CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ A IDENTIDADE DO BAIRRO
BRENDA VIEIRA BARCELOS SOARES ORIENTADOR: WAGNER AMODEO 1
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CENTRO UNIVERSITÁRIO BELAS ARTES DE SÃO PAULO
CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ A IDENTIDADE DO BAIRRO
BRENDA VIEIRA BARCELOS SOARES TRABALHO FINAL DE GRADUAÇÃO ARQUITETURA E URBANISMO PROF. ORIENTADOR: WAGNER AMODEO SÃO PAULO, 2017
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Cada vez mais, a maior atração turística de uma cidade ou região será a qualidade de vida de sua população.” Jaime Lerner 5
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AGRADECIMENTOS Agradeço a Deus еm primeiro lu-
Aos meus amados pais Sandra
gar, pela força е coragem para vencer
e Raymon, dedico a minha formação
as dificuldades durante esta longa ca-
não só como arquiteta, mas como ser
minhada.
humano, pois se eu consegui alcançar
Agradeço o meu orientador, Wagner Amodeo, pelo incentivo, pela
esta conquista foi pela criação que me deram.
parceria, pela confiança depositada
Agradeço a minha prima irmã,
neste trabalho e por ter me auxiliado
Nayara, que por diversas vezes foi
na realização deste sonho.
meu apoio e empurrão para continu-
Aos amigos queridos, futuros
ar.
companheiros de profissão, agradeço
Um agradecimento especial ao
pelo apoio e companheirismo, por te-
Marcel, pelo amor e por todas as ve-
rem feito o meu período de faculdade
zes que me trouxe paz em meio ao
mais bonito e acolhedor.
caos. 7
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SUMÁRIO Introdução 01 1. Tema 03 2. Justificativa
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3. Objetivos
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4. O recorte 19 5. Estudo de casos 23 6.Projeto 29
6.1 Partido
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6.2 Sistema construtivo
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6.3 Perspectivas
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Bibliografia:
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INTRODUÇÃO O trabalho trata da busca pela vocação e entendimento das necessidades da Subprefeitura do Butantã, por meio de análise histórica, de dados demográficos e mapas atuais e a previsão de alteração com o novo plano diretor. Com a chegada da nova estação do metrô, Pátio Vila Sônia, um grande eixo de transformação de estruturação urbana será estabelecido na Av. Eliseu de Almeida, trazendo grandes mudanças. O objetivo é inserir um centro cultural no contexto urbano do Butantã, visando a potencialização e valorização arquitetônica do bairro, através de uma arquitetura significativa. A escolha de fazer o projeto de um equipamento existente, a Casa de cultura do Butantã, se deu por identificar sua importância dentro da região, desde 1992 o equipamento tenta suprir as necessidades culturais da região, realizando suas atividades de modo adaptado em um espaço inapropriado. O projeto visa proporcionar melhoria qualidade de vida das pessoas que residem na região, oferendo um espaço público de qualidade, com fácil acesso por vários meios de transporte.
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tema 03
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A CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ Em 1989 o galpão seria transformado em um mercado, mas a população, sem espaço de cultura, se mobilizou e reivindicou o local para os artistas realizarem suas atividades culturais, o direito foi concedido em 1992 e ela atua no local desde então. O fato da população ter se mobilizado e reivindicado o direito a um espaço cultural no bairro é o que define sua importância histórica no local.
estacionamento tem cerca de 2.000 m², onde acontecem as atividades ao ar livre. Na visita ao local e entrevista com o coordenador da Casa de Cultura os seguintes dados foram levantados: •saturação de alunos nos cursos, a procura é grande, mas a casa de cultura não consegue atender a todos, por ter só uma sala multiuso e o espaço para espetáculo para realizar as oficinas;
Atualmente este equipamento tem como objetivo promover inclusão social, disseminar a cultura através de oficinas, encontros, exposições, eventos, espetáculos teatrais e literários, atende cerca de 1.000 pessoas por semana em suas oficinas.
• é um local de fácil acesso por transporte público, tem pontos de ônibus próximo e a ciclovia recém inaugurada;
Os cursos são ministrados por voluntários e funcionários públicos, que supervisionam os eventos, oficinas e realizam funções administrativas.
•a maior parte do público mora na região e nas cidades vizinhas, Osasco, Taboão da Serra e Cotia;
Está situada na Rua Junta Mizumoto, 13 – Jd. Peri Peri em um edifício de 900 m², com recepção, espaço para espetáculos para 200 pessoas, uma sala multiuso para 40 pessoas, uma sala de exposição de artes, uma biblioteca com 12 mil livros, o
•durante a semana a maior parte dos usuários são idosos e crianças, nos finais de semana aumenta o número de adolescentes e adultos;
•ele acredita que a inserção cursos voltados a tecnologia seria um atrativo ao público jovem; •nos eventos externos como: festival das rosas e festa junina são os momentos de maior visibilidade e público.
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VISITA À CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ ESPAÇO PARA APRESENTAÇÕES | FOTO AUTORAL
SALA MULTIUSO | ACERVO DA CASA DE CULTURA
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BIBLIOTECA | FOTO AUTORAL
JANEIRO DE 2017 CAMPO DE FUTEBOL E ESPAÇO DE EVENTOS | FOTO AUTORAL
SALA DE EXPOSIÇÃO DE ARTE| FOTO AUTORAL
PALCO EXTERNO| FOTO AUTORAL
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justificativa
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A SUBPREFEITURA DO BUTANTÃ O projeto se justifica, principalmente, por meio de análise histórica, de dados demográficos, mapas atuais e a previsão de alteração com o novo plano diretor, verificando suas potencialidade e dificuldades. Histórico: Primeiramente, sua divisão de terras foi marcada por sítios, o sítio do Butantã, sítio do Rio Pequeno, sítio Votorantim, sítio Campesina e sítio do Morumbi, esses grandes sítios se transformaram posteriormente nos distritos dentro da Subprefeitura do Butantã. Ao longo dos séculos XIII E XIX, enquanto a Vila de São Paulo se urbanizava, a área do Butantã que é a margem esquerda do rio Pinheiros, permanecia praticamente despovoada, se mantendo com as características de um local de passagem. Os moradores fixos começaram a chegar no final do século XIX, agricultores, criadores, canoeiros, oleiros, comerciantes que precisaram de bastante persistência para se manter no lugar.
O desenvolvimento urbano se deu a partir de 1900, principalmente, em consequência a implantação do Instituto Butantan. A Cia. City Melhoramentos foi a responsável pela urbanização margeando o rio Pinheiros. 1940 foi inaugurada a ponte Eusébio Matoso, que é até hoje a principal ligação do bairro ao centro. Em 1950, o Jockey Club de São Paulo já tinha se mudado para a região, a Cia City tinha loteado as margens do rio e o centro de pesquisas já estava construído, com o objetivo de juntar as diversas faculdades espalhadas pela região central da cidade, descentralizar os estudantes e promover a urbanização nas áreas mais periféricas da cidade, os prédios universitários começaram a ser instalados em 1960.
Há duas construções históricas que ainda estão presentes na região, a Casa Sertanista, que é um exemplo característico de como foram construídas as casas dos tropeiros em taipa de pilão, o método utilizado na época e a Casa do Bandeirante, que guarda os traços da arquitetura colonial paulista de 1566, ambas tombadas. Foto aérea das margens do rio pinheiros da metade do séc. XX.| Fonte: Arquivo USP
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Dados demográficos:
Viário e Transporte:
Cerca de meio milhão de pessoas residem atualmente na Subprefeitura do Butantã, sendo grande parte de classe baixa e média, de acordo com Jacobs, os menos favorecidos financeiramente são os que mais necessitam de lazer e serviços públicos, pois não moram e condomínios fechados que fornecem os serviços.
Renda em salários mínimos, por área de ponderação: Até 3,00 De 3,01 a 6,00 De 6,01 a 10,00 De 10,01 a 14,00 De 14,01 a 18,00 18,01e mais
Renda por área de ponderação|Fonte: http://www9.fau.usp.br/
A Subprefeitura do Butantã é definida por suas principais avenidas cortando o espaço, mas essas vias são voltadas aos carros, tendo espaço mínimo para a locomoção de pedestres e com poucos espaços públicos, no local não se protagonizam as pessoas, mas sim os automóveis. O principal meio de transporte utilizado é o rodoviário (carro e ônibus), a região é cortada por 3 eixos viários principais: Rodovia Raposo Tavares, Av. Eliseu de Almeida e Av. Professor Francisco Morato, que se unem em um gargalo na ponte Eusébio Matoso. A única estação de metrô existente é a Butantã, mesmo quem a utiliza precisa recorrer a um desses eixos para chegar a estação. Está prevista a abertura da estação Pátio Vila Sônia em 2019, que além de minimizar o gargalo, trará grandes impactos para a região. Principalmente pois o plano diretor estabelece aqui como eixo de estruturação e transformação urbana, ou seja, terá incentivo para o adensamento, uso misto e espaços que estimulem usos e atividades voltados a rua.
Dados demográficos dos distritos pertencentes às Subprefeituras| Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/
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A SUBPREFEITURA DO BUTANTÃ Impactos com a chegada da estação metroviárias: Segundo o estudo de impacto ambiental feito pelo Metrô de SP, o primeiro recorte de impacto é chamado área de influência imediata (AII), com um raio de 500m, é a distância que as pessoas se locomovem a pé da estação até seus respectivos destinos.
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Localização da Subprefeitura do Butantã na cidade de São Paulo | Fonte: GEOSAMPA
Raio de 500 m Raio de 1 Km
A área de intervenção é próxima a um eixo de estruturação da transformação urbana que se dá através da chegada da estação de metrô e dos corredores de ônibus. Com isso, a legislação irá alterar o uso e ocupação do solo deste local, recebendo incentivos para o adensamento habitacional de diversas faixas de renda, uso misto, institucional,
Equipamentos culturais existentes: ampliação e qualificação dos espaços públicos e de atividades urbanas. Essas estratégias promoverão mudanças nos padrões construtivos com o objetivo de ampliar o direito da população a cidade e reequilibrar a distribuição entre moradia, emprego e lazer.
Ao analisar a função e objetivo de cada equipamento existente (marcações em roxo no mapa), foi identificado que a maioria é museu temático ou cinemas (em shoppings), sem espaços públicos de convivência.
As áreas próximas ao transporte público serão locais estratégicos para qualificar a vida urbana, estimulando usos e atividades voltados para rua, como comércio, serviços e equipamentos sociais, potencializando o espaço público como local de encontro.
Alguns equipamentos tentam suprir as necessidades culturais da região de modo adaptado sendo eles: a Casa de Cultura do Butantã, o Morro do Querosene e a Biblioteca Infanto Juvenil, realizando eventos de recreação para a população do bairro.
O projeto será inserido em uma área em transformação e pretende ser um ícone arquitetônico da região, humanizando e reapropriando o espaço público.
Com isso é possível concluir que os equipamentos culturais existentes não conseguem atender a demanda do bairro, justificando o projeto. Ao invés de implantar um novo equipamento cultural foi escolhido fazer um projeto para Casa de Cultura existente , no terreno que ela se encontra inserida, mantendo assim suas relações históricas e urbanística.
Situação urbana ilustrativa com a alteração na legislação|Fonte: Gestão Urbana
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3 objetivos 15
OBJETIVO GERAL O objetivo é inserir um centro cultural no contexto urbano do Butantã, visando a potencialização e valorização arquitetônica do bairro, através de uma arquitetura significativa. Fazer acupuntura urbana na subprefeitura do Butantã, humanizar e reapropriar o espaço público , com espaço de cultura e lazer. O arquiteto Jaime Lerner criou este conceito para defender a melhoria das cidades através de pequenas intervenções. A acupuntura urbana “é um meio de resgate da identidade cultural de um local ou comunidade”. Para ele a cidade precisa de algumas ações pontuais, “agulhadas”, para criar uma nova energia, que é o princípio da acupuntura, ele chegou a conclusão que melhor do que construir um parque é salvar um parque existente, neste caso, melhor do que construir um novo centro cultural é salvar a casa de cultura existente.
A cidade é um sonho coletivo.” Jaime Lerner
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OBJETIVOS ESPECÍFICOS • criar um equipamento que amplie as relações sociais por meio de atividades de atividades culturais, tecnológicas e esportivas. • ampliar a capacidade pessoas atendidas semanalmente • tornar o projeto um marco arquitetônico da subprefeitura do Butantã; • atender a todas as faixas etárias integrando-as no mesmo espaço; • dar acesso aos bens culturais a todas as pessoas, inserindo o projeto em um local de fácil acesso; • criar ambientes ou produtos que possam ser utilizados pelo maior numero de pessoas possível; • transposição de níveis através da conexão de duas ruas; • utilizar um sistema construtivo com desempenho em sustentabilidade, um elemento que contribua para o aspecto estético diferenciado e que ajude a criar a identidade do equipamento com o bairro; • trabalhar o projeto na escala do pedestre.
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4 o recorte 19
ANÁLISE DO ENTORNO O terreno tem intervenção tem área de 18.494,65 m², cerca de 22 metros de desnível entre a Av. Junta Mizumoto e a Rua Kohei Yokoyama. Está situado próximo a Av. Eliseu de Almeida, onde estão os principais meios de transporte, a futura estação de metrô, 3 pontos de ônibus e a ciclovia recém inaugurada. Ao lado tem o ambulatório de especialidades e na frente uma a Escola João Paulo I, que atende desde o ensino infantil ao médio e o Instituto Ana Rosa, centro de educação de crianças e adolescentes.
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INSTITUIÇÃO DE ENSINO
AMBULATÓRIO
CICLOVIA
POSTO DE GASOLINA
METRÔ PÁTIO VILA SÔNIA
TERRENO DE INTERVENÇÃO
PONTO DE ÔNIBUS
AMBULATÓRIO
VEGETAÇÃO REMANESCENTE
ZONEAMENTO
O lote está previsto pelo zoneamento como AVP-2: áreas verdes ocupadas por equipamentos sociais implantados implantados até a data de publicação desta lei, com exceção de parques enquadrados como ZEPAM e ZEP; Conta com vegetação remanescente da mata atlântica em um bosque heterogêneo que de acordo com a Secretaria do Verde e do meio ambiente, deverá ser mantida 50 %.
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5 estudo de casos 23
CENTRE POMPIDOU METZ A principal referência de volumetria e materialidade foi o Centre Pompidou em Metz, por ser um projeto inovador com o uso de madeira laminada colada e tenso estrutura. A estrutura da cobertura de madeira, na forma de um hexágono paira sobre todos os volumes, a fim de unificá-los em um todo coeso. A partir do estudo de modulação deste projeto foi possível desenvolver a estrutura da cobertura para a Casa de Cultura do Butantã. A distribuição dos usos acontece em volumes internos bem pensados que criam visuais para a cidade. É o exemplo perfeito de projeto esteticamente marcante e funcional. Arquitetura: Shigeru Ban Architects Local e Data: METZ, França -2010 Área: 11330.0 m²
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FOTOS DO SITE ARCHDAILY
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NOVA SEDE DA PETROBRÁS Referência de implantação de edifício em encosta de morro.
FOTOS DO SITE VIGLIECCA&ASSOCIADOS
Vitória tem uma característica peculiar resultante de sua ocupação: o contraste entre territórios construídos e a geografia dos morros verdes sobressalentes.
Hipóteses O escritório tinha duas hipóteses: se sobressair, ressaltando a arquitetura e focando no novo edifício ou se integrar a paisagem urbana, implantando o edifício no recorte da encosta expondo o solo rochoso e com átrios centrais, a segunda opção foi a escolhida, por este partido arquitetônico foi escolhido como referência, pela dificuldade em implantar um edifício em um desnível tão alto, pois a Casa de Cultura do Butantã está em uma encosta de morro e pretendo integrá-la a ele.
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Os ambientes tem iluminação natural praticamente o dia todo, foi pensado no sistema de captação de água das chuvas e painéis de captação de energia solar.
Arquitetura e Urbanismo: VIGLIECCA&ASSOCIADOS Local e Data: Vitória, ES - 2005 Cliente: Petrobras
FÁBRICA DE CULTURA Referência em programa.
FOTO DO SITE DA FABRICA DE CULTURA As oficinas oferecidas pela fábrica de cultura englobam teatro, música, multimeios, danças, capoeira, circo, leitura e escrita criativa, artes visuais, literatura e sarau, dentro desta categoria estão diversos cursos, inclusive voltados a tecnologia e programação. Atende a todas as faixas etárias e classes sociais, por isso foi utilizado como referência para montar o programa de necessidade do projeto, visto que as funções e objetivos são iguais.
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6 o projeto 29
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Scanned by CamScanner
ESTUDO DE VOLUMES, CIRCULAÇÃO VERTICAL E COBERTURA | CROQUI AUTORAL
de acesso ao terreno pelas ruas transversais, conseguindo vencer pelo eixo central do edifício um desnível de 22 metros, as ligações partem da Av. Eliseu de almeida, onde estão localizados os meios de transporte público.
Para manter a funcionalidade do prédio e conectar as duas ruas, o programa se desenvolve em volumes simples, que vão aos poucos se encaixando na topografia do terreno, com uma circulação clara entre eles. Apesar de impactante as proporções internas, os materiais utilizados, a transparência e a reconstrução do eixo trazem o edifício para uma escala não elitista e faz com que os moradores de diversa classes sociais se identifiquem.
Scanned by CamScanner
partido
6.1
O partido é provocar a transformação do bairro através de uma arquitetura significativa, conhecido como efeito bilbao. O símbolo máximo do sucesso de sua revitalização urbana é o museu Guggenhein do arquiteto Frank Gehry, que contribuiu muito para uma afirmação “identitária” da cidade.
ESTUDO DE CONEXÕES DAS RUAS E DO PRÉDIO | CROQUI AUTORAL
O projeto é humanizado e reapropria o espaço público por meio de eixos ESTUDO DE FLUXOS HORIZONTAIS NO TERRENO | CROQUI AUTORAL
PROGRAMA O Programa foi desenvolvido para atender todas as faixas etárias, com programa: Edifício (Casa de Cultura do Butantã, quadra poliesportiva, arquibancada com espaço para apresentações externas,playground e deck. O Edifício tem como base o programa atual da Casa de Cultura do Butantã, que tem oficinas voltadas a música, dança, arte e teatro, os cursos de tecnologia e multimeios foram inseridos pois foi identificado em entrevista com usuários que seria um atrativo a nova geração, principalmente. Tem uma leitura clara dos espaços ajudando a ter um reconhecimento de território. Há flexibilidade do programa através da modulação e o uso de divisórias para marcar os ambientes. A parte pública do projeto, pavimentos térreo (acesso Av. Junta Mizumoto), in-
termediário e 1º ,contam com café, espaço de comércio, auditório para 320 pessoas, com foyer, biblioteca com livraria e espaço de leitura. Na parte semi pública, 2º e 3º pavimentos, estão 13 salas para cursos e oficinas, como sugestão divididas em: 1 sala para aulas de teatro, 2 salas para multimeios, 2 salas para tecnologia, 2 salas para dança, 2 salas para música, 1 sala para leitura e escrita criativa, 1 sala para artes manuais, e 2 salas multiusos. No 4º pavimento está a parte semi privada, com administração e apoio aos funcionários (vestiários, depósitos de limpeza, segurança, refeitório e etc.). O 5º pavimento volta a ser público, por ser acesso da rua Kohei Yokoyama, estão o memorial da casa de cultura e o memorial do bairro.
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Legenda ACESSOS E EIXOS DE CIRCULAÇÃO HORIZONTAL
1
EDIFÍCIO DA CASA DE CULTURA DO BUTANTÃ
2
QUADRA POLIESPORTIVA
3
ARQUIBANCADA
4
PLAYGROUND
5
DECK MOLHADO
6
RAMPA ACESSÍVEL
1
3
4
2
6
5
implantação
ESC. 1:500
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planta do pavimento tĂŠrreo - nĂvel 730 ESC. 1:250
34
planta do pavimento intermediĂĄrio - nĂvel 733,50
ESC. 1:250
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planta do 1Âş pavimento - nĂvel 737 ESC. 1:250
36
planta do 2Âş pavimento - nĂvel 740,50
ESC. 1:250
37
planta do pavimento 3Âş pavimento - nĂvel 744,50 ESC. 1:250
38
planta do 4Âş pavimento - nĂvel 748,50
ESC. 1:250
39
planta do 5Âş pavimento - nĂvel 752,50 ESC. 1:250
40
corte a-a
ESC. 1:250
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corte b-b ESC. 1:250
42
corte c-c
ESC. 1:250
43
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corte d-d
ESC. 1:250
45
elevação 1 - fachada lateral ESC. 1:250
46
elevação 2 - fachada principal
ESC. 1:250
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elevação 3 - fachada lateral ESC. 1:250
48
elevação 4 - fachada
posterior
ESC. 1:250
49
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6.2 sistema construtivo
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MADEIRA LAMINADA COLADA A cobertura de madeira, é o marco do projeto, o que o define como arquitetura simbólica e cria a identidade para o bairro.
Benefícios:
Por ser uma sobre cobertura permite a passagem de ventilação natural, regulando o clima interno da edificação por meio de uma troca de ar.
• poucos resíduos industriais;
A estrutura do edifício segue a mesma linguagem da cobertura, mantendo a o padrão visual, ambas são de madeira laminada colada, basicamente é a união de lâminas de 3 cm de madeira Pinus com cola, conectadas pela técnica "fingerjoints".
• Baixo custo operacional;
• permite a criação de peças de grande porte, inclusive peças estruturais que vencem grandes vãos, além de painéis e fechamentos; • podem ser fabricadas em curvas em qualquer eixo, limitando-se exclusivamente ao projeto e transporte; • continua captando CO2 após processada.
A força do edifício não tem a ver com a força do material.” Shigeru Ban
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52
DETALHES DA MLC NO PROJETO
DET.01 (ENCAIXE MÃO FRANCESA OU PILAR COM O CHÃO)
ESC. 1:25
DET.02 (ENCAIXE PILAR COM VIGA ou MÃO FRANCESA) ESC. 1:25
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DETALHES DA MLC NO PROJETO
DET. 03 (ENCAIXE COBERTURA) PLANTA ESC. 1:25
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DET. 03 (ENCAIXE COBERTURA) CORTE A-A
DET. 04 (PILAR DA COBERTURA TOCANDO O CHÃO)
ESC. 1:10
ESC. 1:25
TENSO ESTRUTURA DE MEMBRANA Dando acabamento a sobre cobertura foi colocado uma tenso estrutura de membrana autolimpante, feito de fibra de vidro e teflon (PTFE politetrafluoroetileno).
A maioria das bordas das mantas são flexíveis, formadas por cabos ou por cinturão perimetral, que passam dentro de cavidades na borda:
Benefícios: • Se adapta a qualquer geometria; • protege da chuva e raios UV; • controla a passagem de luz natural, permitindo a entrada de luz difusa, agradável aos usuários; • diminui o consumo de energia; • qualidade escultórica; •facilidade de fabricação, transporte e montagem rápida.
DETALHE DA PRESILHA PARA FIXAÇÃO DA MEMBRANA SEM ESCALA
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VISITA À FABRICA DA ITA CONSTRUTORA PROCESSO DE FABRICAÇÃO | FOTOS AUTORAIS
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RIPAS DE MADEIRA DE 3CM ANTES DO PROCESSO
MAQUINA COM COLA DE SECAGEM RÁPIDA OS "FINGERJOINTS"
"FINGERJOINTS" COM A COLA RECÉM APLICADA
MAQUINA QUE ELIMINA ALGUNS DEFEITOS E FAZ A CALIBRAÇÃO
RIPAS COM AS "FINGERJOINTS" SECAS E CALIBRADAS
MÁQUINA PASSADORA DE COLA DE AÇÃO LENTA PARA MONTAR AS PEÇAS
MAIO DE 2017 PRENSA PARA PEÇAS RETAS
PRENSA PARA PEÇAS CURVAS
PEÇA PÓS PRENSAGEM COM COLA SECA
PEÇA PÓS RETIRADA DE RESQUÍCIO DE COLA E REVISÃO DE QUALIDADE
APLICAÇÃO DE VERNIZ
CNC PARA RECORTES E REBAIXOS DE ENCAIXE
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VISITA À FABRICA DA ITA CONSTRUTORA EXEMPLOS DE ENCAIXES | FOTOS AUTORAIS
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MAIO DE 2017
59
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6.3 perspectivas 61
EIXO DE CIRCULAÇÃO CENTRAL VISTO DA ENTRADA NA AV. JUNTA MIZUMOTO
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EIXO DE CIRCULAÇÃO CENTRAL VISTO DA ENTRADA NA RUA KOHEI TOKOYAMA
63
O EDIFÍCIO NA VISÃO DO OBSERVADOR NA PRAÇA
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O EDIFÍCIO
65
O EDIFÍCIO
66
67
A PRACA, ARQUIBANCADA, PLAYGROUND E ÁREAS DE CONVIVÊNCIA
68
PLAYGROUND
69
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https://www.youtube.com/watch?v=-KhVoYnpAi0
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BRENDA VIEIRA BARCELOS SOARES brendabarcelos.arq@gmail.com 72