this is where i am staying : this is my home
jörk cresceu num lugar em que a natureza está por toda parte, onde os desastres naturais fazem parte do cotidiano de seus habitantes. Atualmente seu nome virou sinônimo da identidade de seu país natal, a Islândia. Sua carreira e origem se misturam, e as raízes culturais, música e arte se fundem num organismo vivo e criativo que em 20 anos de carreira solo (1993-2013) produziu 6 álbuns de estúdio e 2 trilhas sonoras, explorando terrenos até então desconhecidos e pouco explorados do cenário musical. Conhecida por estar sempre a frente de seu tempo e ser dotada de um poder vocal e de mutação musical inigualável, ela desenvolveu ao longo de sua carreira um roteiro de saída e retorno para casa, passando por pop, eletrônica, microbeats, clássica e experimentalismos, sem perder vínculo com a cultura de seu país. 1993 aparece como um marco decisivo onde se busca por amadurecimento e desenvolvimento, o início de uma jornada.
niversos que se conectam. Cada álbum produzido por Björk é uma coletânea de elementos sonoros e estéticos característicos que nos envolvem fotografias, vídeos, produção gráfica exclusiva (incluindo fontes e identidade visual), design de moda e personagens com histórias que se conectam e ajudam a compreender o desenrolar de sua carreira. Aproveite a jornada.
Debut
Post
Homogenic
1993
1995
1997
Selmasongs
2000
Vespertine
2001
MedĂşlla
2004
Drawing Restraint 9
Volta
Biophilia
2005
2007
2011
Debut foi o resultado de um salto dado desde sua residência em inúmeras bandas durante a adolescência e seus vinte anos, até sua carreira solo. Mas, embora isso estivesse longe de sua estréia real como um cantora e música, ela define o título da estreia para significar um início de algo novo. O álbum é uma síntese das coisas boas que estavam acontecendo em Londres no período: dance clubs, influências indianas. Debut representa o começo de uma história, na qual a personagem, recém chegada, tímida e assustada com o novo mundo tenta conquistar seu espaço com suas qualidades naturais, improvisando e fazendo uso de sua forma distinta de cantar e misturar estilos. As composições foram inspiradas basicamente no amor. Por alguém, pelo cotidiano, pela vida. Relacionamentos que percorriam várias esferas sociais, passando por níveis mais pessoais e até sua equipe de produção.
Lançamento: 5 de Julho, em 1993 Gravação: 1992–1993 Gênero: Dance Alternativo Duração: 48:15 Gravadora: One Little Indian Produtores: Nellee Hooper, Björk.
come to me : i’ll take care of you
Post veio em 1995, como um lado mais ousado de Björk, que agora tinha se aventurado por todo o caminho da Islândia para a Inglaterra, onde foi explorar o ritmo mais rápido e vivo da cidade grande. Este álbum soa de forma bem contrastante com o primeiro, de estréia tímida, onde é evidente o resultado da sua estadia na metrópole. A menina do campo amadureceu, consumida pela pela cidade, e a cidade consumida por sua fome de novidades. Post continua a jornada do álbum anterior: a garota deixou o lar e encara um mundo completamente novo e tenta fazer coisas que nunca fez antes. O trabalho em Londres durou entre 3 a 4 anos, fazendo-a conhecer e passar por pessoas que influenciaram diretamente seu trabalho e se sentem como ela, em busca do desconhecido. Agora com som bem mais pesado, industrial e experimental, Post se apresenta como uma peça durona e ao mesmo tempo assustadora.
Lançamento: 13 de Junho, em 1995 Gravação: 1994–1995 Gênero: Dance Alternativo | Trip Hop | Electronica Duração: 46:10 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Nellee Hooper, Graham Massey, Tricky, Howie B, Marius de Vries.
i’m going to prove : the impossible really exists
Homogenic Homogenic veio em 1997, como uma explosão emocional. Björk havia se mudado para a Espanha para gravar um álbum que soaria como natureza islandesa: tentando colocar uma definição sobre o que techno islandês como seria. Terremotos, vulcões e lavafields, misturado com elementos de alta tecnologia e cordas. Batidas agressivas misturadas com baladas suaves. Toda a pressão do trabalho e exaustão causado pela dedicação à produção dos últimos álbuns surgem como um divisor de águas. Aqui já temos uma artista famosa mundialmente; mas que se pergunta: o que de fato é música internacional? Homogenic é um trabalho mais escuro e triste, já mostrando o começo da jornada de Björk de volta para casa. A maioria das músicas do Homogenic têm letras sobre amor e relacionamentos fracassados. “Fazer música islandesa” – diz ela; voltando para suas raízes e confrontantado sua base de formação musical e o ponto distinto que é seu trabalho atualmente. “Homogenic é a Islândia, meu país, meu lar.”
A natureza aparece como elemento chave no processo de composição textual e musical. Uma barreira tênue entre música eletrônica e clássica. Na Islândia, tudo gira em torno da natureza, 24 horas por dia. Terremotos, tempestades de neve, chuva, gelo, erupções vulcânicas, gêiseres; muito elementar e incontrolável. Mas no outro lado, a Islândia é incrivelmente moderna, tudo é hi-tech. O número de pessoas que possuem um computador é tão alta como em nenhum outro lugar no mundo. Esta contradição está em Homogenic nas batidas eletrônicas, que são o ritmo, as batidas do coração, enquanto as cordas criam a atmosfera antiga, a coloração. Com Homogenic a cantora trouxe-nos batidas, cordas, drama e desespero. Homogenic é sobre amores sofridos, mas termina com uma dose de esperança, pois afinal tudo está cheio de amor.
Lançamento: 22 de Setembro, em 1997 Gravação: 1996–1997 Gênero: Dance Alternativo | Trip Hop | Electronica Duração: 43:35 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Mark Bell, Guy Sigsworth, Howie B, Markus Dravs.
all around you : all is full of love
Selmasongs foi o primeiro trabalho lançada pela cantora, música e atriz Björk como uma trilha sonora para o filme Dancer in the Dark, no qual ela também estrelou como o personagem principal, Selma. O álbum conta com arranjos clássicos, bem como melodias e batidas compostas de sons de objetos mundanos, como máquinas de fábrica e trens. Nomeadamente, algumas das letras das músicas do álbum são substancialmente diferentes das canções do filme. O álbum omite os vocais de atores David Morse, Seymour Cara e Kostic Vladica. Algumas letras foram reescritas, talvez para evitar estragar detalhes da trama cruciais, já que a trilha sonora foi lançada nas lojas antes do início do filme nas salas de cinema. A faixa “I’ve Seen it All” foi nomeada para um Oscar de Melhor Canção Original.
Lançamento: 18 de Setembro, em 2000 Gênero: Electronica | Clássica | Trilha Sonora Duração: 32:14 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Mark Bell.
Vespertine sucessor de seu irmão caótico anterior, Homogenic, o oposto completo de seu humor. Neste álbum, Björk cria um mundo calmo introvertido de microbeats e letras pessoais. Coros, harpas e caixinhas de música formam os elementos principais para a criação do onírico Vespertine. Considerando o estilo de seu último álbum, Homogenic, que foi feito com um peso incomparável a este, Björk revoluciona sentimentos de profundeza, ironia e de uma mulher sexy, juntando tudo isso e levando a um nível extremamente simbólico e organizado. Björk usa uma matriz de objetos amostrados para criar batidas e paisagens sonoras em uma série de canções, incluindo cartões de baralhar, neve sendo pisada e gelo sendo quebrado e amassado.
Lançamento: 27 de Agosto, em 2001 Gravação: 2000–2001 Gênero: Electronica | Ethereal Wave | Downtempo | Musique Concrète | Experimental Duração: 55:33 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Thomas Knak, Martin Gretschmann, Marius de Vries.
loveletters in the stomach : bouquet of kisses in the mouth
he makes me want to hurt myself again
Medúlla foi uma revolução vocal: agora um trabalho com diversas performances de vozes tanto normais como a cappella, a ousadia não poderia ser menor. A “fusão” entre a voz de Björk e o diverso número de colaboradores deste álbum, fazem que Médulla seja descrito como uma obra de arte definitivamente rara e indescritível. Foi feito questão de apenas utilizar vozes humanas (como ela própria afirma “insturmentos estão ultrapassados”) para construir melodias e alguns ritmos. Originalmente o álbum ia ser chamando de “Ink”, como ela queria o título para representar os “5000 anos arteriais de idade do que está dentro de todos nós; um antigo espírito que é apaixonado e escuro, e que sobrevive”. Após isso, um amigo então sugeriu “Medúlla”: a parte mais interna ou profunda de uma estrutura animal ou vegetal; trata-se de chegar à essência de alguma coisa.
Lançamento: 30 de Agosto, em 2004 Gravação: 2003–2004 Gênero: Acappella | Beatboxing | Vocal | Experimental Duração: 45:40 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Mark Bell.
the pleasure is all mine : to get : to be : the generous one
Drawing Restraint 9 é uma trilha sonora criada por Björk, em colaboração com seu parceiro Matthew Barney para seu filme de mesmo título. Para este projeto Björk viajou para o Japão para estudar música japonesa antiga. Várias faixas são feitas com o som do sho, um instrumento japonês, que contém 16 palhetas diferentes, as performances são de Mayumi Miyata, uma das maiores tocadoras do mundo. Ela também aparece no filme, tocando seu instrumento. Os vocais de Björk aparecem apenas na faixas “Bath”, “Storm” e “Cetacea”. Recorda de certa forma, a experimentação acapella no álbum Medúlla, a voz de Björk é aqui tratada tanto como um instrumento e como uma fonte notavelmente flexível de textura, ouvido em sussurros, gravações lo-fi para Dictaphone, e em uivos descontroladamente distorcidos. Mas a voz de Björk é apenas um instrumento dentro da visão geral que conduz a trilha sonora.
Lançamento: 25 de Julho, em 2005 Gravação: 2004 Gênero: Electronica | Trilha Sonora Duração: 52:03 Gravadora: One Little Indian Produtores: Björk, Mark Bell and Valgeir Sigurðsson.
Volta foi um novo estilo de Björk, com foco na música combinando batidas Africanas com seções sopro e elementos de música industrial. Björk resolveu então sair da sua fase doméstica, que começara desde o nascimento de sua filha, e saiu em busca de novos desafios. Com a viagem que Björk fez a Mali e na Indonésia, em 2005, consequente dos desastres dos Tsunami, ela concretiza seu sonho de trabalhar com a música típica africana e acaba tendo ótimos resultados.
Lançamento: 1 de Maio, em 2007 Gravação: 2005–2007 Gênero: Electronica | Industrial | Alternativa | Experimental | Chamber Pop Duração: 51:03 Gravadora: One Little Indian, Polydor, Elektra, Atlantic Produtores: Björk, Timbaland, Danja, Mark Bell, Damian Taylor.
TURMOIL! : CARNAGE!
Biophilia é um álbum bastante experimental. Biophilia é o primeiro “álbum de estúdio no formato de aplicativo” no mundo, em colaboração com a Apple. O álbum contém gêneros musicais como música eletrônica, música minimalista, ethereal wave, e música experimental, e foi realizado em um iPad, oferecendo uma série de aplicativos para este. Björk descreveu o projeto como uma coleção que engloba música, aplicativos, internet, instalações e apresentações ao vivo. O disco representa o casamento entre tencologia, música e o poder das forças naturais presentes na Terra. Musicalmente, o álbum é estruturado como uma espécie de ópera instrumental etérea. Cada faixa descreve um tipo de fenômenos naturais e cósmicas. O título é uma representação geral do senso de conexão com a natureza e outras formas de vida de carácter inato e produto evolucionário da seleção natural.
Lançamento: 10 de Outubro, em 2011 Gravação: 2008–2011 Gênero: Electronica | Baroque Pop | Experimental | Avant-garde Duração: 49:34 Gravadora: One Little Indian, Polydor Produtores: Björk, 16bit.
Novos instrumentos musicais foram desenvolvidos especialmente para o álbum. A bobina de Tesla foi utilizada como um instrumento musical na canção “Thunderbolt”. A “gameleste”, uma mistura entre um gamelan e uma celesta que foi programada para ser usada remotamente por um iPad, também foi usada em várias músicas. Um grupo de pêndulos foram colocados juntos, criando padrões com os seus movimentos, transmitindo os movimentos da Terra ao som de uma harpa.
an unpolished pearl : in skyblack