Fátima Bezerra
Confira em que dias da semana cairão as datas comemorativas de 2019
Única mulher eleita governadora nas eleições em 2018 aponta desafios para a política no Nordeste.
Pernambuco
Reprodução
Feriados
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
ano 2
edição 79
Assessoria
ENTREVISTA | 11
CIDADES | 10
distribuição gratuita
2018: um ano de lutas, festejos e resistência
BRASIL|06
PERNAMBUCO|08
Investigação dos Bolsonaro
ESPORTES |15
Luz para todos
Aflitos
Entenda o caso que compromete a família do presidente eleito
Programa que democratizou a energia completa 15 anos de criação
Após 5 anos, retorno à casa anima torcida do Náutico
2 | OPINIÃO
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Brasil de Fato PE
EDITORIAL
2018: um ano de lutas, festejos e resistência
RETROSPECTIVA. O ano vai chegando ao fim, deixando como herança desafios que devem ser traçados pelos brasileiros em 2019
O
Brasil de Fato Pernambuco trabalhou durante o ano de 2018 para que nossos leitores e leitoras pernambucanas tivessem acesso a informação de qualidade com responsabilidade social, nosso jornal é comprometido com os interesses do povo, por que é feito pelo povo e para o povo. Quando percorremos as edições do Brasil de Fato PE de janeiro a dezembro percebemos que retratamos todas as principais notícias de retirada de direitos do povo trabalhador, dos ataques constantes à democracia brasileira, assim como também retratamos a rebeldia, resistência, criatividade e os festejos do nosso povo. No início de 2018 já prevíamos que as disputas políticas seriam mais acirradas e polarizadas na sociedade brasileira, e exigiria dos trabalhadores, trabalhadoras
No início de 2018 já prevíamos que as disputas políticas seriam mais acirradas e polarizadas na sociedade e do conjunto da esquerda brasileira o desafio da luta unitária. Esse desafio segue atual para o ano que se avizinha. Em janeiro de 2018 os desembargadores da 8ª turma do TRF-4 em Porto Alegre, julgaram, condenaram e ampliaram a pena Luiz Inácio Lula da
Silva em segunda instância. Lula foi preso no dia sete de abril, mas se manteve na frente das pesquisas de intensão de votos, e sua candidatura foi registrada com um grande ato político no dia 15 de agosto em Brasília. E, no dia 01 de setembro, o TSE rejeitou sua candidatura. Colocando no pleito Eleitoral a chapa encabeçada por Fernando Haddad e Manuela D’ávila. Uma acirrada disputa eleitoral, evidenciando dois projetos políticos opostos, uma disputa entre a volta e o restabelecimento da democracia no país “O Brasil Feliz de Novo”, e do outro lado a continuidade da elite brasileira no poder, desmontando as conquistas históricas dos direitos dos trabalhadores e das trabalhadoras. Em Curitiba/PR já são mais de 200 dias de Vigília Lula Livre em um acampamento montado nas proximidades da
Expediente Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
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Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Marcos Barbosa, Rani de Mendonça, Vanessa Gonzaga e Vinícius Sobreira. | Revisão ortográfica: Júlia Garcia Colaboração: André Barreto, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Bianca Almeida. Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine| Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruno Ribeiro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Geraldo Soares, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Carlos de Oliveira, José Fernando de Melo, Fernando Lima, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho, Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Margareth Albuquerque (in memorian), Marluce Melo, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rogério Almeida, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis. Tiragem: 20 mil Exemplares
brasileira Um ano que entra para história, entre golpes e luta política, resistimos Policia Federal, durante as festividades de Natal e Ano novo serão realizadas ceias coletivas junto ao presidente Lula. Dentre os desafios que seguem para 2019, está a luta por Lula Livre! Esse ano também foi marcado pela Copa do Mundo na Rússia, que no Brasil, e principalmente no nordeste, se mistura com os festejos do São João. Nosso povo é apaixonado pelo futebol, e
que essa paixão sirva de exemplo para nossa resistência nos dias que se aproximam. Um ano que entra para história, entre golpes e luta política, resistimos com a alegria do futebol, dos festejos populares, da luta das mulheres, do povo negro, da população indígena, dos LGBTs, de toda essa gama de povo lutador e lutadora do povo que segue acreditando que ainda vira esse mundo em festa, trabalho e pão. Que 2019 seja como a canção de Milton Nascimento: Vamos, caminhando de mãos dadas com a alma nova Viver semeando a liberdade em cada coração Tenha fé no nosso povo que ele acorda Tenha fé no nosso povo que ele assusta Tenha fé no nosso povo que ele resiste E acordar novo, forte, alegre, cheio de paixão.
charge
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GERAL l 3
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Divulgação\TV Globo
FRASE da semana
mandou
O Lula é respeitado lá, porque o cara reviveu a vida para aquelas pessoas, eles são muito gratos a ele
BEM
EBC
Proteção às crianças e adolescentes terça, o Diário OfiNacialúltima da União publicou o de-
Alexandre Nero, durante o “Trófeu Domingão Melhores do Ano” da Rede Globo, falando sobre o Cariri paraibano, onde gravou “Onde nascem os fortes”.
creto nº 9.603, que garante os direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência. A lei, que entra em consonância com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), reforça a necessidade da garantia de direitos e a necessidade de prevenir e combater todo tipo de violência.
mandou
Qual a sua simpatia para o Ano Novo/Reveillon?
MAL
EBC
Pular as sete ondinhas no mar Rodrigo Lira, Psicólogo Arquivo pessoal
Direitos violados indicatos protocolaram na S última quarta (12) uma denúncia junto à Organização In-
ternacional do Trabalho (OIT) contra o Estado brasileiro por violação de direitos sindicais, o não cumprimento da Convenção 151, além de ataques aos sindicatos, suspensões arbitrárias e revogações de planos de carreira. A denúncia segue para o Comitê de Liberdade Sindical, em Genebra, na Suíça.
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4 ||Mundo GERAL
Assembleia e Confraternização Sindical
Encontro dos Amigos e Amigas do MST PE
C
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omo forma de encerrar ano de 2018 com celebração e renovar as forças populares em preparação aos processos de luta que serão árduos em 2019, o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) de Pernambuco convida seus amigos e amigas para dar as mãos, seguir juntos na resistência e homenagear aos companheiros e companheiras que tombaram. Para isso, o movimento está organizando uma confraternização camponesa, com produtos da Reforma Agrária, muita mística, debate político e, claro, boas músicas interpretadas por artistas de luta. O evento acontece na sexta-feira (14), às 17h30, no Armazém do Campo.
J
á em clima de fim de ano, mas sem deixar de construir as pautas de luta que seguirão em 2019, acontece neste sábado (15) a Assembleia Geral Extraordinária para aprovação da pauta de reivindicações dos trabalhadores da hortifruticultura do Vale do São Francisco (Bahia/Pernambuco), que será levada para mesa de negociação ano que vem. O evento acontece no Clube Fuá no Sítio, nº 3, com primeira chamada às 17h e segunda (e última) chamada ás 18h. Em seguida, os trabalhadores estarão realizando uma grande confraternização, que contará com bandas musicais e sorteio de brindes. O evento é organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Petrolina (STTAR), FETAEPE, CONTAR e CTB.
ESPAÇO SINDICAL
Direitos de Fato
Trabalhadores canavieiros de Pernambuco saem vitoriosos após greve
Contratação temporária garante direitos, mas prejudica todo mundo a última sexta-feira (7) foi aprovado, no TRT da 6ª N Região, o acordo coletivo entre os trabalhadores canavieiros e os empresários do setor sucroalcooleiro. O
acordo que foi firmado, mediante o encerramento da greve e após 13 rodadas de negociações sem resultados, garantiu aos canavieiros um aumento de 4% no salário (que passou de R$ 970 para R$ 1010). O presidente da Federação dos Trabalhadores Rurais (FETAEPE) declarou que “Os trabalhadores e trabalhadoras mostraram que estão dispostos a lutar por seus direitos e a paralisar suas atividades”.
Trabalhadores da CTM encaminham pautas ao Ministério do Trabalho
o dia 5 de dezembro, em Assembleia Geral ExtraorN dinária, os trabalhadores da Grande Recife Consórcio de Transporte se reuniram para debater pautas de me-
lhoramento das condições de trabalho. Após diversas rodadas de negociações sem sucesso, os trabalhadores encaminharam ao Ministério do Trabalho um documento, aprovado em assembleia, com as pautas exigidas pela categoria.
A
contratação para vagas de trabalho temporárias, muito comuns nessa época do ano, garante diversos direitos aos trabalhadores, como pagamento de 13° salário e férias proporcionais, remuneração equivalente a dos demais empregados e depósitos na conta do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Contudo, por expressa determinação do Tribunal Superior do Trabalho (TST), os trabalhadores temporários não têm direito ao aviso prévio, seguro desemprego, multa de 40% sobre o saldo do FGTS e estabilidade em caso de gravidez ou acidente de trabalho. Devido às flexibilização e limitação dos direitos do trabalhador, a legislação dispõe que esse tipo de contração temporária somente poderá ocorrer caso haja demanda extra de serviço ou substituição temporária de mão de obra e pelo período de 180 dias, prorrogável por mais 90 dias. Tais limites visam evitar a ocorrência de fraudes trabalhistas e estimular a contratação dos trabalhadores pelas regras da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), que garante mais direitos, garantias e melhores condições a todos os trabalhadores. * Bianca Almeida é advogada em Recife (PE) e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD).
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Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Artigo Política de assistência social está em risco
de direitos sociais, como educação, moradia, saúde e trabalho. A partir de 1988, a Constituição Cidadã instituiu a Seguridade Social, destinada a assegurar os direitos relativos à saúde, previdência e assistência social. É somente em 2004, com a Política Nacional de Assistência Social, que é fundado o Sistema Único de Assistência Social (SUAS), um sistema organizado das ações socioassistenciais em todo o território nacional. O SUAS inaugurou os Centros de Referência de Assistência Social (CRAS), e os Centros de Referência Especializados de Assistência Social (CREAS). As classes dominantes e o capital financeiro enfiaram goela abaixo uma política de austeridade para garantir a manutenção dos seus privilégios, retomando uma agenda ultraliberal, com cortes significativos nas políticas públicas. Um dos principais ataques ao sistema de garantias de direitos foi a aprovação da Emenda Constitucional 95, que congelou investimentos públicos por 20 anos. Já podemos observar os efeitos desta e outras medidas: pela primeira vez, em 15 anos, o país estagnou na redução das desigualdades. A organização não governamental internacional Oxfam indica que o número de pobres cresceu 11%
Artigo A batalha de Bolsonaro contra a história Sidney Mamede* Afonso Bezerra*
Raquel Mailan*
Política de Assistência A Social resultou da luta do povo brasileiro pela garantia
OPINIÃO I 5
Pela primeira vez, em 15 anos, o país estagnou na redução das desigualdades em 2017 e que, pela primeira vez em 23 anos, a renda média das mulheres caiu em relação à dos homens. Esse drástico cenário tende a piorar. A dotação orçamentária de 2018 já se mostrou insuficiente para a manutenção dos serviços socioassistenciais. Porém para o próximo ano, a previsão é de corte de quase 50% no orçamento total proposto pelo Conselho Nacional de Assistência Social. Reduzir pela metade os investimentos na Política de Assistência Social afeta diretamente os usuários desta política, famílias e indivíduos que enfrentam diariamente dificuldades, decorrentes da pobreza, da discriminação, das desigualdades sociais e das situações de risco. É o desmonte de uma rede de proteção sistematizada e construída durante anos para conter os índices tão graves de desigualdade social no Brasil. O MTD, enquanto movimento urbano, hasteia suas bandeiras por moradia, trabalho, soberania alimentar e condições de vida digna aos trabalhadores e trabalhadoras, e reafirma a luta permanente pela Seguridade Social, contra a retirada de direitos! Raquel Mailan é Militante do Moviemnto dos Trabalhadores por Direitos
s primeiras decisões de Jair A Bolsonaro como presidente eleito denotam o claro senti-
mento de revanche contra a Esquerda Brasileira. Essas posições são construídas por um ácido revisionismo histórico. Bolsonaro foi um porta-voz com coragem dos anseios dos conservadores incomodados com o sucesso de uma agenda mais à esquerda no país. Por isso, as ações de seu governo mexem exatamente com ideias, símbolos e memória, numa tentativa de se distinguir dos antecessores e agradar o grupo que lhe deu força política para disputar as eleições. Na campanha eleitoral, apenas ficou mais nítido o tom preconceituoso de Bolsonaro. Há tempos que ele gesta essas ideias “anti-hegemonia da esquerda”. Para isso, bebeu da fonte histriônica de Olavo de Carvalho e demais intelectuais divorciados de uma visão crítica da realidade. Bolsonaro critica o título de “Ditadura” dado a um regime que eliminou os seus opositores. É contra a demarcação de terra indígena, tratou a resistência nordestina como coitadismo e é um crítico feroz da política de cotas, afirmando que, por não ter escravizado, não tem dívida histórica com os negros. Um olhar pobre sobre a história que despreza o trabalho de conceituados pesquisadores e todos os registros da nossa historiografia. Ele não está sozinho. Aliados e influenciadores digitais ajudam na quebra dos símbolos. Nas redes sociais, os seguidores gritavam que não houve holocausto
Um olhar pobre sobre a história que despreza o trabalho de conceituados pesquisadores e todos os registros da nossa historiografia e que o nazismo era de esquerda. O próprio Bolsonaro acusava que os portugueses não haviam nem pisado na África, eximindo-os da responsabilidade da escravidão. Sem falar na defesa da Escola sem partido, o fim do “Globalismo”, a contestação do aquecimento global, a condenação ao que eles chamam de “ideologia de gênero” e a transferência da embaixada brasileira para Jerusalém, juízos históricos que brilham os olhos dos conservadores neófitos, ditos sob inspiração do grande líder, e que nos custa retrocessos caríssimos. A história é escrita pelos vencedores. Bolsonaro quer construir o seu novo regime ao chegar à presidência. Para isso, usa uma caneta repleta de revanche e ódio para escrever a sua versão da história. É o seu mais sutil e eficaz golpe contra o povo. Ele subverte a consciência histórica para erguer a sua ética e valores, se valendo, disfarçadamente, de um verniz anti-ideológico. É como disse certa vez um poeta: a história não fabrica armas, mas faz a cabeça de quem aperta o gatilho. Bolsonaro já iniciou sua guerra. O primeiro alvo são a história e a memória brasileira. Precisamos manter viva a nossa versão, aquela escrita a “contrapelo” É jornalista.
o
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Caso Coaf: entenda a investigação que envolve Bolsonaro às vésperas da posse Evaristo Sá/AFP
POLÍTICA.
Movimentações atípicas em contas bancárias comprometem o presidente eleito, o filho Flávio e a esposa Michelle Leonardo Fernandes
Brasil de Fato São Paulo (SP)
m relatório do ConU selho de Controle de Atividades Financeiras
(Coaf) identificou uma série de transações financeiras atípicas em contas de assessores de parlamentares, entre eles, o deputado estadual e senador eleito Flávio Bolsonaro (PSL), filho de Jair Bolsonaro (PSL). Segundo o Coaf, Fabrício José Carlos de Queiróz, policial militar e ex-assessor de Flávio Bolsonaro, movimentou R$ 1,2 milhão entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017 em sua conta bancária. Há poucas informações sobre o destino dos recursos, mas segundo o relatório, uma das transações é um cheque de R$ 24 mil destinado a Michelle Bolsonaro, esposa do presidente eleito. No relatório, o Coaf explica que as movimentações são suspeitas por três tipos de processos identificados: 1) “Pagamentos habituais a fornecedores ou beneficiários que não apresentam ligação com a atividade ou ramo de negócio da pessoa jurídica”; 2) “Mo-
composto por 12 conselheiros, representantes de diferentes instituições públicas, como o Banco Central, a Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Receita Federal, entre outros.
Justiça para quem? O futuro ministro da Justiça do governo Bolsonaro, Sérgio Moro, isentou o presidente eleito de responsabilidade sobre o caso, ao afirmar que ele já havia esclarecido “a parte que lhe cabe no episódio”. Eleito com a promessa de combater a corrupção, Jair Bolsonaro é citado em escândalo antes mesmo de assumir Numa rede social, a prede Fabrício Queiroz e sidenta nacional do PT, sua filha, Nathália Melo a senadora paranaenQueiroz, lotada no ga- se Gleisi Hoffmann cribinete de Jair Bolsonaro ticou o ex-juiz, responna Câmara Federal, te- sável pela condenação rem sido exonerados em sem provas do ex-presidente Lula. meio à operação. “No mesmo dia, pai e filha pedem demisSilêncio no clã são dos seus empregos. A família Bolsonaro No outro dia, é desenvimentações em espé- bleia Legislativa do Rio cadeada uma operação tem dado poucas explicie” feitas por clientes de Janeiro (Alerj). solicitada pelo Ministé- cações sobre o caso. No que costumam utiliNa folha de pagamen- rio Público Federal. En- dia 8 de dezembro, em zar “outros instrumen- to da Alerj de setembro, tão é evidente, os indí- conversas com jornalistos de transferência”, o motorista aparece com cios são muito fortes de tas, o presidente eleito, como “cheques, car- salário de R$ 8.517. Ele que eles receberam uma Jair Bolsonaro, afirmou tões de débito ou crédi- ocupava o cargo comis- informação privilegia- que é amigo de Fabrício to”; e 3) “movimentação sionado de Assessor Par- da, de que houve um va- Queiroz há 34 anos e que de recursos incompatí- lamentar III, no gabinete zamento”, analisa. o cheque de R$ 24 mil vel com o patrimônio, de Flávio Bolsonaro. Sepago à futura primeia atividade econômica gundo o Coaf, ele tam- O que é o Coaf? ra-dama seria uma deou a ocupação profis- bém acumulava um salávolução de parte de um Criado em 1998, du- empréstimo de R$ 40 sional e a capacidade fi- rio de R$ 12,6 mil da Polírante o governo de Fer- mil, feito por ele próprio nanceira do cliente”. O cia Militar. Ministério Público conO relatório foi produzi- nando Henrique Cardo- ao motorista. firmou a validade do re- do a pedido do Ministé- so, e vinculado ao MiNa nova estrutura milatório. rio Público Federal e faz nistério da Fazenda, o nisterial proposta pela O documento ainda parte da Operação Furna Coaf tem por objetivo equipe de transição de revela que a maior par- da Onça, um desdobra- disciplinar, aplicar pe- Jair Bolsonaro, o Coaf, te dos depósitos em di- mento da Lava Jato no nas administrativas, re- passa ao controle do Minheiro, feitos na con- Rio de Janeiro deflagrado ceber, examinar e iden- nistério da Justiça, pasta do ex-motorista de em novembro. O deputa- tificar transações finan- ta que será comandada Flávio Bolsonaro, coin- do federal do PT do Rio ceiras com suspeita de pelo ex-magistrado de cidem com as datas de Grande do Sul, Paulo Pi- ilicitude. O Coaf é um primeira instância, Sérpagamento na Assem- menta, questiona o fato órgão administrativo, gio Moro.
A família Bolsonaro tem dado poucas explicações sobre o caso
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BRASIL | 7
Há 50 anos, AI-5 dava início aos tempos mais sombrios da ditadura
MEMÓRIA. Torturas, assassinatos, perseguições e violações de direitos humanos do regime militar ainda atormentam o presente Reprodução
O ato institucional possibilitou a fase mais sangrenta e autoritária do golpe militar
O Ato Institucional nº5 foi instaurado em 13 de dezembro de 1968 e permaneceu até 1978
Lu Sudré, Brasil de Fato
| São Paulo (SP)
u comecei a ser tor“E turado no momento em que cheguei lá. O ca-
pitão Albernaz, me disse: Se não falar o que sabe, vai virar presunto.’ Esse era o termo que usavam no esquadrão da morte para os cadáveres que ‘surgiam’.” Essa é apenas uma das fortes memórias que Anivaldo Padilha, preso político da ditadura militar brasileira, carrega consigo. Militante da Ação Popular (AP), Padilha é um sobrevivente da repressão instaurada pelo Ato
Institucional 5 (AI-5). Assinado há 50 anos, em 13 de dezembro de 1968, o AI-5 institucionalizou a perseguição política aos seus opositores e autorizou uma série de medidas de exceção. Entre elas, o fechamento do Congresso Nacional, a intervenção em estados e municípios e a suspensão de direitos políticos de qualquer cidadão. Mais de 170 mandatos parlamentares foram cassados no período. Para ele, o ato institucional possibilitou a fase mais sangrenta e auto-
ritária do golpe militar. “Com o AI5, foi estabelecido um regime de terror no Brasil muito pior do que a partir de 1964. Um regime de terror que estabeleceu a tortura como um método sistemático de interrogatório, de assassinato e de desaparecimento forçado.” Contexto histórico Renan Quinalha, advogado e ativista dos direitos humanos, explica que o AI-5 suspendeu todos os direitos individuais e liberdades públicas, o que fez com que o Estado não tivesse nenhum tipo de
controle ou participação social. Após 1964, o processo de centralização e concentração do poder na mão do Executivo, sob comando dos militares, cresceu gradativamente, até chegar ao seu ápice em 1968. A partir de então, o sistema de vigilância de informações e espionagem da ditadura passou a atuar de maneira muito mais livre, sem a possibilidade real de um controle judicial dos abusos e violações dos direitos humanos por parte dos militares. Resquícios da ditadura Havia 73 anos que o Brasil não escolhia pelo voto direto um militar para ocupar a Presidência da
República, até a eleição de Jair Bolsonaro (PSL). O último foi Eurico Gaspar Dutra (eleito em 1945). A presença de um militar no poder, acompanhado de General Hamilton Mourão como vice, suscitou receios em relação à permanência da democracia no país e ao cumprimento da Constituição Federal de 1988. Renan lamenta que a violação de direitos humanos institucionalizada pelo AI-5 ainda perpetuada pelo Estado brasileiro. “Essa política que a ditadura praticava de torturas, de desaparecimentos, de execução sumária ainda hoje são praticadas contra a população jovem e negra nas periferias das grandes cidades, contra as populações indígenas e quilombolas. [São praticadas] no sistema carcerário brasileiro, para onde eram mandados os presos políticos e para onde estão os presos atuais, também marcados por graves violações de direitos humanos”, finaliza Quinalha. Anúncio
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Brasil de Fato PE
8 | PERNAMBUCO
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PERNAMBUCO l 9
Em 15 anos, Luz Para Todos supera meta de atendimento em Pernambuco INCLUSÃO. Cerca de 16 milhões de pessoas foram beneficiadas pelo programa em todo o país. Divulgação/CHESF
Divulgação/Ministério do Planejamento
Vanessa Gonzaga
“A
s pessoas ainda não tinham acesso à questão da luz elétrica, de utilizar uma geladeira, de assistir televisão para ter acesso às notícias, era uma das grandes dificuldades que a população da região passava”. Esse é o relato de Celso Rodrigues, morador do Assentamento Nossa Senhora do Carmo, na cidade de Santa Maria da Boa Vista, que fica na região do Sertão do São Francisco, em Pernambuco. Parte da energia elétrica da cidade, especialmente na zona rural, assentamentos e comunidades quilombolas veio através do Programa Luz Para Todos, programa criado em 2003 durante o governo de Luis Inácio Lula da Silva. Na época, a ministra de Minas e Energia era Dilma Rousseff, que sucederia a Lula na presidência e daria continuidade ao programa. Ainda em 2008 o Luz Para Todos cumpriria a meta de instalações em 12 estados. Além de Pernambuco, os estados de Alagoas, Espírito Santo, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo também teriam a meta interna do programa cumprida. Ainda assim, dez anos depois, muitos locais ainda não foram atendidos, especialmente na região
Mesmo sendo uma região que produz muita energia elétrica por causa da barragem de Sobradinho, muitas famílias não tinham acesso norte. O programa segue e está garantido como uma política de Estado via decreto presidencial até 2022, com a meta de universalizar o acesso à energia elétrica no país. No norte e nordeste ainda se encontravam as menores taxas de domicílios com acesso à energia em, com 88,6% e 89,4% respectivamente. De acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), em 2013, as taxas já eram de 96,2% e 98,8%. Em Santa Maria da Boa Vista, o acesso à energia veio junto com outro direito fundamental para as comunidades rurais, que é o acesso à terra. Em 2010, assim que as casas do assentamento foram construídas, a instalação do sistema elétrico foi feita. As 20 famílias assentadas vieram de outros pontos da zona rural, como a Comunidade Quilombola da Cupira, o Projeto Fulgêncio, o Assentamento Caraíbas II e também da zona urbana da cidade. Nem todas vieram de locais onde já existia acesso a energia. A base da econo-
mia da comunidade é a caprinocultura, o que também depende do fornecimento de energia elétrica para armazenar adequadamente os alimentos e garantir a renda e também o consumo das famílias por longos períodos. “Mesmo sendo uma região que produz muita energia elétrica por causa da barragem de Sobradinho, muitas famílias não tinham acesso à energia elétrica. A gente vê isso não só aqui em Pernambuco, mas também do outro lado do rio, na Bahia, a gente vê o quanto o programa deu um avanço na região, porque a gente não via as famílias com acesso à energia, mesmo nessa região. Em Curaçá, o município baiano vizinho, algumas comunidades ainda hoje não têm acesso à energia. A gente avalia como positivo o programa, porque a energia vem para melhorar a qualidade de vida da população de forma geral, com o beneficiamento do que produzimos na
Barragem de Sobradinho está em operação há 29 anos.
agricultura e pecuária, e na saúde também, como um balão de oxigênio que antes nem se via aqui”, conta Celso. A cidade de Santa Maria da Boa Vista fica apenas a 160km da usina hidrelétrica de Sobradinho (BA), construída na década de 1970, sendo o décimo maior lago artificial do mundo, o maior do Brasil e gerando 1,05 milhão de quilowatts. Além do debate da violação de direitos sociais causados durante a construção das barragens, uma das contradições que o Luz Para Todos ajudou a resolver foi o acesso à energia elétrica na região da usina, o que
mesmo após 29 anos de operação da hidrelétrica ainda não foi universalizado. O distrito de Massaroca, na zona rural de Juazeiro, cidade no norte da Bahia, fica a 101 km da hidrelétrica de Sobradinho. Também foi através do Programa Luz para Todos que Ana Lúcia Santos, agricultora da comunidade de Lagoa do Meio pôde ter acesso à energia elétrica. Por ser presidenta do Comitê de Associações Comunitárias e Agropecuárias de Massaroca, Ana Lúcia também presenciou a chegada do programa no início dos anos 2000 em outras comunidades
acompanhadas pelo comitê e ainda espera chegar em outros locais. O estado da Bahia ainda não bateu a meta de instalações do programa, mas já beneficiou mais de 3 milhões de pessoas em mais de 130 cidades, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Para ela, que viveu muito tempo sem energia, a principal diferença é o impacto no bem estar das pessoas: “Todas as comunidades aqui da região foram beneficiadas pelo programa, menos uma, em Caraibeiras, mas já existe o projeto. Onde tem, a diferença é muito grande.
Antes da energia elétrica a gente usava um candeeiro, era impossível para as famílias ter uma geladeira, uma televisão, um rádio, isso dificultava a vida das famílias no campo” Além da mudança na qualidade de vida, o fornecimento de energia elétrica gera renda. A partir da expansão do comércio local e informal, possibilita turmas noturnas e atividades lúdicas nas escolas do campo e facilita o atendimento nas Unidades Básicas de Saúde que estão instaladas na zona rural. “Até a venda de um geladinho muda a renda numa família, a gente consegue evitar o desperdício de alimentos,
Antes da energia elétrica a gente usava um candeeiro, era impossível para as famílias ter uma geladeira, uma televisão, um rádio, isso dificultava a vida das famílias no campo faz a compra de equipamentos para beneficiar a produção, como uma forrageira, foi muito avanço a chegada da energia para gente. Nem meios de comunicação a gente tinha, porque isso também depende da energia. A gente usava só um radio de pilha que logo acabava. Hoje a gente tem rádio em casa, TV, e a comunicação é algo muito importante na vida do povo do campo.” Ana Lúcia também atribui
O programa prioriza residências em comunidades quilombolas, indígenas e ribeirinhas.
a conquista do programa nas comunidades à organização popular. Para ela, é a partir da organização de associações, comitês e grupos que é possível conquistar direitos não apenas em relação ao Programa Luz Para Todos, mas também outras políticas sociais essenciais para a vida no campo, como de acesso à água, crédito rural, fomento á produção e vários outros. “O povo
organizado tem mais facilidade para conseguir. Aqui na região o instrumento de luta é o comitê, que há 30 anos vem lutando. É tudo fruto da luta, porque sozinho a gente não faz nada. Foi fazendo enfrentamento que a gente conseguiu. Melhorou muito, mas precisamos avançar ainda mais, mesmo com as dificuldades, a gente não para de lutar”, reforça.
Divulgação/Ministério do Planejamento
O acesso à energia garante a geração de renda e mais qualidade de vida para as famílias.
10 I CIDADES
Brasil de Fato PE
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Em 2019, muitas oportunidades para descansar nos feriados
Feriados 2019
ANO NOVO. Boa parte das datas comemorativas cairá em dias úteis; organize seus planos para fugir da rotina! Marcos Barbosa
alta menos de um F mês para a virada do ano e muitas pes-
soas já estão de olho no calendário pensando nos feriados para organizar os dias de lazer
JANEIRO 01/01 (Confraternização Universal de Ano Novo) Terça-feira.
AGOSTO Não há nenhum feriado em Agosto.
em família, com amigos, ou as viagens que farão no ano que vem. Em 2019, alguns feriados cairão nos sábados ou domingos e, por essa razão, não comprometerão as atividades dos chamados dias úteis.
FEVEREIRO Fevereiro terá 28 dias e nenhum deles será feriado.
SETEMBRO 07/09
(Independência do Brasil) Sábado.
Por exemplo o feriado de Tiradentes (21 de abril) será um domingo e coincidirá com o Domingo de Páscoa. No entanto, boa parte dos feriados do próximo ano cairão em dias de semana, o que permitirão os
MARÇO 05/03
tudo o que precisamos para descansar um pouco e renovar as energias. Por isso, confira abaixo a lista dos feriados de 2019, com a referência ao que cada data comemora e ao dia da semana em que caem.
ABRIL
MAIO
JUNHO
JULHO
19/04
01/05
20/06
16/07
(Sexta-Feira Santa) Sexta-feira.
(Carnaval) Terça-feira.
famosos “imprensados” ou “pontes”, quando gostamos de aproveitar para dar uma esticadinha e sair um pouco da rotina. Em tempos difíceis, muitas vezes uma folga no meio da semana é
21/04 (Domingo
(Dia Mundial do Trabalho) Quarta-feira.
(Corpus Christi) Quinta-feira.
24/06 (São João)
de Páscoa e Dia de Tiradentes) Domingo.
OUTUBRO 12/10 (Nossa Senhora Aparecida) Sábado. 15/10 (Dia do Professor) Terça-feira
(feriado para trabalhadores da educação). 28/10 (Dia do Servidor Público) Segunda-feira (feriado para funcionários públicos). 30/10 (Dia do Comércio) Quarta-feira (feriado para trabalhadores do comércio).
(Nossa Senhora do Carmo) Terça-feira.
Segunda-feira
NOVEMBRO 02/11 (Dia de Finados) Sábado.
15/11
(Proclamação da República) Sexta-feira.
DEZEMBRO 08/12
( Nossa Senhora da Conceição) Domingo (apenas no Recife).
25/12 ( Natal) Quarta-feira.
Que no ano novo brilhe a estrela da RESISTÊNCIA!
FELIZ 2019
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil
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Brasil de Fato PE
ENTREVISTA l 11
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
“A questão de gênero será prioridade no governo da única mulher governadora do Brasil” Luisa Medeiros
ELEIÇÕES. A governadora eleita pelo PT obteve 57% dos votos no segundo turno.
Cada estado nordestino tem suas particularidades
Janaína Lima e Marcos Barbosa, de Natal (RN)
Fátima Bezerra foi eleita duas vezes deputada estadual e três vezes deputada federal. Natural da Paraíba, é pedagoga e tem a carreira política marcada pela luta em defesa da educação pública. Fátima derrotou, no segundo turno, Carlos Eduardo Alves, representante de uma das maiores oligarquias políticas do Rio Grande do Norte. Brasil de Fato: Nas Eleições de 2018, todos os candidatos a governadores apoiados pelo ex-presidente Lula conseguiram ser eleitos no Nordeste. Na sua opinião, o que essa resposta do povo nordestino representa para o momento político atual? Fátima Bezerra: O Nordeste tem uma história de protagonismo político e de resistência. De Canudos a Palmares; de Frei Caneca a Marighella; da Revolução Praieira às Ligas Camponesas, de Miguel Arraes a Dom Hélder Câmara e Luís Inácio Lula da Silva. Na verdade, o Nordeste já vem se caracterizando como uma terra de resistência e o recanto progressista do país por várias eleições, inclusive estaduais. Foi essa opção que permitiu um avanço político inimaginável até algum tempo em
sas vidas. Para os nordestinos o legado dos governos petistas ninguém apaga
O Nordeste será de novo um território de lutas nossa região, quando éramos considerados a cara do atraso. Elegemos e reelegemos, em alguns casos por seguidas vezes, governadores de esquerda ou de perfil popular. O voto em 2018 mostrou o quanto essa opção foi acertada e que vale à pena apostar em mudanças. Se dependesse do Nordeste, Haddad teria sido eleito. Infelizmente, para o Brasil, o resultado foi outro. Mas na luta para resistir à sanha de um governo entreguista e inimigo do povo, o Nordeste será de novo um território de lutas. Quem vive no Nordeste tem plena consciência dos avanços que experimentamos nos 13 anos de governos Lula- Dilma. Uma região tão discriminada e esquecida como a nossa não esquece quem nos tratou com dignidade e que trabalhou para mudar nos-
BdF: De que modo você planeja estabelecer diálogo com esses outros representantes dos demais estados nordestinos? Fátima: Cada estado nordestino tem suas particularidades, mas não enxergamos outro caminho para a superação de problemas comuns e resistirmos à ofensiva conservadora, do que uma ação conjunta de toda região, independente de divergências políticas ou interesses estaduais. Na medida do possível, temos que atuar em bloco para construir uma agenda comum de superação da crise.
é motivo de alegria pra mim, mas sei que isso aumenta minha responsabilidade porque a cobrança sobre o desempenho das mulheres é sempre feita em dobro, ainda mais sendo eu a única do Brasil. Essa realidade de termos apenas uma mulher eleita é extremamente preocupante porque demonstra de forma categórica o quanto precisamos trabalhar para ampliar o protagonismo feminino em todos os espaços da sociedade, inclusive na política. Essa é uma questão estratégica para o Brasil, ainda mais num período de retrocessos como já estamos vivendo e deverá se intensificar no país.
BdF: Você pensa em outros nomes de mulheres para estar compondo seu governo? E que políticas públicas você planeja desenBdF: O Rio Grande do volver direcionadas às Norte possui um histó- mulheres potiguares? rico de mulheres protagonistas na política Fátima: Estamos ainda eleitoral. Esse ano, você na fase de definição da foi a única mulher a ser nossa equipe de Governo. eleita governadora, en- E teremos sim uma partiquanto os outros 25 es- cipação efetiva. Além da tados e o Distrito Fede- Secretaria de Mulheres, ral serão governados Direitos Humanos e Cipor homens. De que for- dadania que criamos, que ma você avalia esse tocará programas especíquadro do cenário polí- ficos, nosso governo terá tico atual? políticas de gênero em todas as outras áreas como Fátima: O fato de ser a educação, saúde, cultura, única governadora do país segurança, agricultura fa-
miliar e assistência social. A questão de gênero será prioridade no Governo da única mulher governadora do Brasil. BdF: Na política potiguar, era comum a constante reeleição de famílias inteiras, as chamadas oligarquias. Você acredita que sua vitória representa o rompimento com a velha política e o início de uma nova relação dos potiguares com o voto? Na sua opinião, o que pode ter ocasionado a derrota desses grupos políticos que protagonizavam a política no estado há tanto tempo? Fátima: As velhas oligarquias e grupos tradicionais do Nordeste estão esgotados. O que aconteceu no RN agora já tinha ocorrido na Bahia, Maranhão, Piauí, Ceará, Paraíba e Pernambuco. É uma reação do povo e uma expressão clara de mudança. Os nordestinos e nordestinas estão construindo uma nova cultura política. Parece que todo o legado de resistência e nossa riqueza cultural se somaram para resultar nesse rosto renovado que oferecemos ao país como exemplo de que é possível alargar a democracia e preservar direitos. Com políticas públicas ousadas e participação popular.
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Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Brasil de Fato PE
Qual é o Bairro?
Foto legenda
Reproduç’ao
Distribuição do Brasil de Fato Pernambuco durante a Marcha Estadual Lula Livre. Em 2018, enfrentamos muitas batalhas na luta do povo e do desafio cotidiano da comunicação popular. Que em 2019 possamos resistir juntos!
Foto: PH Reinaux
Agenda Cultural Música
21 anos do Maracatu Real da Várzea
Música
Cinema
Sarau das Artes
“Bora Ocupar” no Cine São Luiz
rau das Artes, um encontro com muitas apresentações artísticas, música, teatro, dança e poesia, além de uma feirinha cultural. Dentre as atrações confirmadas estão Jetro Rocha, Tony Borba e Pablo Valadares. O evento terá início às 17h30, na Rua da Guia, bairro do Recife.
no cinema São Luiz. Além da exibição, haverá também, um debate com a mesa composta por ex-ocupantes comentando ainda mais sobre o que ficou e como foi viver este momento do movimento estudantil de Recife. Os ingressos custam: R$3,00 (meia) e R$6,00 (inteira). Também haverá uma lista de gratuidade.
Maracatu Real da Várzea o próximo sábado (15), a próxima segunda (17), O é um projeto social, sem No grupo João Teimoso, Nacontecerá a exibição do fins lucrativos, que tem como realizará a edição 204 do Sa- documentário “Bora Ocupar” principal objetivo difundir ritmos afro-brasileiros. No dia 15 (sábado), o Maracatu Real da Várzea irá comemorar seus 21 anos, reunindo diversas manifestações culturais, como Los Baianitos, Afrogibe, Boi na Mata, Ametista e muito mais. O evento começa às 10h, na praça Pinto Damásio (Praça da Várzea).
Iputinga ituado às margens do rio CapiS baribe, o bairro da Iputinga é um bairro do Recife que surgiu na área
conhecida como Várzea do Capibaribe. No princípio, a povoação que originou o bairro era chamada de Ipueira, nos documentos antigos, palavra indígena usada para se referir a lugares do campo que se enchem d’água no inverno, permanecendo alagados por algum tempo. No tupi, “y puera” significa rio velho. Na época da colonização, as terras onde hoje existe o bairro eram consideradas de excelente posição e férteis para a agroindústria do açúcar. Por isso, muitos engenhos surgiram na Várzea do Capibaribe. Desse período, ainda restam casarões e algumas ruínas. Em 1975, o bairro quase foi totalmente destruído durante uma grande enchente. O bairro da Iputinga também é conhecido como bairro dos artistas, por conta do movimento artístico impulsionado por Val Bonfim, professor e artista nascido e criado no bairro. Junto a um grupo formado por escultores, entalhadores, pintores, fotógrafos, cantores, ceramistas e poetas, Val conseguiu apoio de organizações e instituições para a revitalização do bairro e valorização da cultura ali produzida.
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Variedades l 13
CULTURA | 13
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
Cuscuzerias valorizam cultura nordestina no Vale do São Francisco Divulgação
CULINÁRIA. Por dia, são mais de 300 pratos de cuscuz acompanhados de ingredientes regionais e combinações de vários vários sabores.
Os pratos podem vir acompanhados de ingredientes regionais, como a carne de bode ou ovos, ou até mesmo bacon e catupiry.
A gente tem cliente que janta aqui de segunda á sábado, tem outros que vêm três vezes na semana. Cuscuz não enjoa, é uma maravilha
son conciliava a jornada de trabalho do comércio com a produção dos pratos. Com a demissão no A proposta é trabalho, a saída foi invalorizar o cuscuz, vestir na Loservido em porções zão Cuscuzeindividuais, e cheio de ria, que hoje faz até deliacompanhamentos very. “Inicialmente nós não fazíader cuscuz e pastéis junto com seus pais e o ir- mos entrega, mas o espamão em um trailer. “Co- ço foi ficando tão pequemeçou aquela coisa fami- no que a gente acabou exliar mesmo, só nós qua- pandindo, já que fisicatro e a gente percebeu mente não dá pra crescer que apesar de sair pas- ainda, a gente expandiu tel, teve o boom do cus- para que o nosso cuscuz cuz, todo mundo só que- chegasse à casa dos clienria saber do cuscuz re- tes, das pessoas que não cheado. E começou no conseguiam ir até lá”. O que levaria alboca a boca, todo mundo chegava falando”. Hoje, guém a sair de a cuscuzeria batizada de casa para coLampião Aceso, funciona mer algo que num ponto fixo na cida- ela mesma de, com capacidade para pode preparar? O diquase 100 pessoas. O mesmo aconteceu ferencial das com Jamerson Costa, o cuscuzerias é Lozão, como é conheci- a variedade de do pelos amigos e família. sabores. Além A ideia de servir o cuscuz dos acompanhaveio na casa de amigos, mentos tradicionais, aliquando viu a cuscuzeira mentos como o queijo do que serve porções indi- reino e até o camarão faviduais. No início, Jamer- zem parte dos cardápios,
na decoração as chitas, candeeiros, cordéis e outros elementos que garantem que a visita seja uma imersão de sabores e sentidos do que é ser nordestino. Mesmo com o crescimento de fast foods, food trucks e franquias de multinacionais na região, as cuscuzerias fazem parte de um nicho específico da culinária, que relembra as origens do povo que aqui vive e as belezas da região, como enfatiza Lozão “A gente nordestino tem que dar esse valor porque somos muito ricos nisso, nossa culinária é deliciosa, de custo baixíssimo. O Nordeste nada mais é do que um cuscuz recheado bem bonito!”.
Vanessa Gonzaga, de Petrolina
ma das bases da aliU mentação do povo nordestino é, sem dúvidas,
o cuscuz. O prato, já tradicional na cultura africana, ganhou novos elementos na vinda ao brasil e se tornou figura habitual nas refeições, acompanhado de ovos, carne de charque, leite ou manteiga. Se no Brasil o surgimento do cuscuz está ligado às camadas mais pobres da população, como famílias de escravizados que fugiam ou de bandeirantes, hoje o prato é um símbolo do nordeste, o que fica evidente nas camisas, canecas, quadros e memes na internet sobre o prato. No Vale do São Francisco, um dos ramos da culinária local que impressiona quem vem de fora, e até mesmo aos que nasceram às margens do Rio São Francisco, são as cuscuzerias. A proposta é valorizar o cuscuz, servido em porções individuais, chamadas de “peitinho”, devido á forma da cuscuzeira, e cheio de acompanhamentos como bode, frango, diversos queijos e até banana da terra. Em cada estabelecimento, a média é de 300 pratos por dia e cerca de 300kg de cuscuz por mês. Yeslândia Sampaio há quatro anos começou a ven-
que têm preços baixos e garantem a fidelização dos clientes, como Yeslância explica “A gente tem cliente que janta aqui de segunda á sábado, tem outros que vêm três vezes na semana. Cuscuz não enjoa, é uma maravilha”. Já em Lozão, o cardápio batiza cada prato com uma rua, monumento, bairros da cidade e as ilhas do são Francisco, o que vira um atrativo “A gente apresenta ao turista, eu faço isso pessoalmente, dizer o que a gente tem, o que é [a ilha do] rodeadouro, de onde vem [a ilha] do massangano, lá tem o samba de véio. Essa é uma forma de regionalizar e mostrar o que tem, tanto para o turista de casa, como os que vem de fora”. A valorização da cultura e da culinária nordestina é presente em cada aspecto das cuzcuzerias, que agregam
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
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Brasil de Fato PE
Personagem chega para causar em “O sétimo guardião”
Reprodução
Felipe Marcelino*
ma nova personagem U vai causar o maior bafafá com sua chegada à
pacata Serro Azul, cidade da novela “O sétimo guardião”. É o químico Marcos Paulo, interpretado pela atriz transexual Nany People, que já chega com tudo
em sua estreia nas nove- está com a passagem marlas da Globo. Marcos Pau- cada para “causar” em Serlo erawww.sindsep-pe.com um grande amigo ro Azul com seu novo estida megera Valentina Mar- lo. Nem Valentina sabe da salla (Lília Cabral) que foi mudança da sua nova sópara a Europa e lá fez uma cia. A surpresa da vilã - ascirurgia de mudança de sim como a dos outros persexo. Marcos já vem apa- sonagens – será exibida já recendo na trama, sem- nos próximos capítulos e pre todo enfaixado devido promete muita diversão e à recente cirurgia, mas já confusão. E claro, o talen-
to para humor e a extravagância da atriz Nany People, já bem conhecidos, nos garantem isso. Nany People nos conta como surgiu o convite para ir para o horário nobre das novelas: foi o próprio autor da novela, Aguinaldo Silva, que após ver seu teste em um vídeo mandou a equipe lhe convidar para viver a personagem. Aliás, a personagem foi pensada para Renata Sorrah, mas, por questões pessoais da atriz, a produção teve que encontrar uma substituta. E que sorte para Nany – e para nós telespectadores – que poderá mostrar todo o seu talento com a maior projeção que o horário nobre lhe permite. Outro ponto a ser lembrado é a da representativida-
de. Nany People celebra a conquista do papel também por isso: “Vivemos no país que mais mata por homofobia e por transfobia. Ter uma atriz trans fazendo a novela do horário nobre, da principal emissora aberta do país, é uma conquista sim. Eu dou graças a Deus por ter sido escolhida para isso”. E nós também comemoramos. Com certeza, será uma personagem marcante nas novelas brasileiras! Um abraço! Feliz Natal e um ótimo 2019! *Felipe Marcelino é professor de filosofia
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facebook.com/brasildefatopernambuco Anúncio Recife, dezembro de 2018
Denúncias complicam vida de Bolsonaro
Mesmo antes de tomar posse como presidente, Jair Bolsonaro (PSL), que teria moral inatacável, se vê enredado em denúncias de uma teia de corrupção envolvendo a sua família. Inicialmente, o Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf) denunciou a movimentação de R$ 1,2 milhão na conta do PM Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-assessor e motorista do deputado estadual Flávio Bolsonaro (PSL), filho do presidente eleito. Segundo o documento do Coaf, Queiroz assinou um cheque de R$ 24 mil para Michelle Bolsonaro, esposa do presidente. Também houve movimentações entre contas de Fabrício e sua filha, Nathalia de Queiroz, exassessora de Jair Bolsonaro, em um valor de R$ 84 mil. Descobriu-se, em seguida, que Fabrício Queiroz mora em uma casa simples,pobre, na zona oeste do Rio. Se fosse dono do dinheiro, ele seria um milionário. A suspeita é de que ele seja "laranja" do clã Bolsonaro. Fabrício está sumido.
Por último, descobriu-se que o esquema BolsonaroQueiroz pode ser apenas a ponta do iceberg. Segundo matérias da imprensa, Jair e seus filhos, Flavio, Eduardo e Carlos, que teriam apenas salários de parlamentares, tiveram um salto absurdo no patrimônio nos últimos anos: até 2008, a família declarava à Justiça Eleitoral bens em torno de R$ 1 milhão. Este ano, declarou R$ 6,1 milhões. Há indícios de lavagem de dinheiro e de subavaliação patrimonial. Em valor de mercado, os bens dos Bolsonaro já valeriam mais de R$ 15 milhões. Enquanto isso, Bolsonaro fala que a Lei Trabalhista tem que se aproximar da informalidade. Ou seja, quer tirar direitos dos trabalhadores para que os empresários brasileiros, que o apoiaram, disponham de escravos para lhes dar lucros infinitos. Por isso a necessidade do trabalhador se unir, em torno de suas entidades sindicais. Para não ser massacrado por esse Governo.
Brasil de Fato PE
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
VARIEDADES l 15
Nossa cozinha Rabanada ou fatia dourada Quanto tempo após o parto normal a mulher consegue ter relação sexual? Renata Barbosa, 33 anos, manicure.
tempo de resguardo é de 40 dias. Entretanto, isso não sigO nifica que já no 41º dia pós-parto todas as mulheres têm condições de ter prazer com a penetração. Dependerá da ex-
Indredientes
Modo de Preparo
1 baguetes (ou pães) 1/5 L de leite 1 latas de leite condensado 1 ovos grandes Óleo pra fritar Açúcar (a gosto) Canela (a gosto)
Misture o leite com o leite condensado. Mergulhe o pão nesta mistura rapidamente. Passe o pão no ovo batido. Frite em óleo quente até ficar dourado. Com um papel absorvente, retire o excesso de óleo de cada rabanada. Misture o açúcar e a canela em um prato e passe as rabanadas.
periência do parto vivida, se houve lacerações (lesões na região da vagina pela passagem do bebê) e o grau dessas lesões. O ideal é que o sexo aconteça inicialmente explorando mais o toque, a masturbação, o sexo oral, etc, e a penetração inicie à medida que a mulher se sinta segura. É importante usar lubrificante vaginal. A fisioterapia pélvica pode ajudar muito nessa recuperação pós-parto.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barboa | Aqui você podeperguntar o que quiser para nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-ENF
Sirva a seguir.
ESPORTES
Náutico finalmente reencontra os Aflitos Vinícius Sobreira
FUTEBOL. Timbu encerra ciclo de 5 anos na Arena e reinaugura sua verdadeira casa Vinícius Sobreira
este domingo (16) N o Náutico reinaugura seu tradicional estádio no bairro dos Aflitos, zona norte do Reci-
fe. A mudança dos jogos de futebol para a Arena de Pernambuco, em 2013, dividiu a torcida. Mas, cinco anos e dois rebaixamentos depois, é unânime que o resgate do clube passa pela volta à casa onde o Alvirrubro mandou seus jogos por 74 anos. A festa terá bandas, jogo de despedida de Kuki e, por fim, um amistoso do time principal contra o clube argentino Newell’s Old Boys. A reabertura dos Aflitos tem mobilizado a torcida e representa o reencontro de muitos alvirrubros com pessoas que há décadas fazem parte do dia a dia do clube, mas que não puderam trabalhar na Arena. Uma dessas figuras populares é Samuel Santos, o “Vevête”. Seu pai, Severi-
no Marques, tinha o mesmo apelido e vendeu sorvete caseiro nos Aflitos de 1942 até os anos 2000. “Eu já acompanhava ele desde os 17 anos e continuei aqui”, conta, hoje com 61 anos. Nos últimos cinco anos, com o Náutico na Arena, o sorveteiro teve que buscar outros pontos. Perguntado sobre um jogo que o marcou, cita a virada sobre o Bahia por 4x1, na Série B em 2004, quando o seu ídolo Kuki marcou 3 gols e superou um jejum de 12 jogos. Outro com décadas dentro do Náutico é Felisberto da Silva, o “Barulho”, apelido também herdado do pai, que já vendia laranja e cachorro-quente nos Aflitos
desde a década de 1930. “Ele trabalhou aqui por 57 anos. nos dias de jogos vendia cachorro-quente”, recorda. Felisberto começou aos 10 anos, no início dos anos 1960, e assumiu a tarefa com a morte do pai. Mas, nos últimos 5 anos, pouco foi à Rosa e Silva, mantendo-se com as laranjas no Centro de Treinamento do Náutico, na Guabiraba, mas se mostra confiante para que seu cachorro-quente volte a acompanhar os jogos no estádio. Sua melhor memória dos Aflitos é a vitória por 1x0 sobre o Sport, em 1968, jogo que deu o hexacampeonato ao timbu. E quem circula pela Rua 48 ou rua da Angustura já deve ter visto uma figura
que está lá todos os dias, sempre com a camisa do Náutico. É Adílson Cirilo de Souza, o “Chupeta”. Alvirrubro desde o berço, começou a trabalhar como flanelinha no local aos 15 anos e sentiu o impacto econômico e emocional da saída dos jogos no bairro. “Era para jogar nos Aflitos. Na Arena não tem futuro. Jogo tem que ser aqui, pertinho”, lamenta. Adílson teve sua primeira camisa alvirrubra aos 20 anos e, hoje, aos 63, não sabe quantas tem: “São mais de 10. Todo dia uso uma”. Um time que o marcou foi o da Série A de 2007 e 2008, do qual ele destaca Kuki e Elicarlos. “Nesse domingo eu vou, já é certo. Vou assistir Kuki”, garante.
Brasil de Fato PE
Recife, 14 a 20 de dezembro de 2018
16 | ESPORTES
NA GERAL divulgação
AndersonSilva
GOL DE PLACA Sindicatos de Jogadoras
Diivulgação WilliamsAguiar_
LucasFigueiredoCBF
Basquete 3x3 para Brasil Bowl em adolescentes João Pessoa
Copa SP de Juniores definida
escola de basqueeste domingo (16) o ivulgada a tabela da A te Adrianinha Baske- Nmaior evento de fu- D1ª fase da Copa São tball, liderada pela per- tebol americano no Bra- Paulo de Futebol Sub-20, nambucana ex-armadora da Seleção Brasileira, realiza torneios de basquete 3x3 para adolescentes nesse sábado (15). As equipes masculinas e femininas devem ser inscritas com adolescentes dentro das categorias até 13 anos, até 15 anos e ainda o Sub-17+. As competições têm início a partir das 8h no Bloco A da Uninassau, localizado na rua Guilherme Pinto, bairro das Graças, e devem se estender até as 13h.
sil desembarca na Paraíba. O Brasil Bowl é a final do brasileirão de futebol americano (BFA). Mas pelas bandas de cá a promessa é de um grande jogo entre o João Pessoa Espectros e o Sada Galo-MG, repetindo a final do ano passado. O duelo, no Estádio Almeidão, tem início às 15h. Os ingressos custam R$20 e R$10. Quem não puder ir, pode buscar a transmissão ao vivo pela internet.
Filipe Spenser
O
CONTRA
Os 18 anos de espera
A
notícia é boa, mas tem seu lado triste. Finalmente as maiores emissoras de TV brasileiras se interessaram em transmitir a Copa do Mundo FIFA feminina de futebol. A Copa, realizada desde 1991, teve que esperar até sua 8ª edição para a Rede Globo decidir que é importante transmitir à população e valorizar o esporte feminino. A Copa de 2019 tem como sede a França. O Brasil, que já foi vice em 2007 e 3º colocado em 1999, vive seu pior momento na modalidade, ocupando apenas a 10ª colocação no ranking de seleções.
TRANSPARÊNCIA Daniel Lamir
Stella Nascimento ssnascimento_24@hotmail.com
filipespenser@gmail.com
entre as boas ações da diretoria no ano de 2018, mereceu destaque a contratação de Ortigoza, com o apoio de um grupo de torcedores. A chegada de um jogador de maior experiência, qualidade técnica e apelo midiático proporcionou vantagens tanto dentro de campo como fora. No gramado havia uma referência técnica que decidia jogos; já fora das quatro linhas o atacante servia como atração para torcida e para os jogos. Apostando na mesma fórmula foi anunciada a contratação de Jorge Henrique, atacante campeão com o Náutico em 2004 e que, hoje, em razão da idade, joga de meia-atacante. Com um currículo vitorioso - campeão mundial, da Libertadores e do Brasileirão - Jorge Henrique chega para encerrar a carreira no clube que o projetou. A torcida espera que, novamente, com títulos e, agora, com o acesso.
GOL
TRABALHO DURO
O BOM FILHO A CASA TORNA
D
com quatro clubes do estado. No Grupo 4 o Sport estreia contra o FF Sports-AL (3/1), depois enfrenta o Vitória da Conquista-BA (6/1) e o Vocem-SP (9/1). Náutico (Grupo 8) pega o Rio Claro-SP (3/1), o Marília FC-MA (5/1) e o Velo Clube-SP (9/1). Porto (Grupo 18) enfrenta Vila Nova-Go (2/1), Paulista-SP (5/1) e Red Bull-SP (8/1). O Santa (Grupo 31) tem pela frente o Nacional-SP (3/1), o Goiás (6/1) e o São Bento-SP (9/1).
O
caminho para o fortalecimento e profissionalização do futebol feminino também passa pela garantia de direitos para essas atletas - e de um sindicato atuante que fiscalize e cobre o tratamento digno para essas trabalhadoras do esporte. Cada estado tem seu sindicato de atletas, que integram a Federação Nacional de Atletas Profissionais de Futebol (Fenapaf). A Federação agora abarca sindicatos estaduais de jogadoras. A goleira do Santos e ex-Seleçao, Thais Picarte, é agora a responsável pelo Departamento de Futebol Feminino dentro da Fenapaf.
Santa Cruz segue sua programação de pré-temporada sem muito alarde. Entre os reforços, nenhum grande nome que empolgue o torcedor foi anunciado. O lateral Vitor se despediu do Tricolor após quatro temporadas, mesmo com os pedidos do zagueiro Danny Moraes para que ficasse. Mas se tem uma notícia que está me deixando extremamente entusiasmada é o primeiro treino no CT Ninho das Cobras, que deve acontecer na próxima semana. De certeza isso é um feito de extrema comemoração, afinal de contas demorou – e muito – para o nosso CT virar realidade. Com isso, o gramado do Arruda, que passa por reformas, estará impecável para receber os jogos da próxima temporada. Ponto para a diretoria, mesmo fazendo apenas a sua obrigação. Espero que esses avanços sejam indícios de um 2019 próspero para o Mais Querido.
daniel.lamir@brasildefato.com.br
P
elos discursos, as chapas “Sport do Povo” e “Uma razão para viver” afastam qualquer evidência de diplomacia com Arnaldo Barros. O cenário é óbvio e a dor de cabeça para sanar as finanças na próxima gestão também. Pela prática, a chapa vencedora da eleição da próxima terça (18) precisa também se afastar da mentalidade administrativa dos últimos dois (ou quatro) anos. Uma dessas mudanças pode ser a transparência - e por dois motivos. O primeiro é óbvio e merece poucas letras: ninguém em sã consciência deseja se juntar ao Fantasma Barros na história do clube. A segunda é justamente pela possibilidade de ter um álibi em mais uma (ou algumas) temporadas mornas. Jair, Marcão e Sander comprovam que dinheiro não é tudo num bom time de futebol. Mas, no fim das contas, é mesmo o dinheiro que fala mais alto no futebol a longo prazo.