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Perfi l Popular
Juliana: a educação em todas as lutas
Nova coordenadora geral do Sismuc forjou-se nas lutas da educação, sindicais, antirracistas e de juventude
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Pedro Carrano dois dias de novembro de 2013, das então trabalhadoras dos Juliana Mildemberg, 32, pedagoga e professora de eduCmeis, em busca de valorização, de um plano de carreira e cação infantil do Cmei Santa até de uma identidade própria, Rita, no bairro Tatuquara, hoje uma vez que o segmento era é a nova coordenadora geral do depreciado no senso comum Sindicato dos Servidores Públi- como “cuidadoras”, e não como cos Municipais de Curitiba, o parte de um projeto de ensino. Sismuc.
Conhecido pelo envolvimento em lutas pela qualidade do setor público, em especial na Saúde e Educação, o sindicato é segundo maior de funcionários municipais do Brasil.
O envolvimento de Juliana com o “front” sindical iniciouse quase dez anos atrás, como ela recorda, ao final da greve de
Durante a greve, o grupo de Juliana esteve ativo e passou a se aproximar do sindicato. “A greve foi finalizada de maneira que não nos agradou, então fomos conversar na sede do sindicato, nos dividimos e formamos um grupo técnico que nos ajudou depois”, lembra.
Giorgia Prates
A construção do plano de carreira
Em março de 2014, nova greve de cinco dias, massiva e marcante das mesmas educadoras balançou a gestão de Gustavo Fruet (PDT) e permitiu o início da conquista do plano de carreira e de vários itens para 4 mil professores de educação infantil, que passaram a ser reconhecidos por essa nomenclatura.
A gestão municipal foi obrigada a incorporar o grupo técnico nas negociações do plano, o que foi uma verdadeira aula para toda a geração de Juliana. Afinal, nada veio sem combates. A própria formação de Juliana e outras servidoras foi resultado de parceria da Prefeitura com instituições de ensino em EAD. A chamada “onda amarela”, em referência à camiseta adotada pelas servidoras, configurouse como um movimento importante dentro da categoria. Mais tarde, impactado pelas políticas nacionais de teto dos gastos e cortes nas aposentadorias iniciadas no governo de Michel Temer (2016), o movimento entrou em crise.
“Sentimos o golpe de 2016, um refluxo na própria categoria. Nesse ano, Fruet não finaliza o enquadramento completo do plano de carreiras, houve congelamento, aliado ao refluxo político nacional”, pondera, o que acabou dividindo, tirando força e trazendo divisões para dentro do movimento, avalia.
Experiência sindical e luta antirracista
Enquanto mulher negra, para a qual o Sismuc em específico tem o histórico de uma diretoria com representatividade, Juliana defende que envolver a juventude e as mulheres negras ainda é uma grave lacuna no sindicalismo de forma geral. “Há dificuldade de representação enquanto juventude e enquanto mulher negra, mas dada a nossa experiência de luta, a categoria queria algo novo, devido a nossa construção. Isso sem deixar de valorizar as fundadoras do sindicato, que deram sua vida para o Sismuc”, afirma Juliana, reforçando também o seu caráter de coordenadora geral, num local de decisões coletivas.
O sindicalismo gerou politização e experiências para Juliana, caso do curso feito em Turim, na Itália, em encontro da juventude sindical, por meio da Central Única dos Trabalhadores (CUT), na Organização Internacional do Trabalho (OIT), em que conheceu jovens dirigentes de países como Chile, Colômbia e Bolívia.
“Ter ido a Cuba também me trouxe uma mudança de pensamento, de que há um embargo econômico e que o povo resiste com suas próprias possibilidades, que é possível investir em educação”, complementa.
Greca e o fechamento de canais de negociação
Logo depois, a gestão de Rafael Greca (DEM), em 2017 fecharia portas e canais com o sindicato, abriria a violência e o gás lacrimogêneo no lugar da negociação, e agora a nova gestão sindical tem um desafio para conseguir novas conquistas. “São três anos sem conquistas. E agora temos que trazer o plano nacional de educação para a educação infantil e revogar as mudanças na previdência”, elenca Juliana.
Cinema gratuito no CIC
Divulgação
Ana Carolina Caldas
Todas as sextas-feiras e sábados, às 19h, vai ter cinema gratuito no bairro CIC, em Curitiba. Os filmes serão exibidos no Teatro da Vila (Rua Davi Xavier da Silva, 451) e os ingressos devem ser retirados uma hora antes na bilheteria. A seleção dos filmes será feita pela mesma equipe do Cine Passeio. Produções nacionais e internacionais que ainda não passaram na TV aberta estarão em cartaz como o Bob Cuspe, Drunk: mais uma rodada, a Vida Invisível, Estou Me Guardando Para Quando o Carnaval Chegar, entre outros títulos da Vitrine Filmes. (veja programação ao lado até o dia 12/2, e confira no site do BDF-PR na íntegra).
Para ficar por dentro
Dia 4 Bob Cuspe Nós não gostamos de gente
Animação que mistura documentário, comédia e “roadmovie.” O filme conta a história de Bob Cuspe, um velho punk tentando escapar de um deserto apocalíptico que na verdade é um purgatório dentro da mente do seu criador, Angeli, um cartunista passando por uma crise autoral. Classificação 16 anos.
Dia 5 A Vida Invisível
Eurídice, 18, e Guida, 20, são duas irmãs inseparáveis que moram com os pais. Ambas têm um sonho: Eurídice o de se tornar uma pianista profissional. Guida de viver uma grande história de amor. Elas acabam sendo separadas e forçadas a viver distantes uma da outra. Sozinhas, irão lutar para tomar as rédeas dos seus destinos, enquanto nunca desistem de se reencontrar. Classificação 16 anos.
Dia 11 Pacarrete
Bailarina idosa, considerada louca, que vive em Russas, no Ceará, uma cidade do interior. Na véspera da festa de 200 anos da cidade, ela decide fazer uma apresentação de dança como presente para o povo. Classificação 12 anos.
Dia 12 Drunk: Mais uma Rodada
Para alegrar um colega em crise, um grupo de professores de ensino médio decide testar uma ousada teoria de que serão mais felizes e bem-sucedidos vivendo com um pouco de álcool no sangue. Parece a solução perfeita para quebrar o marasmo de seus dias. E, assim, começa esta embriagante sátira social. Classificação 16 anos.
Brasil de Fato Paraná recebe prêmio por ser aliado de direitos de travestis e transexuais
Redação
No sábado (29), o Bra-
sil de Fato Paraná
recebeu o Prêmio “Jacklenie Benites”, sendo reconhecido como “aliade dos direitos Travestis e Transexuais.” A menção honrosa foi uma iniciativa da Associação Nacional de Travestis e Transexuais (Antra) e da Parada LGBTI de Apucarana.
A entrega dos prêmios aconteceu em Apucarana no evento “Café Trans e Travesti”, organizado pela coordenação da Parada LGBTI da cidade. A atividade também teve o objetivo de repercutir o Relatório Nacional da Violência Trans, divulgado em Brasília, na sexta-feira (28).
“É um gesto singelo, mas uma forma de agradecer quem nós reconhecemos como aliados. Também pelo jornal sempre tratar a pauta com respeito e dignidade”, explica Renata Borges, coordenadora da Parada LGBTI e integrante da Antra.
Para o coordenador do Brasil de Fato Paraná, o jornalista Pedro Carrano, a homenagem reforça o compromisso do jornal em defesa da diversidade e luta contra o preconceito. “Ficamos muito gratos pela confiança em nosso trabalho. A redação do Brasil de Fato Paraná se coloca na linha de frente da luta contra o preconceito, em defesa da diversidade de gênero, na conscientização da sociedade nesse momento em que um governo neofascista não respeita transexuais e travestis”, disse.
Arquivo BdF