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Falta de professores em escolas de Curitiba tem gerado desinteresse nos alunos

Professores e sindicato realizaram ato por abertura de concurso público

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Ana Carolina Caldas de atividades do Pré I e II. Porém a reivindicação é

Depois de dois anos de de realização de novo conpandemia, com aulas curso público, o último foi on-line, em casa, crianças em 2016. “A contratação via que estudam nos Centros PSS não garante o vínculo Municipais de Educação In- com as crianças e a comufantil (CMEIs) de Curitiba nidade, pois a contratação voltaram à escola enfrentan- acontece de forma precarido dificuldades no acolhi- zada. Além disso, não há o mento e na atenção neces- cumprimento da lei da hosária a essa faixa etária (0-6 ra-atividade, um direito do anos). Isso porque há falta professor e da criança, situade professores. Além disso, ção que além de colocar em o número de tutores para xeque a qualidade da eduatender a crianças portado- cação, tem sobrecarregado ras de necessidades espe- os professores, física e menciais (PCDs) é insuficiente. talmente”, dizem represen-

Mães e pais têm levado tantes do sindicato. essa preocupação a escolas, equipes pedagógicas e pro- Crianças PCDs sem tufessores sobre a situação de tores “Às vezes, a gente atendimento aos alunos. “A precisa sair para uma congente sabe que está preca- sulta ou exame médico, e a rizado. Dentro do que o sis- consciência pesa, pensantema municipal já ofereceu do que nossas colegas ficade qualidade, estamos em rão sozinhas [em sala]. Essa um momento muito delica- falta de profissional acaba do dentro das escolas”, diz com a gente e com a qualiDaiana, mãe de uma criança dade da educação. Estamos que frequenta CMEI. em uma situação que pre-

Segundo o Sindicato dos Servidores Municipais de Curitiba (Sismmuc), o número de professores em sala é insuficiente. Para tentar remediar a situação, a Prefeitura está retirando os professores de educação infantil, com carga horária de 8 horas diárias de trabalho, e transferindo para outros centros de educação. Por conta disso, a PMC abriu novo edital de contratação pelo Processo Seletivo Simplificado, PSS, e está contratando Professores Docência I, que ficam apenas 4 horas para atender as salas cisamos escolher entre cuidar da criança com necessidades especiais (PCDs) ou dos outros 30 alunos em sala”, relata Kátia, professora de CMEI. Por lei, as salas de CMEIs precisam ter pelo menos dois professores para atender às crianças.

Para as mais de 1,2 mil crianças PCDs que frequentam os CMEIs, o Departamento de Inclusão e Atendimento Educacional Especializado (DIAEE), da Prefeitura, divulgou recentemente a contratação de apenas 880 tutores, número insuficiente para garantir

Quem TV atendimento de qualidade a essas crianças. “E como fica essa criança que precisa da inclusão? Na verdade, a inclusão não acontece da forma como deveria. A propaganda é muito bonita, mas a gente precisa que os órgãos competentes tomem uma atitude”, expõe Edicleia Farias, dirigente do Sismuc.

Sem interesse Uma mãe (que não quis ser identificada) diz que a situação tem gerado também desmotivação nas crianças. “Meu filho está no último ano de CMEI, que deveria ser o mais esperado pelas crianças, pois se preparam para outro nível de ensino. Mas todo dia tem um professor diferente em sala. Eu vejo que ele está perdido, não tem uma referência que possa auxiliá-lo, cada dia entra alguém que ele não conhece. Sinto que meu filho não tem mais interesse em ir ao CMEI, um lugar que deveria ser acolhedor. Nosso prefeito fala tanto nos curitibinhas, mas eles estão sendo deixados de lado”, diz. 30/4, mobilização no centro de Curitiba reivindicando a contratação de professores por concurso público, além de outras demandas que, segundo o sindicato, não vêm sendo atendidas pela Prefeitura. Entre as principais reivindicações, além do concurso, estão o pagamento do piso salarial com reajuste de 37,73% e o descongelamento do plano de cargos e carreiras.

Secretaria Em nota, a Secretaria Municipal de Educação (SME) disse que “em caso de ausência pontual de um profissional, as unidades (escolas e CMEIs) reorganizam o quadro, conforme o caso, colocando outro profissional para atender às crianças/estudantes.”

E que “já foi autorizada pelo prefeito Rafael Greca a realização de concurso público para a contratação de servidores de carreira para as áreas da Saúde, Educação, Ação Social e Saúde Ocupacional. O concurso será aberto ainda em 2022. A expectativa é contratar 905 profissionais de 22 carreiras de nível médio, técnico e superior”.

Esta eleição será uma disputa entre a civilização e a barbárie

Brasil de Fato-PR inicia série de entrevistas com pré-candidatos ao Congresso Nacional

Frédi Vasconcelos

Apartir deste mês, o

Brasil de Fato Paraná

faz entrevistas ao vivo, em suas redes sociais, com précandidatos ao Congresso Nacional, iniciando sua cobertura das eleições 2022. No primeiro programa, foram ouvidos a educadora e professora da UFPR Andréa Caldas (PSOL) e o deputado estadual Tadeu Veneri (PT), pré-candidatos a deputado federal pelo Paraná. Leia abaixo algumas de suas respostas. Para ver o vídeo na íntegra, acesse as redes sociais do BDF-PR.

Brasil de Fato Paraná – Por que decidiram concorrer a deputado federal nas eleições deste ano?

Andréa Caldas – Até agora, não tinha apresentado meu nome para nenhuma disputa de cargo, mas a pedra de toque foi a fala da deputada Luiza Erundina (PSOL-SP), que pensava em não disputar as eleições este ano, mas declarou que: “Essa talvez

seja a eleição mais dramática das nossas vidas desde a redemocratização”. É o que penso, temos uma eleição em que Divulgação o que estamos disputando não é apenas uma nova bancada ou um novo governo, é um projeto de sociedade, de futuro. É a disputa entre a civilização e a barbárie. Temos de ocupar esses espaços. É necessário que nós, que estamos comprometidos com uma sociedade igualitária, possamos ocupar esses espaços. É a isso que me somo. Tentando defender direitos sociais, uma sociedade igualitária, Educação e tecnologia... Tadeu Veneri – Estou no quinto mandato, 20 anos na Assembleia, passando por situações boas e outras que frustraram. Chega um ponto em que são necessários novos desafios. Pré-candidato a deputado federal é uma situação diferente, não porque o Congresso seja melhor que a Assembleia, mas porque, como disse a Andréa, essa é uma eleição diferente de todas as outras.

A gente precisa tentar ter outro perfil no Congresso Nacional. O Congresso não pode continuar sendo o que sempre foi, a casa das minorias. Da minoria agrária latifundiária, das minorias financeira e industrial... O Congresso, a Assembleia e as câmaras de vereadores não representam a maioria da população, mas os segmentos minoritários que, organizados, conseguem capturar o orçamento e, a partir daí, os outros poderes... Vivemos uma democracia de fachada, em que pequenos segmentos acabam tendo o poder de fazer com que a maioria da população seja submetida aos seus ditames, aos seus desmandos.

BDF-PR – O que muda em relação às eleições de 2018?

Tadeu – A grande diferença é que agora o fascismo é explícito. Tivemos nas eleições de 2018 o protofascismo da Lava Jato, com todas as suas afirmações divulgadas pela maioria da imprensa, dando cobertura sem questionamento, com um cenário internacional que favorecia esse comportamento, de crescimento da direita. Estávamos sendo avisados do que aconteceria, mas não percebemos. O centro político, que à época tinha certa relevância, também desapareceu nesta eleição. Estamos entre, não a esquerda, mas um centro democrático, que busca alternativas, e a extrema direita.

Não há como ignorar que os milicianos tomaram conta do governo Bolsonaro, se apossaram do estado. Diferentemente da eleição de 2018, quando tínhamos um presidente que assumiu depois do golpe contra a ex-presidente Dilma e contava com 5% de popularidade, e o Centrão estava fragilizado... Hoje esse centro fisiológico dentro do Congresso está totalmente alinhado com o atual presidente, ele tem toda a máquina do governo, que não é pouca coisa. Há mais um agravante, cerca de 15 mil militares em cargos comissionados, militares estes que todos os dias afrontam os outros poderes da República.

Essa não será uma eleição igual às outras, que no dia 2 de outubro termina a apuração e se passa o poder para quem ganhou. É diferente, nós teremos questionamento de Bolsonaro, como nos Estados Unidos, da extrema direita. E teremos eleição com violência explícita todos os dias. Não estamos mais vivendo no país de 2018, esse país acabou...

Andréa – Vivemos uma crise institucional, sanitária, econômica generalizada no mundo. O cenário é mais dramático que 2018. Há algumas permanências e mudanças. A eleição de agora soterrou de vez a falácia da terceira via, que na verdade nunca foi terceira via, mas candidatura do mercado, que não consegue se eleger desde que o PSDB saiu do poder.

Mas ela tem tentado trazer pela mídia a ideia de que a polarização ideológica é negativa, que deveríamos caminhar pela moderação, mas isso está soterrado. Temos agora uma polarização. E há a tentativa do mercado e da mídia de tentar esterilizar e botar sob controle essa polarização e fazer prevalecer sua agenda.

Mas a novidade é uma extrema direita, de 20% da população, que se organiza e milita. Temos de derrotar o Bolsonaro porque sua reeleição abre uma possibilidade muito grande de fechamento do regime. Ele já afronta o STF, faz discurso em favor da tortura e da ditadura, questionando previamente o resultado da eleição, sem que as instituições façam nada. Uma reeleição desse senhor significa uma possibilidade grande de fechamento de regime. É necessário que ele seja derrotado eleitoralmente, mas que se mantenha também resistência em espaços organizados, e o Parlamento é um deles, mas também a organização nas ruas e na sociedade civil.

A derrota do Bolsonaro será um golpe nesses setores protofascistas, mas só derrotá-lo não significará que os venceremos. Vão continuar ativos, vivos, organizados. Temos de responder com organização no campo de esquerda nos vários espaços que possamos ocupar.

Divulgação

Curitiba tem explosão de doenças respiratórias em crianças

Faixa dos 0 aos 3 anos ainda não tem autorização para se vacinar contra a Covid-19

Gabriel Carriconde do atendimento, sendo orientado que pacientes procurassem

UTIs lotadas, filas enormes serviços das unidades básicas nas UPAs e unidades de de saúde. saúde e falta de remédios. Essa era a rotina com a pandemia Falta de remédios Na tere os baixos índices de vacina- ça-feira, 4 de maio, a Secretação até o ano passado. Com ria Estadual de Saúde teve de o avanço da vacinação, veio a soltar nota técnica alertando sensação de volta à normalida- pais, professores e alunos pade, com até a abolição da obri- ra cuidados sanitários dentro gatoriedade do uso de másca- das escolas. “Este ano estamos ras. No entanto, com a volta às em uma situação diferenciada aulas em Curitiba a chegada de quanto às infecções respiratóum clima mais frio do outono, e rias. Temos observado um núa não liberação da vacina para mero de ocorrências acima do crianças de 0 a 3 anos, o cenário esperado. Além da pandemia voltou a lembrar o pico alto da da Covid-19, tivemos a epidepandemia, agora para crianças. mia da H3N2, com o aumen-

No final de abril, o Hospital to dos casos de Influenza antes Pequeno Príncipe, referência do período que normalmente no atendimento pediátrico, teve ocorrem. Portanto, nosso cuiaumento de 170% nos atendi- dado é que as síndromes respimentos em sua emergência de ratórias não agravem e, para iscrianças com sintomas de febre, so, alguns cuidados são essentosse, e faringite, ocasionando ciais”, frisou o secretário estalotação da ala de tratamento dual da pasta, César Neves. intensivo, e uma reorganização Com o aumento dos casos respiratórios, outro problema começa a aparecer, a falta de medicamentos como Amoxilina nas drogarias. Reportagens em veículos que cobrem a capital paranaense revelaram que em algumas farmácias de Curitiba e de Londrina, a Amoxilicina com Cluvunato, indicados para tratamento de doenças respiratórias estavam ausentes das prateleiras.

Para o professor e médico pediatra Rubens Cat, apesar da vacinação elevada em toda população vacinável, a falta de vacinas para as crianças abaixo dos 3 anos e a volta às aulas são cenários que demandam cuidados. “Neste momento, apesar dos bons números da pandemia, ainda indico o uso de máscaras dentro das salas de aulas, pois vai proteger não só da Covid-19, mas também de todos os outros vírus responsáveis por este perigoso momento que estamos passando’’, orienta.

Camila Mendes | Pequeno Príncipe

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Mais de 2 mil casos ativos

Com o fim da obrigatoriedade do uso de máscaras em locais públicos e fechados, Curitiba viveu clima de normalidade, que começa a ficar ameaçado por conta do aumento dos casos ativos da Covid-19. Apesar de a taxa de óbitos continuar relativamente baixa, em 2 por dia, a cidade já tem mais de 2 mil casos ativos da doença e vem aumentando os números diariamente. Comparando com o mesmo período do ano passado, a cidade ainda tem taxa baixa de óbitos e ocupação de leitos UTI-SUS e enfermarias. Em 2021, Curitiba, em maio, tinha mais de 20 óbitos diários por Covid.

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