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Opinião | p. 2 e
Janela fechada, cortinas abertas
Por Cesar Caldas As chegadas do lateral-direito Nathan (20 anos), do São Paulo, do avante José Hugo (destaque do Azuris, 22 anos) e do experiente atacante argentino Adrián Martínez (29 anos, oito gols marcados nas últimas três edições da Libertadores), encerram o ciclo de contratações do Coritiba no primeiro quadrimestre. Seis atletas foram trazidos sem custos adicionais, outros seis mediante “empréstimo” oneroso pago aos clubes de origem e um (Fabricio Daniel) com os direitos econômicos comprados do Mirassol por R$ 2 milhões. Nova janela de transferências só estará aberta de 18/07 a 15/08 – período em que as circunstâncias técnico-táticas determinarão a necessidade de dispensas e/ou reforços. Criteriosamente formado e dentro das limitações nanceiras do clube, é com esse elenco que se descortina o futuro mais imediato do alviverde.
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Pedra no sapato
Por Marcio Mittelbach Em meio a tantas novidades no calendário do tricolor, uma coisa seguirá como nos últimos anos: os duelos contra o Oeste. Campeão da Série C em 2012, o clube paulista permaneceu por sete anos na série B. Destes, seis com a presença do Paraná. Além da “vizinhança” na divisão de acesso, a onça e a gralha azul tiverem o mesmo destino em 2021: despencar para a série D. E nesses tempos já são 16 partidas, sete terminaram empatadas, seis vencidas pelo Oeste e apenas três pelo tricolor. Mesmo nas duas melhores campanhas do Paraná nesse período de rivalidade, em 2013 e 2017, o tricolor perdeu as duas partidas para os paulistas. Na série C, o tricolor saiu invicto com uma vitória e um empate. O detalhe é que o Oeste foi a única equipe que fez campeonato pior que o Paraná em 2021. Paraná e Oeste se enfrentam no próximo domingo, 17, às 16h na Arena Barueri.
Piratas do Carille
Por Douglas Gasparin Arruda Entre os nomes ventilados como possíveis para assumir o cargo de técnico do Furacão, que circulavam entre Sylvinho e Diego Aguirre, o de Fábio Carille certamente era o com mais experiência em títulos importantes. Além disso, outra questão importante: Carille sabe bem como armar um sistema defensivo e caz, o que, neste momento, é o grande dilema do time. O nome não agrada parte da torcida, que esperava um técnico mais ofensivo. Mas, dentre as opções do mercado, acredito que a contratação de Carille foi acertada para o momento atual. O tempo perdido vai cobrar seu preço, sem dúvida. Nunca é bom para um técnico chegar diante de uma pressão dessas. E coragem não falta: Carille fez questão de comandar a equipe logo na chegada, pegando jogo importante de Libertadores contra o e Strongest. Ocomentarista Paulo Vinícius Coelho comentou nesta semana, num dos programas esportivos do Grupo Globo, que há pro ssionais do futebol comparando o jogo atual com equipes de basquete da NBA ou times de handebol, em que todos os jogadores, com exceção dos goleiros, cam numa pequena faixa do campo.
Dos 105 metros que tem de cumprimento um campo padrão Fifa, os 20 jogadores ficam em concentrados em 20, 30 metros. Dá cerca de 1 jogador, ou pouco mais, por metro, o que explica a falta de espaço para fazer jogadas ou até respirar.
Com essa “alta densidade populacional”, que vem se impondo também no futebol brasileiro, principalmente com a chegada de técnicos estrangeiros, times com jogadores mais técnicos ainda levam vantagem, mas o desnível é diminuído pela correria e o espaço reduzido.
Esse é um dos motivos também porque equipes que numa partida têm a maior posse de bola nem sempre saem vitoriosas. Por exemplo, na quinta, 14, o Barcelona, em seu campo, teve 76% de tempo com a bola e mesmo assim caiu fora da disputa do título da Liga Europa ao perder para o alemão Eintracht Frankfurt por 3 a 2.
No dia anterior, o Atlético Mineiro, um
Quem quer a bola?
Todos no ataque, todos na defesa. Futebol passa por uma das maiores revoluções táticas
Frédi Vasconcelos
ELAS POR ELA
Fernanda Haag
dos elencos mais caros do Brasil, quase perdeu para o América MG, mesmo tendo 75% da posse de bola, 27 nalizações (4 do Coelho) e 640 passes trocados. O América concentrou seus jogadores todos na defesa e conseguiu, no contra-ataque, fazer um belo gol. Sem espaço, os jogadores do Galo zeram mais de 50 cruzamentos para a área, que não deram em nada. Só conseguiu empatar no nal da partida, com um gol irregular.
Vitória de 8 a 1 Porém quando o desnível entre times é muito grande e a marcação não funciona, essa tendência pode se voltar contra o time menor. O Palmeiras, por exemplo, conseguiu nesta semana ganhar de 8 a 1 do Oriente Petrolero (Bolívia), com 4 gols de Rafael Navarro, numa das maiores goleadas da Libertadores na história. Uma clara exceção aos placares apertados do futebol jogado hoje em dia.
Mais uma vez a história se repete
O título desse texto pode parecer exagerado, mas não é a primeira vez – infelizmente, não será a última – que utilizo a coluna para trazer mais um caso de violência contra mulher no futebol. No último nal de semana, no Campeonato Capixaba, a Desportiva Ferroviária enfrentava o Nova Venécia. No início do intervalo, houve confusão no meio de campo e o trio de arbitragem foi cercado por jogadores e membros da comissão técnica da Desportiva. Na discussão e após receber cartão amarelo, o treinador grená, Rafael Soriano, seguiu discutindo com a assistente Marcielly Neto. Em seguida deu uma cabeçada nela, o que foi registrado pela TV Educativa. Foi expulso na hora e não contente ainda exclamou: “Se você disser que eu te agredi, a gente vai para a delegacia. (...) Ela está dizendo que eu agredi. Mentira. Está se usando porque é mulher.” Uma frase dessa é oriunda da certeza da impunidade que muitos homens possuem ao praticar violência de gênero. É preciso mudanças estruturais no futebol para que cenas como essa não aconteçam. Mulheres têm o direito de ocuparem o esporte sem se preocuparem em serem violentadas! Marcielly registrou boletim de ocorrência e a Desportiva Ferroviária demitiu agressor.