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TOMAZ SILVA/ AGÊNCIA BRASIL
LONDON EDITION JULY 3 – 16
ISSN 2055-4826
DE DENTRO DA FESTA
Antonio Veiga compartilha as emoções da Copa >> Páginas 12 e 13
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FERNANDO FRAZÃO/AGÊNCIA BRASIL
REPRESSÃO PADRÃO FIFA AÇÃO TRUCULENTA DA POLÍCIA PARA CONTER PROTESTOS DURANTE A COPA DO MUNDO LEVANTA DEBATE SOBRE DIREITO À MANIFESTAÇÃO PACÍFICA E POLÍTICA DE SEGURANÇA PÚBLICA
>> Páginas 10 e 11
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EM FOCO Notícias que foram destaques na quinzena
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BRASILIANCE Plano Nacional de Educação aprovado
LONDON EDITION 06
BRASIL & UK O Brasil aqui e o Reino Unido lá
EDITORA - CHEFE
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PERFIL
Ana Toledo ana@brasilobserver.co.uk
Maria Gadú
EDITORES
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REPORTAGEM DE CAPA No país da Copa tem protesto
COPA 2014 Mas no país da Copa também tem festa
CONECTANDO
RELAÇÕES PÚBLICAS
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COLABORADORES
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Arte urbana e muito mais...
kate Rintoul kate@brasilobserver.co.uk
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Desenvolvimento humano no sertão
BRASIL OBSERVER GUIDE
Guilherme Reis guilherme@brasilobserver.co.uk
Roberta Schwambach roberta@brasilobserver.co.uk
Bianca Brunow Dalla, Bruja Leal, Gabriela Lobianco, Luciane Sorrino, Marielle Machado, Michael Landon, Nathália Braga, Ricardo Somera, Rômulo Seitenfus, Rosa Bittencourt, Shaun Cumming, Wagner de Alcântara Aragão
PROJETO GRÁFICO
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lh4u_ad_world_cup sexta-feira, 13 de junho de 2014 11:22:36
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E D I T O R I A L
16|17 CAPA DO GUIA 18 NINETEEN EIGHT-FOUR 19 GOING OUT 21 WORLD CUP TABLE 22/23 TRAVEL 24|25 NEW CANVAS OVER OLD
O BRASIL NÃO PARA
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IMPRESSÃO Iliffe Print Cambridge iliffeprint.co.uk
ASSESSORIA CONTÁBIL Atex Business Solutions info@atexbusiness.com
Por Ana Toledo – ana@brasilobserver.co.uk
Depois de uma vitória apertada contra o Chile, o Brasil vibrou pois continua na Copa 2014 – pelo menos até sexta-feira dia 4 de julho, quando encara a Colômbia. Mas o país não para! Em meio a festa colorida das torcidas, importantes decisões estão sendo tomadas. Com a bola rolando e o mundo apreciando como nunca o “jeitinho brasileiro”, está claro que as previsões catastróficas em relação ao evento não se confirmaram. O Brasil consegue a façanha de realizar a “Copa das Copas” e os protestos que se levantaram em junho de 2013 já não têm a mesma atuação. O que não quer dizer, porém, que desapareceram. O que está ficando marcado é a atuação represora das forcas de segurança pública. Confira mais sobre esse debate na reportagem de Guilherme Reis, nas páginas 10 e 11. Outro tema importante é o Plano Nacional de Educação (PNE), aprovado pelo Congresso e sancionado pela presiden-
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ta Dilma Rousseff depois de anos de discussão. Nas páginas 4 e 5, você pode encontrar mais informações e detalhes sobre o plano que estabelece metas e diretrizes para as políticas públicas do setor até 2024. Também nesta edição você pode conferir a experiência do estudante de psicologia Carlos Vinícius Dias, que compartilha sua vivência no Projeto Canudos, com artigo publicado na página Conectando (14). Como já falamos por aqui, o clima de Copa se espalhou por todos os cantos. E aqui em Londres, de diversas maneiras. É o que trazemos no Brasil Observer Guide, que entre outros assuntos traz uma entrevista com um dos fundadores do Coletivo SHN, que esteve na capital britânica e deixou um pouco da sua arte no East End.
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EM FOCO
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AGÊNCIA BRASIL
NOVO PROGRAMA INCENTIVA INOVAÇÃO Com o objetivo de estimular a pesquisa na área de ciência, tecnologia e inovação, o governo federal lançou o Programa Nacional de Plataformas do Conhecimento. O programa vai incentivar a pesquisa em 20 áreas, como agricultura, saúde, energia e defesa. Cada plataforma vai reunir lideranças científicas para organizar recursos e desenvolver produtos com o apoio de empresas para lançá-los ao mercado. O governo pretende lançar editais para que pesquisadores e empresas se candidatem e desenvolvam projetos. Cronologicamente, as plataformas passarão pelas etapas de seleção da capacidade científica, inscrição e seleção dos pré-projetos por meio dos editais, julgamento e contratação das empresas e instituições de pesquisa e avaliação dos resultados e da continuidade do financiamento. No lançamento, Dilma defendeu que as parcerias do programa envolvam a participação de empreendedores, ponham em prática as novas tecnologias e tenham relevância econômica. Ao ressaltar a importância da educação na vida das pessoas, favorecendo o acesso à renda e à ascensão social, a presidenta Dilma disse que é necessário que o Brasil tenha não somente portas de saída dos estudantes. Segundo ela, o país precisa ser “formado por técnicos, pessoas qualificadas profissionalmente”, para que elas não venham a ter perda de renda futuramente.
REINO UNIDO MAIS LONGE DA EUROPA
Dilma Rousseff, Aécio Neves e Eduardo Campos são os três principais candidatos na corrida presidencial de 2014
CAMPANHA ELEITORAL COMEÇA EM JULHO Inicia-se no dia 6 de julho a campanha eleitoral no Brasil. Pois em 5 de outubro vindouro, serão eleitos o Presidente da República, 27 governadores (26 estados e o Distrito Federal), 513 deputados federais, um terço do Senado Federal e os deputados às assembleias legislativas estaduais. No caso da eleição para presidente e dos governadores estaduais, se não houver decisão em primeiro turno, o eleitorado volta às urnas em 26 de outubro para a segunda rodada. No que diz respeito à corrida presidencial, são três as principais candidaturas. Além da presidenta Dilma Rousseff, que postula a reeleição pelo Partido dos Trabalhadores (PT), os oposicionistas com maior densidade eleitoral, de acordo com as pesquisas de intenção de voto, são Aécio Neves, do Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), e Eduardo Campos, do Partido Socialista Brasileiro (PSB). O PT oficializou a candidatura da presidenta Dilma Rousseff à reeleição, assim como Michel Temer para vice-presidente, em convenção nacional em Brasília, dia 21 de junho. Na ocasião, o presidente nacional do partido,
Rui Falcão, levantou duas principais bandeiras: a reforma política e a democratização da mídia. Sobre os meios de comunicação, Rui Falcão destacou que o partido pretende cumprir o que estabelece a Constituição Federal, como a proibição do oligopólio da mídia e a exigência de produção regional independente. A presidenta Dilma Rousseff avaliou a reforma política como fundamental para melhorar a qualidade da política e da gestão pública. “A transformação social produzida pelos nossos governos criou as bases para a promoção de grande transformação democrática e política no Brasil. Não vejo nenhum caminho que viabilize a reforma política que não passe pela participação popular”. Na semana anterior, dia 14 de junho, Aécio Neves já havia sido confirmado como candidato do PSDB. Em 30 de junho, porém, é que veio a confirmação do senador Aloysio Nunes Ferreira como vice na chapa. Aloysio aproveitou o anúncio para criticar a gestão da presidenta Dilma Rousseff e destacar que os brasileiros querem mudanças na condução política do país. As principais bandeiras de-
fendidas pela legenda têm sido o controle da inflação e o combate à corrupção. “O Brasil quer mudar, quer um governo diferente, um novo fôlego e novo impulso e Aécio conseguiu encarar esse desejo”. Aécio explicou que a escolha por Nunes, entre as opções que o partido tinha, foi motivada pela coerência do senador. “A trajetória exemplar de Aloysio na vida pública faz com que a partir de agora a nossa caminhada se fortaleça”, afirmou o candidato mineiro. Já a candidatura de Eduardo Campos (PSB) à Presidência da República e de Marina Silva como vice-presidente foi formalizada no dia 28 de junho. O presidenciável reiterou as críticas ao atual modelo político que, segundo ele, está “esgotado” e tem efeito “paralisante da energia social”. “Rejeitamos a trilha fácil da acomodação e conformismo. Rejeitamos a inércia e colocamos nossa indignação e sonho. Para continuarmos fiéis à nossa história tivemos que mudar e ter o compromisso de mudar junto com Marina. Escolhemos o caminho mais desafiador”, afirmou Eduardo em evento em Brasília.
Os jornais britânicos avaliaram que, depois da tentativa frustrada do primeiro-ministro David Cameron para travar a designação de Jean-Claude Juncker como presidente da Comissão Europeia, o Reino Unido está mais próximo de sair da união dos países europeus (EU). “Um passo mais perto de abandonar a Europa”, escreveu na sua manchete o Daily Telegraph, um dos jornais mais vendidos no país, enquanto o The Times indicou “Grã-Bretanha próxima de sair da EU”. O jornal Guardian repetiu a frase do restante da imprensa, noticiando “Reino Unido mais próximo de uma saída da UE depois do voto em Juncker”. Já o Independent escreveu: “Cameron esmagado e Reino Unido mais próximo de uma saída da EU”. Na primeira página, o Sun escreveu: “Cameron: Estamos em guerra com a EU”. Alguns jornais do país foram críticos quanto à forma como Cameron lidou com a designação do futuro presidente da Comissão Europeia, o que foi visto como um obstáculo para a renegociação dos termos da permanência do país na UE prometidos antes do referendo de 2017. Nesse ano, os britânicos devem votar a permanência na União. “O perdedor Cameron apoiou o Rooney da Europa”, comentou o Daily Mail. O Financial Times apontou “uma mudança histórica de poder na EU”, um “momento perigoso da relação de Grã-Bretanha e Europa”.
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BRASILIANCE
EDUCAÇÃO: 20 METAS PARA 10 ANOS DIVULGAÇÃO
Sancionado em 25 de junho, Plano Nacional de Educação traz diretrizes e estratégias que devem nortear as políticas públicas do setor até 2024; investimento de 10% do PIB na área é uma das obrigações estabelecidas Por Wagner de Alcântara Aragão
Depois de quatro anos de discussões, a presidenta Dilma Rousseff sancionou na última semana de junho o Plano Nacional de Educação (PNE), que estabelece metas e diretrizes para as políticas públicas do setor até 2024. Com elaboração concluída por parte do Poder Executivo no final de 2010, o PNE tramitou no Congresso Nacional até o início de junho deste ano, quando foi finalmente aprovado. Entre os objetivos a serem alcançados está o investimento de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) do país em educação, quase o dobro do praticado atualmente (5,3%) – em 2019, o valor já deve estar em 7%. Está neste ponto, aliás, uma das principais divergências entre o poder público e os movimentos da sociedade civil organizada que participaram e acompanharam a elaboração e a tramitação do projeto de lei. Para os 200 grupos e organizações que formam a Campanha Nacional pelo Direito à Educação, na conta dos 10% do PIB deveriam entrar apenas investimentos diretos na rede pública de ensino. Ocorre que essa exclusividade não foi expressa no PNE. Dessa forma, estarão incluídos nessa cota de 10% do PIB para a educação recursos públicos que forem destinados a programas educacionais que repassam verbas a instituições privadas – como o Programa Universidade para Todos (ProUni), o Ciência sem Fronteiras (CsF), o Financiamento Estudantil (Fies), o Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec) e convênios em educação infantil e especial. Para a Confederação Nacional do Trabalhadores em Educação (CNTE), a inclusão desses programas na cota dos 10% do PIB “favorecerá a escola privada”. Diz a entidade, em nota: “Embora a CNTE seja favorável a programas federais que priorizam o acesso da população de baixa renda ao ensino su-
Mais de 3,8 milhões de crianças e adolescentes entre 4 e 17 anos estão fora da escola no Brasil
perior - sobretudo o Prouni, o Ciência Sem Fronteiras e o Fies -, a entidade não concorda com a orientação estabelecida no PNE, que além de prever a transferência direta de verbas públicas para a iniciativa privada, ainda imporá duplo prejuízo à educação pública, uma vez que menos impostos serão recolhidos de instituições privadas e as bolsas concedidas a essas instituições de ensino passarão a ser computadas na meta do plano decenal, reduzindo a expectativa de investimento nas escolas e universidades públicas”.
VETOS Às vésperas da sanção da lei, movimentos sociais enviaram à presidenta Dilma uma carta pedindo veto ao parágrafo 4º do artigo 5º da lei, justamente o que inclui na conta dos 10% programas como ProUni, Ciências sem Fronteiras, Fies e Pronatec. Pelas contas apresentadas na Câmara dos Deputados durante a tramitação do PNE, esses programas equivalem a 0,5% do
PIB, e a estimativa é de que em dez anos alcancem 2% em financiamentos e isenções. A sanção, todavia, ocorreu sem vetos. Coube ao ministro da Educação, Henrique Paim, justificar a opção. Em entrevista coletiva em 26 de junho, o ministro argumentou que os programas que envolvem as instituições privadas são fundamentais para a garantia da universalização do acesso a todos os níveis da educação. “São recursos públicos investidos e devemos ter garantia de acesso a todos. Se forneço
brasilobserver.co.uk 5 ProUni, Fies e Ciência sem Fronteiras, então estamos gerando oportunidades educacionais”, declarou. Paim ainda lembrou que, em pouco mais de dez anos, o orçamento do Ministério da Educação aumentou quase seis vezes – de R$ 19 bilhões em 2003 para R$ 112 bilhões em 2014. Em dez anos (2002 a 2012), o número de matrículas no ensino superior (instituições públicas e privadas) dobrou, de 3,5 milhões para 7 milhões. Outro veto pleiteado pelos movimentos sociais era referente à meta 7 do plano (leia as metas no box), que estabelece políticas de estímulo às escolas que melhorarem o desempenho no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb), “de modo a valorizar o mérito do corpo
docente, da direção e da comunidade escolar”. Na carta à Dilma, os movimentos alegam que tal medida “tende a agravar a situação dos estudantes que necessitam de mais investimentos do Estado, bem como dos profissionais que serão alvo de políticas de bonificação, contrariando a perspectiva de valorização dos planos de carreira com base no piso salarial nacional”. Paim frisou que a sanção do texto na íntegra procurou respeitar o que foi consenso do Congresso. “[A sanção sem vetos] demonstra o reconhecimento do governo de que o PNE foi construído a partir de um amplo debate na sociedade e nos movimentos educacionais, com contribuições por parte dos congressistas”, afirmou.
SALÁRIOS Além de estipular um piso de investimentos do país em educação, o PNE traça avanços numa reivindicação antiga de educadores e da sociedade de modo geral: a valorização dos profissionais. Pela nova lei, até o sexto ano de vigência do plano os professores da educação básica deverão ter salários equivalentes ao rendimento médio das demais categorias profissionais que exijam o mesmo grau de escolaridade. E metade desses professores deverão ter pós-graduação, pois será viabilizado acesso à formação continuada.
O desafio, agora, é garantir a execução do plano. Para a coordenação da Campanha Nacional pelo Direito à Educação, só a mobilização da sociedade, com cobrança do cumprimento da lei, vai assegurar que as conquistas trilhadas pelo PNE sejam, de fato, postas em prática. Na coletiva de imprensa, o ministro Paim anunciou que o governo federal, por meio do Ministério da Educação, está elaborando um sistema para acompanhamento do plano e também de medidas para dar suporte aos Estados e municípios na construção dos seus planos de educação. Paim disse que o sistema será lançado em breve.
PLANO NACIONAL DE EDUCAÇÃO – O QUE ELE DIZ?
O Plano Nacional de Educação (PNE), decenal, é o documento-referência da política educacional brasileira, para todos os níveis de governo. Contempla um diagnóstico da educação no país e, a partir de tal diagnóstico, apresenta princípios, diretrizes, prioridades, metas e estratégias de ação para enfrentamento dos problemas educacionais da nação. A existência do PNE está fixada no artigo 214 da Constituição de 1988, mas só foi regulamentada oito anos depois, pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação. O PNE sancionado em junho agora por Dilma é o segundo da história.
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Universalizar, até 2016, a educação infantil na pré-escola para as crianças de 4 a 5 anos de idade e ampliar a oferta de educação infantil em creches de forma a atender, no mínimo, 50% das crianças de até três anos até o final da vigência do PNE.
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Oferecer educação em tempo integral em, no mínimo, 50% das escolas públicas, de forma a atender, pelo menos, 25% dos alunos da educação básica.
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Elevar a taxa de alfabetização da população com 15 anos ou mais para 93,5% até 2015 e, até o final da vigência deste PNE, erradicar o analfabetismo absoluto e reduzir em 50% a taxa de analfabetismo funcional.
Universalizar o ensino fundamental de nove anos para toda a população de 6 a 14 anos e garantir que pelo menos 95% dos alunos concluam essa etapa na idade recomendada, até 2024. Universalizar, até 2016, o atendimento escolar para toda a população de 15 a 17 anos e elevar, até o final do período de vigência deste PNE, a taxa líquida de matrículas no ensino médio para 85%. Universalizar, para a população de 4 a 17 anos, o atendimento escolar aos estudantes com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação. Alfabetizar todas as crianças, no máximo, até os 8 anos de idade, durante os primeiros cinco anos de vigência do plano; no máximo, até os 7 anos de idade, do sexto ao nono ano de vigência do plano; e até o final dos 6 anos de idade, a partir do décimo ano.
Fomentar a qualidade da educação básica em todas as etapas e modalidades, com melhoria do fluxo escolar e da aprendizagem com base nas médias nacionais do Índice de Desenvolvimento da Educação Básica. Elevar a escolaridade média da população de 18 a 29 anos, de modo a alcançar no mínimo 12 anos de estudo no último ano de vigência do plano, para as populações do campo, da região de menor escolaridade no País e dos 25% mais pobres, e igualar a escolaridade média entre negros e não negros declarados à Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Oferecer, no mínimo, 25% das matrículas de educação de jovens e adultos, na forma integrada à educação profissional, nos ensinos fundamental e médio.
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Triplicar as matrículas da educação profissional técnica de nível médio, assegurando a qualidade da oferta e pelo menos 50% de gratuidade na expansão de vagas.
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Formar, até o último ano de vigência do PNE, 50% dos professores que atuam na educação básica em curso de pós-graduação stricto ou lato sensu em sua área de atuação, e garantir que os profissionais da educação básica tenham acesso à formação continuada.
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Ampliar o investimento público em educação de forma a atingir, no mínimo, o patamar de 7% do Produto Interno Bruto (PIB) do País no quinto ano de vigência do PNE e, no mínimo, o equivalente a 10% do PIB no final do decênio.
Elevar a taxa bruta de matrícula na educação superior para 50% e a taxa líquida para 33% da população de 18 a 24 anos, assegurando a qualidade da oferta. Elevar a qualidade da educação superior e ampliar a proporção de mestres e doutores do corpo docente em efetivo exercício no conjunto do sistema de educação superior para 75%, sendo, do total, no mínimo, 35% de doutores. Elevar gradualmente o número de matrículas na pós-graduação stricto sensu, de modo a atingir a titulação anual de 60 mil mestres e 25 mil doutores. Garantir, em regime de colaboração entre a União, os estados, o Distrito Federal e os municípios, no prazo de um ano de vigência do PNE, política nacional de formação dos profissionais da educação, assegurando-lhes a devida formação inicial, nos termos da legislação, e formação continuada em nível superior de graduação e pós-graduação, gratuita e na respectiva área de atuação.
Valorizar os profissionais do magistério das redes públicas de educação básica de forma a equiparar seu rendimento médio ao dos demais profissionais com escolaridade equivalente, até o final do sexto ano de vigência deste PNE. Assegurar, no prazo de dois anos, a existência de planos de carreira para os profissionais da educação básica e superior pública de todos os sistemas de ensino e, para o plano de carreira dos profissionais da educação básica pública, tomar como referência o piso salarial nacional profissional. Garantir, em leis específicas aprovadas no âmbito da União, dos estados, do Distrito Federal e dos municípios, a efetivação da gestão democrática na educação básica e superior pública, informada pela prevalência de decisões colegiadas nos órgãos dos sistemas de ensino e nas instituições de educação, e forma de acesso às funções de direção que conjuguem mérito e desempenho à participação das comunidades escolar e acadêmica, observada a autonomia federativa e das universidades.
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BRASIL & UK
EM LONDRES, GOVERNO BUSCA NOVOS INVESTIDORES PARA TECNOLOGIA 4G Para uma plateia formada por empresários e investidores, o ministro das Comunicações do Brasil, Paulo Bernardo, apresentou na quinta-feira dia 26 de junho, em Londres, dados sobre o mercado brasileiro de telecomunicações, com o intuito de atrair empresas que ainda não atuam no país. Na ocasião, o ministro, ao lado do presidente da Anatel, João Rezende, dedicou especial atenção ao leilão da faixa de 700 MHz destinada aos serviços de telefonia móvel e internet 4G. A comitiva chegou à capital britânica após uma parada em Nova York, onde também divulgou o leilão em evento do Consulado Geral do Brasil, além de participar de reuniões com investidores. Em Londres, o evento foi promovido pela Embaixada, com encontros bilaterais. O leilão da faixa de 700 MHz do 4G é visto como uma grande oportunidade para atrair ao país novos grupos que atuam no mercado global de telecomunicações. “Esta é uma frequência muito valiosa e há muita expectativa. O leilão deve ficar para o fim de agosto ou começo de setembro após a avaliação do edital pelo Tribunal de Contas da União (TCU)”, disse Bernardo aos investidores. O ministro ressaltou ainda a importância da faixa de 700 MHz para áreas com população menos densa. De acordo com Bernardo, localidades de menor porte no interior brasileiro têm baixa competição e por isso há um grande mercado a ser explorado. O ministro reconheceu que o Brasil precisa de novos investimentos na infraestrutura de telecomunicações, mas não deixou de citar os avanços que o mercado brasileiro tem apresentado no segmento de banda larga. Só nos últimos quatro anos, o número de acessos a este
BRASIL OBSERVER
Ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, durante apresentação em Londres na quinta-feira dia 26 de junho
serviço cresceu 1.026%, saltando de 12,1 milhões de acessos, em 2010, para 137,2 milhões, em 2014. E ainda há uma grande demanda pela tecnologia, o que torna o país mais atrativo. O presidente da Anatel, João Rezende, destacou que, quando for realizado o leilão, a rede de celular brasileira já terá mais terminais de terceira geração do que de segunda geração. Conforme os últimos números da Anatel, a tecnologia 3G ainda alcança menos da metade dos usuários brasileiros. Em maio, eram 113,39 milhões de acessos para um total de 275,4 milhões de celulares comercializados.
O QUE É 700 MHZ? Essa faixa de frequência, que atualmente é ocupada por canais de TV aberta, será liberada com a mudança dessas emissoras para a tecnologia digital. Depois de ser liberada, a faixa vai ser usada para expandir o serviço de telefonia e internet 4G no Brasil, que desde 2013 já opera no país na frequência de 2,5 GHz. A frequência de 700 MHz possibilita cobertura de grandes áreas com o uso de menos antenas, o que permite levar os serviços de telecomunicações inclusive às áreas rurais, a um custo menor. Além disso, é o padrão utilizado internacionalmente para a internet 4G.
Brasil e Reino Unido assinam acordo de cooperação em Turismo O governo britânico está abraçando a grande oportunidade de compartilhar experiências com a Copa no Brasil. Um dos exemplos disso foi a visita do britânico Sajid Javid, ministro da Cultura, Mídia e Esporte do Reino Unido. Ele se reuniu na segunda-feira dia 23 de junho com o ministro do Turismo, Vinícius Lages, para a assinatura de um memorando de entendimento para cooperação técnica em qualificação e formação profissional em turismo e hospitalidade. O memorando estabelece oportunidades para estudantes brasileiros e operadores de turismo participarem, por meio de seleção, de programas acadêmicos e estágios em Instituições de Ensino do Reino Unido. “Estou entusiasmado de estar aqui no Brasil para dar apoio aos negócios e turismo do Reino Unido. Temos laços fortes com o Brasil, tanto na Cultura quanto no Esporte. O acordo assinado hoje fortalece nosso relacionamento com este país”, disse Javid. Em seguida, o programa Cultura Sem Fronteiras, desenvolvido pelo Ministério da Cultura e que será colocado em prática junto com o British Council, foi apresentado. O programa permitirá aos brasileiros obterem experiência acadêmica e profissional nas áreas de Humanidades, Artes e Criatividade no Reino Unido.
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PERFIL DIVULGAÇÃO
A BELA FLOR DE
MARIA GADÚ Em apresentação no Barbican, em Londres, cantora quebra o protocolo e emociona os fãs mesclando composições próprias e de artistas consagrados da Música Popular Brasileira Por Rômulo Seitenfus
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Faltando cinco minutos para o show de Maria Gadú, no Barbican, o público esperava duas coisas: o resultado de Brasil vs Chile e a entrada da cantora que já dava sinais de preparação. As centenas de telefones celulares acesos na plateia, transmitindo os pênaltis pela internet, mostravam as expressões tensas dos brasileiros na espera pela vitória da seleção. Minutos antes da entrada triunfal da cantora, vozes ecoam para comemorar a vitória do time. Agora sim, Gadú pode entrar. E entra, como sempre, em grande estilo. “Te chamam de ladrão, de sapatão, de maconheiro, transformam o país inteiro num puteiro, pois assim se ganha muito, muito, muito mais dinheiro”. Maria Gadú entrou pela porta dos fundos, descendo as escadas da plateia e declamando a música “O tempo não para”, adaptando palavras entre os fãs que gritavam emocionados. A sensação era de crítica social, com a emblemática música de Cazuza rompendo fronteiras geográficas entre palco e público. E foi assim, nesse clima de quebrar protocolos, que a cantora trouxe para Londres, à sua maneira, músicas de grandes compositores misturadas às suas autorias. “Lanterna dos Afogados”, “Bela Flor”, “Bete Balanço”, “Linda Rosa”, “Índios”, “João de Barro”, “Ne Me Quite Pas”, “Encontro” e “Anjo de Guarda” foram algumas das canções apresentadas e tocadas pelos instrumentistas Gastão Villeroy, Fernando Caneca, Federico Puppi, Cesinha e Doga. Fabio Allman e Pepe Barcelos, do Duo Carioca, ofereceram um show extra e agradaram o público. Mayra Corrêa Aygadoux cresceu convivendo com a música. Frequentou aulas, fabricava instrumentos musicais caseiros e aos sete anos já gravava em fitas cassetes suas composições. Aos dez anos de idade estava sentada na beira da praia em Ilha Grande, no litoral do Estado do Rio de Janeiro, quando compôs a música “Shimbalaiê”.
Por anos, a cantora achou a canção “boba”. Quatorze anos depois, a música se tornou o hit da novela Viver a Vida, da Rede Globo. A partir deste momento, passou a ser cobiçada por vários artistas para dividir palcos e discos. No dia em que Caetano Veloso cantou uma versão da música, Gadú chorou até embaçar os óculos que usava para esconder a timidez. Segundo a própria cantora, as lágrimas vieram ao lembrar da infância quando compôs a faixa. Em 2009, foi destaque ao interpretar “Ne Me Quite Pas”, de Jacques Brel, para o diretor Jayme Monjardim, na minissérie Maysa: Quando Fala o Coração, sobre a vida de Maysa Matarazzo. Naquele mesmo início de 2009, Gadú preparou seu primeiro disco, lançado pelo selo SLAP, da gravadora Som Livre, e produzido por Rodrigo Vidal. O mundo das trilhas sonoras descobriu em Gadú uma potência para emplacar na TV e no cinema. “A História de Lilly Braun” faria parte da trilha sonora da minissérie Cinquentinha, de Agnaldo Silva, e outros temas embalaram telinhas e telões: “Linda Rosa” em Cama de Gato, “Sonhos Roubados” no filme de mesmo nome, “Lounge” em Vida Alheia, “Dona Cila” em Clandestinos: O Sonho Começou, “Rapte-me Camaleoa” em Ti Ti Ti, “Quase Sem Querer” no filme Desenrola, “Bela Flor” em Cordel Encantado, “Oração ao Tempo” em A Vida da Gente, “Linha Tênue” em Amor Eterno Amor, “Estranho Natural” em Cheias de Charme e “Lanterna dos Afogados” em Malhação. Indicada duas vezes ao Grammy Latino, nas categorias de Melhor Artista Revelação e Melhor Álbum de Cantor/Compositor, no ano passado editou Nós, disco de duetos com alguns consagrados da MPB, como Caetano Veloso, Gilberto Gil, Milton Nascimento, Ana Carolina, além de novos talentos como Jay Vaquer e Tiago Iorc, e artistas internacionais, como Eagle-Eye Cherry e Jesse Harris.
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CAPA
PROTESTO E REPRESSÃO: Atos contra o Mundial nas cidades-sede foram pequenos até agora, mas violência policial foi constante, colocando em risco o direito à manifestação pacífica e gerando maior debate sobre a política de segurança pública Por Guilherme Reis O “imagina na Copa” falhou. As previsões catastróficas em relação à capacidade do Brasil em sediar o Mundial não se confirmaram. Nem os protestos que pararam o país em junho do ano passado tiveram fôlego para, nos dias de jogos, dividir a atenção dos milhões de espectadores que estão mais interessados em saber quem vai balançar as redes dos estádios lotados. O mesmo não se pode dizer, porém, da atuação das forças de segurança pública no tratamento das já esperadas manifestações: como previsto, há forte repressão. “Desde o início da Copa do Mundo, houve novos episódios de uso excessivo da força e das armas ‘menos letais’ por parte da Polícia Militar de alguns Estados, assim como detenção e agressão a manifestantes pacíficos, ações de possível intimidação, criminalização de manifestantes e agressão contra jornalistas”, afirmou Alexandre Ciconello, assessor de direitos humanos da Anistia Internacional e especialista em segurança pública, em entrevista ao Brasil Observer. Na abertura do Mundial, em São Paulo, manifestantes não conseguiram sequer se reunir. O protesto havia sido marcado para as 10 da manhã em frente a uma estação de metrô perto da Arena Corinthians. Mas, cinco minutos depois, a Polícia Militar teve ação truculenta: disparou bombas de gás lacrimogêneo sobre as pessoas que ainda chegavam ao local do protesto, atingindo quatro jornalistas, entre eles uma repórter da rede americana de TV CNN. Em Belo Horizonte, um protesto foi cercado pela Tropa de Choque. Durante seis horas, duas centenas de manifestantes ficaram sitiados por mais de 4 mil policiais, conseguindo sair pacificamente do local após longa negociação. Um morador de rua foi preso por carregar uma faca de cozinha na mochila. No Rio, a polícia permitiu a reunião, mas atirou bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral quando os manifestantes se aproximavam do estádio do Maracanã. A sensação é que a repressão tem sido desmedida diante do tamanho dos protestos, que na maioria dos casos não reúne sequer mil pessoas. Os ma-
nifestantes anti-Copa são, na maioria, Black Blocs, anarquistas e membros de grupos de esquerda sem muita representatividade. Em todas as cidades, tentaram se aproximar dos estádios, mas a Polícia Militar adotou diferentes estratégias para proteger a zona de exclusão da FIFA, onde só torcedores e credenciados são autorizados a entrar. Advogados reclamaram do cerceamento ao seu trabalho e detenções arbitrárias aconteceram. O caso mais emblemático ocorreu em Curitiba, onde ao menos 25 manifestantes foram chamados a depor na Polícia Federal com base na Lei de Segurança Nacional, aprovada no fim da ditadura militar, em 1983. Os manifestantes tiveram de responder sobre um suposto financiamento estrangeiro aos protestos, se eram ou não Black Blocs e sobre habilidades com explosivos. “As perguntas eram ofensivas, porque todas caminhavam no sentido de chamar a gente de terrorista. Eu achei que estava em uma conversa da ditadura”, comparou Renato de Almeida, de 28 anos, militante chamado a depor, em entrevista concedida à revista Carta Capital. No Rio e em Belo Horizonte, prisões preventivas ocorreram nos dias anteriores à Copa. No dia 11 de junho, na capital carioca, cerca de 20 pessoas foram levadas por agentes da Delegacia de Repressão aos Crimes de Informática para prestar depoimento e esclarecimentos sobre supostos atos de violência durante protestos em 2013. Entre os detidos estava a advogada Eloisa Samy, que duas semanas depois já estava de volta às ruas de Copacabana em protesto silencioso contra a violência policial e pelo direito a manifestação. “Expediram um mandado de busca e apreensão para equipamentos de informática e com acesso à internet, mas levaram meu capacete de moto, meus cintos, meu bastão de softball... Levaram coisas que estavam fora do escopo do mandado, como máscara contra gases, óculos de proteção. Não é só para intimidar, mas para obrigar o grupo a se dispersar e criar uma situação de conflito. Isso tem sido feito cotidianamente”, contou Eloísa à reportagem da Agência Brasil.
Outro caso preocupante aconteceu com o estudante Murilo Magalhães, diretor do Centro Acadêmico do curso de Direito na PUC-SP e representante no Conselho Universitário, que relatou ter sido detido pela Polícia Militar e agredido nas dependências da sede da Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, no dia 9 de junho. Murilo é ativista da Assembleia Nacional de Estudantes Livre (ANEL) e participava de um protesto de apoio à greve dos metroviários de São Paulo e contra a ação da tropa de Choque na repressão à greve. Durante o protesto, ele teria sido imobilizado pelos policiais no local e levado para uma sala dentro da secretaria com ordem de prisão. Nessa sala, teria sido obrigado a retirar a roupa e teria sido espancado pelos policiais. A secretaria negou as agressões em nota e afirmou que o estudante foi preso por agredir um policial. Murilo disse que entrará com um pedido para que a Corregedoria analise o caso.
VIOLÊNCIA DOS MANIFESTANTES Se por um lado fica claro que as forças de segurança agem de maneira desproporcional, por outro não se pode negar que a violência dos próprios manifestantes, muitas vezes, acaba impedindo que determinados grupos consigam, de forma pacífica, expor suas reivindicações. Alexandre Ciconello, da Anistia Internacional, reconheceu o fato. “Houve também atos de violência de manifestantes, como depredações, durante alguns protestos. E a violência – seja das forças de segurança, seja de manifestantes – tem colocado em risco o direito ao protesto pacífico. A Polícia Militar, ou outras forças de segurança atuando no contexto das manifestações, deve atuar para garantir esse direito. De um lado deve coibir e investigar atos de violência e de outro não usar a força de forma excessiva, desnecessária ou cometer qualquer tipo de abuso”.
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O OUTRO LADO DA COPA Em dia de jogo do Brasil no Mineirão, ativistas participaram do ato “28J - Copa sem povo, tô na rua de novo!”
Tal equilíbrio, porém, parece distante de ser alcançado. No dia 19, protesto organizado pelo MPL (Movimento Passe Livre) em São Paulo terminou em confusão. A intenção do movimento era fazer uma “festa popular”, com churrasco, intervenções teatrais, shows de rap e partidas de futebol. No entanto, uma concessionária de veículos da Mercedes-Benz foi depredada por um grupo de mascarados; alguns minutos depois, policiais militares chegaram e usaram bombas de gás lacrimogêneo e efeito moral para dispersar o protesto. O MPL afirmou, porém, que o ato já estava dispersando quando a PM atacou os manifestantes: “A festa popular, que pautava a readmissão dos trabalhadores do transporte [demitidos após greve] e a tarifa zero, foi violentamente reprimida com bombas de asfixia”. De qualquer maneira, a violência de uma minoria tem sido provavelmente o principal motivo do esvaziamento dos protestos anti-Copa, além, é claro, da própria repressão policial. Ainda que anarquistas e grupos de esquerda argumentem que a depredação de símbolos do capitalismo não é proporcional à violência cotidiana sofrida pela população pobre e periférica, tanto no que diz respeito às condições de vida quanto ao tratamento recebido pela polícia – o que é de fato é ponderável –, a maioria da população parece não concordar com os chamados “atos de vandalismos”, ou “ação direta”. Isso explica, por exemplo, o distanciamento do Movimento dos Trabalhadores Sem-Teto dos atos especificamente contra o Mundial. O grupo preferiu concentrar suas ações na pauta específica pelo direito à moradia e tem conseguido vitórias importantes.
SEGURANÇA: UM GRANDE NEGÓCIO MÍDIA NINJA
Diante desse quadro, e principalmente diante da cobrança internacional em relação à capacidade do Brasil em garantir a segurança da população e
dos turistas após os protestos de junho do ano passado, os recursos visando a segurança do país durante a Copa do Mundo chegaram a R$ 1,9 bilhão, além dos investimentos na preparação de 150 mil agentes das Forças Armadas para o evento. Antes do Mundial, houve um investimento não apenas na construção de centros integrados de comando e controle, inteligência e das Forças Armadas, como também na compra de equipamentos, o que se revelou uma grande oportunidade para empresas privadas. Como parte do farto orçamento de segurança da Copa, a Condor Tecnologias Não-Letais, empresa com sede no Rio, faturou um contrato de US$ 22 milhões, fornecendo gás lacrimogêneo, balas de borracha, armas de choque e granadas de luz e som à polícia e forças de segurança privada. Ao vender armamentos de controle de protestos e ordem pública para compradores da polícia, exército militar e Nações Unidas, os negócios da Condor cresceram mais de 30% nos últimos 5 anos, se expandindo para mais de 40 países. Além disso, gigantes do setor de vigilância obtiveram contratos em diversas cidades para monitorar brasileiros durante a Copa – desde scanners de segurança até softwares de rastreamento remoto. Segundo a empresa de pesquisa de mercado IMS Research, o Brasil é o grande mercado para sistemas de vigilância em vídeo na América Latina, concentrando 45% do total até 2014. A IBM, por exemplo, ficou responsável por projetar os Centros Integrados de Comando e Controle, centros tecnológicos que concentram as decisões referentes a segurança durante os jogos. Nesses centros, telas gigantescas monitoram desde as câmeras de rua ao redor dos estádios até dados meteorológicos, além de mapas que mostram locais de acidentes de carro, e no Rio de Janeiro e em Minas Gerais, tiveram um papel crucial na estratégia de repressão policial aos massivos protestos que ocorreram em junho de 2013. No total, as instalações do Rio custaram cerca de R$ 104,5 milhões, segundo dados da prefeitura divulgados em matéria feita pela Agência Pública de Reportagem e Jornalismo Investigativo. Para o governo, tais investimentos
ficam como legado da Copa. Resta saber se poderão, de fato, mudar o quadro da violência no país. Um estudo sobre assassinatos no mundo, divulgado em abril pelo Escritório das Nações Unidas sobre Drogas e Crime, em Londres, aponta que o Brasil registra 11,4% do total de mortes do planeta. Segundo o estudo da ONU, 437 mil pessoas foram mortas em 2012 no mundo; desses, 50.108 foram no Brasil – o 16º da lista. A reportagem do Brasil Observer entrou em contato com a Secretaria Extraordinária de Segurança para Grandes Eventos do Ministério da Justiça, mas não obteve resposta até o fechamento desta edição. Outro problema grave são assassinatos cometidos pela própria polícia. Policiais militares mataram 10.152 pessoas no Estado de São Paulo nos últimos 19 anos. Levantamento feito pela reportagem da Ponte.org indica que, em média, 45 pessoas foram mortas por PMs a cada mês no Estado, num cenário em que os policiais também são vítimas – cinco foram assassinados por mês no período. Para a Anistia Internacional, é difícil prever qual será o efeito futuro da atual preparação e atuação das forças de segurança (polícia militar, polícia civil, força nacional, forças armadas) no policiamento da Copa do Mundo. “Um dos focos do policiamento são as manifestações populares e, nesse sentido, temos observado o uso excessivo e desproporcional de armas menos letais e uma preocupante tendência de criminalizar e intimidar manifestantes pacíficos por meio da legislação penal”, disse Alexandre Ciconello. “O investimento em segurança pública para a Copa do Mundo não altera o modelo de policiamento repressor, militarizado e ineficiente que caracteriza as polícias no Brasil. As polícias, em especial a polícia militar, costumam agir com o uso excessivo da força, inclusive com um alto índice de letalidade. Há poucos mecanismos efetivos de controle externo e responsabilização da atividade policial. O que a Copa do Mundo gera, tanto nacional como internacionalmente, é um maior debate público sobre os gargalos e deficiências das polícias e da política de segurança pública no país”, completou.
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COPA 2014
PORTAL DA COPA
NO LUGAR CERTO Por Antonio Veiga
Fascinado por carnaval, samba e, principalmente, futebol. Sou daqueles que carregam os estereótipos do brasileiro no DNA. Não nego exagerar um pouco no ufanismo quando tem alguém defendendo meu país dentro de um campo, uma quadra ou uma pista. Olimpíadas? Gosto e torço bastante. Mas, pelo fato de ter nascido no país pentacampeão do mundo de futebol, nada mexe mais com minhas emoções do que uma boa Copa do Mundo. Organizo bolão, coleciono figurinhas, compro camiseta e enfeito a casa para o mês que a cada quatro anos nos marca tanto. Por isso, aliás, costumo usar a Copa como referência para lembrar as mais diferentes fases da vida, como eu era, onde vivia, o que pensava... Sendo assim, eu não poderia estar longe do meu país durante a Copa das Copas. Logo eu que, apesar de reconhecer as inúmeras críticas feitas à organização do Mundial, sempre preferi tentar enxergar as coisas por um prisma otimista. Apostei minhas fichas nas inúmeras capacidades do Brasil e de seu povo de fazer bonito e mostrar para o mundo o seu calor, sua hospitalidade, cultura e amor pelo futebol. No começo de 2013, comecei a organizar uma das experiências mais ricas que já vivi. Parti rumo a Dublin em busca de diversos amadurecimentos pessoais e profissionais. Ao todo, foram nove meses longe de minha terra. Não mais. A ideia era voltar a tempo de viver todo o clima pré-Copa, muitas vezes tão
legal quanto a disputa dentro das quatro linhas. Eu estava curioso. Via de longe o clima de pessimismo e as frequentes críticas. Tudo muito frio. Na Europa, participei de todas as fases de vendas de ingressos, inclusive quando nem sequer sabiam-se os grupos e as equipes que correriam atrás da bola no Brasil. Que angústia. Me inscrevi com diversos usuários, coloquei o CPF da família toda na roda, mas pouco dei sorte. A princípio, somente partidas secundárias caíram na minha rede. Estava feliz mesmo assim, pois iria viver a Copa. Quando pisei no Brasil, após nove meses, tratei de matar as saudades da minha terra, mas não demorei muito para querer me jogar de cabeça. No entanto, tudo estava bem morno. Comprei meu álbum. Comecei a trocar figurinhas no parque ao lado de casa. Ver a empolgação da criançada deu uma animada. E vieram as novas fases de venda de ingresso, fui conversando com amigos e vendo como correr atrás de outras entradas. Eis que a sorte resolveu me sorrir. Um conhecido que havia comprado Holanda x Chile não poderia comparecer. Felicidade a mil. Jogaço dentro de um dos grupos de nível mais elevado. E o álbum começou a encher. O bolinho das repetidas aumentava. As ruas ganharam cor e o verde e amarelo já enfeitavam o cenário dos brasileiros quando comecei a organizar o meu já tradicional bolão. Nada menos que 65 pessoas participando. Turistas e seleções iam chegando e eu, ainda em
fase de readaptação ao meu país, sentia ter tomado a decisão correta. Enfim, teríamos Copa. Terminei o álbum no final de semana que antecedeu a abertura do Mundial. E o coração começou a apertar. Dias antes da bola rolar, eis que arrumo o terceiro e último ingresso: Inglaterra x Uruguai. E finalmente começou. E o mundo se arrebatou. Média altíssima de gols e partidas estonteantes. Embates entre camisas tradicionais, com desfechos surpreendentes, muitos deles nos acréscimos. Dentro de campo, tudo indo muito bem. Fora dele, embora com uma ou outra falha, as coisas prosperando melhor do que o imaginado. As três partidas que tive o prazer de presenciar entraram para a minha história de torcedor. Estar pela primeira vez no estádio do meu time, o Corinthians, testemunhando grandes jogos, com craques como Rooney, Robben e Suárez. Embevecido, enquanto deixava a Arena rumo à minha casa, olhei para trás feliz com o que vivi ali. Em São Paulo, onde moro, o centro da cidade foi tomado por estrangeiros das mais diferentes nacionalidades. Muitas línguas, rostos e cores. Gritos distintos, expectativas mil e muita gente feliz. Vi o povo do meu país recebendo o mundo como eu imaginava: solícito, festeiro e bem humorado. Conversei com americanos, ingleses, belgas, chilenos, peruanos, uruguaios e croatas, e tive o feedback que esperava: satisfação, gratidão e a certeza de que, apesar dos pesares, estamos a organizar a Copa das Copas.
Troca de figurinhas, ruas enfeitadas com as cores do Brasil e jogos na Arena Corinthians: clima 100% Copa do Mundo
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FERNANDO PEREIRA / PMSP
PAULO ARAÚJO / ARQUIVO PESSOAL
RAPIDINHAS DA COPA...
Um ingresso de 1950 por um da final de 2014
Torcedor morre após passar mal no jogo do Brasil
Rio deve receber mais turistas que o esperado
Inglês leva mordida na orelha em briga no estádio
Mesmo com o ingresso na mão, o carioca Joedir Sancho Belmont não conseguiu assistir ao último jogo da Copa do Mundo de 1950 no Maracanã, entre Brasil e Uruguai. Ele guardou a entrada por 64 anos e, graças a isso, recebeu um ingresso para a final da Copa de 2014 do secretário-geral da FIFA, Jérôme Valcke. Hoje com 85 anos, Belmont perdeu a final porque a mãe adoeceu e acabou falecendo. Joedir chegou a tentar comprar ingresso para a final deste ano, mas não foi sorteado. Meses antes dos jogos do Brasil, ele decidiu doar o ingresso para o museu da Fifa em Zurique, a ser inaugurado no ano que vem, e pediu ao filho, José Augusto Belmont, que enviasse uma carta à federação para fazer a oferta, que acabou dando certo.
As fortes emoções das oitavas de final entre Brasil e Chile custaram a vida de um torcedor no Mineirão. Jairo de Oliveira, 69 anos, chegou a ser removido para um hospital, mas morreu de enfarte cerca de duas horas depois do fim da partida, que terminou com classificação da Seleção Brasileira nos pênaltis. Com histórico de hipertensão e diabetes, Jairo, que tinha vindo do Rio de Janeiro, primeiramente foi atendido no ambulatório do Mineirão. De lá, foi removido por uma empresa contratada pela FIFA para o hospital particular Lifecenter, onde deu entrada às 15h49. Segundo a Secretaria de Saúde, Jairo teve parada cardíaca às 17h. Os médicos tentaram reanimá-lo, mas não tiveram sucesso. A morte foi confirmada às 17h45.
A chegada de estrangeiros e brasileiros ao Rio de Janeiro desde o início da Copa do Mundo tem movimentado os principais pontos turísticos da cidade. Para o secretário Especial de Turismo, Antonio Pedro Figueira de Mello, é possível que seja ultrapassada a projeção inicial de 400 mil turistas estrangeiros feita pela secretaria. A Fifa Fan Fest, na orla de Copacabana, tem sido um grande ponto de encontro dos torcedores brasileiros e estrangeiros. Entre a terça-feira (17) e segunda-feira (23), mais de 258 mil pessoas estiveram no local. Se levar em consideração o período desde o início do Mundial, o número sobe para 378 mil. Além disso, 2,6 mil jornalistas transmitiram para diversos países a animação dos visitantes naquela faixa da praia.
Um inglês levou uma mordida na orelha durante confusão na partida entre Uruguai e Inglaterra, na Arena Corinthians, em São Paulo, no dia 19 de junho. Um vídeo foi feito pelo torcedor inglês Billy Grant dentro do estádio e divulgado pelo jornal Sunday People. As imagens mostram o momento da agressão. O torcedor que levou a mordida aparece sorrindo, mas é possível notar o sangue provocado pela lesão e a orelha danificada. A vítima registrou um boletim de ocorrência na delegacia local e um inquérito foi aberto para apurar o episódio. Policiais britânicos chegaram a usar as imagens para tentar achar o agressor entre os torcedores que foram à última partida da Inglaterra em Belo Horizonte, mas ele não foi localizado.
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CONECTANDO
DESENVOLVIMENTO HUMANO NO SERTÃO DA BAHIA Potencializar a comunidade para torná-la autossustentável é o grande objetivo do Projeto Canudos. Por comungar dos mesmos ideais, resolvi fazer parte dessa ação. Quando me propus a vir, percebi que a mudança cultural só seria possível se pensada a longo prazo, devido principalmente às condições geopolíticas do local. A atuação acontece no vilarejo Canudos Velho, localizado no município de Canudos, no Estado da Bahia. Por estar na região semiárida brasileira, onde as condições de sobrevivência são escassas pela falta de recursos hídricos e ausência de políticas públicas, todo o desenvolvimento humano fica prejudicado, causando grande vulnerabilidade social. Não há serviços de saúde em Canudos Velho. A educação também é precária. Alunos e professores sofrem com a falta de apoio, capacitação e recursos materiais nessa área. Com tanta carência, a comunidade está acostumada com o modelo assistencial. Eles recebem auxílios do governo federal, como o Bolsa Família – e sobrevivem basicamente com o fruto dessa renda. Isso vai muito além desta comunidade; faz parte da cultura nacional. Inicialmente, o projeto estendeu essa prática com o oferecimento de atendimentos clínicos em diversas especialidades, como medicina, odontologia e exames laboratoriais. Porém, temos consciência de que o atendimento assistencial é apenas paliativo. O objetivo é propor mudanças que partam da própria comunidade, ainda que haja resistência por falta de conhecimento em lidar com esse modelo. É aí que começa o trabalho da minha especialidade, a psicologia, que atua de forma multiprofissional com as diversas áreas do projeto. Esse trabalho tem papel fundamental no processo de capacitação, propondo uma visão diferenciada ao assistencialismo, ou seja,
olhando para saúde de forma mais ampla do que simplesmente ausência de doenças. Mais do que a ausência de doenças, buscamos trabalhar o conceito de relação do homem com o meio. Isso vai de encontro com a própria formação do Brasil e da população local, que é remanescente da Guerra de Canudos. O conflito aconteceu no fim do século XIX, liderado por Antônio Conselheiro. Canudos Velho é uma comunidade que tem problemas sociais como qualquer outra, porém com recursos psicológicos para lidar com suas dificuldades. Relacionamos isso ao histórico da população oriunda de um pós guerra e das próprias condições de vida no sertão. O trabalho da psicologia começa com minha coordenadora de área, a professora Gleise Arias, que antes da operação realiza viagens precursoras para levantar diagnósticos. Isso ajuda muito, pois nos fornece dados importantes para abordagem e intervenção. Desta forma, o projeto se reverte em uma extensão efetiva onde temos a possibilidade de vivenciar aspectos estudados na universidade em contexto totalmente diverso ao qual estamos acostumados. Quando cheguei, minha expectativa era enorme. Tinha dúvidas de como atuar na comunidade e como seria recebido. Mas logo no começo a ansiedade foi embora e me senti confortável. Isso acontece porque a comunidade é aberta e acolhedora, o que também demonstra grande potencial de saúde psicológica. A relação do aluno do projeto de extensão com as pessoas da comunidade se constrói naturalmente. São 17 dias de operação em que, inevitavelmente, estabelece-se um vínculo, que é reforçado pelo modelo de hospedagem. Enquanto ficamos em Canudos Velho, hospedamo-nos nas casas dos próprios moradores, mulheres que nos
recebem como filhos e acabam se tornando nossas mães. Esse foi o primeiro projeto de extensão que participei; antes só havia atuado em ações pontuais em localidades carentes. Com Canudos, pude ver que para atingir o outro é preciso um olhar humano e cuidado com as relações. Esses contatos deixam e trazem marcas. A relação deve ser genuína e não superficial. Mudei meu jeito de lidar com as pessoas e pude desenvolver empatia a partir dessas experiências, percebendo que existem questões intrínsecas em cada um. Entre conceito e prática, existe o limite do “eu”. Hoje sei até onde posso ir, o que falar e como me colocar, pois tudo gera efeito permanente nessas pessoas, no desenvolvimento delas e do coletivo. O que move minha participação é a fé no ser humano, pois permite a contribuição para que nosso país e o mundo evoluam continuamente. Acredito que temos um potencial gigantesco, cada vez que deixamos uma plantinha para crescer, geramos uma evolução humana absurda. Não é possível falar em desenvolvimento sem trabalhar o aspecto humano. Se projetos desse tipo fossem multiplicados para diversos locais do país, poderiam diminuir os índices de violência e aumentariam o nível de consciência cidadã nacional, fazendo com que as pessoas se apropriassem dos seus direitos. Temos muito a caminhar no sentido de evolução humana, mas isso acontece a passos curtos para impacto sociocultural. O mais importante são os efeitos da intervenção, sendo estes frutos do trabalho na promoção da saúde. Ajudamos porque somos cidadãos e a comunidade que estava acostumada com o modelo assistencial, gradualmente vem aderindo a essa nova forma de pensar saúde.
COMO PARTICIPAR? Conectando é um projeto desenvolvido pelo Brasil Observer que visa colocar em prática o conceito de comunicação ‘glocal’, ou seja, uma história local pode se tornar global, ser ouvida e lida em diferentes partes do mundo. Mande sua história para nós! Saiba como participar entrando em contato pelo conectando@brasilobserver.co.uk
Estudante de psicologia revela suas motivações e aprendizagens durante participação no Projeto Canudos, que leva saúde e cidadania para região carente do país Por Carlos Vinícius Dias* – De Canudos, Bahia
RAQUEL MUNHOZ
Na primeira foto, Carlos após atividade na escola; na segunda, equipe do Projeto Canudos rumo ao posto de saúde
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Carlos Vinícius Dias é estudante do 7º período do curso de Psicologia. O Canudos é um Projeto de Extensão da Universidade Metodista de São Paulo em parceria com o Instituto Brasil Solidário. Desde 2011, o projeto acontece com ações na área de saúde, educação e meio ambiente. Mais em www. projetocanudos.com.br
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GUIDE
BRAZILIAN URBAN ART DIVULGATION
As part of the Joga Bola! Festival, the SHN collective was in London and made its mark around the east side of the British capital, besides conducting workshops with children and adolescents. >> Read on pages 16 and 17
Como parte do festival Joga Bola!, o coletivo SHN esteve em Londres e deixou a sua marca nos arredores da zona leste da capital britânica, além de realizar oficinas com crianças e adolescentes. >> Leia nas páginas 16 e 17
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SHN COLLECTIVE TAKES ITS ART TO THE EAST END During the World Cup, those who stayed in London enjoyed a lot of Brazilian cultural attractions. And those walked through the East End of the city probably saw several urban interventions with Brazil’s face, such as those produced by the SHN collective, which was in the British capital as part of the festival Joga Bola!, held at Rich Mix until July 13, the final day of the World Cup. The collective exists since the 1990s, when it began producing posters for independent bands in São Paulo State. Today, the SHN has become known for its street exhibitions and collaborative multimedia projects known as “occupation”, bringing together artists from various fields such as music, architecture, tattooing and video production. From this perspective, the group discusses the DIY (Do It Yourself), and each project highlights the best members that meet the characteristics of the given challenge. “We can’t always put together all areas in one project, but it has happened a few times. For example, the Choque Cultural exposition in São Paulo, in 2012,” explained Eduardo Saretta, one of the founders of the SHN. In London, Eduardo Saretta represented the collective together with Haroldo Paranhos, Daniel Cucatti and Marcelo Fazolin. “Basically, Fazolin made videos and photos; the other two and I made the panels and the public art, the indoor exhibition and minister the workshops”, he said. The installation was done at Rich Mix, and can be seen until the 29th of August. It was built with the goal of bringing to London a bit of art from the streets of São Paulo. “It’s one of our recent experiences, it shows a walk in downtown São Paulo, one of the cities in which we live and work; and being in the East End of London is great because it is a world art centre where we can meet many globally recognised artists and where there is a huge cultural mix,” said Saretta. Besides that, the collective left a permanent mural in Rich Mix, which was produced in partnership with Daniel Melim. The SHN also participated in other activities at the festival, such as a workshop for children and adolescents. “It was a cool experience. Our goal is to know more people and places as possible, so we could get in touch with a group of parents and children and also a group of teenage students with a Muslim majority; we spent a day with them and shared our knowledge, it was very productive”. To Saretta, the most important thing about this experience was “to meet people and artists interested in exchanging information and in what we have to offer”.
FOR MORE INFORMATION Rich Mix Cultural Foundation (35-47 Bethnal Green Road, E1 6LA) Pure Evil Gallery (108 Leonard St, EC2A 4XS) www.shn.art.br
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COLETIVO SHN LEVA SUA ARTE PARA O EAST END Neste período de Copa do Mundo, quem ficou por Londres pôde conferir muitas atrações culturais brasileiras. E aqueles acostumados a andar pela região do East End com certeza se depararam com diversas intervenções urbanas com a cara do Brasil, como as produzidas pelo coletivo SHN, que esteve na capital britânica como parte da programação do festival Joga Bola!, que acontece no Rich Mix até o dia 13 de julho, dia da final do Mundial de futebol. O coletivo existe desde a década de 1990, quando começou a produzir cartazes para shows de bandas independentes do interior do Estado de São Paulo. Hoje, o SHN se tornou conhecido pelas suas ações de rua, exposições e projetos multimídia colaborativos conhecidos como “ocupação”, que reúnem artistas de diversas áreas como música, arquitetura, tatuagem e produção de vídeo. A partir dessa perspectiva, o grupo coloca a discussão em torno do DIY (Do It Yourself) e, em cada projeto, destaca os integrantes que cumprem melhor as características do desafio dado. “Não são todos os projeto que conseguimos juntar todas as áreas, mas já aconteceu algumas vezes. Por exemplo, na exposição da Choque Cultural em São Paulo, em 2012”, explicou Eduardo Saretta, um dos fundadores do SHN, em entrevista por e-mail concedida ao Brasil Observer. Em Londres, Eduardo Saretta representou o coletivo ao lado de Haroldo Paranhos, Daniel Cucatti e Marcelo Fazolin. “Basicamente, o Fazolin fez vídeos e fotos; os outros dois e eu produzimos os painéis e arte pública, a exposição indoor e ministramos as oficinas”, contou. A instalação feita no Rich Mix, que pode ser conferida ate o dia 29 de agosto, foi montada com o objetivo de trazer para Londres um pouco da arte das ruas de São Paulo. “É uma de nossas experiências mais recentes, mostra um passeio no centro de São Paulo, uma das cidades em que vivemos e trabalhamos; e estar no East End de Londres é muito bom, pois é um centro de arte mundial onde encontramos diversos artistas mundialmente reconhecidos e onde existe uma efervescência cultural gigantesca”, destacou Saretta. Além da instalação, o coletivo deixou um mural permanente no Rich Mix, que foi produzido em parceria com Daniel Melim. O SHN participou também de outras atividades no festival, como uma oficina para crianças e adolescentes. “Foi muito legal essa experiência. Nosso objetivo é sempre conhecer mais pessoas e lugares possíveis, assim pudemos entrar em contato com um grupo de pais e filhos e também um grupo de alunas adolescentes de maioria muçulmana; passamos um dia com elas e dividimos bastante conhecimento, com uma produção material muito proveitosa”. Para Saretta, o mais importante que o SHN leva na bagagem é a “ótima experiência de encontrar pessoas, artistas e públicos interessados na troca de informação e no que estamos propondo”.
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NINETEEN EIGHT-FOUR
By Ricardo Somera
Enjoying the festive atmosphere of the World Cup and the holiday at the end of June, I went to Rio with friends to check how the Marvelous City is passing his days with so many ‘gringos’ at once. Locals and tourists from the beaches of Leblon and Ipanema appear to be less excited about the World Cup but Copacabana took all the attention. Anyone who goes there on game days will noti-
TOMAZ SILVA/ AGÊNCIA BRASIL
RIO DE JANEIRO
FERNANDO MAIA/ RIOTUR
An English fan getting naked in the Manaus stadium; jokes that Leonardo Di Caprio only watched Brazil play in the hope of seeing an Oscar; videos of the German players Schweinsteiger and Neuer singing the Bahia’s club anthem; Latin-American teams seeing off their former European colonisers. Yes, the World Cup 2014 has been packed with great moments! In addition to all the hilarious memes and bites, the festivities in Brazil have been simply fantastic. Protests, traffic chaos and congestion at airports have taken place, but at a lower volume than expected and, as these little things do not get much of an audience, everyone has turned the attention to the people’s parties. Vila Madalena, the traditionally bohemian neighbourhood of São Paulo, has been transformed into an impromptu United Nations as it hosts fans from all over the world on match days. Large numbers of ‘gringos’ and ‘paulistanos’ are meeting there daily to drink and get to know each other. Contrary to the advertising and city’s noise laws, large screens were put on the streets, attracting many people to joy. I’m sure that the whole world are wondering why it took so long to host a World Cup in the country of football (and Carnival).
ce that we have more people than during Carnival, which is unbelievable! The FIFA Fan Fest in Rio is arguably the best place to enjoy the World Cup in the city. All supporters are there to see the games, being inside the arena or even on the beach. What you see is... a crowd of men. The site is the second Maracanã in the city and the games are as exciting as in the stadium. I saw Germany and Ghana and the excitement was close to that of the fans in Fortaleza. We Brazilians have a habit of supporting the weakest or Latin American teams (except Argentina, of course) and this game was no different. Each goal from Ghana was a party; every goal Germany we listened to polite claps (from a group of German supporters). I think the amount of men in the World Cup is undoubtedly the biggest drawback of all (I forgot for a few minutes the BILLIONS spent on stadiums). Group of 10 Argentine, side of 20 Belgian and 15 Uruguayans: this is the most common scenario in places where people gather to watch the games. Brazilian women freak out. One of the nights we went to Bud Hotel, in front of Copacabana beach, enclosed by the beer brand and feasts daily on its top floor. FatBoy Slim, Diplo, Dimitri Vegas and Like Mike, among others, are some of the highlights there. I went to the party of Vice magazine and no doubt was one of the best of my life. The open bar, the incredible view and the presence of local ‘cariocas’ signed once in my mind: this is the World Cup of all Word Cups (and of all parties!). England, Portugal and Spain are already out of the World Cup, but all are welcome to check what Brazil has to offer. And do not forget: here the party and the fun never cease.
KELSEN FERNANDES/ FOTOS PÚBLICAS
FESTS’ WORLD CUP
Vila Madalena, in São Paulo, and Copacabana, in Rio, have become the meeting points for the people’s party in the World Cup
COPA DAS FESTAS Pr Ricardo Somera
Torcedor inglês peladão no estádio; Leonardo Di Caprio triste quando vê o Oscar correndo; Neuer e Schweinsteiger cantando o hino do clube Bahia uniformizados; a América Latina colonizando e expulsando os europeus do Mundial. Sim, está tendo Copa! Além dos memes fantásticos, das mordidas e das torcidas mais legais de todas as Copas, as festas no Brasil estão simplesmente fantásticas. Protestos, caos no trânsito e congestionamento nos aeroportos estão acontecendo, mas em menor volume do que esperado e como coisa pequena não dá audiência todos se voltam às festas entre os povos. A Vila Madalena, tradicional bairro boêmio de São Paulo, nos dias de jogos é a ONU das torcidas de todo o mundo. Os gringos e paulistanos não se empolgaram com a Fifa Fan Fest no Anhangabaú e diariamente estão se dirigindo a Vila para beber, festar e “pegar geral”. Contrariando as leis de publicidade e ruídos da cidade, telões se espalham pelas ruas atraindo bastante gente, ambulantes e muita alegria. Tenho certeza que o mundo todo não entende porque demorou tanto pra ter uma Copa no país do futebol (e do Carnaval). RIO DE JANEIRO Aproveitando o clima de festa da Copa e o feriado no final de junho, fui ao Rio com amigos para conferir como a Cidade Maravilhosa está passando os seus dias com tantos gringos de uma só vez. Os moradores e turistas das praias do Leblon e Ipanema parecem não estar tão empolgados com o Mundial, mas Copacabana tomou toda a atenção. Quem passa por lá nos dias de jogo percebe que tem mais gente que no período de Carnaval, o que é inacreditável!
A Fifa Fan Fest do Rio é sem dúvida o point do Mundial na cidade. Todas as torcidas se encontram lá para ver os jogos, sendo dentro da arena ou na praia mesmo. O que se vê é uma multidão... de homens. O local é o segundo Maracanã da cidade e os jogos são tão emocionantes quanto no estádio. Vi Alemanha e Gana no dia 21 e a emoção foi próxima daquela dos torcedores que estavam no Castelão, em Fortaleza. Nós brasileiros temos a mania de torcer pelos mais fracos ou latino-americanos (exceto Argentina, claro!) e nesse jogo não foi diferente. Cada gol de Gana era uma festa; cada gol da Alemanha e ouvíamos palmas (de um grupo de alemães). Acho que a quantidade de homens no Mundial é sem dúvida a maior desvantagem de toda a Copa (esqueci por alguns minutos os BILHÕES gastos em estádios). Grupo de 10 argentinos ao lado de 20 belgas e 15 uruguaios: esse é o cenário mais comum em lugares onde as pessoas se reúnem para ver os jogos. As brasileiras piram. Em uma das noites no Rio fomos ao Bud Hotel, em frente à praia de Copacabana, fechado pela marca de cerveja e com festas diárias em sua cobertura. FatBoy Slim, Diplo, Dimitri Vegas and Like Mike, entre outros, são algumas das atrações que passam ou passarão por lá. Fui à festa da revista Vice e sem dúvida foi uma melhores da minha vida. O open bar, a vista incrível e a presença das cariocas firmaram de vez em minha mente: essa é a Copa das Copas (e das festas!). Inglaterra, Portugal e Espanha já estão fora do mundial, mas todos são bem vindos para conferir o que o Brasil tem de melhor. E não se esqueça: aqui a festa e a zoeira não terminam nunca.
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GOING OUT DIVULGATION
BRAZILICA CARNIVAL DAY 19 July Where Liverpool | Tickets Free >>www.brazilicafestival.co.uk
Do you want more of Brazil once the World Cup is finished? Then just head to Liverpool for an abundance of Brazilian music and culture. Brazilian music and culture will hit the streets of Liverpool again this year, as the fourth edition of Brazilica Carnival Day – the largest celebration of Brazilian culture in the UK – takes over the city centre. It will round off a week-long programme of festival events. Williamson Square will host a music stage throughout the day and evening, while the city’s streets will see a colourful and boisterous evening parade. Highlights include Da Lata, Ziriguidum, Afro Samba, Sambatuc and Marissa Camacho.
Where Rich Mix | Tickets Free
Where The Sackler Wing, Burlington House
Where Amnesty International UK | Tickets Free
>> www.richmix.org.uk
Tickets £11.50 >> www.royalacademy.org.uk
>> www.braziliarty.org
JOGA BOLA! LAST WEEKENDS
RADICAL GEOMETRY
MANIFEST – ACTION BRAZIL
Until13 July
Until 28 September
Until July 14
The Brazilian cultural festival at Rich Mix has two more weekends. Highlights include 1) Brasiliance: A Weekend of Brazilian Brilliance, which brings to London a different taste of Brazil, based on the fascinating real-life stories of Brazilians who have been living in London since the 60’s, 70’s and 80’s and 2) Amazon Film Festival, which comes to London for the very first time bringing a vibrant string of films, documentaries, animations and short movies produced in the region by local filmmakers.
From radical innovations in the use of colour and form to new materials like neon and interactive, kinetic sculpture, this exhibition will reveal some of the most original art of the last 100 years. This exhibition explores the art produced during a fifty-year period in distinct areas of South America. Highlights include artists from Brazil, Hélio Oiticica and Lygia Clark, who challenged the notions of art by removing it from the walls of galleries and placing it in the hands of the viewer.
Images in this exhibition are from artists and photojournalists from Brazil and present a mix of topics highlighted at the United Nations’ World Report dated January 2014. MANIFEST-ACTION aims to illustrate the reality of a country that fights for its rights. With images by: Clarissa Pivetta, Fábio Rodrigues-Pozzebom, Jade Rainho, Jorge Araújo, Léo Lima, Luiz Baltar, Nayana Fernandez, Ney Douglas and Pablo Vergara.
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TABELA DA COPA DO MUNDO
FUSO-HORÁRIO DE LONDRES!
QUARTAS DE FINAL Jogo 57 - 04 julho | 21h
Jogo 58 - 04 julho | 17h
Jogo 59 - 05 julho | 21h
Jogo 60 - 05 julho | 17h
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Venc. Jogo 49 Venc. Jogo 50 Fortaleza
Venc. Jogo 53 Venc. Jogo 54 Rio de Janeiro
Venc. Jogo 51 Venc. Jogo 52 Salvador
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SEMI-FINAl Jogo 61 - 08 julho | 21h
CONTINUE NA TORCIDA COM A GENTE!
FINAL 3º LUGAR
Jogo 62 - 09 julho | 21h
Jogo 63 - 12 julho | 21h x
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Venc. Jogo 57 Venc. Jogo 58 Belo Horizonte
Venc. Jogo 59 Venc. Jogo 60 São Paulo
Perdedor Jogo 61
Perdedor Jogo 62 Brasília
FINAL CAMPEÃO Jogo 64 - 13 julho | 20h Venc. Jogo 61
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Rio de Janeiro
Venc. Jogo 62
CAMPEÃO do mundo
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TRAVEL
THE COLOURS OF THE FANS The happiness of the Brazilian people is unanimous and, during this World Cup, it has been infected by the colours and excitement of so many nationalities that were and are in Brazil to participate. Everything gets more colourful! Check out the photos selected for you to feel how the party is going on! FERNANDO FRAZÃO /AGÊNCIA BRASIL
B R ASI RIO DE J A NEIRO RJ ANSELMO CUNHA/PMPA
PORT O A LEG RE RS TATIANA AZEVICHE/SETUR
SA LVA DOR BA
B E L O H O R I ZO N T E M G MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
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Do you have a great World Cup photo to share? We’d love to see them! Send it to us via Facebook or Twitter @brasilobserver
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VALTER CAMPANATO/AGÊNCIA BRASIL
AS CORES DAS TORCIDAS A alegria do brasileiro é uma unanimidade e, nesta Copa do Mundo, é contagiada pelas cores e empolgação das outras tantas nacionalidades que estiveram e estão no Brasil para participar Mundial. Tudo ficou ainda mais colorido! Confira os cliques selecionados para você sentir como está a festa! MARCELO CAMARGO/AGÊNCIA BRASIL
ILIA D F BRAS ILIA DF RICARDO GIUSTI/PMPA
RIO DE J A NEIRO R J THIAGO CAFARDO/PORTAL DA COPA
BELO HOR I ZON TE M G
F ORTA LEZA C E
MARCELLO CASAL JR/AGÊNCIA BRASIL
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Você tem uma foto da Copa do Mundo para compartilhar? Gostaríamos muito de publicá-la! Envie para nós pelo Facebook ou Twitter @brasilobserver
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NEW CANVAS OVER OLD
WORLD CUP’S BEST RECIPE By Kate Rintoul
My World Cup cooking challenge in which I am cooking as many of the 32 teams’ national cuisines has been going well. Just like the Copa there have been some let downs, some surprises, some tricks and some good results! Here’s one of my favourite recipes that you can still try as thanks to Júlio César Brazil are still in the competition! It’s a modern take on the Brazilian classic fish dish Moqueca which originated in Bahia in the Northeast, with another variation from Espírito Santo in the Southeast of Brazil. It is a very traditional dish which has been made in Brazil for 300 years. The colours and flavours of coconut and lime simply shout ‘Brazil’ and make it great for summer. It’s also packed full of vegetables and this version with salmon will boost your Omega 3. Good food that tastes great, now what’s better than that? You can see more of my recipes and also sponsor my World Cup cookathon at www.coma-nacopa.tumblr.com. There’s still a week left of the competition so I hope my blog inspires you to try your own dish and match food with football!
SALMON MOQUECA FISH AND MARINADE g g
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1 ½ pound wild salmon fillets 28 oz. can of peeled whole tomatoes, undrained 1 onion, peeled and roughly chopped 1 cup coriander, chopped 2 garlic cloves, cut in half 1 Serrano chilli pepper, stemmed, seeded and cut in half ¼ cup lime juice 1 tablespoon olive oil 1 teaspoon sea salt
Place fish in a shallow non-reactive (non-metal) bowl. Combine the tomatoes, onion, cilantro, garlic, chile pepper, lime juice, oil and salt with a hand blender (or food processor). Process until smooth and pour over fish. Allow to marinate for 30 minutes to 1 hour.
FOR THE STEW g g g g g g g g
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2 tablespoons olive oil 1 large sweet potato, peeled and diced 1 zucchini, chopped 1 green pepper, chopped 1 red pepper, chopped ½ cup water (or fish stock) ¾ cup organic whol e coconut milk ½ cup minced green onion (bottom parts only)- for garnish ½ cup cilantro, chopped- for garnish
1. Heat olive oil in a large skillet over medium heat. Add diced sweet potato and cook for 10-15 minutes, adding a little water if needed so it doesn’t burn, until softened. Add zucchini, green and red pepper and continue to cook until tender, about 5-7 minutes, again adding water to the pan, if needed. 2. Add water or fish stock and stir in coconut milk. Bring to a boil, reduce heat, and simmer 2 to 3 minutes. 3. Add fish and marinade and simmer for 10-15 minutes, or until fish flakes easily with a fork. Just before serving, stir in green onion and cilantro. Serve alone or over rice.
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MELHOR RECEITA DA COPA Por Kate Rintoul
DIVULGATION
Meu desafio de cozinhar na Copa do Mundo o máximo de receitas da gastronomia dos 32 países que participam da competição está indo bem. Assim como na Copa, tive alguns problemas, algumas surpresas, alguns truques e alguns bons resultados! Aqui vai uma das minhas receitas favoritas que você ainda pode tentar. Graças a atuação de Julio Cesar, o Brasil ainda está na competição! É uma visão moderna sobre a clássica moqueca de peixe brasileira que tem origem na Bahia, nordeste do Brasil, e outras variações do Espírito Santo, no sudeste. É um prato muito tradicional que tem sido feito no Brasil por 300 anos. As cores e os sabores de coco e limão simplesmente gritam “Brasil” e isso pode ser excelente para o verão. Além de que o prato é repleto de legumes e esta versão com salmão irá impulsionar o seu Omega 3. Boa comida com gosto maravilhoso, o que é melhor do que isso? Você pode ver mais das minhas receitas e também ser um patrocinador da minha maratona na cozinha durante a Copa do Mundo através do site www.coma-na-copa. tumblr.com. Ainda temos alguns dias até a grande final da competição, então espero que meu blog inspire você a tentar seu próprio prato de comida para acompanhar uma partida de futebol!
MOQUECA DE SALMÃO PARA O PEIXE g g
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1,5kg de Salmão em filés 1 lata de tomate pelado inteiro, não drenado 1 cebola descascada e picada 1 xícara de coentro picado 2 dentes de alho cortados ao meio 1 Pimenta Serrano, sem sementes e cortadas ao meio ¼ xícara de suco de limão 1 colher de sopa de azeite de oliva 1 colher de chá de sal marinho
Coloque o peixe em tigela rasa, que não seja de metal. Bata no liquidifcador o tomate, cebola, coentro, alho, pimenta do Chile, suco de limão, óleo e sal. Processe até ficar homogêneo e despeje sobre o peixe. Deixe marinar por 30 minutos a 1 hora.
PARA O ENSOPADO g g
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2 colheres de sopa de azeite de oliva 1 batata doce grande, descascadas e cortadas em cubos 1 abobrinha picada 1 pimentão verde picado 1 pimentão vermelho picado ½ xícara de água (ou caldo de peixe) ¾ xícara de leite de coco orgânico ½ xícara de cebola picada verde (partes inferiores apenas) - para enfeitar o prato ½ xícara de coentro, picado para enfeitar
1. Aqueça o azeite em uma frigideira grande em fogo médio. Adicione a batata-doce em cubos e cozinhe por 10-15 minutos, adicionando um pouco de água se necessário para não queimar, até ficarem macio. Adicione abobrinha, pimentão verde e vermelho e continue cozinhando até ficar macio, de 5-7 minutos. Se necessário, adicione mais água na panela. 2. Adicione a água ou caldo de peixe e misture o leite de coco. Deixe ferver, reduza o fogo e cozinhe de 2 a 3 minutos. 3. Adicione o peixe e marinada e cozinhe por 10-15 minutos, ou até o peixe ficar como floco, para pegar facilmente com um garfo. Pouco antes de servir, misture a cebola verde e coentro. Sirva sozinho ou sobre o arroz.