PERNAMBUCO |8
ENTREVISTA | 11
Semiárido
Em Canto e Poesia As várias formas e estilos da composição e música do grupo dão o ritmo da entrevista.
Jovens resistem com produção agroecológica. Do plantio até a comercialização, tudo é feito pelas famílias. Pernambuco
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
ano 2
edição 64
distribuição gratuita
O Brasil e seu futebol são do povo
OPINIÃO | 02
Editorial
O Brasil como o país do futebol. Torcer pela seleção brasileira não significa torcer pela CBF
GERAL | 04
Direitos de Fato
Trabalhadora demitida um ano antes da aposentadoria tem direito a indenização
Daniel Lamir
CULTURA |13
Audiovisual
Você pode ajudar o cinema brasileiro feito por mulheres negras
2 | OPINIÃO
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Brasil de Fato PE
EDITORIAL
O Brasil como o país do futebol
PAIXÃO. Torcer pela seleção brasileira não significa torcer pela CBF ou por seus corruptos cartolas
oventa milhões “N em ação. Pra frente Brasil do meu co-
ração”. É com esta introdução que começa uma das mais famosas músicas relacionadas ao futebol em nosso país. Trata-se, na realidade, de uma canção gravada em homenagem à seleção brasileira de 1970, ano que viemos a conquistar o tricampeonato mundial disputado no México. De lá para cá, o que pudemos acompanhar foi que este esporte seguiu se popularizando e, não à toa, somos reconhecidos hoje em dia como o país do futebol. Na verdade, não se sabe bem a certo quando, de fato, passamos a ser considerados como o país do futebol. Se na década de 1950, após a Copa do Mundo no Brasil, na década de 1970, com a conquista do tricampeonato, ou com o grande êxodo dos nossos jogadores para o mercado mundial já a partir da década de 1990. O fato é que não dá para escapar
Não nos tornamos mais ou menos politizados ao se encantar e acompanhar a Copa deste título. Porém, apontar a importância do futebol para o nosso povo não nos impede de conhecer a realidade na qual estamos inseridos e para onde precisamos caminhar. A começar pelo próprio futebol, o lado glamouroso dos altíssimos salários contrasta necessariamente com uma realidade dura para a maioria dos jogadores. Números aproximados apontam que 82% dos jogadores brasileiros re-
cebem até R$ 1000,00 por mês. Junte-se a isso a todos os mandos e desmandos de dirigentes de clubes e federações no Brasil que não demonstram possuir a mínima preocupação com as torcidas e seus interesses. Somados a estes problemas, temos também a tentativa de elitização do esporte no Brasil. A passos largos, temos acompanhado esta grande investida, que tenta tornar o futebol um produto cada vez mais caro e de poucos. Afinal, que outra justificativa poderíamos ter para em um país com salário mínimo de R$ 954,00, encontrarmos camisas de clubes com valores por volta de R$ 250,00? Ou até mesmo ingressos para partidas que chegam a custar por volta de R$ 100,00? Pois bem. Poderíamos listar inúmeras situações que apontam para os problemas hoje presentes no futebol em nosso país. Mas, o povo
Expediente Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatopernambuco Correio: pautape@brasildefato.com.br
Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Rani de Mendonça, Vanessa Gonzaga e Vinícius Sobreira. | Revisão ortográfica: Júlia Garcia Colaboração: André Barreto, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Bianca Almeida. Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine| Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruno Ribeiro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Geraldo Soares, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Carlos de Oliveira, José Fernando de Melo, Fernando Lima, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho, Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Margareth Albuquerque (in memorian), Marluce Melo, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rogério Almeida, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis. Tiragem: 20 mil Exemplares
brasileiro insiste em gostar de futebol. Ainda bem. Torcer pela seleção brasileira não significa torcer pela CBF ou por seus corruptos cartolas. Assim como quando torcemos por nossos clubes de futebol não estão torcendo por seus dirigentes. Extrapolando um pouco o futebol, podemos também dizer que torcer, vibrar e se emocionar com a Copa do Mundo não significa que estamos fechando os olhos para a triste realidade que vivemos em um país que afunda cada vez mais após o golpe que derrubou a presidenta Dilma Rousseff e que mantém em prisão política o maior presidente da história deste país, o Lula. Não nos tornamos mais ou menos politizados ao nos encantarmos e acompanharmos a Copa do Mundo. Que a insistência de
Que a insistência de nosso povo em sua paixão pelo futebol nos sirva de exemplo nosso povo em sua paixão pelo futebol nos sirva de exemplo. Vamos aproveitar. Assim como o nosso país, o nosso futebol não deve servir à interesses privados. Que sigamos, nos dois casos, torcendo e vibrando. Insistindo que ambos, o Brasil e seu futebol, são do povo. E que não se apropriarão assim tão fácil. CHARGE
Brasil de Fato PE
GERAL l 3
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
FRASE DA SEMANA Reprodução
mandou
Voltamos a ser um país de terceiro mundo. Há três, quatro anos não havia tanta diferença entre ricos e pobres
BEM Reprodução Instagram
Manuela D’ávila pré-candidata à presidênA cia pelo PCdoB, Manuela D’Ávila, enfrentou com firme-
Roberto Carlos ao apresentador Rafael Corrêa, da TV Russa. O ex-jogador classificou a situação atual do Brasil como desastrosa e fez uma comparação com os anos de governo do ex-presidente Lula.
Quais são as suas primeiras impressões em relação ao Brasil?
za o machismo que marcou sua entrevista no programa Roda Viva, da TV Cultura. Manuela foi interrompida muito mais vezes que outros pré-candidatos homens em entrevistas ao programa. Em uma pergunta relacionada a casos de estupros foi enfática: “Eu defendo que tenha menos estupro no Brasil e sabe como a gente faz isso? A gente faz isso não votando em candidato que defende que mulher pode ser estuprada”, disse.
mandou
MAL
Reprodução do facebook
Notei que temos muitas semelhanças. Mas, o brasileiro é muito mais acolhedor, festivo e tem muito sentimento de solidariedade. Aqui vocês têm um sentimento de comunidade muito grande e que precisamos resgatar na América Central. Edwin Escoto, intercambista vindo de Honduras para conhecer as técnicas de produção agrícola no Semiárido brasileiro
Machismo no jornalismo anuela D’ávila (PCdoB), M pré-candidata à presidência, foi vítima de machis-
mo durante o programa de entrevistas Roda Viva, TV Cultura, na última segunda-feira (25). Os entrevistadores interromperam Manuela 62 vezes durante o programa. A entrevista também foi conduzida por várias provocações à candidata e marcada pelo conservadorismo dos questionamentos. Um dos entrevistadores convidados era Frederico D’Ávila, assessor de Jair Bolsonaro.
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
4 ||Mundo GERAL
Brasil de Fato PE
Congresso do Povo Pernambucano
Roda de diálogo sobre saúde
esta segunda feira N (02), começa uma série de rodas de deba-
tes sobre os temas identificados como centrais no Congresso do Povo
da Região Metropolitana do Recife. A proposta é uma iniciativa de formação pedagógica que a Frente Brasil Popular está utilizando para desenvolver o Congresso do Povo na cidade do Recife e na
Região Metropolitana. A primeira roda tem como tema geral Saúde e vai abordar os conceitos de saúde, com o objetivo de animar as pessoas a refletirem ainda mais sobre as imagens, as representações e as concepções de saúde enquanto estado físico e como serviço prestado para as pessoas nas suas necessidades. Itamar Lages,
do Centro Brasileiro de Estudos de Saúde (Cebes –Recife), ressalta a importância de ações como esta. “Com essas rodas de diálogos e esses conteúdos, a gente entende que estamos contribuindo com o desenvolvimento do Congresso do Povo. E principalmente para que onde quer que os agentes da Frente Brasil Popular
estejam, eles façam mais congressos do povo em seus locais de moradias, de trabalhos e afins”, diz. Os próximos encontros prometem debater moradia, políticas para a juventude e saneamento básico. Esta primeira começa às 18h30, na sede do Movimento de Trabalhadores Cristãos (MTC), na rua Gervásio Pires, 404.
Direitos de Fato Trabalhadora demitida um ano antes da aposentadoria tem direito a indenização a coluna desta semana, iremos trazer o caso de uma trabaN lhadora empregada em uma indústria de aparelhos elétricos e eletrônicos que foi demitida quando faltava menos de um ano para
a sua aposentadoria. O Tribunal Regional do Trabalho da 6ª Região (PE) considerou esta demissão abusiva, condenando a empresa empregadora ao pagamento de indenização por danos morais, além dos salários devidos relativos ao período compreendido entre a demissão e a aposentadoria. A empregada era operária com 17 anos de serviço na referida indústria quando faltavam exatamente nove meses e 28 dias para sua aposentadoria, conforme certidão de tempo de contribuição emitida pelo INSS. A mesma gozava do direito à estabilidade pré-aposentadoria garantida na Convenção Coletiva de Trabalho do sindicato da categoria profissional (direito dos empregados com mais de três anos na mesma empresa e que tivessem menos de 12 meses para implementar o tempo de contribuição previdenciária). Além dessa previsão em norma coletiva, a decisão do Tribunal tomou como fundamento o exercício abusivo e em prejuízo à dignidade humana da trabalhadora do poder diretivo da empresa, decorrente da subordinação do trabalho ao capital na relação de emprego. Vitória da classe trabalhadora e da atuação desse sindicato profissional! * André Barreto é advogado trabalhista e membro da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
Para entrar em contato e tirar dúvidas mande um email para contato.pe@brasildefato.com.br ou um whattsapp para 8199060173
Brasil de Fato PE
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Artigo
Artigo
Brasil: o momento onde o óbvio precisa ser dito
Aristóteles Cardona*
Sabe aqueles filmes cheios de ação que nos deixam tensos do início ao fim? Ou até mesmo aqueles dramas nos quais o protagonista parece sofrer com todos os males do mundo? Pois é. Tais representações muitas vezes podem parecer desenho
Absurdos atrás de absurdos
OPINIÃO I 5
A realização de esterilizações sem consentimento aparece em vários momentos de nossa história. E, para nossa tristeza, sempre em momentos muito difíceis a partir do predomínio de ideias racistas, xenofóbicas e eugenistas. E a verdade é que mesmo que não quiséssemos considerar todo um passado de horror, não tem o menor cabimento, sob qualquer perspectiva, pensarmos num ato brutal como este no corpo de uma mulher. Precisamos avançar bastante em nosso país no que chamamos de direitos sexuais e reprodutivos, especialmente para as mulheres. Um dos elementos dentro deste campo é a disposição e o acesso à métodos contraceptivos dentro do nosso Sistema de Saúde. Apesar dos avanços que já tivemos, temos muito por avançar. Gosto de usar o exemplo do DIU, o Dispositivo Intrauterino. Bastante utilizado em boa parte do mundo, é um dos métodos mais seguros e eficazes que existem, mas pouco conhecido e utilizado no Brasil. O caso de Janaina e sua esterilização forçada está inserido em um contexto de crescimento de pensamentos fascistas no seio de nossa sociedade. Não podemos nos calar diante de casos como este. Esta escalada é perigosa e não sabemos bem, inclusive, onde podemos parar. Estamos vivendo um momento onde o óbvio precisa ser dito. E lutar por nossos direitos deixa cada dia mais de ser um direito e passa a ser um deve de cada um e de cada uma de nós.
infantil diante da realidade do que vemos acontecer diariamente em nosso país. Absurdos atrás de absurdos compondo um cenário de horror que não parece ter fim. O último parágrafo tão cheio de adjetivos é para conseguir minimamente expressar o sentimento de indignação com uma notícia divulgada agora em junho de 2018 sobre uma mulher, de nome Janaína, que foi submetida compulsoriamente a um procedimento de esterilização lá no interior de São Paulo. Tratou-se de uma laqueadura, popularmente também chamado de ligação de trompas, cirurgia que esteriliza a mulher de forma definitiva. E, como se ainda fosse possível, esta história ainda parece piorar, pois já se descobriu * é Médico de Família no Sertão perprofessor da Univasf e que este não foi o único caso nambucano, militante da Frente Brasil Popular de naquela região. Pernambuco.
México: espelho do que Temer quer para o Brasil Sidney Pedro Mamede* Carrano*
ossa América Latina vive N um momento duro, e as eleições do México, no dia pri-
meiro de de julho (domingo), têm peso decisivo sobre os rumos do continente. Afinal, em países como Honduras (2009), Paraguai (2012) e Brasil (2016) golpes de Estado conduzidos pela via parlamentar e judicial derrubaram presidentes voltados a políticas de desenvolvimento. No Paraguai, por exemplo, não havia saúde pública antes do governo de Fernando Lugo. Já na Venezuela, Equador, Peru, El Salvador e Argentina, a oposição ganhou força, incentivada pelas elites de poder desses respectivos países, que buscam uma agenda de menor investimento do Estado na economia. Porém, o México agora segue o caminho inverso dessa tendência, porque o candidato de esquerda, Andrés Manuel López Obrador, do Movimento Regeneração Nacional (Morena), candidato pela terceira vez, tem chances reais de vitória. Ele está 20 pontos à frente dos outros concorrentes, Ricardo Anaya Cortés (PAN) e Antonio Meade Kuribreña (PRI),
partidos que governam o país desde os anos 1930. O México é um espelho do que as elites brasileiras estão tentando fazer da gente: um país de salários baixos, de indústrias instaladas para explorar mão de obra e exportar produtos para fora; onde o Estado perde espaço para o narcotráfico; um país capacho das políticas dos EUA, onde os movimentos populares, do campo e da cidade, mulheres e jovens são criminalizados. O desemprego está na margem de 15%, semelhante ao dado no governo Temer. E o nível de miséria é alto.
O México é um espelho do que as elites brasileiras estão tentando fazer da gente O povo mexicano agora nas urnas quer dizer não às políticas conhecidas como neoliberais, que retiram o papel do Estado na economia, arrocham o salário do trabalhador e diminuem os serviços públicos. O Brasil, que com Temer está indo nessa mesma direção, não precisa ter que viver uma experiência tão doída. Pedro Carrano é Jornalista do Brasil de Fato Paraná e integrante da Frente Brasil Popular
VISITE NOSSA PÁGINA
facebook.com/brasildefatopernambuco
6 | MUNDO
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Brasil de Fato PE
Brasil vence a Sérvia e avança em primeiro lugar; México será adversário nas oitavas COPA. Paulinho e Thiago Silva fizeram gols da Seleção em Moscou Ricardo Stuckert
Daniel Giovanaz, de Moscou (Rússia)
Seleção BrasileiA ra venceu a Sérvia por 2 a 0 nesta quarta-fei-
ra (27), em Moscou, e garantiu o primeiro lugar do grupo E com sete pontos e um saldo positivo de quatro gols. Paulinho e Thiago Silva balançaram as redes da Arena Spartak, para alegria dos mais de 10 mil brasileiros que empurraram a equipe nas arquibancadas desde o primeiro minuto. Nas oitavas de final da Copa, o Brasil terá pela frente o México, que se classificou em segundo lugar no grupo D. O jogo está marcado para a próxima segunda (02), às 11h, horário de Brasília. Primeiro tempo A postura da Seleção nos minutos iniciais foi mais ousada e agressiva do que nos jogos anteriores, contra Suíça e Costa Rica. Logo aos três minutos, Philippe Coutinho encontrou Gabriel Jesus na entrada da área, em velocidade. O atacante brasileiro tentou concluir a jogada,
Paulinho e Thiago Silva balançaram as redes da Arena Spartak
Na Vigília Lula Livre, em Curitiba, torcida vibrou com a vitória da seleção
mas o chute foi abafado pelo goleiro Stojkovic. Aos nove minutos, o lateral-esquerdo Marcelo deixou o campo, lesionado, e deu lugar a Filipe Luís. O Brasil parecia sentir a falta de um dos seus principais líderes. Tanto que, nos quinze minutos seguintes, a Sérvia equilibrou as ações, neutralizou os ataques da Seleção e igualou a posse de bola. Stojkovic só voltou a trabalhar aos 25, quando Neymar tabelou com
Gabriel Jesus pelo lado esquerdo e chutou cruzado, com categoria. O goleiro esticou o braço esquerdo e espalmou a bola pela linha de fundo: uma das defesas mais impressionantes deste Mundial. Três minutos depois, Gabriel Jesus perdeu nova oportunidade, após lançamento de Neymar. O camisa 9 até cortou o primeiro zagueiro, mas demorou a finalizar e foi bloqueado. De tanto pressionar, o Brasil chegou ao gol. O
volante-artilheiro, Paulinho, infiltrou por entre a zaga da Sérvia, recebeu em velocidade e desviou a bola por cima de Stojkovic: 1 a 0. No restante do primeiro tempo, a Seleção de Tite adotou uma postura mais defensiva e apenas administrou a vitória parcial. Segundo tempo A primeira oportunidade de gol na volta do intervalo aconteceu aos onze minutos, com Neymar. O craque brasileiro recebeu ótimo passe de Coutinho, invadiu a área e bateu rasteiro. O goleiro sérvio defendeu no reflexo, com o pé esquerdo.
Aos quinze, o adversário começou a assustar. Primeiro com Mitrovic, camisa 9, que aproveitou rebote de Alisson na pequena área e finalizou no centro do gol. A bola bateu no joelho de Thiago Silva e voltou para os braços do goleiro da Seleção. Os dez minutos seguintes foram de pressão total da Sérvia. A dupla de volantes Matic e Milinkovic-Savic dominou o meio-campo e obrigou Tite a mexer no setor. Depois que Fernandinho substituiu Paulinho, aos 20, a Seleção recuperou o equilíbrio na marcação e chegou ao segundo gol logo em seguida. Neymar cobrou escanteio pela esquerda e o zagueiro Thiago Silva cabeceou com força para ampliar o placar. Daí em diante, a Seleção manteve o domínio territorial, mostrou segurança na defesa e fez boas tramas no campo de ataque. Ao final do jogo, os atletas cumprimentaram a torcida e comemoraram no centro do gramado a classificação para as oitavas.
Direto da Rússia: Brasil terá percorrido 10 mil km após o jogo das oitavas-de-final COPA. México será o adversário da Seleção de Tite na fase decisiva, em Samara
Fifa
Poliana Dallabrida, de Moscou (Rússia)
A
vitória por 2 a 0 para cima da Sérvia, na tarde desta quarta-feira (27), confirmou a classificação do Brasil para as oitavas de fi-
Seleção vai enfrentar o México, segundo colocado do Grupo F. O jogo decisivo acontece no dia 2 de julho, segunda-feira, na cidade de Samara
nal da Copa. Com a pri- colocado do Grupo F. meira posição do grupo O jogo decisivo aconE, a Seleção vai enfren- tece no dia 2 de julho, tar o México, segundo segunda-feira, na cida-
de de Samara, a mil km de Moscou. A Seleção já voltou para Sochi, onde está hospedada desde o início da Copa. O dia de ontem (28) foi de folga. A partir de hoje (29) os treinamentos recomeçam. A ida para Samara vai acontecer no sábado. O lateral-esquerdo Marcelo, que foi substituído logo aos nove mi-
nutos, não deve ser um desfalque. Ele sentiu a coluna, mas já avisou nas redes sociais que a lesão não foi nada grave. Quando a bola rolar em Samara, a Seleção brasileira terá percorrido mais de 10 mil km entre Sochi, Rostov, São Petersburgo e Moscou. O caminho para o hexa é mais longo do que parece.
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Brasil de Fato PE
BRASIL | 7
Em solo brasileiro, vice dos EUA faz discurso contra imigrantes latinos
IMPÉRIO. Ao lado de Temer, o vice-presidente norte-americano, Mike Pence, também pediu mais sanções contra a Venezuela Alan Santos/PR
Pedro Rafael Vilela, de Brasília*
O vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, defendeu essa semana, durante sua visita ao Brasil, uma política de “tolerância zero” contra a imigração ilegal para o seu país. Ao lado do presidente Michel Temer, em pleno Palácio do Itamaraty, Pence subiu tom contra a imigração latino-americana. “Assim com os EUA respeitam suas fronteiras e soberania, peço que respeitem a nossa. Como diz o presidente Donald Trump, sem fronteiras não há país”, afirmou, fazendo referência específica a países da América Central, como El Salvador, Honduras e Guatemala. De acordo com Pence, o fluxo de imigrantes ilegais oriundos desses países para os EUA foi de cerca de 150 mil pessoas nos últimos meses. Ele citou que o governo está empenhado na construção de um muro na fronteira do país com o México e que o Congresso dos EUA trabalha para “fechar os hiatos [legais] que ainda servem como atração às famílias vulneráveis”. “Se não tem condições de entrar legalmente, não venham”, bradou o vice norte-americano. Apesar do discurso duro contra a população latino-americana em pleno território brasileiro, Temer não tocou no assunto durante seu discurso. Para Marcelo Zero, sociólogo e especialista em Relações Internacionais, a postura do atual gover-
Crianças retidas
“Se não tem condições de entrar legalmente, não venham”, bradou o vice norte-americano.
O sub Pence visitou-nos para nos esculachar no é de realinhamento e submissão à política externa norte-americana. É uma política, segundo ele, totalmente diferente da que foi adotada nos governos do PT, quando o Brasil tinha uma postura de aproximação mais abrangente, atuando diretamente com outras potências como China, Rússia, África do Sul e Índia, no grupo chamado BRICS, além de uma relação mais próxima com países vizinhos sul-americanos. “O sub Pence visitou-nos para nos esculachar. Sequer se preocupou em respeitar a prática diplomática universal de fazer cobran-
ças em privado e elogios em público. Não. Num discurso inacreditável, feito em pleno Palácio do Itamaraty, em plena casa do Rio Branco, o sub esfregou na cara de Temer uma ação mais efetiva contra a Ve-
nezuela. Com mais de 50 crianças brasileiras presas em masmorras norte-americanas, sequer teve a decência de se desculpar pela prática nazista. Ao contrário, fez ameaças claras contra países que não respeitam as fronteiras dos EUA. O Golpe fez a opção de retroceder a uma política externa passiva e submissa, que nos colocou na órbita estratégica dos EUA. O Golpe fez a opção de tornar o Brasil um cão vira-lata”, diz.
Segundo o próprio governo federal, pelo menos 51 crianças brasileiras estão retidas em abrigos dos EUA, separadas dos próprios pais, ao tentarem entrar ilegalmente no país pela fronteira com o México. Apesar de ter pedido ao vice dos EUA autorização para envio de uma aeronave brasileira buscar as crianças no país, Michel Temer não recebeu resposta definitiva. O tema será debatido com as próprias famílias dos menores detidos.
Venezuela Mike Pence também esbravejou contra a Venezuela e pediu mais apoio do Brasil para sanções contra o país. Os EUA não aceitam a reeleição de Nicolás Maduro, em maio, quando obteve 68% dos votos válidos (mais de 5,8 milhões de votos). *Com informações da Agência Brasil
Brasil de Fato PE
8 | NORDESTE
Re
Jovens resistem no Semiárido
AUTONOMIA. Do plantio a comercialização, tudo é feito pe Vanessa Gonzaga
Vanessa Gonzaga, de Campina Grande (PB)
urante essa semaD na, 20 intercambistas da Guatemala, Chile,
El Salvador e Honduras visitaram áreas de produção agroecológica em regiões semiáridas da Paraíba e Pernambuco. Essa foi a segunda etapa do Intercâmbio entre Agricultores e Agricultoras de Regiões Áridas e Semiáridas do Mundo. A atividade, organizada pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em conjunto com a Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), tem o objetivo de promover trocas de experiências, técnicas e saberes entre agricultores e agricultoras de países da América Latina, África e Europa, que possuem regiões
Além das frutas, a gente faz polpas e mel com clima, quantidade de chuvas e ecossistemas similares. Em abril desse ano, 13 agricultores e agricultoras, dos 10 estados que compõem o semiárido brasileiro, visitaram experiências em El Salvador e Guatemala, países da América Central que, em conjunto com Honduras e Nicarágua, formam o Corredor Seco da América Central. A região tem semelhanças com o Semiárido não apenas geográficas, mas
também nas diversas formas e métodos que as organizações camponesas criam e aperfeiçoam para produzir alimento para o gado, aumentar o plantio, e o mais importante, armazenar água da chuva para o consumo, de forma que a escassez seja evitada nas regiões. Uma das experiências que encantou a equipe de visitantes fica na comunidade Carrasco, zona rural da cidade de Esperança, que faz parte do Pólo da Borborema,
no interior da Paraíba. Lia e Miguel tiveram oito filhos, mas apenas três, Delfino, Jacira e Almir, decidiram desde muito cedo ficar na terra e continuar produzindo. Delfino Oliveira decidiu ficar para continuar o trabalho dos pais e por ver na produção de alimentos uma forma de conciliar bem estar e trabalho. Denise, sua esposa, é da cidade de Ipojuca, na região metropolitana de Pernambuco e decidiu que também trabalharia com a agricultura. “Meu pai é de Pernambuco e minha mãe daqui, como meu pai morreu a gente veio para cá tem uns 10 anos”. Os dois jovens dividem as atividades de plantio, cuidado com os animais, beneficiamento e venda dos produtos. Dando continuidade ao trabalho dos pais,
Delfino e a companheira Denise expandiram e aumentaram a variedade da produção acessando uma série de políticas públicas, como o Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), o Fundo Rotativo Solidário, o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), que destina alimentos livres de agrotóxicos e vindos da agricultura familiar para escolas públicas. Com a contribuição desses programas, foi possível construir uma cisterna com capacidade de 52 mil litros, que garante a produção durante o ano inteiro, um biodigestor que transforma esterco de animais em gás de cozinha, que fez com que a família diminuísse muito os gastos com botijões de gás, comprados agora apenas uma vez ao ano como reserva, caso os métodos alternativos falhem, o que em três anos nunca aconteceu, e também um fogão à lenha ecológico construído de alvenaria com um mecanismo que evita que a fu-
NORDESTE l 9
ecife, 29 de junho a 05 de julho, 2018
o com produção agroecológica
elas famílias agricultoras no Sertão da Paraíba Vanessa Gonzaga
Vanessa Gonzaga
Eu nasci e me criei aqui maça fique dentro dos cômodos da casa e utilizando apenas madeira excedente de outras atividades da fazenda, evitando o desmatamento e contribuindo para a alimentação própria e a transformação da matéria prima produzida pela família em produtos processados. Em apenas 2,5 hectares de um terreno íngreme e com pouco índice de chuvas, eles produzem feijão, milho, macaxeira, laranja, cajá, graviola, alface, couve e plantas medicinais, mas também fazem outros produtos a partir disso. “Além das frutas, a gente faz polpas e mel com
duas variedades de abelha, a uruçu, que é sem ferrão, e a italiana. A gente tira nosso sustento todo daqui, ninguém trabalha fora”, reforça a agricultora. Com a variedade da produção, os lucros vindos têm servido para comprar mais lotes de terra e ampliar o plantio. O plantio, baseado na policultura, sem uso de agrotóxicos ou transgênicos e vendido para cidades da região vem sendo ameaçado pelo agronegócio, mas a família resiste. “O dono das terras aqui do lado é um grande proprietário. Ele vem destruindo a mata nativa para plantar capim transgênico
e com veneno. Derruba toda a mata nativa, causa enxurrada e isso leva os nutrientes da terra. Isso prejudica a fertilidade do solo inteiro, inclusive do nosso. Mas mesmo assim nós conseguimos produzir durante os períodos de seca e eles não”. Além disso, os cortes nos investimentos destinados à agricultura familiar diminuíram a renda. Com o PNAE, Delfino e Denise já chegaram a lucrar cerca de R$ 8000,00 por semestre, mas este ano o lucro diminuiu para R$ 3500,00. Os problemas não os desanimou de continuar produzindo e resistindo. Vanessa Gonzaga
mentos agroecológicos é maior do que os convencionais, o que não procede, já que não há atravessadores ou revenda de produtos e tudo é vendido na própria região, sem dificuldade de transporte, impactando em preços iguais ou até mais baixos em relação aos alimentos produzidos com veneno. A partir da troca de experiência com agricultores e agricultoras, a experiência de Delfino e Denise tem se tornado um exemplo na região de como os jovens podem ter uma alternativa ao êxodo rural e ao agronegócio, produzindo alimentos saudáveis e com grande escoamento a partir das feiras agroecológicas. Quando é questionado se deixaria a produção para viver na cidade ou trabalhar como assalariado rural, Delfino responde “Eu nasci e me criei aqui, foi naturalmente. Não saio daqui porque é a forma de valorizar tudo o que meus pais fizeram e também de produzir alimentos saudáveis não só pra gente, mas também pra quem compra”.
Do plantio à venda dos alimentos, tudo é feito pelo grupo, o que garante preços baixos e confiança com os clientes, que sabem a procedência de tudo que é vendido nas feiras agroecológicas organizadas em 12 cidades da região pela Associação de Agricultores e Agricultoras Agroecológicos, a EcoBorborema. Todos os alimentos vendidos nas feiras são certificados e isso gera um clima de credibilidade, não apenas com os consumidores nas feiras, mas também com órgãos institucionais. Denise, que vai à feira constantemente observa quem são seus clientes. “A gente não vende só, na feira, tem vizinho que vem andando das roças vizinhas pra comprar do nosso. Outra coisa é que na feira muitos agricultores que plantam com veneno não comem a própria produção, aí acabam comprando o nosso porque sabem que é agroecológico”. Com a Associação, a feira que acontece todas as sextas no centro da cidade tem *A repórter viajou a conviquebrado mitos como o te da Articulação Semiáride que o preço dos ali- do Brasileiro (ASA).
CIDADES I 10
Brasil de Fato PE
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
São João continua nos bairros do Recife FESTA. Grupos realizam seus arraiais nas periferias e no Centro do cidade Andréa Rêgo Barros
Vinícius Sobreira
ficialmente o feO riado de São João já passou. Mas quem
gosta de forrozar leva os festejos juninos até os últimos dias do mês. Do Centro às periferias do Recife, alguns arraiais animam esse fim de semana com muita música e comidas de milho. Destaque para a festa da quadrilha junina Lambe-Foice, no Vasco da Gama, zona norte do Recfe. A comunidade realiza o arraial há 36 anos, atraindo a população de bairros vizinhos e animando a noite do sábado (30). O arraial desde o início buscou homenagear Frutuoso Alves da Silva, sanfoneiro nascido em Brejo da Madre de Deus, agreste pernambucano, e antigo morador do Vasco da Gama. Suas filhas iniciaram a festa na rua do Chafariz e, no início dos anos 1990, mudaram para a rua Canapi, onde é realizada até hoje. “Ele dançava nas quadrilhas do bairro. Lembro que todo ano ele dançava na quadrilha do Córrego do Botijão e na Flor do Cajueiro, do Alto Nossa Senhora de Fátima. Ele participava da encenação como juiz do casamento”, recorda a filha Marineide Alves da Silva. O sanfoneiro criou as 5 filhas no meio da música. “Onde ele ia, levava as filhas com ele. E o gosto pelo São João passou de pai para filhas”, recorda ela, que chegou a trabalhar como cantora profissional de forró na antiga casa de shows
Lembro que todo ano ele dançava na quadrilha do Córrego do Botijão
Andréa Rêgo Barros
Andréa Rêgo Barros
Cavalo Dourado. Frutuoso faleceu há quatro anos. “Ele ensinava umas rezas também. Lembro de uma que dizia ‘Bendito corria adiante, Louvado corria atrás, Bendito era menino, Louvado era rapaz’, algo assim”, sorri a filha. Nas primeiras edições, ainda nos anos 1980, o nome da brincadeira era “Arraiá de Comadre Chi-
ca”. Mas quando decidiram mudar o nome, um padre que participava da festa sugeriu o nome de “Lambe-Foice”. Após mais de três décadas, a Lambe Foice faz parte do calendário do bairro e das memórias dos jovens da comunidade. Muitos dos que já moraram no Vasco da Gama vão ao arraial para rever os ami-
gos de infância e adolescência. A festa segue das 20h do sábado até as 5h da manhã. Apesar do horário, Marineide conta que nunca teve problemas com a vizinhança. Parte do custos da festa é paga através de um bingo organizado pela quadrilha no início de junho e do sorteio de um balaio no dia da festa. A brincadeira costuma reunir centenas de pessoas nas ruas do bairro. “Quando vejo a festa pronta, aquela quantidade de gente, eu só olho para o céu e penso como meu pai deve estar feliz”, diz Marineide. E como quadrilha matuta tradicional que se preze, seu arraial pede pé de serra e música ao vivo. “Evitamos som mecânico. Sempre colocamos os sanfoneiros para tocar. Um deles, inclusive, é Patrício, que toca conosco há mais de 30 anos, desde os tempos de Arraiá de Comadre Chica”, afirma Marineide. Este ano a promessa é de quatro grupos: além de Patrício e banda, está confirmada Galopeiros do Forró e há expectativa por mais duas bandas. “Este ano a Lambe-Foice foi sorteada pela Prefeitura do Recife para receber duas bandas em nosso arraial, mas ainda não sabemos os nomes”, avisa.
Outras festas Nesta sexta-feira (29), dia de São Pedro, o Movimento dos Trabalhadores Cristãos (MTC), na Boa Vista, realiza sua celebração junina com show do Coletivo Siembra. A entrada custa R$5, que dá direito a concorrer a um balaio junino. O MTC fica na rua Gervásio Pires, nº 404. Também nesta sexta, mas em Olinda, a tradicional Festa do Coco da Mãe Biu, na Comunidade Xambá, chega a sua 53ª edição. A festa celebra a memória do povo de Mãe Biu, a partir das 10h da manhã, no quilombo urbano do Portão do Gelo. Entrada gratuita. Já no Sítio Trindade, em Casa Amarela, a sexta-feira e o sábado (30) seguem com a programação do São João do Recife. Na sexta os shows são de Fulô de Mandacaru, Em Canto e Poesia, Novinho da Paraíba e Salatiel Camarão. No sábado sobem ao palco Joquinha Gonzaga, Fabiana Pimentinha, Adiel Luna e Daniel Bento, com os primeiros shows a partir das 18. A festa é custeada com verba pública e tem acesso gratuito.
Brasil de Fato PE
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
ENTREVISTA l 11
“A arte é a busca do embelezamento da verdade” Catarina de Angola
CANTORIA. As várias formas e estilos da composição e música do grupo Em Canto e Poesia dão o ritmo da entrevista. Iyalê Tahyrine e
A casa de Louro criou essa atmosfera do repente e da amizade Os três são da família Marinho. Antônio, mais conhecido como Marinho, Greg e Miguel.
Vinícius Sobreira Em Canto e PoeO sia é um grupo formado por três artistas
de São José do Egito, conhecida como terra dos poetas. Os três são da família Marinho, Antônio, mais conhecido como Marinho, Greg e Miguel. O trio, jovem na idade, está ligado pela ancestralidade sertaneja, bebendo da herança do cordel, da cantoria e da poesia. O grupo se apresenta como filhos de Bia Marinho e netos de Lourival Batista, mais conhecido como Louro do Pajeú. Confira!
O dia seis de janeiro na casa de Louro era uma grande reunião de poetas BdF. Qual a influência de Louro do Pajeú no trabalho de vocês? Em Canto e Poesia Louro é o ponto mais distante da ancestralidade que nós conseguimos tocar, apesar de ela vir de antes, desde o final do século 18 com a aparição dos primeiros re-
pentistas no Nordeste. O aparecimento desses repentistas nos traz já essa ancestralidade porque já são pessoas da nossa árvore genealógica. Que vem aí a quatro ou cinco gerações onde a cantoria é forte no sertão do Pajeú, em Pernambuco e no Cariri, na Paraíba e a gente vem dessa histó-
ria. O ambiente é um catalisador, ele não determina, nem fabrica poetas. Não é porque se é filho ou neto de poeta que se é poeta. BDF. Vocês podem fala um pouco da relação de vocês com São José do Egito, conhecida como “cidade dos poetas? Em Canto e Poesia A casa de Louro criou essa atmosfera do repente e da amizade. Essa cultura da poesia era muito facilmente disseminada em São José, as crianças cresciam já dizendo verso. No dia a dia, nossa avó jogava com essa ideia da palavra, ensina-
va um verso no almoço para a gente dizer a noite. O dia seis de janeiro na casa de Louro era uma grande reunião de poetas. Disso tudo tem uma influência estética também, nós não temos um estilo predominante, nem musical, nem poético, nós cantamos e compomos de várias formas e com vários estilos, mas a predominância é a rima e a métrica vindas da cantoria, da poesia oral, da embolada, dos estilos da poesia popular nordestina. BDF. Para vocês qual o papel do artista quando temos retrocessos na política de um país? Em Canto e Poesia A arte – como a que nós fazemos – é a busca do embelezamento da verdade, é a recriação da verdade. É querer ver o real pelo belo, por isso quando vemos tantas coisas serem falseadas, naturalmente, essa verdade que a arte quer embelezar e recriar, já se impossibilita, porque existe um grande choque.
CULTURA | 12
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Brasil de Fato PE
Qual é o Bairro?
Fotolegenda
Acervo de Guadalupe Freitas
Irreverência e alegria marcaram o espírito dos torcedores no Recife Antigo na primeira vitória canarinha na Copa. Foto: Daniel Lamir
Agenda Cultural Feira
19ª Fenearte Legado do Mestre Salu
C
omeça na próxima quarta-feira (04) a maior feira de artesanato da América Latina. Famosa na capital pernambucana, a Fenearte é uma boa opção para se divertir com a família inteira. A programação terá exposições, shows, comidas, oficinas, palestras, além de desfiles. O homenageado é Mestre Salu, artista que é referência da nossa cultura popular. Os ingressos custam R$10 e R$5 de seg a qui, e R$12 e R$6 de sex a dom. A feira segue até o dia 15 de julho, no Centro de Convenções, em Olinda.
Música
Radiola no Mercado
N
este sábado (30) vai ter programação musical no Mercado Público da Encruzilhada, no Recife. Será um dia de discotecagem com Paulinho Costa tocando a playlist Vintage Project DJ, com ritmos diversos anos 60, 70 e 80. O legal é que as músicas vão se misturar entre vinil e digital. Será na loja Reciclo Bikes, no Mercado da Encruzilhada. A entrada é grátis e a programação começa às 14h e vai até às 21h.
Música
Noite Encantada Espaço Cultural XuO curu realiza a Noite Encantada, neste sába-
do (30), no Poço da Panela, no Recife. A atração principal é o Grupo de Samba de Côco Toype do Ororubá que terá participações surpresas. Além disso, antes do show, tem também participação especial do grupo na peça “Boi da Saúde”, de Romero de Andrade Lima, em frente à Igreja do Poço da Panela. É aberto ao público e acontece na rua Álvaro Macêdo.
Roda de Fogo
oda de Fogo é nome de novela, R mas também nome da comunidade localizada no bairro de Tor-
rões, Zona Oeste do Recife. Começou em 1987, quando algumas famílias ocuparam uma área de 60 hectares em busca de moradia digna, que na época pertencia ao Governo Federal. Desde que chegaram, os primeiros moradores foram pressionados a saírem da terra, mas resistiram e se organizaram protagonizando um articulado processo de luta para a garantia do direito à moradia. Para isso, realizavam processos de formação política e assembleias, além de passeatas e reuniões para pressionar e negociar a permanência no local com o governo estadual. Com essa articulação, conquistaram concessões de uso da terra, planejaram e implementaram o processo de organização da comunidade, nomeação das ruas, garantia dos lotes prioritariamente em nome das mulheres, entre outras ações. Mais recentemente conquistaram o direito à escritura definitiva de suas casas, ainda em processo de implementação pelo governo do estado, a comunidade continua nessa luta. Hoje com 31 anos de existência, Roda de Fogo é uma localidade populosa, com cerca de 25 mil habitantes e continua com intensa vida política. Mas também é local de intenso comércio, de tudo é possível encontrar lá. Também abriga vários artistas, como músicos e poetas.
Brasil de Fato PE
Variedades l 13
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
CULTURA | 13
Você pode ajudar o cinema brasileiro feito por mulheres negras
AUDIOVISUAL. A equipe pretende ir à Moçambique no início de Agosto e, para ajudar, estão com uma campanha de financiamento coletivo Divulgação
Rani de Mendonça
audiovisual brasiO leiro tem uma história de vida bem recen-
te, comparado aos outros países, sobretudo da Europa. E, isso influencia diretamente na forma de fazer e de contar histórias através do áudio e do vídeo, juntos. No Brasil, segundo os dados do Observatório Brasileiro do Cinema e do Audiovisual, em 2017, foram apenas 3.425 filmes registrados com o Certificado de Produto Brasileiro, que é um documento que dá garantia de que o filme é um produto nacional. É como uma certidão de nascimento que prova a titularidade da obra audiovisual brasileira. E o que chama atenção é que desse número, 2.448 foram feitos de forma independente. Quando esses números são relacionados à produção de filmes por pessoas negras, baixa mais. Segundo dados da pesquisa “A Cara do Cinema Nacional: perfil de gênero e cor dos atores, diretores e roteiristas dos filmes brasileiros”, conduzida por pesquisadores da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e divulgada pelo Jornal Nexo, “Pretos e pardos correspondem à metade da população, mas são apenas 15% dos atores principais e 2% dos diretores de filmes nacionais”. Aqui no Recife, um grupo de mulheres negras está trabalhando em um projeto que contribui para a mudança desse quadro.
Na foto, a diretora Débora Britto com parte da equipe, as baianas Safira Moreira, diretora de fotografia e Gabriela Palha, filha de moçambicano e responsável do áudio.
Não à toa, Hixikanwe (que dá nome ao filme) significa “estamos juntas” O documentário Hixikanwe – Estamos Juntas, nasceu de uma experiência individual de Débora Britto, diretora do filme, de reconhecimento da sua identidade enquanto mulher negra. Em 2014 ela morou em Moçambique, na África, e foi lá que começou a entender sobre sua ancestralidade e se enxergar nas dores e no que represen-
ta ser mulher e negra em uma sociedade machista e racista. O filme quer capturar essa essência. O encontro de Débora, Safira, Mayara, Mariana, Gabriela e Magda todas brasileiras com Judite, Júlia, Amélia, Madalena, Graça e Ramia, moçambicanas. “Ao longo desses quatro anos, tenho buscado entender os processos de mulheres negras no
geral. Em diálogo com outras mulheres, a gente percebeu que sentimos muito parecido. Mesmo com histórias distintas e lugares diferentes, de onde a gente veio, nós compartilhamos de um sentir. É quando a gente toma consciência do que significa ser essa mulher negra.”, conta Débora. Não à toa, Hixikanwe (que dá nome ao filme) significa “estamos juntas”, em Xi-Changana, língua materna da Região Sul de Moçambique. É ali, aliás, onde fica a organização social de mesmo nome, onde tudo começou, em 2014, também ponto de partida para a retomada das filmagens, em 2018. Para a produtora exe-
cutiva de Hixikanwe, Mariana Reis, mesmo com o fomento de políticas públicas para o audiovisual brasileiro, ainda é difícil fazer cinema no país. “É um projeto que foi aprovado pelo Funcultura, que é um Fundo de Cultura do Governo do Estado de Pernambuco, mas, para a aprovação, tivemos que fazer alguns reajustes de cortes no orçamentos. Fazer audiovisual no Brasil ainda é muito caro e mais ainda quando a gente pensa em um cinema negro, realizado por mulheres negras, que é a ponta mais frágil da cadeia. Mas, nós acreditamos e estamos fazendo esse trabalho de formiguinha, fazendo uma teia de possibilidades para materializar esse projeto”, diz. A equipe pretende ir à Moçambique no início de agosto e, para ajudar no custo do filme, estão com uma campanha de financiamento coletivo, que qualquer pessoa pode doar. É só entrar no site www.benfeitoria.com/estamosjuntas e escolher a opção que deseja. Além de incentivar o filme, ainda tem como contrapartida recompensas como nome nos agradecimento no filme, camisas e canecas com uma arte exclusiva e acessórios moçambicanos. As doações são a partir de R$15 e vão até o dia 16 de julho. O formato é tudo ou nada, se elas não conseguirem bater a meta de R$25.000,00 tudo o que já foi doado será devolvido.
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
14 | VARIEDADES
Horóscopo
Palavras Cruzadas
Anúncio
Recife, 29 dejunho a 05 de julho
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Foi absolvida pelo TSE em junho de 2017 Tecido celular subcutâneo
O rapanui, em relação à ilha de Páscoa Material da boneca Emília (Lit. inf.)
Protelada A linguagem inadequada em igrejas (?)-tsé, filósofo chinês Maurício (?), ator e cantor brasileiro
Delicadeza Emílio Ribas, sanitarista Chocalho indígena de atos religiosos (?) Nagle, escritora e apresentadora
© Revistas COQUETEL
Instituto Corpo (?), O testícu- Dois pintores europeus que retrataram o Brasil do século XIX E-(?), Tecnológi- símbolo do lo, por Civilização da políti- correio co de Ae- trote uni- seu formaLástima ca do Pão e Circo eletrônico ronáutica versitário to (Anat.)
parte prática do planejamento dos próximos meses. anto o trabalho como sua vida amorosa podem T provocar muitas transformações em você. Talvez nada mude na vida prática, mas você deve perceber com mais clareza suas motivações e desejos.
Touro:
vontade do novo vai estar mais presente que no A último período! Pequenas mudanças podem começar a serem colocadas em práticas desde já. Para
(?) Haddad, diretor de Teatro Padiola
novos planos, pesquise, pergunte e faça o de sempre:
Gêmeos: converse bastante! "Aérea", em FAB Especial (abrev.)
as muitas mudanças pretendidas talvez a mais D importante nesses dias seja o cuidado consigo mesmo da forma mais ampla possível! Nesse proces-
Deus egípcio com cabeça de íbis
so, invista em se libertar de hábitos e pessoas que lhe fazem mal. pegada do momento é: se jogue! Teve convite, aceite. Se tiver que ir, vá e se não der pra fazer, é o melhor momento para sua criatividade fazer as coisas acontecerem! Pra isso, cuide da comunicaLeão: ção e evite mal entendidos. á ficando difícil parar né? A rotina de muito trabalho e muita produção não deve parar. Aproveite porque para além do cansaço, surgem grandes oportunidades de realizações. No caminho, cuidaVirgem: do com frustrações. desejo de algo novo para o futuro está muito certo, porém o caminho ainda não está claro. Permaneça investindo e se permitindo novos processos de descoberta, que dicas para seus próxiLibra: mos passos devem surgir! ocê tem pensado bastante no que tem lhe motivado a fazer as coisas do cotidiano. Algumas Escorpião: perdas devem acontecer, mas deve ser a oportunidade de colocar alguns projetos em prática! Câncer:
(?) Piazzolla, mestre do tango Camarão de rios Acender (fósforo)
"A (?) Secreta", conto machadiano
A roupa recebida na Cruz Vermelha
Sul-sudoeste (abrev.) Chefe etíope
A
T
Designação de vários canais do organismo
O
Um, em espanhol Parte mais profunda da psique (Psican.)
V
Acrescenta; adiciona Riscados e invalidados (documentos)
2/un. 3/tot. 4/amir — mail. 5/ducto. 7/timbale. 9/tenuidade.
ocê ainda está vivendo um período importante V de balanços na vida. Para onde ir e com quem? Próximos passos serão: se abrir com as pessoas que
31
Sagitário: estão envolvidas nos seus planos e cuidar da saúde.
Solução C H N A P A A D I L M M A T E M L E R
I N A L T E R A D A
I P O D E T I V O A N O A T I M B A D A D E C E O A S C P T A R N U I D S S O R A C A A A D S U R A
D R M E O A B M I R A L E A T N T E T O R I T U G G A D E U N C D I T A D O S
BANCO
ocê já deve ter gastado um bom tempo nesses V últimos dias pensando e repensando nos últimos acontecimentos. Agora é hora de começar a Áries :
Fiscaliza o exercício da advocacia (sigla)
Tambor de cavalaria Tranquila; serena
Brasil de Fato PE
palavra de ordem agora é produção! Pare de seA gurar nos sonhos e planos, e faça a coisa acontecer. O desafio de lidar com a necessidade de seCapricórnio:
gurança é grande, mas abuse de sua criatividade como estratégia. ada vez mais você deve se sentir obrigado a encarar algumas situações de frente, inclusive algumas relações familiares mal resolvidas. É hora de resolver para poder se reinventar e seguir.
C
Aquário:
vida profissional vai exigir muito de você Selauae,deve não só pela demanda maior, mas porque trazer conflitos para alguns aspectos de Peixes:
sua vida pessoas. Tempo e sabedoria para tomar decisões.
Brasil de Fato PE
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
ESPORTES | 15
CRÔNICA |
Um povo que insiste em ser feliz
MUNDIAL. Como num grande carnaval, cheio de fantasias, música, festa, dança, mas sobretudo mbandeirados dos símbolos nacionais e orgulhosos de ser brasileiros. Diva Braga
Diva Braga
Diva Braga*
oje eu assisti ao H jogo da copa “Brasil X Sérvia”, mas não posso comentar nenhum lance dos jogadores em campo, por outro lado assisti a incríveis cenas e lances, do grande campo dos torcedores. Mesmo num raro dia cinza e chuvoso, me animei a dar um giro e ver onde estão os torcedores do centro do Recife.
No céu bandeirolas verde amarelas, no chão uma grande bandeira do Brasil e a mensagem Rumo ao exa A Rua da Saudade, conhecida como rua do espetinho, parece uma pintura; calçadas e prédios emolduram o cenário: no céu bandeirolas verdes e amarelas, no chão uma grande bandeira do Brasil com a mensagem “Rumo ao Hexa” e um samba de perder o juízo revelam a empolgação, que não se expressa no número de pessoas, maior que o de sempre. Estavam ali os mesmos trabalhadores do comércio, moradores da região que cos-
tumeiramente se encontram depois de um dia de trabalho. Mas, dessa vez, todos vestem verde e amarelo e o trabalho acabou mais cedo. Mais um motivo para comemorar. A minha segunda parada foi no Mercado da Boa Vista: bares lotados, amigos, colegas de boteco, famílias inteiras (adultos, crianças, velhos) e ilustres desconhecidos te oferecem uma cerveja e uma única cadeira que sobrou. Todos torcem e desfilam fantasias, adereços, maquiagens, camisas da seleção e roupas customizadas de verde e amarelo. É o mesmo público de sempre, só que dessa vez, vestindo a camisa e torcendo pelo Brasil entre uma cerveja e outra. Fim do primeiro tempo, segui meu caminho para o Recife Antigo. No largo da Santa cruz, o bar Lisbela garantiu tenda e TV para torcedores mais tranquilos. Na rua Rosário da Boa Vista uma tenda reunia amigos com música e churrasco, na rua da Palma trabalhadores da limpeza urbana
aproveitaram uma pequena televisão de um quiosque para não perder o jogo. Fora isso, bares vazios, lojas com portas fechadas ou semiabertas com funcionários confraternizando e assistindo ao jogo. As poucas pessoas que passavam vinham num outro ritmo, meio silencioso e tímido que, como eu, pareciam procurar. Cadê a Copa? Onde está aquela euforia e animação de outros anos? Quanto mais me aproximava do Recife Antigo, mais o silêncio foi dando lugar a uma música. Estavam todos embandeirados, para onde iam? Chegando na Praça da Independência, alguma coisa mudou, percebi que as pessoas que vinham pelo caminho tinham uma direção, e vão aumentando, descem dos ônibus grupos inteiros arrastando pelas ruas o verde e amarelo mais barulhento, menos tímido. De todas as ruas vão chegando grupos uniformizados, pontos de ônibus se transformam em espa-
Os dias difíceis em tempos de golpe não nos tiraram a esperança, que somos um povo que insiste em ser feliz! ço de concentração com direito a TV, cervejas e espetinhos baratos. Dali até o Cais da Alfândega um rio de gente toma as ruas, ocupa a ponte até o outro lado, chegando na rua da Moeda até quase o Marco Zero. Dali em adiante entendi que a festa popular da Copa tinha hora e local
combinados. Por isso, nas ruas vazias, as pessoas estavam todas juntas, nas suas casas, nos pontos de encontro de suas vidas cotidianas ou ali, no Recife Antigo. Como num grande carnaval, cheios de fantasias, música, festa, dança, mas sobretudo embandeirados dos símbolos nacionais e orgulhosos de serem brasileiros. Debaixo de chuva, uma enorme quantidade de pessoas torceu pelo Brasil, vibraram e se emocionaram com a vitória de 2 a 0, dizendo, de alguma forma, que os dias difíceis em tempos de golpe não nos tiraram a esperança, que somos um povo que insiste em ser feliz! *Diva Braga é publicitária, diagramadora do Brasil de Fato Pernambuco e militante da Consulta Popular.
16 | ESPORTES
GOL DE PLACA
NA GERAL Divulgação
Brasil nas eliminatórias da Copa esta sexta-feira (29) e segunda-feira (2) a seleção masculina de basquete entra em quadra pela fase classificatória para a Copa do Mundo FIBA 2019. Os jogos são fora de casa: na sexta contra a Venezuela, em Caracas, às 20h ; e na segunda contra a Colômbia, em Medellín, às 18h (hotários de Brasília). Os jogos serão transmitidos pelo canal de TV a cabo Esporte Interativo e pela internet através do site livebasketball.tv. São as últimas rodadas desta fase. O Brasil venceu os quatro primeiros jogos e, caso vença a Venezuela, garante a liderança do Grupo B, que tem ainda o Chile.
Reprodução Internet
CBB
N
Brasil de Fato PE
Recife, 29 de junho a 05 de julho de 2018
Divulgação
Roberto Carlos lamenta o golpe
Conceição luta neste sábado
ao ex-presidente equatoriano Rafael Corrêa, na TV Russia Today. Perguntado sobre questões políticas e sociais do Brasil, o histórico lateral mencionou os governos de esquerda. “Poucos anos atrás vimos a redução das diferenças entre ricos e pobres”, disse. Mas, ao tratar do presente, o craque apontou que muitas famílias brasileiras deixaram de viajar de avião e sentem dificuldades mesmo para comprar alimento. “Agora vivemos uma situação política desastrosa. Voltamos a ser um país de terceiro mundo”, lamentou.
son “Nino” Conceição. O baiano, que levou o ouro nas Olimpíadas Rio 2016 e logo em seguida assinou com a renomada franquia Top Rank, busca agora sua 8ª vitória consecutiva no boxe profissional. Lutando na categoria super pena (até 59kg), o pugilista de 28 anos enfrenta o equatoriano Gavino Guaman, com transmissão ao vivo pelo canal de TV a cabo Combate, a partir das 21h (de Brasília). Robson “Nino”, que já foi feirante e engraxate, segue invicto no boxe profissional, tendo sete vitórias, das quais quatro foram por nocaute.
a noite deste sábasta semana foi ao ar E uma entrevista do ex- Ndo (30) sobe ao rin-jogador Roberto Carlos gue o boxeador Rob-
EM CLIMA DE G4 Filipe Spenser
Pernambuco na Divisão Especial do Futsal
A
Associação Esportiva Caruaru (Asec), equipe forte no cenário estadual do futsal, conquistou o título da 1ª divisão da Taça Brasil de Futsal, este ano disputada no Piauí. A Asec foi o segundo time pernambucano a levantar a taça da tradicional competição nacional. Em 1976 o Náutico conquistou o título. O título da Asec também garantiu para Pernambuco uma das duas vagas na Divisão Especial, a divisão de elite do futsal brasileiro. A vaga não fica com o clube, mas com o estado. A equipe campeã estadual em 2019 joga a Divisão Especial da Taça Brasil 2019.
GOL
CONTRA
Treinadores negros seguem escanteados GettyImages_FIFA
A
Copa se despede do Senegal, seleção africana que mais se aproximou da classificação à segunda fase desta Copa, mas que acabou eliminada por ter tomado mais cartões que o Japão. Destaque para a disciplina tática apresentada por Senegal, calando o discurso de que “o futebol africano é desorganizado”. E, diferente de Argentina, Portugal ou Egito, no Senegal o craque Mané é quem joga para o time e não o contrário. Mérito de Aliou Cissé, injustificavelmente o único treinador negro neste mundial de várias seleções de maioria negra. Cissé é também o que recebe menor salário da Copa, com vencimentos no nível de Série B do Brasileirão.
ALERTA LIGADO
BOLSO FURADO
filipespenser@gmail.com
Stella Nascimento ssnascimento_24@hotmail.com
daniel.lamir@brasildefato.com.br
Daniel Lamir
to para o Náutico. Após onze rodadas o clube finalmente entrou no G4 e agora ocupa a terceira colocação. A recuperação do Timbu deve ser reconhecida pela torcida. Afinal, fomos de lanternas da competição a membros do G4. Ainda que sem Ortigoza e Wallace Pernambucano, artilheiros do clube no ano, tudo indica que o Náutico construiu uma forma sólida de se portar em campo. O reforço no lado esquerdo, com as chegadas de Assis e Sueliton; a excelente fase de Robinho e a recuperação do futebol de Lelê e Bryan encorparam o futebol do time e diminuíram a dependência do centroavante. O próximo desafio é contra o líder do campeonato e uma vitória pode firmar, de vez, o clube na zona de classificação.
deira a baixo na tabela de classificação do Grupo A da terceira divisão. A última vitória do tricolor foi contra o Juazeirense, ainda no dia dois deste mês. O alerta vermelho está totalmente ligado. Até porque Roberto Fernandes tem que fazer malabarismos com o elenco para montar o time. Jogadores entregues ao DM são os menores dos problemas, já que seis dos 35 inscritos na Série C pediram desligamento do clube. Não está fácil. Hoje na sexta colocação, com 14 pontos conquistados, o Santa Cruz passa a ver a zona de rebaixamento bem próxima pelo retrovisor. A reação precisa ser imediata. E esperamos que comece já contra o ABC, no próximo domingo. Se não, a nossa briga passa a ser outra.
Leão não tem como tirar de onde não tem... ou de onde imaginava que teria. Cotas antecipadas, calotes e pagamento de dívidas são burburinhos que silenciaram, mas não vão cessar a anemia nos cofres tão cedo. A escassez no elenco é uma pedra no sapato de Claudinei Oliveira, principalmente quando se olha para a lateral-esquerda, primeiro volante ou se busca um atacante velocista ou um centroavante. Equilíbrio é a chave para uma boa campanha no Brasileirão. No ano passado, o Leão foi sexto no primeiro turno e 15º ao final. O equilíbrio nos resultados depende também do equilíbrio da gestão. Ou seja, a cautela que faltou meses atrás, seria o básico para, por exemplo, manter salários atuais em dia.
esmo com o clima de Copa do Munconteceu de novo. E ainda está aconobra tempo, mas falta dinheiro. O ritM do, a Série C do Campeonato Brasilei- Atecendo, na verdade. Os resultados do Smo é lento e modesto nas semanas inro continua. E, felizmente, melhorou mui- Santa Cruz estão nos levando a descer la- ter-temporada na Ilha. Não é de admirar. O