PERNAMBUCO | Pág.9
Brasil é julgado por violações de Direitos Humanos do povo Xukuru Pernambuco
Recife,
23 de março a 6 de abril de 2017
ano 2
Entrevista | Pág.11 “Um livro chamado João” chega a Pernambuco Leia entrevista
edição 23
distribuição gratuita
Câmara aprova PL que libera terceirização ampla Divulgação
OPINIÃO | pág.02 Editorial: Águas para a vida, não para o agronegócio
CIDADES | pág.7 População da Zona Oeste do Recife sofre com novo modelo de ônibus
ESPORTE | pág.16 Por que as arquibancadas dos estádios estão vazias?
2 | OPINIÃO
Recife, 24 de março a 6 de abril de 2017
Brasil de Fato PE
EDITORIAL
Águas para vida, não para o agronegócio
SÃO FRANCISCO. A Inauguração de uma etapa da transposição abre um ciclo de luta pelo direito à água. O semiárido brasileiro entra em seu sexto ano consecutivo de seca considerada uma das mais severas dos últimos anos. A população dessa região convive com a estiagem por saber que o problema não é a seca, este fenômeno da natureza, mas sim a concentração de terras e de água, dois problemas estruturais que aprofundam as desigualdades sociais no sertão e colocam um grande desafio para a população dessas regiões. Neste último domingo, dia de São José , assistimos a milhares de nordestinos e nordestinas que se deslocaram para a cidade de Monteiro, no interior da Paraíba, para presenciar a Inauguração Popular da Transposição do São Francisco. O evento contou com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e da presidente democraticamente eleita Dilma Rous-
self, além de outros artistas e políticos e cerca de 50 mil pessoas de vários municípios e estados vizinhos. A obra da transposição foi iniciada em 2007 durante o segundo mandato do
O projeto se propõe a levar as águas do rio à locais onde antes ele não chegava deslocando-o de seu trajeto comum
antes ele não chegava, deslocando-o de seu trajeto comum. A proposta seria então amenizar a deficiência hídrica da região do semiárido. Nesse contexto, há quem dispute a “paternidade” da obra por saber de sua abrangência entre os estados de Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Por outro lado, a pergunta que os movimentos populares fazem desde o início desse grande empreendimento é: para quê e, principalmente, para quem esta obra foi feita? A transposição é a melhor maneira de solucionar o problema da falta de água no semiárido brasileiro? Como é possível desenvolver tecnologias que sirvam à convivência da população com o semiárido?
governo Lula e um trecho da obra foi entregue neste ano durante o governo ileSabemos que aquela regítimo de Michel Temer. O gião onde está localizado o projeto se propõe a levar as município de Monteiro há águas do rio a locais onde menos de 5% das reservas
hídricas do País, por isso, é inevitável não se emocionar ao ver a felicidade das pessoas com a chegada da água. Entretanto, sabemos também que o percurso do rio com a transposição facilita a captação de água por parte das indústrias do agronegócio que já concentram boa parte desse recurso, além do fato de que sua construção desalojou milhares de famílias e comunidades indígenas e quilombolas. O sorriso de tantas e tantos sertanejos comoveu o Brasil no último domingo. A esperança de que a seca a partir de agora não castigará tanto nos próximos períodos é o que dá forças para seguir mesmo em tempos de golpe e redução de direitos. No entanto, a inauguração dessa etapa da transposição se coloca nesse momento como o início de um novo ciclo de luta, a luta pelo direito à água, para que ela perma-
neça chegando nas torneiras das casas do povo e não das empresas. É momento de permanecer, do sertão ao litoral,
O sorriso de tantas e tantos sertanejos comoveu o Brasil no último domingo despertos, atentos e fortes contra todas as tentativas de retirar aquilo que é direito do povo. Que as águas do Velho Chico sirvam, afinal, para a vida e não para o lucro dos capitalistas do agronegócio.
Charge
Expediente
Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças
REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatopernambuco Correio: brasildefatopernambuco@brasildefato.com.br Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Elen Carvalho e Vinícius Sobreira Colaboração: André Barreto, Daniel Lamir, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Alan Tygel Revisão: Mariana Reis|Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine|Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruna Leite, Bruno Ribeiro, Camila Castro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Elisa Maria Lucena, Geraldo Soares, Glaucus José Bastos Lima, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Fernando de Melo, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho,Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Marcos Aurélio Monteiro, Margareth Albuquerque, Maria das Graças de Oliveira, Marluce Melo, Moisés Borges, Patrícia Horta Alves, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis| Tiragem: 40 mil Exemplares
Brasil de Fato PE
mandou
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GERAL l 3
Frase da Seman a
BEM
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omo estratégia de ampliação da luta contra os agrotóxicos, foi lançada na quinta-feira (16/03) a plataforma online #ChegaDeAgrotóxicos. A ferramenta possibilitará a coleta de assinaturas pelo site chegadeagrotoxicos.org.br. Elas irão servir como pressão para barrar o Projeto de Lei (PL) 6299/2002 de autoria do atual ministro da agricultura Blairo Maggi.
mandou
Mal
Divulgação
Eu nem sei se estarei vivo para ser candidato em 2018, mas sei que eles querem evitar que eu seja candidato. Eles que peçam a Deus para eu não ser candidato. Porque, se eu for, é para ganhar a eleição nesse país Lula, ex-presidente da República, ao inaugurar a transposição do Rio São Francisco, no sertão da Paraíba
Como você acha que a Reforma da Previdência vai lhe afetar?
“
Enquanto mulher e educadora me sinto afetada pois impõe a retirada de direitos adquiridos e aumento de desigualdade social. O mais grave é a mudança no tempo mínimo de contribuição para acessar a aposentadoria, de 15 para 25 anos. Querer equiparar a idade da aposentadoria de homens e mulheres é outro ponto negativo e injusto pois a maioria das mulheres brasileiras tem dupla jornada de trabalho. Julimagda da Silva Medeiros, pedagoga
P
ara o governo brasileiro. Em 2005, cerca de 312 mil crianças entre cinco e nove anos trabalhavam. Ao longo dos oito anos seguintes houve queda, chegando a 60 mil. No entanto, já em 2014, o número aumentou para quase 70 mil e, em 2015, o número de crianças nesta faixa etária que trocava a escola e as brincadeiras pelo trabalho ultrapassou os 78 mil.
Ricardo Stuckert
Divulgação
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É um absurdo, essa reforma acaba com a aposentadoria de nós, trabalhadores”
Daniel Felipe é segurança
4 | GERAL Mundo
Mobilização contra a reforma de Previdência No último dia 15 de março, dia de Mobilização Nacional contra a Reforma da Previdência, mais de 1 milhão de pessoas foram às ruas em todo o Brasil. No Recife, 40 mil pessoas ocuparam a Av. Conde da Boa Vista no período da manhã. Caruaru e Petrolina também registraram grandes mobilizações, puxadas pelas Frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, com articulação das centrais sindicais.
Plenária nacional da CMP
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os dias 21 a 26 de março, acontece a reunião da coordenação e plenária nacional da Central de Movimentos Populares, no Sindicato dos Bancários, no Recife. Delegados de todo o País estarão reunidos para avaliar a conjuntura, fazer o planejamento das lutas e preparar a organização do congresso nacional da Central. A CMP junto com movimentos sociais, CUT e sindicatos tem enfrentado os ataques aos direitos sociais dos trabalhadores.
ESPAÇO SINDICAL Paralisação Nacional
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Direito de Protesto no Brasil
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a tarde da sexta-feira (24/03), o Centro de Cultura Luiz Freire e o Centro Popular de Direitos Humanos realizaram um debate, a partir do relatório da pesquisa realizada pela Artigo 19 intitulada “Violações ao Direito de Protesto no Brasil: 2015/2016”. Participaram do debate membros da Artigo 19, do Ministério Público de Pernambuco e de movimentos sociais.
Encontro territorial do Centro Sabiá
O
Centro Sabiá realizou o seu Encontro Territorial nos dias 22 e 23 de março, no Centro de Formação Paulo Freire, assentamento Normandia, em Caruaru. O encontro, intitulado “Nenhum Direito a Menos – Pela continuidade das políticas de convivência com o semiárido e contra a reforma da previdência”, reuniu agricultoras e agricutores do Agreste.
Direitos de Fato
Formação e responsabilidade
Reforma da Previdência e os servidores públicos
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SINDMETRO-PE, Sindicato dos Metroviários de Pernambuco, aderiu no último dia 15 de março às paralisações nacionais contra a reforma da previdência do governo golpista de Michel Temer. Reunidos em assembleia Geral no dia 14, deflagraram 24 horas de paralisação dos serviços de metrô do Grande Recife para chamar a atenção da população para o nefasto plano do governo que visa tornar impossível que o trabalhador brasileiro consiga chegar à aposentadora e muito menos receber o seu valor integral.
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Sindicato dos Bancários de Pernambuco realizou no último final de semana (18 e 19 de março) a inauguração do curso “O Despertar da Paternidade: desejo, direito e compromisso” para a formação dos seus funcionários sobre paternidade responsável. O curso é pré-requisito para usufruir do direito à licença-paternidade ampliada de 20 dias. O curso é oferecido gratuitamente pelo sindicato aos seus associados e sua inscrição poderá ser realizada diretamente por telefone ou via endereço eletrônico.
erminado o debate dos impactos da Reforma da Previdência sobre as aposentadorias com a coluna da edição passada, vamos agora analisar as mudanças no sistema de Previdência para os servidores públicos. Diferente dos trabalhadores privados, grande parte dos servidores públicos (federal, estaduais e municipais) não se filiam ao INSS, mas têm um sistema próprio, com orçamento e regras próprias – apenas têm que respeitar as diretrizes gerais da Constituição. Em resumo, com a proposta inicial da Reforma da Previdência do governo golpista, a PEC 287 prevê o fim das diferenças entre os regimes da Previdência Social e as Previdências dos servidores. Ou seja, as regras que debatemos nas colunas passadas sobre idade mínima, tempo de contribuição, cálculo do benefício das aposentadorias, as novas regras sobre pensão por morte passam a ser aplicadas a todos os servidores públicos. É o fim da integralidade e da paridade se o teto de aposentadoria for o teto do INSS. Bom frisar que, nesse capítulo, o governo golpista já recuou após as manifestações do 15 de março: anunciou que irá avaliar a exclusão dos servidores estaduais e municipais da Reforma da Previdência. Só fica mais claro que a conta da crise econômica e da Reforma da Previdência fica para os trabalhadores pagarem. *André Barreto é advogado trabalhista em Recife
Mande suas dúvidas para: brasildefatopernambuco@brasildefato.com.br
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OPINIÃO I 5
Artigo
Artigo
As mulheres e a disputa pelos espaços de poder
“ Um rio que passou em minha vida”
Yanne Teles*
Marcelo Barros* deputados e senadores (11,2%). Nesse cenário, o Brasil ocupa a 154ª posição em um ranking internacional, elaborado pela União Interparlamentar que listou 190 países, sobre a participação da mulher nos parlamentos.
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dia 8 de março é o resultado de uma série de fatos, lutas e reivindicações das mulheres por melhores condições de trabalho e direitos sociais e políticos. Por conta dessas lutas é que as garantias dos espaços para as mulheres têm sido alcançadas. Acabamos de completar 85 anos da conquista do direito ao voto. O dia 24 de fevereiro de 1932 foi um marco na história da mulher brasileira, que foi consolidado na Constituição de 1934. Porém, já era uma luta antiga. A primeira eleitora registrada no Brasil foi em 1927, no estado do Rio Grande do Norte que passou na frente de todo o país. Em 2015 a presidenta Dilma Roussef incluiu, no calendário oficial brasileiro, o Dia da Conquista do Voto Feminino no Brasil, comemorado a cada 24 de fevereiro. Já quanto à representatividade, de acordo com dados captados na biblioteca do Senado, elegemos a primeira deputada em 1934 no estado de São Paulo. A primeira deputada negra foi eleita em Santa Catarina no ano de 1935. A primeira senadora no ano de 1981, Governadora, apenas em 1994, Rosena Sarney no estado do Maranhão. E em outubro de 2010 tivemos a primeira presidenta eleita, Dilma Roussef. Segundo o Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na composição atual da Câmara, das 513 cadeiras, somente 55 são ocupadas por mulheres (10,7%). No Senado, o percentual é um pouco maior. Das 81 cadeiras, 12 são ocupadas por mulheres (14,8%).São 67 mulheres entre os 594
O direito de votar e ser votada sem dúvida foi uma grande conquista, mas ainda não superamos à sub -representatividade das mulheres nos espaços de poder. E vale lembrar que a mulher negra ainda é sub -representada no parlamento. Através de políticas afirmativas, se conseguiu instituir cotas no sistema político para fomentar a inclusão das mulheres na política. Foi aprovada na legislação eleitoral a cota de gênero, que hoje é de 30%, válida para qualquer eleição
Acabamos de completar 85 anos da conquista do direito ao voto do poder legislativo. Porém, mesmo com as cotas, o percentual de mulheres eleitas é muito baixo, e embora representem 7 milhões a mais de votos, as mulheres ainda não têm representação proporcional a esse número no Parlamento. *Professora. Advogada, especialista em Direito Público e membro do Coletivo Nacional, Frente Brasil de Juristas pela Democracia.
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essa quarta-feira, 22, a ONU celebra mais um Dia Internacional da Água. Em vários países, devido à urgência do problema, as reflexões e eventos sobre esse dia ocupam toda essa semana. De fato, estamos em situação de risco. O sistema de vida no planeta Terra está ameaçado e a água se torna o bem mais precioso. Hoje, 1,1 bilhão de pessoas não têm acesso à água potável, e 2,4 bilhão de pessoas não contam com saneamento básico. Cada ano, seis milhões de pobres, dos quais quatro milhões de crianças, morrem de enfermidades ligadas a águas contaminadas. Até o ano 2025, conforme um estudo da ONU, esse problema afetará metade da humanidade. Há diversos motivos para esta crise. O planeta Terra tem 75% de sua superfície ocupada por oceanos, mas a água doce representa apenas 2,5% deste total. No último século, a população mundial aumentou muito e na maioria dos países, a urbanização se fez de modo descontrolado. Toda a população da humanidade se concentra ao redor das 217 bacias fluviais internacionais que irrigam o planeta. Por causa do crescimento demográfico e da poluição, nos últimos 30 anos, os recursos hídricos foram reduzidos em 40%. Da água disponível que tínhamos, a humanidade acabou com 5000 Km2. E muitos, ainda se comportam como se a água fosse um bem inesgotável. Usam os recursos hídricos de modo irresponsável e injusto.
A água é um recurso natural limitado e pode acabar. Tem valor econômico e competitivo no mercado. Não pode ser desperdiçada. Quase todos os países atualizam legislações sobre a água. Em vários lugares, por causa da água, há conflitos entre povos. Há quem diga que as guerras do futuro serão provocadas pela carência ou pelo domínio da água. Organizações não Governamentais e movimentos populares defendem que a água não deve ser mercantilizada – ela é mais do que uma mercadoria. Mais grave ainda seria privatizá-la, o que está ocorrendo em vários países, inclusive em várias regiões do Brasil. A Pastoral da Terra declara: “A água
O sistema de vida no planeta Terra está ameaçado e a água se torna o bem mais precioso é constitutiva do ser humano. É necessária à vida como um todo e ao meio ambiente. Por isso, ela é um direito natural, patrimônio da humanidade, dádiva divina e não obra humana. Por isso, ela não pode ser reduzida a uma mercadoria e a um bem particular. Nenhum ser humano pode arrogar a si o poder de negar a qualquer semelhante ou ser vivo este bem essencial à vida”. *Teólogo, monge beneditino e assessor de movimentos populares
6 | CIDADES
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Ocupação no Barro é a luta pelo sonho da casa própria MORADIA. Abrigando 2 mil pessoas, ocupação Carolina de Jesus resiste há mais de um mês arquivo LPJ
Vinícius Sobreira No dia 17 de fevereiro deste ano 250 famílias ocuparam um terreno abandonado ao lado do Terminado Integrado de passageiros do Barro, na Zona Oeste do Recife. A área de 12 mil metros quadrados pertence ao Governo de Pernambuco, que pretendia usar a terra na reforma do TI Barro, como parte das obras para a Copa do Mundo 2014. A reforma foi realizada, mas o terreno não foi utilizado, ficando abandonado por anos, até que as famílias, organizadas no Movimento de Trabalhadores Sem Teto (MTST), decidiram ocupá-lo reivindicando moradias populares. A ocupação se deu numa sexta-feira, mas o efetivo da Polícia Militar para reprimir
Marcha do Acampamento em Minas Gerais
os ocupantes era pequeno, devido a grandes eventos que aconteceriam naquele mesmo fim de semana. Ainda assim houve repressão, mas os ocupantes resistiram e a polícia recuou. Desde então mais famílias chegaram trazendo consigo o sonho de ter uma casa própria. Parte dos ocupantes vive no mesmo bairro, pagando – ou devendo – meses de aluguel.
INDS EP PE
Filiado à CUT e à CONDSEF
RECIFE, MARÇO DE 2017
Deputados ADALBERTO CAVALCANTI - PTB Facebook: /dep.adalberto.cavalcan ANDRÉ DE PAULA - PSD Facebook: /andre.depaula.50 AUGUSTO COUTINHO - SD Facebook: /augusto.cou nho BETINHO GOMES - PSDB Facebook: /be nho45 CARLOS EDUARDO CADOCA - PDT Facebook: /cadocadeputado CREUZA PEREIRA - PSB Facebook: /creuzafederal DANIEL COELHO - PSDB Facebook: /DanielCoelho45 DANILO CABRAL - PSB Facebook: /danilocabral4010 EDUARDO DA FONTE - PP Facebook: /dududafonte FERNANDO MONTEIRO - PP Facebook: /fernandomonteirope GONZAGA PATRIOTA - PSB Facebook: /DepGonzagaPatriota Rua João Fernandes Vieira, 67 - Boa Vista - Recife-PE
É o caso de Ana Cristina. “Eu moro de aluguel e não estou com condições de pagar. Essa situação é a mesma de muitos companheiros que estão aqui na ocupação”, afirma. Hoje a ocupação abriga 1.500 famílias. Ela afirma que o terreno era motivo de preocupação no bairro, já que nos últimos anos muitos estupros e assaltos aconteceram no terreno, que também era ponto de consumo e comércio de drogas ilícitas. “Estou dando graças a Deus por essa ocupação. Eu mesma fui vítima de assalto aqui nesse terreno. Só não fui estuprada porque corri”, recorda Cristina. “Depois da ocupação essa onda de assaltos, estupros e droga aqui no
terreno acabou”. Ela afirma que a reivindicação do grupo é a desapropriação do terreno abandonado em favor dos ocupantes.
Eu moro de aluguel e não tenho condições de pagar Para o militante do MTST Otho Paiva o momento político pede organização da classe trabalhadora para proteger os direitos e a própria população. “Estamos com gás para construirmos luta popular e organizar as pessoas que realmente precisam. E sabemos que quem precisa não são es-
sas pessoas que estavam de verde e amarelo em Boa Viagem pedindo a saída da presidenta Dilma”. Segundo o ocupante Carlos Manoel o diálogo com o Governo de Pernambuco avançou nas últimas semanas e os ocupantes estão próximos de comemorar a liberação do terreno. “A negociação está bem encaminhada. Só está faltando uma assinatura e a publicação no Diário Oficial”, comemora. Os ocupantes querem construir um habitacional do Minha Casa Minha Vida cujas obras sejam executadas pelos próprios ocupantes. “Depois da conquista do terreno a batalha será pelo recurso do Governo Federal para liberar a construção do Minha Casa Minha Vida. É a nossa meta”. Anúncio
Reforma da Previdência: Hora de pressionar parlamentares
O GOVERNO TEM PRESSA em aprovar a reforma da Previdência (PEC 287) e vem fazendo todo po de negociata com os deputados para que a matéria passe na Câmara o mais rápido possível. A população precisa acordar e agir da mesma forma, com pressa, para derrotar esse projeto. O caminho é pressionar deputados e senadores a votarem contra a PEC. Caso a reforma da Previdência seja aprovada, o brasileiro vai trabalhar até morrer, sem direito a se aposentar. Isso porque pela reforma, homens e mulheres terão que contribuir por 49 anos e ter no mínimo, 65 anos de idade para se aposentar. É isso que você quer? A hora de reagir é agora. Mande mensagem para os deputados e senadores e exija deles respeito e compromisso com a classe trabalhadora. Veja abaixo a relação da bancada pernambucana, com o endereço do facebook de cada parlamentar. Vamos encher o facebook deles e dizer que não aceitamos nenhum direito a menos. GUILHERME COELHO - PSDB Facebook: /guilhermepetrolina JARBAS VASCONCELOS - PMDB Facebook: /JarbasVasconcelos JOÃO FERNANDO COUTINHO - PSB Facebook: /joaofernandocou nho JORGE CÔRTE REAL - PTB Facebook: /jorgecorterealpe KAIO MANIÇOBA - PMDB Facebook: /deputadokaiomanicoba LUCIANA SANTOS - PCdoB Facebook: /deputadaluciana MARINALDO ROSENDO - PSB Facebook: /marinaldo.rosendo PASTOR EURICO - PHS Facebook: /deputadopastoreurico RICARDO TEOBALDO - PTN Facebook: /ricardoteobaldooficial SEVERINO NINHO - PSB Facebook: /DeputadoNinho4080 SILVIO COSTA - PTdoB Facebook: /SilvioCosta.PE TADEU ALENCAR - PSB Fone: 3131.6350 | Fax: 3423.7839
Facebook: /TadeuAlencar4020 WOLNEY QUEIROZ - PDT Facebook: /wolneyqueirozpe ZECA CAVALCANTI - PTB Facebook: /zecacavalcan PTB Deputados licenciados FELIPE CARRERAS (PSB Facebook: /FelipeCarrerasOficial SEBASTIÃO OLIVEIRA (PR) Facebook: /sebaoliveirajr BRUNO ARAÚJO (PSDB) Facebook: /BrunoAraujoPE MENDONÇA FILHO (DEM) Facebook: /mendoncafilhoPE FERNANDO COELHO FILHO (PSB) Facebook: /minminaseenergia Senadores ARMANDO MONTEIRO NETO (PTB) Facebook: /Armando-Monteiro-Neto FERNANDO BEZERRA COELHO (PSB) Facebook: /fernando.bezerracoelho HUMBERTO COSTA (PT Facebook: /humbertocostapt
CIDADES l 7
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População da Zona Oeste do Recife sofre com novo modelo de ônibus MOBILIDADE. Usuários que utilizam transporte público se sentem desassistidos Lídia Menezes
Catarina de Angola
E
m janeiro deste ano, o valor das passagens na Região Metropolitana do Recife aumentou em 14%. Hoje, para ir e voltar de ônibus da Zona Oeste do Recife, na tarifa A, por exemplo, para o centro da cidade, gasta-se R$ 6,40. Um valor alto,comparado ao do salário mínimo dos trabalhadores. Mas esse valor pode ser ainda maior, além de ter que pegar mais de um ônibus. É que desde o começo do mês de fevereiro, o novo Recife Consórcio de Transportes reduziu o itinerário de oito linhas da Zona Oeste do Recife. As linhas passam a fazer seus percursos até a Avenida Caxangá e de lá, a proposta é que os passageiros façam integração temporária com linhas que seguem ao centro da cidade, via o Transporte Rápido por Ônibus (BRT) ou três novas linhas de ônibus comuns que foram criadas. Além da redução do percurso, as linhas perderam número de ônibus. Há linhas com um só veículo fazendo o trajeto até a Caxangá. Mas desde de sua implementação, usuários da Zona Oeste não estão satisfeitos. Para fazer a integração temporária, o usuário precisa ter
Na Avenida Caxangá há obras de mobilidade inacabadas o Vale Eletrônico Metropolitano (VEM), e há o tempo de duas horas para fazer a integração, caso não o faça, terá que pagar outra passagem e não pode usar o BRT. “Já vi pessoas reclamando do sistema, dizendo que cobrou outra passagem em seu cartão no momento da integração”, conta Ricardo Vandré, engenheiro ambiental e usuário de ônibus. A população do bairro do Engenho do Meio chegou a fazer uma mobilização contra as alterações. O Grande Recife quer por em prática 2010 obras que estavam no plano de mobilidade para a Copa do Mundo de 2014. Já são sete anos desde o lança-
O Governo Temer quer fazer você trabalhar até morrer
mento do plano e muitas estações de BRT não estão completas e, com isso, não estão sendo utilizadas. Existem ainda terminais de integração não concluídos, como o terminal que fica no bairro do Cordeiro na própria Caxangá. Dessa forma, o desembarque dos passageiros que vêm das oito linhas de diversos bairros e localidades da Zona Oeste tem sido feito na rua e de lá vão até a estação do BRT ou ficam na parada esperando outro ônibus, já que quem vai para a Avenida Conde da Boa Vista não pode pegar o BRT. Para a estudante Ana Karolina Soares a mudança deixou o serviço de transporte público mais complicado. Antes da
mudança já sentia a lotação nos ônibus, agora ficou pior. “Uso a linha Roda de Fogo, e achei a mudança dos ônibus desvantagem. Quando as linhas eram diretas subúrbio e centro, não ia sentada, mas era mais organizado. O problema é que a gente tem que pegar mais de um ônibus pra chegar ao mesmo lugar de antes, tendo que andar ainda mais. Ficou pior pra mim porque mesmo mudando, a quantidade de pessoas e a lotação do ônibus continuam as mesmas, e até maior”, explica. A queixa dos usuários da Zona Oeste com relação ao sistema de ônibus não é de agora. Anos atrás, antes das obras de estações do BRT, utilizavam de seus bairros um ônibus para o centro da cidade, com um corredor exclusivo que era na Caxangá. Os ônibus já viviam lotados e não eram suficientes, mas existia o corredor e o impacto do trânsito nos ônibus era menor. Com as obras para a construção das estações do BRT ficou caótico. As obras demoraram muito e todos, passageiros de ônibus ou motoristas nos carros sentiam a lentidão do trânsito. As paradas foram transferidas em regime temporário para as calçadas da Avenida
Caxangá, com isso passageiros ficavam sob o sol ou chuva esperando os ônibus em paradas improvisadas. “Em relação ao engarrafamento não mudou nada. Nos horários de pico o transtorno continua, desde a espe-
O problema é que a gente tem que pegar mais de um ônibus pra chegar ao mesmo lugar de antes, tendo que andar ainda mais ra do ônibus até chegar em casa. Tenho que sair mais cedo e isso atrapalhou bastante”, conta Ana Karolina, sobre o trânsito. À noite, o medo da violência também aumenta por conta da exposição nas paradas da Caxangá. “A pior parte é a volta à noite. É muito esquisito e mesmo com muita gente na rua não estamos livres dos assaltos e da violência urbana. A vantagem era pegar apenas um ônibus e chegar até o destino sem ter que descer de parada em parada até em casa”, diz. Anúncio
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8 | PERNAMBUCO
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Ato de posse de terras acontece após 19 anos de resistência REFORMA AGRÁRIA. O poder popular dos agricultores mostrando que a luta é para valer Divulgação Acervo MST
Flávia Torres, de Moreno
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a sexta-feira (10), camponeses ligados ao Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) dos assentamentos Ernesto Che Guevara, localizado em Moreno, Região Metropolitana de Recife, comemoraram a imissão de posse de suas terras. Cerca de 940 hectares foram desapropriados da Usina Bulhões em benefício de 175 famílias, a decisão do Incra era aguardada desde 1998. O agricultor de 68 anos José Severino de Santana, que fez parte dos trabalhos de base no assentamento desde essa época, fala de sua expectativa a partir de agora “eu quero ficar aqui nessa terra até morrer”. Já dona Sebastiana Antônia da Silva que aguardou a decisão por 17 anos diz, “estou muito feliz e emocionada, até já chorei de alegria”, isso resume o sentimento de todos os assentados. Além disso, há muito tempo não se festeja uma imissão de posse, a última foi em 2014, logo o dia foi de muita comemoração pela conquista. Na solenidade estiveram presentes o presidente do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) Leonardo Góes, o superintendente do Incra em Recife Heliodoro Daltino, o secretário de agricultura e reforma agrária de Pernambuco Nilton Mota, o atual prefeito de moreno Vavá Rufino e o vice Arthur Mendonça, além do representante da direção nacional do MST Jaime Amorim. Na ocasião, Leonardo
Há 19 anos, 175 famílias lutavam pela terra aguardavam a decisão do Incra faz uma retrospectiva até então “A última vez que vim a Recife foi para tratar do conflito para o qual não se sa-
eu quero ficar aqui nessa terra até morrer bia a solução, viemos há um ano atrás discutir com a usina e os trabalhadores, montamos uma estratégia e hoje estamos concretizando.” e acrescenta que “Para o Incra isso é uma felicidade, alimenta nosso trabalhando de cumprir nosso papel como governo e funcionário público de fazer avançar a pauta da reforma agrária. Entregar um imóvel tão importante, numa área metropolitana de alta valorização imobiliá-
ria, onde as famílias vão poder produzir alimento para a grande Recife é o nosso desejo. Obviamente, a gente sabe que tudo isso só foi possível graças a persistência e a luta dos trabalhadores que conseguiram resistir por tantos anos debaixo de uma lona.”, afirma. Segundo relato de Jaime Amorim, a primeira ocupação das terras do Engenho Poço Dantas e Várzea do una foi em março de 1998. Quando os assentados foram violentamente despejados. Em 2008, voltaram a ocupar as terras do engenho reivindicando que eram improdutivas, dessa vez permanecendo lá definitivamente. Vários acampamentos se estabeleceram naquela localidade pela desestruturação da fazenda, que entrou com pedido de falência em 2010. No final de 2015, os assentados propuseram ao Incra a troca das dívidas da usina
por terras, de acordo com a lei 13.105/2015 de adjudicação de terras. Segundo a as-
Cerca de 940 hectares foram da Usina Bulhões em benefício de 175 famílias, a decisão do Incra era aguardada desde 1998 sessoria do Incra, a demora na imissão ocorreu, sobretudo, porque o imóvel não foi
decretado pela presidência da república como de interesse social para fins de reforma agrária no ano de 2015 nem como recursos judicial por parte dos proprietários. Então em 2016, o Incra iniciou o processo de avaliação do valor imóvel. Contudo, conjunturalmente se sabe que um dos fatores que influenciaram o atraso da liberação do benefício foi a medida cautelar aprovada pelo Tribunal de Contas da União (TCU), em de abril de 2016, por conta de indícios de irregularidades no Programa Nacional de Reforma Agrária. Com a decisão revogada em setembro do ano mesmo ano, os trabalhadores rurais do assentamento Che Guevara de Moreno só puderam receber o benefício agora. Ainda segundo o Incra, já existem decisões judiciais favoráveis de três imóveis rurais: Fazenda Jerimum, em Jataúba, Fazenda Santa Rosa, em Bezerros, e Engenho Fertilidade, em Palmares. Aguardando apenas o agendamento do oficial de justiça para a entrega da imissão de posse.
HOMENAGEM Alguns acampados morreram durante tantos anos de luta, e não puderam ver a vitória chegar. Entre eles, o nome de Luiza Ferreira se destaca, por isso foi escolhido para batizar a brigada do assentamento, como forma de homenagem. Luiza era dirigente do MST na Mata Norte, em Aliança e foi assassinada pelo machismo do marido, que se matou em seguida.
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Brasil é julgado por violações de Direitos Humanos do povo Xucuru TRIBUNAL. É a primeira vez que o País é julgado pela Corte Interamericana de Direitos Humanos Vinícius Sobreira
cluiu a desintrusão total da área e nem garantiu a posse da totalidade do território ao povo Xukuru, que ainda sofre com a presença dos posseiros na terra. O problema se arrasta desde a promulgação da Constituição Federal de 1988, que deveria garantir os direitos dos povos indígenas. Esse tempo foi marcado por grande violência e pela criminalização dos indígenas. Entre 1992 e 2003, cinco indí1500 famílias ocupam o terreno Da Redação com informações do CIMI
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a terça-feira, 21 de março, a luta dos Xukuru para garantir seu território teve um importante capítulo: o Estado Brasileiro foi julgado na Corte Interamericana de Direitos Humanos. É a primeira vez que um povo indígena consegue processar o Brasil pelas violações que comete. O caso dos Xukuru foi denunciado à Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) em 2002. Divulgado em julho de 2015, o relatório de mérito do caso conclui que o Estado brasileiro é responsável pelas violações de direitos do povo Xukuru e faz recomendações, não cumpridas até hoje. Por isso, em março de 2016, a CIDH decidiu submeter o caso à Corte Interamericana. A audiência desta terça-feira foi a primeira e será a única durante todo o julgamento do caso. Depois dela, os representantes das vítimas e os representantes do Estado ainda têm até o dia 24 de abril para apresentarem novas alegações, por escrito, para que então a corte emita sua sentença sobre o caso, condenando ou absolvendo o Brasil das acusações.
O povo Xukuru sofre com mais de três séculos de espoliação e morte, na Serra do Ororubá, em Pesqueira (PE). Foi nos anos 1980 que essa trajetória começou a mudar. A nomeação de Xikão como cacique permitiu que os Xukuru se articulassem me-
É a primeira vez que um povo indígena consegue processar o Brasil pelas violações que comete lhor e, após quase 20 anos de luta, em 2001, conseguissem a homologação dos 27.555 hectares em que vivem. Nessas terras existem mais de 11 mil indígenas que lutam diariamente contra o preconceito e a violência para manter sua cultura viva. Até o momento, o Estado não con-
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genas Xukuru foram mortos diretamente em função da luta pela terra. A situação se complica ainda mais porque há 45 processos judiciais de antigos ocupantes que pedem as terras de volta, criando uma grande insegurança jurídica para os indígenas que lá vivem. A advogada do Conselho Missionário Indigenista (CIMI), Caroline Hilgert, durante o julgamento, afirmou que “o caso Xukuru revela
o gargalo da estrutura normativa, apontada nessa corte pelo próprio perito do Estado, ao destacar que no sistema atual, mesmo depois do reconhecimento formal, o Estado não exerce a proteção dos povos e de suas terras. Isso significa que a demarcação é um ato declaratório e não demarcatório, como reconhece a Constituição”.
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Projeto da era FHC é aprovado pela Câmara e libera terceirização ilimitada PERDA DE DIREITOS. Medida foi encaminhada à Câmara em 1998 pelo ex-presidente e aprovado no Senado em 2002 ceirizados. A medida faz com que a empresa contratante seja “subsidiariamente responsável pelas obrigações trabalhistas referentes ao período em que ocorrer o trabalho temporário e em relação ao recolhimento das contribuições previdenciárias”, diz o texto.
Debate A discussão do projeto foi iniciada na manhã desta quarta (22), a discussão da matéria foi iniciada com resistência da oposição. O deputado Alessandro Molon (Rede-RJ) criticou o projeto e disse que a iniciativa vai fazer com que a maioria das empresas troque os contratos permanentes por temporários. “Essa proposta tem
Da Agência Brasil
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esmo sob forte protesto da oposição, o plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta (22) o Projeto de Lei (PL) 4.302/1998, de autoria do Executivo, que libera a terceirização para todas as atividades das empresas. O projeto foi aprovado por 231 a favor, 188 contra e oito abstenções. Após a votação dos destaques, o projeto, que já havia sido aprovado pelo Senado, seguirá para sanção presidencial. Pelo projeto, as empresas
poderão terceirizar também a chamada atividade-fim, aquela para a qual a empresa foi criada. A medida prevê que a contratação terceirizada possa ocorrer sem restrições, inclusive na administração pública. Atualmente a legislação veda a terceirização da atividade-fim e prevê que a prática possa ser adotada em serviços que se enquadrarem como atividade-meio, ou seja, aquelas funções que não estão diretamente ligadas ao objetivo principal da empresa. Trabalho temporário O projeto que foi aprova-
do pelo plenário da Câmara também modifica o tempo permitido para a contratação em regime temporário dos atuais três meses para 180 dias, “consecutivos ou não, autorizada a prorrogação por até 90 dias, consecutivos ou não, quando comprovada a manutenção das condições que o ensejaram”, diz o projeto. Decorrido esse prazo, o trabalhador só poderá ser contratado novamente pela mesma empresa após 90 dias do término do contrato anterior. O texto estabelece a chamada responsabilidade subsidiária da empresa contratante em relação aos funcionários ter-
cer e rebateu as críticas. De acordo com o deputado, o projeto não retira direitos. “Faço um desafio: apontem dentro do texto um item sequer que retire direitos dos trabalhadores. Não existe”, disse. O líder do governo, Aguinaldo Ribeiro (PP/PB), defendeu o projeto com o argumento de que a medida vai ajudar a aquecer a economia, gerando novos empregos. “O Brasil mudou, mas ainda temos uma legislação arcaica. Queremos avançar em uma relação que não tira emprego de ninguém, que não vai enfraquecer sindicatos. Eles também vão se modernizar”, disse.
Projeto de 1998
Essa proposta tem por objetivo uma contratação mais barata, precarizando e negando direitos por objetivo uma contratação mais barata, precarizando e negando direitos. O próximo passo é obrigar que os trabalhadores se transformem em pessoas jurídicas, abrindo mão de férias, licença-maternidade e outros direitos”, disse. No início da tarde, o relator Laercio Oliveira (SDSE) apresentou o seu pare-
Originalmente, o projeto foi encaminhado à Câmara em 1998 pelo ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) e aprovado no Senado em 2002. Deputados contrários ao projeto criticaram a votação da proposta 15 anos depois e chegaram a defender a apreciação de outro texto, em tramitação no Senado, que trata do tema.
“Já votamos essa matéria aqui e aprovamos uma matéria que foi para o Senado e que é muito diferente desse projeto que está na pauta aqui hoje. Essa matéria não passou pelo debate dessa legislatura e seguramente representa um duro ataque aos direitos dos trabalhadores”, disse a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ).
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ENTREVISTA l 11
“ Um livro chamado João” chega a Pernambuco
GOLPE. O advogado Aton Fon e o publicitário Manuel Cyrillo realizaram em março uma jornada de lançamentos no Nordeste BDF
ministério atendendo a interesses da burguesia, essa burguesia iria manter uma fidelidade àquele governo, mantendo essa fidelidade, o “dispositivo militar democrático”, seria suficiente para cortar as asas do golpe. A história mostrou que não foi, assim como a história mostrou agora nessa etapa que nós estamos vivendo que também as alian-
Monyse Ravena GOLPE. O advogado Aton Fon e o publicitário Manuel Cirillo realizaram em março uma jornada de lançamentos no Nordeste Monyse Ravena
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on e Cirillo militaram na Ação Libertadora Nacional (ALN) ao lado de Carlos Marighella, ambos ficaram presos por 10 anos. Nesse período junto com outros companheiros conceberam o livro: “ A Repressão Militar-Policial no Brasil: O livro chamado João “. Nessa conversa com o Brasil de Fato eles contaram um pouco do contexto social e político do Golpe de 1964 e o paralelo com os dias atuais. BF – Que circunstâncias sociais e políticas permitiram que o golpe de 1964 se concretizasse? Manuel: Objetivamente o golpe de 1964 foi consumado em 1964, toda a formação e a preparação dos principais articuladores do golpe vêm de muito antes, podemos dizer que começa até na Segunda Guerra, quando oficiais do exército brasileiro da Força Expedicionária entram em contato com oficiais americanos, aí passa a existir toda uma política de grande interesse americano. Depois da guerra, os oficiais brasileiros passam a ser chamados para visitar e estudar nos Estados Unidos. Quando Jango assume ele tem o compromisso de governar sobre o regime parlamentarista, mas ele consegue emplacar o plebiscito e nós ganhamos e aí volta a ser implantado o regime presidencialista e poucos meses depois vem o golpe definitivo, em plena
ascensão do movimento popular. Fon: Recuperando um pouco a crítica que Marighella fez ao Partido Comunista Brasileiro (PCB) quanto a sua inação quando sobreveio o golpe de 1964: está claro que naquele momento havia um certo consenso no movimento de massas que era condu-
O golpe é deflagrado devido a burguesia do Brasil nas suas relações com o imperialismo zido pelo Partido Comunista, eu digo isso já traçando um paralelo com a situação em que vivemos no atual momento. O golpe é deflagrado devido à burguesia do Brasil nas suas relações com o imperialismo também ser um setor que naquele momento se orientava em buscar o que fosse possível extrair do governo João Goulart. Nesse momento entram em choque os interesses desenvolvimentistas naquele governo que tinha interesses de uma fração da burguesia que buscava espaço também para se construir aqui no Brasil em dis-
cordância com o imperialismo. Na verdade não era que elas tivessem interesses inconciliáveis, o problema é que a própria existência desse setor da burguesia buscava apoio na existência de um mercado interno e não era só eles, a própria Cepal (Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe) naquele tempo também apontava isso. Aqui já conseguimos estabelecer um paralelo com a situação que a gente vive agora. Mas um outro paralelo que temos que ressaltar é que o grande erro que cometeram as esquerdas, cometeu o Partido Comunista Brasileiro que era o partido de esquerda amplamente hegemônico naquele período. Não foi, ao contrário do que muitos falam, o fato de ter feito uma aliança com essas correntes populares, correntes populistas, mesmo com essa fração burguesa. Na verdade o erro que foi cometido não foi o de ter participado de uma tal aliança e sim de não ter cuidado de construir a força própria dos trabalhadores, para que o proletariado e o campesinato pudessem resistir a um golpe que todos sabiam que ia acontecer. É por isso que em 1964 quando vem o golpe militar, que já era amplamente esperado, o Partido Comunista estava acreditando simplesmente no dispositivo militar democrático porque achava sinceramente que estando o governo com João Goulart, estando aquele
O João tenta mostrar a criação e a consolidação desse aparato repressivo ças que eram feitas pelos governos do PT com o o PMDB, o PSB buscando alianças para sustentar esse governo, de nada valeram quando o golpe é articulado e desfechado, porque a grande burguesia interna brasileira transita para o apoio ao golpe, desejosa de garantir sua própria existência, então ela transita para o apoio ao golpe, como também o PT nos governos Lula e Dilma. Nenhum dos dois cuidou de ter ações para que as massas fossem educadas também nesse processo e pudessem também ser organizadas para enfrentar um golpe que eles também deveriam saber que viria e que a esquerda, inclusive a esquerda que combatia o governo do PT também sabia que viria, ou seja, a esquerda como um todo produziu neste período agora o mesmo erro que o PCB cometeu antes do golpe de 1964. Nesse sentido não valeram pra nós os alertas de Marighella em 1964, não valeram o ensinamentos de Marighella no livro “A Crise Brasileira” e nós acabamos
cometendo também esses mesmos erros. É importante ressaltar o seguinte, como diz Marighella: o erro não esteve em celebrar essas alianças, mas o erro esteve em que, celebrando essas alianças a reboque da burguesia, não construíram uma força que pudesse dar ao proletariado e ao campesinato a vanguarda dessa aliança, a hegemonia dentro dessa aliança e a condução do processo. Acho que tanto para 1964 quanto para agora esse foi o erro fundamental. BF – Como foi a construção do aparato repressivo em 1964? Manuel: O João tenta mostrar a criação e a consolidação desse aparato repressivo. Para que o assalto ao poder se consolidasse eles tiveram que dominar todas as instâncias da administração. No Brasil, nessa época, se prendia gente em estádios de futebol, as cadeias estavam tão cheias que eles tinham que se valer dos estádios de futebol, prendiam gente em navios, se fala em 50 mil presos na ocasião do golpe. Com a tomada do poder e a repressão inicial eles pararam um pouco, mas falava de espírito democrático nacional. Eles transformaram cada política em objetivos nacionais. A partir da consolidação do golpe, que também é muito próximo do que pode estar acontecendo hoje, a repressão não era generalizada, reprimem quem eles querem. Assim foi surgindo a estrutura do estado, um dos primeiros organismos repressivos que eles estruturam é o SNI (Serviço Nacional de Informação) e cada Ministério passa a ter seu próprio serviço de informação, quando a resistência passou a tomar novos rumos.
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FOTO DA EDIÇÃO
Os ex-presidentes Lula e Dilma Rousseff viajam para Monteiro-PB para a inauguração popular da transposição do Rio São Francisco Foto: Ricardo Stuckert
AGENDA CULTURAL Artes Plásticas
Literatura
Música
Exposição sobre Revolução de 1817
Sambada de Coco em Olinda
Mulheres da Imagem
Para celebrar o Bicentenário da Revolução Pernambucana, a Caixa Cultural Recife recebe a exposição ‘O Recife Através dos Tempos’, assinada pelo artista plástico Terciano Torres. A mostra traz gravuras em nanquim retratando a evolução urbana e o desenvolvimento sociocultural da cidade. A visitação é gratuita e pode ser feita das 10h às 20h de terça a sábado e das 10h às 17h aos domingos.
O Coco de Toré Pandeiro do Mestre realiza show no dia 1 de abril, às 20h, na Odara Comedoria, localizada na Rua São Bento, em Olinda. O show marca a volta do grupo aos palcos e tem objetivo de levantar recursos para pagar a produção do segundo CD do grupo. Os ingressos custam R$ 10,00 e podem ser adquiridos na hora.
No próximo sábado (25/03), acontece o II Diálogos das mulheres da imagem, no Sexto Andar do Edifício Pernambuco, a partir das 14h. No momento, Adelina Pontual (criação em cinema), Pri Buhr (criação em fotografia) e Karolina Pacheco (criação em artes visuais) mediarão a conversa sobre os processos de criação, discussões sobre estética e política. A participação é gratuita e aberta para todas as mulheres.
Lutadora do Povo
LOURDES MARI A WANDERLEY PONTES
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ilitante do PARTIDO COMUNISTA BRASILEIRO REVOLUCIONÁRIO (PCBR). Nasceu em Olinda, Pernambuco, em 31 de março de 1943. Estudou o primário e o ginásio no Recife, não chegando a concluir seus estudos por seu envolvimento político a partir de 1968. Em 23 de fevereiro de 1969 casou-se com Paulo Pontes. Devido à repressão política, mudaramse para Natal, RN, ali vivendo por algum tempo. Novamente perseguidos, em fevereiro de 1970, mudaram-se para Salvador, BA. No mesmo ano, Paulo foi preso e Lourdes mudou-se para o Rio de Janeiro. Morta aos 30 anos de idade, no Rio de Janeiro, em circunstâncias ainda não esclarecidas, em 29 de dezembro de 1972, junto com Valdir Sales Saboya. Segundo a repressão, teriam sido mortos no “aparelho” da Rua Sargento Valder Xavier de Lima, n° 12, fundos. O corpo de Lourdes entrou no IML como Luciana Ribeiro de Almeida, pela Guia n°08 do DOPS. Sua necrópsia foi feita, em 30 de dezembro de 1972, que confirmam a versão oficial de morte em tiroteio. Em 10 de abril de 1978, seus restos mortais foram levados para um ossário geral e, em 1980/1981, para uma vala clandestina, junto com cerca de 2.000 outras ossadas de indigentes.
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Reza: arte-ofício de curar
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TRADIÇÃO POPULAR.Rezadeiras e benzedeiras são figuras importantes para a cultura e religiosidade em Pernambuco Divulgação
rezando nos três dias e ofereci a Nosso Senhor e Nossa Senhora. Daí o povo ficou todo em cima de mim. Até adulto eu rezava”.
Elen Carvalho
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s rezadeiras ou benzedeiras são senhoras – há poucos relatos de homens nesse ofício – que têm importância no cuidado com a comunidade em que vivem. Mistura de saberes, dom e solidariedade compõem a arte-ofício da reza ou benzimento. Em Pernambuco, tais figuras estão no cotidiano tanto de quem mora no campo, quanto de quem mora nas periferias dos centros urbanos. São figuras que inspiram respeito e confiança. Como é o caso de Severina Ramos de Santana, 82 anos, mais
Se chegasse na minha porta pedindo, prontamente rezava, alegre e satisfeita da vida
As curas oferecidas pelas benzedeiras são diferentes pelo fato de usarem a oração
Eu sou de fazer bondade, não perversidade
Dona Dida
to curiosa. De tudo que eu queria fazer eu conseguia. Tinha um santo muito forte eu quando era jovem. Então deu isso na minha cabeça, de rezar. Meu primeiro afilhado adoeceu, né. Aí a mãe dele estava aperreada. Aí fui lá. Quando cheguei, olhei asconhecida como Dona Dida. sim pra ele e pedi pra ela busEla começou a rezar com 25 car um galho de pinhão. Peanos. “Fui uma pessoa mui- guei o galho de pinhão e re-
zei o menino, o Gilson. Então, quando foi lá pra mais tarde o menino estava melhor”, conta Dona Dida. “Agora eu não sabia reza desse negócio assim de olhado. Então, a reza que eu rezei foram três PaisNossos e três Ave-Marias. Eu disse também: Nosso Senhor quando veio ao mundo curou três coisas: olhado, vento caído e carne trilhada. Aí fiquei
como principal ferramenta. Os gestos, falas e expressão corporal ganham ares de misticismo. A rezas são as mais variadas possíveis e podem ajudar na resolução de muitos problemas. Conflitos familiares, ambiente pesado, mau-olhado, espinhela caída, febre, tristeza e dores em geral são alguns exemplos do que uma boa reza pode resolver. Dona Dida desconfiava que sua reza, criada da própria cabeça, com ela diz, tivesse efeito mesmo. As respostas das pessoas foram a prova. A senhora o fazia por compaixão. Nunca cobrou nem um
cachimbo. “Eu sou de fazer bondade, não perversidade. Se chegasse na minha porta pedindo, prontamente rezava, alegre e satisfeita da vida. Hoje em dia eu não rezo mais não, porque ninguém me procurou mais, sabe? Depois que me mudei do bairro onde eu morava, a idade foi aumentando. Rezava os de dentro de casa, depois eu me esqueci e o povo se esqueceu também de mim sobre isso”, relata a senhora. O ofício é passado oralmente ou criado pela própria pessoa a partir da observação, como foi o caso de Dona Dida. Mas não é todo mundo que consegue fazer, de acordo com a senhora. “Qualquer pessoa não pode não, sabe? Porque eu vou lhe dizer, acho que pra pessoa tirar olhado é permitido por Deus. É uma coisa que vem de natureza. Não pode todo mundo”. O lamento de Dona Dida hoje é não estar rezando mais: “antigamente, era só o que se falava no meio do mundo e hoje pouco se vê falar”.
AGENDA dos Trabalhadores e Trabalhadoras em Educação 28/03 - Plenária dos/as Aposentados/as, às 14h, no auditório do SINTEPE. 31/03 - Plenária dos/as Administrativos/as, às 9h, no auditório do SINTEPE. 07/04 - Plenária dos/as Analistas em Gestão Educacional, às 9h, no auditório do SINTEPE. 11/04 - Ato Público (A Via-crúcis do Trabalhador em Educação), no Recife. 19/04 - Assembleia Geral, às 9h, local a definir.
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Horóscopo
PALAVRAS CRUZADAS DIRETAS
www.coquetel.com.br Detalhe do vestido que exibe o colo (?) Kafka, escritor de "O Processo" Campeão turco de futebol (2014)
Proporção calculada sobre cem (Mat.)
© Revistas COQUETEL
Qualquer jogo de baralho Lavagem Nordeste intestinal (Med.) (abrev.)
Atração arqueoA terra do Nome da lógica do Vale da oitava vatapá e do acara- letra do Trepadeira Lua, na jé (sigla) alfabeto ornamental Argentina
24 de março a 6 de abril Nesses próximos dias, seu dinheiro pode tirar um pouco seu sono apesar da tendência de sua questão financeira melhorar um pouco. Tenha mais atenção com seus relacionamentos, invista no diálogo.
Áries :
Waza-(?): vale meio ponto, no judô
Estrutura no convés do portaaviões
Cuidado com a teimosia de sempre que fica mais presente nesses dias, tá? No mais, é um período de investir no amor e vive-lo plenamente com uma história nova ou aquela que já vem sendo vivida.
Touro: Que tem a fala áspera e cava (fem.) "Europeia", em UE Balneário do RJ (red.)
Citar para depor em juízo Encarregado de um "A Retirada de edifício da (?)", de Alugar, Âmbito cobrança (bras.) em inglês Visconde do ICMS de Taunay Estrada Atrever-se (?), camiMel (?), nho trilhado pelos atriz mirim colonizabrasileira dores O sabor durante o do boldo ciclo do Jurisdição ouro episcopal
Gêmeos:
Câncer:
A ocorrência da trufa na natureza
É um momento um pouco tenso na sua relação com os grupos que você faz parte, mas deve passar por isso com tranquilidade reafirmando identidade e afetos. A liberdade nas suas relações deve ser uma questão. Pode se perceber gostando menos das coisas, e por isso tenha cuidado com as críticas que deseja fazer com as pessoas próximas e no seu trabalho. Renove o que puder na sua rotina pra sentir mais prazer. Talvez sua autoestima esteja um pouco fragilizada nesses próximos dias, mas segure a onda! Coragem e insista nos seus projetos que estão surgindo no último período. Tenha paciência com as diferenças nas relações.
Leão:
Dói (queimadura)
Algum talento novo descoberto? Invista nisso. É um bom momento para se dedicar a área do amor na sua vida, se permitir e viver novas experiências. Conheça mais quem está perto de você.
Caverna Que existiu no passado (fem.) Estenógrafo Especialidade de marujos e escoteiros Rigidez na (?), sintoma da meningite
Antiga capital do Japão Tem fé
Virgem:
"(?) Começar", sucesso de Marina Lima Alex Escobar, jornalista esportivo
"Armas" do capoeirista Ano, em francês
Libra:
Deve se perceber mais sensível, e até mais instável emocionalmente. Mas ao mesmo tempo, isso deve provocar descobertas sobre o que de fato lhe motiva na vida. Uma pessoa importante do passado pode surgir.
Escorpião:
Oportunidades de trabalho surgirão, inclusive aquilo que você tanto busca. Mas precisará de sua dedicação. Pessoas próximas podem se tornar pesadas pela dependência, mas também surgem novas parcerias importantes.
Videogame popular no Brasil nos anos 80 Caçoar (gíria) Festas dionisíacas realizadas em Atenas
2/an. 4/rent — zoar. 5/angra. 8/leneanas. 10/fenerbahce.
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Solução D F E N O P R C E A O I N T I Z E L H R E A E S A N T I T A Q D N U C Z O A R L E
E R N T E E M A A D O L A M G A U I N A A A N E
G R U T A R O U C A B A
A H CE G E M A R I A T R E S A R N I R G O A R DE R A FO A S P ES A R I N A S
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BANCO
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VISITE NOSSA PÁGINA facebook.com/brasildefatopernambuco
Dias importantes para grandes avanços em sua vida profissional. Mas exigirá bastante energia e dedicação. Terá importantes retornos. Organize-se e cuide de sua Sagitário: saúde, evitando excessos.
Capricórnio:
Seus afetos estão em questão e pode ser importante para concluir histórias passadas e investir em novos encontros pessoais. Momento oportuno para criação, em todos os aspectos da vida.
Aquário:
Tenha cuidado para não alimentar expectativas que podem ser frustradas. Alguns conflitos familiares podem precisar da sua dedicação. Esteja perto de quem lhe faz sentir uma pessoa querida.
Peixes:
Após alguns investimentos pessoais, questões no trabalho e na sua vida afetiva podem surgir com surpresas boas. Para isso, deve perceber algumas soluções de problemas estão para além da sua vontade.
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Falafel
Por Alan Tygel 1 Xícara de grão-de-bico cozido 2 colheres (sopa) de azeite 1/2 cebola picada 1 ovo 2 colheres (sopa) de salsinha picada 2 colheres (sopa) de farinha de milho 1 pedaço grande de gengibre 1 colheres (sopa) de farinha de mandioca Sal e pimenta-do-reino a gosto 1/2 xícara de gergelim
Amiga, no mês passado tive que tomar a pílula do dia seguinte. Este mês, precisei tomar novamente. Faz mal tomar esse remédio com frequência? Julcimara Batista, 26 anos, recepcionista. Querida Julcimara, pílula de emergência é um nome mais adequado para este contraceptivo. Emergência é algo raro, acidental. Usá-lo com frequência coloca em risco a saúde e aumenta a chance de falha do medicamento, levando à gravidez. Por ter uma carga hormonal muito alta, a pílula de emergência pode provocar alterações no ciclo menstrual, vômitos, sangramentos, entre outros problemas. O ideal é ter um método contraceptivo de rotina e, somente em caso de acidentes, utilizar a pílula do dia seguinte. Quando for necessário usá-la, é importante agir rápido. Deve ser tomada até 72 horas após a relação sexual, porém, quanto menor esse tempo, maior a chance de sucesso do contraceptivo.
Coloque grão-de-bico de molho um dia antes, sempre trocando a água. Retire a pele, e bata no liquidificador com a cebola, a salsa, o azeite, o ovo e o gengibre. Coloque água aos poucos até virar uma pasta. Despeje numa travessa, acrescente as farinhas e misture até adquirir uma consistência mais firme. Faça pequenos bolinhos, salpique com gergelim, e deixe refogar num fio de azeite por 5 minutos, até formar uma crosta. Depois, vire e deixar tostar o outro lado. Comida Árabe: O faláfel é uma das mais tradicionais comidas árabes. Graças ao grande êxodo destes povos pelo mundo, é possível encontrar esta e outras delícias em muitos lugares do Brasil. A recente onda de imigrações provocada pelas guerras na Síria e Afeganistão está fazendo com que milhares de cidadãos árabes tenham que sair de suas casas e se adaptar em novas culturas. Acolher estes imigrantes, além de ser um importante gesto de solidariedade, é uma ótima oportunidade de conhecer novas receitas e viajar pelo mundo da comida.
Mande sua dúvida: amigadasaude@brasildefato.com.br Sofia Barboa | Aqui você podeperguntar o que quiser para nossa Amiga da Saúde Coren MG 159621-ENF
ESPORTES
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Sport começou o Brasileirão feminino com dois empates: ambos em 1x1, contra o Audax-SP, fora; e contra o Grêmio, na Ilha do Retiro. Já o Vitória de Santo Antão teve duas derrotas: 1x0 contra o Grêmio, fora; e 3x2 contra o Audax, em casa. Neste domingo o Sport visita o Kindermann-SC (7º) e o Vitória visita o São Francisco-BA (8º). E na quarta-feira (29/03) Sport e Vitória jogam em casa: as Leoas recebem o São Francisco às 16h e às 15h30 o Vitória recebe o Kindermann no Barbosão, em Chã Grande.
Começa o estadual de Futebol Americano
Q
uatro equipes disputam a 1ª divisão do estadual: Recife Mariners, Recife Pirates, Náutico Horses e Arcoverde Templários. Na estreia Templários e Mariners venceram, respectivamente, Horses (45x0) e Pirates (17x0). A próxima rodada acontece neste sábado 1º de abril: Mariners x Templários e Horses x Pirates. Na 2ª divisão jogam Caruaru Wolves, Olinda Sharks, Recife Apaches e o time B do Mariners. Na abertura Sharks e Apaches superaram, respectivamente, Wolves (13x6) e Mariners B (30x0).
Agora é playoffs para o basquete pernambucano
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Uninassau quer título da Liga Brasileira de Basquete Feminino (LBF Caixa). Após grande campanha na primeira fase, com 70% de aproveitamento, o time pernambucano vai em busca do segundo título nacional para o basquete do estado (o primeiro título foi do Sport/Nassau na LBF 2012/13). Na semifinal a Uninassau enfrenta o Santo André em série melhor de 3, jogando em casa na segunda semana de abril. A final é disputada em série melhor de 5. Os jogos da Uninassau acontecem no Ginásio Salesiano, na Boa Vista.
Divulgação
Vinícius Sobreira
Pernambucanas jogam em casa na quarta-feira
Doulos Midia
Ana Neri
NA GERAL
Veteranos voltam ao Octógono em junho
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oas notícias para os amantes de MMA. Após a derrota de Vitor Belfort (nº 11) no ranking de Pesos Médios) diante de Kelvin Gastelum (nºv8), a franquia UFC anunciou que o veterano Anderson Silva (nº 7) vai enfrentar Gastelum no dia 3 de junho, no Rio de Janeiro. Já pela franquia Bellator, foi anunciada a luta entre Wanderley Sil-
va e Chael Sonnen no peso meio -pesado, em 24 de junho, em Nova York. O confronto entre Wanderley, hoje com 40 anos, e Sonnen, 39, já foi agendado três vezes quando ambos eram do UFC.
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Arquibancadas vazias: crise econômica e violência afastam torcida
TORCIDA. Com públicos menores a cada dia, futebol liga sinal de alerta e precisa de mudanças WiliamsAguiar
Vinícius Sobreira_ Nos últimos anos a reclamação é recorrente: a torcida não está “chegando junto” dos clubes. Entre os três clubes de maior torcida em Pernambuco (Náutico, Santa Cruz e Sport) o público médio não chega aos quatro mil torcedores. Os dias em que são realizados os jogos, o custo financeiro de ir ao estádio e a sensação de violência são alguns elementos que justificam o esvaziamento das arquibancadas e desafiam os clubes e federações a adaptarem o futebol à realidade do seu público. Até o dia 22 de março, quando foi produzida esta matéria, a maior média de público entre os três clubes da capital pertence ao Sport: 3.258 pagantes por jogo, em média, o que dá menos de 10% das arquibancadas da Ilha do Retiro ocupadas. Já o Santa Cruz tem uma média de 2.407 torcedores por jogo, uma ocupação de 4% das arquibancadas do Arruda. E o
Até a polícia às vezes passa dos limites, agride torcedores pacíficos, usa spray de pimenta Com apenas 10% de ocupação das arquibancadas, Sport é o clube que está com a melhor média de público em Pernambuco.
Náutico está com um público médio de 2.302 pagantes por jogo, ocupando 5% das cadeiras da Arena de Pernambuco. Em 2015 uma pesquisa realizada pelo Instituto Stochos com mais de oito mil pessoas mostrou que a sensação de insegurança é o mais relevante para 43% dos torcedores que decidem não ir a campo. O segundo fator mais relevante, com 19,3% das menções, é a distância entre sua residência e o estádio. O fator segurança também tem sido determinante para o téc-
GANHOU E NÂO LEVOU
Filipe Spenser Vencer é bom. Vencer de goleada é excelente. Vencer por 9x0 seria um feito histórico, inesquecível e a ser bastante comemorado. Infelizmente não foi o que aconteceu com o Náutico. Apesar de ter feito um bom jogo, a ponto de em 20 minutos ter conquistado o placar de 5x0, a vitória teve seus efeitos reduzidos pelo 3º lugar no grupo e consequente eliminação na Copa do Nordeste. Aliás, essa parece ser uma infeliz sina do clube da Rosa e Silva,
pois desde que a competição regional voltou, em 2013, o clube sempre foi eliminado na primeira fase. Na verdade, há muitos anos o primeiro semestre do Náutico tem se resumido a ter esperanças que o segundo semestre será melhor. Resta torcer para que esse seja o ano em que o tabu será quebrado. A evolução do time com Milton Cruz, ao menos, permite acreditar e, principalmente, ir ao estádio torcer.
nico em informática Rinaldo Santana reduzir suas idas a campo. “As condições de segurança não são suficientes. Mesmo em jogos que não são ‘clássicos’ grupos de torcedores marcam de brigar. Vivi uma situação dessas quando fui a um jogo entre o Náutico e outro time, mas as torcidas organizadas do Náutico e do Santa Cruz haviam ‘marcado’ de brigar no metrô”, recorda o torcedor alvirrubro. “Até a polícia às vezes passa dos limites, agride torcedores pacíficos, usa spray de pimenta. Es-
sas coisas afastam as famílias”, reclama. O professor do Departamento de Economia da UFPE André Magalhães avalia também que é preciso considerar a crise econômica pela qual passa o País. “Muita gente está desempregada e boa parte das famílias teve a renda cortada à metade. Então você tira primeiro o que é supérfluo”, avalia Magalhães. Para o economista, a boa ocupação dos estádios há alguns anos era devido ao programa Todos Com a Nota, do governo estadual, que permitia ao torcedor trocar notas fis-
BASTOU SÓ UM Stella Nascimento
Alguns andam comemorando por aí a maior goleada da história da Copa do Nordeste. Nós comemoramos a classificação. Só precisávamos de um: um ponto ou um gol. E foi justamente isso o que aconteceu. Apenas um gol: e a classificação veio. Ah, também acabamos como líderes do grupo. A classificação deu a Eutrópio uma certeza: o time será misto contra o Sport, em partida válida pelo Campeonato Per-
nambucano nesse domingo (26). Mas lembremos que o jogo é na Ilha, então é quase em casa. Provocações à parte, uma cara nova pode ser testada em breve, isso porque Pereira, de 28 anos, assistiu ao jogo contra o Campinense e deve ser anunciado pelo Tricolor. O jogador, que joga no meio, chega para ser sombra de Léo Costa. Se o cara distribuir melhor a bola que o atual camisa 10 tricolor, já estaremos em vantagem.
cais por ingressos com custo praticamente zero. O programa durou de 2003 a 2015. “Tínhamos uma sensação enganosa de estádios lotados, mas grande parte da torcida entrava pelo programa”, pontua Magalhães. “Não estou dizendo que o programa deva voltar, até porque isso não deve ser a prioridade do Estado. Mas mesmo que os clubes baixem os preços dos ingressos, nem tão cedo voltaremos a ter tanta torcida como no Todos Com a Nota”. A média de público também segue uma lógica quanto ao preço do ingresso. O preço médio mais baixo é o dos ingressos do Sport (R$ 19), seguido do Santa Cruz (R$ 23) e do Náutico (R$ 25). O custo da ida ao jogo é apontado como fator que pesa diretamente na decisão de não ir a campo. “O ingresso é caro. E para quem pega transporte público é mais caro ainda. O País está em crise e esse valor dói no nosso bolso”, afirma Rinaldo Santana.
SENECA E A CBF
Daniel Lamir A mira da diretoria agora é um atacante. A sequência pela frente é um “nó cego”. E quanto mais vencer, mais difícil será desatar o aperto no calendário. Do que estamos falando? Seguir nas etapas finais do Pernambucano e do Nordestão e resistir na Sul-americana e na Copa do Brasil, é querer harmonia e fluidez como o trânsito das 18h no cruzamento da Agamenon, na altura do Derby. Hoje conferimos três tabelas diferentes, daqui a pouco chegam
Sul-americana e Brasileirão. Nova pergunta: essa gambiarra de competições pode influenciar na baixa de público na Ilha? Acredito que sim, quando associada a outras questões como formato dos campeonatos, horário dos jogos e outras coisas mais. Sinto saudade de quando conseguia vivenciar um campeonato de cada vez. Essa nostalgia não remonta a época do antigo filósofo romano Sêneca, mas ecoa: “quem está em todo o lugar, não está em lugar nenhum”.