SEMIÁRIDO | 8
Vanessa Gonzaga
ENTREVISTA | 11
Resistência
JUNTAS Mandato coletivo das Juntas (PSOL) fala
Na Chapada do Araripe, agricultores do Sítio Chico Gomes resistem resgatando suas tradições
Pernambuco
PSOL
sobre suas prioridades
Recife, 22 a 28 de fevereiro de 2019
ano 3
edição 86
distribuição gratuita
“O carnaval melhor do meu Brasil” OPINIÃO | 02
GERAL | 04
Previdência
Banquetaço
A proposta da Reforma apresentada pelo governo torna a aposentadoria
Banquete coletivo contra o fechamento do Consea
GERAL | 04 Moro
Porque o “pacote anticrime” é uma licença para matar?
2 | OPINIÃO
Recife, 22 a 28 de fevereiro de 2019
Brasil de Fato PE
Brasil de Fato PE
GERAL l 3
Recife, 22 a 28 de fevereiro de 2019
EDITORIAL
PERDA. A proposta da Reforma da Previdência apresentada pelo governo torna a aposentadoria inalcançável.
E
m meio a áudios vazados, brigas com seus ministros e o escândalo do laranjal na assessoria, Jair Bolsonaro apresentou o seu projeto para a Reforma da Previdência. Travada desde o governo Temer pelo povo, essa pauta tem sido o centro da disputa entre a classe trabalhadora e esses grupos que hoje estão no governo. Entre Projetos de Lei e Proposta de Emenda Constitucional, a proposta apresentada diretamente a Rodrigo Maia é um ataque profundo aos direitos conquistados e, se aprovada, tornará a aposentadoria inalcançável! Com essa Reforma, um trabalhador precisa contribuir no mínimo 20 anos para passar a ter acesso ao benefício e mesmo assim, só receberá o correspondente a 60% da renda sobre a qual era calculado o valor da contribuição. Para poder receber 100% da renda serão necessários 40 anos de contribuição previdenciária! Além
Para poder receber 100% da renda serão necessários 40 anos de contribuição
disso, aumenta a idade mínima para trabalhadores e servidores urbanos: 65 anos para homens e 62 para mulheres. Professoras e professores precisarão contribuir 30 anos para poderem se aposentar e a idade sobe para 60 anos e iguala homens e mulheres. As trabalhadoras rurais também sofrerão, a proposta de Bolsonaro aumenta para 60 anos a idade mínima para mulheres do campo se aposentarem. Resumindo, ficaremos
mais tempo pagando e trabalhando para receber menos! Além disso, ao igualar a idade mínima em tantos casos para homens e mulheres, Bolsonaro e sua equipe desconsideram a vitória histórica de ter reconhecido na Previdência Social que mulheres têm jornadas duplas, triplas e até quadruplas de trabalho ao serem quase sempre as únicas responsáveis pela manutenção da casa e pelas tarefas do cuidado com a família. Em meio a tantas crises muitas vezes nos vemos afirmando que Jair Bolsonaro está perdido ou não sabe o que faz, mas, ao apresentar essa Reforma da Previdência, fica bem explícito que ele sabe sim com quem anda e de qual lado está jogando. Ao atingir a
Bolsonaro aumenta para 60 anos a idade mínima para mulheres do campo se aposentarem Previdência Social dessa maneira, o presidente praticamente acaba um direito histórico do povo e forçará trabalhadores a buscarem outras maneiras para financiarem sua aposentadoria, isto é, a iniciativa privada e os bancos, para poderem deixar de bater cartão um dia. Não podemos nos enganar pelas confusões entre ministros, filhos e frases de efeito, Jair Bolsonaro sabe muito bem qual é o seu time e já mostra o quanto sabe jogar com os ricos e poderosos.
Expediente Brasil de Fato PE O Brasil de Fato circula nos estados de Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Rio Grande do Sul, Paraíba e Bahia com edições regulares. Em Pernambuco está nas ruas todas às sextas-feiras com uma visão popular de Pernambuco, do Brasil e do Mundo. Página: brasildefatope.com.br | Email: pautape@brasildefato.com.br | Para anunciar: brasildefatopernambuco@brasildefato.com.br | Telefone: 81. 96060173
Edição: Monyse Ravena | Redação: Vinícius Sobreira, Marcos Barbosa, Vanessa Gonzaga, Rani de Mendonça e Fátima Pereira. Articulista: Aristóteles Cardona | Colaboração: André Barreto, Bianca Almeida, PH Reinaux, Catarina de Angola | Administração: Iyalê Tahyrine Diagramação: Diva Braga | Revisão: Júlia Garcia | Tiragem: 20 mil exemplares Conselho Editorial: Alexandre Henrique Pires, Bruno Ribeiro, Carlos Veras, Doriel Barros, Eduardo Mara, Geraldo Soares, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Carlos de Oliveira, Fernando Melo, Fernando Lima, Laila Costa, Luiz Filho, Luiz Lourenzon, Marcelo Barros, Margareth Albuquerque (in memorian), Marluce Melo, Paulette Cavalcanti, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Lapa, Roberto Efrem Filho, Rogério Almeida, Rosa Sampaio, Sérgio Goaiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis.
FRASE da semana O que o MST faz é formar cidadãos e cidadãs conscientes da importância de lutar em defesa dos seus direitos à moradia, saúde, educação e alimentação de qualidade. Deputado Federal Carlos Veras (PT-PE), em solidariedade aos Sem Terrinhas, atacados em matéria da Rede Record.
Qual fantasia você vai usar neste carnaval?
Nota
SERVIÇ0S Civulgação\Globo
Bolsonaro sabe muito bem qual é o seu time e já mostra o quanto sabe jogar
Samu no Galo da Madrugada Prefeitura de Recife
urante o desfile do Galo da D Madrugada, o Samu terá cinco postos montados em lo-
cais estratégicos do percurso do bloco, a partir das 8h até o término do desfile. Os postos estarão na Praça Sérgio Loreto, no Pátio do Carmo, na Av. Dantas Barreto, Rua do Sol e Rua 1º de Março. Cada posto terá uma ambulância de suporte básico, uma de suporte avançado e equipe de profissionais de saúde. Prefeitura de Olinda
Minha fantasia do carnaval será da artista mexicana Frida Kahlo. Gosto de usar essa, porque ela representa a força da mulher latinoamericana. Deborah Watanabe, estudante.
Adesivagem de veículos de Olinda
oradores e trabalhadores M do Sítio Histórico de Olinda já podem realizar a adesiva-
gem de seus veículos para acessar as áreas bloqueadas durante o carnaval. A inscrição é feita junto à Secretaria de Transportes e Trânsito. Os moradores devem levar RG, CPF e comprovante de residência e estar em dia com o CRLV. Os trabalhadores, entre ambulantes e equipes técnicas, devem solicitar por meio de ofício ou autorização com cadastro.
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4 | Mundo GERAL
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Brasil de Fato PE
OPINIÃO I 5
Artigo
Somos um país soberano?
Direitos de Fato Banquetaço
Sidney Mamede*
*Patrus Ananias
N
a próxima quarta-feira (27), movimentos sociais realizarão um grande banquete coletivo (ou “Banquetaço”), como forma de protestar contra a extinção do Conselho Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea) pelo atual governo Bolsonaro, através da Medida Provisória Nº 870/2019, no primeiro dia do ano. No Recife, o evento acontece das 12h às 15h, na frente do Armazém do Campo, localizado na Avenida Martins de Barros, 387, Santo Antônio, oferecendo um cozido pernambucano vegetariano. O evento contará, ainda, com programação artística e cultural. As ações do banquetaço também acontecerão em mais de 15 cidades de todo o país. A iniciativa prevê a distribuição de mais de 15 mil refeições em todo o Brasil, em sua maior parte preparadas com produtos da agricultura familiar e agroecológica.
Bloco em homenagem a Lula riada em homenagem ao ex-presidente Lula, a troça carC navalesca Sapo Barbudo junta-se ao bloco das mulheres do PT, Bovoá com Elas e ao Feitiço da Estrela, do PT de Olinda, em uma prévia por Lula livre. O encontro dos blocos petistas acontece neste sábado (23) e terá concentração às 13h, na Praça do Carmo, de onde partirá percorrendo as ruas de Olinda. Na rua Treze de maio está previsto um encontro com o Bloco da Diversidade, que tem como tema “Ninguém vai voltar para o armário”. A prévia carnavalesca é organizada pelas Secretarias e Setoriais do PT-PE e promete reunir militantes e foliões que desejam defender a democracia com muito frevo e lutando pela libertação de Lula, preso desde o ano passado
Porque o “pacote anticrime” de Moro é uma licença para matar? Ministro da Justiça, Sérgio Moro, apresentou no início de feO vereiro deste ano o que chama de “pacote anticrime”. Entre as modificações legais do projeto está a abrangência dos casos de
isenção de responsabilidade dos policiais que matarem civis ao agirem por “excesso decorrente de escusável medo, surpresa ou violenta emoção”. O último Atlas da Violência, lançado em 2018, apontou que entre os anos de 2006 e 2016 a taxa de homicídios de indivíduos negros saltou 23,1% no Brasil. De acordo com o levantamento, 71,5% das pessoas que foram assassinadas no país em 2016 eram pretas ou pardas. Conforme o Anuário do Fórum Brasileiro de Segurança Pública, só em 2017, a polícia brasileira matou 3.240 pessoas negras, quase três vezes mais do que pessoas brancas. Hoje essas mortes são muitas vezes acobertadas por “autos de resistências” forjados pelas instituições militares com a finalidade de justificar ações excessivas do Estado. Caso a medida de Moro passe, os autos de resistência não serão, sequer, necessários. Bastará ao policial afirmar que agiu em decorrência de justificável “medo” ou de “violenta emoção” e sua absolvição estará garantida. O genocídio da juventude negra não será barrado por um Estado policialesco. Em um Estado racista, a cor da pele é que definirá - como já define - o tamanho do medo e da emoção do policial.
U
m general brasileiro irá integrar, nos próximos meses, o Comando Sul (SouthCom) das Forças Armadas americanas. A informação foi dada pelo almirante americano que comanda a divisão voltada para a segurança americana na América Latina. A informação é preocupante e não pode ser tratada com a naturalidade aparente. Um general brasileiro, um militar com alta patente, passará a servir no Exército americano. Somos ou não somos um país soberano? Um general brasileiro a serviço das
Artigo
Clarissa Nunes é advogada criminalista e integrante da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD)
Para entrar em contato e tirar dúvidas mande um email para contato.pe@brasildefato.com.br ou um whattsapp para 8199060173
Conferência com Emir Sader N Bncários PE
a última quarta (20), o sociólogo e cientista político Emir Sader esteve no Sindicato dos Bancários de Pernambuco, participando da Conferência “Desafios da Classe Trabalhadora”, que reuniu sindicalistas e movimentos populares de Pernambuco. A conversa aconteceu após um dia de atos em defesa da Previdência pública e teve a proposta de debater a situação política do país e refletir sobre as estratégias de mobilização e de resistência diante da retirada de direitos.
Carnaval do Sindsep om a proposta de unir a festa cultuC ral à crítica social, o Sindsep realiza mais uma edição do baile do Abra o Olho.
Este ano, o bloco traz como tema “Esse suco é ruim que dói! Mas a gente é madeira que cupim não rói!”, em referência aos escândalos e ações promovidas pelo governo Bolsonaro, responsável por retrocessos já sentidos pelos trabalhadores. As camisas do bloco já estão à venda, por R$ 10. O baile do Abra o Olho será no dia 1º de março, na sede do Sindicato, a partir das 13h.
forças armadas americanas é um forte indicativo de que estamos de novo a caminho de
transformar a América Latina em um fornecedor de matéria-prima abundante e mão de obra extremamente barata, além de dar pleno controle aos estrangeiros sobre nossas águas, nossa energia elétrica, nossas telecomunicações. É uma nova colonização, que representa a entrega da soberania nacional, a entrega de nossas riquezas naturais e de todo o patrimônio que é do povo brasileiro. Os BRICS representavam uma frente contra essas polaridades estreitas e por isso foram tão combati-
dos pelos norte-americanos. Então, retorna a dúvida: somos um país soberano, com projeto próprio para o futuro? Ou a intenção é que nossa pátria sirva apenas aos interesses de fora, que aqui aportam apenas quando existe possibilidade de ampliar os lucros e levar para longe nosso patrimônio?” *Patrus Ananias é deputado federal (PT).
Cabela: o coração da Troça Ceroula de Olinda
Jairo Cabral*
ntônio Aurélio SaA les, popularmente conhecido como Cabela,
ESPAÇo SINDICAL
Existem hoje grandes embates globais de poder
ser colônia dos Estados Unidos. Existem hoje grandes embates globais de poder. China e Estados Unidos se debatem nas questões da tecnologia e da inteligência artificial, apontando para um futuro próximo. Rússia e Estados Unidos se enfrentam no campo militar, na disputa geopolítica global. A tentativa explícita dos Estados Unidos em transformar o Brasil em seu feudo particular entra no âmbito dessas disputas. Dominar o Brasil significa ter portas abertas para
nasceu no sítio histórico de Olinda, na Rua da Boa Hora, em 15 de abril de 1939. Olindense da gema sempre esteve envolvido com as manifestações populares e religiosas da cidade que tanto amava. Torcedor do Santa Cruz, Cabela foi um zagueiro dos bons, envergando a camisa do Clube Atlético Olindense nas peladas na praia e a camisa do Bonfim que participava dos disputadíssimos campeonatos promovidos pela Liga Olindense de Desportos. Também era considerado pé de valsa namorador e exibia suas ha-
bilidades de dançarino nos encontros de brotos do Clube Atlântico, nas festas da Pitombeira dos Quatros Cantos e nos bailes do Oriente. O carnaval, no entanto, era a sua festa predileta. Como bom boêmio gostava de tomar umas e outras e cair no passo. Em 05 de janeiro de 1962, junto com Arthurzinho Ferreira, Gilvan Machado, Jamones Gois, Lúcio Rodrigues e Lucilo Araújo, Cabela fundou a Troça Carnavalesca Ceroula de Olinda, fruto da dissidência da Troça O Pijama, cuja fama de briguenta angariava antipatia e afastava quem apenas desejava se divertir na folia momesca.
O carnaval, no entanto, era a sua festa predileta A Ceroula começou pequenininha como uma agremiação de amigos, de familiares e com o passar do tempo foi agregando simpatizantes que se identificavam com a tro-
ça. Em 1969, ano em que os norte-americanos Michael Collins, Buzz Aldrin e Neil Armstrong foram à lua, em uma grande farra na casa de Rui Moreira, casado com Ivone, irmã de Cabela, o boêmio seresteiro Milton Bezerra de Alencar, compôs o Hino da Troça. A composição de letra fácil e de melodia simples, feita em tom de brincadeira, caiu no gosto do povo, o que transformou o hino da Ceroula em um dos mais executados do carnaval pernambucano e ajudou a trazer para a troça inúmeros aficionados. Sob o comando de Cabela, figura carismática e, quando queria, hábil
negociador para resolver problemas e contornar situações de impasse, a Ceroula cresceu, agigantou-se, arrastando a cada ano, um número maior de pessoas. Na condição de Presidente de Honra, já um pouco afastado, era um ponto de apoio importante, como fonte de consulta e de aconselhamento, a quem se recorria para dirimir divergências e superar entraves. Neste ano de 2019, acontecerá o primeiro carnaval sem a mediação de Cabela. O carnaval vem aí e o desafio está lançado. A propósito: Cabela, tem pente aí? * é mestrando em história pela Unicap
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6 | BRASIL
Brasil de Fato PE
Feminicídio: uma inaceitável epidemia brasileira
CRIME. Todo dia pelo menos 13 mulheres morrem vítima de violência no país
| PH Reinaux
Pedro Rafael Vilela
o último fim de seN mana, mais um caso de violência contra a mu-
lher chocou o país. A paisagista Elaine Caparróz, de 55 anos, foi espancada durante quatro horas, em seu próprio apartamento, no Rio de Janeiro, após um jantar. O caso de Elaine Caparróz, registrado como tentativa de feminicídio, felizmente não resultou em sua morte, mas ilustra um quadro epidêmico do assassinato sistemático de mulheres no país, em um claro contexto de desigualdade de gênero. Um levantamento recente aponta que 107 casos de feminicídio foram registrados já este ano no Brasil, contando apenas as primeiras três semanas do mês de janeiro. O estudo foi feito pelo professor Jefferson Nascimento, doutor em Direito Internacional pela Universidade
Manifestação do 8 de Março em 2917, no Recife
de São Paulo (USP), com basewww.sindsep-pe.com no noticiário nacional, e divulgado na imprensa. Dados da pesquisa mostram que 68 casos foram consumados, resultando em assassinato, e outros 39 foram configurados como tentativas de feminicídio. Outro dado alarmante: o Mapa da Violência de 2015, publicado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais (Flacso), revelou que cerca de 13 mulheres são assassinadas por dia no Brasil. Segundo o estudo, 50,3% das mortes violentas são cometidas por familiares e 33,2% por parceiros ou ex-parceiros.
Somos um país que não trabalha a sua memória Desde 2015, o feminicídio, assassinato de mulheres em decorrência de questões de gênero, é tipificado como crime hediondo no país, com penas que podem variar de 12 a 30 anos de prisão. Também do ponto de vista legal, a Lei Maria da Penha, promulgada em 2006, durante o governo do ex-presidente Lula, é considerada
um marco importante no enfrentamento da violência contra a mulher. Mesmo com esse quadro normativo mais favorável, as estatísticas continuam deixando o Brasil entre os países mais violentos para as mulheres no mundo. A explicação para essa violência estrutural contra as mulheres brasileiras está na formação social do país, explica a advogada criminalista Clarissa Nunes, da Associação Brasileira de Juristas pela Democracia (ABJD). “Somos um país que não trabalha a sua memória, por isso a gente tende a ignorar como se deu a formação da mulher na sociedade brasileira. E, por não trabalharmos nossa história, ela se repete tragicamente. A cultura de violência contra as mulheres é enraizada principalmente na questão econômica.”, argumenta. Segundo ela, a autonomia financeira das mulheres ainda é muito restrita no Brasil, principalmente entre as mulheres negras, o que as colocam em um patamar de vulnerabilidade ainda maior. “Não à toa
os dados mais recentes no Brasil demonstram que o índice de violência contra mulher brancas diminuiu, enquanto o índice de violência de mulheres negras aumentou. A crise política e econômica que o Brasil vive atingiu (e ainda atinge) primeiro as mulheres.”, explica Clarissa. Sobre a efetividade da legislação no país, como a Lei Maria da Penha, a advogada explica que faltam métodos o que garantam a aplicação de medidas protetivas. “Tanto da aplicação, quanto agilizar a decisão na Justiça. Muitas vezes há pedido de medida protetiva, mas a Justiça demorou demais para conceder a medida e aí a mulher já apanhou novamente - ou pior, já morreu”, aponta. Clarissa Nunes reforça também que são necessárias medidas de mais longo prazo, que ajudem a transformar a cultura de violência contra a mulher ainda existente no país e no mundo. “As crianças precisam ser educadas entendendo a formação social do Brasil. “, acrescenta.
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Abra o Olho 2019 traz críticas ao governo Bolsonaro O bloco Abra o Olho, agremiação carnavalesca dos servidores federais de Pernambuco filiados ao Sindsep, fará seu tradicional baile de Carnaval na sexta-feira Gorda, 1º de março, na sede do Sindicato, a partir das 13h. Como já é tradição, o Sindsep aproveitará o momento para fazer uma crítica política . Em tempos de retrocesso do desgoverno Bolsonaro, o bloco traz como tema de 2019: Esse suco é ruim que dói! Mas a gente é madeira que cupim não rói!, uma referência aos escândalos e ações promovidas pelo governo Bolsonaro, respon-
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MUNDO | 7
Brigada Che Guevara visita cidades venezuelanas e acompanha Movimentos Sociais
Anúncio Recife, fevereiro de 2019
Brasil de Fato PE
sável pelo retorno do Brasil a um passado que não queremos mais. Um Brasil que privilegia os ricos e massacra o povo trabalhador. Na camisa do Abra o Olho 2019, uma pessoa - metade rosa, metade azul - leva um liquidificador na cabeça. Dentro do liquidificador, a bandeira do Brasil e a Carteira de Trabalho rasgadas. Também estão lá laranjas, uma goiaba, um cheque, cédulas de dinheiro, uma mão imitando uma arma e o símbolo do whatsapp, em referência a denúncia do disparo de notícias falsas por parte da campanha de Bolsonaro.
Resumen Latinoamericano
AMÉRICA LATINA. Jovens de 40 países também participarão da Assembleia dos Povos, entre os dias 23 e 27 de fevereiro Da redação
ais de 200 jovens M que integram a Brigada Internacionalista Che
Guevara visitaram diversas cidades e acompanharam as atividades de movimentos sociais que atuam no país. O grupo, que conta com representantes de mais de 40 países das Américas, da Ásia, da África e da Europa, está na Venezuela para prestar solidariedade à Revolução Bolivariana. O vice-ministro de Comunicação do Ministério do Poder Popular para Relações Exteriores da Venezuela, William Castillo, afirmou que a visita “de representantes, de jovens de diversos países comprometidos com a construção de uma trincheira coletiva
Jovens de mais de 40 países chegaram à Venezuela no último sábado (16) /
frente à política de recolonização” estadunidense” é motivo de grande felicidade. Desde o começo da semana, o grupo iniciou trabalhos político-comunicacionais e voluntários em seis estados do país. “No Distrito Capital, estaremos na escola agroecológica de Caricuao; no município de Sucre, zona metropolitana de Miranda […], estaremos com as pessoas do movimento de moradores no acampamento Amatina”, afirmou Jorge Villalta, presidente do movimento
Integração e solidariedade com os povos Otro Beta. “Integração e solidariedade com os povos” Rodrigo Suñe, integrante do Levante Popular da Juventude e membro da comitiva brasileira da brigada, afirmou ao Resumen Latinoamericano que é essencial assistir às assembleias para
formar uma plataforma de luta contra o capitalismo. “É necessário ir até o povo venezuelano que se encontra em resistência diária”, declarou. Para ele, o objetivo principal da brigada é “construir, por meio da unidade, novos mecanismos de integração e solidariedade com os povos”. Nos próximos dias, os membros da brigada entrarão em contato com diversos representantes de movimentos sociais e antifascistas, grupos de defesa da terra, movimentos indígenas, entre outros. Os jovens também deverão conhecer a empresa estatal de produção de vidro Venvidrio, além de escolas agroecológicas da capital venezuelana. Entre os dias 23 e 27 de fevereiro, a brigada participará da Assembleia Internacional dos Povos em Solidariedade à Revolução Bolivariana e contra o imperialismo, evento que acontecerá em Caracas e contará com a presença de outras caravanas internacionais. Em nota, os porta-vozes
da Brigada Internacionalista elencam os motivos pelos quais organizaram a viagem à Venezuela. “A República Bolivariana da Venezuela sofre um golpe de Estado através de uma estratégia de guerra prolongada de quarta geração, com um bloqueio econômico e financeiro que produz desabastecimento de alimentos, medicamentos e outros bens e produtos essenciais; os meios de comunicação e redes sociais de todo o mundo falseiam a realidade sobre a situação do país; o cerco político e diplomático através da ação direta dos EUA, Europa e demais governos servis; a tentativa de golpe institucional por meio da criação de estruturas fictícias e paralelas, como ‘presidentes autoproclamados’; e as tentativas de quebrar a união entre a Força Armada Nacional Bolivariana e o povo venezuelano”, indicam. (*) Com informações de Resumen Latinoamericano
Um ano após “maré verde”, argentinas voltam às ruas pela legalização do aborto s integrantes da A Campanha Nacional pelo Direito ao Abor-
to Legal, Seguro e Gratuito na Argentina realizaram na terça-feira (19), uma manifestação que deu início às mobilizações pela legalização do aborto no país, apresentada por meio do Projeto de Lei de Interrupção Voluntária da Gravidez. As atividades reuniram milhares de mulheres em dezenas de cidades argentinas.
Emergentes
Manifestação desta terça-feira (19) inaugura jornada de mobilizações pela legalização do aborto na Argentina em 2019
Chamado de Dia de Ação Verde pelo Direito ao Aborto, o 19 de fevereiro entrou para o calendário feminista porque marca a comemoração do primeiro pañuelazo realizado na Argentina. 2018 é considerado um ano histórico para o debate sobre os direitos sexuais e reprodutivos na Argentina. Pela primeira vez, o Congresso aceitou discutir – e aprovou
– o Projeto de Lei redigido pela Campanha Nacional pelo Direito ao Aborto Legal, Seguro e Gratuito, que existe há quase 14 anos. No entanto, no dia 9 de agosto, o Senado vetou o projeto. Apesar da derrota parlamentar, a ampla mobilização realizada pelas mulheres argentinas se tornou uma referência para feministas de todo o mundo, que lutam para conquistar o mesmo direito.
Brasil de Fato PE
“Nossa comunidade é terra de conflito, assim como todo o semiárido brasileiro” CAMPO. No sopé da Chapada do Araripe, agricultores e agricultoras do Sítio Chico Gomes resistem resgatando suas tradições Vanessa Gonzaga, do Crato (CE)
ocalizado a 10km L da cidade do Crato, logo abaixo da Chapa-
da do Araripe, que abrange os estados de Pernambuco, Piauí e Ceará, está o Sítio Chico Gomes. Lá, 47 famílias vivem da produção de frutas, leguminosas e folhosas. Historicamente, há um conflito em relação à posse das terras. Manoel Leandro é educador e artista popular e explica a questão “A comunidade tem uma mistura de descendentes de índios e negros. Nós estamos lá desde sempre. Meu pai, avô, bisavô, tataravô, todos nasceram aqui. A cultura canavieira aqui foi muito forte, e aí os engenhos foram chegando e esse povo nativo foi subindo a serra pra fugir da opressão e da escravidão. Nossa comunidade é terra de conflito, assim como todo o semiárido brasileiro”. Nos últimos anos, empreendimentos e grilagem de terras têm sido os principais temas de conflito, já que a construção da Transnordestina, a transposição do Rio São Francisco e a ameaça de construção de um aterro sanitário impactaram diretamente as comunidades da região. Com essas e outras questões, como
Vanessa Gonzaga
A produção de chaveiros e artigos de decoração incrementa a renda do grupo
Os produtos são feitos em casa, com A tenda no meio da comunidade foi erguida para atividades culturais e momentos de ervas do quintal e árvores da mata cuidado, como as reuniões das mezinheira Vanessa Gonzaga
Meu pai, avô, bisavô, tataravô, todos nasceram aqui a dificuldade de acesso à saúde, educação, cultura e lazer, diversos problemas sociais foram surgindo no Sítio. Foi nesse cenário que em 2001 surgiu o Grupo Urucongo de Artes, com jovens da comunidade, a fim de resgatar tradições como a música, dança e os saberes populares, como reforça Manoel “Nós nascemos como um grupo de jovens que veio para curar as dores da nossa comunidade com a arte”. Até mesmo a escolha do nome do grupo se relaciona com seu motivo de surgimento. Urucongo era um dos nomes para o instrumento musical berimbau, que faz parte da cul-
Maria da Penha, mezinheira e atriz.
tura negra e de manifestações culturais como a capoeira. Como os colonizadores tinham dificuldade em pronunciar a palavra, o termo berimbau se popularizou e urucongo caiu em esquecimento. É essa a razão de existência do Grupo Urucongo: resgatar hábitos, tradições e aspectos da cultura negra e indígena que os colonizadores insistiram em apagar. A primeira iniciativa do Urucongo foi fazer um resgate da história da comunidade a partir da tradição oral. Foi perguntando e ouvindo histórias dos mais velhos que foi possível reconstruir a história da comunidade desde a chegada dos primeiros engenhos na região. Foi desse primeiro momento que foi possível resgatar as canções feitas pelos agricultores e agricultoras; os
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via algo em comum entre elas, que poderia organizá-las em um objetivo único. Foi em 2012 que o Grupo Urucongo reuniu várias mulheres da comunidade para conversar sobre algo comum: as mezinhas, os tratamentos feitos com plantas, cascas e sementes para diversas doenças. É com esse processo de resgate, cuidaVanessa Gonzaga
Dona Maria Juraci e o café de semente e girassol que ela produz
festejos que tinham danças e ritmos como o xaxado, a quadrilha, o maculelê e o samba de coco; a produção de biojóias com pedras e materiais vindos da vegetação e a confecção dos instrumentos musicais usados nas apresentações. Além disso, o teatro e a declamação de poesias entraram como parte das manifestações culturais do grupo. Os roteiros eram feitos para levantar discussões sobre problemas da comunidade, como o êxodo rural, a marginalização e o desemprego. Com o crescimento do grupo, frequentemente os jovens viajavam para cidades da região para fazer apresentações e oficinas. Junto com eles, muitas vezes iam suas mães, para cuidar da organização do grupo. Com o tempo, os jovens perceberam que ha-
do e valorização da autoestima que a comunidade tem se reunido para resistir aos problemas históricos, como a questão da terra, que como explica Manoel, vem sendo resolvido “A gente ocupa essa terra com todos os elementos: a cultura, a produção agrícola, a arte. É a forma que encontramos de permanecer nesse chão. Iniciamos um diálogo com o Governo do Estado para o crédito fundiário. A comunidade acha que a forma menos conflituosa de lidar com isso é via crédito. A gente com esse projeto vai comprar uma parte da terra que ainda não é nossa”, conclui. *A repórter visitou a comunidade a convite da Articulação Semiárido Brasileiro
SEMIÁRIDOl 9
“O que não cabe no quintal ela acha na mata”, conheça as mezinheiras da Comunidade Chico Gomes Vanessa Gonzafa
SAÚDE. No Cariri cearense o conhecimento com ervas e outras plantas é passado entre mulheres por várias gerações Vanessa Gonzaga,
o trabalho das mezinheiras é predominantemente feminino
do Crato (CE)
Sítio Chico Gomes, O é uma comunidade localizadas na cidade
do Crato (CE), como muitas comunidades rurais brasileiras sempre teve muita dificuldade com o acesso à saúde. O caminho para chegar ao local é feito por uma estrada de terra sem sinalização e a distância do centro impede que os moradores e moradoras sejam atendidos nos Postos de Saúde da Família. Também por isso, as mulheres da comunidade rural cresceram aprendendo a utilidade medicinal de cada chá, extrato e sabonete que suas mães e avós faziam. Há alguns anos atrás haviam alguns
Todo o saber que eu tenho veio da minha mãe, e ela já aprendeu com os pais dela agricultores que também faziam as mezinhas, mas o trabalho é predominantemente feminino, já que recai sobre as mulheres a tarefa do cuidado com os doentes. Maria Juraci é conhecida na comunidade como dona Iraci. Ela já ajudou a
curar pneumonia, febres, gripes, ferimentos, úlceras, gastrites e até ajuda a controlar hipertensão e insônia. Com nove filhos, ser mezinheira foi a forma que ela, como várias outras mães, encontrou para cuidar das várias doenças que apareciam nos filhos e nas crianças e adultos da vizinhança. “Todo o saber que eu tenho veio da minha mãe, e ela já aprendeu com os pais dela. No tempo dela não tinha médico, e quando aparecia era caro. Ela criou a gente com remédio caseiro, xarope, chazinho”, explica. Como todas as outras mezinheiras, é no seu quintal que Iraci cultiva as plantas que curam, como o manjericão, malva braba, macela, erva doce, capim san-
Quando ela disser
não, respeita!
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to, babosa e várias outras. O que não cabe no quintal ela acha na mata, como a aroeira e a umburana de cheiro. Como Iraci, a mezinheira Maria da Penha, a Dona Peinha, teve uma história muito parecida. Desde criança ela via a mãe cuidando dos irmãos com as mezinhas e ao longo do tempo foi crescendo e observando as receitas da avó. A confiança era tanta nos saberes populares que Peinha, que morou em Pernambuco, voltou ao Ceará para que a vó cuidasse dela no parto e nas primeiras semanas de vida dos filhos que teve. Ir para o hospital só quando era muito grave, pois todo o resto Peinha cuidava com seus xaropes. Foi cuidando da avó, que também era mezinheira, que ela foi aprendendo mais receitas e acabou herdando os saberes da família “Eu tinha na minha mente o pensamento a minha vó, a via da minha vó em mim”. O tempo foi passando e um outro ofício surgiu na vida de Maria de Penha, a atuação. Ana Maria, uma de suas filhas, cursou teatro na Universidade Regional do Cariri. Foi dela a ini-
ciativa de escrever e dirigir uma peça de teatro sobre os vários saberes repassados pelas gerações através do cuidado das mezinheiras. Foi preparando a peça em 2018 que Ana percebeu que a pessoa mais adequada para o papel era sua mãe. O espetáculo é um monólogo, onde Peinha conta os vários casos de cura, as ervas que usa, e o que ela considera mais importante no trabalho: a fé no que faz. Entre uma música e outra, tocada e cantada pelo Grupo Urucongo, a peça vai se desenrolando com as histórias de vida das mezinheiras do Chico Gomes. “Através da minha filha eu atuei. Eu contava muita história pra elas, e elas achavam que era verdade”. A peça rendeu e as apresentações são frequentes. Penha finge reclamar a iniciativa, mas agora se apaixonou pela atuação. “Por causa dessas crianças que ficam me buzinando eu vou né” brinca. *A repórter visitou a comunidade a convite da Articulação Semiárido Brasileiro
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A UNIÃO DAS MULHERES É POTENTE E TRANSFORMADORA. O RESPEITO DOS HOMENS É UMA REVOLUÇÃO DE COMPORTAMENTOS. VAMOS NOS UNIR PARA BRINCAR COM RESPEITO AO CORPO E À VONTADE DAS MULHERES. LEMBRE-SE:
#NÃOÉNÃO E CARNAVAL BOM É #CARNAVALSEMASSÉDIO
10 I CIDADES
Brasil de Fato PE
Recife, 22 a 28 de fevereiro de 2019
Recife se prepara para receber o Carnaval 2019 Prefeitura do Recife
SERVIÇOS. Confira as informações sobre transporte, saúde, coleta seletiva e outros serviços públicos durante os dias de festa Marcos Barbosa
Carnaval de ReO cife é um dos que mais atrai foliões, tanto
pernambucanos, quanto turistas de todo o Brasil, e até do mundo. Confira informações a respeito do funcionamento dos principais serviços públicos durante o carnaval.
Central do Carnaval
A Central do Carnaval estará dividida em dois espaços, ambos no Recife Antigo: na Rua do Observatório e no Museu Cais do Sertão. Nas centrais, os foliões poderão utilizar totens com carregadores de celular, além dos serviços de achados e perdidos, fraldário, farmácia, caixas eletrônicos, atendimento do Procon, entrega de preservativos, lubrificantes e informativos, entre outros.
Proteção à Mulher
O carnaval do Recife contará em 2019 com serviços para assegurar a proteção de mulheres contra a violência e o assédio. A partir da sexta-fei-
ra (1), a Secretaria da Mulher do Recife estará com equipes do Centro Clarice Lispector das 18h às 2h, escutando e orientando mulheres que passarem por assédios ou atitudes violentas durante a folia. Além disso, será disponibilizado um telefone para orientações, o “Liga, Mulher”, a partir do qual as vítimas poderão buscar orientações. O telefone é 0800-281-0107. A ligação é gratuita.
Prevenção e testagem de IST Durante a festa, além da distribuição de preservativos masculinos e femininos e unidades de gel lubrificante na Central do Carnaval, os foliões também poderão realizar testes para as Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST) HIV e Sífilis nos polos da Praça do Arsenal – da quarta-feira (27) à terça (5) – e do Ibura – do domingo (3) à Quarta-feira de Cinzas (6) – das 18h às 0h.
Transporte Durante a festa, além da distribuição de preservativos masculinos e femininos SAMU O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) contará com um posto avançado em frente ao Armazém 10, na Avenida Alfredo Lisboa, no Recife Antigo. O posto estará em atividade a partir das 19h, encerrando sempre uma hora após o término das apresentações no palco principal. Além dos profissionais da saúde, o posto contará com o apoio de duas viaturas. Também durante o Carnaval, haverá cinco ambulâncias de suporte básico para os cinco Distritos Sanitários que terão polos descentralizados.
Outro detalhe que merece atenção é a mobilidade urbana, com a mudança de itinerário de algumas linhas em decorrência de áreas interditadas para a folia.
desativadas, assim como a Av. Dantas Barreto, por conta do Galo da Madrugada. Até o fim do carnaval, os foliões precisam estar atentos para novas alterações de paradas e linhas. Como já acontece há alguns anos, além das linhas de ônibus regulares, os foliões de Recife e Olinda poderão se locomover utilizando as linhas do Expresso Folia. O serviço ficará disponível de 2 a 5 de março, com ônibus saindo a cada 10 minutos. O ponto de partida será o Estacionamento E1 do Shopping Tacaruna. O ponto de chegada e retorno do Expresso Folia Recife será o Cais da Alfândega. Já o Expresso Olinda terá como ponto terminal a Travessa do Pisa, ao lado da Igreja de Santa Tereza.
No Recife Antigo, os itinerários das linhas 018 – Brasília Teimosa – Via PCR, 033 – Aeroporto – Via PCR, 071 – Candeias – Via PCR, 107 – Circular (Cabugá/Prefeitura), 167 – TI Tancredo Neves (IMIP) – Via PCR, 611 – Alto José do Pinho, 612 – Morro da Conceição, 717 – José Amarino dos Reis – Via PCR, 622 – Vasco da Gama (Cabugá), 642 – Guabiraba (Córrego do Jenipapo), 722 – Campina do Barreto e 100 – Circular (Conde da Boa Vista / Prefeitura) foram alterados por conta da montagem do palco e seguirá assim até o fim do carnaval. A Av. N. Srª. Do Carmo também já se encontra interditada para instalação de arquibancadas e algumas paradas foram
Aplicativo Os foliões também poderão acessar informações durante a folia através do aplicativo do Carnaval do Recife 2019. A plataforma reúne a programação oficial da festa e dos blocos de rua do Recife, além de informações de hospedagem, telefones úteis, postos de saúde, atendimento ao turista, localização dos banheiros químicos, pontos de embarque e desembarque do Expresso Folia, pontos do Conecta Recife (serviço de wi-fi gratuito), entre outros serviços.
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ENTREVISTA l 11
“As pessoas já entendem que a política hoje não é mais centralizada numa pessoa só”, afirmam co-deputadas MULHERES. Mandato coletivo das Juntas (PSOL) fala sobre suas prioridades
Reprodução / Site PSOL
Vinícius Sobreira
N
as eleições de 2018 o povo de Pernambuco elegeu pela primeira vez um mandato coletivo. Com 39.175 votos, as Juntas (PSOL) reúnem cinco mulheres feministas, trabalhadoras comuns e que não pertencem a famílias de políticos. São elas a professora e sindicalista Kátia Cunha, de Igarassu; a estudante Joelma Carla, de Surubim; e as recifenses Carol Vergolino, comunicadora e produtora audiovisual; Robeyoncé Lima, advogada transexual e servidora pública e Jô Cavalcanti, militante sem teto e trabalhadora do comércio informal. Jô Cavalcanti conversou com o Brasil de Fato sobre os primeiros dias, as perspectivas e desafios do mandato das Juntas.
Todas temos voz
Eles [os deputados] estão entendendo o funcionamento das Juntas. Aos poucos estamos construindo isso dentro da casa. As pessoas já entendem que a política hoje não é mais centralizada numa pessoa só. Estamos Brasil de Fato: Como trazendo um novo formatem funcionado na prá- to e está dando frutos. Totica esse mandato co- das nós temos voz. letivo com cinco repreBdF: Quais as pautas sentantes? prioritárias para o priJuntas: Estamos toman- meiro ano de mandato do as decisões coletiva- das Juntas como depumente. Ainda estamos tada estadual? vendo como faremos para colocar as outras compa- Juntas: Dividimos em nheiras para falar na tri- sujeitos e sujeitas, que são buna, mas estamos ten- mulheres, população nedo voz em outros espa- gra, juventude, pessoas ços, como as comissões com deficiência, populade Educação e Cultura e ção LGBTQ+, povos traa de Mulheres. Lá as ou- dicionais e de território; e tras companheiras estão também dividimos em eitendo voz. Na Comissão xos de atuação, que são de Direitos Humanos nós educação, cultura, segucinco estamos participan- rança pública, direito à moradia e terra, agroecodo na presidência.
logia, saúde e trabalho formal e informal. No início do mês fizemos uma plenária em que reunimos 100 pessoas da sociedade civil, de movimentos populares, para as quais mostramos de forma transparente como está sendo a construção do mandato. É um espaço de escuta no qual os movimentos colocam suas demandas e tentamos receber da melhor forma. BdF: Apesar de serem muitas as Juntas têm apenas um voto numa casa com 49 parlamentares. Como está sendo o processo de articulação política para conseguir inserir na agenda da Alepe as pautas trazidas pelas Juntas? Juntas: Dialogamos principalmente no campo das forças mais progressistas. Somos oposição, mas somos uma oposição independente, porque não somos do campo conservador [que é majoritário no bloco oposicionista em Pernambuco]. Algumas pautas vamos votar com a oposição, mas outras vamos votar contra essa direita que está na oposição. Temos esse discernimento.
Um exemplo é a previdência. Não sabemos como será discutido isso em Pernambuco. Se for na linha de que tem que aprovar a reforma do jeito que está, seremos contra. O tema da saúde mental, também em debate nacional com o governo Bolsonaro querendo trazer de volta o eletrochoque e fortalecimento das casas manicomiais, se isso for implementado pelo Governo de Pernambuco nós seremos contra. E de alguma forma [os deputados] já compreendem que temos pautas que são mais sensíveis a nós. E vamos colocar essas pautas para dentro da casa, para que a Assembleia entenda que a população não é só uma parte. A Alepe precisa ser uma casa democrática. Do mesmo jeito que respeitamos as pautas conservadoras, eles precisam respeitar as nossas pautas progressistas. E vamos dialogando dessa forma. É difícil, mas no diálogo chegamos a um entendimento. BdF: Como foi o processo para viabilizar as Juntas na presidência da Comissão de Direitos Humanos na Alepe? Juntas: Alguns deputados [da bancada evangélica, que reúne governistas e oposicionistas] não queriam que tivéssemos a presidência da comissão. Nós dialogamos tanto com a oposição como com o governo que queríamos presidir a comissão de Direitos Humanos. E que isso seria feito de acordo com o regimento da casa. Além disso articulamos
Iria ficar feio se não aceitassem os pedidos da População a pressão dos movimentos populares. Avisamos que se a casa não nos desse a presidência da comissão, iríamos criar uma comissão popular ‘por fora’ da Alepe com as organizações de Direitos Humanos. Um grupo [reivindicando que aquela comissão pertencia à oposição] disse ter direito de estar na presidência. Mas somos oposição também, só que não somos conservadores. Fizemos uma carta-manifesto com assinaturas de quase 200 organizações da sociedade civil apoiando o nosso nome e entregamos essas assinaturas em todos os 49 gabinetes. Tivemos esse resguardo da sociedade. A situação acabou expondo muito a Alepe. E iria ficar feio para a casa se não aceitassem os pedidos da população. A voz de quem está fora da casa é que tem que ecoar mais forte aqui dentro. mandato coO letivo das Juntas divide o gabinete, as decisões políticas, a remuneração e os benefícios financeiros
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Espaço literário cordei cedo — e não A era dia de trabalho — para lavar as roupas do meu
tio que está internado num hospital de câncer. A gente ajuda como pode. Repito isso numa espécie de autoconsolação por ver minhas mãos atadas diante dessa enfermidade desabada em mim dias atrás. Ela é tristemente adequada para os tempos atuais. A notícia nublada veio com os cúmulos nimbos formados nos últimos dias e que parecem querer ficar um pouco mais. A chuva molhou os campos, mas inundou as casas.
Quem puxou o gatilho? Danielle Alexa
A cada dia riscado do calendário — exatos cinquenta dias desde que fizemos esperançosos pedidos sob as luzes dos fogos de artifício que marcaram este início de ano — a profecia dos tempos difíceis adentra veloz como uma avalanche vinda do polo norte bater aqui no sul, na porta das nossas esperanças. Um mata-leão matou um jovem. Um homem, dito segurança treinado para proteger o patrimônio de uma loja de supermercado, matou um jovem negro asfixiado e disse que permaneceu em cima dele porque achou que ele estava simulando um desmaio. Um dia depois, um homem matou um taxista. Tudo aconteceu em exatos nove segundos desde a saída do homem do carro até
o momento em que sacou a arma e acertou o outro com três tiros. Não houve tempo para brigas, apenas para mais um descarrego da fúria humana injustificável. Quem puxou esse gatilho? No nosso país tropical nublado, lembrança boa é passado remoto. O de hoje, embriaga-se de doses cotidianas de barbárie e afunda na lama de Brumadinho, entranhada na cegueira de muitos. Há muita gente querendo viver, como o meu tio. Já o pai, marido, trabalhador, com curso de tiro, poderia ser um homem humano prezando a vida, mas agora é assassino. Os dias? Passam cada vez mais comuns. *Mestre em Literatura e Cultura e Professora de Língua Portuguesa.
Agenda Cultural
É CARNAVAL Reprodução Facebook/Paula Lucatelli
Rec-beat em Caruaru
Reprodução Instagram Duda Portela
Palco da Frei Caneca
PE no Carnaval
Tambores de Olinda
elo segundo ano conseAssociação dos Maracao domingo (24), a ráP cutivo, o festival de músi- Ndio Frei Caneca FM es- Atus de Olinda (AMO) reaca Rec-Beat chega a Caruaru tará com um palco especial liza, na segunda-feira (25), com edição especial de prévia de carnaval. O evento acontece no sábado (23), no Polo Cultural Estação Ferroviária de Caruaru, a partir das 16h. As atrações são a banda Tuyo (PR), Banda Eddie (PE), 70mg (Caruaru) e DJ Pedro de Renor (PE). O evento é gratuito. O Rec-Beat acontece há 24 anos durante o carnaval, no Recife.
montado na Praça do Arsenal, com atrações gratuitas. Às 14h, acontece o encontro de estandartes com Elefante de Olinda e Maestro Lessa, que tem concentração na Praça do Diário. O evento contará, ainda, com apresentações de Alessandra Leão, Karina Buhr, Isaar, Dona Onete e rodas de samba de Resistência.
a 18ª Noite para os Tambores Silenciosos, que mistura religiosidade e arte no tradicional cortejo. O evento tem início às 20h, com saída dos Quatro Cantos, em direção à Igreja Nossa Sra. do Rosário dos Homens Pretos, no Bonsucesso. Se apresentarão vários grupos de maracatu e convidados.
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Qual é o Bairro?
Prefeitura de Olinda
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Variedades l 13
CULTURA | 13
Há 41 anos, o Galo da Madrugada desperta o Recife para iniciar a festa popular Prefeitura do Recife
CARNAVAL. Dois milhões de corações pulsam todos os anos no maior bloco de rua do mundo Marcos Barbosa
s prévias da Folia de A Momo já estão a todo vapor em Recife e Olinda.
Cidade Alta Centro Histórico de Olinda, O também conhecido como Cidade Alta, reúne vários bairros
olindenses e contempla uma área importante para o desenvolvimento comercial e histórico da antiga capital pernambucana. Quase um terço da área total é tombada e reconhecida como patrimônio, em um processo de preservação que se iniciou ainda na década de 1930. O sítio foi declarado Monumento Nacional pelo Congresso Nacional em 1980, e em 1982 foi reconhecido como patrimônio mundial pela UNESCO. Essa região olindense traz, em seus ladrilhos e ladeiras, importantes fragmentos da história das cidades irmãs Recife e Olinda, bem como de toda a antiga capitania Pernambuco. É na cidade alta que estão o Convento de São Francisco, a Catedral da Sé, a Igreja do Carmo – primeiro templo da Ordem das Carmelitas nas Américas – e a Basílica e Mosteiro de São Bento, além da Prefeitura de Olinda. Durante o Carnaval, as ruas das redondezas do Centro Histórico se enchem de foliões, que se imprensam nas ladeiras e ruelas, muitas delas bastante conhecidas, como a íngreme ladeira da Misericórdia, a diversa Rua Treze de Maio e a Rua Bica dos Quatro Cantos, ponto de encontro favorito dos foliões.
No entanto, como acontece há mais de 40 anos, oficialmente o “carnaval começa no Galo da Madrugada”, como já anuncia o hino do maior bloco de rua do mundo. O primeiro desfile do Galo aconteceu na madrugada do sábado de Zé Pereira do ano 1978, quando um grupo de amigos, liderados pelo empresário Enéas Freire, realizou o primeiro Clube de Máscaras O Galo da Madrugada, com o objetivo de reviver antigos carnavais de rua e dando continuidade à tradição carnavalesca recifense. A estreia ocorreu em 23 de janeiro de 1978, às 5h da manhã, antes da abertura do comércio no centro da cidade, despertando os recifenses para os dias de folia que se iniciavam. O itinerário começou com a saída da sua sede na Rua Padre Floriano, 43, no bairro de São José. Reunindo 75 foliões fantasiados de alma, o Galo desfilou pelas ruas dos bairros de São José e Santo Antônio, no centro do Recife. O trajeto foi mantido por 32 anos, até sofrer alterações. Atualmente, o Galo começa em frente ao Forte das Cinco Pontas e dispersa na Rua do Sol. A saída oficial do bloco também não é mais de madrugada. Hoje em dia, o Galo sai às
Em 2016, com o tema “Galo, Frevo e Manguebeat”, o desfile homenageou Chico Science, um dos maiores ícones da música pernambucana
carnaval começa no Galo da Madrugada 10h da manhã e a folia se estende até o final da tarde. Na Ponte Duarte Coelho, é montada a estátua do Galo gigante, de mais de 30 m de altura. De um pequeno grupo de foliões, a folia do Galo passou a arrastar multidões, chegando a contar com mais de 2 milhões de pessoas a cada ano. Por isso, é considerado, desde 1995, o maior bloco carnavalesco do mundo, registrado no livro dos recordes. Mas a festa do Galo não envolve apenas quem ocupa as ruas para festejar. São centenas de trabalhadores comerciali-
zando água e comida para repor as energias dos foliões, ou vendendo os mais mirabolantes adereços e fantasias de plumas, tule e paetês, que vão desde personagens da cultura popular a máscaras de figurões da política. Até mesmo a vizinhança não deixa de festejar. Moradores ficam de suas janelas nos edifícios do centro acenando para o bloco que passa, jogando confetes e serpentinas. Os mais solidários atiram água para refrescar a multidão que torra sob o calor do verão, mas sem perder o sorriso. No meio daquela muvuca, sempre está Gildázio
Moura, recifense que mora há cinco anos em Afogados da Ingazeira, a 386km da capital pernambucana. A distância geográfica não impede que ele saia todos os anos na madrugada da sexta-feira para o sábado, rumo a Recife, para cumprir seu ritual de carnaval, que ele já mantém permanentemente há cerca de 20 anos. “Meu carnaval sempre foi o Galo da Madrugada. Não curto o carnaval inteiro, mas o Galo é simbólico”, afirma. No Recife, Gildázio conta todos os anos com o apoio de colegas, que possuem uma casa localizada em uma rua sem saída no bairro da Boa Vista. No local, amigos e familiares se reúnem para compartilhar feijoada, cerveja, tira-gostos e risadas, confraternizando como exige a festa do Galo da Madrugada. A história de amor entre Gildázio e o Galo começou quando ele trabalhava no comércio no centro da cidade e o bloco ainda não era tão conhecido, há mais de 20 anos. Da sexta-
-feira para o sábado, virava a noite com os amigos até o amanhecer, quando iam vera saída do Galo. “A gente já chegava turbinado de manhã cedo. O Galo não era ainda o que é hoje. Naquela época o carnaval era diferente, a orquestra ia tocando com o povo desfilando, a poeira cobria o povo, que ia fazendo o passo atrás”, relembra. O bloco foi crescendo “extraordinariamente” e Gildázio tem algumas críticas a como esse processo se deu. No entanto, ele reconhece que “o Galo é, ainda, um ícone importante da abertura do carnaval”, mas reforça que ele deveria retornar mais à sua raiz. Ao longo dos anos, Gildázio pulou o bloco com diferentes fantasias. “Cada ano é especial”, explica. Em 2019, ele manterá a tradição e irá fantasiado de palhaço Bozo, vestindo uma faixa presidencial, em uma sátira ao presidente Jair Bolsonaro.
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Confira dicas para curtir o carnaval com a saúde em dia
Amiga da Saúde
Reprodução
Quero parar de gritar com meus filhos, mas é maior que eu. Alguma dica? Marina Melo, 34 anos, esteticista.
T
odos nós aprendemos desde a infância como reagir diante de emoções como raiva, medo, alegria, etc. Essas reações, por repetição, formam conexões cerebrais bem sólidas, que determinam um comportamento quase automático quando as emoções aparecem. Mas temos total capacidade de estabelecer novas conexões se evitarmos aquele comportamento e passarmos a agir de outra forma. Repetindo muitas vezes uma reação nova ela chegará também no automático. Tente relacionar seus gritos a dor e medo de seus filhos. Assim será mais fácil se controlar e ir treinando novas formas de agir.
Vanessa Gonzaga
A
poucos dias de um dos feriados mais esperados do ano, é evidente que fantasias, passagens, abadás e ingressos já estão sendo providenciados. Tão importante quanto o roteiro de blocos e as fantasias, os cuidados com a saúde e o bem estar não podem ficar de fora da lista. Confira nossas dicas:
Beba água
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br
Tabule refrescante
INGREDIENTES: 500g de triguilho (farinha para quibe). 4 tomates médios sem sementes e picados. 1 xícara (chá) de salsinha picada. 6 Folhas picadas de ½ maço pequeno de hortelã 3 pepinos japoneses médios descascados e sem sementes. 2 cebolas médias descascadas e picadas. 4 folhas de acelga cortada em fatias finas 1 xícara cheia de azeite de oliva 200g de azeitonas picadas 2 colheres (chá) de sal. 4 dentes de alho picadinho
Modo de preparo
H
idrate o triguilho por duas horas em água, os grãos devem ficar moles mas não encharcados. Junte a farinha e os ingredientes em uma vasilha grande. Por último regue com o azeite e misture até que toda a mistura esteja bem azeitada. Essa porção serve 10 a 15 pessoas numa refeição. É saudável, refrescante e alimenta por um bom tempo. Ótima para deixar pronta para comer por vários dias na curtição do carnaval.
Governo Federal
SAÚDE. O Brasil de Fato reuniu recomendações para aproveitar os dias de folia
Sofia Barbosa é enfermeira do Sistema Único de Saúde I Coren MG 159621-Enf.
Nossa cozinha
ESPORTES |15
Use roupas leves Carnaval combina com verão e calor. Por isso, prefira roupas leves e não tão justas, que permitam brincar com conforto e transpirar.
Cuide da pele Produto indispensável para quem passa o dia fora, o protetor solar é o melhor aliado, além de sempre que possível, ficar na sombra. Para que o protetor não tenha sua eficácia comprometida, é importante usar o tipo adequado para sua pele, reaplicá-lo a cada duas horas ou após suar muito, usar uma quantidade suficiente para corpo e rosto e checar a validade do produto.
Se alimente bem Não tem como ter energia para pular e dançar sem se alimentar bem. Alimentos gordurosos e salgados devem ser evitados, já que podem elevar a pressão arterial ou, em excesso, causar dores de estômago e diarreia. “É importante ingerir alimentos leves, como frutas, pois os carboidratos vão dar a energia necessária. É bom evitar comidas pesadas ou gordurosas, porque o organismo acabará se concentrando para digerir e aí dá mais trabalho pra pular o carnaval. Também é bom não passar muito tempo sem comer”, alerta o médico Aristóteles Cardona.
Mantenha-se hidratado! Repor os líquidos é importante para evitar episódios de desidratação e até mesmo de insolação, como alerta Aristóteles “Se perde muito líquido pelo suor, urina e pela respiração. O ideal é repor com água ou sucos leves. De uma maneira geral, os refrigerantes não são tão bons pela quantidade de açúcar e outros elementos que não são bons para hidratação”.
Tenha uma boa noite de sono Depois de tantas horas de folia, o cor-
po pede descanso. O indicado é dormir pelo menos oito horas seguidas, para garantir que o organismo se prepare para o dia seguinte. É durante o sono noturno que produzimos a melatonina, um hormônio que é responsável pela regeneração das células e o combate a inflamações.
Combata as dores musculares Depois de tanto frevo, é comum sentir dores nas costas ou nas pernas. A fisioterapeuta Camila Sá indica exercícios pra serem feitos após a folia após a folia “É bom deixar as pernas elevadas acima do nível da cabeça, com a pessoa deitada e os pés sob almofadas por 10 minutos, fazendo movimentos que imitam a pisada em um acelerador” Já para as costas, “É bom fazer alongamento após a festa, com um minuto em cada posição. É bom alongar a panturrilha, as coxas e colocar a mão na coluna esticando bem o peito pra frente. Também importante beber bastante água”, explica.
Cuidado na estrada Especialmente para quem viaja de carro, é importante tomar alguns cuidados para viajar com segurança. Se for viajar à noite, evite ir sozinho. Ir com alguém pode espantar o sono e ajuda a resolver algum imprevisto que pode surgir no trajeto. É bom fazer pausas durante a viagem para alongar os músculos, beber água e comer algo, o que também evita a fadiga durante o deslocamento.
Álcool na medida Beba com moderação! Os sintomas de ressaca no dia seguinte são sinais de que seu corpo abusou do álcool. A hidratação é mais importante ainda quando se está consumindo bebidas alcoólicas. “A ressaca nada mais é que o corpo sofrendo para se recuperar por conta do alto consumo de álcool”, explica Aristóteles. Se mesmo assim a ressaca vier, opte por alimentos como o mel, rico em frutose, que ajuda a eliminar o álcool do organismo; e legumes, que vão repor o sal e o potássio que foram embora durante o consumo das bebidas. Medicamentos como o paracetamol devem ser evitados no período, pois podem sobrecarregar o fígado.
Se proteja Em nenhuma hipótese deixe de se prote-
ger contra Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s). O método mais simples e efetivo são as camisinhas, tanto a masculina quanto a feminina, que previnem a sífilis, herpes genital e também a contração do vírus HIV. Não indicado consumir pílulas do dia seguinte com frequência, pois perdem a eficácia, ainda mais se aliadas ao consumo de álcool.
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NA GERAL Daniel Bruno/Arquivo Pessoal
Reprodução/Instagram
Marta nas telinhas
Ganhando o mundo duardo Erê, volanE te do Central, está fechando contrato com um
time dos Estados Unidos. A diretoria do Central já vem se despedindo de Erê, que no dia 18 de março já estará fazendo entrevistas no Consulado Norteamericano. O The Villages Soccer Club, que contratou o jogador por dois anos, foi fundado em 2008 e é sediado na Flórida. Hoje o time disputa a Premier Development League, uma espécie de quarta divisão que reúne times dos Estados Unidos e Canadá.
Esporte Clube Bahia/Divulgação
Marta nas telinhas. A transmissão da Copa do Mundo de Futebol Feminino em TV aberta, que acontece de 7 de junho a 7 de julho está confirmada. Um anúncio no seu Instagram com uma foto preta e branca em tom de despedida gerou questionamentos, mas a CBF e o time Orlando City, onde ela joga, negaram a saída da jogadora. No fim, a atacante anunciou que também vai participar da série da Netflix “The Umbrella Academy”.
Novo técnico
co do time, Guto Ferreira. O contrato vai até o fim de 2019. Guto tem títulos pelo Internacional (RS) e o Bahia (BA). O técnico é conhecido pela boa relação com as divisões de base e também por ter contribuído no Chapecoense em 2018. Ele tem no currículo uma Copa do Nordeste com o Bahia (2017). Junto com ele, vem o preparador físico Valdir Nogueira Júnior e os auxiliares Alexandre Faganello e André Luís dos Santos Ferreira.
m dos três sobreviventes U do incêndio no Centro de Treinamento do Flamengo
no último dia 08, que matou dez jovens jogadores da base do time, já apresenta sinais de melhora e respira sem ajuda de aparelhos. Jhonata Ventura está com quadro estável, possui queimaduras em processo de cicatrização e segue o tratamento com antibióticos. Ainda não há previsão de alta. Os outros dois sobreviventes, Cauan Emanuel e Francisco Dyogo, já receberam alta.
GOL
CONTRA
Fim do Feminino Anderson Freire/Sport Club do Recife
Sport Club Recife O anunciou na última terça (19) o fim do time
feminino. Atual bicampeão pernambucano e com vaga garantida na Série A do brasileirão feminino, as 20 jogadoras que ocupavam a Ilha do Retiro foram liberadas apenas três anos após a retomada da modalidade no clube, que reiniciou em 2016. Milton Bivar, presidente do Sport, anunciou que os cortes são consequências das dívidas do clube, que já ultrapassam os R$ 100 milhões.
NUNCA DUVIDE (PT.2)
Daniel Lamir daniel.lamir@brasildefato.com.br
Stella Nascimento ssnascimento_24@hotmail.com
D
DE PLACA
Lutando pela vida
O COLOSSO TREMEU
Filipe Spenser filipespenser@gmail.com
m razão da eliminação na Série C de forma precoce, o Náutico teve a oportunidade planejar as suas atividades para o ano de 2019 com antecedência. Nesse propósito, parecia claro que a prioridade deveria ser avançar na Copa do Brasil e na Copa do Nordeste, com a obtenção de boas cotas financeiras. No entanto, a forma como o jogo contra o Santa Cruz se desenrolou mostrou que esse planejamento foi falho. Os principais e mais experientes jogadores do elenco, Jorge Henrique e Wallace Pernambucano, saíram mais cedo do jogo, por conta de lesões passadas e fizeram muita falta nos pênaltis. Se as lesões tivessem acontecido durante a partida, paciência, fariam parte do risco; todavia, foram resultado do desgaste em partidas passadas. Não estabelecer prioridades tem um preço, esperemos que não custe muito caro.
GOL
Reprodução/Facebook
ara quem já é fã da meP lhor do mundo, 2019 a última quarta (20) vai ser um ano de mui- No Sport anunciou a tas aparições da jogadora chegada do novo técni-
PLANEJAMENTO E PRIORIDADES
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Brasil de Fato PE
Recife, 22 a 28 fevereiro de 2019
omingo calmo e nublado em algumas áreas do Recife para o dia de mais um encontro das duas maiores torcidas do estado. De um lado, um Sport ainda sem o entrosamento esperado pela torcida rubro-negra. De outro, um Santa cauteloso, pronto para ‘dar o bote’ na hora certa. Com Pipico ausente da partida por ter sido expulso no jogo contra o Petrolina, o clássico foi a oportunidade do time coral mostrar a independência do elenco sem o atacante. E aos trancos e barrancos, assim o foi feito. Jogando com elenco misto, e, apesar das limitações técnicas, o time coral conseguiu mostrar consistência, e com uma ajudinha de Magrão, venceu o duelo com um gol de Alan Dias. O momento tricolor se estendeu para a decisão da Copa do Brasil contra o Náutico. Foi com muito sofrimento, mas o jogo mais uma vez terminou do jeitinho que a torcida Santacruzense adora: entre abraços e choro de elegeria.
C
omeço a coluna desta semana com o lema da anterior. “Nunca duvide do Sport”. Em uma semana Milton Cruz pediu demissão e Guto Ferreira assumiu; a auditoria deu o recado ingrato da grana perdida e Diego Souza deu o recado para tentar achar grana. Pode? Ainda cabe espaço para uma crise existencial da torcida com a fase do ídolo Magrão. Ou seja, se a quantidade de jogos ficou escassa, a de causos aumentou. Sobre treinadores, vale lembrar que Guto Ferreira fez ótimos trabalhos por onde passou, mas carrega um histórico de trocar facilmente de clubes. Sobre grana e contratações, o desafio do momento é fazer contas racionais para contar com Diego Souza. Teoricamente, seria um salto de qualidade em campo, mas com o risco de ser mais desequilíbrio no cambaleante cofre do clube.