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CPMI e a extinção do GSI – uma demanda democrática

Expediente

opinião

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Milton Alves

Jornalista e escritor, colabora em diversas mídias progressistas e de esquerda. É militante do Partido dos Trabalhadores (PT), em Curitiba

Anomeação de Ricardo Capelli, que foi o interventor em Brasília após a tentativa golpista, é um primeiro passo para apurar o envolvimento do setor castrense, definindo claramente os responsáveis pelos crimes de 8 de janeiro e dos acampamentos nas portas dos quartéis. Além de investigar e punir os empresários financiadores do projeto de golpe contra a posse de Lula.

Na futura CPMI, a ação dos parlamentares da base governista deve priorizar, logo no início dos trabalhos, a convocação dos generais bolsonaristas e do ex-presidente Jair Bolsonaro, com isso, esvaziando a tentativa da extrema direita parlamentar de dividir a responsabilidades do 8 de janeiro com os apoiadores do governo Lula, uma falsa narrativa que tenta confundir e semear dúvidas entre a população.

A disputa política na CPMI indica que vai ser concentrada na questão da definição das responsabilidades.

No momento, o futuro do GSI é uma questão política importante. Trata-se de enfrentar um braço da tutela militar. Um aparato político que serve aos interesses dos generais da extrema direita para interferir e controlar a agenda política do governo civil.

A partidarização das Forças Armadas pela extrema direita é um fato presente na atual conjuntura do país, é uma condição inescapável do governo popular de Lula desarmar as armadilhas dos generais contra o poder eleito.

O GSI é um trambolho antidemocrático, uma herança do nefasto SNI, age ainda com uma mentalidade persecutória contra os movimentos sociais e populares, tidos como inimigos internos nos velhos manuais do Exército. Um instrumento de arapongagem e sabotador da democracia. Não há remédio para um cancro tão pernicioso.

A extinção do GSI é uma medida profilática para defender e resguardar o país da sanha golpista dos militares da extrema direita e das ameaças do fascismo. É a oportunidade, em nome e por determinação do governo democrático, de Ricardo Capelli entrar para a história como o “coveiro” do Gabinete de Segurança Institucional.

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O jornal Brasil de Fato circula em todo o país com edições regionais em Minas Gerais, Rio de Janeiro, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul e Paraná. Esta é a edição 298 do Brasil de Fato Paraná, que circula sempre às quintasfeiras. Queremos contribuir no debate de ideias e na análise dos fatos do ponto de vista da necessidade de mudanças sociais.

EDIÇÃO Frédi Vasconcelos e Pedro Carrano

REPORTAGEM Ana Carolina Caldas, Gabriel Carriconde e Lia Bianchini COLABORA

NESTA EDIÇÃO Milton Alves ARTICULISTAS

Cesar Caldas, Douglas Gasparin Arruda, Fernanda Haag, Marcio Mittelbach e Manoel Ramires REVISÃO Lea Okseanberg ADMINISTRAÇÃO Bernadete Ferreira e Denilson Pasin DISTRIBUIÇÃO Juliana Santos DIAGRAMAÇÃO Vanda Moraes CONSELHO OPERATIVO Daniel Mittelbach, Fernando Marcelino, Gustavo Erwin Kuss, Luiz Fernando Rodrigues, Naiara Bittencourt, Roberto Baggio, Robson Sebastian CONTATO pautabdfpr@gmail.com

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@brasildefatopr

Quando o Primeiro de Maio de 2023 chegar, vem consigo o novo salário mínimo no Brasil e a volta de ganho real para os trabalhadores. O novo valor, de R$ 1.320, é uma promessa de campanha do presidente Lula e acontece após quatro anos de congelamento com o ex-presidente Jair Bolsonaro. O novo valor só é aplicado agora porque não havia dotação orçamentária no governo anterior.

“O salário mínimo terá, além da reposição inacionária, o crescimento do PIB”, destacou Lula à época do anúncio. O presidente ainda informou que trabalhadores com renda mensal de até R$ 2.640carão isentos do pagamento do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

A volta do ganho real é extremamente bené ca para a economia brasileira, na avaliação do Dieese. Segundo nota técnica desmentindo fakes news liberais, o ganho real não traz in ação e não gera desemprego.

“A conclusão é que, entre 2003 e 2019, o aumento real do salário mínimo (78,61% acima da in ação) foi bem superior ao aumento da produtividade da economia (24,94%) e foi alcançado com in ação controlada e decrescente, redução do desemprego e redução da informalidade”, diz o departamento. Esse resultado indica êxito signi cativo na política de valorização do salário mínimo, desmisti cando as principais ressalvas a ela, alardeadas pelos economistas conservadores.

Feira Popular de Saúde

Disse o cantor e compositor Chico Buarque ao receber o Prêmio

Camões, em Portugal. Chico ganhou o prêmio há quatro anos, mas o ex-presidente Bolsonaro se recusou a entregar e assinar o diploma, o que é feito pelos dois países.

Domingo, 30, ocorre mais um episódio de um formato de feira popular que tem mobilizado comunidades em Curitiba desde 2022. A Feira Popular de Saúde ocorre das 9h às 16h, na Praça Recreativa Iguaçu III, no bairro Ganchinho. A região é um local de moradia popular que completa dez anos, porém sem acesso a serviços essenciais, caso dos Correios e de um posto de saúde reivindicado pela comunidade.

União de moradores

CPMI do golpe Postou sem querer

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), leu na quarta (26) o requerimento de criação da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que vai investigar atos golpistas de 8 de janeiro. Agora, está formalmente instalada e começa a batalha entre situação e oposição pelo controle de seu funcionamento. Serão 32 titulares, 16 deputados federais e 16 senadores, com 9 suplentes de cada casa. A distribuição vai seguir a proporcionalidade dos partidos, federações e coligações.

Segundo sua defesa, em depoimento à Polícia Federal na quarta-feira (26), o ex-presidente Jair Bolsonaro alegou que estava sob efeito de morfina quando postou uma mensagem golpista, que questionava o resultado da eleição presidencial que perdeu. A desculpa é que o ex-presidente desejava compartilhar o tal vídeo consigo mesmo no WhatsApp para assistir depois e acabou postando no Facebook sem querer. Acredite quem quiser.

A complicação das joias Oposição recua

Se num primeiro momento a oposição pedia a CPMI para tentar complicar o governo Lula no Congresso, paralisando votações importantes como o Arcabouço Fiscal, o jogo parece ter virado. O bloco governista deve conseguir maioria na comissão e os fatos a serem investigados, as invasões e depredação de prédios dos 3 Poderes por bolsonaristas, com nanciamento e incentivo de muitos parlamentares ligados ao ex-presidente, não devem fazer bem à narrativa da extrema direita.

O inferno astral da família do ex-presidente brasileiro continua. Em depoimento à Polícia Federal, uma servidora que trabalhava na Presidência da República à época disse que o segundo lote de joias ilegais mandado pela Arábia Saudita, no valor de R$ 2 milhões, foi entregue em mãos à então primeira-dama, Michelle Bolsonaro (PL), e conferido pessoalmente por Jair Bolsonaro, em novembro de 2022. A informação foi publicada pelo jornal O Estado de S. Paulo

A atividade é iniciativa da União de Moradoras/es e Trabalhadoras/es (UMT), espaço associativo que abrange associações de moradores do bolsão Formosa, Corbélia, SabaráCIC, Ganchinho e Graciosa (Pinhais), ao lado de grupos de bairro, movimentos populares – caso do MTD, Levante Popular da Juventude e Povo pelo Povo –, além de militantes individuais.

Comunidade esquecida

“Esse evento vem a agregar. Nós da comunidade vemos como chance de crescimento, uma chance de evolução, nossa comunidade é muito esquecida. Estamos com processo embargado do Moradias Iguaçu, então vários recursos não chegam a nós. Não recebemos correspondência. Para receber essas melhorias, temos que nos organizar e reclamar nossos direitos”, diz Silvana Maia, liderança no Moradias Iguaçu e integrante do movimento Povo pelo Povo.

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