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GERAL, PÁG
from Edição 361
EDIÇÃO 361 7 A 13 DE JULHO DE 2022
GERAL 5 “A máquina é confusa e ninguém auxilia”, diz usuário sobre autoatendimento do metrô do Rio
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Passageiros enfrentam filas e dificuldades para comprar bilhete em diversas estações do principal transporte da capital
JAQUELINE DEISTER
RIO DE JANEIRO (RJ)
Jaqueline Deister
Apesar de ser considerado o melhor serviço de transporte de massa do Rio de Janeiro, as reclamações de usuários do metrô sobre atrasos, interrupções do serviço, fechamentos das bilheterias e falta de profissionais para auxiliar no autoatendimento durante a compra da passagem tornaram-se frequentes.
O estudante Rafael Nascimento é morador do bairro de Paciência, na zona Oeste, e sempre utiliza o modal para visitar o pai com o irmão mais novo. O jovem não possui o RioCard (cartão do sistema de bilhetagem eletrônica do estado do Rio) e contou à reportagem que passou por problemas ao fazer a compra do bilhete em uma estação de autoatendimento do metrô em Coelho Neto.
“O caixa está fechado, ai eu não sei o que fazer, tem que ir para as máquinas para usar o dinheiro. A máquina me deixa um pouco confuso e não tem um funcionário do metrô para auxiliar”, comenta Rafael que não possui cartão bancário e depende apenas do dinheiro para comprar o bilhete que custa R$ 6,50.
Além da dificuldade para utilizar a máquina, os pas-
Em horários de pico, formam-se filas longas para a compra do bilhete
sageiros alegam que, em horários de pico, formam-se filas longas para a compra do bilhete.
“Às vezes você não tem tempo de ficar na máquina e já está em cima para ir trabalhar, com a hora certa. É complicado e atrapalha realmente. Às vezes está lotado e não dá vazão. Abrir a bilheteria facilitaria a vida do trabalhador”, destaca o vigilante Alípio Melo, morador do bairro de Rocha Miranda, na zona Norte, que utiliza diariamente o metrô na estação de Coelho Neto.
O Brasil de Fato foi até o metrô e constatou que na última quarta-feira (5), no fim da tarde e início da noite, nas estações do Flamengo, na zona Sul; em Coelho Neto, na Zona norte e na Carioca, no centro da capital fluminense, as bilheterias do Metrô Rio não estavam funcionando.
Todas as três estações estavam com cartazes escrito “fechadas”. Na Carioca, houve a orientação de uma funcionária da empresa para ir ao terminal de autoatendimento para efetuar a compra do bilhete. Havia um funcionário auxiliando os passageiros com o serviço nas máquinas. Porém, nas estações do Flamengo e Coelho Neto não havia nenhum profissional nos terminais de compra por dinheiro ou cartão.
A concessionária MetrôRio é a responsável por operar e administrar as linhas 1 e 2 que circulam entre a zona Sul, Norte e Centro da cidade e desde 2016 opera a linha 4 que vai até a Barra da Tijuca, na zona Oeste. As expansões da rede metroviária e aquisição de novos trens são de responsabilidade do governo do estado. Em 2019, o Metrô Rio lucrou cerca de R$ 1 bilhão, em 2020 esse número também caiu, para R$ 600 milhões.
INTERRUPÇÕES NAS VIAGENS
»Outra falha recorrente apontada por passageiros durante as viagens são as interrupções dos serviços. Na quarta-feira (29), usuários reclamaram que entre as estações de São Cristóvão e Cidade Nova, na linha 2, as composições pararam sob a alegação de falta de energia. O problema foi relatado nas redes sociais do metrô.
Lucimar Pimenta é trabalhadora doméstica. Ela conta que em condições normais, leva 1h20 da sua casa em Guadalupe, na zona Norte do Rio, até o seu local de trabalho no Leblon, na zona Sul da cidade, mas que tem chegado atrasada no serviço com mais frequência devido à interrupções na viagem.
“A maior parte dos problemas é que [o trem] para nos ramais e demora. Hoje [5] mesmo parou em Triagem e ficou 45 minutos parado e a gente que tem horário para pegar no trabalho fica difícil. Muita das vezes eu já cheguei atrasada”, desabafa.
O Brasil de Fato procurou o Metrô Rio para um posicionamento sobre as reclamações dos usuários. A reportagem não obteve retorno até o fechamento desta edição.