pra fortalecer a emancipação da nova mulher e do novo homem que a gente quer construir”, completa. Mulheres resistem no Norte de Minas “A mineração causa violência, destruição ambiental, tem expulsado famí-

Bordando a resistência

lias de suas casas e a única forma de resistência são as mulheres do norte de Minas”, avalia Maria de Lourdes. São mais de cinco projetos de megaempreendimentos no Norte de Minas, dois de minerodutos, que devem causar danos ambientais irreversíveis. Impactos como falta de água, falta de terra para plantar e despejos são diretamente sentidos pelas mulheres, as cuidadoras responsáveis pela família. “A luta é pra continuar vivendo com decência. Queremos continuar vivendo onde estamos hoje, no campo e em pequenas cidades. Lutamos por respeito ao meio ambiente, às mulheres. Queremos investir na agroecologia, que já fazemos há muito tempo. A mineração está sendo uma catástrofe nas nossas vidas”, lamenta a agricultora. Além da passeata, o evento contará com oficinas, palestras, debates, feira com produtos agroecológicos e atividades culturais. Os temas centrais a serem abordados serão mineração, agroecologia, reforma política e constituinte.

DIREITOS Coletivo de mulheres usa técnica chilena para produzir conhecimento e cultura Arquivo MAB

Myrlene Pereira Tecido resistente e áspero, utilizado para fazer sacos. Este é o significado da palavra “arpilleras”, que nomeia a técnica utilizada pelo movimento de resistência, memória e luta de mulheres Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB). A técnica nasceu na década de 70, no Chile, e é utilizada como instrumento político, para dar visibilidade a denúncias de violações das mulheres atingidas por barragem e suas

comunidades, como a perda dos vínculos comunitários, do direito à terra, a exclusão das crianças da escola e a prostituição. “Não se trata de um curso de bordado, mas de um processo de reflexão sobre as violações”, explica Aline Ruas, da coordenação do MAB no Norte de Minas. “Todo tecido tem um porquê. Uma parte do forro preto pode significar o luto; o cinza pode significar os bens materiais perdidos. Os símbolos são trabalhados antes da construção.

Cada bordado tem um rosto, uma história”, complementa. Os espaços de formação e bordado das arpilleiras vêm sendo desenvolvidos desde 2013, organizando cerca de 310 mulheres da região, além de atividades nas regiões Leste e Zona da Mata e outros estados do país. Os produtos não são comercializados, mas utilizados em exposições e mobilizações. “Não se vende direito e o que está exposto ali são direitos”, conta Ali-

ne. Segundo ela, os bordados podem servir ainda, como presente e alerta de solidariedade entre as mulheres atingidas. “

Desde o início de abril, a Rede Minas volta a exibir o Repórter Brasil, telejornal diário produzido pela TV Brasil. O noticiário vai ao ar de segundafeira a sábado, às 21h. A TV Brasil é gerida pela Empresa Brasil de Comunicação (EBC), que também é responsável pela Agência Brasil e outras entidades de comunicação pública. Ela mantém parceria com a Rede Minas para compartilhamento de produções, como o programa infantil Dango Balango.

Começa julgamento de Sind-UTE Acontece na quintafeira (16) o julgamento da ação contra os sete diretores executivos do Sindicato dos Trabalhadores em Educação (Sind-UTE MG), movida pelo PSDB no período eleitoral de 2014. A ação é motivada por materiais de publicidade veiculados pelo sindicato com denúncias de que o governo tucano não cumpriu legislações como o pagamento do piso salarial nacional. “São denúncias que fizemos rotineiramente, pois tivemos muitos motivos para isso nos últimos 12 anos”, declara Paulo Henrique Santos Fonseca, do Sind-UTE. Ele explica que não há justificativa e provas para a condenação dos diretores e, caso aconteça, ela será de cunho político.


Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Acompanhando

Foto da semana

OPINIÃO

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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Reprodução Facebook

Na edição 78... Bailarinos lutam por permanência de Ballet Jovem do Palácio das Artes ...E agora Com a aprovação do orçamento do Estado para 2015, foi aprovada emenda que destina R$ 400 mil para a Fundação Clóvis Salgado, que gerencia o Ballet Jovem do Palácio das Artes. Porém, não existe garantia de que o dinheiro seja destinado ao Ballet. A proposta da Fundação é financiar as bolsas dos bailarinos via Fapemig apenas a partir de 2016. A proposta não contempla a manutenção dos profissionais que auxiliam na formação do grupo, como diretora, assistente de direção e produtor, já demitidos.

Na edição 82... A mídia e a greve mundial no McDonald´s ...E agora Na quarta-feira (15), trabalhadores do Mc Donald’s realizaram manifestações e greves em 150 cidades dos Estados Unidos e em ao menos 30 países, para reivindicar melhores condições de trabalho e salário. No Brasil, os protestos aconteceram em São Paulo, Curitiba, Goiânia, Porto Seguro, Brasília e Manaus. Na Avenida Paulista, de acordo com os dados divulgados pela organização, cerca de 1100 pessoas se reuniram e seguiram em marcha. Funcionários da rede compareceram com cartazes e máscaras, alguns até se fantasiaram de Ronald McDonald, personagem que caracteriza a marca.

Na última quarta (15), representantes da Umbanda e do Candomblé realizaram um ato na Praça da Liberdade contra a intolerância religiosa. Protestos têm acontecido em todo o país desde o mês passado para reivindicar o reconhecimento das crenças de matriz africana e o fim do preconceito e da discriminação religiosa.

Darlan Montenegro

Leonardo Sakamoto

Ricos pagam pouco imposto

Quando eu tenho medo da maioria

Os ricos brasileiros reclamam dos impostos que pagam. Reclamam muito enquanto, na verdade, pagam pouco. A carga tributária brasileira pesa muito mais para os mais pobres. Em primeiro lugar, porque a maior parte dessa carga (50%, seguindo o Dieese) é cobrada sobre o consumo e não sobre a renda e a propriedade. Um trabalhador que recebe um salário mínimo por mês, quando compra um litro de leite, paga em imposto exatamente o mesmo valor que um grande banqueiro. Os impostos contribuem para a distribuição de renda quando os mais ricos contribuem com percentuais maiores do que os mais pobres. O imposto sobre o que se consome é exatamente o oposto disso. Em segundo lugar, porque o imposto sobre a renda (que corresponde a 23% da carga total) concentra-se, principalmente, sobre a classe média. Os impostos sobre É preciso imposto a propriedade, que atingisobre fortunas riam principalmente os mais ricos, representam apenas 3% do total. Em países como a França, a Holanda ou a Suécia, os ricos arcam com uma fatia muito maior dos recursos do Estado. No Brasil, quanto mais rica a família, menor é o percentual da renda total que é pago em impostos. O Imposto Sobre Grandes Fortunas poderia contribuir para reverter parcialmente esse quadro. Ele foi aprovado na elaboração da Constituição de 1988, mas ainda precisa ser regulamentado. Dois projetos nesse sentido se encontram parados no Congresso Nacional e somente a pressão popular pode fazer com que esse tema avance. Esse imposto faria que as elites brasileiras contribuíssem com os custos da crise. E permitiria melhorar a qualidade dos serviços prestados ao público. E isso significa uma melhor distribuição da riqueza que, em última instância, é produzida pelos trabalhadores.

Pesquisa Datafolha, divulgada na quarta (15), aponta que 87% da população é a favor da redução da maioridade penal de 18 para 16 anos. A maior rejeição à proposta está entre os que têm ensino superior (23%) e os mais ricos (25%). E 74% da população apoia a redução para qualquer tipo de crime e não apenas os hediondos. Não fiquei surpreso com o índice de 87% – ainda mais com redes sociais, listas de WhatsApp e determinados programas “jornalísticos’’ na TV batendo bumbo, dia e noite, a favor da proposta. O que me surpreende é ainda termos 11% de pessoas que não se deixaram levar por soluções fáceis, que vão atacar consequências e não as causas. Primeiro, vale a pena sempre lembrar: uma democracia verdadeira passa pelo respeito à vontade da maio- A prisão não reintegra ria, desde que garantindo a dignidade das minorias. Até porque a maioria pode ser avassaladoramente violenta. Não estou falando de uma questão numérica mas, sim, do nível de direitos efetivados, o que faz das mulheres uma minoria no país. Pois, quando isso acontece, a população pede um misto de Justiça e de vingança com as histórias de violência. Não importa que menos de 1% dos jovens internados na antiga Febem estejam envolvidos com latrocínios. A prisão não reintegra, apenas destrói. Mandar um jovem para lá e desistir dele, para quê? Para que, daqui a 30 anos, ele volte e desconte tudo? Reduzir a maioridade penal para 16 anos fará com que aprendam mais cedo a se profissionalizar no crime. E se jovens de 14 começarem a roubar e matar, podemos mudar a lei no futuro também. E daí se ousarem começar antes ainda, 12. E por que não 10, se fazem parte de quadrilhas? Aos 8 já sabem empunhar uma arma. E, com 6, já se vestem sozinhos.

Leonardo Sakamoto é jornalista e mantém o blogdoDarlan Montenegro é professor adjunto na Universisakamoto.blogosfera.uol.com.br, onde você encontra a índade Federal Rural do Rio de Janeiro tegra deste artigo.


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BRASIL

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Encontro pela democratização da comunicação reúne 700 pessoas em BH LIBERDADE Carta final defende regulação da mídia e mobilização social Larissa Costa / BFMG

Da redação Ao fim de três dias de discussões, o 2º Encontro Nacional pelo Direito à Comunicação (ENDC) aprovou na tarde de domingo (12) documento, com o título Carta de Belo Horizonte, no qual reafirma a luta pela democratização da comunicação como pauta aglutinadora e transversal, além de chamar entidades e ativistas a unir forças para pressionar o governo a abrir diálogo com a sociedade sobre a necessidade de regular democraticamente o setor no país. O encontro contou com 700 inscritos, entre ativistas, estudantes, militantes, jornalistas, estudiosos e pesquisadores da comunicação, representantes de enti-

Ativistas, jornalistas, pesquisadores e sindicalistas apoiam pauta

dades e coletivos e autônomos do país. Rosane Bertotti, coordenadora do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC), que organizou o evento, avalia que o encontro “mostrou que a luta por

uma comunicação democrática, inclusiva, plural está mais ativa e é mais necessária do que nunca. E mais do que isso, que os movimentos estão dispostos a cobrar do governo que paute essa questão e coloque na agen-

STF COLOCA PONTO FINAL EM TENTATIVAS DE TREM DA ALEGRIA: CONCURSO É O CAMINHO CERTO PARA A CARREIRA PÚBLICA! “O texto base do PL é considerado um retrocesso e um ataque a direitos trabalhistas”

Recentemente, o Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma importante decisão para acabar com as tentativas de provimento derivado, o popular trem da alegria, no serviço público. Os ministros aprovaram a Súmula Vinculante 43, que condena que um servidor

da dos debates estratégicos para o país”. Esteve no evento o Secretário de Serviços de Comunicação Eletrônica no Ministério das Comunicações, Emiliano José, que representou o Ministro da Comunicação Ricardo Berzoini. Segundo ele, política e comunicação são indissociáveis e, por isso, o tema da regulação é tão urgente para garantir democracia no setor. “As disputas políticas se fazem, principalmente, pelas vias da comunicação. É o centro da luta política”, sublinhou. O secretário garantiu que o governo irá promover neste ano o debate sobre a regulação da mídia no Brasil. “Todos os setores da sociedade serão chamados a par-

ticipar dos espaços de discussão e ali poderão responder qual marco regulatório querem para o país”, afirmou. Rosane reforça a importância de levar o debate da comunicação até a sociedade, para que de fato se consolide a regulamentação. “Precisamos levar esse debate a cada rincão desse país. Para sair do papel, a luta pela democratização da comunicação tem que ocupar mentes, corações e, também, as ruas”, afirmou. Para ela, a comunicação deve ser vista como um direito humano: “Quando a comunicação é tratada como um direito, o Estado tem de ser garantidor deste direito. E defender direito é defender a democracia”, conclui.

Em ato solene em homenagem à Globo, protesto é proibido Reprodução / Barão de Itararé

exerça funções de um cargo sem que tenha sido aprovado em concurso público específico para isso. A Súmula 43 tem força de lei e, a partir da aprovação dela, todos os tribunais e órgãos da Administração Direta e Indireta ficam obrigados a seguir essa decisão.

Provimento derivado é ilegal e prejudica todos aqueles que estudam e se esforçam para serem aprovados em concursos públicos! Os brasileiros têm condenado a corrupção e exigido ética e moralidade na administração pública! Os Auditores Fiscais de Minas comemoram com a sociedade a aprovação da Súmula 43!

sindifiscomg.org.br

Ativistas pelo direito à comunicação foram detidos e expulsos nesta terça-feira (14) no plenário da Câmara dos Deputados, na capital federal, quando tentavam abrir faixas que diziam que a Rede Globo apoiou a ditadura. A emissora era homenageada pelos parlamentares em sessão solene para comemorar seus 50 anos. Foram detidos Lucas Rezende, Esther Othoni e o secretário-executivo do Fórum Nacional pela Democratização da Comunicação (FNDC) e repórter do Brasil de Fato, Pedro Rafael Vilela.


Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Policiais são acusados de torturar travesti

BRASIL

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Mobilização nacional indígena

VIOLÊNCIA Detida em São Paulo, Verônica teve o rosto desfigurado, o cabelo raspado e sua imagem exposta

Jardiel Carvalho / R.U.A Foto Coletivo

Reprodução

Da redação* A travesti Verônica Bolina foi detida no último domingo (12/04) sob acusação de ter entrado em conflito com uma vizinha. Ela também é acusada de ter atacado e arrancado a orelha de um carcereiro quando estava sendo transferida de cela no 2º Distrito Policial, no bairro do Bom Retiro, em São Paulo. Na delegacia, foi torturada e espancada, teve os cabelos cortados e as roupas rasgadas. Fotos de Verônica com seios e nádegas à mostra se espalharam pelas redes sociais. O rosto desfigurado pelos golpes sofridos aparece em uma das fotos. Em outra, Verônica surge acorrentada pelos pés, os braços algemados nas costas, imobilizada, jogada no chão, como um animal no abatedouro. A narrativa oficial da Po-

lícia é a de que Verônica teve de ser contida mediante uso da força pelo risco que ela oferecia aos agentes públicos envolvidos. “O uso legítimo da força pela polícia deve ser feito de modo proporcional e razoável, dentro dos limites legais. Para ‘conter’ uma pessoa que esteja cometendo um ato ilícito, não se justifica desfigurar um rosto com tantos golpes e pancadas”, critica Renan Quinalha, mestre em Direito e integrante da Comissão da Verdade em São Paulo, que apura casos de tortura. O núcleo especializado de combate à discriminação da Defensoria Pública afirma que há indícios de tortura, maus-tratos, excessos, abusos, exposição indevida da imagem, coação e constrangimento ilegal envolvendo a prisão e contenção de Verônica. O caso está sendo investigado. A Secretaria da Seguran-

Do #Jornalistas Livres

ça Pública (SSP) informou que a Corregedoria da Polícia Civil instaurou procedimento para apurar a conduta dos policiais envolvidos na contenção de Verônica e vazamento de fotos envolvendo o caso.

Desde o dia 13 de abril mais de 1500 indígenas estão no Acampamento Terra Livre, em Brasília, para a Mobilização Nacional Indígena. Na terça pela manhã (14), seguiram em marcha até o Palácio do Planalto para entregar uma carta com reivindicações que não foram cumpridas pela Presidência da República durante o período de mandato. O documento foi recebido pelo Ministro Miguel Rosseto - Secretaria Geral da Presidência da República em uma audiência com lideranças indígenas. “Estamos aqui pela 11ª vez para pintar Brasília de urucum”, resume Sônia Guajajara, líder Indígena.

(*Com informações da Ponte)

Violência no campo aumentou em 2014 RELATÓRIO Aumentaram casos de despejo por conflitos relacionados à agua Mídia Ninja

Rafael Tatemoto De São Paulo Os casos de violência no campo aumentaram no último ano, segundo o relatório “Conflitos no Campo no Brasil 2014” da Comissão Pastoral da Terra (CPT). O levantamento foi lançado na segunda-feira (12) na sede da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), em Brasília. De acordo com os dados coletados pela CPT, o número de homicídios relacionados a conflitos no campo aumentou 6%, de 34 em 2013 para 36 em 2014. A variação de maior destaque se deu entre as tentativas de assassinato. De 15 tentativas em 2013, o número saltou para 56 em 2014, crescimento de 273%. Outros dados que cha-

mam a atenção são o número de despejos de campo e o de conflitos relacionados à água. Em 2013, foram despejadas 6.358 famílias, número que passou para 12.188 ano passado, um aumento equivalente a 92%. O número de famílias ameaçadas de despejo também cresceu: passou de 19.250 para 29.280, aumento de 52%. Os casos de dis-

puta por água têm crescido nos últimos quatro anos, passando de 68 em 2011 para 127 em 2014. Razões De acordo com Rubens Siqueira, da coordenação nacional da CPT, o aumento da violência tem alguns motivos. “O modelo de desenvolvimento do Brasil vem se agravando devido à op-

ção prioritária pelo agronegócio. Ao mesmo tempo, as obras de infraestrutura para a expansão de novas frentes do capital, tudo isso impacta comunidades, impede novos assentamentos”, diz ele. Em relação à água, segundo Siqueira, o aumento do número de casos está relacionado à crise hídrica. “Antes era relacionada apenas à seca no Nordeste, isto está ocorrendo agora no Sudeste e Sul. Os conflitos também estão relacionados à construção das hidrelétricas, a tendência, então, é aumentar também na Amazônia”. A CPT celebra 40 anos de existência em 2015, e 30 da primeira publicação do relatório anual. Segundo o coordenador da entidade, um dos elementos que ainda persistem nos casos de violência do campo é ausên-

cia de punição. “São mais de 1.700 assassinatos, mas apenas 108 casos apurados. A impunidade é uma característica que não mudou, a violência se reproduz, aumenta, mas o comportamento é o mesmo”. Siqueira apontou também algumas variações. “No início das documentações, a violência era contra os posseiros, devido aos incentivos que a ditadura dava aos empresários irem ao campo; depois, nos anos 80 e 90, tivemos o boom das ocupações sem terra e, de lá pra cá, nós temos as populações originais como vítimas dos conflitos.” “Em 30 anos, infelizmente, nós temos concentração de terra, menos direitos para os camponeses, mais violência e morte. Nós apenas reciclamos a violência”, concluiu Rubens.


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MUNDO

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Galeano: “Precisamos romper o velho hábito da obediência” LITERATURA Confira a entrevista concedida à revista Caros Amigos, em 2009 Reprodução \ El Heraldo de Saltillo

Fania Rodrigues do Rio de Janeiro (RJ)

de Montevidéu, que inclusive permite você escutar o som das patas dos cavalos e sentir o cheiro da chuva.

Morreu esta semana, aos 74 anos, o uruguaio Eduardo Galeano, um dos mais respeitados escritores da América Latina. Autor de mais de 30 livros, dezenas de crônicas e artigos, Galeano também era um defensor do socialismo, dos direitos e da dignidade humana. Entre seus livros podem ser destacados “Veias abertas da América Latina”, “Memória do Fogo”, “Livro dos Abraços” e “Espelho”.

“Precisamos inventar a história em vez de obedecê-la. Ser capaz de imaginar o futuro e não simplesmente aceitá-lo” O livro “Veias Abertas da América Latina” foi escrito na década de 1970. Hoje, é possível escrever um novo Veias Abertas? Para mim, este livro foi

“Estamos tentando recuperar nossa própria voz, em diferentes países, de diversas maneiras” Galeano: “Estamos tentando recuperar nossa própria voz”

um ponto de partida, não de chegada. Foi o começo de algo, de muitos anos de vida literária e jornalística tentando redescobrir a realidade, tentando ver o não visto e contar o não contado. Depois de “Veias”, escrevi muitos livros, que foram continuações de um certo modo e uma tentativa de cavar cada vez mais profundamente na reali-

Obama e Raúl Castro realizam encontro bilateral entre EUA e Cuba Mais de 50 anos após ruptura de relações diplomáticas, Cuba e EUA tiveram um dia histórico no sábado (11). Os presidentes Raúl Castro e Barack Obama realizaram reunião bilateral para discutir a reaproximação diplomática entre os países. O encontro aconteceu em uma pequena sala dentro do Centro de Convenções Atlapa do Panamá, onde está sendo realizada a VII Cúpula das Américas. “É uma reunião histórica”, disse Obama.”Agora estamos em condições de avançar no caminho para o futuro”.

dade. “Veias” é um livro limitado à economia política latino-americana. Os livros seguintes têm que ser lidos com a vida toda, nas suas múltiplas expressões. Conto as histórias da História, e tento escrever de tal modo que aconteçam de novo, na hora em que são contadas. Aí está o verdadeiro ofício de contar história que aprendi nos cafés

Pode-se dizer que hoje existe uma demanda por governos de esquerda na América Latina? O que existe é um panorama muito complexo e diverso de realidades diferentes. Esses novos movimentos estão brotando por toda parte e tentam oferecer uma resposta diferente às desigualdades sociais, contra os maus costumes da humilhação e os fatalismos tradicionais. O que existe é uma energia de mudança. Em quase todos os países estamos comemorando o bicentenário de uma

independência que ainda é uma tarefa por fazer. O que falta para a América Latina ser completamente independente? Precisamos romper o velho hábito da obediência. Inventar a História em vez de obedecê-la. Ser capaz de imaginar o futuro e não simplesmente aceitá -lo. Para isso é preciso revoltar-se contra a horrorosa herança imperial, romper com essa cultura da impotência, que diz que somos incapazes de fazer, por isso temos que comprar feito. Eu penso que é imprescindível vencer isso para poder gerar uma nova realidade. A América Latina copiou um modelo de desenvolvimento. É possível inventar um modelo próprio? O desafio é pensar no que queremos ser: originais ou cópias? Uma voz ou eco? Estamos tentando recuperar nossa própria voz, em diferentes países, de diversas maneiras.

em foco Divulgação Cuba Debate

Hillary Clinton anuncia candidatura Divulgação

É a primeira vez desde 1958 que presidentes dos dois países se reúnem

Raúl Castro, por sua vez, disse que Cuba está “disposta a falar de tudo” no processo de normalização bilateral. No entanto, “po-

de ser que nos convençam de algumas coisas e de outras não, não se deve criar expectativas”, acrescentou Castro. (Opera Mundi)

A ex-secretária de Estado, Hillary Clinton, anunciou oficialmente neste domingo (12) sua candidatura pelo Partido Democrata para concorrer nas eleições de 2016. Se eleita, Hillary será a primeira mulher a chegar à presidência dos Estados

Unidos. Hillary não deve enfrentar grandes rivais nas primárias de seu partido, em marcado contraste com as primárias de 2008, quando partiu como favorita, mas terminou perdendo uma longa batalha contra Obama.


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“Só uma Constituinte pode acabar com a corrupção” POLARIZAÇÃO Professor analisa cenário de manifestações no país e defende reforma política como saída Reprodução

Do IHU On-Line O doutor em Direito e professor da PUC Minas José Luiz Quadros analisa o momento atual a partir da ideia de um mal-estar que pode ser resolvido. Apesar de enxergar um ódio agora mais explícito por parte da elite do país, ele se diz otimista e defende a necessidade de uma Assembleia Constituinte, exclusiva e soberana para fazer a reforma do sistema político. É possível estabelecer uma relação entre o mal -estar de 2013 e o momento que vivemos agora? Esse sentimento persiste? José Luiz Quadros: O momento que vivemos foi gradualmente e cuidadosamente forjado. De forma diferente de 2013, quando as manifestações ocorreram de forma mais forte contra o Congresso, pautas pontuais ou pedidos genéricos, a partir da insatisfação com o transporte público e o aumento de tarifas e com a participação de classes sociais distintas, as manifestações atuais marcam a divisão de classes já apontada nas eleições presidenciais de 2014. O ódio de classe é claro, as manifestações são direcionadas contra o governo federal, o que não aconteceu de forma majoritária em 2013. Há pedidos os mais estranhos, e entre

“As manifestações atuais marcam a divisão de classes já apontada nas eleições presidenciais de 2014” eles o “impeachment” (crime de responsabilidade) da presidente, o que se apresenta como golpe de Estado. Ocorre até mesmo a tese absurda da volta dos milita-

res. Os gritos apontam um ódio que revela o machismo, a homofobia, o ódio de classe e a intolerância política. De outro lado, manifestações à esquerda retomam pautas que já foram objeto de manifestações históricas no passado, como a defesa da Petrobras. Entre as causas ocultas da crise é clara a intenção de privatização da

A reforma deve ocorrer no sentido de democratizar o nosso sistema de governo extremamente corrupto e distorcido. Com o atual sistema eleitoral, o Congresso Nacional nunca irá representar os interesses de toda a diversa sociedade brasileira. Experiências fantásticas estão ocorrendo na América. Precisamos conhecer as propostas do novo constitucionalismo democrático latino-americano, especialmente o caso da Bolívia. A reforma política só ocorrerá por meio

“Os gritos apontam um ódio que revela o machismo, a homofobia, o ódio de “Com o atual sistema classe e a intolerância eleitoral, o Congresso política” Nacional nunca Petrobras e entrega do peirá representar os tróleo do pré-sal às empreinteresses de toda sas concorrentes. Mais uma vez a classe média serve de a diversa sociedade massa de manobra para inbrasileira” teresses antinacionais. Como nos episódios anteriores, conta com a participação de uma mídia concentrada, que mente e encobre, manipulando abertamente a opinião pública. Entre as demandas do “grito das ruas” de 2013 estava a necessidade de uma reforma política, que agora volta à tona. Que reforma deve ser essa?

de uma Assembleia democrática e soberana eleita exclusivamente para este fim. Este Congresso jamais a fará. Tem muito a perder em interesses pessoais para fazê-la. O que é a constituinte exclusiva? É uma Assembleia eleita exclusivamente para ela-

“A neutralidade é uma mentira ideológica assim como a naturalização do que é histórico” Qual o papel de uma constituinte exclusiva para a reforma política? Acreditamos que só por meio deste mecanismo poderemos ter um novo sistema político que possa ajudar a superar toda a corrupção, permitindo que tenhamos uma real democracia que seja capaz de afastar do poder poderosos grupos econômicos e famílias que mantêm sua influência política, algumas, desde 1822. O atual Congresso não tem legitimidade, pois foi eleito com financiamento privado de campanha e se funda em um jogo de influências encoberto e limitado a poucas pessoas com alto poder econômico e político. Qual a importância da democratização da mídia em uma reforma política? Não existe neutralidade. Todas as pessoas falam de algum lugar. A neutralidade é uma mentira ideológica assim como a naturalização do que é histórico. Precisamos de uma regulamentação que permita que as várias formas de pensar e in-

Reprodução / Lattes

borar uma nova constituição fundada na manifestação popular de vontade democrática, com a ampla visibilidade e participação. A proposta existente é de uma constituinte soberana (sem limites no ordenamento jurídico vigente), democrática (com ampla participação popular), exclusiva (eleita exclusivamente para um propósito com dissolução automática após cumprido o propósito) e temática (para a reforma política).

José Luiz Quadros: “Precisamos conhecer as propostas do novo constitucionalismo democrático latino-americano”

terpretar o mundo e os fatos diários esteja presente, de forma igualitária, na mídia. Não há liberdade de imprensa onde só uma forma de pensar e compreender o mundo tem acesso aos ouvidos, olhos e mentes das pessoas. Não há liberdade, efetiva, de imprensa em um país, onde poucas famílias, e uma visão de mundo, têm acesso de forma maciça a toda a população. Fazer uma reforma política de mobilização popular e com esta mídia concentrada é um grande risco de retrocesso. No atual cenário só há uma opção: sermos capazes de mobilizar todos os movimentos sociais e envolvermos e organizarmos as pessoas ainda não organizadas. Do contrário estaremos vivenciando falsas legitimidades construídas de forma distorcida e ideologizada pela grande mídia a partir do preconceito e ódio privados de cada um.

Confira esta entrevista na íntegra em: migre.me/pup3P


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CULTURA

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AGENDA DO FIM DE SEMANA ARTE

Diretamente do acervo do Museu Estatal Russo e de coleções particulares, a exposição “Kandinsky: Tudo Começa Num Ponto”, traz obras do artista. A partir de sábado (18), das 9h às 21h, no Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade.

Feira publicações

Teatro infantil

Músicas do Rei

A“Feira Espanca de Publicações Independentes” terá bate-papo sobre o mercado de edições independentes, com a presença de dezenas de produtores, no sábado (18), a partir das 15h. Na Rua Aarão Reis, 542, no Centro de BH.

No dia (19), às 10h30, “O pastorzinho mentiroso” conta a história de um menino que pregou tantas peças em seus amigos que quando estava em perigo ninguém acreditou. No Espaço Cultural Recreio, na Barão Homem de Melo, 3535, Estoril.

Em homenagem ao aniversário de Roberto Carlos, o músico Cristiano Lima apresenta as grandes canções de Erasmo e Roberto Carlos, no sábado (18), às 19h. No Centro Cultural Padre Eustáquio, na Rua Jacutinga, 821.

Segunda a quinta-feira MÚSICA SAGRADA

Filmes Indígenas

Fotografia

Cinema Nacional

O Conservatório da UFMG realiza o concerto especial “Do Som à Magia do Silêncio”, na terça (21), às 19h30, com o gênero musical, sacred world music, com o casal Yusuf Ganief e Ynne Holmes, da África do Sul. Na Avenida Afonso Pena, 1534.

A “IV Mostra Pajé” traz filmes da temática indígena de 22 a 26 de abril, no Sesc Palladium. São mais de dez títulos que debatem a cidadania indígena, mostram as tradições e rituais religiosos de variadas etnias do país. Rua Rio de Janeiro, 1046, Centro.

A exposição “Movimento” retrata jovens que participaram das manifestações no Brasil, em 2013, além de Turquia, EUA e Grécia, através de telas em silkscreen. A partir de terça (22), no Centro Cultural Banco do Brasil, na Praça da Liberdade.

“O Menino no Espelho” conta a história de um garoto de 10 anos que dá vida a seu reflexo do espelho e cria muita confusão. No Centro Cultural Vila Fátima, na quarta (23), às 18h30, R. São Miguel, 215, Baleia.

BOA DA SEMANA

O maior tropeiro do mundo! O famoso tropeiro, uma das comidas típicas e símbolo da cultura de Minas Gerais, vai entrar para o Guinness Book, o Livro dos Recordes mundiais. De acordo com a Conecte Inovação, empresa responsável pela iniciativa, o intuito é preparar uma receita para servir cerca de 5 mil pessoas. Serão 50 cozinheiros e chefs envolvidos no preparo, que utilizarão 1,5 tonelada de fei-

jão, uma tonelada de carne, 500 quilos de farinha e 800 quilos dos demais ingredientes, totalizando cerca de três toneladas da iguaria. Além disso, serão feitos três tipos de tropeiro, a versão tradicional, uma releitura com toque contemporâneo e um vegetariano. O evento também contará com bares de cachaças especiais e cervejas e quitandas de doces típicos

e caseiros. O dia todo terão shows com grupos de MPB, samba de raiz e maracatu.

Serviço Cada ingresso poderá ser retirado mediante a doação de um quilo de alimento não perecível, cada pessoa terá direito a duas entradas. Na Praça Duque de Caxias, no sábado (18), das 12h às 22h.


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Grupo aposta nas cidades do interior MINAS Artistas usam Manoel de Barros para ler as “paisagens mineiras”

CULTURA

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GENTE É PRA BRILHAR ! Reprodução / Mulheres e Agroecologia em Rede

Divulgação

Da redação O grupo CASCA, formado pelos artistas João Filho, Cafira Zoé e Francis Severino, começaram uma trilha cultural pelo interior de Minas Gerais, em 9 de abril. Eles apresentam o projeto “Quintal”, que une atores e público em oficinas de expressão poética. As cidades de Lima Duarte, Belmiro Braga e Santana do Deserto serão as primeiras a receber o projeto, pensado para dialogar com as diversas paisagens do interior de Minas Gerais. E nisso reside também a interlocução com o poeta Manoel de Barros, que é inspiração do grupo. A oficina “Primeiro Olhar” pretende levar os participantes a repensar

Agricultora dá seu recado!

suas memórias, suas ausências, seus sentimentos de pertença, baseado no poeta mexicano Octavio Paz. Os atores também participam da atividade, com o objetivo de aproximar artistas e público. Depois, o público assiste à peça “Quintal”, encenada

pelos atores João Filho e Francis Severino. Todo o projeto foi desenvolvido sob orientação de Lúcia Castello Branco, professora da faculdade de Letras da UFMG. Cada apresentação tem um máximo de 15 vagas e são gratuitas.

“Parece uma coisa boba, mas não tem como, minha paixão mesmo é a terra. Você toma uma água, ela brota de onde? É da terra. Tudo que você tem, é da terra. Às vezes, eu faço uma comparação e as pessoas dão uma risada grande. Minha mãe cuidou de mim, me deu de mamar, mas partiu. A terra é uma mãe diferente. Ela alimenta desde o dia que a gente nasce, até o dia que a gente entra nela de novo. Eu acho que se a gente tiver esse carinho, não tem jeito de produzir e viver de outro modo. Já nasci com esse amor.” Denira Domirciana, agricultora agroecológica de Divino


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De Peru a Maruska, haja nomes estranhos na TV que valla) com nome de países: Israel (Kayky Brito), Itália (Sabrina Petraglia), Bélgica (Giovanna Lancellotti) e Afeganistão (Gabriel Godoy). Mas até aí tudo bem, conheço pessoas com nomes de diversos lugares desse mundão afora, como Japão, Venezuela e pasmem, Peru. Alguns diriam “que pais tão desnaturados”! Quem gosta mesmo de inventar nomes é Miguel Falabella. Em “Aquele Beijo” (2011), a história contou com Maruska, Taluda, Sulane, Belezinha, Íntima, Eveva e Locanda. Em Negócio da China (2008) além dos nomes chi-

Amiga da Saúde

neses, a criatividade do autor chegou a Maralanis, Aldira, Lausanne, Tamuz, Semiramís e Jasão. Será que ele brinca de juntar letra aleatórias na hora de criar seus personagens? Já na novela “Dez Mandamentos”, há quase um mês no ar pela Rede Record, nome raro é o que não falta. O folhetim, baseado na história bíblica de Moisés, passa no Egito e traz nomes hebreus, difíceis até de escrever. Joquebede (Samara Felippo/Denise del Vecchio) Arão (Victório Ghava/Kadu Schons/Petrônio Gontijo) Tuya (Angelina Muniz)

Até semana que vem! Joaquim Vela

CAÇA-PALAVRAS

www.coquetel.com.br

© Revistas COQUETEL

Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Shhhhh! O ninja quer ver filme! I

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Ir ao CINEMA e não conseguir assistir a um filme direito por causa da CONVERSA alheia é bem desagradável. Por isso, o Prince CHARLES Cinema, em LONDRES, resolveu acabar com o PROBLEMA de uma maneira INUSITADA: contratar PESSOAS vestidas de “ninja” para controlar os TAGARELAS de plantão. Cada uma delas veste uma ROUPA preta de lycra e entra em ação toda vez que alguém começa a atrapalhar a SESSÃO, literalmente tapando a BOCA do indivíduo ou desligando o seu CELULAR.

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Os NINJAS cinéfilos não são REMUNERADOS. Há apenas VOLUNTÁRIOS no projeto. No entanto, podem ver qualquer FILME exibido no Prince Charles, de GRAÇA. Isso, evidentemente, quando ninguém está falando pelos COTOVELOS!

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Cara Lívia, essas verruguinhas são conhecidas como acrocórdons ou fibromas moles. São pequenos papilomas, geralmente localizados nas faces laterais do pescoço, axilas, colo e pálpebras. Mais comuns em idosos, esses papilomas são lesões benignas de causa ainda desconhecida. Sabe-se que se relacionam com o avançar da idade, obesidade, gravidez, menopausa e alguns distúrbios endócrinos, mas não causam sintomas. São permanentes e tendem a crescer com o tempo. A melhor forma de se livrar delas é retirando-as num dermatologista. Várias técnicas podem ser usadas para a retirada e o resultado costuma ser ótimo.

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Reprodução

ilustração: guto dias

Lívia Braga, 42 anos, artesã

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Amiga da saúde, de um tempo pra cá tem aparecido um tanto de verruguinhas bem pequeninas no meu pescoço e axilas. O que causa isso e como fico livre delas?

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde

Henutmire (Mel Lisboa/Vera Zimmermann) e Disebek (Daniel Aguiar/Eduardo Lago) são alguns deles. Além da desenvoltura na atuação, acho mesmo é que os atores têm aprendido a desenvolver a musculatura da língua para pronuncia -los, não é mesmo? Gostou de algum desses nomes? Tem coragem de batizar alguém com eles? Conta para mim no quimvela@brasildefato.com.br

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Se tem uma coisa que autores de novela podem fazer à vontade é batizar os personagens com os nomes que gostam, que desejaram colocar nos filhos ou que tenham algum conteúdo

simbólico. Muitos sabem, por exemplo, que o aposentado Manoel Carlos sempre nomeou as heroínas de suas histórias de Helena, em alusão à mitológica Helena de Troia, mulher mais bela da Grécia. Mas tem uns nominhos por aí que são engraçados e esquisitões por demais, duvido que algum escrivão de cartório aceitaria registar uma criança com eles. Haja criatividade! Por exemplo, em “Alto Astral”, novela da faixa das 19h, o autor Daniel Ortiz batizou os filhos de Manuel (Leopoldo Pacheco) e Argentina (Elizabeth Sa-

Novela

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14 VARIEDADES


ESPORTE

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

Eduardo Galeano e o império da TV no futebol

na geral Boas novas para o futebol feminino Francisco Medeiros / ME

A MP do futebol, assinada em março deste ano, pede um maior investimento dos clubes brasileiros no futebol feminino. Nesta terça (13), o diretor de futebol do São Paulo se reuniu com o Ministro do Esporte, George Hilton, e anunciou a reativação da equipe feminina tricolor. Foi realizada uma seletiva e a equipe formada reestreia no domingo (19), contra o São Bernardo. A iniciativa foi elogiada pelo Ministro.

Brasileiras conquistam medalhas no levantamento de peso CPBL

Uma incurável ferida sangrou para sempre as veias da América Latina. Na segunda-feira (13), faleceu o escritor uruguaio Eduardo Galeano, uma consciência crítica da opressão vivenciada pelos povos latino-americanos, mas também da história comum através da qual podemos vir a ser um povo realmente livre e soberano. Apreciador daquele futebol que desafia a eficiência e a violência nos gramados para produzir beleza com os pés, Galeano escreveu algumas das mais apaixonadas crônicas sobre o esporte bretão. Muitas delas estão reunidas no livro El Fútbol a Sol y Sombra, que a LP&M Editores traduziu para o português. Em “A Telecracia”, ele caracteriza o futebol moderno como um lucrativo negócio comandado por grandes empresas de telecomunicação. Estádios se tornam gigantescos estúdios. Jogadores desfilam pelos campos como astros de um espetáculo de audiência. A espetacularização do esporte serve a um propósito muito bem definido:

na geral Reprodução

Wallace Oliveira

“Agora, milhões de pessoas podem ver as partidas, e não apenas os milhares que cabem nos estádios. Os torcedores se multiplicaram e se converteram em potenciais consumidores de tudo o que os manipuladores de imagens quiserem vender”, afirma Galeano. Em prol do interesse comercial, a TV decide onde, quando e como se joga, mesmo se isso obrigar os atletas a correrem sob o sol escaldante do meiodia mexicano, enquanto anoitece na Europa. Foi o que aconteceu na Copa do Mundo de 1986. A emissora Televisa determinava o horário das partidas e extraía lucros astronômicos da transmissão do torneio para o continente europeu. Também nós, brasilei-

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ros, sentimos a captura do esporte mais popular do país por empresários midiáticos. O ex-jogador Alex de Souza chegou a dizer que, no Brasil, só se entra em campo após o último beijo da novela da Globo. O horário das dez da noite é uma crueldade com o torcedor que precisa acordar cedo no dia seguinte. Ademais, o calendário da CBF é a expressão máxima do desequilíbrio e da subserviência dos cartolas ao império da TV. Clubes pequenos fecham as portas por falta de jogos e receita para pagar suas contas; jogadores dos grandes clubes se lesionam em função do excesso de jogos. Como fez questão de lembrar o zagueiro Paulo André, o elo mais fraco é quem mais perde.

Del Nero assume o poder Reprodução

O ex-presidente da Federação Paulista de Futebol, Marco Polo Del Nero, assumiu nesta quinta-feira (16) a presidência da Confederação Brasileira de Futebol (CBF). Advogado formado pelo Mackenzie, Del Nero tem se colocado a favor da manutenção do Campeonato Brasileiro por pontos corridos, da mudança no comando técnico da seleção olímpica de 2016 e da subordinação do futsal à CBF. O mandato é de quatro anos.

Brasil fatura medalhas no tiro com arco Divulgação / CBTArco

Pratique esportes

Ciclismo Onde: Concentração no ParAs atletas Aline Facciola, Luana Madeira e Emily Figueiredo conquistaram seis medalhas no Mundial de Levantamento de Peso Sub 17, disputado em Lima, Peru. Emily foi a primeira brasileira a ganhar uma medalha em mundiais. Ela ficou com dois bronzes, na categoria 44 kg, além do troféu de melhor atleta da competição. Já Aline faturou a medalha de ouro no arranco (73 kg) e Luana ficou com a prata (72kg), na categoria 48 kg.

que Municipal, Centro, BH

Quando:

18 de abril, às 12h30

Informações:

http://migre.me/puXkX

Vôlei

Onde: R. Rio Paraopeba,

1200, B. Riacho. Contagem

Quando: de terça a domingo, das 8 às 16h.

Informações: (31) 3352-5377

O movimento Parque Jardim América e a Rede Verde realizam uma bicicletada em defesa da criação do parque ecológico no Jardim América. Os ciclistas se concentrarão no centro da cidade e sairão em direção ao bairro Jardim América.

O Centro de Excelência de Voleibol de Contagem resulta da parceria entre a Prefeitura e o Sada Cruzeiro e oferece aulas gratuitas a crianças e adolescentes entre sete e 17 anos.

O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.

Se o objetivo do COB nas Olimpíadas 2016 é figurar entre os dez maiores medalhistas, o esporte paralímpico brasileiro já vive essa realidade. Com o 7º lugar no quadro-geral das Olimpíadas de Londres (2012), nossos atletas paralímpicos continuam a brilhar. O último resultado aconteceu nesta semana, em Phoenix (EUA). A seleção de tiro com arco conquistou três medalhas na Arizona Cup 2015, sendo duas de ouro.


16 ESPORTES

Belo Horizonte, 17 a 23 de abril de 2015

DECLARAÇÃO DA SEMANA

CURTO E GROSSO

O time do coração CALENDÁRIO Galo e Cruzeiro perdem a oportunidade de marcar uma boa data para o clássico

Bruno Cantini/Clube Atlético Mineiro

Wallace Oliveira

O segundo clássico da semifinal do Campeonato Mineiro será jogado no domingo (19). Azar do Cruzeiro, que joga dois dias depois, pela Libertadores. Disputar duas partidas em um intervalo tão curto contraria a Lei Pelé e o Regulamento Geral das Competições. Mas isto é letra morta, que só se cumpre quando entra em cena algum “interesse maior”, como a audiência da TV Globo. Com base no artigo 35 do Regulamento do Campeonato Mineiro, para que um

jogo seja remarcado, é preciso que o clube mandante, a emissora de TV e a federação estejam de acordo. A Globo, porém, enviou um e-mail autorizando a mudança, mas apenas sob a condição de que o Atlético, clube visitante, esteja de acordo. E o Atlético, a exemplo do que fez no primeiro jogo, não vai querer colaborar com o arquirrival. Ao contrário do que parece à primeira vista, essa situação não beneficia ninguém, além da própria TV. Hoje, quem perde é a Raposa. Amanhã, pode ser o Ga-

Wikimedia

Não passo de um mendigo do bom futebol. Ando pelo mundo de chapéu na mão. Nos estádios, suplico: ‘Uma linda jogada, pelo amor de Deus’. Quando acontece o bom futebol, agradeço o milagre, sem me importar com o clube ou o país que o oferece.

Eduardo Galeano, escritor falecido na segunda-feira (13). Algumas das mais belas crônicas futebolísticas foram escritas por ele, no livro “O Futebol ao Sol e à Sombra”.

lo ou qualquer outro clube. O time do coração de empresário é o dinheiro. O resto é firula de torcedor.

Gol de placa O gol de placa desta semana vai para os jogadores do time de vôlei do Cruzeiro, tricampeões da Superliga Masculina. A equipe de Marcelo Mendez garantiu o título num jogo exemplar contra o forte Sesi-SP, vencido por 3 sets a 1. Destaque para o cubano Leal, pontuador da partida.

Gol contra O Tribunal de Justiça Desportiva do Rio de Janeiro (TJD-RJ) condenou o atacante Fred, do Fluminense, a dois jogos de suspensão. O motivo da punição foi o fato de Fred ter criticado o Campeonato Carioca, no último Fla-Flu, dia 5 de abril. O nome disso é censura.

OPINIÃO América Bráulio Siffert Embora tenha demonstrado um bom futebol na segunda metade do Campeonato Mineiro, o América mais uma vez decepcionou, ao não figurar entre os semifinalistas. Aliás, nos últimos 15 anos, apenas em seis o time foi às semifinais e apenas duas vezes, em 2001 e 2012, chegou à final. O lado bom da não classificação é que pressiona a diretoria a bus-

car reforços de já demonstrada qualidade, e não jovens promessas, das quais o próprio time é celeiro. A propósito, os garotos que tiveram chance no Mineiro comprovaram que, com mais experiência, mais chances e mais apoio dos veteranos, são plenamente capazes de fazer uma boa Série B e ajudar o time a alcançar o maior objetivo da temporada, que é o acesso à Primeira Divisão.

OPINIÃO Atlético Rogério Hilário Estamos diante de uma verdade: para o Atlético, tudo é difícil. Foi assim na conquista da Copa Libertadores e nas finais da Copa do Brasil. E, mais uma vez, o time está diante de dois desafios. Precisa de duas vitórias, pelas semifinais do Estadual, e contra o Colo-Colo, pelo torneio intercontinental. E, para variar, vamos apelar para o lema dos últi-

mos anos: “Eu acredito”. Novamente, pode dar certo. Para isto, apenas a fé pode ser pouco. O time precisa jogar mais e com mais equilíbrio. Perdeu a cabeça no primeiro jogo das semifinais do Mineiro e errou demais no confronto contra o Atlas. A alguns jogadores falta regularidade. Convenhamos, falta mesmo é Diego Tardelli e Ronaldinho Gaúcho. Aí, é ser muito saudosista.

OPINIÃO Cruzeiro Léo Calixto A derrota do Cruzeiro por 3 a 1 para o Húracan (ARG) evidenciou dois pontos importantes que não podem passar em branco. O primeiro é relacionado à prática do futebol. O Cruzeiro sucumbiu mais uma vez fora de casa, na Libertadores, com erros infantis em todos os setores do campo. O segundo relaciona-se à precarização deste esporte,

pois a derrota não deve ser creditada aos erros por si só. O evidente cansaço dos jogadores é fruto do calendário desumano, criado apenas para dar lucros à TV, CBF, federações estaduais e patrocinadores, que não se importam se jogadores não estão descansando e se torcedores estão gastando seus salários para sustentá-los no poder.


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