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editorial A vitória da democracia

SEMANA

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No último domingo (30), o povo brasileiro elegeu Luiz Inácio Lula da Silva, demonstrando que quer mais democracia, respeito às diferenças e investimento em direitos sociais.

Logo após a divulgação do resultado das urnas, autoridades nacionais e internacionais parabenizaram o vencedor, já explicitando, em alguns casos, o interesse em estreitar laços e construir parcerias com o novo governo.

O adversário derrotado, Bolsonaro, é um mau perdedor. Em uma atitude inédita desde a redemocratização, demorou para reconhecer a derrota e a se posicionar sobre as manifestações golpistas que parte de seus apoiadores vem praticando desde domingo.

Depois de um tumultuado processo eleitoral, que envolveu de-

EXPEDIENTE

Brasil de Fato PR Desde fevereiro de 2016

O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 281 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintas-feiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini ARTICULISTAS Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira, Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Clara Lume FOTOGRAFIA Giorgia Prates DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com

REDES SOCIAIS

/bdfpr @brasildefatopr núncias de compra de votos a favor de Bolsonaro, de assédio eleitoral por empresários contra empregados e de atuação da Polícia Rodoviária Federal (PRF) no dia das eleições, privilegiando o atual presidente, apoiadores de Bolsonaro não se conformaram com o resultado.

Passaram a praticar atos de violência, trancando rodovias e prejudicando milhares de brasileiros.

O momento exige uma medida firme das autoridades competentes, de forma a investigar e punir os envolvidos, em especial a cúpula da PRF e os policiais que têm deixado de cumprir com as suas obrigações legais.

A democracia venceu. Agora, é hora de assegurar sua continuidade. Respeitá-la é um dever de todo o povo brasileiro.

Agência Brasil

opinião Sobre as tentativas de golpe contra a democracia e a organização popular

Pedro Carrano

Jornalista e integrante da Consulta Popular, autor do livro “História da Comuna de Oaxaca” (editora Appris, 2018)

1Bolsonaro está isolado internacionalmente. O governo Lula já foi reconhecido por 90 países, incluindo os governos de direita da Itália, Polônia, Israel e Hungria. Desde antes, a vitória já contava com a sinalização positiva do presidente dos EUA, Joe Biden, e com um cenário latino-americano favorável à mudança. Tudo isso dificulta uma ação golpista que se estenda no tempo.

2Porém, nada disso bastou para impedir ações de pressão e desestabilização por parte dos seguidores de Bolsonaro, o que pode ser a tônica para o próximo período. no interior do Estado (PMs, PRFs, Guardas Municipais). O bloqueio nas estradas mostra que, mesmo no impasse e numa ação de segmentos específicos, a ação neofascista não é irrelevante. A partir dela e do incentivo velado do atual presidente Jair Bolsonaro, os golpistas ampliaram protestos antidemocráticos, diante dos quartéis.

4A esquerda deve ter a dimensão completa desses movimentos. Num futuro governo, devem ser desmobilizados antes que se desenvolvam. Isso exige disposição ao debate midiático, ao apoio à mobilização dos trabalhadores, caso da movimentação das torcidas organizadas, à educação política, ao enfrentamento contra o fascismo.

6A esquerda não pode contar apenas com a expectativa nas instituições, que saem mais desgastadas após o período Bolsonaro. A convocatória à mobilização popular é urgente reivindicando democracia, legitimando o governo Lula e exigindo avanço em direitos sociais.

7No próximo período, se depender de oposição, Congresso, governos e instituições por si mesmas, certamente buscarão um governo Lula com a faca no pescoço.

8Mesmo assim, é fato que pode haver espaço para avanço em áreas tais como: políticas contra a fome, defesa da Amazônia, política internacional, programas sociais, reabertura de ramos da produção nacional. Tudo dependerá da luta política.

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FALA POVO

Copel privatizada?

Logo após o segundo turno das eleições, a possibilidade de privatização da Copel caiu como uma bomba no Paraná. A intenção foi sinalizada pelo governador Ratinho Junior e, posteriormente, comunicada ao mercado financeiro. Especulação que fez as ações da companhia de energia dispararem na Bolsa. Mas uma venda ocorre em um momento de turbulência do mercado com a indefinição eleitoral e dos rumos econômicos do país para 2023.

Em fato relevante, a Copel questionou o governo do estado sobre “informações técnicas a fim de subsidiar modelo para potencial operação no mercado de capitais em que se otimize o investimento do Estado do Paraná na Copel, preservando participação societária relevante do estado na Companhia”.

Por outro lado, o anúncio, neste momento, é visto como trapalhada e precipitação, segundo o presidente do Senge-PR, Leandro Grassmann. “Não sabemos o que seria considerado ‘relevante’ pro estado sobre o controle acionário. Pode ser que venda até chegar ao limite de 50,1% e ainda se mantenha como controlador majoritário, assim como pode reduzir para 10%, por exemplo.” Para ele, “é uma retomada de uma agenda neoliberal que visa a dilapidar o patrimônio público e do povo paranaense”.

ANPr

FRASE DA SEMANA

Arquivo Pessoal

“Apologia ao nazismo é crime!”

Disse o embaixador da

Alemanha no Brasil,

Heiko Thoms, ao comentar sobre bolsonaristas que estão nos bloqueios de estradas. “O uso de símbolos nazistas e fascistas por ‘manifestantes’ claramente de extrema direita é profundamente chocante”, conclui.

NOTAS BDF

Por Frédi Vasconcelos Zambelli “foge” No Senado

A quinta-feira após feriado de Finados começou com boatos da “fuga” da deputada bolsonarista reeleita Carla Zambelli para os Estados Unidos. A primeira versão é que estaria com medo de ser presa depois de correr atrás de um homem negro com uma arma antes ainda da eleição e ter apoiado as manifestações que questionam a vitória de Lula com bloqueios de estradas. A própria deputada confirmou a viagem, disse que era para “estudar”. Chama a atenção o fato de que não diz quando vai voltar nem se estará aqui para a diplomação dos eleitos, em dezembro. As primeiras conversas sobre aconteceram no Senado Federal, em encontro de Alckmin e o relator do Orçamento, Marcelo Castro (MDB-PI), e o senador eleito Wellington Dias (PT-PI). A presidente do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), o líder do PT na Câmara, deputado Reginaldo Lopes (MG), e o coordenador do programa de governo de Lula, Aloizio Mercadante, também participaram da audiência.

Transição

Reprodução | Youtube

Bolsonaro sumiu

A equipe de transição do governo federal começou a se reunir com integrantes do governo Bolsonaro e congressistas. Liderada pelo vice-presidente, Geraldo Alckmin, um dos primeiros assuntos que estão sendo negociados é o orçamento federal para o ano que vem. Principalmente porque há rombos em diversos programas, como o auxílio emergencial, sem fontes de receita de nidas, e o aumento real do salário mínimo, proposta central do novo presidente na campanha. Desde a derrota, no domingo, o presidente Bolsonaro demorou quase dois dias para aparecer e fazer um pequeno pronunciamento, em que insistiu em não reconhecer sua derrota nas urnas. Criticou a “esquerda”, apenas pediu para que as pessoas deixassem de bloquear as estradas, mas fizessem manifestação “democráticas” em outros lugares. Mas, desde então, aparentemente, o governo está paralisado, sem tomar nenhuma medida.

Tiros contra Comitê de Pontal do Paraná

Na noite do 1º, por volta das 23h, a sede do Comitê Popular de Lutas do Balneário Santa Terezinha, em Pontal do Paraná, foi alvo de atentado. A proprietária do imóvel comercial onde ca o comitê reside ao lado e ouviu disparos de arma de fogo. Por sorte, a sede estava fechada e ninguém se feriu.

Inoperância da PM

Para PT, estado deve conter manifestações contra a democracia

De acordo com nota assinada pelo presidente estadual do PT, Arilson Chiorato, a Polícia Militatar foi acionada, mas recusou atendimento alegando que as cápsulas foram recolhidas. O jurídico e o setorial de segurança pública do partido acompanham o caso, exigindo investigação da Polícia Civil, uma vez que o autor do crime não foi ainda identificado.

“Os problemas de ameaças, atentados, bloqueio de estradas e manifestações antidemocráticas são questões que devem ser resolvidas pelo estado e pela segurança pública. Esta tentativa de criar o caos e um ambiente violento se dá por não aceitarem o resultado das urnas”, afirma nota do partido.

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