BdF PE - Ed. 67

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BRASIL | 7

ENTREVISTA | 11

Maria da Penha

Dia do Basta

Cearense Maria da Penha Maia Fernandes fala sobre a lei que completa 12 anos

Divulgação

Mobilizações nesta sexta-feira (10) em todo o país

Pernambuco

Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

ano 2

edição 67

distribuição gratuita

MPA/Divulgação

Brasil em luta contra a volta da fome

OPINIÃO | 05 Povo na rua

País em defesa da democracia

BRASIL|06 Semiárido

Caravana participa de audiência na Câmara dos Deputados

CIDADES |10 MST

Marcha Nacional em defesa da democracia


2 | OPINIÃO

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Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

EDITORIAL

A ousadia do povo na rua

MOBILIZAÇÃO. A Marcha Nacional Lula Livre vai de 10 a 15 de agosto iante de tamanha D injustiça e do cenário político nacional gol-

peado por reformas impopulares e perda de direitos, foi que diversos movimentos populares e organizações políticas pensaram em agendas unitárias de mobilização para denunciar o golpe, a fome, e afirmar a necessidade de Lula livre para retomarmos a democracia no país.Aqui em Pernambuco, foi organizada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e outras organizações da Frente Brasil Popular a Marcha “Lula Livre, Lula Inocente” que saiu da cidade de Caruaru e percorreu cinco municípios chegando em Recife no dia 20 de julho num grande ato de demonstração de força da classe trabalhadora que ousou marchar 138 quilômetros embaixo de sol e chuva, conversando com o povo, dizendo que Lula é inocente e que somente com a mobiliza-

As agendas de luta e mobilização são várias e nos garantem alguns respiros de motivação ção popular sua liberdade será concreta. Recentemente, fomos surpreendidos com a triste notícia de que o Brasil deve retornar ao Mapa da Fome da ONU, em 2014 saímos dele. Menos de quatro anos depois, o golpe que retirou Dilma Rousseff da presidência impôs uma agenda que afetou di-

retamente a população mais pobre. Cortes em programas sociais excluíram do Programa Bolsa Família 1,1 milhão de famílias e fez crescer a fome e a miséria. Tudo isso deixa evidente o quanto o golpe tem relação direta com a piora de vida do povo. No intuito de denunciar o aumento da fome – atualmente 12 milhões de pessoas passam fome no país - e lutar pela liberdade de Lula, foi que a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), em conjunto com outras organizações, construiu a Caravana Semiárido Contra a Fome que foi de Pernambuco à Brasília, 4.300 quilômetros, dialogando sobre a situação de fome que atinge o país. Enquanto isso, sete lutadoras e lutadores do povo entraram em greve de fome para pressionar o Supremo Tribunal Federal em relação à prisão política de Lula, o ato extre-

Expediente Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatopernambuco Correio: pautape@brasildefato.com.br

Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Rani de Mendonça, Vanessa Gonzaga e Vinícius Sobreira. | Revisão ortográfica: Júlia Garcia Colaboração: André Barreto, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Bianca Almeida. Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine| Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruno Ribeiro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Geraldo Soares, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Carlos de Oliveira, José Fernando de Melo, Fernando Lima, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho, Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Margareth Albuquerque (in memorian), Marluce Melo, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rogério Almeida, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis. Tiragem: 20 mil Exemplares

mo demonstra coragem e ousadia e que nosso povo está disposto a ir na luta pela democracia. Culminando no mês de agosto dos ventos, duas agendas nacionais vão mobilizar o campo e a cidade em fileiras e nas avenidas no intuito pedagógico de dialogar com a classe trabalhadora e lutar contra a retirada de direitos e pela retomada da democracia como elemento principal. A Marcha Nacional Lula Livre inicia neste 10 de agosto e termina no dia 15 de agosto num grande ato em frente ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em Brasília. Ainda neste dia 10, as centrais sindicais realizam ato unitário chamado de Dia do Basta, quando o desemprego, a miséria, a crise e o aumento do gás de cozinha serão denunciados e colocados na conta do golpe. As agendas de luta e mobilização são várias

A luta pela liberdade de Lula é central nesse momento histórico e nos garantem alguns respiros de motivação para permanecer acreditando que só a luta e o diálogo com o povo podem criar a capacidade de virar o jogo e enfrentar as forças desse golpe que insistem cotidianamente em nos negar o direito a viver dignamente. Portanto, a luta pela liberdade de Lula é central nesse momento histórico. Não é possível haver democracia com Lula preso. CHARGE


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FRASE da semana

GERAL l 3

mandou

BEM Divulgação

Quem está na militância pode dizer: não temos muito tempo para ter medo Jaime Amorim, dirigente do MST, um dos integrantes da greve de fome que denuncia ao STF o aumento da fome no País e defende a liberdade de Lula.

Qual o seu artista pernambucano favorito/a?

Semana da Juventude. próximo domingo (12) é o O Dia Internacional da Juventude. Para comemorar a data, o SESC Casa Amarela está com uma programação especial e gratuita que conta com debates sobre políticas públicas, questão racial, cidadania, direitos humanos e o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA). As inscrições devem ser feitas no local com uma hora de antecedência. O SESC Casa Amarela fica na Avenida Norte Miguel Arraes de Alencar, 1190, Mangabeira, Recife.

mandou

MAL

Divulgação

A

lmério nasceu em Altinho e se mudou aos 20 anos para Caruaru. Ele foi apadrinhado por Alceu Valença, Geraldo Azevedo e Elba Ramalho. Uma amiga que mora em Caruaru foi quem me apresentou as músicas do Almério, o jeito dele cantar e o sotaque nordestino dele me encantaram. Heike Augusto, 21, fotógrafo em resposta ao nosso intagram @brasildefatope

“Indolência e Malandragem” essa semana, a declaração N do General Antonio Hamilton Mourão (PRTB), candi-

dato a vice-presidente ao lado de Jair Bolsonaro (PSL) nas Eleições de 2018 repercutiu nas redes. No último dia 6, num evento no Rio Grande do Sul, ele afirmou que “Temos uma certa herança da indolência, que vem da cultura indígena. E a malandragem, nada contra, mas a malandragem é oriunda do africano”. Quando questionado, o candidato afirmou que não é racista e que o brasileiro “precisa conhecer a sua origem”.


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4 ||Mundo GERAL

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Congresso do Povo Pernambucano Marcha Nacional Lula Livre

D

urante as várias atividades preparatórias para o Congresso do Povo, a liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva tem sido um tema frequente e que chama a atenção das pessoas por onde o Congresso tem passado. Das discussões, nasce a necessidade de participar da luta pela liberdade do candidato, preso em Curitiba. Dos dias 10 a 15 de agosto, militantes de todo o país marcharão rumo à Brasília para lutar pela liberdade de Lula, considerado preso político. Em Pernambuco, a mobilização para a Marcha tem sido feita pela Frente Brasil Popular. Na cidade do Recife, os comitês de juventude, mulheres, negritude, LGBT e os dos bairros de Brasília Teimosa, Rio Doce e Peixinhos saíram do Recife para a marcha na última quarta (08).

ESPAÇO SINDICAL Robson Nascimento/SINTEPE

Nova Sede essa sexta (10) o Sindicato dos N Trabalhadores em Educação de Pernambuco (SINTEPE) inaugu-

ra sua nova sede na cidade de Petrolina, no Vale do São Francisco. O sindicato atua há 28 anos na cidade, e por três anos a sede ficou fechada para reforma. O ato público de lançamento, que contará com a participação dos sindicatos ligados à Central Única dos Trabalhadores (CUT) e os movimentos da Frente Brasil Popular, acontece a partir das 9h em frente ao prédio, na Av. Souza Filho, 789. Haverá também um momento de comemoração no Clube Zé Matuto, a partir das 22h.

Assembleia dos Bancários Sindicato dos bancários

a última quarta, a AsN sembleia Geral Extraordinária do Sindicato dos

Bancários de Pernambuco se reuniu para a avaliar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban). O sindicato negou a proposta, que foi considerada insuficiente, já que não atende parte das demandas colocadas pela categoria e apenas cobre a inflação nos salários e outros benefícios, sem aumento real. O Comando Nacional dos Bancários já havia indicado à categoria a rejeição da proposta que não traz a garantia dos direitos conquistados e estabelecidos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT).

Direitos de Fato Intervalo na jornada: direito dos trabalhadores rabalhadores têm direito a intervalos durante a jornada diáT ria de trabalho para descanso e alimentação. Os intervalos são importantes pare recuperação da força, repouso e adequada

alimentação e estão expressamente previstos na CLT. Para quem trabalha de quatro a seis horas por dia, o intervalo assegurado é de no mínimo 15 minutos. Acima de seis horas trabalhadas, o intervalo mínimo seria de uma hora. A Reforma Trabalhista, contudo, passou a permitir que o intervalo intrajornada seja reduzido de uma hora para 30 minutos, caso expressamente previsto em Acordo Coletivo ou Convenção Coletiva de Trabalho. Dessa forma, o direito do trabalhador a repousar e se alimentar com um mínimo de tempo e qualidade, está ameaçado pela nova legislação trabalhista, que permite esse tipo de flexibilização danosa ao trabalhador, colocando o negociado acima do que prevê a lei. É importante ressaltar, ainda, que a partir da Reforma Trabalhista, caso o intervalo não seja concedido integralmente, o trabalhador somente terá direito a receber, como indenização, o valor relativo ao tempo que tenha sido suprimido do intervalo com acréscimo de 50% sobre o valor da hora normal. Logo, esses valores não serão utilizados como base de cálculo para outras verbas devidas ao trabalhador. * Bianca Almeida é advogada em Recife (PE) e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).

Para entrar em contato e tirar dúvidas mande um email para contato.pe@brasildefato.com.br ou um whattsapp para 8199060173


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Artigo

Artigo

Pernambuco no centro da política nacional

bemos aquela história de que acontece aqui o maior carnaval do mundo, assim como temos a maior avenida em linha reta da América Latina e por aí vai. Mas o que muitos não esperá-

Sem dúvidas nenhuma, foi um processo que envolveu muitos sentimentos e vontades vamos é que Pernambuco fosse lançado ao centro do debate político nacional como nas últimas semanas. Refiro-me a todo processo envolvido na pré-candidatura de Marília Arraes ao Governo do estado, pelo PT e a posterior retirada de sua candidatura em nome de uma composição nacional. Porém, ao fim e ao cabo, a tomada desta decisão não pareceu nada fácil. Não é à toa que só veio a ser tomada quase que no limite dos prazos para a definição das candidaturas. Sem dúvida nenhuma, foi um processo que envolveu muitos sentimentos e vontades. Por isso muita gente não compreendeu e até se irritou bastante com a decisão. Foi difícil. É difícil, na realidade.

Por mais respeito às artes e às religiões Sidney Ivan Moraes Mamede* Filho*

Aristóteles Cardona*

ue o pernambucano é Q megalomaníaco, não é segredo pra mim. Afinal, todos sa-

OPINIÃO I 5

Apontado este quadro, e falo com muita tranquilidade pelo fato de ter defendido arduamente a candidatura de Marília Arraes, precisamos superar o acontecido e nos prepararmos para as duras batalhas que enfrentaremos nos próximos meses. Estas eleições serão um momento de muita importância em nosso país. E peço licença para tratar da questão nacional apenas na próxima semana. Aqui, o nosso grande desafio será o de combater e evitar com todas as forças que os partidos e políticos que sustentam o atual governo Temer se apropriem do Governo do Estado. E em Pernambuco não há a menor dúvida de que a candidatura que representa estes setores é a de Armando Monteiro Neto (PTB), que apesar de ter votado contra o impeachment de Dilma, já se aliou com as principais forças que sustentam Temer e votou a favor de reformas contra o povo brasileiro, como a Reforma Trabalhista. Junto a ele estão ainda Mendonça Filho (DEM) e Bruno Araujo (PSDB), ministros de Temer até bem pouco tempo atrás, assim como Fernando Bezerra Coelho, que era do PSB, e deixou o partido porque queria continuar na base de Michel Temer. Mais do que nunca, precisamos compreender agora, que faz parte da política entender quem são nossos principais inimigos. E, diante deste difícil cenário nacional, juntar todas as nossas forças para derrota-los, ajudando a eleger o pernambucano Lula e uma bancada federal e estadual com deputados e senadores comprometidos de fato com um projeto voltado para os interesses de nosso povo. * é Médico de Família no Sertão pernambucano, professor da Univasf e militante da Frente Brasil Popular de Pernambuco.

ivemos em tempos cabuV losos em que falsas polêmicas são criadas para se obter

ganhos particulares. Vilões são inventados unicamente para que “heróis de mentirinha” possam aparecer e “derrotar o mal”. Foi assim no último Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), com a tentativa de censura da peça “O Evangelho Segundo Jesus Cristo, Rainha do Céu”, protagonizado pela atriz Renata Carvalho, uma travesti. O monólogo narra uma suposta volta do Cristo à terra, agora em um corpo trans. O texto traz referências bíblicas e conta uma história de amor, aceitação, perdão e afeto. A atuação faz rir, faz chorar, faz pensar. As lições que ficam refletem as que foram deixadas por um certo Nazareno há mais de dois mil anos. Falo porque assisti, importante para atribuir-se o direito de comentar qualquer obra de arte. Em Garanhuns, a peça foi exibida duas vezes, em espaço privado, graças ao esforço de militantes da cultura. A segunda, depois uma liminar que proibia a peça de “estar na programação do FIG”. Retirados os equipamentos de som e iluminação, as pessoas levantaram-se das cadeiras e saíram debaixo dos toldos do festival. Performance (e aplausos) debaixo de chuva, num ato de resistência aos sepulcros caiados que apostam no uso da fé alheia como ferramenta eleitoral. Não é de hoje que a religião gera debate. O uso de referências cristãs nas artes, as-

sim como a subversão de narrativas bíblicas, também não é inédito. Vide filmes como Jesus Cristo Superstar (1973), A Vida de Brian (1980), A Última Tentação de Cristo (1988) ou Dogma (1999). Ou mesmo a peça O Alto da Compadecida (1955), em que um Jesus negro absolve os pecados de um cangaceiro ou o livro O Evangelho Segundo Jesus Cristo (1991), em que José Saramago sugere um romance entre o Messias e Maria Madalena. Não foi “o povo cristão” que se revoltou contra o espetáculo. O ódio, contrário aos ensinamentos de Jesus, vem de pessoas

O monólogo narra uma suposta volta do Cristo à terra, agora em um corpo trans que se movem por interesses eleitoreiros. Como explicar tanta raiva diante de um espetáculo que nem assistiram? Não foram poucas, registre-se, as lideranças religiosas que se posicionaram contra a censura. Compreendem que a liberdade artística não precisa estar em lado oposto à fé de cada pessoa. Dessa vez, venceu a liberdade de expressão. Mas, não se pode baixar a guarda. A defesa da laicidade do Estado permanece sendo uma das mais importantes lutas da nossa contemporaneidade. Vereador do Recife pelo PSOL


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Em Brasília, a Caravana Semiárido Contra a Fome participa de audiência na Câmara

MOBILIZAÇÃO. Integrantes também protocolaram no STF documento que denuncia os retrocessos sociais Divulgação

Os integrantes da Caravana realizaram atividades na Vigília Lula Livre A Caravana passou 13 dias cortando quatro regiões do Brasil

Júlia Rohden, de São Paulo

a terça-feira (7), os N integrantes da Caravana Semiárido Con-

tra a Fome participaram das últimas atividades em Brasília antes do retorno a Pernambuco. Há 12 dias na estrada, com mais de quatro mil quilômetros percorridos, participaram pela manhã de uma Audiência Pública na Câmara dos Deputados, e, à tarde, protocolaram um documento no Supremo Tribunal Federal (STF) denunciando as consequências das políticas de austeridade adotadas pelo governo de Michel Temer (MDB).

A presidenta do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), um órgão que assessora a Presidência da República, Elisabetta Recine, estava na Audiência Pública e reforçou a importância da Caravana. “O que a Caravana está denunciando não é uma possibilidade, infelizmente já uma realidade no semiárido, nas grandes e pequenas cidades. O trabalho foi perdido, a informalidade voltou galopante, as condições de vida pioraram, o Sistema Único de Saúde (SUS) e a educação es-

tão em risco. Nós vemos isso na nossa vizinhança, na rua, na nossa família”, disse. A mesa foi coordenada pelo deputado federal Luiz Couto (PT-PB), e teve a presença de representantes de comunidades tradicionais e da agricultora baiana Marenize Oliveira que acompanha a Caravana desde o início. Para Alexandre Pires, coordenador da Caravana Semiárido Contra a Fome, o principal objetivo da audiência era denunciar ao Consea que as políticas de segurança alimentar não estão sendo respeitadas pelo Governo Federal. Ele explica que os re-

cursos para programas de convivência com o semiárido sempre foram aprovados no Consea. “Para nós da Caravana, foi muito importante [a audiência pública] tanto do ponto de vista político, quanto do ponto de vista simbólico. Simbólico porque o Consea foi o Conselho que acolheu a pauta da convivência com o semiárido, dos programas de cisternas, de sementes para região do semiárido, como uma perspectiva da segurança alimentar”

Documento ao Supremo No início da tarde, o grupo foi ao Supremo Tribunal Federal (STF) para enviar aos ministros um documento no qual alertam o risco do Brasil voltar ao Mapa da Fome. São 15 páginas com análises sobre os impactos das medidas adotadas pelo governo de Michel Temer, especialmente cortes no orçamento de políticas

públicas.

Caravana Contra a Fome

Partindo de Caetés (PE) no dia 27 de julho, mais de 100 pessoas participam da caravana, que já passou por Feira de Santana (BA), Belo Horizonte (MG), Guararema (SP) e Curitiba (PR). Atos em locais público foram realizados ao longo do trajeto para falar sobre a possível volta do Brasil ao mapa da fome, elaborado pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO). Além de denunciar os cortes nas políticas públicas que permitiram a saída do mapa da fome, os jovens e idosos do semiárido percorrem o país para reivindicar a liberdade do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Em Curitiba, onde Lula está preso desde abril, os integrantes da Caravana realizaram atividades na Vigília Lula Livre e escreveram uma carta para o ex-presidente. Anúncio


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Jaime Amorim: greve de fome em nome da esperança PERFIL. Catarinense colaborou na construção do MST no Nordeste Adi Spezia/MPA

aderir ao protesto não não voltar, não tem pro- militância pode dizer: significa um abandono blema. A gente cumpriu não temos muito tempo de uma análise crítica uma tarefa. Quem tá na para ter medo”, diz. dos governos petistas. Nos anos 2000, Amorim escreveu “Da Esperança à Frustração” como parte de uma pós-graduação na Universidade Federal de Juiz de Fora. Nela, expõe os limites da atuação petista, apontando como os MOBILIZAÇÃO. Centrais sindicais governos “neodesene movimentos populares volvimentistas”, marcados pela inclusão social organizam atividades e melhoria das condições de vida, não foram acompanhados de organização popular e disputa das consciências. Agora, Amorim pensa que é possível ir da frustração a uma nova esperança, ou seja, que um próximo governo de Lula - enquanto “instituição e aquilo que representa para o povo brasileiro” - possa enfrentar as razões estruturais de nossa sociedade. “Nós sofremos um Rani de Mendonça processo de frustração, sofremos o golpe [de Dia do Basta é organizado pela Central 2016] e passamos a reÚnica dos Trabalhadores (CUT) em conconhecer que parte dajunto com as demais Centrais Sindicais. O dia de quela política era immobilizações também conta com o apoio dos portante para os tramovimentos e entidades populares e estudanbalhadores e agora é a tis. Serão realizadas paralisações e atos nos lonova esperança, que ele cais de trabalho e nas praças públicas de grande possa revogar tudo que circulação para exigir um basta de desemprego, foi feito durante o golpe de aumento do preço do gás de cozinha e dos e fazer tudo aquilo que combustíveis. E também para exigir um basnão foi feito”, defende. ta na retirada de direitos da classe trabalhadoÉ essa esperança renora, de privatizações e de perseguição ao ex-prevada que embasa a opsidente Lula. ção e desprendimento A CUT PE também está organizando as mobide Amorim em aderir à lizações no estado. No Recife vai ser nesta sextagreve de fome por Justi-feira, na Praça do Derby, mais conhecida como ça no STF. a Praça da Democracia, e a concentração será a “Quem tá na militânpartir das 15h. Em Petrolina, vai ter a inauguracia pode dizer: não teção da sede do Sindicato dos Trabalhadores em mos muito tempo para Educação de Pernambuco (Sintepe) e também ter medo. Do ponto de uma ação de panfletagem e de diálogo com a vista pessoal, estou muipopulação a partir das 8h, na rua Souza Júnior, to seguro. Se for precino centro da cidade. so, a gente coloca a vida em disposição. Se eu

10 de agosto: Dia do Basta

O início de sua militância começou em 1979

Rafael Tatemoto, de Brasília

om 58 anos, quatro C filhos e um neto, Jaime Amorim é integran-

te da Direção Nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e representante da América do Sul na Coordenação Internacional da Via Campesina. O início de sua militância começou em 1979, quando ingressou em uma comunidade eclesial de base e passou a integrar a Pastoral da Juventude em Guaramirim (SC). Se formou em Pedagogia e sem abandonar o trabalho na roça, passou a integrar a Comissão Pastoral da Terra. Em 1985, participou do primeiro Congresso do MST. “Eu fui ministro da eucaristia, ministro da palavra. Fui também catequista. Minha base política, familiar, de trabalho, foi formada nessa comunidade. Eu fui coordenador da Pastoral da Terra em Joinville. Continuava a trabalhar na roça, mas tinha essa tarefa. Com o Congresso [do Movimento], a gente assumiu a tarefa de construir o MST no norte de Santa Catari-

Quem tá na militância pode dizer: não temos muito tempo para ter medo na”, relembra. Em meados de 87, deixa o sul do país com a tarefa de construir o MST no nordeste do Brasil, passando por diversos estados: Bahia, Alagoas, Sergipe, Ceará, Paraíba e Rio Grande do Norte. A partir de 1992, se fixa em Pernambuco, estado no qual a primeira ocupação do movimento ocorreu em 1989, com a participação de Amorim. Além de denunciar a situação do país - como a volta da fome e da pobreza -, a greve de fome da qual participa o líder sem terra tem como um de seus pontos a liberdade de Luiz Inácio Lula da Silva. A disposição de Amorim em

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Após Marcha estadual, MST convoca marcha nacional para Brasília

ALIMENTAÇÃO. Para garantir o funcionamento da marcha, equipes se dividem em diversas tarefas. A equipe de cozinha é uma das mais importantes pelo cuidado com a alimentação. PH Reinaux

Catarina de Angola esta sexta-feira (10), N tem início a Marcha Nacional Lula Livre

que irá percorrer 50 quilômetros em cinco dias e sairá das cidades de Formosa (GO), Luziânia (GO) e Engenho das Lages (DF), em direção à Brasília (DF). Nas paradas ao longo da marcha, terão atividades de diálogo e debate, teatro, agitação e propaganda entre outras, como forma de dialogar com a sociedade. A marcha é convocada pelo Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), com o apoio de entidades que compõem a Frente Brasil Popular. Para uma marcha acontecer, são muitas as dinâmicas que são organizadas para garantir uma boa estrutura e toda essa logística é pensada coletivamente e dividida por tarefas entre os militantes. Quem marcha precisa de uma estrutura que garanta, por exemplo, água na caminhada, dormida, cuidado com as crianças, acompanhamento médico, alimentação, entre outras necessidades. A alimentação é uma das mais importantes e a estrutura da marcha tem uma dinâmica bem organizada para isso. Em julho, o MST de Pernambuco organizou a Marcha Lula Livre, Lula Inocente em defesa do

A alimentação é uma das mais importantes e a estrutura da marcha tem uma dinâmica bem organizada para isso.

Respeitamos a cultura alimentar de cada região ex-presidente e preso político Luiz Inácio Lula da Silva. A marcha também tinha a retomada da democracia como uma das pautas centrais. Percorrendo cerca de 120 quilômetros, de Caruaru, no Agreste, à capital Recife, mais de dois mil militantes marcharam em cinco dias. “A marcha tem a motivação interna do trabalho com a base, mas também de diálogo com a sociedade. Ela é local mas dia-

loga permanentemente com o contexto nacional”, explica Francisco Terto, da direção estadual do MST. Na marcha em Pernambuco, mais de 50 pessoas de regionais do MST de todo o estado, do Sertão à Região Metropolitana, formaram à equipe responsável pela alimentação de todos que integravam à marcha. Era a equipe da cozinha. “A alimentação é uma parte fundamental na marcha, faz parte da saúde, você tem que se alimentar bem para não gerar problemas como diarreia, infecção intestinal e outras coisas mais. Tentamos organizar nossa estrutura nesse sentido, respeitando a cultura alimentar de cada região e também essa questão da saúde”, explicou Reginaldo Martins, que coordenou

toda a equipe de cozinha durante a marcha estadual. A equipe de cozinha é uma das que levanta mais cedo e dorme mais tarde. Na marcha estadual, assim que servia o café e o coletivo saia em caminhada, a equipe da cozinha organizava os utensílios de trabalho e seguia de transporte para a próxima cidade onde a marcha acamparia. Lá, já iniciava o preparo do almoço, se reunia para rever o planejamento, pensar o cardápio, dividir as tarefas. A equipe que integra a cozinha além de fazer as refeições, também é responsável por toda organização, lavam os utensílios e servem às refeições aos marchantes. Cada regional leva a sua estrutura para a marcha – panelas, fogões, botijões de gás e par-

te dos alimentos utilizados no cardápio. O que significam que são muitas equipes de cozinha, que dividem todo o trabalho. Maria José, 68 anos, é de Serra Talhada. Conhecida como dona Dedé, ela milita há 12 anos no movimento e já participou de outras marchas com a tarefa da cozinha. “Dizem que é porque gostam do meu tempero”, diz ela sorrindo. Mas ela confessa que também gosta do seu tempero e de assumir essa atividade que considera essencial. Esse também é um processo de aprendizado, que acontece durante todo o percurso. “A marcha é um processo de formação, tanto dos caminhantes como de quem participa do processo como um todo, pois todas as tarefas da marcha são importantes. Você, inclusive, vê as interações de quem cozinha, a troca dos diversos temperos. Inclusive, um faz um tempero, outra faz outro e chega ao final que todo mundo aprende um pouco com nossa marcha”, explica Reginaldo. Para Lucineide Alves, estar nesta marcha e ser responsável pela cozinha tem também uma importância muito grande em defesa dos direitos de toda a população e por Lula. “O nome de Lula significa muito. A gente quer Lula livre”, diz.


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Falta proteção contra violência doméstica nas cidades pequenas, diz Maria da Penha Divulgação

DIGNIDADE. Lei Maria da Penha completa 12 anos em agosto, porém, políticas públicas ainda são ineficientes e muitas cidades

A lei Maria da Penha não precisa de nenhum projeto para modificá-la

Guilherme Henrique, de São Paulo combate à violência O doméstica e ao feminicídio, no Brasil, é am-

parado, entre outras legislações, pela Lei Maria da Penha, que entrou em vigor em agosto de 2006. A lei 11.340/06 recebeu o nome da farmacêutica biotécnica cearense Maria da Penha Maia Fernandes. Mesmo depois da luta da Maria da Penha por liberdade e dignidade, passaram-se muitos anos para que fosse aprovada a lei de proteção às mulheres vítimas de violência. E ainda hoje, mesmo com a lei em vigor, mulheres em todas as regiões do Brasil e de todas as classes sociais são vítimas diariamente de abusos. Confira a entrevista da Maria da Penha. Brasil de Fato – A lei está para completar 12 anos. Como você tem observado o combate à violência contra a mulher neste período? Maria da Penha – Realmente, a partir de 2013, quando todas as capitais brasileiras se comprometeram a criar políticas públicas para proteger a mulher da violência e punir o agressor, isso

As mulheres, geralmente, não sabem que estão sofrendo violência realmente aconteceu em todas as capitais, mas, infelizmente, por outro lado, são poucos os médios e pequenos municípios que conseguem ter essa estrutura. Isso quer dizer que há um descompromisso dos gestores destes municípios [pequenos e médios] em atender a mulher e criar essas políticas públicas. O resultado é que as mulheres continuam desassistidas sem saber onde buscar ajuda. A única ajuda que eu costumo colocar, então, seria ligarem para o telefone 180. É um telefone que funciona 24 horas por dia, todos os dias da semana, para orientar sobre o local mais próximo, onde

violência que a mulher pode passar em um relacionamento, né. A violência patrimonial, é um exemplo. É pouco mencionada, mas é aquela em que o homem não permite que a mulher trabalhe e que estude. Muitas vezes ele rasga o seu material de trabalho, quando a mulher insiste em querer ter uma profissão. Aí essa violência patrimonial desenvolve muitos atritos e é uma das violências, como a psicológica e a moral. As mulheres, geralmente, não sabem que estão sofrendo violência. Pesquisa do DataFolha de 2017 diz que apenas 11% das mulheres que sofreram violência procuraram uma Delegacia da Mulher. Porque esse quadro existe? Esse quadro existe primeiro porque, muitas vezes a mulher vive em um ciclo da violência doméstica onde ela tem esperança que o marido mude. Às vezes, ele até promete isso. Em segundo lugar, a mulher não procura denunciar porque ela não sabe onde tem uma Delegacia da Mulher ou, então, um Centro de Referência para orientá-la e encaminhá-la para uma delegacia.

ela possa acionar a lei. Sobre as políticas públicas, para além da denúncia, há uma rede que ampara essa mulher no pós denúncia? Essas políticas públicas, que fazem com que a lei saia do papel, são o Centro de Referência da Mulher, a Delegacia da Mulher, a Casa Abrigo e o Juizado. Temos também a parceria do Ministério Público e da Defensoria Pública, então essas políticas são importantíssimas e a mulher só vai ter condição de sair de uma situação difícil, como essa da violência doméstica, quando ela for amparada pelo Estado e pelo Município. Eles têm a obrigação de implantar essas políticas públicas. BDF: Ainda há dificuldade de se entender que a violência moral e psicológica também são formas de agressão? M.P: Sim, também são. Por isso é sempre solicitado que haja uma divulgação através de cartazes, através de folders, BDF: Como é a lei no informando os tipos de interior? M.P: Nós trabalhamos e

procuramos tornar à visibilidade a questão de como os hospitais trabalham nos pequenos municípios. Existe o grande município que tem uma estrutura de um hospital, com maiores recursos e atende aquela população de um município mais próximo que, no caso, nesses municípios ao redor do maior, as pessoas possam ser atendidas. E havendo necessidade ela pode ser transferida de um pequeno município para um grande, onde existe esse hospital com mais recurso. É assim que nós desejamos que funcione. Nesse grande município, que tem uma Delegacia da Mulher, um Juizado e uma Casa Abrigo. E que nos pequenos municípios estejam estruturados os centros de Referência da Mulher. Dependendo da quantidade de habitantes, mais de um Centro de Referência da Mulher. BDF: Há projetos de lei que querem mudar a Lei da Maria da Penha, como eles estão? M.P Sobre esses projetos eu posso dizer o seguinte, que a lei Maria da Penha não precisa de nenhum projeto para modificá-la, o que ela precisa é de ação do gestor público para fazer com que ela funcione. No momento em que ela passa a funcionar como acontece nas capitais. A lei já é considerada uma das melhores leis do mundo, tem havido uma divulgação muito grande e busca por informação muito grande também. Eu mesma já atendi várias pessoas de outros países que vieram aqui ao Brasil para ver como é.


CULTURA | 12

Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

O que

Conflito das Águas

tu indica

Por Amanda Salvino* longa da espanhola O Icíar Bollaín é um “metafilme”, mas isso é mero

detalhe diante das reflexões levantadas pela obra Conflito das Águas (También la lluvia), lançado em 2010, conta a história de uma equipe de cinegrafistas que pretende gravar um filme sobre o “descobrimento da América” por Cristóvão Colombo e a relação estabelecida entre os indígenas e espanhóis após a chegada dos estrangeiros. A busca por recriar a história, com um baixo orçamento disponível para as filma-

gens, leva o produtor Costa (Luis Tosar) e o diretor Sebastián (Gael García Bernal) a irem até a cidade boliviana Cochabamba. A locação se torna atrativa pela grande quantidade de indígenas que poderiam participar do filme e porque a produção poderia pagar cachês baixíssimos a eles. Já no início das filmagens a equipe é surpreendida por uma série de protestos que se iniciam na cidade. A população se revolta contra a política neoliberal do governo, que vendeu todo o sistema hídrico de Cochabamba para uma multinacional norte americana. Os acontecimentos políticos e sociais retratados em Conflito das Águas são baseados no episódio conhecido como “Guerra boliviana da água”, ocorrido em 2000. Outro fato que marca o filme é a ligação desenhada entre as vidas dos membros equipe de filmagem e da população local a partir

de quando descobrem que Daniel (Juan Carlos Aduviri) – personagem principal do filme que estava sendo gravado – é também um dos líderes mais importantes dos protestos. Diante da situação, os produtores precisam tomar uma importante decisão: continuar fazendo o filme ou respeitar a luta da população local? Na tentativa de recriar o contato entre espanhóis e indígenas, o longa dirigido pela espanhola Icíar Bollaín também faz um paralelo entre as condições de exploração da força de trabalho dos indígenas hoje e nos anos de “descobrimento das Américas”. Nesse sentido, além de tentar mostrar a conexão existente entre ficção e realidade, entre o passado e o presente, Conflito das Águas busca também questionar o papel dos profissionais do cinema diante da realidade. *Amanda Salvino é estudante

de ciência política na UFPE

Agenda Cultural Virarte

E

m Petrolina, a programação do 14º Aldeia do Velho Chico encerra nesse sábado (11), com o Virarte, uma virada cultura com 10 horas de programação simultânea. Com exceção dos Espetáculos do Teatro Dona Amélia, que custam entre R$ 10,00 e R$ 20,00, a programação é gratuita e acontecerá das 16h ás 02h. O Serviço Social do Comércio (SESC) Petrolina fica na R. Pacífico da Luz, 618, Centro, Petrolina.

CINE

MÚSICA

ARTES

Sambada da Laia

N

esse sábado, a Sambada da Laia está em clima de comemoração pelos seus 12 anos e também pelo aniversário do Mestre Zé Negão. Além da música, uma feira cultural acontecerá durante o evento, com roupas, ilustrações e mais. O evento iniciará às 17h com a participação de Mestra Fátima, Mestre Zé Maria e Mestre Ciríaco. A entrada é gratuita. O evento acontece na Rua Lucionise de Moura Melo, 05, João Paulo II, Camaragibe.

Festival de Cinema

A

11ª edição do Festival de Cinema de Triunfo iniciou nessa segunda (05) e vai até o sábado (11). São 36 filmes exibidos gratuitamente no Cine Theatro Guarany, no centro da cidade, e também nas cidades de Serra Talhada e Afogados da Ingazeira. Além dos filmes, haverá oficinas e seminários sobre o tema e a premiação de produções escolhidas pelo júri popular. O Guarany fica na Praça Carolino Campos, s/n, Centro, Triunfo.

Brasil de Fato PE

Qual é o Bairro?

Prefeitura do Recife

CASA AMARELA asa Amarela é um dos bairros C maiores e mais populosos do Recife. Localiza-se na região norte. Famo-

so pelo seu mercado popular, feira-livre, forte comércio e vibrante presença de gente nas ruas durante todo o dia. A povoação do bairro apareceu ao redor do Arraial Velho do Bom Jesus, depois da ocupação holandesa em Pernambuco. O nome é bem antigo, assim como a história do nome. Antigamente no bairro existia o final de uma das linhas de bonde do Recife, e acabava exatamente em um sítio, que tinha uma casa, de propriedade do português Joaquim dos Santos Oliveira, que para ali se mudara a conselho médico, para tratamento da tuberculose que o acometera.Curando-se da doença, o proprietário mandou pintar a casa de ocre (argila colorida de cor amarelada acastanhada), e assim foi ficando conhecido o final da linha do bonde, Casa Amarela, surgindo, dessa forma, o nome do bairro. A casa hoje, é uma farmácia, mas, ao longo do tempo, teve diversos usos. Curiosamente, mantém a cor amarela tradicional. Já foi considerado o bairro mais populoso do Recife, desmembrado da freguesia do Poço da Panela. Dele faziam parte os hoje bairros do Morro da Conceição, Vasco da Gama, Nova Descoberta, Tamarineira, Macaxeira, Mangabeira e Alto José do Pinho.


6Brasil | BRASIL de Fato PE

a 16 de Recife, 06Recife, a 11 de9 abril deagosto 2018 de 2018

Variedades l 13PE Brasil de Fato CULTURA | 13

Rostos da Caravana: Soraya, mulher Assassinatos no campo subiram 105% transexual, feminista e LGBT Sem Terra desde 2003, aponta CPT VISIBILIDADE. Ela é uma das 102 participantes que estão cruzaram quatro regiões do Brasil na

LUTO. Mais um ativista foi assassinado enquanto a Comissão Pastoral da Terra se preparava para Caravana divulgar oSemiárido relatório contra a Fome Monyse Ravena

Jr./Agência Brasil e Marcello reuniaCasal todo o Nordeste éramos só eu e uma ouVinícius Mansur tra companheira que nos Brasil de Fato | Rio de Jaidentificávamos como neiro (RJ) transexuais”. Ela conta que sofreu nquanto a Comispreconceito de algumas são Pastoral da Terpessoas quando entrou ra (CPT) se preparava para para o Movimento “umas divulgar os números de piadinhas sem nenhuma assassinatos por confligraça”, mas levantou a tos no campo no Brasil em cabeça e seguiu em fren2017, no início desta sete. De fevereiro deste ano mana, mais um corpo foi até hoje já concluiu um curso de formação de militantes, participou da Marcha “Lula Livre, Lula Inocente” e agora inteA impunidade é um dos fatores que fortalece a continuidade de crimes rurais.Na volta graa alideranças Caravana. Há uma para Pernambuco, percombinação meros cresceram 105%, minério, possibilidades de balhadores rurais semmanecerá até dezembro agronegócio, de expansão chegando a 70 execuções. -terra, indígenas, quilomde interesses Em comparação com do negócio em torno da bolas, no Recife, fazendo parte posseiros, pescaSoraya Melo Nunes, tem 20 anos e mora em Águas Belas, no agreste meridional de Pernambuco da Brigada de Militantes, políticos e 2016, houve crescimen- terra. Isso tem a ver com a dores e assentadosno da proreque contribuirá crise econômica, cuja orito de 16%. Os dados ainforma agrária. O estado econômicos, estudar, apesar de ter apoio”, comenta. cesso de mobilização do Monyse Ravena em 2008 estou- do da podemsido ser ainda Pará lidera o ranking sempre muitopiofe- gem Soraya é foi a oprimeiCongresso do Povo. ro da bolha especulativa. res, já que as mortes de 10 com 21 pessoas assassinacontra o país Em meio a tantas atioraya Melo Nunes, chada e sozinha na es- ra mulher transexual a lá praocá, eles, setor das isolados Vale De em 2017. segundo cola. Sempre tivedo medo compor Setor deoGênevidades naEmmilitância, tem 20 anos e mora indígenas hegemônico do capitalisdo Javari (AM), em julho e vem Rondônia, com 17,a em Águas Belas, no agres- de me relacionar com as ro do MST em Pernam- Soraya tem aprendido encontrado. mo hoje, que é o capital fiagosto de 2017, ainda não seguido por Bahia, com te meridional de Pernam- pessoas e ser rejeitada”. buco. Mesmo em espa- vencer o medo de se relaNo último procura um las- 10, confirmadas como e Mato Grosso, com 9.“o Desde os 13 anos So- nanceiro, ços de auto-organização cionar com as pessoas, buco. Ela é domingo uma das(15), 102 foram o líder quilombola Na- assassinatos uma base dê um MST peloa MinisO levantamento da CPT raya começou trans- tro, de LGBTs no que Movimentem me dado essa participantes que cruzazildo dos Santos Brito, 33 mínimo de garantia para tério Público Federal do também chama atenção ram quatros regiões do formar seu corpo e ini- to, ela diz que a presença oportunidade de vencer anos, foina encontrado banca dotransexuais jogo inter- para e Fundação retorno dos masciar o processo de reco- essa de pessoas meuomedo do preconceiBrasil CaravanamorSe- Amazonas to com tiros na cabeça e nacional de especulação”, Nacional do Índio (Fusacres. Em 2017, foram renas pesmiárido contra a Fome. nhecimento como mu- ainda é muito pequena. to e confiar mais na costela, na Comunidaanalisa. nai). O coordenador nagistrados quatro, que reSoraya é uma mulher lher transexual, teve o “Nesse encontro que fui soas”. de de Remanescentes de Entre os mortos compucional da CPT, Ruben Sisultaram em 28 mortes ou transexual, feminista e apoio da mãe e dos irQuilombo Turê III, na ditados pela CPT estão traqueira, destaca que a vio40% do total daquele ano. militante do Movimento mãos, o pai, que semvisa Trabalhadores dos municípios de To- lência no campo brasileipre foi distante, não dos Rurais mé-Açu e Acará, noré uma constante, con“mas ele nunSem Terra (MST),no que re- roapoiou, deste do Pará. se formou forme leca nosdemonstram apoiou em os nada, centemente A polícia investiga o caso vantamentos que a entino curso de formação de então não foi surpresa e suspeita que crime te- dade desde 1985. parafaz mim”, completa. militantes “Péono Chão”, nha motivação política. do MST-PE. Ofensiva Nazildo ameaçado de Sorayaera conheceu o MoLGBT Sem Terra empresarial morte por denunciar crivimento através de sua avalia que a curmes ambientais. Recentemente ela avó, Irene. Ela, a mãe Ilza Siqueira ascendentedodeSemináassassiparticipou e os dois irmãos ingressa- va as natos a partir dedo 2013Coleestá rio nordeste ram Aumentam juntos no Movimenmortes relacionada com a ofento e hoje a família está tivo LGBT Sem Terra, Os dados lutando da CPT, pela di- siva por “Foi terem empresarial Fortaleza (CE). acampada, vulgados na segunda-feiras no Brasil. “A gente está terra que irá livrá-los do muito importante parra (16), demonstram como uma ticipar, eu achava que aluguel. Soraya parouque de interpretando essa realidade só se agranova corrida à terra. A ternão haestudar no segundo ano no Movimento va desde 2013, quando fo- ravia como meio depessoas produespaço pra do ensino médio, “mas ram registrados assassicomo de vacomo eu,reserva transexual, quero voltar 34 ano que ção, natos. Em 2017, esses núlor, como madeira, água,e vem, sinto muita falta de mas vi que tem espaço

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Eles aconteceram em Colniza (MT), Vilhena Falando sobre a(RO), imPau D`Arco (PA) Lençóis portância do etema da (BA). Caravana, Soraya conSiqueira a ta que aafirma famíliaquenão CPT não registrava um núpassou fome, mas vivia mero grandedificuldade assascomtão muitas sinatos em escala desde des, “algumas vezes co1987, quando foram zinhávamos com regiscartrados seis massacres. vão porque não tinha dinheiro pro gás, às vepara zes Licença não tinha carne,

matar

“A volta e a grande incidência desse número, 28 massacrados em quatro Atétêm hoje chacinas, a verocom esse clima que nós vivemos Bolsa Família no país de que tudo é possímuito vel. OuéEstado está ausente, ou ele é indutor de uma importante liberdade, que não é libernós” dade,para na verdade, é uma licença para matar e fazer o que quiser”, mas opinou mistura, a Siqueicomira. da estava lá”. A mãe de Soraya trabalha na agriOs registros pela cultura, masfeitos também CPT desde 1985 apontam como diarista na cidaade, ocorrência de 1.438 casem salário fixo, “até sos de conflito no campo hoje o Bolsa Família é que deixaram 1.904 para vítimuito importante mas até 2017. Destes, apenós, é o único dinheiro nas julgados, o fixo113 queforam contamos. que corresponde a 8% dos casos. Anúncio


Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

14 | VARIEDADES

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CAÇA-PALAVRA

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Procure e marque, no diagrama de letras, as palavras em destaque no texto.

Perda da memória recente Esquecer onde guardou a CHAVE do carro ou ter dificuldades em lembrar um NÚMERO de telefone são situações comuns no dia a dia, mas que podem ser SINAIS de problemas na MEMÓRIA de CURTO prazo. Conheça alguns agravantes que contribuem para a PERDA desse tipo de lembrança. •ESTRESSE: afeta diretamente o funcionamento do sistema NERVOSO central, resultando até em uma ATROFIA da estrutura onde as memórias se originam, o hipocampo; •Apneia obstrutiva do SONO: essa DOENÇA crônica, caracterizada pelo BLOQUEIO parcial ou total das vias respiratórias, provoca AGITAÇÃO à noite, falta de disposição e sonolência de dia, comprometendo a capacidade de ATENÇÃO e memória; •Uso de DROGAS (lícitas ou não): causa distúrbios na neurotransmissão CEREBRAL, o que dificulta a retenção da lembrança; •MEDICAMENTOS: podem gerar mudança no FLUXO normal de neurotransmissão, diminuição da CONSCIÊNCIA e liberação de neurotoxinas, favorecendo o RÁPIDO esquecimento. T

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O clipe de Nego do Borel prometia ser um lacre, mas... Close errado!

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Felipe Marcelino

novo clipe de Nego do Borel, “Me solta”, foi um dos assunO tos da semana. Nele, o cantor aparece caracterizado como a personagem “Nega da Borelli”, de bolsa, sapato de salto alto,

com uma roupa vermelha coladinha, brincos, bem “lacradora”, chegando a dar um beijaço num ator famoso. A primeira reação de grande parte do público foi de surpresa e admiração pela coragem do funkeiro, considerado um símbolo sexual, surgir como um personagem gay. Surgiram elogios pelo fato de o cantor romper o tabu e trazer essa representação do público LGBT. Mas, isso durou bem pouco. Rapidamente foi lembrada uma foto em que o cantor aparece ao lado do deputado federal Jair Bolsonaro, famoso por, entre outras aberrações, dar declarações homofóbicas e se colocar contra o avanço de direitos da comunidade LGBT. E o povo (especialmente a comunidade LGBT) não perdeu tempo. Logo, Nego do Borel foi associado como um apoiador do tal candidato. Da admiração inicial, o cantor foi acusado de oportunista ao fazer uso da estratégia do “pink money”, ou seja, utilizar da representatividade LGBT para lucrar. Também foi criticado o reforço dos estereótipos. O funkeiro, ao saber da repercussão negativa, se justificou sobre a foto: “Eu não apoio o Bolsonaro. Esta foto foi tirada num jantar em que eu estava também, a pedido do filho dele. Não costumo negar tirar fotos com ninguém”. No entanto, existem outras postagens em redes sociais demonstrando sua admiração pelo deputado. Já sobre a personagem que interpretou no clipe, ele disse: “A Nega da Borelli é uma personagem que, pra mim, representa a liberdade de ser quem eu sou”. Bem curiosa essa polêmica envolvendo o clipe que prometia ser um “lacre” na cara da sociedade; mas, até o momento, gerou mais críticas e desconfortos. Um verdadeiro “close errado”! A polêmica está aí e serve para refletirmos. Usar de representatividade para conquistar um público do mercado requer coerência com posturas e escolhas na vida real. Não tendo isso, pega muito mal. Que outros artistas aprendam com isso! Felipe Marcelino é professor de filosofia.


Brasil de Fato PE

VARIEDADES l 15

Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

Nossa cozinha Carne de Lata Ingredientes:

Minha irmã está com 10 anos e menstruou mês passado. Será que ela está com desenvolvimento precoce?

1kg de carne de porco pimenta malagueta a gosto pimenta de cheiro a gosto 1 cabeça de alho sal a gosto 2 colheres de mel 1 limão

Maria Júlia, 19 anos, estudante.

N

Modo de fazer: Tempere a carne com alho, sal, pimenta e limão. Misture misture bem os ingredientes com a carne para o tempero entrar bem. Agora deixe reservado por, pelo menos, duas horas. Em uma panela coloque a carne deixando cozinhar e fritar por cerca de uma hora em fogo baixo (a carne deve perder toda a água para poder conservar). A carne já está pronta. Para guardar numa a conserva coloque-a em um recipiente (lata ou aluminio) e complete com a banha extraída da carne.

ão, pode ficar tranquila. A partir dos 9 anos, geralmente, a menina começa a apresentar alterações hormonais e muitas mudanças acontecem no corpo. Uma delas é a menarca (primeira menstruação). Outras alterações são o crescimento das mamas, afinamento da cintura e aparecimento de pelos na região pubiana. Converse com sua irmã sobre estas mudanças, é importante que ela possa falar com alguém de confiança.

Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barboa | Aqui você podeperguntar o que quiser para nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-ENF

ESPORTES

Coluna| Curto e Grosso Divulgação CBDA

“O que mais impressiona é ela ter alcançado todas essas marcas e vitórias enquanto enfrentava o abuso sexual”

Valeu, Jujuca! Joana Maranhão, conhecida pela força e coragem dentro e fora das piscinas, se aposenta da natação. Jordânia Souza,

do Brasil de Fato MG

á quase 30 anos, H a pequena Jujuca caiu na água e começou a construir uma das mais brilhantes carrei-

ras da natação brasileira. Dentro e fora das piscinas, a história de força, coragem e persistência inspira conquistas, sonhos e lutas. O mundo a conheceu como Joanna Maranhão. Aos 31 anos, ela encerra sua carreira na natação, após 17 defendendo as cores do Brasil nas piscinas. Pernambucana, a atleta iniciou sua trajetória no Clube Português do Recife. Como ela mesma afir-

A história de força, coragem e persistência inspira conquistas ma, “foi nas águas que encontrou sua essência e plenitude”. Com suas braçadas, colocou Pernambuco na história da natação e coleciona recordes que espera que sejam quebrados por novas atletas. E não são poucos. Em 2004, aos 17 anos, conquistou o 5º lugar nos Jogos Olímpicos de Atenas, na prova dos 400m medley, quebrando um jejum de

mais de 65 anos, desde a nadadora Piedade Coutinho. Aliás, Joana e Piedade são até hoje as brasileiras com a melhor posição em uma final olímpica. Joanna também é a nadadora brasileira que mais esteve em Olimpíadas, com quatro participações. São 40 recordes batidos. Mas, o que impressiona mesmo, é ela ter alcançado todas essas marcas e vitórias enquanto enfrentava internamente um dos maiores dramas que uma mulher pode sofrer: o abuso sexual. Em 2008, revelou que foi vítima desse crime na infância. O medo e a culpa a aterrorizaram por muito tempo. No entanto, foi uma das primeiras a denun-

ciar isso e ainda enfrentou críticas. Hoje, além de atleta determinada, é também forte atuante na defesa das mulheres e no desenvolvimento da natação feminina. É uma das vozes que se levantam contra a cultura do estupro e do machismo. Com sua ONG, a Infância Livre, roda o Brasil para dar palestras a jovens sobre abuso sexual e apoiar aqueles que passaram pelo problema. Pois é, a pequena Jujuca cresceu e se tornou grande como atleta e como mulher. Valeu, Jujuca! Vá em frente e inspire novas Joannas no esporte!ções e não se intimidem. Afinal, líder é uma palavra sem gênero.


16 | ESPORTES

NA GERAL Federação Pernambucana de Futsal

Federação Pernambucana de Futebol

Campeonatos adiados

Divulgação Cronos

Futsal pernambucano

5ª Corrida da Lua

O Campeonato Perem início no próxiO nambucano Femi- Tmo dia 25 de agosto nino de Futebol e os jo- o Campeonato Pernam- C gos da segunda divisão do Campeonato Pernambucano de Futebol – Série A2, que estavam previstos para começar este final de semana foram adiados. A previsão da Federação Pernambucana de Futebol (FPF) é de que as duas competições comecem entre o final deste mês e o início de setembro, ainda sem data marcada. O Brasil de Fato Pernambuco segue na cobertura desses campeonatos. Acompanhe nossa cobertura para saber as novas datas também na internet: brasildefatope.com.br

bucano de Futsal, categoria adulto. Nesta edição sem participação de equipes da capital do estado. Assim, o campeonato é composto por três chaves com 13 times do interior: Sertão, Agreste e Mata Sul. A competição segue em um único turno, com os times jogando entre si, ida e volta, dentro da chave, com classificação de três equipes de cada chave do Agreste e Mata Sul e duas equipes do Sertão. Depois tem a formação de duas chaves com oito equipes onde quatro se classificam para a semifinal.

SEM ESCOLHA Filipe Spenser

lassificação garantida, decisão em casa. O Náutico conseguiu construir o cenário ideal para essa primeira fase da Série C. Após 9 jogos sem perder, o time se impôs e, hoje, briga pela primeira posição. Em tese, sendo primeiro colocado, o clube enfrentaria o candidato mais fraco do outro grupo: o Bragantino; contudo, se for segundo colocado, enfrentaremos o Cuiabá. Pessoalmente, acredito que o Náutico não deva jogar diante do Remo pensando em escolher adversário, uma vez que essa postura, por si só, já demonstra uma insegurança incabível para este momento decisivo. É preciso jogar para vencer e, no máximo, poupar quem estiver com cansaço físico. De todo modo, por já ter enfrentado o Cuiabá e sabendo da pressão extracampo existente diante dos clubes de São Paulo, eu não iria ficar chateado caso terminássemos em segundo.

resce no estado o número e competições de corrida, que atraem pessoas de várias idades. Estão abertas as inscrições, até dia 20 de agosto, para a quinta edição da Corrida da Lua, em Petrolina, no Vale do São Francisco de Pernambuco. A corrida será realizada no dia 25 deste mês, com início às 19h. São oferecidas 350 vagas para competidores a partir dos 14 anos. Serão dois percursos que compõe a rota da competição, 5km e 10km. As inscrições podem ser realizadas no Centro de Esporte e Lazer - Areia Branca ou pela internet.

CBF

DE PLACA GOL Nordeste na Série D No último fim de semana N o Ferroviário-CE sagrou-se campeão da Série D do Campeo-

nato Brasileiro. O Ferrão, que já havia surpreendido na Copa do Brasil ao eliminar o Sport na Ilha do Retiro, levantou a taça da 4ª divisão nacional ao superar o Treze-PB com um placar agregado de 3x1. Um outro nordestino também conquistou vaga na Série C 2019: o Imperatriz-MA. O quarto clube que conseguiu o acesso foi o São José-RS. Um grande ano para os nordestinos na Série D. Por outro lado, o pernambucano Salgueiro já está rebaixado na Série C deste ano e jogará a quarta divisão em 2019.

GOL

canal de televisão austríaO co ORF se preparava para exibir, no último sábado (4), o

documentário intitulado “Negros em Viena, de Soliman a Alaba”, um curta de 25 minutos contando a história do racismo na Áustria desde Angelo Soliman, um negro usado como “atração de parques de diversões” no século 18, até o zagueiro David Alaba, zagueiro do Bayern de Munique (ALE) e primeiro jogador negro da seleção da Áustria. Mas, o governo do país, que hoje é liderado pela extrema direita, deu ordens para que o documentário não fosse exibido. Alaba é constante alvo de racismo por parte da própria torcida austríaca.

QUE CRISE?

Stella Nascimento ssnascimento_24@hotmail.com

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CONTRA

Olhos fechados ao racismo

SkySportsAustria

PRÓXIMA FASE À VISTA!

filipespenser@gmail.com

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Brasil de Fato PE

Recife, 9 a 16 de agosto de 2018

fa! O Santa passou de fase. Quase ninguém acreditava – ou ao menos em algum momento pensou que não conseguiríamos. Mas olha só o que Roberto Fernandes conseguiu fazer. E por mais que ainda haja uma possibilidade remota de que o Confiança tire a diferença de 9 gols, é praticamente impossível o Tricolor perder essa vaga. Mas e agora, para a última rodada: poupar ou manter o ritmo? Sinceramente acho que não é hora de poupar. Claro que cada caso é um caso, a exemplo de Vitor. Mas a reta mais importante precisa de uma equipe unida e que se conhece com perfeição. O Salgueiro não tem mais nenhuma pretensão na competição – já está rebaixado para a Série D – mas é sempre um adversário difícil. Não há nada melhor que uma vitória para sairmos por cima da fase classificatória e chegarmos com moral no “mata-mata”.

Daniel Lamir

daniel.lamir@brasildefato.com.br

U

ma saída e algumas entradas na Ilha do Retiro. Éverton Felipe mal terminou de arrumar as malas e já apareceram novos jogadores no clube. O prata da casa entrou na leva de “saldão” dos contratos dos atletas mais valorizados desde a saída de Diego Souza. Por outro lado os novatos são desconhecidos pelas bandas de cá. Hernane Brocador seria uma exceção na lista dos nomes de cogitados. Resumo da questão: a negociação de Éverton Felipe vai tapar buracos, seja para reposição do elenco, para pagamento de salários e o que mais houver de saldo negativo. É triste ver a situação bagunçada do Sport. De quebra, ainda ouvir dirigente culpar apenas a crise econômica no país. Se fosse assim, as saídas da Ilha seriam apenas para o exterior. Pergunta: a crise é apenas na Ilha? Se for na credibilidade das palavras, sim.


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