Edição Especial - Lula Pelo Nordeste

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Edição ial Espec

Pernambuco

Recife, 23 a 31 de Agosto

distribuição gratuita

Caravana “Lula pelo Brasil” faz ato no Recife

25 de Agosto às 16 horas, Praça do Carmo O

RicardoStuckert

ex-presidente Lula está percorrendo o Nordeste brasileiro na Caravana “Lula pelo Brasil” que começou em Salvador no dia 17 de agosto e vai percorrer os nove estados da região, realizando atividades em de 25 cidades e rodando por volta de 4 mil quilômetros de ônibus. Com o objetivo de ver, na prática, como as políticas públicas dos governos de Lula e Dilma impactaram o povo e também conversar sobre os ataques recentes aos direitos, sobretudo da população mais pobre. Em Pernambuco além de conhecer o museu Cais do Sertão e o Parque Dona Lindu, a Caravana passa por Ipojuca para conversar com os trabalhadores do Porto de Suape, visita Brasília Teimosa e participa de um ato público organizado pela Frente Brasil Popular, na Praça do Carmo, às 16h do dia 25, no Recife.


Recife, 23 a 31 de agosto de 2017 I

Brasil de F

o 2 - Edicao , especial

Governo do presidente trouxe de

CARAVANA. Ex-presidente volta ao estado com ag

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a Bahia ao Maranhão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva está percorrendo os nove estados do Nordeste brasileiro com a caravana “Lula pelo Brasil”, passando por 25 cidades ao longo de 20 dias. A viagem foi iniciada em Salvador no dia 17 de agosto, com ato político na capital baiana, e passa por Pernambuco durante essa semana para cumprir extensa agenda. Além de conhecer o museu Cais do Sertão e o Parque Dona Lindu, Lula passa com sua Caravana por Ipojuca, para conversar com os trabalhadores do Porto de Suape, e visita o bairro de Brasília Teimosa. O ex-presidente participa, também, de ato político em defesa da Democracia e dos Direitos, organizado pela Frente Brasil Popular, no Pátio da Igreja do Carmo, Centro do Recife, a partir das 16h desta sexta-feira (25). Durante o percurso, Lula se propõe a ouvir o povo e acompanhar as mudanças proporcionadas em Pernambuco a partir

RicardoStuckert

das políticas implementadas durante as gestões do Partido dos Trabalhadores (PT) na Presidência da República. O estado foi um dos mais beneficiados durante o período. Exemplo disso é que entre 2003 e 2014 o índice de pernambucanos abaixo da linha da pobreza caiu de 62% para 25% da população do estado, o que representa quase 3 milhões de pessoas. Renda básica Nascido no primeiro ano de governo Lula, o Bolsa Família se tornou referência mundial no combate à fome. Ele foi apontado em relatório da ONU em 2015 como essencial para a redução da pobreza. Segundo site oficial do programa, anualmente são atendidas mais de 1 milhão de famílias em Pernambuco. Em 2015 foram destinados quase R$ 2,2 bilhões às famílias pernambucanas a partir do Bolsa Família. A arquivista Dolores* (nome fictício) tem uma filha de sete anos e começou a receber o Bolsa

Família em 2011. O programa de transferência de renda permitiu que ela passasse a contribuir com as despesas da casa. “Quando eu comecei a receber foi muito bom, porque eu não trabalhava e o dinheiro que passei a receber ajudava nas despesas da família, como um leite que estava precisan-

Expediente Brasil de Fato PE O jornal Brasil de Fato circula em todo o país, com edições regionais em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná, Pernambuco. O Brasil de Fato PE circula quinzenalmente às sextas feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

REDE SOCIAL: facebook.com/brasildefatopernambuco| Correio: brasildefatopernambuco@brasildefato. Edição: Monyse Ravenna (DRT/CE 1032) | Redação: Catarina de Angola, Daniel Lamir, Marcos Barbosa e Vinícius Sobreira. Colaboração: André Barreto, Daniel Lamir, Filipe Spencer, Francisco Marcelo, Halina Cavalcanti, Stella Nascimento, Roberto Efrem Filho, Alan Tygel Revisão: Mariana Reis|Distribuição e Administração:Iyalê Tahyrine|Diagramação: Diva Braga Conselho editorial: Alexandre Henrique Bezerra Pires, Ana Gusmão, André Barreto, Aristóteles Cardona Jr., Bruna Leite, Bruno Ribeiro, Camila Castro, Carlos Veras, Catarina de Angola, Doriel Saturnino de Barros, Eduardo Mara, Elisa Maria Lucena, Geraldo Soares, Glaucus José Bastos Lima, Henrique Gomes, Itamar Lages, Jaime Amorim, José Fernando de Melo, Laila Costa, Lívia Milena, Luiz Antonio da Silva Filho,Luiz Antonio Lourenzon, Marcela Vieira Freire, Marcelo Barros, Marcos Aurélio Monteiro, Margareth Albuquerque, Maria das Graças de Oliveira, Marluce Melo, Moisés Borges, Patrícia Horta Alves, Paulette Cavalcante, Paulo de Souza Bezerra, Paulo Mansan, Pedro Rafael Lapa, Roberto Efrem Filho, Rosa Sampaio, Sérgio Goiana, Suzineide Rodrigues, Valmir Assis| Tiragem: 20 mil Exemplares

do”, afirma. Outro programa voltado às famílias foi o “Minha Casa, Minha Vida”, principal programa de habitação desse período. De acordo com dados divulgados pela Fundação Perseu Abramo, em Pernambuco foram mais de 80 mil moradias entregues e outras 66,5 mil contratadas, totalizando quase 150 mil unidades. O investimento foi de R$4,4 bilhões em subsídios federais e mais R$4,4 bilhões de financiamento. Democratização da educação As pessoas com 25 anos de idade apresentavam, em 2002, último ano do governo Fernando Henrique Cardoso, em média 5,1 anos de estudo. Em 2014, após dois mandatos de Lula e um de Dilma, esse índice chegou a 6,9 anos. Dentre as principais me-

didas destinadas ao ensino superior está o Programa Universidade para Todos (Prouni), que atendeu mais de 40 mil pessoas no estado desde 2005. Já o Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) beneficiou mais de 60 mil pernambucanos a partir de 2010, enquanto o Ciência Sem Fronteiras levou mais de 4 mil pernambucanos a cursarem parte da graduação ou pós-graduação no exterior. Também foi marcante nos governos PT o processo de interiorização do ensino superior e técnico no estado, a partir da criação de 7 novos campi das universidades e 16 novos campi de Institutos Federais. Para Raiane Diniz, estudante de administração da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) em Serra

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Recife, 31agosto de agosto de 2017 Recife, 23 a23 31ade de 2017

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esenvolvimento a Pernambucano

genda de quatro dias em três cidades

lhada, nesses governos uve um avanço signifiivo na educação. construção dessas unides acadêmicas abre ssibilidades para a juntude camponesa. “O em consegue acessar universidade, retornar ra sua casa, desempear as atividades com a família e colocar seus nhecimentos em práti”, declara. Filha de agriltores, ela ingressou na iversidade através poca de cotas, também plementadas durante período Lula. úde da família programa de saúmais conhecido desperíodo é o Mais Mécos, que levou 960 mécos a 157 municípios estado. Segundo Ariseles Cardona, tutor do ograma Mais Médis pela Universidade do le do São Francisco, o ograma surge a partir identificação de dois oblemas crônicos: o

primeiro é que em termos numéricos a formação de profissionais médicos está abaixo do que a que o país precisa. E o segundo é a má distribuição desses profissionais, normalmente muito concentrados nas regiões metropolitanas e no sul e sudeste do Brasil. O Mais Médicos tem como objetivos prioritários levar profissionais a municípios que necessitam, para que esses médicos assumam unidades de saúde da família; ampliar as vagas em cursos de medicina, para formar mais profissionais médicos; e estruturar melhor as unidades de saúde da família. Mas Cardona demonstra preocupação com os rumos do Mais Médicos sob a gestão de Temer: “Já houve uma redução no número total de pro-

Entre 2003 e 2014 o índice de pernambucanos abaixo da linha da pobreza caiu de 62% para 25% da população do estado, o que representa quase 3 milhões de pessoas anos de 2002 e 2014, o número de pessoas desempregadas em Pernambuco caiu, enquanto a renda média real subiu de R$ 683,91 para R$ 1208,64. Segundo a economista Tania Bacelar, professora aposentada da UFPE e sócia da Ceplan Consultoria, as políticas sociais e o aumento real do salário mínimo, elevaram a renda das famílias e isso dina-

fissionais do Mais Médicos em todo o Brasil e isso impacta no acesso da população ao atendimento profissional. Defender os Mais Médicos hoje é defender a população, é defender a saúde do povo brasileiro”, conclui. Empregabilidade De acordo com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad), do IBGE, entre os

mizou o consumo em Pernambuco. “A melhoria da renda somada ao crédito, eleva o poder de compra dos consumidores, dinamiza o mercado e atrai novos investidores”, explica. Outro ponto relevante é a política de investimentos realizada durante as gestões petistas, através do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). “O PAC teve um bloco de investimentos importante que chegou a Pernambuco. Pontuo três: a Transnordestina, a Transposição do São Francisco e o Minha Casa Minha Vida”, afirma. Em relação à Petrobras e ao Porto de Suape, Tânia declara que a vinda da Petroquímica (PQS) para Pernambuco favoreceu a vinda do polo naval para o estado. “De 2006 a 2016 o nosso estado capturou R$ 110 bilhões em investimentos. É quase o PIB do estado. Pernambuco foi particularmente beneficiado pelos governos Lula e Dilma”, conclui.

Caravana reafirma compromisso com o Nordeste

UATRO DIAS. Pernambucano volta à sua região natal nasceu para ouvir as demandas da população RicardoStuckert

1945 nasce o sétimo Etés,mfilhocidade de Dona Lindu, em no Agreste de

nambuco. Como grande

parte da população pobre e nordestina daquela época, Luís Inácio da Silva embarcou num pau-de-arara rumo a São Paulo em 1952, com apenas sete anos de idade. Em Santos, com menos de 10 anos, precisou trabalhar no cais como ambulante e engraxate. Mais tarde arranja emprego numa metalúrgica e ingressa no ensino técnico, no curso de torneiro mecânico. E no Sindicato

dos Metalúrgicos do ABC ele inicia a vida política. O pernambucano nunca esqueceu o compromisso com o povo nordestino. Em 1993, percorreu grande parte do Nordeste quando passou por 359 cidades dos 26 estados do País, ouvindo e discutindo a realidade nacional e divulgando experiências de desenvolvimento aliadas à distribuição de renda. Em 2002, após quatro derrotas eleitorais, Lula é eleito

para a Presidência da República, tendo como grande marca o programa Bolsa Família, que tirou a Região Nordeste da miséria e o Brasil do “Mapa da Fome” da ONU. Quinze anos depois, em meio à ofensiva judiciária e midiática para prendê-lo sem provas, Lula retoma a experiência da Caravana e decide começar o percurso pelo Nordeste. O ex-presidente passará por 25 cida-

des, participando de atos políticos, recebendo homenagens e escutando o povo. “A maior aula que tive sobre o Brasil foi viajando o País. Por isso, vou fazer novamente as caravanas. Agora com mais experiência e mais organização para entender as necessidades do povo”, disse Lula, que anunciou caravanas nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste em breve.


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Brasil de Fato PE

Qual o efeito dos governos PT para Pernambuco?

Carlos Veras

Presidente da CUT PE

Suzineide Medeiros

“N

o governo Lula chegamos a ter emprego pleno, com a taxa de desemprego em torno dos 5%. Mas hoje, devido ao desaceleramento dos investimentos em Suape, temos o crescimento do desemprego. E isso tem duro impacto na vida da população. O desemprego aumenta as desigualdades, que por sua vez aumenta a violência. Tudo resultado das políticas do governo Temer, que não investe em conteúdo local e entrega nossos bens. O esfriamento da indústria da construção também fez com que os homens do campo que vieram para as cidades retornem para a agricultura. Mas também lá temos o desmonte das políticas, com a extinção do Ministério do Desenvolvimento Agrário, somado à reforma trabalhista e à ameaça de reforma da previdência”.

Henrique Gomes, Presidente Sindmetal-PE

Presidenta do Sindicato dos Bancários

os governos Lula e Dilma, o Nordes“N te se desenvolveu. As pessoas mais simples puderam realizar o sonho da casa

própria. O programa Minha Casa Minha Vida permitiu que pessoas de baixa renda recebessem financiamento da Caixa Econômica Federal para comprar sua casa própria. O programa Bolsa Família também contribuiu para o crescimento do comércio nos municípios do interior. A nossa região se desenvolveu mais através do Banco do Nordeste (BNB), que financia micro e pequenas empresas. Foram 20 novas agências do BNB para facilitar o acesso a essas políticas. Os bancos públicos, seja o BNB, a Caixa, o Banco do Brasil ou o BNDES, foram colocados para fortalecer o desenvolvimento do País e do Nordeste.

Maria Silvanete de S. Lermen, Agricultora do município de Exu, no Sertão

s políticas públicas do período Lula m 2006 eu voltei para Exu e uma coisa im“A e Dilma trouxeram muita seguran- “Epactante era a falta de água. A gente cheça de emprego para o povo pernambuca- gou a buscar água a 3km num carro de mão. Mas

no. O investimento na cadeia siderúrgica, automotiva e naval. Tivemos mais impacto em Suape, mudando a realidade e as receitas de cidades próximas, como Jaboatão, Cabo, Ipojuca e Sirinhaém. Isso tirou várias pessoas da informalidade, levando -as a ter uma profissão. Mas hoje Pernambuco está vivendo um momento diferente em consequência do que foi feito com a política nacional para a indústria, que está sofrendo um desmonte. Os pernambucanos estão amargando o desemprego em toda a cadeia produtiva. Isso afeta a economia de todas essas cidades. E não existe perspectiva de retomada do crescimento”.

Mércia B. do Nascimento, Moradora de Brasília Teimosa

em 2007 fomos gratificados com nossa primeira cisterna do programa do Governo Federal. Com essa água nós fizemos milagre. Uma conquista que sempre digo é que a conquista da água de qualidade não surge de agora, é uma luta que vem de muitos anos. Mas foi através do governo Lula, um governo popular, que a gente de fato acessou a água de qualidade para beber e cozinhar. No ano seguinte conquistamos outra cisterna, agora de água para a produção, que nos ajudou a ampliar a quantidade de alimentos e de bichos criados. Foram essas políticas que permitiram nossa família ampliar a produção e realizar de fato o sonho daquilo que vínhamos planejando a tanto tempofato o sonho daquilo que vínhamos planejando a tanto tempo”.

Fernando Melo, Presidente do Sintepe

orei na beira da maré por 25 urante os governos Lula e Dilma a edu“M anos. Cheguei lá com 12 anos “Dcação básica foi olhada de forma difede idade, com a minha mãe e meus dois rente. Realizamos conferências nacionais, esta-

irmãos. A gente morava num barraco caindo e com muito esforço ela fez uma, mas era na beira da maré, quase dentro d’água. Quando chegava agosto era um inferno, com maré de 2 metros e meio. Foram 25 anos de sofrimento e luta. Ainda me pergunto como conseguimos. E ninguém fez nada por aquela situação. Mas em 2004, após 40 anos de promessas, finalmente fizeram a obra e foi bom para todo mundo. E fomos indenizados. Não foi uma indenização grande, mas foi boa, que deu para comprarmos uma casa em Brasília Teimosa. Quem é da Brasília não quer sair por nada. Não tem lugar melhor para morar”.

duais e municipais de educação, que deram origem ao Plano Nacional de Educação (PNE). A partir daí uma série de itens foram levados à discussão no sentido de consolidar a educação básica e fortalecer a educação pública. Também tivemos a valorização dos profissionais da educação, tanto os professores como outras categorias do segmento educacional. Esse ciclo nos permitiu vislumbrar a continuidade dos estudantes na educação básica, vivenciando oportunidades de acesso à universidade a partir da ampliação do número de vagas e interiorização de universidades federais e Institutos Federais de ensino técnico. Durante esse período pudemos discutir a educação, propor a educação”.


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