Pernambuco
Recife,
20 a 27 de abril
a n o 2 017
edição especial
distribuição gratuita
Brasil de Fato Pernambuco Um jornal feito de lutas do povo
ESPECIAL 01 ANO l 2
Recife, 20 a 27 de de abril de 2017
Recife, 08 de março de 2017
Brasil de Fato PE Brasil de Fato PE
Um jornal feito de lutas do Povo
ANIVERSÁRIO. O Brasil de Fato Pernambuco começou a circular periodicamente em abril de 2016, trazendo uma visão popular dos fatos
Elen Carvalho
A
visão popular de Pernambuco, do Brasil e do mundo começou a circular em Pernambuco em abril de 2016. No primeiro editorial, o jornal já dizia de que lado samba: do lado da classe trabalhadora. A partir de então, a cada 15 dias, em diversas estações de metrô e ônibus do Recife e da Região Metropolitana, além de cidades do interior, distribuidoras e distribuidores fizeram chegar às mãos de 40 mil pessoas o Brasil de Fato Pernambuco. Para tornar o jornal possível, uma série de contribuições foi e é necessária. Comunicadoras e comunicadores, sindicatos e movimentos populares comprometidos com o povo se unem para materializar essa ferramenta de comunicação. Até agora foram 24 edições, que trouxeram diversas pautas. Entre elas e, principalmente, as lutas do nosso povo. A editora do Brasil de Fato
Pernambuco, Monyse Ravena, fala do contexto do surgimento do jornal aqui no estado: “Este primeiro ano de existência é todo o período do contexto do Golpe de Es-
tado em que nós vivemos, o contexto de ataque à democracia. Mas é também o contexto de rearticulação das forças de esquerda, de consolidação da Frente Brasil Popular e do acirramento na luta pela democratização da comunicação, da necessidade de termos mais veículos de comunicação popular e que disputem a hegemonia da sociedade. É a partir desses elementos que o Brasil de Fato Pernambuco surge”. Sobre a linha editorial adotada, Monyse Ravena explica que o Brasil de Fato tem apresentado uma perspectiva dos fatos a partir dos trabalhadores e das tra-
balhadoras. “A gente se propõe a cobrir fatos que a gran-
mais com o Brasil de Fato Pernambuco. A cada 15 dias
Acredito que todos os sindicatos, principalmente os que tem estrutura maior, deveriam contribuir mais com o Brasil de Fato Pernambuco de mídia não cobre. Aquilo que é importante para a vida dos trabalhadores, mas que eles não vão encontrar nos grandes jornais, nos grandes noticiários. Também cobrir os fatos que aparecem na grande mídia, mas a partir de uma outra perspectiva”, pontua. Para Geraldo Soares, diretor do Sindiborracha, o jornal é um instrumento importante na luta das classes operárias. “Ele fala não só da luta no geral, mas do movimento sindical, do movimento popular. Por isso, é meio de unificar o movimento sindical também. Acredito que todos os sindicatos, principalmente os que têm estrutura maior, deveriam contribuir
a gente distribui lá nas fábricas. É importante para os trabalhadores, que já estão habituados a receberem o jornal e já ficam na espera”, comenta. Nas estações de ônibus e metrô do Recife, a distribuição gratuita é feita por militantes de movimentos populares. Maria Eduarda Veríssimo tem essa tarefa desde o começo da circulação do jornal e fala da experiência: “o trabalho de distribuir jornal não é só entregar a folha, mas uma porta para fazer a classe trabalhadora enxergar coisas que não enxergam no cotidiano por causa da mídia hegemônica. A gente se diverte com pessoas que atravessam a pista e dizem ‘ah, o Brasil de
Expediente Edição: Monyse Ravena Redação: Elen Carvalho, Vinícius Sobreira Revisão: Mariana Reis Diagramação e Arte: Diva Braga Fotografia: Arquivo Brasil de Fato
Brasil de Fato PE
Recife, 08 de março de 2017
Fato, eu quero um’, ou então gente que quando dizemos que é o Brasil de Fato acha legal e passa a conhecer e esperar”. Lenilda Sobreira, 78 anos, é leitora assídua e afirma que o jornal contribui ao trazer mais conscientização. “Ele traz mais conscientização da situação, da política nossa. Em geral, é muito bom, me traz muito conteúdo. Eu dou muito valor a esse jornal. É muito esclarecedor, porque divulga pra gente a realidade, aquilo que os outros jornais não divulgam. Então eu gosto muito”, afirma a senhora.
mentos ou sindicatos, o Brasil de Fato cumpre o papel da própria informação. O jornal tem cumprido essa tarefa, no momento em que o Brasil está passando, de informar a população pernambucana quais são as consequências do golpe e dessas reformas”, reflete.
Sistema Brasil de Fato
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É muito esclarecedor, porque divulga pra gente a realidade, aquilo que os outros jornais não divulgam
O Brasil de Fato foi lança-
Cristiane Albuquerque, dirigente estadual do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), observa que o jornal cumpre um papel importante na atual conjuntura. “Para os trabalhadores e trabalhadoras que não estão organizados em movi-
do no dia 25 de janeiro de 2003, durante do Fórum Social Mundial de Porto Alegre, por movimentos populares que viam a democratização da comunicação como fundamental na luta por uma sociedade justa e fraterna. O jornal circulou por mais de dez anos como um semanário impresso nacional, fazendo coberturas das lutas do nosso povo, entrevistas e diversas matérias sobre política, economia, direitos humanos e cultura. A partir de maio de 2013, o Brasil de Fato foi regionalizado, com jornais impressos em Minas Gerais, Paraná, São Paulo, Rio de Janeiro e Pernambuco. O objetivo era aproximar os leitores e leitoras e dialogar com as realidades locais, contribuindo no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais em nosso País.
EDITORIAL
Em Pernambuco se traçam planos de revolta tecidos em páginas de jornal Mas ninguém se rendeu ao sono. Todos sabem (e isso nos deixa vivos): a noite que abriga os carrascos, abriga também os rebelados. Em algum lugar, não sei onde, numa casa de subúrbio++, no porão de alguma fábrica se traçam planos de revolta. Pedro Tierra
H
á um ano o Brasil de Fato Pernambuco chega quinzenalmente às ruas das cidades, ao chão das fábricas, as veredas das comunidades e assentamentos, trazendo em suas páginas a luta do povo. Uma visão popular de Pernambuco, do Brasil e
do mundo é a síntese da linha editorial com linguagem simples, direta que dialoga com quem apanha o jornal. O BdF PE é um jornal que se põe à esquerda do mundo, caminha do lado que bate o coração e disputa as ideias, a mente e o coração do povo pernambucano e essa dispu-
ta se dá com grandes conglomerados de comunicação, na maioria das vezes comprometidos com grandes empresários, latifundiários, as elites do estado. Do litoral ao sertão são mais de uma dezena de cidades que recebem cotidianamente o jornal, de forma gratuita. No Recife, estações, terminais integrados, praças são lugares férteis onde as ideias vermelhas vêm brotando. A pluralidade de vozes e opiniões no campo da comunicação é essencial na defesa e na manutenção da democracia, em um cenário nacional de extremo monopólio e oligopólio dos meios de comunicação, ter vozes dissonantes e populares são es-
senciais na luta política, ideológica e identitária de trabalhadores e trabalhadoras. Esse é um papel que o Brasil de Fato cumpre nacionalmente desde 2003 e que agora em Pernambuco nas ruas, nas redes e nas ondas do rádio vai se consolidando. Vai produzindo notícias que valorizam os trabalhadores e o seu fruto, o trabalho. Que valoriza os desobedientes, os que não se conformam, os que fazem revolta. Que valoriza o povo que semeia revolução. A linha editorial e política se situa no espectro do campo popular, discutida e construída com movimentos populares e sindicais, intelectuais e militantes compro-
metidos com a transformação da realidade e que entendem que a comunicação é uma trincheira indispensável em nossos planos de mudança. Em suma é um jornalismo à esquerda que apresenta os fatos a partir de uma visão popular, mas comprometida com o bom jornalismo, que não ignora as contradições, que problematiza os fatos e que não aceita respostas prontas. A ousadia fez nascer e faz crescer um jornal popular. Chegar a mais pernambucanos e pernambucanas é nosso objetivo, ocupar mais as ruas e – quiçá – diariamente construir lado a lado com o povo brasileiro um projeto popular para o Brasil.
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Brasil de Fato PE
Cordel Brasil de fato F
oi no ano 2015 E no dia vinte e três Daquele mês de novembro Vou lembrar para vocês O jornal chegou na rua Pra alegria minha e sua Um jornal contra os burguês Feito por sindicatos e por movimentos sociais Organizações políticas, que pro mundo querem mais Comprometidas com as lutas Querendo falar com o povão Desse estado de Pernambuco Do litoral ao Sertão Chamando: vamo lutar, vamo se organizar E como sempre pautando a unidade popular A Edição 1 veio em 2016 Pautando a resistência Foram 200 mil pessoas na rua Contra todos os golpistas Que tavam querendo a presidência Depois teve os artistas de luta BRT inacabado Zika Vírus e Mais Médicos E golpista escrachado E as torcidas de futebol Contra esse Golpe desgraçado Em Maio, teve a Edição número 3 Com o povo no Derby acampado Dia Nacional de Paralisação E o Golpe passando no Senado Contra mim e contra tu Mas também teve a juventude Produzindo comida saudável no Sertão do Pajeú No jornal já teve xilogravura Capa contra os meios de comunicação monopolizados Especial contra as privatizações E matéria do Dia dos Namorados E aquela matéria sobre as chuvas, que geraram inundação E lá de Caruaru, teve matéria de São João A Arena de Pernambuco Já saiu num sei quantas veiz E as Feiras Agroecológicas?
Serviu pra mim e pra vocês Cobrimos a Caravana Popular da Democracia Teve matéria do São Luiz Juventude camponesa E cultura de raiz Triste foi a notícia da rebelião Na Prisão de Caruaru Naquele mesmo jornal, o desmatamento no Pajeú Corte na assistência estudantil Mário e Mateus: presentes! Tempo difícil aquele Tem que fortalecer a resistência. Na cultura o Coco de Arcoverde No Grito dos Excluídos As mulheres com toda potência.
Artigo sobre a Revolução Pernambucana E ato contra o aumento da passagem Teve matéria sobre o Vagão Rosa E demarcação das terras indígenas Também caso de racismo em padaria E sobre a reforma da previdência A situação das prefeituras do interior Foi algo também abordado E lá na Praça da Várzea Falamos do divertido Gaymado No campo, trabalhadores rurais em greve E mulheres nas ruas no 8 de março
Cada pedaço do jornal é feito com todo carinho Seja texto grande ou seja aquela notinha As colunas dos clubes, Timbu, Leão e As lutas sempre ocuparam essas páginas Santinha Em poesia, no cinema e nos esportes Os artigos, as receitas, charge e Espaço SinO que não podia era ser pelego dical E ficar em cima do muro assistindo ao golpe Na Luta, Direitos de Fato, Gol de Placa e o Na Geral Esse instrumento que busca unificar, Frase da Semana, Fala Povo, Fatos em Foco Fortalecer a unidade popular, do Interior Tava ligado que o Brasil ia mal Foto da Edição e o Editorial pra esse povo E apoiou o chamado da Greve Geral. lutador Mas sem deixar de cobrir as Olimpíadas E depois as Paralimpíadas Mas isso tudo só vai parar no papel Com programa pro Dia das Crianças Esse aí na sua mão E na cultura espetáculos de Dança Graças à diagramadora, a nossa querida Divão Depois veio aquela onda de ocupar Graças a Monyse, Vinícius, Catarina e Elen, Universidade, Escola e até cinema que cuidam da redação Resistência na tora, pra valer E a Mariana Reis, responsável pela revisão Contra o retrocesso, lutar sem Temer. Também a companheira Iyalê e ao companheiro Axé E teve muita pauta do interior Que lá pela madrugada, deixam os jornais Sempre com a juventude rural nos pontos de distribuição Seja na luta, no Esporte ou programação cultural E essa trabalheira toda de pouco serviria Ou protagonizando as lutas pela Greve Se não tivesse gente disposta, às 5h ou ao Geral meio-dia Teve convivência com a seca Pra andar na rua, debaixo desse sol quente Pro Semiárido teve até especial Botando essas notícias tudo, nas mãos da nossa gente Em 2017, com o golpe já bem avançado E pra já trazer uma notícia boa nesta data Muita retirada de direitos, mas o povo especial articulado A partir do mês de maio o jornal passa a ser Pra barrar os retrocessos e não ser semanal manipulado Levando a visão popular do sertão ao litoral Teve Série de Carnaval Com toda nossa multiculturalidade
Brasil de Fato pernambuco | Um ano contando as nossa história | Redação