TCC ArqUrbUVV Revitalização da Praça de Campo Grande, Cariacica - ES

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Vila Velha 2018

Revitalização da Praça de Campo Grande, Cariacica ES Brenda Pompermayer


0 UNIVERSIDADE VILA VELHA CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

BRENDA PEREIRA POMPERMAYER

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA DE CAMPO GRANDE, CARIACICA - ES

VILA VELHA 2018


1 BRENDA PEREIRA POMPERMAYER

REVITALIZAÇÃO DA PRAÇA DE CAMPO GRANDE, CARIACICA - ES

Monografia apresentada à Universidade Vila Velha, como pré-requisito do Programa de Graduação em Arquitetura e Urbanismo, para obtenção do título de bacharel. Orientador: Professor Mestre Pablo Silva Lira

VILA VELHA 2018



2 Agradecimentos Á minha família, por todo apoio, conselhos e ajuda durante o trajeto até aqui. Ao meu orientador, Pablo Lira, por toda sua sabedoria compartilhada, paciência e auxílio. A todos envolvidos direta e indiretamente em todo processo criativo deste estudo.

Muito Obrigada!


3 RESUMO O presente trabalho traz uma análise a respeito das praças de um modo geral, e mostra como esses espaços estão relacionados com o conceito de vitalidade urbana, onde percebe-se que para um espaço público ter vitalidade ele precisa ter condições adequadas para as pessoas o utilizarem, assim atraindo-as e favorecendo a interação social. Ainda na escala macro de pesquisa, foram feitos estudos a respeito do bairro de Campo Grande e da Avenida Expedito Garcia, mostrando as principais características do local e a importância tanto do bairro quando da avenida para a grande Vitória em questões de emprego e renda, entre outros fatores. A respeito da praça de Campo Grande foram demonstradas suas principais características morfológicas, funcionais e sociais através de pesquisas em campo e bibliográficas. Analisando quesitos como o seu contexto histórico, paisagismo, fluxos, usuários, mobiliários e etc. Assim, podendo recolher as informações necessárias para elencar diretrizes urbanísticas e projetuais capazes de tornar o local mais prático e confortável para a permanência e uso das pessoas durante o dia a dia, tornando-a a uma praça mais segura, ativa e funcional. Palavras-chaves: Praças, Vitalidade Urbana, Campo Grande, Avenida Expedito Garcia, Praça de Campo Grande.


4 Abstract

The present work brings an analysis of respect to the squares of a general way, and shows how the occurrences are related to the concept of urban vitality, where it is perceived that one of the public can be more seen for the people to use it, thus attract them and favoring a social interaction. Still in the macro scale of research, studies were done respecting the neighborhood of Campo Grande and the Garcia Expedition, showing the main local aspects and the neighborhood when the avenue to the great Vitรณria, among others, among other factors. Regarding the greatness of the golf course were demonstrated with the aim of improving morphological characteristics, social events and field and bibliographical research. Analyzing issues such as your history, landscaping, flows, users, furniture and etc. Thus, the guidelines for the elaboration of urban and design guidelines are necessary to make the place more practical and comfortable for a stay and use of people during the day, making it a safer, more active and functional place. Keywords: Squares, Urban Vitality, Campo Grande, Expedito Garcia Avenue, Campo Grande Square.


5 LISTA DE ILUSTRAÇÕES

Figura 1 - Estação ferroviária em Cariacica ..................................................... 22 Figura 2 - Praça José M. Ferreira (Praça de Campo Grande).......................... 24 Figura 3 - Avenida Expedito Garcia década de 80 ........................................... 25 Figura 4 - Avenida Expedito Garcia e limites de bairros ................................... 26 Figura 5 - Sistema viário estruturante de Cariacica.......................................... 28 Figura 6 - Mapa de uso das edificações existentes no bairro Campo Grande . 29 Figura 7 - Zoneamento com base no índice de atividades comerciais ............. 30 Figura 8 - Perspectiva aérea da Av. Expedito Garcia....................................... 31 Figura 9 - Av. Expedito Garcia dividida em três trechos ................................... 32 Figura 10 - Av. Expedito Garcia uma parte do trecho 1 ................................... 33 Figura 11 - Idosos usufruindo do único espaço destinado ao lazer na Avenida Expedito Garcia – Cariacica – ES, a Praça de Campo Grande........................ 34 Figura 12 - Foods trucks que funcionam no período noturno ........................... 35 Figura 13 - Feira que ocorre aos domingos durante o dia ................................ 35 Figura 14 - Praças mais próximas a Praça de estudo ...................................... 37 Figura 15 – Imagens de algumas praças da área de estudo ........................... 38 Figura 16 - Foto panorâmica da Praça de Campo Grande .............................. 39 Figura 17 - Idosos utilizando as mesas de damas ........................................... 40 Figura 18 - Foto panorâmica Praça de Campo Grande ................................... 41 Figura 19 - Vista superior Praça de Campo Grande ........................................ 42 Figura 20 - Delimitação do polígono de análise ............................................... 43 Figura 21 – Imagem mostrando o buffer de 15m² ............................................ 45 Figura 22 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 1 do Buffer .......... 46 Figura 23 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 2 do Buffer .......... 47 Figura 24 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 3 do Buffer .......... 47 Figura 25 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 4 do Buffer .......... 48 Figura 26 - Vista da parte das mesas de jogos ................................................ 50 Figura 27 - Tipos de usuários na parte das mesas de jogos ............................ 51 Figura 28 - Senhores “descansando” nos bancos ............................................ 52 Figura 29 - Permanência de usuários durante o dia......................................... 52 Figura 30 - Vendedor ambulante ...................................................................... 53


6 Figura 31 - Vendedor ambulante pegando espaço na praça para comercio informal ............................................................................................................ 54 Figura 32 - Circulação de pessoas durante o dia ............................................. 55 Figura 33 - Falta de circulação de pessoas a noite .......................................... 56 Figura 34 – Principais fluxos dos usuários na praça ........................................ 57 Figura 35 - Movimentação frequente durante o dia .......................................... 58 Figura 36 - Uma das rampas de acesso da praça............................................ 59 Figura 37 - Mobiliários presentes na praça ...................................................... 61 Figura 38 - Bancos ........................................................................................... 62 Figura 39 - Canteiro com banco ....................................................................... 62 Figura 40 - Estátua do Pe. Gabriel Maire ......................................................... 63 Figura 41 - Lixeiras e Lixo Reciclável ............................................................... 64 Figura 42 - Banca de jornal que está funcionando e em bom estado .............. 64 Figura 43 - Banca de jornal inutilizável ............................................................. 65 Figura 44 - Placa com o nome da Praça .......................................................... 66 Figura 45 - Placa indicando travessia de pedestres ......................................... 67 Figura 46 - Placa indicando vaga de viatura policial ........................................ 67 Figura 47 - Mesas de jogos .............................................................................. 68 Figura 48 – Outra parte que possui mesas de jogos ........................................ 69 Figura 49 - Iluminação a noite na área próxima as mesas de jogos ................ 70 Figura 50 - Iluminação na parte central da praça ............................................. 71 Figura 51 - Iluminação próxima a banca desativada ........................................ 71 Figura 52 - Paisagismo na praça...................................................................... 73 Figura 53 - Área das mesas de jogos sombreada ............................................ 74 Figura 54 - Palmeiras pequenas que não fazem sombra ................................. 75 Figura 55 - Foto tirada no horário de 13:30 ...................................................... 76 Figura 56 - Mapa Síntese ................................................................................. 79 Figura 57 - Faixas de pedestres existentes antes da proposta ........................ 82 Figura 58 - Imagem de referência de Faixa Elevada........................................ 83 Figura 59 - Faixas de pedestres elevadas ....................................................... 84 Figura 60 - Árvore Sibipiruna............................................................................ 86 Figura 61 - Árvore Oiti ...................................................................................... 86 Figura 62 - Grama São Carlos ......................................................................... 87 Figura 63 - Beijo Turco ..................................................................................... 88


7 Figura 64 - Arbusto Agave................................................................................ 89 Figura 65 - Planta baixa mostrando os canteiros ............................................. 89 Figura 66 - Vistas dos canteiros ....................................................................... 90 Figura 67 - Madeira Muiracatiara ..................................................................... 93 Figura 68 - Bancos em madeira muiracatiara................................................... 94 Figura 69 - Madeira e cobertura pergolados .................................................... 95 Figura 70 - Localização dos pergolados na praça ............................................ 95 Figura 71 - Pergolados ..................................................................................... 96 Figura 72 - Lixeira de madeira cedro................................................................ 97 Figura 73 – Lixeiras de madeira cedro ............................................................. 97 Figura 74 - Mesas de jogo de xadrez em concreto .......................................... 98 Figura 75 - Área das mesas de jogos............................................................... 99 Figura 76 - Exemplos de luminárias Isla ........................................................ 100 Figura 77 - Luminárias Isla Led ...................................................................... 101 Figura 78 - Indicação de onde estão os Spots .............................................. 102 Figura 79 - Spots DecoScene ........................................................................ 102 Figura 80 - Refletores de Led ......................................................................... 103 Figura 81 - Pavers de concreto ...................................................................... 104 Figura 82 - Revestimento de Pavers de concreto .......................................... 104 Figura 83 - Pedra São Tomé .......................................................................... 105 Figura 84 - Revestimento de Pedra são Tomé nos caminhos ........................ 105 Figura 85 - Revestimento para indicar caminhos ........................................... 106 Figura 86 - Piso tátil de alerta......................................................................... 107 Figura 87 - Piso tátil de alerta contornando a praça ....................................... 107 Figura 88 - Modelo de banca de jornal ........................................................... 109 Figura 89 - Banca de jornal ............................................................................ 109 Figura 90 – Perspectivas ................................................................................ 110


8 SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO ............................................................................................. 10 1.1 OBJETIVOS ............................................................................................... 12 1.1.1 Objetivo Geral ...................................................................................... 12 1.1.2 Objetivos Específicos........................................................................... 12 1.2 METODOLOGIA ..................................................................................... 12 2. A PRAÇA E O URBANO: EM BUSCA DA VITALIDADE .............................. 15 2.1 CONCEITOS DE REVITALIZAÇÃO URBANA, REQUALIFICAÇÃO, RENOVAÇÃO E REABILITAÇÃO .................................................................... 17 2.2 CARACTERIZAÇÃO DA PRAÇA ENQUANTO ESPAÇO PÚBLICO ......... 19 3. A PRAÇA DE CAMPO GRANDE E SUA RELAÇÃO COM A AVENIDA EXPEDITO GARCIA: HISTÓRIA, CULTURA E CONTEXTO URBANO .......... 22 3.1 A IMPORTANCIA DA AV. EXPEDITO GARCIA PARA CAMPO GRANDE E O MUNICIPIO DE CARIACICA ........................................................................ 27 3.2 A PRAÇA DE CAMPO GRANDE COMO UM DOS ELEMENTOS UBANOS DA AV. EXPEDITO GARCIA ............................................................................ 36 3.3 ASPECTOS URBANÍSTICOS DA PRAÇA DE CAMPO GRANDE E SEU ENTORNO ....................................................................................................... 40 3.3.1 Delimitação do polígono de análise ..................................................... 42 3.3.2 Análise da morfologia e das vias do entorno ....................................... 44 3.3.3 Funções predominantes da praça ....................................................... 48 3.3.4 Perfil de usuários predominantes ........................................................ 50 3.3.5 Circulação de pessoas e mobilidade ................................................... 54 3.3.6 Mobiliário urbano e características físicas da praça ............................ 59 3.3.7 Iluminação ........................................................................................... 70 3.3.8 Características ambientais e paisagísticas .......................................... 72 3.3.9 Identificação de aspectos positivos e negativos da área de estudo .... 76 4. DIRETRIZES PROJETUAIS PARA A PRAÇA ............................................. 80


9 4.1 FAIXA DE PEDESTRES ............................................................................ 82 4.2 PAISAGISMO ............................................................................................. 85 4.3 MOBILIÁRIO .............................................................................................. 92 4.4 ILUMINAÇÃO ............................................................................................. 99 4.5 PAVIMENTAÇÃO ..................................................................................... 103 4.6 BANCAS DE JORNAL ............................................................................. 108 4.7 PERSPECTIVAS DA PRAÇA E SEU CONTEXTO COM O ENTORNO .. 110 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS ....................................................................... 114 6. REFERÊNCIAS .......................................................................................... 117


10 1. INTRODUÇÃO

O uso de praças, no Brasil, é um traço cultural antigo, que remete à época em que as pessoas colocavam suas cadeiras na calçada, se encontravam com seus vizinhos e ali permaneciam, como uma extensão de suas casas. Aos poucos as pessoas sentiram necessidade de aumentar seus espaços de convivência, e como suas casas não permitiam, a vida passou a se desenrolar na rua, na calçada, na praça.

O espaço público de uma cidade é o lugar do lazer, do descanso, da conversa corriqueira, da livre circulação, da troca e, sobretudo, da possibilidade do encontro com o outro. A rua, os caminhos para pedestres, a praça e o parque são a gramática da cidade: fornecem a estrutura que permite as cidades nascer, estimular e acomodar diversas atividades (GHEL, 2013). Porém a baixa qualidade do espaço urbano tem tornado o caminhar e a permanência nas ruas e praças atividades pouco atrativas.

As cidades vêm sendo projetadas pensando primeiramente apenas no uso de veículos. A qualidade de vida da população fica em segundo plano, tornando o uso do solo nada democrático. As pessoas, que antes usavam o espaço público como forma de integração social, lazer e conversas, estão, cada vez mais, perdendo lugar para os carros (JACOBS, 2000).

De fato, existe uma deficiência no uso dos espaços públicos nas cidades. A realidade aponta a utilização das praças urbanas como mero local de passagem e

recanto para repousos

e permanências

breves,

sem contar que

frequentemente são “adotadas” por moradores de rua que fazem do local seu abrigo permanente (GHEL, 2013).

O presente trabalho versa sobre a revitalização da Praça de Campo Grande, localizada na Av. Expedito Garcia em Cariacica - ES, local conhecido pelo seu extenso comércio e por ser um ponto de referência para os moradores da região. A economia da cidade é voltada para o setor terciário, comércio exterior e indústrias. O bairro de Campo Grande é o que concentra o maior contingente de


11 lojas comerciais, sendo considerado pela população local o maior shopping a céu aberto do Estado do Espírito Santo.

Assim como grande parte dos espaços públicos da cidade, a praça de Campo Grande sofre com a negligência do poder público. A falta de devida manutenção e de serviços constantes de melhorias, submetem esse patrimônio a contextos diversos de degradação. Moradores e frequentadores que a utilizam no dia-a-dia percebem que a situação atual não é adequada: os poucos mobiliários urbanos estão em más condições; a iluminação e acessibilidade são precárias e não existe a sensação de segurança em horários críticos.

Algumas praças servem apenas como cruzamento dos pedestres de um lado para o outro, enquanto outras combinam a oportunidade de caminhar com a permanência, experiências e conforto (GHEL, 2013). A praça de campo grande tem essa característica de ser mais usada como cruzamento dos pedestres de uma rua para a outra, pois ela não possui atrativos nem mobiliários adequados que façam com que as pessoas queiram permanecer e desfrutar mais dela.

Até o presente momento, poucos estudos foram realizados sobre a Praça de Campo Grande. Apesar disso, tem grande relevância social para a região por ser um ponto de referência e estar localizada estrategicamente no centro da Avenida Expedito Garcia, eixo de comércio e serviço que atrai grande fluxo de usuários durante o dia.

Como uma proposta de intervenção urbana na praça de Campo Grande pode contribuir para a vitalidade urbana desse local? Há muitos exemplos de como a renovação de um único espaço, ou mesmo a mudança no mobiliário urbano e outros detalhes podem convidar as pessoas a desenvolver um padrão de uso totalmente novo (GHEL, 2013). Podemos responder à pergunta com essa citação do livro “Cidade para Pessoas”, pois essas intervenções trarão uma nova forma de uso, as pessoas passarão a não só usar a praça como “passagem” e sim também como um local de permanência, descanso e conversas.


12 1.1 OBJETIVOS 1.1.1 Objetivo Geral

Elaborar um projeto urbanístico para a praça de Campo Grande, trazendo uma maior permanência e apropriação desse espaço por parte da população, com o intuito de contribuir para a vitalidade urbana do bairro. De forma que esses locais sejam vistos como símbolo de identidade, e que atendam aos anseios dos moradores residentes e frequentadores da região.

1.1.2 Objetivos Específicos

Entender o conceito de vitalidade urbana e como aplica-lo a uma praça.

Caracterizar a área de estudo e diagnosticando aspectos positivos e negativos da praça de Campo Grande, para assim perceber os tipos de melhorias que devem ser feitas.

Mapear a área de estudo fazendo analises da praça e do seu entorno.

Propor um projeto urbanístico em nível de estudo preliminar para revitalização da praça.

1.2 METODOLOGIA

De acordo com Gil (2002) a primeira etapa deste estudo caracteriza-se como uma pesquisa descritiva e bibliográfica. A revisão bibliográfica foi elaborada com objetivo de aprofundar a compreensão dos temas relacionadas a praça e as intervenções urbanas direcionadas a esse espaço. Autores como Gehl (2013), Jacobs (2000) e Karssenberg (2015) foram importantes para nortear e fundamentar o escopo teórico deste trabalho.

Gehl (2013) em sua obra “Cidade para Pessoas” fala sobre o planejamento das cidades e a lacuna que existe ao se pensar primeiro nas formas do edifício, no


13 skyline, na cidade vista do avião e se esquecer das pessoas e da vida urbana. Ele retrata que pela primeira vez na história da humanidade cidades não são construídas como conglomerações de espaços urbanos, mas como edificações individuais e que o carro espreme a vida urbana para fora do espaço público. Fazendo com que se reflita a respeito dessa questão de priorizar os carros e edifícios se esquecendo das pessoas e dos espaços públicos necessários para atende-las. A partir do momento em que ele entendeu que o ambiente urbano edificado tem enorme efeito sobre o que se pode fazer ou não fazer – “os edifícios emolduram nossas vidas" –, Gehl passou a desenvolver estudos sobre o modo como as pessoas usam os espaços públicos e quais componentes tornam um espaço mais ou menos vital.

Jacobs (2000) em sua obra “Morte e Vida nas Grandes Cidades”, questiona o desenvolvimento do planejamento urbano nas cidades e os princípios de reurbanização, onde o seu foco principal decorre do indispensável conhecimento sobre o funcionamento e necessidades das cidades para, com isso, acumular informações em prol das diretrizes coerentes para o planejamento urbano. A referida autora determina fatores como pontos essenciais para tornar as cidades mais ativas, nos direcionando a interpretar a situação das cidades contemporâneas. Além de mostrar que as praças e parques precisam de vida, isto é, as pessoas devem querer estar neles, atribuindo-lhe utilidade. É isto que faz um parque bem-sucedido, e trazendo vitalidade aos locais. Eles podem se constituir em elementos maravilhosos do bairro ou em vazios urbanos desvitalizados, destruídos, decadentes, sem uso, desprezados e perigosos.

Em “A Cidade ao Nível dos Olhos” de Karssenberg (2015), aborda a qualidade do espaço público tal como a espinha dorsal de uma cidade sustentável. Ruas maravilhosas, lugares nos quais você intuitivamente queira passar mais tempo, interação de escala humana entre os prédios e ruas, apropriação pelos usuários, placemaking e bons plinths (andares térreos ativos) e uma abordagem voltada para as pessoas. E com as análises feitas na praça, o autor mostra como é realmente importante um espaço público ter qualidade e vitalidade para atender seus moradores, fazendo com que eles queiram passar mais tempo ali, nos abrindo os olhos para a questão da escala humana também.


14 A pesquisa documental foi realizada através de consultas ao Plano Diretor Municipal de Cariacica e visita pessoal à Prefeitura Municipal de Cariacica, a fim de coletar arquivos históricos, fotos antigas, projetos, relacionados a Avenida Expedito Garcia e a Praça.

A análise da Praça foi realizada por meio de imersões em campo a fim de compreender melhor a dinâmica local e seu contexto. Foram analisadas características urbanísticas, arquitetônicas e comportamentais, registradas por fotografias capturadas em diferentes dias e horários.

Os softwares de arquitetura utilizados no trabalho, mas especificamente no capitulo 4, foram: o AutoCad, sketchup e Lumion 6.0. O AutoCad foi utilizado principalmente para fazer os mapas e algumas legendas, o sketchup serviu para dar início ao projeto fazendo o 3D e o Lumion foi usado para renderizar o 3D deixando o projeto o mais “real” possível.


15 2. A PRAÇA E O URBANO: EM BUSCA DA VITALIDADE

Antes de aprofundar-se na relação entre a praça e o urbano, precisamos definir o que seria a vitalidade urbana. Vitalidade urbana refere-se à vida nas ruas, praças, passeios e demais espaços públicos abertos. Mais especificamente, dizemos que um lugar possui vitalidade quando há pessoas usando seus espaços: caminhando, indo e vindo de seus afazeres diários ou eventuais; interagindo, conversando, encontrando-se; olhando a paisagem e as outras pessoas; divertindo-se das mais variadas maneiras e nos mais diversos locais; brincando, especialmente em parques e praças, mas também na rua; e assistindo apresentações artísticas, especialmente as informais e improvisadas, entre outras manifestações (GEHL, 2013).

Ao falar sobre “praças” não se pode esquecer do seu entendimento como parte de um conjunto mais amplo, ou seja, o sistema de espaços livres da cidade, remetendo

atenção

para

sua

espacialidade

(aspectos

paisagísticos,

morfológicos e funcionais), para o contexto em que ela está inserida e para sua conotação como um dos agentes das relações sociais na cidade.

A função das praças é definida pelo modo como cada sociedade expressa sua vida coletiva e varia em consequência das mudanças sociais e históricas vivenciadas ao longo do tempo. Na verdade, mudanças sociais importantes implicam novas necessidades e novas formas de comportamento da comunidade (Prefeitura do Recife, 2002).

Estudiosos como Hillier (1989, 1996), Peponis (1989) e Holanda (2002, 2003) defendem que a presença humana nos espaços livres públicos potencializa a vida social nas cidades, favorecendo a interação social, a sensação de segurança e retroalimentando o uso dos locais, como um ciclo. Considerando a relação entre a dimensão espacial e os padrões de movimento humano, os autores argumentam que a configuração urbana é um produto cultural, que tanto reflete quanto influencia a sociedade em uma determinada época, apontando que a vitalidade urbana é resultado da relação entre elementos do entorno (em diversas escalas) e as características do equipamento em si.


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Vitalidade e tranquilidade são qualidades urbanas desejáveis e valiosas. Paz e tranquilidade são altamente valorizadas em uma cidade viva e ativa (GHEL, 2013). E para isso, a presença de mobiliário, equipamentos e cobertura vegetal é indispensável para atrair a população, favorecendo o conforto nos espaços públicos.

Segundo (JACOBS, 2000), quanto maior a quantidade de espaços abertos melhor seria o ambiente das cidades, ela chama a atenção para a necessidade de adequação entre a quantidade de pessoas e o tamanho dos espaços públicos. Estes só podem ser adequadamente apropriados caso haja uma quantidade mínima de pessoas. Espaços com grandes extensões não conseguem ser plenamente apropriados, passando a impressão de estarem desertos e, com isso, afastando ainda mais possíveis usuários.

Jacobs (2000) propõe, então, que as praças e parques dos bairros sejam criados em áreas que possuam densidade suficiente para alimentá-las, e não o contrário. Tentar criar praças como forma de trazer vitalidade a áreas que, por si só, não conseguem sustentar a vida nas ruas, não costuma dar certo. O resultado são espaços vazios, perigosos e abandonados.

Uma quantidade apropriada de portas pode auxiliar na promoção da vitalidade urbana conectando a rua com atividades comerciais e de serviços, promovendo assim as atividades que lhes são essenciais, tais como a pesquisa de preços, o olhar de vitrines e o entra-e-sai para comprar ou obter mais informações sobre os produtos. No caso dos shoppings essa vitalidade é interiorizada: as ligações dos espaços edificados com a rua são minimizadas, e toda essa movimentação é retirada dos espaços públicos, juntamente com a possibilidade de interação social entre pessoas. Essa interação potencializa o que Jacobs (2000) trata como vigilância natural, o que garante um maior controle natural e segurança nos espaços públicos.

Em uma análise geral, percebe-se que para um espaço público ter vitalidade ele precisa ter condições adequadas para as pessoas o utilizarem, assim atraindo-


17 as para o local e favorecendo a interação social. No caso da Praça de Campo Grande, ela já possui esse fluxo constante de pessoas que passam por ela no dia-a-dia e a utilizam, porém necessita de melhorias para atender melhor os seus usuários.

2.1 CONCEITOS DE REVITALIZAÇÃO URBANA, REQUALIFICAÇÃO, RENOVAÇÃO E REABILITAÇÃO

Nada se mantém intacto sem conservação e preservação. Com as áreas urbanas isso não é diferente. Em um momento onde o mundo busca qualificar as cidades a favor do meio ambiente e da saúde da população, projetos de transformações urbanas desempenham um papel importante. Diferentes formas de intervenções nas cidades podem alterar áreas construídas ou espaços públicos, com o objetivo de tratar questões sociais ou até reativar a economia local.

O crescimento das cidades está acelerado, algumas já evidenciaram a ocupação de parte significativa de seu território com potencial construtivo e torna-se difícil encontrar espaços livres para expansão. Há cidades também que cresceram sem atentar para o planejamento urbano e por isso começam a apresentar problemas no uso de algumas áreas, desvalorização de outras, mau uso e até abandono e marginalização de espaços públicos (LIRA, 2014).

Nesse contexto, as práticas de revitalização, requalificação, renovação e reabilitação urbana são ativadas para contribuir para a resolução de uma série de problemas urbanos. Primeiro, é preciso diferenciar os termos que são recorrentemente usados como sinônimos, mas não têm exatamente o mesmo significado.

Em uma análise breve, podemos ententer revitalização como a recuperação de espaços ou construções, tais como a a revitalização da praça Bom Jesus, em Anápolis (GO), Parque das andorinhas em Presidente Prudente (SP), entre


18 outros projetos; renovação trata de substituir, reconstruir, portanto pode alterar o uso; requalificação dá uma nova função enquanto melhora o aspecto; e a reabilitação trata de restaurar, mas sem mudar a função. Cada um desses processos gera, portanto, resultados diferentes para a área urbana (MOURA, 2006).

Ao ouvir falar de revitalização, somos imediatamente remetidos a uma ideia de restauração de patrimônios históricos culturais, mas revitalização é um termo muito mais abrangente, trata-se de um conjunto de ações, a fim de permitir a um determinado espaço nova eficiência, novo sentido em seu uso, visando uma melhoria do espaço e do seu entorno (MOURA, 2006)

Quando se trata de renovação, altera-se muito a dinâmica dessas áreas exigindo altos investimentos, e tem como característica principal sobrepor sua função com interesses imobiliários, e a questão está aí, o governo precisa estar atento à qualidade de vida do cidadão. Assim vem se fortalecendo a metodologia de revitalização urbana (MOURA, 2006).

A requalificação urbana é, sobretudo, um instrumento para a melhoria da qualidade de vida da população, promovendo a construção e recuperação de equipamentos e infraestruturas e a valorização do espaço público com medidas de dinamização social e econômica, através de melhorias urbanas, de acessibilidade ou centralidade (MOURA, 2006). Ela engloba processos de alteração em uma área urbana com a ideia de lhe dar nova função, diferente daquela pré-existente. Muitos confundem requalificar com revitalizar.

Reabilitação urbana é a forma de intervenção integrada sobre o tecido urbano existente, em que o património urbanístico e imobiliário é mantido, no todo ou em parte substancial, e modernizado através da realização de obras de remodelação ou beneficiação dos sistemas de infraestruturas urbanas, dos equipamentos e dos espaços urbanos ou verdes de utilização coletiva e de obras de construção, reconstrução, ampliação, alteração, conservação ou demolição dos edifícios (KARSSENBERG, 2015).


19 Todos esses conceitos, no entanto, estão associados a um propósito semelhante: transformar e regenerar espaços, zonas ou áreas urbanas a fim de rejuvenescer-las através da reconstrução de prédios ou de espaços públicos. Esses processos surgem da necessidade de resolver questões econômicas, sociais ou ambientais. Para que a população possa usufruir e ser impactada de forma positiva pela área transformada.

2.2 CARACTERIZAÇÃO DA PRAÇA ENQUANTO ESPAÇO PÚBLICO

A importância das praças como local público vem desde a antiguidade. As cidades eram construídas partindo de um centro de convivência e de encontros que determinava toda a distribuição do espaço (GHEL, 2013).

De um modo geral, a definição de espaço público, no urbanismo, é dada aos espaços abertos, de uso comum, apropriados livremente pelo conjunto das pessoas que vivem numa cidade (Prefeitura do Recife, 2002).

No macro conjunto da cidade, o sistema de espaços públicos merece uma atenção especial, pois forma uma rede de ambientes abertos, livres de edificações e acessíveis aos usuários, que permeia a área construída, assumindo funções como garantir a mobilidade e permitir encontros, além de promover condições de conforto.

A praça é um local de memória, passagem e/ou permanência, constituindo um elemento da cidade. Nela se encontram marcos referenciais, aspectos paisagísticos que podem estimular o convívio. Hoje em dia, além de se constituírem um espaço não construído dentro da malha urbana elas carregam diversas funções e benefícios ao bem estar social, quando bem planejadas e articuladas com o tecido da cidade. Nessa perspectiva, rompem a homogeneidade urbana como pontos de descompressão entre as edificações que as envolvem.


20 O espaço público é o lugar da cidade de propriedade e domínio da administração pública, o qual responsabiliza ao Estado com seu cuidado e garantia do direito universal da cidadania e a seu uso e usufruto. Serpa (2013) destaca três circunstancias existentes no espaço público: a acessibilidade, a valorização imobiliária e a visibilidade. Quanto à acessibilidade busca-se uma explicação para a maneira como estes espaços vêm sendo apropriados por diferentes grupos. As praças são espaços livres, mesmo nos dias de hoje sendo vistas pela maioria das pessoas como espaços abandonados, de mendicidade, ponto de drogas, e até mesmo de prostituição, restando para pequena parcela da sociedade poucas alternativas de lazer, meditação, dentre outras atribuições relativas a este setor público que pertence a toda sociedade (KARSSENBERG, 2015, p.131).

Em cidades de países em desenvolvimento, geralmente os espaços públicos que eram bem cuidados no passado, começaram a lentamente se degradar. Via de regra, em cidades como Cariacica, a manutenção, no nível municipal, é ineficaz e insuficiente. Quando o espaço público esta degradado, acaba provocando uma rejeição imediata. Se não está bem iluminado, se não possui atividade noturna que o anime, mobiliários adequados, paisagismo, será percebido como perigoso e muito provavelmente é; se os edifícios que o rodeiam possuem funções inapropriadas ou estão degradados, ninguém os procurará para passar seu tempo livre.

Podemos relacionar essa questão da degradação de espaços públicos com a Teoria das Janelas Quebradas, desenvolvida na escola de Chicago por James Q. Wilson e George Kelling. Onde é explicado que se uma janela de um edifício for quebrada e não for reparada a tendência é que vândalos passem a arremessar pedras nas outras janelas e posteriormente passem a ocupar o edifício e destruí-lo. O que quer dizer que um comportamento anti-social pode dar origem a vários delitos. Por isso, qualquer ato desordeiro, por mais que pareça insignificante, deve ser controlado. Do contrário, pode ser difusor de inúmeros outros crimes mais graves.


21 No contexto urbano, as praças com suas diversidades das mais variadas são organismos vivos passíveis de transformação que, como qualquer organismo com o passar dos anos se transforma e se não for cuidado se danifica (GHEL, 2013). Além de que em sua maioria acabam se reduzindo a espaços verdes, sem representatividade de convívio social para a maior parte das pessoas que passam por ela, e consequentemente pelo descaso do poder público em reativála como sendo espaços de lazer, diversão, convívio, dentre outras conotações.

Os espaços publicos são de grande benefício social, pois se relaciona com as possibilidades que eles oferecem à população. De um simples gramado sombreado, à locais com quadras e jardins projetados as praças oferecem oportunidades para quem deseja relaxar, praticar uma atividade, planejar um encontro ou se reunir para um protesto. Ela funciona como um local de interações e trocas de idéias, características básicas da vida urbana ao ar livre.

As praças, ao longo dos tempos, levando-se em conta os diversos aspectos que as envolvem, como definição, funções, usos e concepções, sofreram significativas

mudanças.

Todavia,

é

consenso

que,

a

despeito

das

transformações impostas pelo tempo, às praças ainda representam um espaço público de grande importância no cotidiano urbano (DE ANGELIS, 2005). Tanto em tempos remotos quanto na atualidade, fica claro que as praças desempenham importante papel como espaço democrático, de uso comum, palco de debates e local de convívio e lazer de toda comunidade.

Assim, entendendo a importancia das praças como espaço publico de beneficio social para a população, percebe-se que devemos aproveitar os espaços publicos já existentes, como a Praça de Campo Grande exemplo. Torna-la um local melhor para a população melhorando sua iluminação, propondo formas de garantir atividades noturnas para que não contiue um local “abandonado” a noite, mobiliários adequados, paisagismo, tonando-a mais acessivel, entre outros fatores.


22 3. A PRAÇA DE CAMPO GRANDE E SUA RELAÇÃO COM A AVENIDA EXPEDITO GARCIA: HISTÓRIA, CULTURA E CONTEXTO URBANO

O município de Cariacica é marcado por origens que agregam povos indígenas, negros e imigrantes europeus e Italianos. Antes de se tornar município, o local foi considerado distrito e batizado pela Igreja Católica como Freguesia de São João Batista de Cariacica e foi em 30 de dezembro de 1890 que o local se tornou município independente, desmembrando-se definitivamente de Vitória. As atividades estritamente agrícolas foram aos poucos sendo substituídas por atividades de apoio à comercialização e transporte de mercadorias, incentivadas pela construção da Estrada de Ferro Vitória-Minas. Na década de 1940, com a inauguração da Companhia Vale do Rio Doce (CVRD), a população urbana do município aumentou mais que o dobro (Figura 1).

Figura 1 - Estação ferroviária em Cariacica

Fonte: Cariacica, 2014

Expedito Cordeiro Garcia, simples vendedor da Companhia Souza Cruz, deixou sua família no Rio e veio para o ES. O Espírito Santo atravessava no período


23 distante da guerra uma fase de demarrage econômico e industrial, um chamamento para quem tivesse força e inspiração para participar daquele momento histórico. Foi assim que Expedito Cordeiro Garcia pressentiu com sua visão premonitória um futuro para Cariacica, e no ano de 1941 implantou na cidade, ainda uma província, três empresas – Companhia Comercial de Couros Ltda., Industriais Bovinos Capixaba Ltda. e Imobiliária Itacibá S.A. A imobiliária, revolucionando o sistema de urbanização da época, abriu ruas e praças fazendo nascer ali o hoje populoso bairro Campo Grande. O surto de progresso da região de Campo Grande, Itacibá e Cariacica iria num futuro próximo ganhar maiores dimensões com o grande frigorífico projetado por Expedito Garcia. Quem trafega hoje pela estrada que liga Itacibá à BR 101/262 certamente não conheceu a perigosa e sinuosa estradinha de terra que atravessava o bairro de Campo Grande, quando Expedito Garcia se empenhou para modernizá-la e conseguiu (ESBRASIL, 2014).

Com base em uma sondagem em campo realizada no mês (abril) de 2018 foi constatado a partir da percepção de alguns moradores que onde hoje é a Praça de Campo Grande também conhecida como “Praça José M. Ferreira” (Figura 2), antigamente era um espaço sem infraestrutura e sem pavimentação, que com as chuvas gerava lama e barro no local. Na Av. Expedito Garcia não tinha calçamento só havia mato, e haviam somente uns 4 estabelecimentos. Só a partir da década de 70, quando alguns italianos, alemães e poloneses investiram na compra e venda de imóveis na região, é que o bairro, e consequentemente a avenida começaram a se desenvolver. A Praça de Campo Grande começou a criar forma e estrutura quando começaram a asfaltar a Av. Expedito Garcia. A partir daí vieram comerciantes de diversos setores e a Avenida foi se desenvolvendo cada vez mais, antes uma estradinha de terra, hoje uma das avenidas mais movimentados entre todas as cidades do Espirito Santo.


24 Figura 2 - Praça José M. Ferreira (Praça de Campo Grande)

Fonte: Ijsn, 2012

À medida que Campo Grande foi se consolidando como um subcentro metropolitano, Cariacica expande sua malha urbana. Percebendo a importância que o bairro adquire junto à região metropolitana, algumas ações no sentido de melhorar as condições do comércio na Av. Expedito Garcia foram fundamentais durante esses anos. Tais intervenções se iniciam na década de 1980 com a primeira proposta de reurbanização da Av. Expedito Garcia (Figura 3).


25 Figura 3 - Avenida Expedito Garcia década de 80

Fonte: Ijsn, 2017

Com aproximadamente 13 mil habitantes (PREFEITURA DE CARIACICA, 2014), Campo Grande é considerado um bairro tradicional do município de Cariacica, além de ser um dos centros comerciais mais movimentados da Região Metropolitana da Grande Vitória -ES. A Avenida Expedito Garcia, que corta o bairro, é onde se concentra a maior quantidade de pedestres, lojas e outros estabelecimentos comerciais, formais e informais da região.

Campo Grande é o principal centro comercial do município de Cariacica, o que lhe atribui significativo destaque na organização territorial da aglomeração e, sendo a Avenida Expedito Garcia (Figura 4) o eixo principal deste bairro, acentua-se sua importância tanto ao nível de sua vizinhança como no contexto da Grande Vitória. Apesar deste valor, a Avenida não apresenta, hoje, condições condizentes com o papel que lhe é atribuído, seja do ponto de vista do tráfego urbano, da paisagem, ou mesmo das condições de sua utilização pela população.

Posto pela leitura de ABE (1999), o bairro de Campo Grande, ao longo da ocupação urbana da Região Metropolitana da Grande Vitória (RMGV), se faz um


26 subcentro com características e importância de centro comercial, concentrando um comércio diversificado. Hoje, a avenida Expedito Garcia concentra grande parte do comércio de referência regional, abrigando filiais de diversas lojas especializadas em móveis, eletrodomésticos, eletroeletrônicos, confecções, entre outros.

Figura 4 - Avenida Expedito Garcia e limites de bairros

Fonte: Aveg, 2017

A Praça de Campo Grande tem um papel muito importante para a Av. expedito Garcia, pois ela além de praça tem função de organizar o trânsito como uma rotatória. Ela está localizada no centro da Avenida e é um dos únicos e mais importantes espaços públicos de Campo Grande. Seu tamanho pode ser considerado pequeno comparado a praças e espaços públicos de outras cidades, ela está voltada mais para passagem daqueles que estão transitando pela avenida, para recreação de alguns idosos, e apesar dos poucos mobiliários e das condições dos mesmos, como um local de descanso também.

Campo Grande, concentrando grande parte da população economicamente ativa do município e, principalmente devido à consolidação da ocupação urbana e de sua configuração como subcentro, representa o bairro de maior arrecadação


27 municipal. Tal realidade torna ainda mais importante o estudo da utilização dos espaços públicos dessa região, ainda em constante construção e apropriação.

3.1 A IMPORTANCIA DA AV. EXPEDITO GARCIA PARA CAMPO GRANDE E O MUNICIPIO DE CARIACICA

Em franco desenvolvimento dos setores industrial e comercial, Cariacica, é um município com grande capacidade de gerar emprego, além de garantir os equipamentos necessários às satisfações das necessidades humanas. O município é eixo principal de entrada e saída da capital, assim como de toda a região metropolitana para os municípios do Sul do Estado, para os Estados de Minas Gerais e do Rio de Janeiro e também um eixo de ligação com a saída no sentido Norte do Estado.

Em Campo Grande, devido principalmente à facilidade de acesso da população, a região central, configurada na extensão da Avenida Expedito García, foi a primeira a se consolidar. Sua posição estratégica, próxima à rodovia federal, a BR 262, e à CEASA fez com que à avenida fossem agregadas não apenas o comércio de mercadorias, mas também importantes outros estabelecimentos de serviços.

Em Cariacica, a implantação do Sistema Transcol, inicialmente em Itacibá, foi de extrema importância para facilitar o acesso da população aos outros municípios. Atualmente, o sistema é ainda responsável por todo o transporte público municipal e conta com três terminais: Itacibá (1989), Campo Grande (2001) e, mais recentemente, Jardim América (2009). Das linhas alimentadoras que percorrem o município 13 passam pela Avenida Expedito Garcia, o que facilita o acesso à região e impulsiona a movimentação do comércio (Figura 5).


28 Figura 5 - Sistema viário estruturante de Cariacica

Fonte: Imagem Geobases, editada pela autora

Hoje a Avenida Expedito Garcia, é a via principal de Campo Grande, Cariacica ES, e possui a função de articuladora do trânsito e do espaço deste bairro. Concentra ao longo de seu percurso de 1.700m a quase totalidade das atividades principais da estrutura comercial e de serviços do bairro e recebe, portanto, alta concentração de população, o trânsito local, além das demais funções características de uma via dessa natureza.

No mapa de uso do solo abaixo (Figura 6), pode-se perceber que Campo Grande é um bairro com predominância do tipo residencial. Os estabelecimentos comerciais também se fazem presentes no bairro. Este uso encontra-se potencialmente concentrado às margens da Avenida Expedito Garcia. Tal característica reforça a identidade da população local de que essa avenida conforma um verdadeiro “shopping a céu aberto”. Por conta disso, a avenida apresenta grande relevância econômica para o bairro, bem como o comércio ali


29 estabelecido contribui com a manutenção de parte das dinâmicas urbanas do bairro de Campo Grande.

Figura 6 - Mapa de uso das edificações existentes no bairro Campo Grande

Fonte: Organização cartográfica Núcleo de geoprocessamento/SEMFI-PMC. Editado pela autora


30 Figura 7 - Zoneamento com base no índice de atividades comerciais

Fonte: Geobases (2009). Editado pela autora.

O mapa acima contextualiza a ocupação quadra a quadra, apresentando em uma escala de cores (preta, cinza e branca) o número de estabelecimentos comerciais nela existentes. Dessa forma, pode-se observar que as quadras localizadas ao longo da Avenida Expedito Garcia possuem de 50 a 100 estabelecimentos comerciais, concentrados principalmente no trecho nordeste da via.

Por ser uma avenida comercial, de dia o fluxo de pedestres, ciclistas, veículos e cargas é intenso. A maioria das pessoas que frequentam a Expedito Garcia neste período, desenvolvem ações como pagar contas, comprar, vender, encontrar pessoas, esperar ônibus, entre outras. Já na parte da noite, concentram-se vários food trucks na rua, deixando a mesma também movimentada devido às pessoas que saem do trabalho e param para comer e encontrar amigos, tornando-se um espaço propenso ao lazer.


31 Na Av. Expedito Garcia (Figura 8) os comerciantes disputam espaço com outros fatores como: o intenso fluxo de automóveis de grande e pequeno porte, devido principalmente, a instalação de grandes lojas de móveis e supermercados e a frequente carga e descarga de suas mercadorias; o grande fluxo de transporte coletivo; a deficiência de sinalização e fiscalização no trânsito; a escassez de estacionamento; a falta de ciclovia, entre outros.

Figura 8 - Perspectiva aérea da Av. Expedito Garcia

Fonte: PMC, 2005

A maioria desses fatores apresentados, dificultam na mobilidade local gerando congestionamentos e trânsito durante os horários de maior fluxo do dia. Pelo fato de ser em horários onde há um grande fluxo de pedestres, ciclistas que não tem uma ciclovia para atendê-los e acabam andando no meio da avenida, alguns


32 comércios informais ocupam parte das calçadas fazendo com que pessoas desviem pela via, atrapalhando também o trânsito, entre outras ações. Porém a avenida continua atraindo novos investimentos, e o seu polo comercial é o mais ativo da economia local, movimentando um considerável número de pequenas empresas e transformando Campo Grande no bairro de maior arrecadação financeira do município. A fim de observar melhor as características físicas da Av. Expedito Garcia ao longo de toda sua extensão, ela foi dividida em três trechos para a melhor explicação de cada um deles (Figura 9). Onde no trecho 1 observa-se uma parte com fluxo um pouco menor, o trecho 2 é onde se concentra o maior fluxo e aglomerações e o trecho 3 é composto por poucos comércios e mais serviços como bancos, farmácias, escola e etc.

Figura 9 - Av. Expedito Garcia dividida em três trechos

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

O trecho 1 (Figura 10), representado pela cor verde, é marcado, principalmente, pela presença de lojas de roupas e calçados e pontos comerciais fechados. A arquitetura desta parte é composta por prédios de, em média, três e quatro


33 pavimentos e, na grande maioria, com ponto comercial no térreo e residência ou consultórios e escritórios nos pavimentos superiores. A rua conta com duas faixas destinadas ao rolamento de veículos em mão única e duas de estacionamento rotativo pago. A arborização nesta parte é em número razoável para proporcionar conforto.

Figura 10 - Av. Expedito Garcia uma parte do trecho 1

Fonte: Acervo pessoal, 2018

O trecho 2, representado pela cor vermelha, é onde há o maior fluxo de pessoas, ciclistas, veículos de carga da avenida. Nesta área o comércio é mais diversificado, contendo várias lojas de roupas, calçados, eletrodomésticos, produtos de informática, supermercados, farmácias e etc. A arquitetura também é composta, principalmente, por prédios de 3 e 4 pavimentos, sendo pontos comerciais nos pavimentos térreos e nos superiores consultórios, escritórios e residências. A rua conta com 2 faixas destinadas ao rolamento de veículos nos dois sentidos e 2 de estacionamento rotativo pago. Neste trecho está localizada a Praça José M. Ferreira (Praça de Campo Grande), único local destinado ao lazer na Avenida Expedito Garcia (Figura 11). À noite, este trecho continua sendo bastante movimentado, pois há a presença de, aproximadamente, 13 food trucks


34 e carros de gêneros alimentícios na rua (Figura 12), além de cerca de 2 barraquinhas de venda de comida, o que leva as pessoas a continuarem usando este espaço. Nas ruas adjacentes à esta área, há restaurantes, bares, lanchonetes, sorveterias e pizzarias que funcionam à noite, contribuindo com o movimento neste período.

Figura 11 - Idosos usufruindo do único espaço destinado ao lazer na Avenida Expedito Garcia – Cariacica – ES, a Praça de Campo Grande.

Fonte: Acervo pessoal, 2018


35 Figura 12 - Foods trucks que funcionam no período noturno

Fonte: Acervo pessoal, 2018

O trecho 3, representado pela cor azul é composto, principalmente, por bancos, supermercado e escola. A arquitetura segue a mesma linha dos outros dois trechos, sendo a maioria edifício com 3 ou 4 pavimentos, sendo pontos comerciais nos pavimentos térreos e nos superiores escritórios, consultórios e residências. A rua contém duas faixas destinadas ao tráfego de veículos nos dois sentidos e duas destinadas ao estacionamento rotativo pago. No período noturno, esta parte é a mais deserta de toda a avenida. Aos domingos, no período da manhã e da tarde, acontece a feira de Campo Grande (Figura 13).

Figura 13 - Feira que ocorre aos domingos durante o dia

Fonte: Acervo pessoal, 2018


36 Conclui-se que a parte com maior movimentação e relevância é exatamente a parte do trecho 2, onde se localiza a praça em estudo. Percebendo a importância que a Praça de Campo Grande tem para aquela área e para toda a avenida Expedito Garcia, dando suporte ao trânsito além de servir como um local de descanso para aqueles que estão utilizando os comércios e serviços.

3.2 A PRAÇA DE CAMPO GRANDE COMO UM DOS ELEMENTOS UBANOS DA AV. EXPEDITO GARCIA

Ainda que as atenções do bairro Campo Grande estejam exclusivamente voltadas à sua área comercial, há uma identificação da apropriação e transformação de outros espaços vazios e criação de novas opções de vivências. Tais acontecimentos revelam espaços e necessidades, como a carência de áreas públicas de lazer e de espaços livres que possibilitem o desenvolvimento da convivência espontânea.

Apesar de ter sua origem nos anos 1950, sendo umas das primeiras regiões urbanas consolidadas do município de Cariacica, Campo Grande reproduz exatamente a realidade dos novos bairros municipais. Ocupados de forma desordenada, com poucas intervenções municipais, a maior parte dos bairros de Cariacica não tem áreas de lazer, praças e parques bem estruturados, ou ainda outros espaços dentro da malha urbana que se aproximem dessas funções para o desenvolvimento de atividades de brincadeiras, jogos e esportes. Para tanto, a população transforma espaços residuais e desenvolve outros programas que atendam suas expectativas de lugar.


37 Figura 14 - Praças mais próximas a Praça de estudo

3 6 2

5

1

4

Praça de Campo Grande

Praça John Kennedy

Praça Jerusalém

Praça Getúlio Vargas

Praça Gabriel Magri

Praça Lusíadas

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Na Figura acima pode-se perceber essa certa escassez de espaços públicos no bairro de Campo Grande, onde foi demarcado algumas praças mais próximas a área de estudo. A partir das imagens de cada uma, podemos observar que a maioria possui características muito parecidas, sendo praças pequenas, com poucos equipamentos e mobiliários que atendam aos usuários, a maioria está inserida formando uma rotatória como se não fossem planejadas como espaços públicos, e sim, pelo fato de algum espaço que sobrou em meio as vias (Figura 15).


38 Figura 15 – Imagens de algumas praças da área de estudo

1

Praça de Campo Grande

2

Praça Getúlio Vargas

3

Praça John Kennedy

4

Praça Gabriel Magri

5

Praça Jerusalém

6

Praça Lusíadas

Fonte: Google Maps e acervo pessoal, 2018

A ordenação dos espaços públicos, nas grandes cidades, é algo bastante complexo. As ações nesse sentido sugerem inúmeras intervenções pontuais, que capturam potencialidades e desenvolvem intensos programas para o desenho urbano. Como já foi demonstrado, Campo Grande não possui tantos espaços públicos. O espaço mais significativo é a Praça de Campo Grande (Praça José M. Ferreira), localizada no centro da Av. Expedito Garcia.


39 A Praça de Campo Grande (Figura 16), da forma como está implantada, tem como uma de suas funções a organização do trânsito da Av. Expedito Garcia, desenvolvendo-se como uma rotatória. Ainda assim, não perde o caráter de lugar de encontro e contemplação, abrigando, cotidianamente, diferentes tipos de pessoas. Idosos utilizam alguns de seus equipamentos (as mesas de dama), configurando um espaço de jogo (Figura 17). Localizados nas extremidades da praça, compõem um quadro bucólico, onde permanecem durante todo o dia entre um grupo de pessoas e moradores do bairro, integralmente aliados àquele ambiente onde parecem permanecer por anos.

Figura 16 - Foto panorâmica da Praça de Campo Grande

Fonte: Acervo pessoal, 2018


40 Figura 17 - Idosos utilizando as mesas de damas

Fonte: Acervo pessoal, 2018

A mesma praça é também utilizada como ponto de encontro em diversas manifestações municipais, cumprindo o papel de espaço concentrador. Sendo Campo Grande o bairro de maior fluxo e concentração de pessoas, é ali que ocorrem as manifestações e atos políticos que buscam atingir grande parcela da população.

Em resumo, a Praça de Campo Grande pode ser uma praça pequena para a extensa Avenida, porém não se pode negar a sua importância para a mesma. Servindo como organizadora do transito naquela parte da via, espaço para descanso das pessoas, espaço de espera, de encontro, entre outras características.

3.3 ASPECTOS URBANÍSTICOS DA PRAÇA DE CAMPO GRANDE E SEU ENTORNO

Neste capitulo serão observadas algumas caraterísticas da Praça de Campo Grande, onde analisa-se nos próximos subcapítulos suas propriedades


41 principais, aspectos positivos e negativos, entre outros conceitos levando assim, por fim, até as diretrizes projetuais para a revitalização da mesma.

Embora se apresente como um elemento aparentemente escondido em meio à movimentação constante de pedestres e veículos, quase como um espaço residual, sem uma morfologia marcante que reforce a sua identidade na trama urbana, a praça de Campo Grande é parte de um complexo sistema contínuo e estruturador da região quando condiciona, cotidianamente, o espaço do engajamento cívico, o lugar da troca de ideias e a realização da cidade democrática.

A Figura 18 apresenta uma imagem panorâmica da Praça de Campo Grande, onde é possível constatar, dentre seus elementos constituintes, uma faixa de circulação no centro sem arborização. A presença de poucas espécies vegetais se restringe as bordas da praça onde ficam localizadas as mesas de jogos. Além disso, a citada figura permite identificar que o espaço público retratado carece de mobiliários urbanos, o que representa uma adversidade para as pessoas se apropriarem e permanecerem no mesmo.

Figura 18 - Foto panorâmica Praça de Campo Grande

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Serão abordados também neste capitulo itens como os tipos de mobiliários da praça, a iluminação dela, características ambientais e paisagísticas, a circulação


42 de pessoas e mobilidade, o perfil dos usuários que a utilizam, além das suas funções predominantes.

3.3.1 Delimitação do polígono de análise A praça de Campo Grande (Figura 19) é conhecida pelo seu nome original como Praça José M. Ferreira e tem aproximadamente 1.000 m². É considerada uma praça de pequeno porte, até mesmo pela sua função de integrar o trânsito funcionando como uma rotatória. Ela está localizada exatamente no centro da Av. Expedito Garcia, fica próxima a farmácias, lojas de roupas, lojas de brinquedos, lojas de acessórios, restaurantes, lanchonetes e também residências. É por ela que passa o principal fluxo de veículos de campo grande, carros, ônibus, veículos de cargas pesadas e etc.

Figura 19 - Vista superior Praça de Campo Grande

Fonte: PMC, 2005

No ano passado ocorreu uma intervenção do projeto da Secretaria Municipal de Infraestrutura (Seminfra), revitalizando as calçadas da Avenida Expedito Garcia.


43 Assim, como as calçadas seriam reformadas e revitalizadas, percebeu-se a necessidade de melhorar a Praça de Campo Grande para atender melhor os seus usuários.

A delimitação da área do estudo foi determinada levando em consideração suas dimensões – o que facilita uma intervenção geral, uma vez que a praça é pequena. Além disso, os usos não são diversificados, aqueles que permanecem na praça por maior tempo são na maioria das vezes idosos (por causa das mesas de jogos), fato que não agrega valor ao espaço enquanto local de convivência de diferentes pessoas, alguns camelôs e também por ela ser mais usada como passagem. Por fim, a proximidade da aluna com a praça também interferiu para a escolha.

Figura 20 - Delimitação do polígono de análise

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


44 A figura 20 destaca a praça de Campo Grande e seu entorno. Delimitamos um polígono a partir de um buffer de 15 m² da extremidade da mesma, articulando assim o seu entorno imediato para não pensar na praça de forma isolada. As edificações e vias que se encontram nesta área de influência direta da mencionada praça são caracterizadas nas sessões seguintes.

3.3.2 Análise da morfologia e das vias do entorno Após traçar o buffer de 15 m², observa-se as edificações que compõem essa área e suas características principais, que vão ser mostradas nesse subcapitulo. Além das características do entorno, será feito uma análise breve sobre as principais vias do polígono de estudo (Figura 21).


45 Figura 21 – Imagem mostrando o buffer de 15m²

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

A maioria das edificações ao redor da praça são de 3 a 4 pavimentos, onde no primeiro pavimento destes podemos encontrar lojas de roupas, farmácias, lanchonetes, loja de calçados, acessórios, móveis entre outros. Do segundo pavimento para cima, observa-se que em grande parte dos edifícios são clinicas, escritórios de variados tipos, estúdio de tatuagem, além de residências. Muitos dos prédios também estão alugando salas e apartamentos (Figuras 22, 23, 24 e 25).

Mesclar o uso residencial com áreas de trabalho e usos comerciais, como bares, restaurantes, cafés e comércio local, atrai as pessoas e torna o ambiente mais seguro e amigável. A diversidade de usos gera atividades externas que


46 contribuem para a segurança dos espaços. Mais pessoas nas ruas ajudam a inibir a criminalidade, tanto de dia quanto a noite (JACOBS, 2000).

Além da Av. Expedito Garcia, podemos perceber outras importantes vias que acercam a Praça de Campo Grande como a rua Dom Luís Scortegana, que possui um fluxo médio de veículos, não passa transporte coletivo, é mão única e mão dupla e possui alguns comércios. A rua Bom Pastor corta a Dom Luís Scortegana, também não há transporte coletivo, possui um fluxo médio de veículos além de alguns comércios e serviços. Já a rua José Vieira Gomes possui alto fluxo de veículos de todos os tipos, incluindo ônibus, é mão e contramão, nela há restaurantes, lanchonetes e algumas lojas. Na rua Berlamine Freire há bastante fluxo de veículos por causa de uma clínica médica e escola que se encontram ali, além de alguns comércios, restaurantes e igreja. Seu fluxo é somente em um sentido e não passam ônibus por ali.

Ruas mais interessantes visualmente são mais utilizadas pelas pessoas. Além disso, essa relação influencia a própria percepção que as pessoas têm da cidade e como a utilizam. Jane Jacobs (2000) diz que são principalmente as ruas e calçadas os elementos que indicam como o espaço público é percebido e vivido pelas pessoas.

Figura 22 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 1 do Buffer

Fonte: Acervo pessoal, 2018


47 Figura 23 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 2 do Buffer

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Figura 24 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 3 do Buffer

Fonte: Acervo pessoal, 2018


48 Figura 25 - Foto panorâmica mostrando o entorno na vista 4 do Buffer

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Os prédios do entorno da praça não são muito bem cuidados e não seguem um padrão. Aqueles que possuem a fachada pintada, grande parte está com a pintura manchada precisando de um retoque, os poucos que possuem pastilha estão até bem conservados, porém malcuidados. Do segundo pavimento para cima, as fachadas não se articulam com o térreo. Em geral são edifícios que sofreram degradações durante o tempo, onde alguns passaram por reformas e melhorias, mas outros não.

3.3.3 Funções predominantes da praça De uma maneira geral, as praças deixaram de ter a função primordial de lazer coletivo devido ao surgimento de novos lugares de encontro e reunião, como o shopping center, que funciona como grande concorrente da praça pública na cidade moderna, uma vez que oferece segurança, por ser um em espaço fechado, além de contar com estruturas de lazer e de sociabilidade.


49 Acredita-se que as dinâmicas das relações sociais estabelecidas nas Praças podem ser influenciadas, entre vários fatores, pela composição dos espaços e seus equipamentos, que podem oportunizar o desenvolvimento da reflexão crítica acerca do cotidiano urbano. Destaca-se então, a importância do espaço público como expressão da vida coletiva de uma cidade (MACEDO; ROBBA, 2002).

Mesmo com a constante transição de pessoas que passam pela Praça de Campo Grande por dia, por ela não ter tantos atrativos e mobiliários que influenciem aqueles a praticarem diferentes atividades na mesma, ela acaba sendo uma praça com poucas funções predominantes.

Segundo Macedo (2012, p.169), a praça contemporânea brasileira padrão, tem como foco principal a recreação infantil e esportiva, além de oferecer espaço para encontro de pessoas com mais idades e alimentação das mesmas. Porém a praça que está sendo analisada, por ser uma praça muito pequena, acaba não comportando alguns desses usos, sendo escassa de lazer para as pessoas.

Pode-se dizer que a Praça de Campo Grande não possui tantos atrativos e paisagens para comtemplar-se. Por ficar rodeada pela movimentada Av. Expedito Garcia e seu fluxo de carros e pessoas todos os dias, os usuários acabam permanecendo ali só para se sentar um pouco, ou quando encontram algum conhecido e batem um breve papo. O espaço de lazer tem uma importância social, por ser um espaço de encontro e de convívio. Através desse convívio pode acontecer à tomada de consciência, o despertar da pessoa para descobrir que os espaços urbanos equipados, conservados e principalmente animados para o lazer são indispensáveis para uma vida melhor para todos e que se constituem num direito dos brasileiros (MULLER, 2002, p. 2).

Homens e idosos a usam muito para passar o tempo jogando, as vezes apostado, conversando e passando o dia ali (Figura 26). Há uma forte frequência de vendedores ambulantes no local, pois nas calçadas da Av. Expedito Garcia já não tem mais espaço para alguns deles.


50 Figura 26 - Vista da parte das mesas de jogos

Fonte: Acervo pessoal, 2018

O lazer que predomina são as mesas de jogos, que engloba somente uma parcela da faixa etária dos usuários da região. Para as crianças, jovens e mulheres, o que resta é usa-la para descanso, encontro ou espera. E assim como já foi dito anteriormente, é uma praça mais de “passagem”, pela sua localização e características já abordadas.

3.3.4 Perfil de usuários predominantes As áreas públicas moldam os laços comunitários nos bairros. São locais de encontros e sua apropriação pode facilitar a mobilização política, estimular ações por parte dos moradores e ajudar a prevenir a criminalidade (JACOBS, 2000). E para essas áreas sobreviverem elas precisam de pessoas utilizando-as, atendendo a todos os gêneros e idades.

O número de pessoas que passam pela praça de campo grande no dia-a-dia é grande, porém não são todos os tipos que a utilizam e permanecem nela. É uma


51 praça com pouca diversidade de usuários, onde aqueles que não estão de passagem e ficam por mais tempo nela são idosos e adultos com idade entre 45 a 70 anos.

Figura 27 - Tipos de usuários na parte das mesas de jogos

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Como observado na figura 27 acima, a maior área de permanência da praça em estudo é nas mesas de jogos. Nelas passam por horas e horas idosos, mas também adultos. É difícil ver mulheres utilizando essa parte da praça, a não ser quando são moradoras de rua. Aqueles que ficam durante a tarde no local utilizando estas mesas e sentados conversando, são idosos já aposentados, ou senhores desempregados (Figura 28).


52 Figura 28 - Senhores “descansando” nos bancos

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Figura 29 - Permanência de usuários durante o dia

Esc: 1/200

Longa permanência

Média permanência

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Permanência de vendedores


53 Na figura 29 acima é indicado alguns pontos da praça onde possuem longa permanência e média permanência de usuários. Foi observado também permanência de vendedores ambulantes durante todos os dias de visita em campo. Alguns ficam nas calçadas da Av. Expedito Garcia, porém outros se instalam em locais na própria praça para o comercio informal, ou vão ali para “descansar” sentando em seus bancos (Figuras 30 e 31).

Figura 30 - Vendedor ambulante

Fonte: Acervo pessoal, 2018


54 Figura 31 - Vendedor ambulante pegando espaço na praça para comercio informal

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Crianças e jovens são os que menos utilizam a praça. Por ela ficar no centro da Av. expedito Garcia e envolta de duas vias bastante movimentadas, é perigoso para crianças brincarem ou permanecerem nela, além dela não ter tamanho propenso a isto. Alguns jovens param para bater papo ou sentar-se nos bancos as vezes, em sua maioria estudantes depois do horário da escola.

Podemos perceber que apesar da constante quantidade de pessoas que passam pela Praça de Campo Grande ela tem pouca diversidade de usuários que permanecem e desfrutam da mesma. Assim, no próximo subcapitulo vão ser abordadas as funções predominantes nela e as principais atividades realizadas pelas pessoas ali.

3.3.5 Circulação de pessoas e mobilidade

Há várias questões que levam espaços públicos acabarem ficando com pouca circulação de pessoas e até abandonados. Isso pode acontecer por alguns


55 motivos, como a ineficiência da malha de transportes da cidade, o superdimensionamento dos espaços públicos que conflitam diretamente com a escala do homem, ou a falta de atrativos ou funções previamente determinadas suportadas por equipamentos públicos e mobiliário urbano que incentivem essa ocupação (GHEL, 2013).

A praça de Campo Grande vive em constante movimento e circulação de pessoas (Figura 32). Os horários de maior movimentação nela são durante o dia, por causa dos comércios e serviços na Av. Expedito Garcia que atendem aos usuários. A noite na praça não costuma ter essa mesma frequência de pessoas circulando por ela, pelo fato dos comércios estarem fechados, onde acaba se tornando um local ocioso nos horários noturnos, mesmo com o movimento constante na avenida (Figura 33).

Figura 32 - Circulação de pessoas durante o dia

Fonte: Acervo pessoal, 2018


56 Figura 33 - Falta de circulação de pessoas a noite

Fonte: Acervo pessoal, 2018

A imagem abaixo (Figura 34), mostra um pouco do funcionamento dos fluxos e os percursos mais feitos pelos pedestres no dia-a-dia ali. Há três faixas de pedestres dando acesso da praça ao outro lado da rua e vice-versa, porém, uma grande quantidade de pessoas acaba atravessando em partes que não possuem faixas. As duas bancas de jornais, por ficarem bem próximas a essas faixas, acabam as vezes se tornando uma barreira para esse fluxo direto, mesmo a praça não tendo tantos mobiliários e obstáculos que atrapalhem a circulação frequente que possui. Próximo à área de estudo há somente um ponto de táxi (conforme indicado abaixo), os pontos de ônibus se localizam em outras partes da avenida, pelo fato de onde a Praça de Campo Grande estar inserida, já ser um ponto nodal.


57 Figura 34 – Principais fluxos dos usuários na praça

Esc: 1/200

Principais fluxos

Barreiras

Ponto de Táxi

Faixa de Pedestres

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Pode-se dizer que a Praça de Campo Grande é uma praça de “passagem” (Figura 35). Ela fica exatamente no centro da Av. Expedito Garcia, e para as pessoas atravessarem de um lado para o outro na via, precisam passar por ela. Assim ela acabou tendo essa característica, por não possuir tantos mobiliários como bancos e assentos e nenhum outro atrativo, as pessoas não permanecem por muito tempo nela.


58 Figura 35 - Movimentação frequente durante o dia

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Ao analisar a questão da acessibilidade na praça, pode-se dizer que ela é pouco acessível. Hoje em dia possui 4 rampas de acesso, duas em cada lado em boas condições, algumas com trepidações, porém conservadas (Figura 36). Apesar de não possuir tantos problemas com relação a essa questão, precisa-se de melhorias para atender aos deficientes físicos.


59 Figura 36 - Uma das rampas de acesso da praça

Fonte: Google Maps, 2018

Sabe-se que a Praça de Campo Grande tem características que colaboram para a circulação de pessoas nela, como já foi explicado nesse subcapítulo. Entendemos também que uma praça para ter vitalidade, precisa ser ativa e movimentada tanto durante o dia quanto a noite. A partir disso vamos observar no próximo subcapitulo os tipos de usuários que utilizam a praça no seu dia-adia pelo seu gênero, faixa etária, nível de ensino, faixa salarial, entre outros.

3.3.6 Mobiliário urbano e características físicas da praça Observa-se que na praça de Campo Grande há um escasso e degradado mobiliário urbano, o que deveria ser um espaço de refúgio e descanso, acaba tornando-se menos atrativo para os usuários.

Freitas (2008) classifica o mobiliário urbano de acordo com critérios funcionais dos elementos. Como por exemplo para descanso e lazer, jogos, barreiras, abrigos, comunicação, limpeza, infraestrutura e paisagismo. A relação entre os


60 diferentes tipos de mobiliário urbano presentes nos espaços abertos pode ser considerada fator que interfere na imagem que as pessoas têm de suas cidades, contribuindo para tornar o ambiente agradável ou desagradável aos seus usuários. [...] o espaço não é apenas descrito nos seus aspectos formais, mas é analisado quanto ao efeito de suas características físico-espaciais sobre os indivíduos, tentando-se entender como as percepções desses aspectos afetam as atitudes e os comportamentos dos usuários do espaço urbano (REIS; LAY, 2006, p.27).

A Figura 37 mostra a distribuição desses mobiliários na praça, onde podemos observar 10 bancos que estão concentrados no centro dela, 6 mesas de jogos na porção oeste e duas na porção leste, duas bancas de jornais onde a que está localizada na parte oeste está funcionado e a do lado leste não está em uso, os únicos canteiros estão na parte leste onde um deles possui um assento grande. Como podemos observar as lixeiras são poucas, apenas 4 e mal distribuídas, conta ainda com 3 placas de sinalização e é composta por um total de 12 luminárias públicas.


61 Figura 37 - Mobiliários presentes na praça

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

A praça possui nos dias de hoje 10 bancos (Figura 38) que ficam em baixo de palmeiras baixas para o “descanso” de alguns, porém são bancos desconfortáveis, em condições ruins e outros até quebrados. Além de um canteiro que possui um assento um pouco maior (Figura 39), onde nele há uma estátua do Pe. Gabriel Maire (Figura 40).


62 Figura 38 - Bancos

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Figura 39 - Canteiro com banco

Fonte: Acervo pessoal, 2018


63 Figura 40 - Estátua do Pe. Gabriel Maire

Fonte: Acervo pessoal, 2018

No momento a pracinha conta com apenas 5 lixeiras em condições razoáveis (Figura 41), algumas até mesmo quebradas. Possui também um posto de coleta seletiva que a Prefeitura instalou em maio de 2017 através do programa “Cariacica Recicla”, onde o caminhão passa em certos horários para efetuar a coleta. Há duas bancas de jornais que estão ali há muitos anos, uma está funcionando e em bom estado (Figura 42) e a outra está inutilizável em mal estado (Figura 43).


64 Figura 41 - Lixeiras e Lixo Reciclรกvel

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Figura 42 - Banca de jornal que estรก funcionando e em bom estado

Fonte: Acervo pessoal, 2018


65 Figura 43 - Banca de jornal inutilizável

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Na imagem 43 nota-se o descaso da sociedade e do Governo com a Praça de Campo Grande, a banca de jornal está abandonada, suja e degradada. Isso nos remete a Teoria das Janelas Quebradas, mostrando claramente que quando algo não é bem cuidado e preservado (como a banca de jornal) pode-se levar a outros comportamentos anti-sociais das pessoas que convivem ao seu redor, como o acumulo de lixo em cima da banca, panfletos de propagandas colados nela, pichações, entre outros delitos.

A maneira como as pessoas percebem os espaços está diretamente relacionada com o uso que elas fazem desses locais (FRANCIS, 1991). Identificar os fatores que interferem no uso dos espaços é uma forma de contribuir para ambientes mais satisfatórios. O mobiliário urbano influencia na escolha das pessoas por utilizarem determinado espaço da cidade (WHYTE, 1980).

Há 3 placas de sinalizações presentes na praça. Uma indica o nome da mesma, porém fica numa parte meio “escondida” que não possibilita uma boa visão daqueles que passam por ali (Figura 44). A outra placa é indicando uma travessia


66 de pedestres na parte oeste (Figura 45). E a ultima indica uma vaga de viatura policial (Figura 46).

Figura 44 - Placa com o nome da Praรงa

Fonte: Acervo pessoal, 2018


67 Figura 45 - Placa indicando travessia de pedestres

Fonte: Google Maps, 2018

Figura 46 - Placa indicando vaga de viatura policial

Fonte: Acervo pessoal, 2018


68 Um dos mobiliários mais presentes na praça e de maior uso são as mesas de jogos dispostas nas extremidades (Figuras 47 e 48), recriando uma vivência nostálgica. Senhores idosos, moradores e passantes “gastam” o tempo entre uma partida e outra de dama e recriam cenas do início da ocupação, quando Campo Grande era uma fazenda recém-loteada e a praça, um local de encontro e diversão.

Figura 47 - Mesas de jogos

Fonte: Acervo pessoal, 2018


69 Figura 48 – Outra parte que possui mesas de jogos

Fonte: Acervo pessoal, 2018

O mobiliário deve ser visível e, ao mesmo tempo, discreto, de maneira que não interfira na leitura da paisagem e não concorra com outros componentes do espaço urbano (MENDES; GUEDES, 2005). O mobiliário urbano, por sua vez, além da necessidade de atender às funções para as quais se destina, afeta o uso dos espaços abertos públicos na medida em que pode criar novas possibilidades de uso dos espaços urbanos assim como pode impedir ou diminuir o seu uso.

Os poucos elementos do mobiliário urbano, acima descritos, não são suficientes para gerar dinâmicas de usos, sobretudo no período noturno. Pelo fato do estado físico em que se encontram, sua quantidade, não criando formas de atrair pessoas nos horários não comerciais. Nesse sentido no próximo subcapitulo são analisados alguns aspectos de iluminação.


70 3.3.7 Iluminação Quando entramos na questão da iluminação em praças é de suma importância que ela não seja projetada apenas para ser frequentada durante o dia, podendo se converter em ambientes agradáveis, com bons efeitos visuais produzidos pela iluminação artificial à noite proporcionando também aspecto de segurança (JACOBS, 2000).

A praça de campo grande possui hoje em dia uma totalidade de 12 luminárias públicas, sendo 10 pequenas e 2 grandes. Pode-se dizer que ela é uma praça bem iluminada, pois os postes que iluminam a Av. expedito Garcia ajudam na iluminação da praça também. Porém ela não possui nenhuma iluminação atrativa e interessante para o realce e valorização de elementos que merecem destaque e criando efeitos especiais, é uma iluminação comum e simples (Figuras 49, 50 e 51).

Figura 49 - Iluminação a noite na área próxima as mesas de jogos

Fonte: Acervo pessoal, 2018


71 Figura 50 - Iluminação na parte central da praça

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Figura 51 - Iluminação próxima a banca desativada

Fonte: Acervo pessoal, 2018


72 Praças bem iluminadas promovem de forma gradativa e permanente o aproveitamento do espaço público, não apenas no que se refere ao lazer, mas também nas outras esferas como o comércio informal, a segurança, a valorização imobiliária dentre outras (GHEL, 2013). E este é o objetivo da iluminação pública, que, além de zelar pelo tráfego de pessoas a qualquer hora, permite também o lazer noturno, mantém seguros locais de movimento e evita vandalismos.

Foi notado que nos horários noturnos não há muitas pessoas que utilizam e permanecem no local, devido aos comércios fechados e a praça ficar “ociosa” nesses horários. A iluminação é importante para ajudar na segurança, e assim, fazer com que os usuários não tenham medo de utilizar o local durante a noite.

Como observado nas imagens (49, 50 e 51) a iluminação na praça não é ruim, porém poderia ser melhor. E no próximo capitulo vamos entrar na questão do paisagismo e da importância que ele tem para uma praça e para o bem-estar daqueles que a utilizam.

3.3.8 Características ambientais e paisagísticas

O Paisagismo é um dos instrumentos ambientais que pode ser utilizado para melhoria na qualidade ambiental urbana. Ele é aplicado para melhorar tanto a estética, quanto a funcionalidade, segurança, conforto e privacidade dos ambientes (TARDIN, 2005). Nesse sentido, o paisagismo procura aliar conservação com contemplação, criando ambientes para o esporte e lazer procurando trazer benefícios a sociedade, em jardins, praças, parques, áreas verdes bonitas e agradáveis para passeios, descanso e prática de esportes (GATTO, 2002).

Na Praça de Campo Grande, observa-se certa escassez de árvores e plantas, que proporcionem sombra e garantam o bem-estar daqueles que querem se sentar e descansar depois de andar na movimentada Av. Expedito Garcia. Há


73 na atualidade 6 árvores de porte grande, 6 palmeiras sendo duas de porte grande e as outras pequenas, um canteiro grande com banco, e um outro canteiro na parte direita da praça (Figura 52).

Figura 52 - Paisagismo na praça

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

As praças de hoje em dia são as principais responsáveis pela presença de vegetação na cidade. As árvores, por suas características naturais, proporcionam muitas vantagens ao homem que vive na cidade, sob vários aspectos entre eles: o de gerar bem-estar psicológico, embelezar o espaço, proporcionar sombra e proteção, manter o solo permeável diminuindo a chance de enchentes, auxiliar na manutenção do clima evitando ilhas de calor, melhorar


74 a qualidade do ar, aumentar a biodiversidade e funcionar como trampolins ecológicos.

A Av. Expedito Garcia é uma via com extrema movimentação de pessoas durante o dia por causa do comércio. E no decorrer de toda sua extensão não há árvores, canteiros e plantas que ajudem no bem-estar daqueles que estão andando para olhar as lojas ou para outras questões. Assim a praça de Campo Grande se torna o único espaço presente na avenida que possui algum tipo de paisagismo, porém ainda não atende totalmente os usuários.

As poucas árvores presentes na praça fazem sombra para aqueles que usam as mesas de jogos (Figura 53), que estão quase sempre ocupadas pelos senhores que passam horas ali sentados jogando. Os outros bancos onde as pessoas querem sentar-se para descansar, ficam a maioria em baixo de palmeiras baixas que não refrescam e fazem nenhuma sombra (Figura 54), deixando a pessoa exposta ao forte sol que faz na praça (Figura 55). Então, quando as mesas de jogos onde possuem sombra estão quase todas ocupadas pelos senhores, resta para os outros usuários sentarem nos bancos desconfortáveis e debaixo do sol.

Figura 53 - Área das mesas de jogos sombreada

Fonte: Acervo pessoal, 2018


75 Figura 54 - Palmeiras pequenas que não fazem sombra

Fonte: Acervo pessoal, 2018

No horário entre 13:00 e 15:00 há um pouco de sombra em parte da praça, provocada por um dos prédios altos que ficam na Av. Expedito Garcia. Porém, há irradiação solar praticamente o dia todo na sua parte central, que não possui árvores altas para sombrear.


76 Figura 55 - Foto tirada no horário de 13:30

Fonte: Acervo pessoal, 2018

Depois de ver como é a questão paisagística da Praça de Campo Grande, vamos entrar no assunto da circulação de pessoas que passam por ela no seu dia a dia e a mobilidade.

3.3.9 Identificação de aspectos positivos e negativos da área de estudo

Mesmo não sendo muitos os aspectos positivos da Praça de Campo Grande, cabe constatar que ela é uma praça muito bem localizada. A mesma fica no Centro da Av. Expedito Garcia, se tornando um ponto de referência para Campo Grande. É um local onde as pessoas que estão andando durante toda extensa e movimentada avenida podem se sentar para descansar um pouco, se encontrar ou esperar alguém, esperar um táxi ou uber, entre outros fatores.


77 Mesmo não possuindo um lazer que atenda a todas as classes, gêneros e idades, ela é usada como lazer para homens e idosos aposentados que passam seu tempo livre ali jogando. Só que alguns desses senhores, jogam apostado, o que gera muitas vezes confusões e discussões no local afastando as pessoas de perto.

Em áreas centrais, a praça é a alternativa naturalista para a amenização das condições climáticas, da qualidade do ar e insolação. Além de espaço destinado ao lazer, serve também como espaço articulador e centralizador da circulação de pedestres. Também servem como pontos integradores dos meios de transporte coletivo de algumas cidades (MARCELLINO, 2006). Uma das principais funções da Praça de Campo Grande é ajudar no trânsito da Av. Expedito Garcia desenvolvendo-se como uma rotatória. Além de ficar próxima aos comércios em geral, restaurantes, lanchonetes, farmácias e etc.

É interessante ressaltar que a organização física/estrutural do espaço “praça”, deve buscar não pré-determinar através dos equipamentos constituídos as formas de apropriação. Indicamos, que os espaços multifuncionais e adaptáveis podem gerar formas mais livres e criativas de uso, possibilitando ao frequentador apropriar-se do espaço da maneira que lhe for mais agradável e necessária. Isto pode possibilitar uma maior participação da comunidade na dinâmica das praças. Acreditamos que esses ambientes devem atender: a contemplação, esporte, cultura, convívio social, serviços, circulação, entre outras dimensões (MACEDO; ROBBA, 2002).

Entrando na questão do conforto térmico, um dos pontos negativos é que a praça durante o dia pega constante irradiação solar, e não possui árvores suficientes para proporcionar sombra para os usuários. Ela quase não tem áreas permeáveis e canteiros, o que poderia ajudar nos dias de chuva para a permeabilidade das águas pluviais.

Os mobiliários presentes são poucos, mesmo sendo uma praça mais para “passagem”, percebe-se que se ela tivesse uma maior quantidade de bancos e outros mobiliários teria uma permanência maior das pessoas na mesma. Além


78 de que estes equipamentos presentes, estão na sua maioria em condições ruins e são desconfortáveis.

Mesmo com os garis mantendo a praça limpa, até anoitecer ela quase sempre está suja de papeis e coisas que as pessoas vão jogando no chão durante o dia. E no horário noturno não há poucos usuários que permanecem ali, pois os comércios estão fechados, tonando-se um local as vezes perigoso e abandonado.

Além da luta para obtenção de novos espaços, é preciso tratar da conservação dos já existentes. Muitas vezes a solução não está na construção de novos equipamentos, mas na recuperação e revitalização de espaços destinando-os a sua própria função original, ou, com adaptações necessárias, a outras finalidades (MARCELLINO, 2006).

Há duas bancas de jornais, porém só uma está ativa e funcionando. A outra banca está inativa, suja e em condições ruins o que pode atrair vândalos para degradarem e depreda-la ainda mais. Por ser uma praça pequena, o governo devia aproveitar todo o seu espaço pensando no bem-estar das pessoas, e não deixar que equipamentos (como a banca de jornal) fiquem subutilizados.

No mapa síntese abaixo (Figura 56), observa-se algumas características e problemas da praça em estudo. Os lugares de maior permanência são justamente onde estão localizadas as mesas de jogos, e pelo fato da parte central da praça ter maior incidência de irradiação solar durante o dia, acaba não gerando tanta permanência dos usuários, além de pontos onde se instalam durante um longo tempo vendedores ambulantes. É mostrado também no mapa os principais percursos feitos pelas pessoas ali, onde percebe-se que as duas bancas de jornais acabam criando uma certa barreira no local em que estão inseridas. As outras setas indicam o sentido das vias que acercam a praça, reforçando sua identidade de rotatória para a Avenida Expedito Garcia. Como pode-se ver, não há indicação de pontos de ônibus próximos a praça de Campo Grande, somente um ponto de táxi, justamente pelo fato de não causar mais nós viários nesta parte da avenida.


79 Figura 56 - Mapa Síntese

Esc: 1/200

Longa Permanência

Permanência de vendedores ambulantes

Barreiras

Principais fluxos

Média Permanência

Estátua do Pe. Gabriel Maire

Ponto de Táxi

Áreas com maior irradiação solar

Faixa de pedestres

Sentido das vias

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

No geral, a Praça de Campo Grande tem algumas qualidades, porém ela precisa de muitas melhorias também. Os moradores de Campo Grande, trabalhadores da região e visitantes merecem um espaço público mais confortável e aconchegante.


80 4. DIRETRIZES PROJETUAIS PARA A PRAÇA

A partir de todas as análises feitas a respeito da avenida expedito Garcia, praça de Campo Grande e seu entorno, foi observado os principais pontos críticos que precisam de melhorias e mudanças que vão ser tratados nos próximos subcapítulos deste trabalho.

Para a definição do conceito e concepção do partido foram considerados os conteúdos abordados nos capítulos um e dois referentes a fundamentação teórica

deste

trabalho,

além

das

potencialidades

e

vulnerabilidades

diagnosticadas no Capitulo 3. Para o desenvolvimento das propostas, optou-se em seguir algumas diretrizes observadas ao longo das visitas a campo, a partir das principais características analisadas e estudadas no Capitulo 3.

O propósito desse projeto é poder trazer a vitalidade que veio sendo tratada neste trabalho para a praça de Campo Grande, tornando-a um local propenso a permanência e descanso dos usuários, sem atrapalhar na sua forte característica de ser uma praça de “passagem”. Além de qualifica-la quanto espaço público e potencializar o seu uso, através da contribuição dos conceitos trazidos por alguns escritores e estudiosos mostrados no Capítulo 2.

Após todas as análises feitas durante o Capitulo 3, ao final foi feita uma síntese de alguns pontos principais que podem sofrer intervenções para um melhor funcionamento e uso da praça. Assim o partido do projeto em questão se baseia em diretrizes para intervir em aspectos como: as faixas de pedestres, o paisagismo, os mobiliários, a pavimentação e as bancas de jornais presentes ali fazendo com que a praça continue funcionando da forma que é, só que com a vitalidade e qualidade necessária.

É importante aprender como as pessoas usam os espaços públicos e levar tudo em conta ao propor melhorias, incluindo a experiência acumulada ao longo da história. A boa cidade equilibra a função de ser lugar de encontro com a de lugar de mercado de bens e serviços, servidos por uma boa mobilidade (GHEL, 2013).


81 No Manual de Praças de Recife descreve que cada praça desempenha funções especificas para a população que dela se utiliza. Embora se assemelhem, elas têm funções diferenciadas. É preciso então, identificar essas funções principais de cada praça onde se vai intervir, identificar o tipo de atividades que as pessoas desempenham no local, observar a relação desse espaço com o sistema viário, entre outros fatores, para que se possa melhor definir as diretrizes a serem tomadas, os materiais a especificar, propor um melhor aproveitamento da área e etc.

Então, para tomar todas as decisões projetuais em cima da Praça de Campo Grande foi preciso observar os seus pontos positivos e negativos, assumi-la como uma praça destinada mais para passagem de usuários, observar sua forte influência e organização do trânsito da Avenida Expedito Garcia, para propor um melhor aproveitamento e desfruto da população que necessita de um espaço além de passagem, para permanência e descanso.

As intervenções serão feitas nas faixas de pedestres que acercam a praça e são de extrema importância, no paisagismo que não atende aos usuários no quesito conforto térmico, os mobiliários que são poucos e em condições ruins, uma melhoria na pavimentação tanto esteticamente quanto pela acessibilidade, a relocação das bancas de jornais porque onde estão inseridas acabam atrapalhando na circulação das pessoas, uma melhoria na iluminação para tentar atrair usuários nos horários noturnos deixando a praça menos ociosa.



82 Nos próximos subcapítulos serão explicadas cada uma dessas intervenções, as diretrizes e especificações de materiais até chegar no projeto finalizado.

4.1 FAIXA DE PEDESTRES

Na praça de Campo Grande haviam apenas três faixas de pedestres (Figura 57) que davam acesso dela até as calçadas e assim vice e versa. Após uma análise feita sobre os fluxos principais dos usuários que passam pela praça durante o dia, foi observado que muitos atravessam fora dessas faixas criando novos caminhos e atrapalhando no bom funcionamento do trânsito da Avenida Expedito Garcia.

Figura 57 - Faixas de pedestres existentes antes da proposta

Esc: 1/200

Principais fluxos

Faixa de Pedestres

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


83 Uma das alternativas para melhorar as condições de acessibilidade e segurança dos pedestres, ampliar a visibilidade da travessia e de reduzir a velocidade dos automóveis, foi a instalação de faixas de pedestres elevadas (Figura 58). Sua finalidade é permitir que o pedestre não necessite mudar o nível que se encontra, o que facilita a mobilidade de pessoas com restrições físicas, crianças e idosos, cadeirantes pois ao invés do ser humano ter que descer ao nível da pista e depois retornar ao da calçada é o veículo que se vê obrigado a diminuir a velocidade pelo obstáculo que é colocado a sua frente.

Figura 58 - Imagem de referência de Faixa Elevada

Fonte: Diariodotransporte, 2018

Jan Ghel retrata em seu livro “Cidade Para Pessoas” que um paradigma destrutivo é a cidade do carro, onde as ruas deixam de ser espaços públicos e as pessoas ficam em segundo plano. Se a mobilidade é o aspecto prioritário do urbanismo, a cidade como lugar de encontro morre. E foi com esse pensamento que se reforçou a ideia de melhorar as faixas de travessia priorizando-as para os pedestres, já que a Avenida Expedito Garcia é tão movimentada e com abundância de pessoas de todos os tipos se vê a necessidade de fazer com que as pessoas circulem com uma maior facilidade neste local.

Além das três faixas já existentes, foi acrescentada mais uma travessia nivelando a Praça de Campo Grande as calçadas dos comércios, facilitando no fluxo das


84 pessoas e na acessibilidade em geral (Figura 59). Mesmo os carros já passando com velocidade reduzida pela parte onde a Praça de Campo grande se localiza na avenida, as faixas elevadas propiciam maior segurança reduzindo a velocidade dos automóveis em 20 ou 30 km/h e ajudam a evitar que as pessoas atravessem em outros lugares atrapalhando o trânsito.

Figura 59 - Faixas de pedestres elevadas

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Na figura acima podemos localizar a nova faixa e onde se encontram as outras também, todas se tornaram travessias de pedestre elevadas ligando a Praça de Campo Grande ao mesmo nível das calçadas dos comércios.


85 4.2 PAISAGISMO

A vegetação desempenha papel inestimável na vida urbana. Além de contribuir na criação do espaço, com a beleza que lhe é própria, a vegetação acolhe, permite que se criem espaços aconchegantes. Além disso, oferece espaços de amenização climática proporcionando maior conforto térmico ao ambiente construído (Prefeitura do Recife, 2002).

Após análises feitas a respeito do paisagismo na praça em estudo, percebeu-se a necessidade de propor uma quantidade maior de árvores e vegetações que proporcionassem locais com sombra, pelo fato ser uma praça que há intensa irradiação solar durante o dia, embelezando mais o espaço e ajudando na poluição sonora e do ar.

Antes a praça possuía 6 árvores arbóreas de porte grande que ficavam localizadas nas pontas da praça e algumas palmeiras bem pequenas espalhadas pelo meio dela. Essas palmeiras não estavam ajudando na questão de sombreamento e nem no embelezamento da mesma. Então com projeto de revitalização da praça de Campo Grande foram propostos canteiros maiores, onde pudessem ser plantadas tanto árvores de porte grande quanto plantas e flores.

Duas espécies de árvores foram escolhidas para o projeto, a Sibipiruna (Caesalpinia peltophoroides) (Figura 60) e Oiti (Licania tomentosa) (Figura 61). A primeira é uma árvore nativa da mata atlântica de grande porte, podendo atingir facilmente aos 20 metros de altura. Quando bem cultivada, pode chegar aos 100 anos, devido à suas características longevas. De caráter ornamental, não possui raízes agressivas, apresenta copa arredondada e ampla que proporciona boa sombra. Já a segunda é uma árvore brasileira muito usada na arborização urbana sobretudo no sudeste do país, e que pode chegar a 15 metros de altura. Possui a copa farta e produz boa sombra.


86 Figura 60 - Árvore Sibipiruna

Fonte: Archdaily, 2018

Figura 61 - Árvore Oiti

Fonte: Archdaily, 2018

Em todos os canteiros foi utilizada a grama São Carlos (Axonopus compressus) (Figura 62), que é uma espécie que não exige pleno sol para sua sobrevivência, se desenvolve bem a meia sombra e ainda em épocas frias. A sua cor tende a


87 ser um verde vibrante quando plantado sob a luz do sol, e em meia sombra a espécie tende a ficar num tom de verde mais fechado.

Figura 62 - Grama São Carlos

Fonte: Centraldagrama, 2016

A espécie de flor utilizada foi o Beijo Turco (Impatiens walleriana) (Figura 63) na cor vermelha, é um arbusto de crescimento rápido, gosta de umidade e prefere o calor. Adaptou-se tão bem ao Brasil que é muito utilizado em jardins e projetos urbanos, sua floração é farta e são produzidas durante todo o ano, não necessita de muitas réguas e não exige tantas manutenções.


88 Figura 63 - Beijo Turco

Fonte: Safarigarden, 2018

O arbusto escolhido para compor o paisagismo da praça foi a Agave (Agave americana) que é uma planta geométrica, muito ornamental. De folhas grandes e acinzentadas o agave é muito utilizada em parques e jardins públicos. Quando chega idade adulta emite uma grande inflorescência que chama muito a atenção. Tem o poder de manter cães e gatos afastados, devido às folhas pontiagudas e com espinhos. As regas devem ser feitas apenas uma vez por semana porque ela não admite solo muito úmido (Figura 64).


89 Figura 64 - Arbusto Agave

Fonte: Pinterest, 2018

Figura 65 - Planta baixa mostrando os canteiros

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


90 Figura 66 - Vistas dos canteiros

1

2


91

3

4

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


92 Como pode-se ver nas imagens (Figuras 65 e 66), são canteiros bem arborizados com arvores, flores e plantas. No centro da praça ainda possui pequenos canteiros com bancos circulares e árvore do tipo Oiti dentro.

4.3 MOBILIÁRIO

Após todas as análises feitas com relação a questão do mobiliário urbano existente na praça de Campo Grande, percebeu-se uma certa escassez de equipamentos que atendam bem aos usuários e façam com que as pessoas possam permanecer ali. Mesmo a praça sendo um local de permanências breves - pelo fato das pessoas que passam por ela na maioria das vezes estarem desfrutando do comércio da avenida Expedito Garcia, resolvendo problemas pessoais, pagando contas, indo a consultórios, entre outros – esses usuários necessitam de mobiliários bons, práticos, sombreados e em uma quantidade adequada que torne essas permanências breves mais prazerosas.

Como aglutinador de atividades sociais, o mobiliário urbano facilita a convivência social e o intercâmbio de experiências individuais e coletivas através de suas funções básicas – uso, estética e simbólica - , porém não é o fator determinante no uso de um espaço público: as condições de manutenção do mobiliário, a segurança do local, os usos definidos no programa de atividades para uma determinada área são também alguns fatores que, em conjunto ao mobiliário urbano, podem revitalizar ou não um espaço urbano público (WHYTE, 1980).

Para a revitalização da praça foram escolhidos equipamentos práticos, que conversem com seu novo estilo e não atrapalhem no grande fluxo de pessoas que passam por ela no dia-a-dia. Pensando nas caracteristicas do local e da população, não foi proposto nada muito moderno, e sim tentar trazer prática e leveza levando em conta o tamanho pequeno da área de projeto também.

Seguindo o formato dos canteiros foram colocados bancos de madeira Muiracatiara (Figura 67), que é um tipo de madeira singular, sobretudo por causa


93 do seu brilho moderado. AlĂŠm de ter um visual muito bonito e cores interessantes variĂĄveis, que a tornam uma madeira bela para ser aplicada em diversos fins, a Muiracatiara ainda traz a vantagem de ser uma madeira classificada com alta densidade e resistente (Figura 68).

Figura 67 - Madeira Muiracatiara

Fonte: Indusparquetcuritiba, 2017


94 Figura 68 - Bancos em madeira muiracatiara

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Nas imagens acima podemos ver a disposição desses bancos na praça, fazendo o formato dos canteiros. São bancos práticos, simples e bonitos que deixam o local com um ar mais leve.

No projeto foram propostos dois pergolados de madeira do tipo cumaru (Figura 69) - que é uma espécie nativa do Brasil de alta resistência para variações de umidade do ar, também resiste ao ataque de insetos, fungos e brocas - em cobertura de policarbonato, que é um plástico fabricado a partir de resinas derivadas do carbono, extremamente duro, sendo resistente também aos raios ultravioletas (Figura 70).


95 Figura 69 - Madeira e cobertura pergolados

Fonte: Designtoro e pollysul, 2018

Figura 70 - Localização dos pergolados na praça

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Um dos pergolados está localizado em uma das extremidades da praça onde ficam as mesas de jogos. Ele possui cobertura em policarbonato que é para não correr o risco de tentarem quebrar como seria com o vidro, além de plantas trepadeiras que dão um toque especial e aconchegante para aqueles que sentam ali para jogar. O outro pergolado é maior e está em um dos lados da


96 praça, também possui cobertura de policarbonato e acompanhando o mesmo formato do canteiro. Ele serve tanto para ajudar a sombrear alguns bancos, quanto para a proteção das chuvas (Figura 71).

Figura 71 - Pergolados

E

laboração: Brenda Pompermayer, 2018

As lixeiras que compõem a praça foram escolhidas para combinar com os bancos e pergolados, por isso também são de madeira cedro com ferro (Figura 72), todas são fixadas no chão para não haver problemas com vandalismos.


97 Figura 72 - Lixeira de madeira cedro

Fonte: Ecopex, 2017

Figura 73 – Lixeiras de madeira cedro

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


98 Essas lixeiras foram espalhadas em locais estratégicos da praça, sem que atrapalhassem os usuários. Antes foi observado que a praça possuía poucos destes equipamentos e algumas em mal estado, agora com o projeto de revitalização conta com uma quantidade maior de lixeiras para atender a todos os cidadãos que utilizam o local (Figura 73).

Durante as análises feitas neste trabalho, percebeu-se que um dos mobiliários mais usados são os jogos de mesas de xadrez. No projeto estas mesas foram mantidas no mesmo local, porém agora elas ficam debaixo de um pergolado e são feitas de concreto fixadas no chão. Alguns dos benefícios de elas serem feitas deste material, é que conferem beleza para os ambientes rústicos e verdes, são de alta resistência a ações climáticas, tem excelente acabamento imprimindo um artigo de qualidade e altamente durável, além de poderem receber pinturas ou pigmentações (Figuras 74 e 75).

Figura 74 - Mesas de jogo de xadrez em concreto

Fonte: Ecoverdepremoldados, 2017


99 Figura 75 - Área das mesas de jogos

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

4.4 ILUMINAÇÃO

Os benefícios que um bom planejamento de iluminação pública traz para a população são inúmeros. Além de trazer maior segurança, reduz a criminalidade e permite que todos usufruam do espaço público, principalmente, no período noturno (DE ANGELIS, 2005).

Durante as análises feitas a respeito da iluminação da Praça de Campo Grande, pode-se perceber que ela necessita de melhorias nesse quesito. As pessoas não


100 costumam utiliza-la tanto nos horários noturnos, por causa dos comércios que estão fechados, e por ela passar uma imagem ociosa nesses horários também. Assim além de novas luminárias foram utilizados no projeto spots e refletores.

As luminárias utilizadas no projeto foram as Isla que é um tipo de luminária equipada com Led e coluna troncocónica em aço galvanizado pintado, caracterizando-se pela elegância e luminosidade. Isla Led é indicada para a iluminação de centros urbanos, praças públicas, parques, áreas residenciais, etc. Apresenta a vantagem de proporcionar elevadas performances fotométricas, sendo uma solução econômica. O produto está disponível em três versões de potência (28, 34 e 42 LED´s), produzida em alumínio e vidro (Figura 76 e 77).

Figura 76 - Exemplos de luminárias Isla

Fonte: Portal disenoarquitectura, 2017


101 Figura 77 - Luminárias Isla Led

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Nos dois caminhos que possuem uma pavimentação diferente do restante da praça (Figura 78), foram inseridos spots DecoScene. Um projetor de embutir de solo para valorizar e delinear. Durante o dia está luminária de chão não causa obstrução e possui um visual de presença elegante. Seu conceito modular e uma ampla escolha de lâmpadas, fachos, possibilidades de ajustes e acessórios, oferecem uma iluminação para cima otimizada para qualquer tipo de aplicação. Devido sua versatilidade, DecoScene pode ser utilizada para iluminar monumentos, destacar uma parte de uma arquitetura ou demarcar caminhos em parques públicos ou jardins (Figura 79).


102 Figura 78 - Indicação de onde estão os Spots

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Figura 79 - Spots DecoScene

Fonte: blogdecoracao, 2018

Foram instalados em cada canteiro refletores de Led. São luminárias que possuem uma grande capacidade de iluminação concentrada em uma direção. Atualmente são muito utilizados para iluminação de árvores e fachadas (Figura 80).


103 Figura 80 - Refletores de Led

Fonte: superled, 2018

4.5 PAVIMENTAÇÃO

Durante o processo de escolha dos tipos de piso que serão utilizados nas praças, é importante considerar alguns aspectos mínimos relativos aos revestimentos em geral. Um dos mais importantes, certamente, é o uso ao qual se destinará cada uma das áreas delimitadas pelo projeto, quer seja para circulação, recreação e lazer entre outros (Prefeitura do Recife, 2002).

Após algumas analises foi observado que o piso utilizado na praça em estudo precisava ser substituído por outro. Era um piso que se desgastou com o tempo e também começou a criar algumas rachaduras e buracos, atrapalhando a circulação das pessoas com riscos de tropeçarem em determinadas partes e se machucarem. Além de que este mesmo piso não dava um aspecto bonito a praça fazendo com que pareça um local descuidado e abandonado.

Considerando a diversidade de revestimentos existentes no mercado, outros aspectos importantes a serem considerados para a definição dos pisos são: a durabilidade, o design, a manutenção, a segurança e o custo (Prefeitura do Recife, 2002).


104 Foram escolhidos dois tipos de pisos para o projeto, o pavers de concreto e a pedra São Tomé. O primeiro (Figura 81) foi instalado em quase toda área da praça, são blocos pré-moldados de concreto, na cor meio amarelo claro, que são instalados de maneira intertravada (Figura 82). Isso significa que eles não são colados ou aderidos na superfície, e é o atrito entre as peças que é responsável pelo travamento. Isso possibilita uma instalação mais rápida e padronizada, além de dispensar a execução de serviços complementares como juntas de dilatação.

Figura 81 - Pavers de concreto

Fonte: mosaicosamazonas, 2016

Figura 82 - Revestimento de Pavers de concreto

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


105 A pedra São Tomé foi utilizada para diferenciar a área da praça onde será demarcado a parte de circulação dos pedestres, fazendo com que eles respeitem as faixas elevadas e atravessem pelas mesmas. Ela é uma pedra com superfície antiderrapante,

que

é

muito

utilizada

em

áreas

externas

e

internas, principalmente em pisos, revestimentos e bordas de piscinas, por não absorver calor e ter baixa absorção de água (Figuras 83 e 84).

Figura 83 - Pedra São Tomé

Fonte: mosaicosamazonas, 2016

Figura 84 - Revestimento de Pedra são Tomé nos caminhos

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


106 Na imagem 85 abaixo podemos ver como foi aplicado esse piso de revestimento de pedra São Tomé, indicando os caminhos por onde as pessoas devem passar para atravessar de um lado para o outro na praça. Esses dois caminhos possuem essa forma em linhas curvas seguindo um modelo urbanístico de desenho de praça mais orgânico, assim acompanhando o formato dos canteiros. Pode-se ver que eles estão inseridos ligando as faixas de pedestres uma a outra fazendo com que as pessoas percebam onde se deve atravessar.

Figura 85 - Revestimento para indicar caminhos

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018

Contornando praticamente toda praça de Campo Grande foi inserido o piso tátil de alerta na cor vermelha (Figura 86), já que a mesma possui um desnível da rua de 15cm. Esse piso serve para indicar rebaixamento de calçadas, obstáculos em balanço sobre o passeio, desníveis como vãos, plataformas de embarque/desembarque e palcos, no início e término de escadas e rampas e etc. As faixas de pedestres elevadas contam com piso tátil de alerta paralelo a elas a 50 cm de distância conforme norma NBR16537, indicados nos caminhos da praça (Figura 87).


107 Figura 86 - Piso tátil de alerta

Fonte: pessoacomdeficiencia, 2016

Figura 87 - Piso tátil de alerta contornando a praça

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


108 4.6 BANCAS DE JORNAL

Nas análises feitas no subcapitulo 3.3.6 deste trabalho, foi falado sobre as duas bancas de jornais presentes na praça e o estado em que elas se encontravam. Uma ainda está ativa e funcionando e a outra está abandonada, malcuidada e até mesmo com lixos em cima, porém, as duas se encontram localizadas em pontos que de certa forma atrapalham um pouco no fluxo das pessoas por ali, tendo as vezes que desviar delas.

Pode-se comparar a situação de uma das bancas que se encontra abandonada, como visto no Capitulo 2, a Teoria das Janelas Quebradas de James Q. Wilson e George Kelling assinala que pequenas desordens evoluem para crimes de cada vez maior escala, apontando a sensação de impunidade como latente fomento à atividade criminosa. Essa banca de jornal está ali abandonada e exposta a vandalismos e descuido da população, que jogam lixos em cima dela, colam diversos panfletos e etc.

Com o projeto de revitalização foi proposto a retirada de uma das bancas de jornal, já que ela não estava sendo mais utilizada, atrapalhando no fluxo das pessoas e deixando o local com uma aparência de malcuidado e abandonado pelos poderes públicos. Assim foi implantada somente uma banca de jornal com um tamanho maior, localizada mais no meio da praça. Ela possui detalhes em aço inox nas testeiras e colunas e forro de teto em aço inox brilhante. As colunas vazadas em chapa de aço, com o acabamento em acrílico, chamam a atenção e valorizam ainda mais o ponto de venda (Figuras 88 e 89).


109 Figura 88 - Modelo de banca de jornal

Fonte: bancaforte, 2017

Figura 89 - Banca de jornal

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


110 4.7 PERSPECTIVAS DA PRAÇA E SEU CONTEXTO COM O ENTORNO Cada detalhe da praça foi pensado com relação à população existente ali e seu contexto com o entorno (comércios, consultórios, bancos e etc). Todas as decisões foram tomadas levando em conta esses critérios, pensando em propor uma nova praça simples, prática e confortável, atendendo a população e os visitantes, sem se tornar um elemento que destoasse com a identidade de Campo Grande e da Avenida Expedito Garcia.

As imagens abaixo mostram essa relação da praça em si, com as construções em volta. Foi pensado em não colocar elementos que atrapalhassem na visão dos carros que estavam passando ali, por ela ser uma espécie de rotatória e ajudar na organização do trânsito. Tais imagens destacam as diretrizes projetuais propostas para a praça aqui analisada, que foram organizadas a partir dos seguintes aspectos: faixa de pedestres, paisagismo, mobiliário, iluminação, pavimentação, bancas de jornal, dentre outros.

Figura 90 – Perspectivas


111


112


113

Elaboração: Brenda Pompermayer, 2018


114 5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Em virtude dos estudos feitos sobre praças e suas características gerais percebe-se que em meio a transformações constantes, contudo, mantém-se intacta a importância dos espaços públicos para a qualidade de vida. Continuam a ser espaços de trocas, convivência, encontros. E continuam a ser vitais para o bem-estar no ambiente urbano. Para além das paredes que nos cercam, é na rua que a vida acontece.

Lembrando que quando o espaço público esta degradado, acaba provocando uma rejeição imediata das pessoas. Se não está bem iluminado, se não possui atividade noturna que o anime, mobiliarios adequados, paisagismo, pode ser percebido como perigoso e muito provavelmente é.

Tentar criar praças como forma de trazer vitalidade a áreas que, por si só, não conseguem sustentar a vida nas ruas, não costuma funcionar. O resultado são espaços vazios, perigosos e abandonados. Jacobs (2000) propõe, então, que as praças e parques dos bairros sejam criados em áreas que possuam densidade suficiente para alimentá-las, e não o contrário.

Foi observado o histórico e importância da Av. Expedito Garcia para o bairro de Campo Grande, pois ela concentra a maior quantidade de pedestres, lojas serviços e outros estabelecimentos comerciais, formais e informais da região. Além de ser um local gerador de empregos para todo o Município e outras regiões.

E assim percebe-se a importância da Praça de Campo Grande para a Av. expedito Garcia, pois ela além de praça tem função de organizar o trânsito como uma rotatória. Está localizada no centro da avenida e é um dos únicos e mais importantes espaços públicos do bairro.

Depois das análises feitas na praça foi possível compreender as características urbanas existente nela, seus pontos positivos e negativos, questões ambientais, iluminação, se os mobiliários presentes estão atendendo aos usuários, quais os


115 usos predominantes nela e quais são os tipos de pessoas que mais utilizam-na, entre outras propriedades.

De fato, geralmente existem deficiências no uso dos espaços públicos nas cidades. A realidade aponta a utilização das praças urbanas como mero local de passagem e recanto para repousos e permanências breves, sem contar que frequentemente são “adotadas” por moradores de rua que fazem do local seu abrigo permanente (GHEL, 2013). É isso que a praça de Campo Grande não deve continuar deixando transparecer, e que através do seu projeto de revitalização ela se torne um local de permanência e conforto para todos os tipos de usuários.

Esse exercício possibilitou uma análise conceitual e crítica dos elementos que compõem a área especifica de estudo, e o entorno imediato que exercem algum tipo de influência na praça analisada. O Objetivo, portanto, deste projeto, foi acentuar a capacidade do espaço público enquanto elemento de composição de Campo Grande e da Av. Expedito Garcia. Por se tratar de uma praça com grande importância para a região, trazendo melhorias arquitetônicas, paisagísticas, tornando-a acessível, com uma boa iluminação e etc.

Com base no histórico do local e nos resultados obtidos no diagnóstico e nas potencialidades/vulnerabilidades, foi possível observar a importância e necessidade do projeto de revitalização. Através desse projeto tentou-se manter as características principais da praça de Campo Grande, percebendo a sua forte influência na avenida e na população que está ali durante o dia a dia. As mudanças feitas em alguns pontos mostrados no Capitulo 4, foram todos pensados de forma com que trouxessem melhorias sem se desarmonizar com o local e os usuários.

Cada detalhe do projeto foi pensado de forma que o resultado não atrapalhasse o grande fluxo de pessoas que passam pela praça, fazendo com que as pessoas pudessem permanecer ali confortavelmente, com um paisagismo apropriado, iluminação de qualidade, paginação de piso diferenciada e acessível. Para os senhores que passam seu tempo ali jogando, com uso de um pergolado com


116 plantas trepadeiras pode-se criar um local mais aconchegante e sombreado. O outro pergolado também traz essa sensação de conforto e aconchego para aqueles que estão passando por ali, além da nova banca de jornal que é maior e possui um design diferente.




117 6. REFERÊNCIAS 5 BENEFÍCIOS importantes que as praças oferecem: Saiba quais são as características mais importantes que as praças guardam que nos influenciam diretamente. Praças. 2017. Disponível em: <https://www.pracas.com.br/blog/5beneficios-importantes-que-as-pracas-oferecem>. Acesso em: 5 abr. 2018. ALOMÁ, Patricia Rodríguez. O espaço público, esse protagonista da cidade. Archdaily. 2013. Disponível em: <https://www.archdaily.com.br/br/01162164/o-espaco-publico-esse-protagonista-da-cidade>. Acesso em: 5 abr. 2018. ALVARENGA, BIANCA . Passo a Passo Pergolado de Madeira + 30 Modelos Lindos. vivadecora. 2016. Disponível em:<https://www.vivadecora.com.br/revista/pergolado-de-madeira/>. Acesso em: 22 set. 2018. ANGELIS, B.L.D. de & ANGELIS NETO, G. de. Os elementos de desenho das praças de Maringá-PR. Acta Scientiarum, v.22(5), p.1445-1454, 2000. BEZERRA, Aline Maria Marques; CHAVES, César Roberto Castro. Revitalização Urbana: Entendendo o processo de requalificação da paisagem. Revista do Ceds, v. 1, p. 16, 1 ago 2014. Disponível em:<http://www.undb.edu.br/public/publicacoes/rev._ceds_n.1__revitaliza%C3%A7%C3%A3o_urbana_entendendo_o_processo_de_requalific a%C3%A7%C3%A3o_da_paisagem__aline_bezerra.pdf?utm_source=direto>. Acesso em: 2 abr. 2018. BRASIL. Órgão Público. História: Prefeitura Cariacica. 2015. Disponível em: <http://www.cariacica.es.gov.br/turismo/conhecacariacica/historia/>. Acesso em: 7 abr. 2018.

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