CULTURA | 13
ENTREVISTA | 11
Pernambuco
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Carmen Foro O Brasil de Fato conversou com a vice-presidente da CUT, Carmen Foro, sobre a Reforma Trabalhista ano 2
edição 41
Gaonzallo Arselli
Raízes Nordestinas: Grupo de Teatro formado por jovens levaram a luta em forma de arte para Mulheres do Semiárido
distribuição gratuita
Pernambuco tem atos contra Reforma Trabalhista Midia Ninja
OPINIÃO | 05 Segurança pública: Para situações complexas, não existem saídas fáceis, coluna de Aristóteles Cardona
PERNAMBUCO | 08 Canudos 120 anos após o massacre, Canudos é um exemplo de resistência
CIDADES | 10 Supersalários: 30% dos juízes pernambucanos recebem acima do teto
2 | OPINIÃO
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Brasil de Fato PE
EDITORIAL
A Reforma Trabalhista nos coloca em um tempo anterior a Lei Áurea ORGANIZAÇÃO. Trabalhar pela unidade contra os inimigos do povo é a primeira tarefa fundamental s novas medidas da A Reforma Trabalhista, aprovada pelo governo
golpista de Michel Temer, passam a valer no próximo dia 11 de novembro. Nela esta contida, em essência, a flexibilização das
a corda sempre rompe do lado mais fraco leis trabalhistas visando uma maior acumulação de lucros por parte dos patrões. É também em novembro que rememoramos as lutas do povo negro, que em situação de escravidão resistiu ao opressor, sendo uma das mais celebres experiências, a do Quilombo dos Palmares. Deixando para nós o legado de que
a dignidade humana passa, antes de tudo, por sua liberdade e esta só se realiza com condições básicas de existência, sendo o trabalho e as condições na qual ele se realiza de fundamental importância para uma vida plena. As modificações que a Reforma Trabalhista propõe afetam diretamente a vida de todos os trabalhadores e ainda mais a vida daqueles que historicamente foram postos à margem dos seus direitos. Mudanças como a jornada Intermitente, que prevê o pagamento por horas trabalhadas, eliminando os contratos por jornada, irão colocar o trabalhador em situação de instabilidade constante, além de diminuir sua renda mensal; outro ponto que chama a atenção é sobre as horas de deslocamento que o trabalhador leva da sua casa até o local de trabalho, que passarão a não ser mais contabilizadas como horas trabalhadas.
Citando apenas dois pontos da Reforma já é possível perceber o impacto que ela terá para aquelas famílias que vivem da renda de um ou dois de seus membros, quando estes não saberão a renda mensal a que terão acesso, muito menos se terão ocupação rentável. No que se refere ao tempo de deslocamento ao trabalho, aqueles que moram às margens dos grandes centros urbanos e que fazem um trajeto maior até o emprego, com certeza serão os mais afetados. Curiosamente as medidas impostas pelo governo mais antipopular da história, irão pesar mais nas costas daqueles que sempre foram desamparados pelo Estado, àqueles que ao serem privados do direito a terra e a moradia, migraram para os morros, formando assim as favelas. Estes mesmos sujeitos que o mês de novembro vem relembrar, embora nós brasileiros não precisássemos de mais que
Expediente Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.
REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatopernambuco Correio: brasildefatopernambuco@brasildefato.com.br
Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Elen Carvalho e Vinícius Sobreira Colaboração: André Barreto, Daniel Lamir, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Alan Tygel Revisão: Mariana Reis|Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine|Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruna Leite, Bruno Ribeiro, Camila Castro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Elisa Maria Lucena, Geraldo Soares, Glaucus José Bastos Lima, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Fernando de Melo, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho,Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Marcos Aurélio Monteiro, Margareth Albuquerque, Maria das Graças de Oliveira, Marluce Melo, Moisés Borges, Patrícia Horta Alves, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis| Tiragem: 20 mil Exemplares
um espelho para perceber nossa negritude todos os dias do ano. Se fizermos uma breve
balhadores. Como afirma o sábio ditado popular; “a corda sempre rompe do lado mais fraco”.
o que o governo golpista quer é fazer-nos voltar de fato a uma época em que não havia direitos para quem trabalha digressão histórica para comparar as relações de trabalho no começo do século XX com algumas propostas contidas nesta “nova” legislação trabalhista, veremos semelhanças gritantes. Um exemplo é que para cada direito retirado dos/das trabalhadores, há uma frase pomposa “os acordos poderão ser feitos entre patrões e empregados”, da mesma forma que eram feitos a 100 anos atrás e que em todos os casos resultavam em perca para os tra-
Voltar na história é algo que podemos fazer facilmente em um texto, ou até mesmo puxando lembranças de nossa memória, mas o que o governo golpista quer é fazer-nos voltar de fato a uma época em que não havia direitos para quem trabalha; a uma época tão distante e ao mesmo tempo tão próxima, voltaremos ao começo do século passado, a exatos 23 anos da Lei Áurea.
Charge
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
GERAL l 3
Frase da Seman a
mandou Lucio Bernardo Jr./ Câmara dos Deputados
Proibir o aborto em casos de estupro - algo assegurado no Código Penal de 1940, repito, de 1940 - é simbólico do momento sombrio e antidemocrático que estamos vivendo hoje no Brasil Erika Kokay, deputada do Partido dos Trabalhadores (PT), pelo Distrito Federal, única a votar contra na Comissão da Câmara dos Deputados onde a medida foi votada.
Qual a sua opinião sobre a privatização da CHESF?
BEM
Fundaj/Divulgação
“De olho nos Ruralistas”
site brasileiro “De olho nos O Ruralistas” lançou na segunda-feira (06.11) uma plataforma especial intitulada “De olho no Paraguai”. Em 36 reportagens conta-se um pouco da história do domínio de uma boa parte do território paraguaio por latifundiários – e empresas agropecuárias – brasileiros. O site pode ser acessado em: https://deolhonosruralistas. com.br/deolhonoparaguai/
mandou
MAL
Divulgação
Sou totalmente contra. Privatizar a CHESF é também privatizar as águas do Rio São Francisco, afetando a vida de milhares de pessoas que dependem do rio para sua sobrevivência, como ribeirinhos, comunidades tradicionais, a população rural e também nós da população urbana. Carlaíse Freitas, estudante de Ciências Biológicas
VISITE NOSSA PÁGINA
facebook.com/brasildefatopernambuco
Para o TST, corpo de pobre vale menos que de rico
O ministro Ives Gandra, presiO dente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), disse nesta sema-
na que não é possível dar o mesmo tratamento judicial a um trabalhador que recebe um salário mínimo e a uma pessoa que recebe R$ 50 mil por mês, em referência a uma das mudanças da reforma trabalhista de Temer que limita o valor de um indenização a 50 vezes o último salário. Questionado se é justo duas pessoas que sofreram o mesmo dano receberem indenizações diferentes, ele afirmou que o juiz é quem decide. .
4 | GERAL Mundo
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Bazar Feminista
N
o sábado (04.11), a Marcha Mundial de Mulheres (MMM) realizou no Recife o Bazar Feminista, na comunidade Palha do Arroz, na zona norte do Recife. Além do próprio bazar que durou todo o dia, a atividade também contou com grafitagem do Coletivo Cores do Amanhã, a Exposição Fotográfica “Sonhos não roubados” em parceria com o Centro Sabiá e fruto da oficina com o fotógrafo João Ripper, batucada da MMM em conjunto com as mulheres de Palha de Arroz, roda de conversa com apresentação da comunidade e as atividades desenvolvidas na cooperativa, o trabalho realizado com a Horta Comunitária, apresentação da MMM e da Frente Brasil Popular. Participaram cerca de 60 mulheres e 10 crianças.
ESPAÇO SINDICAL
Chamada Geral para Assembleia dia 10 de novembro
Brasil de Fato PE
Curso em Saúde, Ambiente e Trabalho Escola Fiocruz de Governo da Gerência Regional de A Brasília (EFG/Gereb/Fiocruz), em coopera- ção com o Instituto Aggeu Magalhães/Fiocruz Pernambuco (IAM/
Fiocruz), a Escola Politécnica de Saúde Joaquim Venâncio/Fiocruz (EPSJV) e a Rede Nacional de Médicas e Médicos Populares vão realizar no sábado (11.11) a abertura do II Curso de Especialização em Promoção e Vigilância em Saúde, Ambiente e Trabalho no Centro de Formação Paulo Freire, no Assentamento Normandia, em Caruaru. A aula inaugural será ministrada por Alexandre Padilha, médico e ex-ministro da Saúde no governo Lula e por Gilmar Mauro, da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). O curso é formado por 14 módulos
Direitos de Fato Mais ataques aos direitos humanos
O
Sindicato dos Servidores Municipais de Recife (SINDSEPRE) convoca toda a categoria para uma assembleia geral contra a reforma trabalhista do governo golpista de Michel Temer. Lutar pelos direitos trabalhistas, contra a legalização do trabalho escravo e contra a reforma da previdência é garantir o futuro da classe trabalhadora. As servidoras e servidores municipais terão o ponto liberado para participação da assembleia. A assembleia ocorrerá nessa sexta (10.11) às 9h na Praça da Democracia (Praça do Derby).
CPI dos transportes públicos de Recife
Sindicato dos Metroviários de PerO nambuco (Sindmetro PE), junto com movimentos sociais e entidades
sindicais, participou na manhã dessa quarta-feira (08.11) da Audiência Pública, convocada pela Deputada Estadual Teresa Leitão (PT/PE) na Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) para discutir sobre a situação do transporte público na Região Metropolitana do Recife. Assim, foi proposta a criação de uma CPI sobre os transportes públicos de Recife, para investigar todas as denúncias apresentadas.
ecentemente sancionada, a Lei 13.491/2017 amplia a competência R da Justiça Militar para julgar casos de homicídios dolosos cometidos por militares das Forças Armadas em operação contra civis e, ainda,
abre brecha para que os crimes de abuso de autoridade e tortura passem também a serem julgados na justiça especial, quando atualmente a justiça estadual é responsável pela persecução penal desses delitos. As alterações representam sérios retrocessos não apenas em razão das mudanças textuais da lei, mas por conta das interpretações legais que podem vir a permitir a aplicação de forma ampla a todos os militares, mesmo que não sejam das Forças Armadas. No país que, de acordo com a Anistia Internacional, as forças policiais mais matam no mundo e com a crescente utilização dos perigosos decretos de Operações de Garantia de Lei e da Ordem (GLO), o corporativismo militar venceu uma batalha contra o clamor popular de desmilitarização da polícia e retrocedeu em anos a luta dos direitos humanos e da democratização da justiça. A luta, contudo, continua. Clarissa Nunes é advogada em Recife
Para entrar em contato e tirar dúvidas mande um email para contato.pe@brasildefato.com.br ou um whattsapp para 8199060173
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
OPINIÃO I 5
Artigo
Artigo Segurança pública: para situações complexas, não existem saídas fáceis
O Escárnio dos golpistas
Aristóteles Cardona Júnior*
Sidney *Jair Pedro Mamede* Ferreira
os últimos dias, tivemos o N lançamento do 11º Anuário Brasileiro de Segurança Pública. Trata-se de um documento que busca publicizar dados e informações sobre a real situa-
Em 2016, Pernambuco foi o 4º Estado com mais mortes ção da violência no Brasil a cada ano. E, como esperado, os dados são alarmantes e atentam para um aumento em vários aspectos da violência no último ano. Chamam atenção particularmente o número de mortes violentas, que chegou a mais de 61.500, e o número de estupros, com cerca de 49.500 em todo o país. Em 2016, Pernambuco foi o 4º Estado com mais mortes. Até setembro deste ano, foram mais de 4.100 assassinatos. Tais números representam um aumento de mais de 30% em comparação ao ano passado. Estes números reforçam em toda a sociedade uma grande sensação de insegurança e incerteza que atinge a todas e todos, com a qual certamente a grande maioria de nossa população sofre. E sofre bastante. O Anuário, por exemplo, aponta um crescimento de 17,5% nos homicídios
de policiais civis e militares, chegando a 437 em 2016. Por outro lado, também apresenta outro dado assustador: foram 4.224 pessoas mortas, em 2016, em decorrência de intervenções das polícias. O certo é que para situações complexas, não existem saídas fáceis. Alguns acham que ficar bradando, por exemplo, por mais cadeias, resolverá o nosso problema. Mas não vai. Utilizando o exemplo das prisões, temos um dos países com o maior número de presos do mundo! Só perdemos para países com a população muito maior que a nossa. E mesmo com um incremento no número de encarceramento nos últimos anos, não houve uma melhora proporcional nos números da violência. Pelo contrário. Como vimos, a violência só tem aumentado. E neste quadro que é preciso deixar explícita a relação entre desigualdade e violência. São vários os países que demonstram na prática que quanto menos desigualdade interna, menores são os números da violência. Como disse anteriormente, não há saída fácil para problemas complexos. E a verdade é que 2018 é ano eleitoral e já há pré-candidatos querendo apresentar saídas fáceis. Mas não é assim que funciona. São vários os estudos que apontam a necessidade de maiores investimentos em Segurança Pública. Mais do que aumentar a repressão, precisamos entender que este é um assunto que está totalmente conectado com educação, alimentação, dignidade, saúde, entre outros direitos. *Aristóteles Cardona Júnior é Médico de Família no Sertão pernambucano, professor da Univasf e militante da Frente Brasil Popular de Pernambuco.
movimento dos empregaO dos da Caixa Econômica Federal sempre foi heterogêneo.
Existe, no entanto, um consenso: quando a luta requer, nos momentos mais difíceis, a categoria tem provado que é uma das mais fortes e unidas do país. Agora, mais uma vez, é hora de colocar as diferenças de lado e combater o verdadeiro inimigo. Estão cada dia mais escancarados os planos do governo federal para enfraquecer e privatizar o banco. Se será com abertura de capital ou fatiamento de áreas importantes como loterias, cartões e seguridade, pouco importa. A manutenção do caráter 100% público da Caixa deve ser o principal objetivo da mobilização de empregados e entidades representativas. A Caixa é o banco da habitação. Graças a ela, milhões de brasileiros realizam o sonho da casa própria todos os anos. Só por meio do programa Minha Casa, Minha Vida, que é operado pela Caixa, mais de 2,6 milhões de famílias foram beneficiadas desde 2009. São quase R$ 300 bilhões investidos, o que possibilitou, nesses oito anos, a entrega de 1.200 moradias por dia e a geração de 1,2 milhão de empregos. Em relação ao FGTS, a Caixa também é fundamental. Ela administra hoje recursos da ordem de R$ 490 bilhões e realiza mil pagamentos a cada 10 minutos. Aliás, que outro banco abriria aos sábados para que 26 milhões de brasileiros sacassem as contas inativas? Além de socorrer traba-
lhadores nas dificuldades, o Fundo de Garantia ajuda no desenvolvimento do país. Mas a Caixa é também o banco dos programas sociais, do saneamento básico, da poupança, do esporte, da cultura, das Loterias, dos municípios. Impossível encontrar um cidadão que não tenha alguma relação com a Caixa, mesmo que boa parte não tenha
Estão cada dia mais escancarados os planos o governo federal para enfraquecer e privatizar o banco noção disso. O banco está hoje em praticamente todas as cidades, até mesmo nos rios da Amazônia, uma capilaridade que gera orgulho e, claro, a cobiça dos concorrentes. Propostas de privatização já foram derrotadas no passado. Foi assim entre 1995 e 2002, quando diversas empresas públicas foram preparadas para tornar-se espaços de obtenção de lucro. E também no final de 2014. A reação dos empregados da Caixa agora não será diferente. As mobilizações, aliás, se intensificam a cada dia. Não há outro caminho. É hora de esquecer projetos pessoais e disputas internas, priorizando a luta em defesa do banco 100% público. Defender a Caixa é defender o Brasil! * Jair Pedro Ferreira, empregado da Caixa desde 1989, é presidente da Federação Nacional das Associações do Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae).
6 | BRASIL
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Centrais sindicais convocam atos em todo país nesta sexta contra reforma trabalhista
MOBILIZAÇÃO. Manifestações ocorrem em pelo menos 24 capitais e no Distrito Federal; confira a agenda de atos cem pontos da CLT, lei que regulamenta as relações trabalhistas no Brasil. Um levantamento feito pela CUT/Vox Populi, em junho, aponta que as reformas trabalhista e da Previdência são vistas de forma negativa por 70% dos trabalhadores brasileiros. O objetivo das entidaParlamentar que propôs projeto é contrário a resultado final sancionado pela Presidência des também é mobilizar os trabalhadores Da Redação cam manifestações conem torno da reforma da tra as reformas da PrePrevidência, que ainda s vésperas da data vidência e trabalhista. está em tramitação no em que as novas Protestos vão ocorrer julho pelo presidente Congresso Nacional. regras trabalhistas en- nesta sexta-feira (10.11) golpista, Michel Temer Além das marchas, estram em vigor, as cen- em pelo menos 24 capi- (PMDB), passa a valer. tão previstas assemtrais sindicais convo- tais e no Distrito Fede- A medida altera mais de bleias e interrupção de ral. No próximo sábado (11.11), a reforma trabalhista, sancionada em
atividades das empresas por períodos curtos, de até uma hora.
Tem se buscado soluções que, na verdade, não são soluções
No Recife, às 9h, acontecerá uma Assembleia da Classe Trabalhadora na Praça do Derby, região central da cidade. Já em Petrolina, também às 9h da manhã, o ato está marcado para a Praça do Bambuzinho. Você pode acompanhar toda a cobertura do Brasil de Fato em nosso site: www.brasildefato.com.br e nas redes sociais: www.facebook.com\brasildefatopernambuco.
À
Pernambuco
Anúncios
Se a CAIXA
for privatizada,
o sonho da casa própria vira pesadelo DIGA NÃO À PRIVATIZAÇÃO Estatuto do Trabalho: Uma Lei para Todos Nesta segunda-feira (6), aconteceu uma Audiência Pública "O Estatuto do Trabalho: Uma lei para todos", realizada pela subcomissão da Comissão de Direitos Humanos do senado em Brasília. O Estatuto é uma proposta do senador Paulo Paim (PT-RS) para substituir a atual legislação, em especial a recém-aprovada reforma trabalhista. Para Paulo Paim, é preciso propor novas leis que harmonizem os direitos dos trabalhadores e dos patrões, sem pesar apenas para o lado mais forte da balança. A intenção é realizar debates com a sociedade até que a proposta possa ser aprovada por um novo parlamento, que vai se formar a partir das eleições de outubro de 2018. Na avaliação de Rosilene Lima, secretaria da CNTE, a proposta de um Estatuto do Trabalhador é bem vinda e terá apoio da confederação. No entanto, lembrou que para concretizá-lo, é preciso eleger um congresso mais progressista. Rosilene também acrescentou que os trabalhadores em educação já estão sentindo os efeitos da precarização das relações de trabalho. "Nós, sindicalistas, somos atacados diariamente. Há uma tentativa de descredenciar pessoas que têm interesses diferentes dos que estão colocados por essa reforma", ressalta Rosilene. Os participantes apontaram que empregos precários, perda de direitos, enfraquecimento da justiça de trabalho e das entidades sindicais são as consequências da reforma trabalhista aprovada recentemente pelo Congresso. Contribuições para o Estatuto - Além de apontar os problemas da reforma, os participantes
apresentaram algumas sugestões para serem incluídas no Estatuto do Trabalho. A juíza Valdete Severo chamou a atenção para questões sociais. Ana Claudia Bandeira, da ANPT, destacou: "Mais do que resistir à reforma trabalhista é preciso avançar. Ana Claudia reforçou a necessidade de incluir, no Estatuto, a inserção de pessoas com deficiência no mercado de trabalho, dentre outros dispositivos que podem ser melhorados. A desembargadora Silvana Abramo sugeriu que seja incluída de forma expressa no Estatuto do Trabalho, a proibição do trabalho escravo, repetindo o que está previsto hoje no artigo 149 do Código Penal. Também sugeriu que o estatuto incorpore a expressa proibição do trabalho infantil, com idade mínima de 18 anos para o trabalhador, com autorização para estágio ou aprendizado a partir dos 16 anos. A Subcomissão Temporária do Estatuto do Trabalho foi instalada em agosto com o objetivo de elaborar um estatuto para substituir a atual Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Além disso, a proposta seria uma alternativa à reforma trabalhista apresentada pelo governo e aprovada recentemente pelo Congresso. Texto completo no site: http://www.cnte.org.br/index.php/comunicacao/noticias/19259-cnte-participada-audienca-publica-o-estatuto-do-trabalho-uma-lei-para-todos.html
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
MUNDIAL l 7
Venezuela: mulheres impulsionam a construção da revolução bolivariana
FEMINISMO. Há cinco anos, a presença feminina nas bases dos movimentos populares supera a masculina Fania Rodrigues/BdF
Reunião do Movimento de Pobladores em Caracas, onde é possível evidenciar a grande presença de mulheres Fania Rodrigues, de Caracas (Venezuela)
S
e fosse uma pessoa, a revolução bolivariana da Venezuela seria jovem, mestiça, da classe trabalhadora e vestiria saia. Essas são as características predominantes da base social que compõe os movimentos populares da esquerda venezuelana. Nas assembleias populares, nas organizações de bairros, nas comunas e nos coletivos revolucionários, lá estão elas. As mulheres são os alicerces que sustentam o processo de transformações pelo qual passa o país. Cinco anos atrás não era assim. Embora sempre tenha havido participação feminina nos espaços de organização popular, percebia-se que os homens estavam em maioria e assumiam os postos de liderança. Mas o que aconteceu nos últimos anos que fez com que esse quadro mudasse? O Brasil de Fato conversou com lideranças dos principais movimentos popu-
lares do país para entender quais foram as razões que levaram às mulheres a assumir o protagonismo destas organizações na República Bolivariana da Venezuela. “Desde muito pequena, a mulher pobre passa por um processo de exclusão. Isso vai desde a questão trabalhista até as relações familiares, sobretudo no caso das mães abandonadas por seus companheiros. Portanto, a construção de um movimento e da organização comunitária é vista como uma nova oportunidade”, afirma Iraida Moroimo, líder do Movimento de Pobladores (o equivalente a moradores, em português), o maior movimento urbano do país. Essa organização de luta pela moradia é composta por coletivos, como o Comitê de Terras Urbanas, o Movimento de Inquilinos, o Movimento de Trabalhadores Residenciais, o Movimento de Ocupantes e o Acampamento de Pioneiros. Na última reunião realizada com porta-vozes
desses movimentos, na qual a reportagem do Brasil de Fato teve acesso, a
Antes de tudo, precisamos acreditar que é possível participação feminina era visível: cerca de 75% eram mulheres. Juntos, esses coletivos construíram 20 conjuntos habitacionais com recursos do Estado venezuelano e administrados por meio da autogestão. Nos últimos quatro anos, foram entregues 600 apartamentos. Outros 554 estão em construção, e 850 mil foram contratados, mas dependem de liberação de recursos para começar. Dentro desses conjuntos habitacionais, quem lidera os processos de organização popular são as mulheres. “Nossa defesa não é apenas pelo direito à
moradia. Defendemos a construção de comunidades socialistas, a solidariedade entre nós e a distribuição coletiva das tarefas da comunidade”, destaca Iraida Moroimo, cuja história se confunde com a história da Venezuela – descendente de indígenas, de pai comunista e irmão revolucionário. “Venho de uma família comunista. Meu irmão morreu em uma tentativa de tomar o poder em novembro de 1992. Então, sinto que meu papel é seguir em frente, lutando”, conta. Ela remonta a história de quando um grupo liderado pelo então tenente-coronel do Exército Hugo Chávez tentou tomar o poder em fevereiro de 1992. O plano fracassou e Chávez foi preso. Ainda assim, em novembro do mesmo ano, um grupo de rebeldes realizou uma segunda tentativa e também não alcançou o objetivo. Hoje, na liderança de um dos mais importantes movimentos populares da Venezuela, essa indígena comunista tem a missão de organizar o povo e levar esperança para aquelas pessoas que não tinham direito à cidade, a uma casa digna e a uma vida menos sacrificada. “Antes de tudo, precisamos acreditar que é possível. E Chávez nos fez acreditar. Hoje, estamos construindo nossas próprias casas”, disse. No bairro Antímano, na zona oeste da capital Caracas, o Acampamento de Pioneiros está terminando a construção de um condomínio com mais de cem apartamentos. São quatro torres com uma
média de 35 residências. Uma delas foi levantada por três mulheres. “Aqui somos nós que assentamos cada tijolo. Um desses edifícios teve sua estrutura principal levantada por três mulheres e um mestre-de-obras. O primeiro muro, de 80 metros de comprimento e 4 metros de altura, nós construímos em duas semanas. Quanto terminamos, nossas mãos estavam inchadas, enrolamos faixas e continuamos trabalhando”, relembra a assistente social Yelitza Bernal. Duas das torres já foram entregues e outras duas devem ficar prontas até o final deste ano, segundo o movimento. “Nesse conjunto habitacional, a maioria das chefes de família são mulheres, por isso as lideranças comunitárias também são conduzidas por nós. Mas aqui dividimos algumas coisas com os homens. A coordenação da organização comunitária está distribuída em cinco diretorias, duas conduzidas por homens e três por mulheres”, explica a moradora. Tanto é assim que nas reuniões das comunas – que hoje conformam a base organizativa dos movimentos populares, pois todas os coletivos se organizam a partir delas – a maior parte das porta-vozes “comuneiras” é conformada por mulheres. “Quando vamos a uma assembleia de uma comuna notamos que a maioria é mulher. Nas reuniões que reúnem os representante de cada comuna, as mulheres estão em maior quantidade. E as mulheres também exercem mais o direito à palavra nas assembleias e reuniões”, relata Zuleima.
8 | PERNAMBUCO
Brasil de
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Após 120 anos do massacre, Canu
MEMÓRIA. Mesmo com o massacre e a inund Marcos Barnosa
O Açude Cocorobó, inaugurado em 1969, inundou boa parte da antiga Canudos
Vanessa Gonzaga, de Canudos(BA)
ano é 1987. NasciO do em Quixeramobim-CE, Antônio Vicen-
te Mendes Maciel foi seguidor do Padre Cícero e do Padre Ibiapina. Antes de se estabelecer em Canudos, peregrinou na Bahia e em Sergipe. Além de pregar a palavra de Deus, Antônio Conselheiro contribuía na organização de três obras que considerava fundamentais por onde passava: açudes, para lidar com clima do semiárido e enfrentar os períodos de estiagem; cemitérios, para enterrar com dignidade a grande quantidade de crianças que morriam de fome e as igrejas, para reunirem a comunidade em torno da palavra de Deus e para a tomada de decisões coletivas. Um fato curioso é que Antônio não era o único conselheiro da região. Para ser conselhei-
ro, era preciso ser uma pessoa ligada à religião e que tivesse idade avançada, pois a experiência de vida influenciava nos conselhos dados. Grande parte dos conselheiros eram na verdade conselheiras, pois muitas beatas tomavam para si o papel de aconselhar os mais jovens, especialmente as meninas e também contribuir na organização política dos vilarejos. Em 1893, Antônio Conselheiro chega a Canudos, um pequeno vilarejo à margem do Rio Vaza Barris, na Bahia. O modo de produção coletiva e dinâmica de mutirões para construir os pilares da cidade a as casas de pau-a-pique das famílias que chegavam atraíram milhares de sertanejos que fugiam do latifúndio e da tirania dos coronéis. Chegavam por dia cerca de 12 famílias. É nesse momento de crescimento rápido que a comunidade se recusa a pa-
O Cruzeiro do Parque Estadual de Canudos foi erguido pelos sobreviventes do m vítimas.
gar impostos e se organizar da forma que a recente República exigia. É aí que a Vila de Canudos é renomeada por Conse-
que seria a invasão da cidade de Juazeiro, no norte baiano. O fato é que Conselheiro e uma parte dos habitantes iriam a Juazeiro buscar madeiras para a construção da Igreja da vila, que já havia sido paga, mas não foi entregue. O primeiro combate aconteceu ainda no caminho, onde hoje fica o município de Uauá. A guerra era veiculada nos jornais de circulação nacional, especialmente no sudeste, onde Canudos parecia uma iminente ameaça ao país inteiro. Luiz Paulo, coordenador do Projeto Canudos relaciona a mídia ao ódio coletivo que Canudos despertou em todo o país. “A mídia sempre representou as elites. Na época as reportagens retratavam o
Canudos foi uma guerra dos poderosos contra o povo lheiro e passa a se chamar Belo Monte. Canudos crescia e assustava não apenas os latifundiários da região, que perdiam diariamente seus vaqueiros, mas também o Estado, que via a comunidade como uma ameaça ao estabelecimento da nova forma de organização política do país. O massacre iniciou em 1896. A justificativa dada pelas tropas para o ata-
povo de Canudos como um bando de malucos. Até hoje surgem comentários do tipo, nos retratando como jagunços, o que é muito pejorativo.” A primeira das quatro investidas contra o vilarejo foi derrotada rapidamente pela comunidade. Por mais que o Exército tivesse armas de fogo, o povo de Canudos tinha um aliado: a Caatinga. O reconhecimento do território facilitava a locomoção dos grupos que vigiavam a cidade e impediam, com paus e pedras, a chegada das tropas na cidade. O Estado mandou mais combatentes para Canudos do que para a Guerra do Paraguai, o maior conflito internacional da América Latina. Mesmo com o apoio do Estado e dos fazendeiros, as três expedições enviadas foram derrotadas pela população, inclusive pelas crianças. A vitória da comunidade nas três tentativas
v m d r n n t c u b g m n a r
c d n p d c o t l
c t s c r o t p l
Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
PERNAMBUCO l 9
udos é um exemplo de resistência
ndação, Canudos é um retrato da luta do povo
massacre em homenagem ás
Fotos: Vaneesa Gonzaga
O Parque Estadual de Canudos é o único campo de batalha aberto á visitação no Brasil.
veio acompanhada de muitas mortes, devido à diferença de armas e ferramentas. O Exército tinha armas, mas não conhecia o terreno e subestimou a comunidade. Os conselheiristas tinham um grande domínio sobre a geografia da região, rodeada de serras, mas tinham à mão apenas paus, pedras, facas e armas para caçar passarinhos. A expedição Artur Oscar, a quarta e última, destruiu a cidade de Canudos. Grande parte da população foi morta por degolamento e a vila incendiada. Ainda assim, os sobreviventes reconstruíram a vida no mesmo local da Guerra. Até hoje, a história da cidade e principalmente do massacre, vinham seguindo a linha de raciocínio de pesquisadores que criminalizavam os moradores que resistiram aos ataques e especialmente a criminalização de Antônio Con-
selheiro, além das tentativas de provar que o beato era louco. Nos últimos anos, novas pesquisas confrontam o que vinha sendo dito pela Universidade e pela mídia, como ressalta o padre José Wilson de Andrade, que também possui doutorado sobre a história de Canudos. “Agora tem um visão política sobre o lado dos pobres e dos movimentos sociais, essa é a nossa ótica. A entrada de pessoas pobres na Universidade é o que possibilita essa mudança de visão. Canudos foi uma guerra do litoral, dos poderosos, do exército, dos políticos, dos fazendeiros, contra o povo de Canudos com faca, facão e espingarda. Agora estamos constatando isso sociologicamente.” Em 1968, o Departamento Nacional de Combate à Seca, DNOCS, construiu o Açude Cocorobó, na tentativa de oferecer água a cerca de 20
municípios da região. A justificativa do progresso e combate à seca foi dada pelo Estado para inundar a cidade onde o massacre aconteceu. O açude tem uma extensão de 12km e 250mil m³, mas não abas-
cebeu o primeiro Centro de Robótica da Bahia, que faz parte do Campus Avançado da Universidade do Estado da Bahia, que provisoriamente executa apenas atividades de extensão.
pobres na Universidade é o que possibilita essa mudança de visão tece nem a cidade de Canudos inteira. Os sobreviventes do massacre novamente foram expulsos da terra onde viviam e fundaram a terceira Canudos, que existe até hoje. Com um dos IDHs mais baixos do Brasil, Canudos ocupa a 5002º posição dos 5570 municípios brasileiros. Além disso, não há cursos de graduação no município. Recentemente, Canudos re-
Mesmo com as recorrentes tentativas de apagamento da memória da cidade, boa parte da história do município está arquivada em museus, como o Memorial Antônio Conselheiro, o Instituto Popular de Memória de Canudos, que abriga o cruzeiro crivado de balas que presenciou e resistiu ao massacre e o Parque Estadual de Canudos, o único campo de batalha
aberto a visitação no Brasil, de onde é possível ver a antiga Canudos submersa pelo Açude Cocorobó. Um aspecto relevante é a perspectiva da economia e desenvolvimento regional. Uma das experiências é a Cooperativa de Agropecuária Familiar de Canudos Uauá e Curaçá (COOPERCUC). A cooperativa conta com 204 cooperados das três cidades, a grande maioria formada por mulheres. O foco é a produção de doces e geleias de frutas nativas da região, como o umbu e o maracujá da caatinga. A iniciativa, umas das maiores da região, vem sofrendo cortes do Ministério do Desenvolvimento Agrário, como explica a presidenta da cooperativa, Denise Cardoso. “Após o golpe estamos tendo dificuldades no acesso a políticas públicas. Até 2015 tivemos acesso a R$ 800 mil pelos programas. Dos R$ 25 milhões que eram investidos no Programa de Aquisição de Alimentos, hoje são apenas R$ 750 mil para todo o Brasil. É menos do que o total que só a nossa cooperativa acessava.” Mesmo com uma série de obstáculos que dificultam o desenvolvimento econômico da cidade e o bem-estar da população, o povo canudense demonstra resistência e orgulho da sua história, que é possível ver nas ruas, escolas e estabelecimentos da cidade que carregam o nome de Antônio Conselheiro. Canudos hoje se revela não apenas como uma parte do passado do Nordeste que vem se revelando, mas uma peça fundamental para entender a história do Brasil.
CIDADES I 10
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Brasil de Fato PE
Supersalários: 30% dos juízes pernambucanos recebem acima do teto DESIGUALDADE. A prática é frequentemente denunciada no alto escalão do Poder Judiciário Assis Lima/Ascom TJPE
O prédio foi inaugurado em 1974
Magistrados do TJPE receberam até R$ 60 mil só no mês de julho
Vinícius Sobreira
om direito a saláC rios mensais fora da realidade da popula-
ção brasileira, algumas pessoas que atuam na estrutura do Estado reivindicam auxílios que, ao serem somados ao salário, ultrapassam o teto legal. São os chamados “supersalários”. A prática é frequentemente denunciada no alto escalão do Poder Judiciário brasileiro. Em Pernambuco, no mês de julho deste ano, 28,6% dos magistrados recebem acima do teto constitucional. De acordo com levantamento realizado pelo site Poder360, em julho, 156 (ou 28,6%) dos 545 magistrados do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) receberam salários acima dos R$ 37.493,97, que é o salário bruto de um ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e, consequentemente, o teto sala-
rial para o funcionalismo público no Brasil. Os maiores salários do mês de julho no TJPE foram os do desembargador presidente do tribunal, Leopoldo de Arruda Raposo, com vencimento de R$ 60 mil; o desembargador Adalberto de Oliveira Melo, 1º vice presidente do TJPE, com salário de R$ 56 mil; e o desembargador Carlos Frederico Gonçalves de Moraes, que recebeu R$ 49,9 mil de salário só no mês de julho. O advogado Jefferson Abreu e Lima, membro da Frente de Juristas pela Democracia, questiona os benefícios concedidos ao que ele chama de “castas” de servidores públicos e pessoas em cargos políticos. Para o advogado, um país com as desigualdades do Brasil não suporta isso. “Se compararmos, enquanto a maior parte dos trabalhadores está lutando por direitos sociais bási-
cos, verdadeiras benesses estão sendo concedidas para essa ‘alta casta’ do serviço público”, ava-
lios, o debate voltou-se para a busca pela aplicação dessas mesmas benesses também ao Ministério Público”, aponta. Para Abreu e Lima, esses auxílios não podem ser tratados como direitos trabalhistas a serem preservados. “São tantos benefícios indiretos, como combustível, carro oficial, auxílio-moradia, benefícios de saúde e assistência e outros, que não dá para falarmos de direitos básicos. São excedentes, excessos”, opina o advogado. Na avaliação do jurista, o debate dos “supersalários” é uma oportunidade para pautar uma reforma administrativa. “Por que quando buscamos um direito, principalmente se é enfrentando a administração
Está em debate na Câmara Federal um projeto de lei para limitar os “supersalários” nas três esferas do Poder Público lia o advogado. Ele recorda também de um caso curioso, de que o debate dos “supersalários” do judiciário chegou ao Ministério Público e acabou sendo totalmente distorcido. “No MP, em vez de debaterem a legalidade desses auxí-
pública, precisamos recorrer ao Poder Judiciário através de demanda judicial, mas acontece tudo diferente quando é para conceder direitos aos próprios entes da administração?”, questiona. Abreu e Lima também compara com o contex-
to atual de crise no País. “No fim de 2016, enquanto a população estava protestando contra a PEC do Teto de Gastos, o TJPE instituiu uma nova verba remuneratória. Este ano, para a população, vemos a extinção dos direitos trabalhistas. Ou seja, enquanto se retira direitos básicos do cidadão comum, a ‘alta casta’ de servidores recebem benefícios sem limites e sem teto”, aponta. Uma resolução de 2006 do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), assinada pelo seu então presidente do CNJ Nelson Jobim, permite que verbas como auxílio-moradia, auxílio-funeral, diárias, indenização com transporte, ajuda de custo para mudança, entre outras, não sejam contabilizadas como salário, permitindo assim que os vencimentos mensais de juízes ultrapassem o teto.
Projeto de Lei
Está em debate na Câmara Federal um projeto de lei para limitar os “supersalários” nas três esferas do Poder Público. Criado por uma comissão especial do Senado em 2016, o projeto passou meses sem tramitar na Câmara, até que matérias publicadas em veículos de comunicação acabaram pressionando a Câmara a dar andamento ao PL. Para avançar na Câmara o documento ainda precisa passar por uma comissão especial para analisar o projeto. A comissão, no entanto, ainda não foi criada.
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
ENTREVISTA l 11 ENTREVISTA l 11
Geração de emprego é o maior mito da reforma trabalhista, diz vice-presidente da CUT MOBILIZAÇÃO. O Brasil de Fato conversou com a vice-presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Carmen Foro sobre alguns pontos da medida. Gaonzallo Arselli
Rute Pina, de São Paulo s mudanças na legisA lação feitas pela reforma trabalhista entram
em vigor neste sábado (11). Ainda existem alguns pontos nebulosos e alguns mitos em torno da proposta, sancionada pelo governo golpista de Michel Temer (PMDB) em julho. Brasil de Fato: Carmen, a reforma entra em vigor neste sábado. Você poderia dar exemplos que efeitos que o trabalhador já vai sentir de imediato a partir do momento que ela passar a valer? Carmen Foro: Para nós, primeiro, não é uma reforma. A ideia de reforma não é essa que nós temos. É um desmonte geral dos direitos dos trabalhadores. Segunda questão: nós entendemos que também há um sentido político com essas reforma e desmonte de neutralizar o papel do sindicato. Para nós, isso é
zia uma intervenção e assinava e validava a rescisão. Hoje, o trabalhador que fizer uma rescisão do contrato em uma empresa não necessita mais que o sindicato faça essa rescisão e assine essa homologação. Ele não sabe que também estará perdendo no ato em que assina um acordo com a empresa, estará perdendo um conjunto de direitos, inclusi-
A mídia vendeu uma ideia maravilhosa sobre a reforma que confunde as pessoas muito grave, em uma perspectiva de uma sociedade democrática. Então, falando dos contratos, falando da livre negociação, do negociado sobre o legislado, o sindicato tem um papel muito importante. Sempre que um trabalhador é demitido, em um exemplo concreto, o sindicato fa-
ve o direito ao seguro-desemprego ao fazer o acordo com o patrão, diretamente, sem nenhuma intervenção do sindicato. Isso é permitido a partir da lei aprovada no Congresso Nacional. Brasil de Fato: E, na sua visão, qual o maior mito na argumentação do go-
verno em torno defesa da reforma trabalhista? Carmem: Para mim, o mito é vender essa ideia de que a reforma gera emprego. Isso não é verdadeiro porque a ideia de que o custo é muito alto para garantir a empregabilidade, e portanto, se flexibilizar os patrões e os empresários poderão contratar mais, não é verdadeiro. Há uma cultura também nacional aqui já colocada de pouco investimento na produção e que não se transforma em verdadeiro quando você diz que flexibilizar direitos aumenta a possibilidade de emprego em um cenário nacional de desemprego, de encolhimento da economia e pouco investimento em várias áreas que poderiam significar crescimento econômico e geração de novos empregos. Em um cenário desses é impossível que pensar reforma para ampliar empregos seja verdadeiro. Isso é um mito dos empresários nacionais e do governo também de que a reforma e flexibilização trariam novos empregos. Outro mito é falar de
igualdade entre patrão em um cenário de selvageria do capitalismo. Não existe, não existiu e não existirá relação de igualdade entre patrão e empregado com a ausência do sindicato que é um instrumento fundamental para mediar esse processo e essa venda de que essa ideia é possível ninguém consegue acreditar nessa possibilidade. Brasil de Fato: Qual a estratégia das centrais para enfrentamento das consequências da reforma trabalhista no próximo período? Carmem: Nós estamos no período de negociação coletiva e salariais e nós não temos outro caminho, a não ser fazer um processo de mobilização local e enfrentamento aos patrões e desgastar essa lei. Sabe a ideia de quando uma lei não pega porque é muito ruim? Nossa tarefa na campanha em que estamos fazendo, de anulação da lei é, além de desgastar a lei, coletar 1,5 milhão de assinaturas, é dialogar diretamente com os trabalhadores. A mídia vendeu uma ideia maravilhosa sobre a reforma que confunde as pessoas e nós temos como tarefa de fundamental importância de ajudar a esclarecer os trabalhadores nas fábricas, nos locais de trabalho. É a tarefa sindical imprescindível no próximo período. Não tem como ficarmos de braços cruzados, precisamos nos levantar contra tudo isso, mobilizar organizar, aprofundando toda essa discussão sobre o prejuízo que essa lei traz para o
conjunto de trabalhadores e trabalhadoras. Brasil de Fato: Para além da reforma trabalhista, temos em pauta no Congresso Nacional a reforma da Previdência. Qual é a avaliação das centrais: É possível barrar ainda? Carmem: Antes de falar da Reforma da Previdência, é importante falar também que, não bastando só a reforma trabalhista com retrocessos de mais de 100 itens da CLT [Consolidação das Leis do Trabalho], o governo também edita a portaria que facilita o trabalho escravo — é o complemento do governo neste ambiente de retrocessos no mundo do tra-
A ideia de reforma não é essa que nós temos balho. Em relação à reforma previdenciária, eu acho que é muito importante nós contarmos como vitória todos os desgastes que nós fizemos e o debate que nós fizemos em relação à Reforma da Previdência. É claro que agora o governo mudou de tática: fatiar a reforma que estava apresentando como PLs [projetos de lei], medidas provisórias e decretos para tentar desmobilizar em torno da reforma da Previdência. Mas, tendo claro isso, temos que fazer o enfrentamento.
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
CULTURA | 12
Foto da Edição
Lutadora do Povo
“Eu sou Yalle e esse é meu amigo Batatinha, nós somos o Sapukai. Artistas de ruas e gostaríamos de trazer um pouco de música para vocês.Podemos cantar???
Foto: PHReinaux
AGENDA CULTURAL Cinema
Revolução Russa
Cultura
Encontro de Capoeira
o próximo dia 16 de noessa sexta (10), o VIII EnN vembro, o Doutor em Ncontro de Capoeira ReHistória Flávio Weinstein, da gional “Iê Viva Seu Bimba, caUniversidade Federal do Rio de Janeiro, estará no Recife para a exibição do filme “Dez dias que abalaram o mundo”. O evento, organizado pelo Partido dos Trabalhadores (PT) acontece no SINDPD, localizado na Rua Bispo Cardoso Ayres, 111, Boa Vista, no Recife.
Brasil de Fato PE
mará” celebra os 20 anos do Centro de Capoeira São Salomão. O convidado especial dessa edição é o Mestre Pombo de Ouro que completa, 50 anos de formado do Mestre Bimba. O evento inicia a partir das 19hs no Centro de Capoeira São Salomão, na Rua Amaro Gomes Poroca, Recife.
música
Soy loca por ti America o próximo sáN bado, a Marcha Mundial das Mulheres or-
ganiza o evento “Soy Loca Por ti América”. A entrada custa R$ 10. Além de música eletrônica, haverá também um bazar com peças a preços populares. O evento acontecerá na sede do Movimento dos Trabalhadores Cristãos, na Rua Gervásio Pires, 404.
Leon Trotsky Le
on Trotsky nasceu Lev Davidovich Bronstein, em 7 de outubro de 1879, na cidade de Ianovka, Ucrânia. Filho de agricultores judeus, inicia os estudos marxistas aos 17 anos e um ano depois dirige o Sindicato dos Trabalhadores do Sul da Rússia. Em 1902, deixa a família e foge com um documento falso, onde adotaria o nome que o tornou conhecido mundialmente. Em 1903, em Londres, casa-se com Natalia Sedova. Em 1917, sob o comando de Vladimir Lênin, Trotsky assumiu o Comitê Militar Revolucionário, comandando os soldados em todas as atividades militares. Suas operações bem-sucedidas o tornaram conhecido em todo o país como um grande chefe militar. Com a morte de Lênin em 1924, era um dos cotados para comandar a União Soviética, mas foi derrotado por Josef Stálin. Julgado por traição, em 1927, Trotsky foi expulso do Partido Comunista e teve que sair da Rússia. Encontra abrigo em Coyoacán, México, sob a guarda de Frida Kahlo e Diego Rivera. Em maio de 1940, sofreu um atentado a mando de Stalin, mas sobreviveu. Em agosto, um infiltrado, que dizia ser simpatizante do teórico surpreende Trotsky dentro da sua própria biblioteca com um golpe de picareta no crânio, o que levou a sua morte no dia seguinte. Até hoje, Leon Trotsky é lembrado pelos estudos militares e políticos sobre a Revolução Russa.
Brasil de Fato PE
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Variedades CULTURA l| 13 13
Raízes Nordestinas: arte como alimento para a luta camponesa TEATRO. Grupo formado por jovens de Sergipe levaram a luta em forma de arte para Mulheres do Semiárido participantes de encontro em Natal (RN) Isadora Mendes
do Semiárido brasileiro”, disse Glória Araújo, da coordenação da ASA. O encontro se utilizou da arte como estratégia de mobilização em vários momentos, com música, poesia, cordel e teatro. “Para mim o teatro é vida. Nos dias de hoje, que temos um presidente como Temer, eu não desistiria da cultura, da luta, temos que
“Encontro Mulheres do Semiárido: e a construção de tecnologias sociais de convivência” segue até esta quarta-feira Catarina de Angola, de Natal (RN)
ansei de ser do“C mesticada, quero andar com os próprios pés. Organizar a rebeldia e assim deixar de ser refém”. Esses são os versos cantados pelas atrizes Clara Santos, 12 anos, Leticia Rafael, 13 anos, e Marcela Soares, 18 anos,
ram doloridas histórias de mulheres que sofrem diferentes tipos de violência, mas que organizadas e em luta superam as opressões. “As Margaridas” é um dos textos do grupo teatral Raízes do Nordestinas, que reúne jovens das comunidades de Maranduba e Queimadas, de Poço Redon-
As mulheres são a resistência, sem feminismo não há convivência ao final da esquete “As Margaridas”, encenada por elas no “Encontro Mulheres do Semiárido”, realizado entre os dias 06 e 08 de novembro, em Natal (RN). No palco, com muita firmeza, as três meninas interpreta-
do, no Sertão de Sergipe. O grupo foi criado há 16 anos por jovens, filhos de camponeses e de agricultores e agricultoras familiares como forma de denunciar as injustiças e violências. “Nós do teatro
temos o papel de quebrar essas correntes, essas barreiras e dar coragem às mulheres para denunciar, de não sofrer mais aquelas agressões, de que aquilo não é normal você apanhar todos os dias, nem sofrer nenhuma forma de violência e sim enfrentar todas elas e quebrar esse patriarcado, esse machismo que tá sendo imposto na nossa sociedade”, explica Marcela. A esquete encenada no segundo dia do Encontro Mulheres do Semiárido tocou as mais de cerca de 120 mulheres presentes de vários estados da região que se perceberam nas falas e cenas da apresentação. O encontro foi realizado pelo Centro Feminista 08 de Março e pela Articulação Semiárido Brasileiro (ASA). “Esse encontro vai dar substância no sentido de caminharmos para a auto-organização enquanto mulheres
Para mim o teatro é vida buscar nossos direitos e lutar sem perder a ternura. E o teatro é vida, é força e união”, afirmou Leticia Rafael. O Grupo de Teatro Raízes Nordestinas integra uma das brigadas do Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) de Sergipe, que utiliza o teatro como ferramenta pedagógica para a atuação política. “Faço parte do grupo de teatro há quatro anos. Eu tinha nove anos quando comecei, era muito tímida, tinha vergonha de tudo e fui perdendo a timidez e interagindo. A experiência é muito acolhedora. Se um dia me dissessem que eu tinha que sair do teatro eu não ia querer”, conta Clara. Ela é uma das mais jovens atrizes do grupo, que conta também com uma
sede e um teatro construído pelo grupo em Poço Redondo, o único teatro do Alto Sertão Sergipano. O espaço é aberto para atividades da população da cidade, além dos cursos e formações oferecidas pelo Raízes Nordestinas. “Quando a gente fala da violência física às vezes as pessoas não entendem o que é, mas se eu chegar com as frases que o machismo e o patriarcado dizem, talvez a pessoa entenda de que violência eu estou falando. Então “As Margaridas” tenta trazer como no dia a dia existem diversos tipos de violência e de que você é capaz de superar. Então é inquietar, provocar e refletir sobre isso”, explica Euziane Rafael, integrante da coordenação pedagógica do grupo e uma das fundadoras do Raízes Nordestinas.
Feira Feminista
O encontro aconteceu durante três dias e reuniu mulheres de todos os estados do Semiárido brasileiro, para promover a troca de conhecimentos e práticas das mulheres da região. Na noite do segundo dia, uma Feira Feminista foi realizada mostrando a diversidade de produção das mulheres. Produtos beneficiados com doces, pães, bolos, geleias, artesanatos, sementes, licores e uma grande diversidade foi partilhada entre as participantes.
14 | VARIEDADES
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Horóscopo
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Folguedo do Sábado de Aleluia Partidário Tochas; exaltado archotes Ilhas chilenas ameaçadas pelo turismo
© Revistas COQUETEL
Ouros e copas (baralho)
Validade de uma lei Elemento da Pintura
Bomba incendiária gelatinosa
Semente andina rica em ômega-3
Em priscas (?): no passado (poét.)
O criador de Carlitos (Cinema) (?) e salvas: ilesas Animal da primeira O senhor clonagem do inferno Que tem (Mit.) asas (fem.)
Ativista polonesa e uma das fundadoras do Partido Comunista Alemão
C O
Guisado de galinha (bras.) Tola (fig.)
Abalo (?): terremoto (Geofís.)
Rudolf Nureyev, bailarino russo
Touro:
Gêmeos:
uita coisa está ficando fora do lugar, e para passar por esse próximo período você vai precisar se reinventar pois as coisas não devem voltar a ser como antes. Tenha paciência e escute o seu coração.
T
Centro comercial do Agreste sergipano
udo parece mais sensível do que já é né? E com isso podem surgir alguns conflitos. Parece que você está sendo empurrado para algo que não é seu, então preste atenção ao que você deseja, de fato.
Glândula responsável pela maturação dos linfócitos-T Hidrogênio (símbolo)
Câncer:
T
Graduado em curso universitário
Triture Embarcação como a piroga
udo está começando a fluir para que as coisas comecem a dar certo na sua vida, então aproveite! Não se contamine pelas incertezas dos que o cercam, e aproveite essa temporada de descobertas.
Leão:
É
um mês bastante intenso, e você deve pensar em projetos que devem falar de seus próximos anos, mas se decidem nesses dias. Aproveite sua racionalidade mas não alimente obsessões.
Rocha, em francês Indicador econômico
Virgem:
U
“(?) e Beijos”, seriado da Globo
Seguidor; acólito
m pouco mais de tranquilidade se aproxima, inclusive na questão financeira e afetiva. Mas não descuide por isso, aproveite para colocar algumas coisas no lugar, e dizer o que ainda não foi dito.
Libra:
3/roc. 5/ad hoc. 6/xinxim. 7/assecla. 9/itabaiana.
17
Solução
U
m período de transformação se coloca, mas a maior parte disso tudo vai ser vivido internamente. É tempo de preparação. Cuide da força necessária para implementar todas as mudanças Escorpião: que você tem desejado.
A
P A H
Sagitário:
quela hora de tirar tudo do lugar chegou de novo, e você deve começar com seus projetos guardados. Invista onde você sabe que tem potencial e não os desperdice mais com insegurança!
C G
M F A A L C H H A O Ç S Ã O A D L E A J D U A D A A S
L H O S
N V N A T I C A P A G O I A E R P L I N E M C R S X I N V EL H A E S TI R A H C A O B EM T E R A O C I M C AN E C L A
R O S A L U X E M B U R G O
S A P A T C O IM
S I S
BANCO
importante ter cuidado com suas relações mais próximas. Algo está para acontecer que vai tirar você e alguém importante do equilíbrio. Se algo não está bem, essa é a hora certa de sair do lugar. eve se sentir bastante cansado de uma rotina de bastante trabalho, ainda que com muita energia para botar em prática tanta novidades. Para os próximos dias: arrume um jeito de cuidar de sua saúde!
M
Peça de artilharia que atira granadas (?) de Souza, governador-geral do Brasil
Designado para executar uma tarefa específica (latim)
Áries :
É
D
Jovem a serviço do cavaleiro medieval
Imitara com intenção dolosa
Anúncio
Recife, 10 a 16 de novembro
R
Mensuro Os peixes servidos no sushi
Brasil de Fato PE
Capricórnio:
S
e alguém ou algo se perdeu, é hora de pensar nas novas possibilidades que já começaram a se configurar. Novas pessoas estão surgindo e serão essenciais nessa nova fase, mas não descuide de seu próprio espaço.
B VISITE NOSSA PÁGINA
Aquário:
oas ideias não param de surgir e de lhe encantar com suas possibilidades, mas tudo ainda é muito incerto e nem você sabe bem o que quer, não é? Aproveite os próximos dias para pesquisar e organizar.
A
facebook.com/brasildefatopernambuco Peixes:
lgo que você divide com alguém pode lhe trazer conflitos a mais nesses dias, incluindo bens materiais e dinheiro. Muitas características suas estão vindo à tona, se aproveite disso para se conhecer.
Brasil de Fato PE
ESPORTES | 1515
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
Maioria dos casos de racismo no futebol brasileiro ainda fica impune INTOLERÂNCIA. Observatório da Discriminação Racial no Futebol foi criado para mapear casos e acompanhar punições minação Racial no Futebol, uma iniciativa com o objetivo de monitorar e denunciar casos de racismo no futebol brasileiro. “O Observatório surgiu logo após aqueles sucessivos casos de racismo que envolveram os jogadores Tinga, Marcio www.sindsep-pe.comChagas e Arouca. Nasce a partir de uma pesquisa que faço na internet tentando encontrar as punições aos casos de racismo. E aí não encontrando essas respostas, e com bre esse tipo de intolerân- o passar do tempo, comeAndré Lobão, cia nos gramados e arqui- çamos a ampliar essa pesdo Brasil de Fato RJ bancadas ganhou espaço quisa e criamos um site quando as câmeras de TV onde conseguimos coloo Brasil, os casos registraram situações em car casos a partir de 2014 de racismo e injú- diversos jogos de ofensas e casos antigos e suas puria racial têm crescido contra vários jogadores. nições”, explica Marcelo em estádios de futebol. No mesmo ano foi criado Carvalho, criador do ObEm 2014, o debate so- o Observatório da Discri- servatório.
N
Recentemente, a família da jovem revelação do Flamengo, Vinicius Jr., foi vítima de racismo no clássico contra o Botafogo pela primeira partida das semifinais da Copa do Brasil, em 16 de agosto. O ato de racismo aconteceu quando a família do jogador, que ocupava um camarote no Estádio Nilton Santos, foi ofendida por insultos de um torcedor já identificado pela polícia, mas que responde a um inquérito policial em liberdade. Para Marcelo Carvalho, a sensação de impunidade tem razão de ser. “Se percebe que não existe uma punição efetiva para os envolvidos, tanto os torcedores quanto os clubes. Não existe
uma regra, então vai muito da cabeça de quem julga. Daí temos casos que são punidos e outros em que os acusados são absolvidos, em outros ainda, os clubes são envolvidos na punição e há situações em que só os torcedores são punidos”, critica. O observatorioracialfutebol.com.br traz mais informações sobre casos de racismo no futebol brasileiro. Lá é possível também assinar uma petição eletrônica para a ratificação da Convenção Interamericana Contra a Discriminação Racial e Formas Correlatas de Intolerância e da Convenção Interamericana contra Toda Forma de Discriminação e Intolerância.
Anúncio
INDS EP PE
Filiado à CUT e à CONDSEF
É preciso reagir à agenda de retrocessos
BOA PARTE DA SOCIEDADE BRASILEIRA ainda não se deu conta do que o governo federal está fazendo com o serviço RECIFE, NOVEMBRO DE 2017 público. E isso é muito sério e perigoso. Michel Temer está destruindo os serviços oferecidos gratuitamente à população. Depois que aprovou a Emenda Cons tucional 95/16 – que congela inves mento na máquina pública por 20 anos -, o governo resolveu acelerar o desmonte do setor público, cortando verbas de todas as áreas. Sem falar da falta de estrutura na maioria dos órgãos e das péssimas condições salariais e de trabalho enfrentadas pelos servidores. Destruir os serviços públicos tem como principal Rua João Fernandes Vieira, 67 - Boa Vista - Recife-PE obje vo a transferência de recursos públicos para o setor Fone: 3131.6350 | Fax: 3423.7839 privado. Dividir o tamanho do Estado é um ataque à população, que vai con nuar precisando desses serviços e não
vai ter. É a concre zação de um Estado para servir a poucos. Em bene cio de uma minoria, neste dia 11 de novembro entra em vigor a reforma trabalhista, que rasga a CLT, re rando direitos históricos da classe trabalhadora. Outro ataque brutal aos trabalhadores é a reforma da Previdência, que pra camente acaba com a aposentadoria. Seja contra o desmonte do serviço público, seja contra os ataques aos trabalhadores, a sociedade precisa reagir. Temos que ocupar as ruas e dizer que não aceitamos nenhum direito a menos. Nesta sexta-feira, dia 10, vamos todos para um grande ato público, às 9h, na praça do Derby, no Dia Nacional de Paralisação. A classe trabalhadora precisa se unir contra essa agenda de retrocessos que as forças que tomaram o poder querem implantar no Brasil.
16 | ESPORTES
Recife, 10 a 16 de novembro de 2017
GOL
NA GERAL Pesqueira
DE PLACA
Torcidas debatem Estatuto do Torcedor
WilliamsAguiar
UFC.
Brasil de Fato PE
este sábado (11.11) ocorre N o 2º encontro do Ciclo de Debates, que terá como tema
Vale vaga no Pernambucano
Recifense e mais PE Sub-20 chega às cinco brasileiros no semifinais este domingo (12) co- octógono pós duas fases de gru-
N nheceremos o cama noite deste sábado Apos, estão definidas peão do Pernambucano A2, N(11) cinco brasileiros as semifinais do Campeoa 2ª divisão estadual. A final lutam para subir no ranking nato Pernambucano Subconfronta Pesqueira e o Decisão de Bonito. No primeiro jogo, na última quartafeira (8), a Águia do Agreste venceu por 1x0, em casa, e largou na frente pelo título, que vale também a vaga na divisão principal do Pernambucano 2018. As equipes já haviam se enfrentado duas vezes no torneio, com empates em 0x0 e 1x1. Nos 12 jogos antes da final, o Decisão havia perdido apenas dois, enquanto o Pesqueira só perdeu um. A final tem início às 15h e será transmitido pela Federação Pernambucana de Futebol ao vivo no site.
da franquia UFC. No card principal, destaque para o pernambucano Raphael Assunção (25 vitórias, 5 derrotas). O atual nº4 do ranking de desafiantes do peso-galo (até 61kg) enfrenta o nº13 Matthew Lopez, dos EUA. Também lutam Junior Albini, o “Baby” (nº 12, com 12v, 2d) pelos pesos-pesados (até 120kg); Cezar “Mutante” Ferreira (12v, 6d) pelo pesos-médios (até 84kg); e, nos cards preliminares, Viviane “Sucuri” Pereira (13v, 0d) pelo peso-palha (até 52kg); e Marcelo “Mãozinha” Fortuna pelo meio-pesado (até 93kg).
Filipe Spenser
C
contra
Trilo rebaixamento inédito Triplo rebaixamento inédito
Q
ue fase do futebol pernambucano. Pela primeira vez na história podemos viver um rebaixamento triplo, com o Sport caindo para a Série B e Náutico e Santa Cruz chegando à Série C. Com trapalhadas de gestão de uns e soberba de outros, os três irmãos fizeram aventuras financeiras que o futebol não perdoa. Todos precisam crescer em gestão, ter mecanismos de transparência para evitar corrupção e aprender a explorar melhor as torcidas que têm, que poderiam colocar os três entre os clubes do Brasil com mais sócios em dia e público nos estádios. A Federação tem seu papel nessas mudanças. Um exemplo inspirador é o do futebol catarinense, que nos últimos anos viu cinco de seus clubes passarem (ou ficarem) pelas Séries A e B.
AGUARDANDO O CAMALEÃO
Stella Nascimento ssnascimento_24@hotmail.com
filipespenser@gmail.com
nfelizmente, a realidade é dura. Embora nunca se possa duvidar do Náutico, é inegável que a tendência é que no ano de 2018 disputemos a Série C. Afinal, é difícil acreditar que nessas últimas rodadas tenhamos um desempenho inédito, ainda mais sem a presença dos jogadores mais criativos do ano: Erick e Giovani. Assim, é fundamental ter em mente que o ano de 2018 já começou, principalmente quando a seletiva para a disputa do Copa do Nordeste – que vale pelo menos R$ 500 mil e, portanto, é extremamente importante para o clube – ocorrerá logo na primeira semana de 2018. Não há tempo a perder. A situação do Náutico não permite que o final do ano seja de férias ou recesso. Dado o curto espaço de tempo, é mais prudente já ter o técnico e começar o processo de renovação e seleção de jogadores.
GOL
UMA SEQUÊNCIA DE DESASTRES
2018 JÁ COMEÇOU
I
20. Neste domingo (12) temos Náutico x Sport e Serra Talhada x América. As vagas na final serão decididas na quarta-feira (15), na Ilha do Retiro e no Gileno de Carli. Na primeira fase, o Náutico liderou o Grupo C, o Sport liderou o Grupo B (tendo o América como 2º colocado) e o Serra Talhada foi o 2º no Grupo A. Na segunda fase o América liderou o Grupo D (com o Náutico em 2º) enquanto o Sport liderou o Grupo E (com o Serra Talhada em 2º). O Santa Cruz caiu já na primeira fase, sendo o 4º do Grupo B.
“Estatuto do Torcedor: defende ou criminaliza?”. A mesa de abertura terá falas de Thullyo Lima, da Torcida Jovem do Sport e da Associação Nacional de Torcidas Organizadas (Anatorg); do advogado e historiador Esequias Pierre; dos advogados Wilgberto Reis e Renan Castro; e de Eduardo Granja, ex-secretário de Esportes da Prefeitura do Recife. O encontro tem entrada gratuita e ocorre das 13h às 18h, no auditório do Sindicato dos Bancários, que fica na avenida Manoel Borba, nº 564, bairro da Boa Vista, no Recife.
om o título da coluna você deve estar imaginando que eu vou falar dos últimos dois jogos, quando o Santa Cruz perdeu duas grandes oportunidades de conseguir três pontos. Mas a sequência de desastres vem acontecendo desde o início do ano. O fato é que após a derrota para o Náutico ficou muito, muito mais difícil sair dessa situação toda. Mas enquanto houver chances a gente acredita, e por conta disso, os próximos doze pontos em disputa são essenciais para sair dessa zona da tormenta. Infelizmente não dependemos mais de nós mesmos. Mas se houver um esforço da diretoria em pagar mais um mês de salário e dos jogadores em correr, ainda dá. O problema são os ‘poréns’ que estão embutidos na minha suposição. 7 pontos separam o Santa Cruz da saída do Z4, 12 estão em disputa. Você ainda acredita?
Daniel Lamir
daniel.lamir@brasildefato.com.br
C
om uma temporada de altos e baixos, o Sport se estabilizou nos últimos meses. O problema é que se estabilizou por baixo. O nó está cada vez mais apertado. Desatar uma vitória na Ilha, por exemplo, é missão digna para um “herói do ano”. Os empecilhos têm sido muitos neste segundo turno. Desde falta de fôlego, de sorte e mesmo de futebol são os mais frequentes. E o Z4? Cada vez mais nosso. É surpreendente como num mesmo campeonato o discurso de um time conseguiu mudar mais que cor de camaleão brincando em bandeira LGBT. Por ondem cronológica: 1) “Quem sabe beliscamos algo no topo?”; 2) “Libertadores é nossa garantia”; 3) “Libertadores é foco”; 4) “Libertadores é sonho”; 5) “Z4 não preocupa”; 6) “Z4 preocupa, mas só dependemos de nós”; 7) “Z4 chegou e exige foco”; 8) “Z4 é pesadelo”; 9)...