Edição 97 do Brasil de Fato MG

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Divulgação

MINAS

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Mirela Persichini

12 CULTURA

Cemig pode Tambores do perder usinas congado O problema começou com antiga gestão, que não aceitou acordo com o governo federal. A atitude coloca em risco 45% do potencial da empresa

Minas Gerais

O Bloco Saúde e Tizumba convidam o percursionista Serginho Silva para o “Tambor na Praça”, que acontece no domingo (2)

31 de julho a 06 de agosto de 2015 • edição 97 • brasildefato.com.br/mg • distribuição gratuita

Carmen Cira Lustosa da Costa / Presidência

9 BRASIL

16 ESPORTES

Bruno Cantini

Atlético mira o título Persistência e paciência de Levir Culpi deram ao Galo rendimento de alto nível e a liderança isolada no Brasileirão. Meta é o título do campeonato Bruno Cantini

16 ESPORTES Está na mão dos Tribunais de Contas da União (TCU) e do Superior Eleitoral (TSE) casos que podem levar ao impeachment de Dilma Rousseff (PT). Especialistas contestam risco de julgamento político, pois faltariam provas. Em denúncia contraditória, PSDB acusa a presidenta de receber doações da empresa UTC, da qual o partido também recebeu verba

Daiane Souza / UnB Agencia

4 MINAS

Camisinha feminina, será que é bom?

Além de garantir autonomia à mulher, o preservativo pode aumentar a sensibilidade e é mais seguro na prevenção a DSTs

5 MINAS

Boa leitura!

Cruzeiro foge da degola

A semana que vem está recheada de boas opções. Tem lançamento de livro sobre reforma política e palestra de Leonardo Boff. Frei Betto lança dois volumes na terça

Enquanto isso, o time de Luxemburgo amarga uma fase ruim, que não tem data para acabar. Diretoria não soube planejar a temporada. Meta é não cair


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OPINIÃO

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

editorial | Brasil

Lutar para derrotar a direita e os golpistas

ESPAÇO dos Leitores

Paralela à atitude de Cuba e Estados Unidos apaziguarem suas relações, falta ao Papa Francisco reunir as lideranças de Israel e da Palestina (que merece também a criação de seu Estado) e exigir que se chegue, enfim, a um acordo de paz. Marcelo Gomes Mendes, de Vespasiano, por email

É... Agora é pedir pro prefeito ter a amabilidade de parar de cortar as árvores por aí. Na rua onde minha mãe mora (Coleirinha, no Caiçara) já se foram quase todas. A rua era das mais bonitas do bairro, agora tá seca, horrível. Moisés Carvalho, comentando a publicação “Ipês colorem Belo Horizonte e criam contraste de cores”

Que exemplo de vida! E que falta fazem pessoas assim. Leonardo Loureiro, comentando a publicação “VovónoBF”

Esse Cunha não pode continuar como presidente da Câmara dos Deputados. É um absurdo. Não faz nada de útil pelo Brasil. Ceres Valladão, comentando a publicação “Faces de Cunha”.

Escreva para nós: redacaomg@brasildefato.com.br Giovani Clark

Não foram poucos os alertas das entreguista. forças que asseguraram a vitória de Aécio Neves e Fernando HenDilma no segundo turno de que o rique Cardoso consolidam a imagoverno petista flertava com o suicí- gem de lideranças patéticas. Obcedio político, ao adotar uma política cados em atacar o PT e o ex-preside ajuste fiscal de matriz neoliberal. dente Lula, são incapazes de formuSomente em junho, 111 mil tra- lar propostas para o país. Na mediobalhadores perderam o emprego. cridade que os caracteriza, acabam E os empregados têm reajustes sa- sendo bajulados pelos mesmos que lariais abaixo da inflação, algo que defendem a volta dos militares ao não acontepoder e o golceu nos três Ajuste fiscal de matriz neoliberal é pe de Estado. outros manTriste fim padatos dos go- suicídio político do governo petista ra um partido vernos petispolítico que tas. Os cortes nos gastos sociais es- ousou trazer a social-democracia tancaram os programas de constru- para nosso país. ção de casas populares, creches, esA outra ave de rapina, a mídia, colas, postos de saúde e hospitais. sempre arredia à democracia e porSoma-se a isso a taxa de juros ele- tadora e promotora de ojeriza aos vada a patamares absurdos, penali- segmentos populares do país, não zando ainda mais o capital produti- poupa esforços em seu intento golvo, especialmente as atividades in- pista. Engana-se ela se imaginar dustriais. que não haverá resistência popuTrágico é que o arrocho, capi- lar à sua escalada antidemocrática. taneado pelo ministro da Fazen- A lei pela democratização da comuda, Joaquim Levy, não apenas fra- nicação pode tardar, mas vencerá. cassou em seus resultados como Fazer frente a essa ofensiva direiaprofundou ainda mais o desiquilí- tista passa pelas lutas para mudar brio nas contas públicas. E o minis- imediatamente a política econômitro, coerente com seu ideário neoli- ca recessiva do ministro Levy. É neberal, não hesita em defender a ne- cessário retomar a geração e valocessidade de o governo “cortar na rização do trabalho, o crescimento carne”, mais econômico ainda. Ou se- Aécio Neves e Fernando Henrique com distrija, promover buição de mais arrocho, Cardoso acabam bajulados pelos que renda. Remais recesduzir a taxa querem a volta dos militares são e penalijuros e prozar mais a população. mover um imposto extraordinário Contra essa irracionalidade é de- sobre as grandes fortunas. E promomolidora a constatação feita pelo ver a reforma política para aprofuneconomista Amir Khair: só no pri- dar a democracia, criando mecameiro trimestre, enquanto o gover- nismos para a participação popular. no economizava R$ 18 bi em direiAs mobilizações populares e sintos trabalhistas e na previdência so- dicais em frente ao Ministério da Facial, as despesas com juros atingi- zenda são um indicativo da disposiriam R$ 85 bilhões. ção de luta da classe trabalhadora. As aves de rapina da política bra- Outras virão, em agosto e setembro, sileira, sempre atentas e vorazes de sempre reivindicando mais demopoder e privilégios, não perderiam cracia, mais distribuição da riqueza essa oportunidade para fragilizar e e em defesa das riquezas brasileiras derrotar definitivamente o governo e contra os que fazem oposição ao petista. Os tucanos, inconformados Brasil e ao povo brasileiro. com a derrota eleitoral, insistem em associar o golpismo ao seu DNA

O jornal Brasil de Fato circula semanalmente em todo o país e agora também com edições regionais, em MG, no Rio e em SP. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso país e no nosso estado.

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conselho editorial minas gerais: Adília Sozzi, Adriano Pereira Santos, Adriano Ventura, Beatriz Cerqueira, Bernadete Esperança, Bruno Abreu Gomes, Carlos Dayrel, Cida Falabella, Cristina Bezerra, Deliane Lemos de Oliveira, Durval Ângelo Andrade, Eliane Novato, Ênio Bohnenberger, Frederico Santana Rick, Frei Gilvander, Gilson Reis, Gustavo Bones, Jairo Nogueira Filho, Joana Tavares, João Paulo Cunha, Joceli Andrioli, José Guilherme Castro, Juarez Guimarães, Laísa Silva, Luís Carlos da Silva, Marcelo Oliveira Almeida, Michelly Montero, Milton Bicalho, Neemias Souza Rodrigues, Nilmário Miranda, Padre Henrique Moura, Padre João, Pereira da Viola, Renan Santos, Rilke Novato Públio, Rogério Correia, Samuel da Silva, Sérgio Miranda (in memoriam), Temístocles Marcelos, Wagner Xavier. Editora: Joana Tavares (Mtb 10140/MG). Repórteres: Pedro Cíndio, Pedro Rafael Vilela, Rafaella Dotta e Wallace Oliveira. Colaboradores: Acsa Brena, Anna Carolina Azevedo, André Fidusi, Bráulio Siffert, Diego Silveira, João Paulo, Léo Calixto, Marcos Assis, Olivia Santos, Rogério Hilário, Sofia Barbosa, Coletivo Henfil. Fotografia: Larissa Costa. Estagiária: Raíssa Lopes. Revisão: Luciana Santos Gonçalves. Administração: Vinicius Nolasco. Diagramação: Bruno Dayrell. Tiragem: 40 mil exemplares.


Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

CIDADES

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A economia pode ser solidária ALTERNATIVA Produtos são feitos em rede, vendidos a preço justo e lucro é dividido Reprodução Arquidiocese

Raíssa Lopes A Economia Popular Solidária (EPS) é uma estratégia de desenvolvimento fundamentada na organização coletiva de trabalhadores. Os empreendimentos são geridos por aqueles que trabalham, assim como os meios de produção são de posse coletiva. Poucas pessoas sabem, mas Belo Horizonte e a região metropolitana da capital possuem uma rede de economia popular solidária, com produtos de alimentação, cosméticos, confecções e artesanato. Todos os anos os comerciantes organizam uma feira de natal, e também atuam semanalmente na Feira Hippie. “Os empreendimentos de economia solidária - que podem ser associações, cooperativas ou empresas que têm no estatuto a questão da gestão coletiva - não possuem patrão, os trabalhadores têm o mesmo tempo de trabalho

mulher que trabalha na rede e tem filho, por exemplo, pode chegar depois de levar

“Os empreendimentos de economia solidária não possuem patrão, os trabalhadores têm o mesmo tempo de trabalho e recebem o mesmo salário” Rede de produtores ainda tem o desafio de garantir comercialização

e, ao final do mês, recebem o mesmo salário. Além disso, nos preocupamos com a questão da preservação do meio ambiente”, explica Rodrigo Pires Vieira, Secretário Regional da Cáritas de Minas Gerais. Em média, 500 pessoas participam da rede na re-

gião de BH (cerca de 110 empreendimentos). E aqui também são realizados o Fórum Mineiro de Economia Popular Solidária, o Fórum Metropolitano de Economia Popular Solidária e fóruns municipais semanais. “Também é visada a flexibilidade de horários. Uma

Capital pode ter terceiro aumento de passagem em um ano Reprodução / TarifaZero

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH) sugeriu um aumento de 11,88% no preço das passagens do transporte público da capital mineira. Assim, de R$ 3,10, o valor passaria para R$ 3,45. Em justificativa ao reajuste, o sindicato divulgou um estudo que, entre outras questões, responsabiliza o Move/BRT pelo crescimento das despesas e necessidade de revisão de contrato. Porém, ainda corre na 4ª Vara da Fazenda Municipal uma liminar impetrada pela Defensoria Pública de Minas Gerais que solicita a suspenção do aumento da tarifa em um prazo de 180 dias. Protestos contra o aumento Na segunda-feira (27), foi realizada uma reunião

a criança na escola. Existe a preocupação com o preço justo dos produtos”, comenta Rodrigo. Ele também ressalta a importância da intenção de construir um movimento de resistência ao capitalismo. Alternativa à economia capitalista O secretário executivo do Fórum Metropolitano, Belmiro Alves de Freitas, deixa claro que as redes são ins-

trumentos utilizados para manutenção e fortalecimento do movimento e afirma que são quatro as principais reivindicações da Economia Solidária: capacitação e formação política, comercialização de produtos e serviços, criação do marco regulatório e jurídico e financiamento. Como participar Uma das principais referências em economia solidária na capital é a loja Arte Mostra Solidária, composta por 21 empreendimentos que produzem artesanato de diversas matérias primas. Ela funciona desde 2007, na Av. dos Andradas (nº 367, Edifício Central). Os interessados em participar da rede devem se auto-organizar - são necessárias, no mínimo, cinco pessoas para compor o coletivo. As reuniões do fórum municipal são realizadas durante todas as segundas e terças-feiras, no Centro Público da Praça da Estação.

PERGUNTA DA SEMANA O presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB), anunciou que irá “desengavetar” todos os pedidos de impedimento do mandato da presidenta Dilma Rousseff (PT), para avaliar a possibilidade de impeachment. Em contrapartida, especialistas chamam a atitude de “golpe na democracia”.

E você, o que acha desses pedidos de impeachment?

Tarifa Zero contesta informações da Setra para justificar possível aumento

ampliada do coletivo Tarifa Zero contra o aumento. No encontro, de acordo com informações do movimento, foram decididas as próximas ações do grupo. Entre as programadas para esta semana, estão panfletagens em coletivos da capital e um ‘bicicletaço’

na sexta-feira (31), na região do Barreiro. O ato será também organizado pelo Linha 2, coletivo que reivindica a construção do metrô no bairro. O Tarifa Zero também está em processo de criação da “Frente Contra o Aumento”. (Da redação)

Acho que tem que haver toda uma reformulação da política, e não só no âmbito do presidente, porque ela não toma as decisões sozinha. E enquanto a política for algo extremamente rentável pra quem está lá, vai continuar assim. Wesley Ricardo, estudante

Eu votei na Dilma porque eu tenho FIES e teve um momento que ela estava mesmo favorecendo os estudantes, mas agora não. Mas ao mesmo tempo, se o Aécio estivesse na presidência, estaria muito pior. Sidneia Silva, estudante


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CIDADES

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Camisinha feminina pode ser uma gostosa alternativa SAÚDE Ainda pouco utilizado, preservativo para mulheres é mais seguro contra DSTs Divulgação

Divulgação

Fania Rodrigues* do Rio de Janeiro (RJ) Por sugestão de uma leitora, o Brasil de Fato foi buscar mais informações sobre a camisinha feminina. Ainda pouco utilizada, ela possui uma série de vantagens se comparada à masculina. A principal delas é que o preservativo feminino é mais eficaz que o masculino quando o assunto é gravidez indesejada e prevenção contra doenças sexualmente transmissíveis. Isso porque o produto utilizado na fabricação, o poliuretano, é mais resistente que o látex usado no masculino e, portanto, é mais difícil de rasgar. De forma interativa e com a ajuda de uma blogueira, ouvimos alguns internautas sobre o tema. O estudante de medicina Jan Billand contou que ele e sua companheira já usaram a camisinha feminina e recomendam. “Usamos várias vezes e, para mim, trata-se de uma alternativa gostosa à camisinha masculina, pois proporciona sensações diferentes. Para os homens,

a camisinha feminina tem a imensa vantagem de permitir que haja um deslize contra a pele do pênis, o que a camisinha tradicional impede”, afirma o leitor. Dois modelos No momento, existem dois modelos disponíveis. Um é feito de borracha de nitrilo (embalagens roxas) e o outro de poliuretano. “Na minha opinião, o primeiro é mais agradável, pois o material é mais elástico, a lubrificação é melhor e, sobretudo, o poliuretano tem a desvantagem de produzir um leve barulho de sacola plástica, que a maioria das pessoas acha chato”, conta Jan. Já para a médica de família Joana Carvalho, es-

sa é uma opção para quem tem alergia ao látex da camisinha masculina. Esse é o caso de uma paciente que só usa a feminina. A doutora destacou ainda que, mesmo sendo pouco conhecido, o preservativo feminino tem um simbolismo importante. “A camisinha feminina contribui para a autonomia da mulher”, diz. Essa ideia é compartilhada pela lutadora social Eleutéria Amora, da Casa da Mulher Trabalhadora. “As mulheres ainda encontram muita dificuldade na negociação com o parceiro para o uso do preservativo masculino. Mas, com o surgimento da camisinha feminina, ela não precisa depender do parceiro no uso do preservativo”, ressalta.

Acesso gratuito, mas um pouco mais restrito SUS Preservativo é distribuído nos postos de saúde, mas ainda em quantidade menor que o masculino Os postos da rede municipal de saúde de BH distribuem a camisinha feminina de forma gratuita e sem receita médica. “Infelizmente a quantidade de camisinha feminina que vai para os postos de saúde é pequena, cerca de 30 por mês. Distribuímos mais para as pessoas conhecerem mesmo, nos grupos de planejamento familiar”, conta Sofia Barbosa, enfermeira do posto de saúde Vila Maria, na região nordeste de BH. Na farmácia, ela costu-

ma ser um pouco mais cara que a masculina, mas também

As mulheres ainda encontram muita dificuldade na negociação com o parceiro para o uso do preservativo masculino é encontrada facilmente. Além disso, a partir de agora, a camisinha fe-

minina poderá ser vendida em qualquer estabelecimento comercial, independentemente de ser farmácia, supermercado ou outro tipo de negócio. A novidade é graças a uma medida aprovada, na semana passada, na Comissão de Desenvolvimento Econômico, Indústria e Comércio da Câmara Federal do Congresso. A lei que já valia para o preservativo masculino agora será estendida ao feminino.

Lei que já valia para o preservativo masculino agora será estendida ao feminino

Vantagens da camisinha feminina • Proteção em dobro A camisinha feminina é mais eficiente para evitar gravidez indesejada e prevenir doenças. • Melhora a sensibilidade Por sua espessura ser mais fina e não apertar o pênis, a sensibilidade durante a penetração é preservada e até mesmo aumentada se comparada ao preservativo masculino. • Não precisa cortar o clima A camisinha feminina pode ser colocada até oito horas antes sexo, sem prejudicar sua eficácia. Então não precisa interromper o clima para colocar. • Já vem lubrificada Ela já tem pré-lubrificação, o que facilita a penetração. • Previne herpes e verrugas genitais Diferente da camisinha masculina, a feminina recobre a vulva (parte externa da vagina), diminuindo o contato direto entre os órgãos sexuais do homem e da mulher. Isso diminui a chance de transmissão de doenças.


Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Comunidades se mobilizam contra abusos da mineradora Anglo American CONCEIÇÃO DO MATO DENTRO Moradores fecham rodovia e exigem o reconhecimento de atingidos

MINAS

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Artigo Política e mística

Cáritas Regional MG

Geovane Assis da Rocha e Juliana Deprá Stelzer Cerca de 80 pessoas das comunidades Turco, Cabeceira do Turco, Água Quente, Sapo e Serra da Ferrugem, em Conceição do Mato Dentro, a 167 km de Belo Horizonte, fecharam o trecho da rodovia MG-010 entre Conceição e Alvorada de Minas, principal acesso à mina da Anglo American, na tarde de terça (28) e quarta (29). Elas reivindicam o reconhecimento das comunidades como atingidas pela mineração e denunciam violação de direitos como a perda de córregos e nascentes, rachaduras nas casas causadas pelo mineroduto, poluição do ar, intensos ruídos, aumento de alcoolismo, de violência e até casos de estupro. Elias de Souza, que é morador da comunidade do Turco e uma das lideranças do movimento, diz que as comunidades já fizeram várias manifestações, mas suas reinvindicações ainda

João Paulo Cunha

Manifestantes fecharam rodovia dois dias exigindo negociação com mineradora e poder público

não foram atendidas pela empresa. “Queremos uma reunião com a Supram, com a prefeitura, com o pessoal dos direitos humanos, com a empresa e Ministério Público Federal e Estadual, porque tem famílias aí que não têm água nem pra beber”, explica. “Queremos ser reconhecidos como atingidos e indenizados por todos danos que eles estão nos causando”, completa. Proposta não agradou A empresa esteve no local da manifestação, porém a proposta apresentada não foi acatada pelos manifes-

tantes, por não apresentar garantias de que suas reivindicações serão atendidas. Eles aguardam a resposta dos órgãos públicos acionados para mediar as negociações e tomar providências em relação às denúncias. Cerca de 40 famílias foram reassentadas pela empresa, porém muitas ainda permanecem próximas à mina, sofrendo impactos ambientais e sociais sem serem indenizadas e reconhecidas como atingidas.

Frei Betto e Boff em BH DEBATE Cidade recebe lançamento de livros e palestras na semana que vem Reprodução A primeira semana de agosto será especial para aqueles que apreciam a leitura. Três aguardados lançamentos estão marcados para o início do mês. Na segunda (3), a Fundação Perseu Abramo (FBA) divulga o livro “Reforma Política Democrática”, dos autores Otávio Dulci, Bruno Reis, Gleide Andrade e Clarisse Paradis. A publicação reúne 24 artigos sobre o tema e foi organizada pelo professor do Departamento de Ciência Política da Universidade Federal Fluminense (UFF), Marcus Ianoni. O evento começa a partir das 18h e será realizado no Salão Nobre da Assembleia Legislativa de Minas Gerais - ALMG (Rua Rodrigues Cal-

das, 30 - Santo Agostinho). Na terça (4), Frei Betto lança seus mais recentes trabalhos “Paraíso Perdido - Viagens ao Mundo Socialista” e “Um Deus Muito Humano - Um Novo Olhar Sobre Jesus” pelo projeto Sempre Um Papo. Em “Paraíso Perdido”, o autor relata experiências que viveu ao presenciar o sistema político de países como Cuba, China, ex-Alemanha Oriental e ex-Tchecoeslováquia. A conversa acontece às 19h30, no MM Gerdau - Museu das Minas e do Metal (Circuito Cultural da Praça da Liberdade), com entrada franca. Colégio recebe Leonardo Boff A semana conta ainda com a palestra do filósofo e

Frei Betto lança dois livros na próxima terça (4), às 19h30, no Museu das Minas e do Metal

teólogo Leonardo Boff, que irá abordar o tema “Cidade e Ecologia”. O evento, promovido pelo Fórum Urbano, acontece na sexta (6) a partir das 17h30, no Teatro do Colégio PIO XII (Av. do Contorno, 8902 - Santo Agostinho). Os ingressos custam de R$ 15 a R$ 40.

Liberdade é algo tão importante que se abre em muitas perspectivas. Não é um acaso que tanto em política quanto em religião, ser libertário é atitude de quem busca a aproximação com que o homem tem de melhor. Há uma política da libertação e uma teologia da libertação. Em cada um dos universos, que são faces do mesmo destino humano, há tarefas urgentes a serem exercidas com atenção, crítica, capacidade de organização, senso de transcendência e solidariedade. O intelectual, militante, escritor e religioso Frei Betto é dessas pessoas que não parece viver a separação entre fé e razão, política e religião, fome de pão e fome de Deus. Recebido recentemente na casa dos 70 anos, mas com uma jovialidade de quem é sempre capaz de se entusiasmar com o novo e não se bastar com o passado, ele completa a marca respeitável dos 60 livros publicados. Sem contar os inumeráveis artigos, colaborações e dezenas de projetos coletivos. Frei Betto está Frei Betto não vive a lançando de uma só vez dois livros, separação entre fé e razão, “Um Deus muito humano” e “Pa- política e religião, fome de raíso perdido”. De pão e fome de Deus certa maneira, são duas obras que se dão as mãos, postas em oração ou em gesto de fraternidade com as causas populares, abarcando o compromisso com o mundo dos homens e com as demandas da espiritualidade. “Um Deus muito humano” propõe um novo olhar sobre Jesus. Para Frei Betto, Jesus é um homem próximo o suficiente para ser chamado de “companheiro”, mas distante a ponto de exigir um empenho em contextualizar sua vida, exemplo e mensagem. A intenção do autor é sutil e profunda: ao mostrar a ligação de Jesus com seu tempo, o livro permite a emergência de uma dimensão que vai além da temporalidade. Frei Betto apresenta o panorama histórico do tempo de Jesus, sua ligação com a causa dos oprimidos, sua relação com as mulheres, sua crítica ao poder que desumaniza e oprime. Trata, a partir da vida do homem, dos grandes temas teológicos, mas sem perder a ligação com a existência. O outro livro que volta a circular, em edição atualizada, é “Paraíso perdido – Viagens ao mundo socialista”. Um diário reflexivo sobre as andanças do autor do período que vai de 1979 a 2012. A geografia ideológica das viagens supera os continentes, passando pela América, Europa e Ásia, no encalço das experiências socialistas. Conduzido como uma conversa amistosa com o leitor, o livro traça perfis, analisa processos políticos, estabelece paralelos, revela segredos (todo grande homem é primeiro um homem), deixando claras as admirações e idiossincrasias. Ao mesmo tempo em que acompanha os fatos e conhece os personagens da vida real, o leitor divide com o autor algumas preocupações sempre latentes, como o tema da religião e da espiritualidade. Tudo o que não é político é transcendente demais em “Paraíso perdido”. O paraíso pode estar perdido, mas a ideia de sua conquista anima os passos em direção à sua construção, o que põe em evidência os temas que atualmente alimentam os sonhos libertários e que não dispensam as lições da história. A democracia, hoje, está “no centro do debate do que se entende por socialismo”, escreve Frei Betto. Não é uma conclusão. É um projeto.


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MINAS

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Cemig pode perder 45% do seu potencial energético PRIVATIZAÇÃO Como a gestão passada não quis renovar concessões, agora Cemig briga na Justiça por três usinas Noronha Rosa

Rafaella Dotta da estatal. “Se o leilão acontecer, vai ser uma tragédia O setor energético mi- pra Cemig”, diz. O Sindieleneiro pode estar prestes a tro está organizando uma sofrer uma reviravolta. A petição virtual a favor de Cemig não manifestou in- que as usinas sejam renoteresse em renovar a con- vadas para a própria Cemig. cessão das usinas em 2012 e não aceitou acordo com Risco de privatização o governo federal para a O leilão de concessões Medida Provisória 579 (ver de hidrelétricas é controlaquadro abaixo). Como re- do pelo governo federal e sultado, corre agora o risco acontece toda vez que uma de perder 45% do seu po- usina não tem sua licença tencial energético. de operação renovada. AsSão 21 hidrelétricas na sim, a usina volta ao poder berlinda. Destas, 18 estão da União e qualquer emcom leilão confirmado pa- presa, estatal ou privada, ra setembro deste ano e re- pode concorrer para ser a presentam 679 megawatts. nova gestora. Sai vencedoPara as outras três, que são ra aquela que mostrar gamaiores e totalizam 2.452 rantias de que vai cumprir megawatts, a Cemig entrou cláusulas do contrato e forcom contestação judicial. necer energia a menor preAlega que as usinas têm di- ço. reito à renovação automáPara Franklin Moreira, tica da concessão, como já diretor de geração e transaconteceu com as demais. missão da Cemig, a esta“Agora a Cemig tem uma tal sairia perdendo nos leinova administração, com lões. Com a perda das três interesse em retomar essas usinas, a Cemig se enfrausinas”, afirma a empresa, queceria financeiramente. se referindo às 21 hidrelé- Isso pode resultar em pertricas. Márcio Antônio dos da de poder de investimenSantos, diretor do Sindicato to nos leilões de outras usidos eletricitários (Sindiele- nas e, indiretamente, no autro), entende que a atitu- mento do preço da energia. de daqui em diante será de “São as estatais, concorrenbuscar minimizar os danos do com empresas privadas, causados pela antiga gestão que jogam o preço da ener-

Com enfraquecimento da empresa, tarifa pode ficar mais cara para os consumidores residenciais

gia para baixo nos leilões”, argumenta. A alternativa para concorrer aos leilões seria uma parceria entre Cemig e a empresa Vale, através do grupo Aliança, em que a Cemig seria sócia minoritária. “Significa passar as usinas do estado de Minas Gerais para a Vale”, critica Joceli Andreoli, da coordenação do Movimento de Atingidos por Barragens (MAB). Para ele, a privatização de

produtos essenciais, como a energia, leva o estado a uma negativa dependência estrangeira. Cemig pede revisão da MP 579 para continuar com a gestão A Cemig e movimentos sociais pedem uma revisão das regras adotadas pela MP 579, para que as hidrelétricas continuem sob gestão estatal, ou seja, da própria Cemig. Segundo a

O governo leiloa essas usinas para empresas (estatais ou privadas)

Hidrelétricas, para produção de energia, são da União, ou seja, controladas pelo governo federal

assessoria, a empresa está tomando medidas judiciais e negociando com o governo federal para que isso aconteça. Márcio Antônio, diretor do Sindieletro, lembra que já houve soluções parecidas com o que a Cemig reivindica. A Medida Provisória 677 abriu precedentes para a Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf ), empresa pública do Nordeste, participar de um fundo criado pelas empresas vencedoras das concessões. Caso perca a decisão judicial e política, a Cemig terá que ressarcir o governo federal pelo tempo em que administrou as usinas depois de seus contratos terem finalizado. A usina Miranda vence em dezembro de 2016; a São Simão venceu em janeiro de 2015 e a Jaguara em agosto de 2013. Por outro lado, o Ministério de Minas e Energia afirma que não está envolvido em nenhuma negociação. “Já está tomada a decisão do governo de realizar leilões para essas concessões, mas ainda não há definição sobre as condições em que ocorrerão os leilões”, diz MME, em nota.

Acionistas lucraram com a não renovação As empresas que oferecem o menor preço para a energia ganham o leiláo

Depois, há renovação do contrato ou devolução da usina para a União E podem administrar a hidrelétrica por 20 ou 30 anos

A Medida Provisória 579, implantada em 2012, pelo governo federal, trouxe novas regras às empresas de energia. O governo federal propôs que as empresas diminuíssem o preço da tarifa e, em troca, poderiam controlar as hidrelétricas por mais 20 anos. “Além da renovação das três usinas, a Cemig recusou a renovação das outras 18 usinas, lá atrás em 2012”, afirma a assessoria da empresa. Para Dorival Gonçalves, entrevistado pelo Brasil de Fato MG em março de 2014, a atitude fazia parte de um “esquema” em que as empresas controladas pelo PSDB – Cemig, Cesp e Copel – vendiam energia mais cara no mercado e assim puderam lucrar muito no curto prazo, empurrando o aumento para os consumidores.


Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Acompanhando

Foto da semana

OPINIÃO

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PARTICIPE Viu alguma coisa legal? Algum absurdo? Quer divulgar? Mande sua foto para redacaomg@brasildefato.com.br. Isis Medeiros

Na edição 25... Empresa de segurança não paga direitos ...E agora Foi decretada a prisão preventiva de três sócios e um funcionário da Embraforte, ex-transportadora de valores acusada de trabalho escravo e desvio de R$ 22,7 milhões do Banco do Brasil. Pelo golpe, foram indiciados Marcos André Paes Vilhena, irmão da ex-secretária de Planejamento de Minas Renata Vilhena, seus filhos Pedro Henrique Gonçalves de Vilhena e Marcos Felipe Gonçalves de Vilhena, além do gerente Mário Pereira de Carvalho. Na conclusão do inquérito, o delegado responsável, Utsch Moreira, afirmou que o esquema se deu à sombra do prestígio da irmã e tia dos donos da Embraforte.

Na edição 92... Despejo é suspenso por 15 dias e ocupações correm contra o tempo ...E agora Na terça-feira (28) foi realizada uma reunião de negociação com os representantes das ocupações da região do Izidora e o presidente da companhia estadual de habitação, Claudius Pereiria. Novamente, nenhum acordo foi feito e uma nova mesa de negociação foi marcada para a primeira semana de agosto para definir o futuro das 8 mil famílias.

Na terça (28), sindicatos e movimentos sociais protestaram contra o ajuste fiscal e a política econômica do governo federal. Os manifestantes se reuniram em frente à sede do Banco Central de Belo Horizonte, no bairro Santo Agostinho. O ato integrou o Dia Nacional de Mobilizações e Lutas, que teve atos também em Brasília e outros estados.

Rodrigo Marcelino

Paulo Henrique Amorim

Uma semente chamada Vito Giannotti

Bingo! PF vai fechar o submarino nuclear!

Nesta semana, o Brasil de Fato está de luto porque perdemos, no dia 24 de julho, o companheiro Vito Giannotti. Nascido na Itália, brasileiro de coração, Vito foi operário, da produção material e da comunicação popular. Vito foi a semente que deu bons frutos. Diversos veículos da imprensa chamada de “alternativa” o tiveram como mentor. Expansivo, dedicado, “boca suja”, atencioso, extremamente comprometido em dialogar com o povo e fazer a “batalha das ideias”, Vito colaborava há dois anos no Brasil de Fato RJ. Membro fundador de nosso conselho editorial, Vito contribuiu enormemente para que o jornal tivesse a linha editorial, a diagramação e a qualidade gráfica que tem. A despeito da idade, seu entusiasmo com essa experiência dos tabloides regionais do Brasil de Fato faziam-no parecer um menino. Essa partida não pode- Experiências regionais ria ter acontecido em um do Brasil de Fato momento que gerasse mais animavam Vito sentimentos contraditórios. Exatamente nesse momento da dor que a perda do Vito nos gera, estamos, por outro lado, muito felizes com algo que vinha deixando-o extasiado: na segunda-feira, dia 27 de julho de 2015, iniciamos uma nova fase no Brasil de Fato RJ. Os leitores no Rio de Janeiro receberam hoje, pela primeira vez, a segunda edição semanal. A partir de agora, os cariocas nos encontrarão, nas ruas e na internet, toda segunda e quinta. Levaremos adiante esse projeto com o qual Vito Giannotti sonhava. A semente dará à luz muitos bons frutos mais. Batalharemos até que o Brasil de Fato seja um jornal diário e para que a classe trabalhadora construa mais instrumentos de comunicação para travar a luta contra os veículos da mídia patronal. Camarada Vito Giannotti: presente, presente, presente!!! Rodrigo Marcelino é integrante do Conselho Editorial do Brasil de Fato RJ

Da Fel-lha, “reportagem” de Natuza Nery (essa moça vai longe – vai para a GloboNews!):“Petrolão (sic!): Polícia Federal investiga programa de submarino”. “Suspeitas surgiram quando a empreiteira Odebrecht, que faz obras de base naval e estaleiro, foi alvo de operação”. Uma das primeiras visitas que fez o Presidente Lula, assim que tomou posse em 2003, foi a Iperó, onde a Marinha Brasileira desenvolvia o projeto de beneficiamento do urânio, com tecnologia do grande brasileiro Othon Silva, agora submetido a grampo de mictório. Oficiais de Marinha expuseram ao Presidente eleito pelo POVO que o programa ia fechar. Porque o traíra do Fernando Henrique não mandava dinheiro pra lá. O Brasil não ia desenvolver o projeto do Almirante Othon e não ia poder concretizar um programa nuclear completo: da energia ao submarino. Lula chamou o ministro da Marinha e disse: vamos PF quer destruir projeto botar dinheiro aqui. É por de soberania nacional isso, que, neste momento, cinco mil homens da Odebrecht, essa grande empresa BRASILEIRA, estão em Itaguaí. Ao lado de oficiais da Marinha brasileira, constroem dois submarinos a diesel elétrica e se preparam para fazer primeiro a propulsão nuclear, com COMBUSTÍVEL BRASILEIRO ! Para defender a Amazônia Azul e o pré-sal! É isso o que a PF do zé vai desconstruir! Por obra de seus delegados aecistas, dos valentões que atiram no rosto da Presidenta da República para treinar tiro ao alvo e chamam presidente de “aquela anta!”. Finalmente, a Operação Brother Sam realiza seu objetivo final. Ocupar o Brasil. Fazer dessa esculhambação um grande Porto Rico. Um imenso Panamá. Realizar, enfim, o sonho dos tucanos! Paulo Henrique Amorim é autor do blog Conversa Afiada.


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BRASIL

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Agência de risco S&P rebaixa Globo e mantém Petrobras

Junius

ECONOMIA Apesar das previsões em contrário, estatal não foi afetada, mas 11 bancos caíram A agência de classificação de risco Standard & Poor’s revisou na quarta-feira (29) a nota de 30 grandes companhias brasileiras, passando a perspectiva de estável para negativa. Entre as empre-

sas consideradas negativas, estão a Rede Globo, a Ambev e a NET. Foi alterado também o viés de 11 bancos ou entidades financeiras. A Petrobras, reconhecida como a maior estatal brasileira, não foi

afetada pela mudança. Essa avaliação é um dos pontos considerados por agências de crédito e investidores estrangeiros na hora de fazer suas aplicações. A S&P manteve as notas das empresas e mu-

dou somente a perspectiva, assim como fez com a nota de crédito em moeda estrangeira do Brasil no longo prazo, que permanece em BBB-. Isso significa que o país manteve o grau de investimento, ou

Bancos e entidades financeiras que tiveram perspectiva revisada para negativa: - Banco Bradesco S.A.; - Itau Unibanco Holding S.A.; - Itau Unibanco S.A.; - Banco Citibank S.A.; - Banco do Brasil S.A; - Banco do Estado do Rio Grande do Sul S.A.; - Banco Santander (Brasil) S.A.; - Banco do Nordeste do Brasil S.A.; - BM&FBOVESPA S.A-Bolsa de Valores, Mercadorias e Futuros; - Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social; - Caixa Econômica Federal.

- Ache Laboratorios Farmaceuticos S.A.; - BRF S.A.; - Embraer S.A.; - Fibria Celulose S.A.; - Raízen

015.

julho a 18 de agosto/2

Perspectiva negativa - Natura Cosmeticos S.A.; - Vale S.A. e sua subsidiária Vale Canada Ltda. As empresas Klabin S.A.; Neoenergia S.A.; Odebrecht Engenharia e Construção S.A.; e Petroleo Brasileiro S.A. – Petrobras não foram afetadas pela alteração de perspectiva.

Lutamos por: Correção das distorções das tabelas salariais. Como o governo já retirou o nível médio da carreira do professor, a referência a ser reivindicada para correção das tabelas de Técnico da Educação (antes ATE), Assistente da Educação e Assistente Técnico da Educação Básica é 85% do vencimento inicial do Analista Educacional. Além da correção citada acima, que as tabelas das carreiras citadas fiquem vinculadas à tabela da carreira do Analista Educacional. Aplicação da tabela do Analista educacional com função de Inspeção Escolar para o Analista Educacional. Modificação do corte para considerar o estágio probatório para promoção por escolaridade de 2008 para 2002.

Filiado à

Julho/2015

André Yankous / Lidyane Ponciano FotoImagem

o, de 27 de por tempo determinad

Confira a lista abaixo.

Perspectivas mantidas Perspectiva estável

Servidores das Superintendências Regionais de Ensino (SREs) e Órgão Central

seja, continua sendo considerado seguro, mas pode ter a nota rebaixada no futuro. (Revista Fórum)

www.sindutemg.org.br


Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

BRASIL

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Tribunais fazem julgamentos políticos JUSTIÇA Sem provas jurídicas contundentes, processos contra presidenta podem ser pretexto para golpe, avaliam especialistas Antônio Cruz / ABr

Pedro Rafael Vilela de Brasília (DF) A disputa política no Brasil deve se voltar, no próximo semestre, para os tribunais superiores e órgãos de controle, que vão julgar processos contra o governo e a presidenta da República. O Tribunal de Contas da União (TCU), órgão vinculado ao Poder Legislativo e composto, na sua maioria, por ex-deputados e ex-senadores, deve votar se aprova ou não as contas do governo federal de 2014. Já o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) analisa uma ação proposta pelo PSDB que acusa a campanha eleitoral de Dilma Rousseff por abuso de poder, ao supostamente ter recebido doação de empreiteiras investigadas na Lava Jato como forma de disfarçar pagamento de propina. São essas ações que podem criar o ambiente para o afastamento ou impeachment de Dilma Rousseff, como já defendem abertamente os principais partidos da oposição, surfando no cenário de crise econômica e baixa popularidade do governo. O problema é que, na avaliação

Brasília -Os presidentes da Câmara, do Senado, do TCU e a ministra da Casa Civil durante apreciação do relatório das Contas do Governo da República de 2011

de especialistas, a democracia corre sérios riscos se prevalecerem julgamentos com alto viés político. TCU: um peso, duas medidas? Em sessão prevista para agosto, o TCU vai julgar as contas do governo Dilma de 2014. De acordo com a acusação, o governo atrasou o repasse de recursos do Te-

souro Nacional aos bancos públicos para pagamento de programas sociais, como o Bolsa Família e o ‘Minha Casa, Minha Vida’, configurando uma suposta operação de crédito, o que é proibido pela Lei de Responsabilidade Fiscal e foi apelidada de “pedalada fiscal” pela mídia. Em sua defesa, o governo alega que esse fluxo de pagamento sempre esteve previsto no contrato de

TSE: doações empresariais em debate No TSE, o processo contra Dilma tem menos chance de êxito. A denúncia de abuso de poder formalizada pelo PSDB se sustenta nas investigações da Lava Jato e no depoimento do ex-presidente da construtora UTC, Ricardo Pessoa, que afirmou ter doado R$ 7,5 milhões para a campanha de reeleição de Dilma em dinheiro que teria sido desviado da Petrobras para pagamento de propina. Além de provar essa correlação, o PSDB esbarra na própria contradição. Defensor do financiamento empresarial

de campanhas, o partido também recebeu doações da UTC e de outras empreiteiras investigadas na Lava Jato, em valores que ultrapassam os R$ 32 milhões. “O Brasil como um todo tá sendo enganado porque o esquema de doação empresarial não serve apenas para abastecer partidos e campanhas eleitorais, mas para enriquecer agentes públicos e privados. E isso está instalado no país há décadas. O impeachment não vai desmontar esse esquema”, argumenta o cientista político Flávio Testa.

prestação dos serviços junto aos bancos, numa prática que ocorre pelo menos desde 2001, durante o governo de Fernando Henrique Cardoso, sem nunca ter sido questionada pelos órgãos de controle até então. Para Antônio Flávio Testa, cientista político da Universidade de Brasília (UnB), o julgamento do TCU, que tende a ser desfavorável ao governo, abre caminho, mas

não pode ser única justificativa para impeachment. “Mesmo que se rejeitem as contas no TCU e a disputa vá para o Congresso, não há condições políticas nem apoio de boa parte da sociedade para um afastamento no momento atual. Também não apareceu até agora nenhuma vinculação direta da presidenta e seu gabinete com práticas criminosas”. Ele lembra, ainda, que inúmeros governadores e prefeitos também enfrentam o mesmo tipo de questionamento em relação às contas públicas, o que não daria ensejo para uma cassação em massa de mandatos. “O fato é que quase ninguém cumpre a Lei de Responsabilidade Fiscal e sempre ficou por isso mesmo”, afirma. O cientista político Paulo Vacnnuchi vai na mesma linha e adverte. “Se houver o impeachment, esse país corre o altíssimo risco de se tornar ingovernável, ou governado com a repetição daqueles terríveis climas, como mortes, sangue e o fim de qualquer convivência democrática, pacífica entre pensamentos políticos contrários”, afirmou à RBA.

Divulgação

O grupo empresarial UTC está envolvido em um dos pedidos de impeachment realizado pelo PSDB


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MUNDO

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

Colômbia suspende bombardeios contra as FARC

WikiLeaks revela que NSA ajudava a CIA a torturar pessoas

Divulgação

Reprodução

O presidente da Colômbia, Juan Manuel Santos, decretou na noite de sábado (25) a suspensão dos bombardeios contra as FARC (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) por tempo indeterminado. De acordo com Santos, as operações contra a guerrilha só poderão ser realizadas “por ordem explícita do presidente”. Desde o dia 20 de julho, as FARC já mantinham um cessar-fogo unilateral e indefinido. Um dia antes do início da trégua, a guerrilha havia entregado a uma comissão humanitária no sul do país o subtenente do exército Cristian Moscoso Rivera, capturado no último dia 7 em combate. A iniciativa do governo

colombiano é uma resposta ao gesto humanitário das FARC. Essa é a primeira vez que Santos aceita reduzir as operações contra a guerrilha desde o início dos diálogos de paz que começaram em Havana (Cuba) em 2012. (Opera Mundi)

O site WikiLeaks revelou que a CIA sequestrou e torturou pessoas com a ajuda da Agência Nacional de Segurança dos EUA (NSA) durante anos, assim como alguns governos europeus. O site informou ainda que o ministro das Relações Exteriores da Alemanha, Frank -Walter Steinmeier, também foi investigado, junto com uma lista de 20 pessoas. O WikiLeaks afirma que o ministro alemão foi monitorado depois de uma visita oficial aos Estados Uni-

dos, em novembro de 2005, quando Steinmeier se encontrou com a então secretária de Estado americana, Condoleezza Rice. “Ficou demonstrado, através de numerosos procedimentos judiciais e comissões de investigação, que essas atividades tinham caráter ilegal”, destacou WikiLeaks. Segundo o informe, as torturas e os métodos de interrogação empregados foram muito pior que os admitidos pela CIA. (Russia Today)

Cuba cobra fim do embargo

FATOS EM FOCO

Mulheres indianas criam grupo de autodefesa Em uma região cheia de histórias, entre o Taj Mahal e a milenária cidade de Varanasi, milhões de mulheres têm sido estupradas, espancadas, humilhadas e caladas à força no estado hindu de Uttar Pradesh. Nesse estado, a violência contra as mulheres ultrapassa a média nacional da Índia (38% das mulheres já sofreram algum tipo de abuso). Quase metade dos homens confessou ter abusado sexualmente de sua esposa alguma vez.

Encontrados 129 cadáveres no México

Reprodução

Cuba lembrou no domingo (26) o dia da Rebeldia Nacional, em homenagem ao assalto do Quartel Moncada, em 1953, que deu início à Revolução Cubana. No ato comemorativo, o presidente Raul Castro pediu o fim do embargo e a devolução da base de Guantánamo, seis dias depois de restabelecer relações diplomáticas com os EUA. “Agora começa um longo e complexo caminho para a normalização das relações bilaterais, que inclui, entre outras coisas, o fim do bloqueio e a devolução da base naval de Guantánamo”, disse José Ramon Machado Ventura, o número dois do Partido Comunista de Cuba. A celebração foi realizada em Santiago, a segunda cidade da ilha e berço da revolução de 1959, que comemorou no sábado o 500º aniversário de sua fundação. Participaram também da comemoração milhares de ativistas de várias partes do mundo, que se solidarizam com o povo cubano. (ABr)

Não basta reabrir as embaixadas, é preciso estabelecer relações mais justas

A Procuradoria Geral da República (PGR) do México anunciou que foram encontrados 129 cadáveres, em 60 valas comuns no município de Iguala, estado de Guerreiro, nos últimos oito meses. O anúncio foi feito no último domingo (26), durante uma jornada de protesto na capital mexicana que lembrava o desaparecimento dos 43 estudantes de Ayotzinapa. De acordo com os investigadores, nenhum dos corpos está ligado aos jovens desaparecidos e a maioria é do sexo masculino, havendo cerca de 20 mulheres. (La Jornada)


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ENTREVISTA 11

“O número de acidentes é muito maior que o registrado” SEGURANÇA Especialista em saúde do trabalhador, Marta de Freitas critica precarização do trabalho e empresas que escondem estatísticas Rogério Hilário/CUT MG

tão, explodiu.

Rafaella Dotta Especialistas em saúde do trabalhador costumam concordar que houve um avanço na geração de novos empregos nos últimos anos. No entanto, levantam questionamentos em relação ao tipo de ocupações que foram geradas e em relação à qualidade de vida dessas pessoas incorporadas ao mercado de trabalho. Marta de Freitas, que trabalha com o tema há décadas, relata que novas doenças estão surgindo, principalmente as lesões por esforço repetitivo (LER) e sofrimentos mentais. Tais estatísticas estariam sendo escondidas pelos planos de saúde contratados pelas empresas. Marta é coordenadora política de saúde do estado de Minas Gerais, coordenadora do Fórum Sindical e Popular de Saúde e Segurança do Trabalhador de Minas Gerais e engenheira de segurança do trabalho.

“Foram criados empregos de curta duração e baixos salários” Brasil de Fato – Foram gerados muitos empregos nos últimos anos, mas você afirma que são empregos precarizados. Por quê? Marta de Freitas - Por duas questões: são empregos de curta duração e baixos salários. A grande maioria dos empregos que se criaram foi de até dois salários mínimos, que ainda é insuficiente para a qualidade de vida do trabalhador e sua família. E também falta estabilidade no emprego. Foram gerados muitos empregos temporários, de curta duração. A rotatividade na construção civil, por exem-

Nas empresas terceirizadas há mais casos de doenças desse tipo? A desvalorização do trabalhador, a precarização, a humilhação a que se submete, fazem a pessoa se sentir como um “trabalhador de terceira”, inclusive pelos colegas de trabalho. Ele é tratado como o “cara da terceirizada”, o que leva a uma autodesvalorização muito grande. E a rotatividade desses trabalhadores é tão alta que a gente não consegue ter dados mais concretos, a não ser nos casos de mortes. Hoje, a chance de um terceirizado morrer, segundo um estudo do Dieese, é de quase seis vezes mais que um trabalhador da empresa-mãe.

Marta de Freitas: “A verdade é que os planos servem para ocultar os acidentes e as doenças do trabalho”

plo, é de mais de 100%. Ou seja, o trabalhador fica 4 ou 5 meses na empresa e “roda”, perde o emprego. Não são gerados empregos rentáveis e duradouros.

“O Brasil tem uma séria dificuldade de fazer o diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho” E o que a precarização tem a ver com as doenças de trabalhadores? O Brasil tem uma séria dificuldade de fazer o diagnóstico das doenças relacionadas ao trabalho. Hoje, quando a gente analisa as estatísticas da previdência, vemos principalmente dois

tipos de adoecimento. Primeiro, as lesões por esforços repetitivos [LER], doenças ósseo-musculares nas mãos, braços, coluna, porque o trabalhador ainda faz muito esforço, erra na postura, carrega peso. Mas vemos também um aumento significativo do adoecimento mental. Isso está muito ligado à qualidade de vida que essas pessoas têm, da insegurança e da pressão em perder o emprego. A administração no Brasil ainda trabalha com a “ditadura do medo”, uma ameaça constante do desemprego leva esse trabalhador a um sofrimento imenso. A gente vê ansiedade, depressões e tristeza, que vai culminando inclusive em suicídios. Temos relatos de suicídios na área de saúde, na polícia militar, em metalúrgicas. O setor bancário, en-

“A administração no Brasil ainda trabalha com a ‘ditadura do medo’, uma ameaça constante do desemprego” Algumas empresas divulgam como benéfico a contratação de planos de saúde privados. Esses convênios estão dando conta das novas doenças trabalhistas? O dia em que eles derem conta e começarem a informar o empregador que os trabalhadores estão adoecendo e que isso tem relação com o trabalho, a empresa vai mudar de plano de saúde. A gente tem relatos de colegas éticos que saíram desses planos de saúde porque notificaram que os trabalhadores estavam adoecendo e que deveria ser mudado o processo de trabalho. Ou seja, são profissionais que corretamente sugeriram mudanças, e a empresa pediu para o plano trocar de médico. A verdade

é que os planos servem para ocultar os acidentes e as doenças do trabalho. A pessoa se acidenta, é atendida em um hospital “top”, mas não é emitida declaração de acidente de trabalho. Por isso, percebemos que o número de acidentes é muito maior que o registrado, mas estão escondidos pelos planos de saúde.

“A chance de um terceirizado morrer, segundo o Dieese, é de quase seis vezes mais que um trabalhador da empresa-mãe” O que o trabalhador pode fazer para melhorar esta situação? Só tem um caminho: ele acreditar no sindicato e o sindicato acreditar nele também. Todo processo hoje é de desvalorizar e desmerecer a entidade. Eu já ouvi empresários dizendo: “Para que você precisa do sindicato se nós lhe damos tudo? A empresa é uma mãe”. Será que é mesmo? Há todo um movimento contra o sindicato, a favor do individualismo, de que se consegue tudo sozinho. A gente defende o coletivo, o trabalho de grupo, a solidariedade. Agora, infelizmente, o trabalhador aparece no sindicato em duas situações: quando é demitido ou quando perdeu a saúde, quando se acidentou. Ou seja, quando o sindicato pouco pode fazer. Alguns sindicatos conseguem ainda ser a última porta de garantir direitos, mas muitos ainda não conseguem perceber que esse é um momento de fiscalizar direitos. E apesar de ser um atendimento individual, o sindicato pode recolher esses dados e montar uma pauta coletiva para aqueles que ainda não saíram.


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CULTURA

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

que “Euesou preto, pobre e favelado: meu destino já estava traçado na barriga da minha mãe”

responde: Wolnei: Vontade de quê, irmão, força para quê? Para ficar carregando caixa e ganhar merreca pro resto da vida? Tadeu insiste: “Se você se esforçar, seu futuro vai ser outro”. O bate papo sincero entre os irmãos, Wolnei (Peter Brandão) e Tadeu (Cesar Mello) nesta semana em Babilônia me motivou a trazer de novo para a nossa coluna a reflexão sobre o racismo e as consequências nocivas dele para a perpetuação das desigualdades e das injustiças na sociedade brasileira. Os dois conversam sobre as expectativas de vida, as aspirações que qualquer indivíduo reflete durante a vida. Ainda mais Wolnei, adolescente cheio de energia e na idade em que projetamos o que queremos para o futuro. Até aqui, o

texto da conversa parece comum, se não fosse o fato de os irmãos serem órfãos, negros e moradores do morro da Babilônia. “Tadeu: Wolnei, eu não vou desistir de você. Você me disse que queria mudar de vida, que ia parar de fazer besteira e está trabalhando com má vontade. Se você quiser sair dessa lama, você precisa querer, precisa estudar, se esforçar. Wolnei saiu recentemente do sistema de medida socioeducativa por ter cometido delitos junto com os vilões da história. Realista, ele

E Wolnei dispara: “Não vai não, você sabe disso, toda vez que desço para a pista me bato com um “cana”, eu sei que a minha vida está por um fio, por um tiro. E quando me bato com uma “coroa” por aí, que sempre esconde a bolsa debaixo do braço, só porque sou preto e pobre. Mesmo que eu fosse santo se andasse na linha, não adiantaria. Eu não me esqueço que, com 12 anos, fui brincar com os parceiros na praia e vieram uns playboys falando que a gente não podia estar ali, que era área deles e estávamos fazendo arrastão. Quebraram meu braço e minha cos-

Novela tela. Eu sou preto, pobre e favelado: meu destino já estava traçado na barriga da minha mãe. A conversa termina com choro resignado e um abraço forte entre os irmãos. Wolnei não está “viajando” por pensar assim. Ele sente o preconceito na pele, literalmente. Sabe que existem formas de diminuir os efeitos perversos de ser negro e pobre nas suas chances e recompensas de vida. Sim, ele pode estudar, trabalhar, afastar-se das drogas, dos delitos e da violência. Mas essa condição desigual que ele vive ultrapassa sua capacidade de escolha. A sociedade funciona rodando mecanismos de distinção e classificação dos indivíduos no espaço social que diminuem as expectativas de Wolnei esperar por um futuro melhor. É por isso que as cotas nas universidades, os programas de transferência de renda, as políticas compensatórias, a não redução da maiorida-

de penal são fundamentais para o projeto de um país menos desigual. São tarefas indiscutíveis do Estado e a sociedade precisa sempre pressionar por elas. Mas ainda assim, enquanto existir na cabeça das pessoas, na minha e na sua, na do seu vizinho e na do dono da padaria, a ideia de que uns merecem mais do que outros porque são brancos ou ricos ou porque simplesmente se esforçam mais do que os outros, a “coroa” continuará escondendo a bolsa debaixo do braço e o racismo seguirá deixando sem perspectivas garotos inteligentes e cheios de vida como Wolnei. Sim, essa luta opera em dois lados: no sistema social e nas interações face a face do mundo da vida. Luta complexa, mas não impossível! E você, o que acha? Me conta lá no quimvela@brasildefato.com.br Joaquim Vela

Tizumba e Serginho Silva de graça em BH SHOW Músicos se apresentam no projeto “Tambor na Praça” no domingo No próximo domingo, 02 de agosto, a praça Floriano Peixoto recebe mais uma edição do Tambor na Praça. O cantor e compositor Mauricio Tizumba e o grupo percussivo Bloco Saúde, anfitriões do projeto, receberão o percussionista Serginho Silva, a partir de 16h. O projeto Tambor na Praça ocupa as praças com os tambores do congado mineiro e canções da música popular brasileira, sempre trazendo um grupo ou cantor convidado para compartilhar ritmos e sons. No domingo, Serginho Silva é o convidado. Um dos mais reconhecidos

percussionistas de Minas Gerais, começou sua carreira em 1982. Ao lado de artistas como Milton Nascimento, Weber Lopes, Gilvan de Oliveira e Titane excursionou por diversos países da Europa, como Portugal, França e outros. Também é professor de percussão na Universidade Livre de Música Popular Bituca, do Grupo Ponto de Partida, em Barbacena. SERVIÇO: 02 de agosto, Às 16 horas Praça Floriano Peixoto Av. do Contorno s/n Santa Efigênia

Mirela Persichini


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Ciclo de conferências discute novo espírito utópico

CULTURA

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Mostra traz todos os filmes de Joaquim Pedro de Andrade

REFLEXÃO De volta a Belo Horizonte, série de debates reunirá pensadores de todo o Brasil Pedro Cindio Estão abertas as inscrições para ciclo de conferências “Mutações: o novo espírito utópico”, idealizado e dirigido pelo filósofo Adauto Novaes. O evento reunirá pensadores do Brasil e da França no BDMG Cultural, de 13 de agosto a 22 de setembro, às segundas e terças-feiras, às 19h. As inscrições podem ser feitas pelo site www.mutacoes.com. br e os valores para o ciclo completo são de R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia). Adauto Novaes explica que a sociedade atual des-

preza e faz pouco da utopia, esquecendo que sem o pensamento utópico o mundo não vive. “Esta edição das Mutações vai pôr em discussão as novas formas de utopia, sejam elas de áreas humanistas ou pós -humanistas. Há uma crise no mundo atual, a sociedade não sabe o que quer

Sem o pensamento utópico o mundo não vive e não é possível se organizar sem aquilo que o poeta e ensaísta Paul Valéry cha-

ma de ‘coisas vagas’, isto é, os ideais políticos, as artes, as utopias”, comenta. Dentre os convidados, estão o francês Francis Wolff (“As três utopias da Modernidade”), o músico, professor e ensaísta José Miguel Wisnik (“Arte e dispositivos de contra-poder”), o historiador Marcelo Jasmin (“Do espaço ao tempo), o crítico de arte Jorge Coli (“Formas estéticas do discurso autoritário”), a psicanalista Maria Rita Kehl (“A utopia da cura em psicanálise”), o físico Luiz Alberto Oliveira (“Antropoceno, objetos invisí-

veis, utopia”), o professor de filosofia da USP Vladimir Safatle (“O afeto como utopia”), o ensaísta Marcelo Coelho (“Socialismo utópico, capitalismo científico?”), o professor de filosofia Franklin Leopoldo e Silva (“Experiência histórica e imaginação”), o arquiteto Guilherme Wisnik (“Projeto e destino”), o cientista político Renato Lessa (“Utopia e negatividade – modos de reinscrição do irreal”), o jornalista e professor da USP Eugênio Bucci (“Ladrões da utopia”) e a filósofa Olgária Matos (“Sem fronteiras e sem passagens”).

Ciclo de Conferências Mutações: O Novo Espírito Utópico Curadoria: Adauto Novaes Belo Horizonte – BDMG Cultural Período: de 13 de agosto a 22 de setembro de 2015 Horário: 19h* Local: Auditório do BDMG - Rua Bernardo Guimarães, nº 1.600 (entre a Rua Espírito Santo e a Rua da Bahia). Conferências às segundas e terças feiras. Inscrições: www.mutacoes.com.br Preço: R$ 30 (inteira) e R$ 15 (meia) Conferências avulsas: R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia) Mais informações: BDMG Cultural - www.bdmgcultural.mg.gov.br

Mostra Itinerante da Bienal de SP encerra exposições em BH Vai até o próximo dia 09 de agosto exposição de 21 projetos que estiveram na “31ª Bienal de SP – (...) como as coisas existem” no Palácio das Artes, no centro de Belo Horizonte. As obras estão expostas nas galerias Arlinda Correa Lima e Genesco Murta, na

Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard e no Cine Humberto Mauro. Sob a curadoria de Charles Esche, Galit Eilat, Nuria Enguita Mayo, Pablo Lafuente e Oren Sagiv, o público pode conferir projetos que vêm se destacando na arte contemporâ-

31ª Bienal de São Paulo – Obras Selecionadas Até 09 de agosto, domingo HORÁRIO Galerias: Terça a sábado de 9h30 às 21h e domingo de 16h às 21h LOCAL Grande Galeria Alberto da Veiga Guignard, Galeria Genesco Murta, Galeria Arlinda Corrêa Lima Avenida Afonso Pena, 1.537, Centro , Belo Horizonte CLASSIFICAÇÃO ETÁRIA Livre com exceção da obra “Sergio e Simone” de Virginia Medeiros, com classificação indicada de 18 anos Mais informações: (31) 3236-7400

nea. Revelando o mundo à nossa volta, a 31ª edição da Bienal procurou abordar a condição contemporânea por meio de obras concebidas dentro do conceito de “projeto”, muitos deles

realizados em colaboração entre artistas, coletivos e profissionais de outras áreas. A relação de obras traz fotografias, vídeos, instalações, desenhos e também performances.

Até o dia 6 de agosto, o público pode conferir no Cine Humberto Mauro a mostra Joaquim Pedro de Andrade, que exibe a filmografia completa do diretor. Ao todo, serão apresentados 14 filmes - oito curtas e seis longas -, além do documentário “Histórias Cruzadas”, de Alice de Andrade, que aborda a obra do cineasta a partir do ponto de vista familiar. Entre os trabalhos de Joaquim estão títulos importantes para o cinema brasileiro como “Macunaíma”, “Os Inconfidentes” e “O Aleijadinho”. Para complementar a programação da mostra, a Gerência de Cinema oferece o curso “O Poeta da Palavra e da Imagem”, que abordará a vida do diretor e sua importância para o Cinema Novo. As aulas serão ministradas pelo professor Ataídes Braga, nos dias 4 e 5 de agosto, a partir das 14h. Serão 2h30 por dia. As inscrições são gratuitas e podem ser realizadas pelo e-mail cursos. cinehumbertomauro@ gmail.com.

DEFENDER A PETROBRÁS É GARANTIR O SOBERANIA DO BRASIL!


14 VARIEDADES

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015 www.malvados.com.br

Bolo Formigueiro

PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS

www.coquetel.com.br

Casillas, Buffon ou Júlio César Bode Coletânea de definijovem ções de termos espeGênero musical popularesco cíficos, comum em que valoriza o consumo de bens Rádio materiais em suas letras (símbolo) trabalhos acadêmicos

Seriado com George Clooney, ambientado em uma sala de emergência de um hospital (1994 2009)

Bolo: 200 g de margarina 2 xícaras de chá de açúcar 1 vidro de leite de coco 4 gemas 3 xícaras de chá de farinha de trigo peneirada 100 g de coco ralado 1 colher de sopa de fermento em pó 4 claras em neve 100 g de chocolate granulado

Divisão de um texto (?) World, parque aquático (EUA) A primeira luz da manhã

INGREDIENTES

© Revistas COQUETEL

Coreia do (?), país comunista asiático

Antigo pedido de socorro (Morse)

Região de origem do retirante (abrev.)

Cobertura: Atriz carioca da telenovela "Viver a Vida"

Local do combustível no avião

Bebida alcoólica japonesa, feita de arroz

1 lata de leite condensado 3 colheres de chocolate em pó 1 colher de manteiga Chocolate granulado a gosto para decorar

(?) sexual infantil, crime hediondo Limpo de (?): honesto Melhor (?), prêmio técnico do Oscar A maior ave nativa da Austrália Combate entre duas pessoas Compositor de "Refazenda"

Ar, em inglês Utilidade da figa

Caixas rígidas antigas Prêmio salarial

Traço do anão Zangado (Lit.)

Antílope africano Navio de Colombo

Olga Benário, militante comunista alemã Marisa (?), atriz (?) Cavalera, baterista

Unidade de medida de massa molecular

Bata as claras em neve com uma pitada de sal (para dar consistência) e reserve em uma vasilha. Na batedeira, bata a margarina e o açúcar. Logo após, coloque as gemas, o leite de coco, as claras em neve e o granulado. Por último, acrescente o fermento e bata na velocidade mínima por 40 segundos. Despeje a massa numa forma média untada e asse em forno pré-aquecido até o bolo dourar. Cobertura: Faça um brigadeiro mole com o leite condensado, a manteiga e o chocolate em pó e cubra o bolo. Decore com granulado.

Amiga da Saúde

O gato de Magali Mapa, em inglês A raiz quadrada de dez mil (Mat.)

MODO DE PREPARO

Olá, bom dia Amiga da saúde! Até quanto tempo a cor dos olhos das crianças pode mudar? Reprodução

Sandro Dias, skatista paulista Rio (?) Francisco: O Velho Chico

Equipado; munido (?) de telemarketing, funcionário que trabalha em "call centers"

3/air — emu — gnu — map — sea. 4/alba — igor — mãos — orth. 13/daniel e suzuki.

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Solução P A L A A D N T M Ã O M E D G I C D O

A M U L E T O C A B R I T O

R A G R A L S O S EL E S U A S A S A B A I R Q U I A U O B E LO O M I N M G O A D O P E R A

G A F O S U L N E ZU K I O R U S O N T G E M N AU R T H G A U Ç M S Ã O D O R

BANCO

Virgínia Maria, 37 anos, engenheira civil. Bom dia, Virgínia! A cor dos olhos é dada pela cor da íris, estrutura que filtra a entrada de luz nos olhos. As diferenças de cor entre as pessoas devem-se à quantidade de melanina presente na íris. Esse pigmento tende a aumentar após o nascimento e pode demorar até três anos para atingir a quantidade definitiva. Se um bebê nasce com os olhos escuros, provavelmente mudará pouco. Mas se nasce com olhos claros, até um ano já se aproximará da cor definitiva, porém ainda podem escurecer mais até os três anos. Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Aqui você pode perguntar o que quiser para a nossa Amiga da Saúde

Sofia Barbosa Coren MG 159621-Enf.


ESPORTES

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

na geral

As mulheres no Pan

na geral

Três Toques

Facebook / Joanna Maranhão

Sedentarismo no Brasil

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Wallace Oliveira

Papo reto sobre o Mineirão

Reprodução

Recentemente, o Ministério do Esporte divulgou pesquisa sobre a prática esportiva no Brasil, com base em 8.092 entrevistas realizadas em 2013, com pessoas na faixa etária de 14 a 75 anos. O resultado da primeira edição mostra que 45,9% dos entrevistados não praticaram nenhuma atividade física ou esporte naquele ano, embora mais de 80% dos não praticantes reconheçam os riscos que o sedentarismo traz à saúde. Dos sedentários, 27,2% afirmam não ter tempo para se exercitar. Os jogos Pan Americanos de Toronto encerraram no domingo (26), com as mulheres superando os feitos das competições passadas. Elas foram maioria entre os multimedalhistas da competição. Entre os 25 primeiros atletas do quadro individual de medalhas, 17 são mulheres. Da delegação brasileira, as mulheres melhoraram o desempenho, faturando quase a metade das medalhas: de 141 conquistadas, 63 vieram do feminino.

Maioria é de boleiros Entre os que praticaram esportes, 51,6% jogaram futebol e 4,1% jogaram futsal, somando 55,7%. As atividades de academia respondem por 12,1% dos praticantes, seguidas pela caminhada, trilha e montanhismo, com 11,2%, o vôlei, com 9,9%, e as lutas, com 8,2%. Para consultar os dados da pesquisa na íntegra, basta acessar o link: http://migre.me/qYSsJ. Wikipédia

Vem aí o Parapan Divulgação/CPB

Rio tem água muito suja

Na próxima sextafeira (7), começam os Jogos ParapanAmericanos de Toronto 2015. O Brasil chega ao evento com mais de 270 paratletas. Nas últimas duas edições, o Brasil liderou o quadro de medalhas e, agora, o objetivo é manter esse retrospecto. Serão disputadas 15 diferentes modalidades paralímpicas, valendo vaga nas Paralimpíadas do Rio 2016. A novidade é a inclusão do Futebol de Sete e do Rúgbi em cadeira de rodas.

Um estudo da Associated Press revela que a qualidade da água na cidade do Rio de Janeiro, sede dos Jogos Olímpicos de 2016, é muito ruim. O nível de contaminação das águas é tão grande, que representa uma ameaça para os atletas de modalidades como a natação em águas profundas, canoagem e remo. Haveria, segundo o estudo, grande quantidade de resíduos do esgoto da cidade. No mês de abril, o geógrafo Rogério de Freitas fotografou resíduos sendo jogados na Baía de Guanabara. A sujeira vinha de uma obra de revitalização da região portuária da capital. Contraditoriamente, trata-se de um projeto vinculado à adequação da cidade para as Olimpíadas de 2016. Pratique esportes

Natação

Onde:

Avenida José Augusto Diniz, 150. Bairro Darcy Ribeiro, Contagem.

Quando:

de segunda a sexta, manhã, tarde e noite.

Informações:

A Fundação de Ensino de Contagem (Funec) oferece aulas gratuitas de natação e hidroginástica. Para se inscrever, basta comparecer à unidade Darcy Ribeiro.

(31) 3395-8422

O jornal Brasil de Fato não se responsabiliza por eventuais mudanças na programação. Recomendamos aos interessados que entrem em contato com os organizadores das atividades para confirmar data, horário e local.

Domingo (2), às 15h30, a torcida cruzeirense Resistência Azul Popular realiza um bate papo sobre a elitização do Mineirão e as arbitrariedades do Consórcio Minas Arena. O encontro acontece no Espaço Comum Luiz Estrela. Entre os temas do debate estão: preço dos ingressos, proibição de instrumentos no estádio e expulsão dos Barraqueiros do Mineirão. Além da Resistência Azul Popular, estarão presentes membros da Associação dos Barraqueiros da Área Externa do Mineirão e um representante da Associação Nacional das Torcidas Organizadas do Brasil (Anatorg). O evento é aberto ao grande público. Endereço: Rua Manaus, 348, Santa Efigênia, BH. Informações pelo link: migre.me/qXeLY.

VocêSabia? A prática da natação existe há milhares de anos, mas o hábito de competir em piscinas é recente: começou na década de 1930. As medidas oficiais das piscinas de competição são definidas pela Federação Internacional de Natação.


16 ESPORTES

Belo Horizonte, 31 de julho a 06 de agosto de 2015

DECLARAÇÃO DA SEMANA

CURTO E GROSSO

Facebook/Daniel Nepomuceno

O fardo do Cruzeiro

Site do Cruzeiro

Wallace Oliveira Domingo (2), o Cruzeiro visita o Sport, às 18h30, na Arena Pernambuco. A equipe de Vanderlei Luxemburgo vai a esse jogo com um pesado fardo sobre os ombros. Após dois anos como melhor time do Brasileirão, agora tem seu pior desempenho na história dos pontos corridos: 13º lugar, com oito derrotas, cinco vitórias e dois empates; 17 pontos, dos 45 disputados. Nem mesmo em 2011, quando lutou para não cair, a Raposa chegou à 16ª rodada tão mal. A má fase, combinada com o preço do ingresso, se expressa na baixa frequência ao Mineirão. O Cruzei-

ro tem o quinto bilhete mais caro do campeonato, com preço médio de R$ 46, e está em 11º lugar em público pagante, com média de 13.755 torcedores. Todo mundo sabe que nenhuma torcida brasileira paga caro para ir ao estádio quando prevê que não vai ter bom jogo. Para superar esse momento tenebroso, é preci-

O Atlético não vai colocar nenhum centavo.

so recuperar o bom futebol, o que não acontecerá enquanto o Cruzeiro não tiver um meio de campo qualificado. Por outro lado, é difícil jogar numa situação adversa sem o apoio da torcida. Se não for adotada uma política de ingressos atraente, o mau desempenho do time pode se prolongar até o fim do ano.

Daniel Nepomuceno, vereador e presidente do Atlético, falando sobre o projeto de construção do estádio do clube, em entrevista ao canal ESPN. De onde vai vir o dinheiro?

Gol de placa Aliás, gols! Primeiro: o futebol feminino do Brasil conquistou o ouro no Pan. O segundo: o Avaí, que se recusou a vender o mando do jogo contra o Fluminense e, ao invés de embolsar R$ 700 mil no Mané Garrincha, em Brasília, ganhará um terço disso na Ressacada, nos braços da torcida.

Gol contra Os gols dos estádios de futebol do mundo inteiro deveriam ter o mesmo tamanho, segundo regra da FIFA. Mas a CBF descobriu que aqui no Brasil alguns gols têm dimensões desiguais, com diferenças de até 10 centímetros entre as traves dos estádios.

OPINIÃO Bráulio Siffert Na péssima apresentação contra o Paysandu, faltou ao América justamente o que em outras rodadas foi umas das principais características do time: vontade. Mesmo com a possibilidade de virar líder do campeonato, os jogadores estavam sem gana de vencer, sem brio, sem se entregar nas jogadas, sem sequer reclamar do árbitro. Mas, para não ficar

só com reclamações, vale a pena destacar uma louvável ação da diretoria: a equipe feminina de futebol, que irá disputar o Campeonato Mineiro, que se inicia nesta semana, e o Brasileiro. O clube, aliás, tem tradição em incentivar outros esportes: já teve basquete – onde inclusive jogou JK -, natação, futebol de salão e, hoje, além do futebol feminino, tem também um time de hóquei.

OPINIÃO Rogério Hilário O Atlético demonstra, a cada partida, um equilíbrio que credencia a equipe na disputa pelo título brasileiro. Esta estabilidade está associada aos métodos do técnico Levir Culpi. Pragmático, exigente e conciliador, ele traz o elenco nas mãos. E sabe como cobrar e premiar. Inovador, com a abolição da concentração e com as folgas, transforma

essas benesses em performances de alto rendimento. A persistência do treinador recuperou Giovanni Augusto, Leandro Donizeti e outros. A paciência dele revitalizou Lucas Pratto, que quebrou o jejum com quatro gols em duas partidas. Restam dois jogos fora de casa e um em BH, o que dá o alento de manter a liderança isolada nesta fase. A massa tem toda a razão em acreditar.

OPINIÃO Léo Calixto Se o atual momento do Cruzeiro dentro de campo não inspira confiança do mais fanático torcedor, o extracampo não fica nem um pouco atrás. As trapalhadas da atual diretoria durante o ano de 2015, já comentadas aqui, são reflexos da falta de organização e planejamento durante a pré-temporada. O tom das entrevistas da diretoria e de Luxemburgo

mudaram assim que o time não rendeu o esperado. Antes, a busca era pelo título. Agora que as coisas não estão andando, a palavra de ordem é lutar pra não ser rebaixado e se organizar pra 2016. E, a partir de agora, com a aprovação da medida provisória para o futebol brasileiro, o clube que não se organizar financeiramente e não fizer um bom planejamento não sobreviverá.


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