Componentes de Máquinas: Elementos de Máquinas

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Atualização Técnica em Mecânica e-Learning

Equipe de Desenvolvimento

Ariam Souza Guedes Especialista Técnico em Mecânica Industrial Breno Heleno Ferreira Pedagogo Elizete do Carmo Oliveira Assistente Pedagógica Júlio César de Almeida Especialista Técnico em Mecânica Industrial Rafael Ornelas Especialista Técnico em Mecânica Industrial Régis Siqueira Especialista Técnico em Mecânica Industrial Viviane Aliaga Psicóloga

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COMPONENTES DE Mร QUINAS Elementos de Mรกquinas


Sumรกrio

1.

ELEMENTOS DE Mร QUINAS .................................................................................................... 5 1.1.

Mancais ............................................................................................................................. 5

1.2.

Rolamentos ..................................................................................................................... 10

1.3.

Engrenagens ................................................................................................................... 11

1.4.

Cremalheira .................................................................................................................... 15

1.5.

Coroa e Parafuso Sem-Fim ............................................................................................ 15

1.6.

Polias e Correias ............................................................................................................. 16

1.7.

Acoplamentos................................................................................................................. 21

1.8.

Chavetas ......................................................................................................................... 26

1.9.

Parafusos ........................................................................................................................ 29


1.

ELEMENTOS DE MÁQUINAS

1.1. Mancais O mancal é um suporte ou guia em que se apoia o eixo. O contato entre a superfície do eixo e a superfície do mancal provoca atrito. Os mancais podem ser:   1.1.1.

De deslizamento; De rolamento. Mancais de deslizamento

Os mancais de deslizamento são constituídos de uma bucha (casquilho) fixada num suporte. Esses mancais são usados em cargas pesadas e baixa rotação.

O uso de buchas e de lubrificantes permite reduzir o atrito e melhorar a rotação do eixo. As buchas são corpos cilíndricos ocos que envolvem os eixos, feitas de materiais macios, como o bronze e ligas de metais leves.

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1.1.2.

Mancais de rolamento

São usados em cargas mais leves e alta rotação. Os rolamentos são classificados em função dos seus elementos rolantes.

Figura 1 - Rolamento de Figura 2 - Rolamento de Figura 3 - Rolamento de Rolo Esfera Agulha 1.1.3.

Componentes do rolamento

O anel externo do rolamento é fixado no mancal, enquanto que o anel interno é fixado no eixo.

1.1.4.

Características dos rolamentos

D = diâmetro externo d = diâmetro interno R = raio de arredondamento L = largura

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O dimensionamento dos rolamentos é feito a partir do diâmetro interno (d). Para cada diâmetro são definidas três séries de rolamentos: leve, média e pesada. A série leve é usada para cargas pequenas. Para cargas maiores, são usadas as séries média ou pesada. Os valores do diâmetro externo (D) e da largura (L) aumentam progressivamente em função dos aumentos das cargas. 1.1.5.

Classificação dos rolamentos

Radiais: não suportam cargas axiais e impedem o deslocamento no sentido transversal ao eixo.

Axiais: não podem ser submetidos a cargas radiais. Impedem o deslocamento no sentido axial, isto é, longitudinal ao eixo.

Mistas: suportam tanto carga radial como axial. Impedem o deslocamento tanto no sentido transversal quanto no axial.

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Quanto aos Elementos Rolantes os rolamentos podem ser: 

De esferas - Apropriados para rotações mais elevadas e cargas menores.

De rolos: suportam cargas maiores e devem ser usados em velocidades menores.

De agulhas - São recomendados para mecanismos oscilantes, onde a carga não é constante e o espaço radial é limitado.

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1.1.6.

Vantagens e desvantagens dos rolamentos

Vantagens:     

Menor atrito e aquecimento. Baixa exigência de lubrificação. Intercambialidade internacional. Não há desgaste do eixo. Pequeno aumento da folga durante a vida útil.

Desvantagens:      1.1.7.

Maior sensibilidade aos choques. Maiores custos de fabricação. Tolerância pequena para carcaça e alojamento do eixo. Não suporta cargas tão elevadas como os mancais de deslizamento. Ocupa maior espaço radial. Seleção

Os rolamentos são selecionados conforme:      

Diâmetro interno (d) Diâmetro externo (D) Largura (L) Tipo de solicitação Tipo de carga RPM

Com base nesses dados, consulta-se o catálogo do fabricante para identificar o rolamento desejado.

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1.2. Rolamentos 1.2.1.

Rolamento fixo de uma carreira de esferas É o mais comum dos rolamentos. Suporta cargas radiais e pequenas cargas axiais e é apropriado para rotações mais elevadas. É necessário um perfeito alinhamento entre o eixo e os furos da caixa.

1.2.2.

Rolamento de contato angular de uma carreira de esferas

Admite cargas axiais somente em um sentido e deve sempre ser montado contra outro rolamento que possa receber a carga axial no sentido contrário.

1.2.3.

Rolamento autocompensador de esferas

É um rolamento de duas carreiras de esferas com pista esférica no anel externo, o que lhe confere a propriedade de compensar possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo.

1.2.4.

Rolamento de rolo cilíndrico

É apropriado para cargas radiais elevadas. Seus componentes são separáveis, o que facilita a montagem e desmontagem.

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1.2.5.

Rolamento autocompensador de duas carreiras de rolos Seu emprego é indicado para construções em que se exige uma grande capacidade para suportar carga radial e a compensação de falhas de alinhamento. É um rolamento adequado aos serviços mais pesados.

1.2.6.

Rolamento de rolos cônicos Além de cargas radiais, os rolamentos de rolos cônicos também suportam cargas axiais em um sentido. Os anéis são separáveis. O anel interno e o externo podem ser montados separadamente. Como só admitem cargas axiais em um sentido, torna-se necessário montar os anéis aos pares, um contra o outro.

1.2.7.

Rolamento axial de esfera

Admite elevadas cargas axiais, porém, não pode ser submetido a cargas radiais. É necessária a atuação permanente de uma carga axial mínima.

1.2.8.

Rolamento axial autocompensador de rolos Possui grande capacidade de carga axial devido à disposição inclinada dos rolos. Também pode suportar consideráveis cargas radiais. Compensa possíveis desalinhamentos ou flexões do eixo.

1.2.9.

Rolamento de agulhas

Possui uma seção transversal muito fina em comparação com os rolamentos de rolos comuns. É utilizado especialmente quando o espaço radial é limitado. 1.3. Engrenagens >>> Página 11


Engrenagem é um sistema composto por duas rodas dentadas.

As rodas têm dentes padronizados que servem para transmitir movimento e força entre dois eixos. Muitas vezes, as engrenagens são usadas para variar o número de rotações e o sentido de rotação de um eixo para o outro. 1.3.1.

Partes da engrenagem

Quando um par de engrenagens tem rodas de tamanhos diferentes, a engrenagem maior chama-se coroa e a menor chama-se pinhão.

As engrenagens e cremalheiras que funcionam com eixos paralelos têm as seguintes características:     

Um par tem relação de transmissão até 4 (normal) e até 8 (extremo). Altas potências (até 25.000 CV). Rotações elevadas (até 100.000 rpm). Altas velocidades periféricas (até 200 m/s). Rendimento de 96 a 99 %.

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1.3.2.

Engrenagens cilíndricas de dentes retos

As engrenagens se classificam de acordo com o formato do corpo e dos dentes. Nas engrenagens cilíndricas e dentes retos, os dentes são paralelos ao eixo da engrenagem. Características das engrenagens cilíndricas de dentes retos:     1.3.3.

Fácil fabricação; Custo baixo; Só trabalham com eixos paralelos; Muito barulhenta. Engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais

Os dentes são inclinados em relação ao eixo da engrenagem.

As engrenagens de eixos reversos e ortogonais têm as seguintes características:    

Carga pequena; Grandes ângulos de hélice; Grau de recobrimento grande; Eficiência menor.

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Características das engrenagens cilíndricas de dentes helicoidais:      

Processo de fabricação mais difícil que as de dentes retos; Custo mais alto que as de dentes retos; Trabalham com eixos se cruzando em qualquer ângulo; Mais silenciosas, pois o contato dos dentes é gradual; Suportam mais esforços; Tem o inconveniente de torcer o eixo devido à inclinação dos dentes.

1.3.4.

Engrenagens cônicas

Usadas em casos de eixos concorrentes (eixos cujas direções se cruzam) 1.3.4.1.

Forma dos dentes

As engrenagens podem ter Dentes retos, espirais, helicoidais e hipoidais.

Figura 4 - Engrenagem com Dentes Retos

Figura 5 - Engrenagem com Dentes Espirais

Figura 6 - Engrenagem com Dentes Helicoidais

Figura 7 - Engrenagem com Dentes Hipoidais

As engrenagens cônicas de dentes retos, espirais e helicoidais têm as seguintes características:  

Relação de transmissão até 6. São mais caras que as engrenagens cilíndricas. >>> Página 14


As engrenagens hipoidais (engrenamento fora de centro) têm as seguintes características:    

Eixos reversos com pequena distância entre eles. Uso típico em diferenciais de veículos automotivos. Grande capacidade de carga. Recobrimento maior diminui ruídos de funcionamento.

1.4. Cremalheira Cremalheira é uma barra dentada que funciona acoplada a uma engrenagem cilíndrica. Sua principal função é transformar o movimento circular em retilíneo e vice-versa. Pode ter dentes perpendiculares ou dentes inclinados.

Figura 8 – Cremalheira 1.5. Coroa e Parafuso Sem-Fim O conjunto sem-fim e coroa de dentes côncavos é usado quando se deseja uma grande redução de velocidade ocupando pouco espaço, geralmente o sem-fim aciona a coroa e a coroa não aciona o sem-fim, ou seja, o movimento é irreversível. Características do Conjunto Sem-fim e Coroa:  

Grandes relações de transmissão até 30 (normal) até 100 (extremo); Coroa de bronze para grande velocidade de deslizamento;

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     

Rendimento é menor (45 % para i maiores, subindo até 90% para i pequenas); Transmissão silenciosa e grande amortecimento; Para grandes relações de transmissão são mais baratas que as engrenagens cilíndricas; Transmite grandes torques; Potências de até 1.000 CV; Rotações até 30.000 rpm.

1.6. Polias e Correias 1.6.1.

Polias

As polias são peças cilíndricas, movimentadas pela rotação do eixo do motor e pelas correias. Uma polia é constituída de uma coroa ou face, na qual se enrola a correia. A face é ligada a um cubo de roda mediante disco ou braços. As polias podem ser dos seguintes materiais:    

Ferro fundido (o mais utilizado); Aço; Ligas leves; Materiais sintéticos.

A superfície da polia não deve apresentar porosidade, para evitar desgaste prematuro. 1.6.1.1.

Tipos de Polias

Os tipos de polia são determinados pela forma da superfície na qual a correia se assenta. Elas podem ser planas, planas abauladas ou trapezoidais.   

Polia plana: Conserva melhor as correias. Polia plana abaulada: Guia melhor as correias. Polia trapezoidal: Recebe esse nome porque a superfície na qual a correia se assenta apresenta a forma de trapézio. As polias trapezoidais devem ser providas de canais e são dimensionadas de acordo com o perfil padrão da correia a ser utilizada.

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Figura 9 - Polia Plana

Figura 10 - Polia Abaulada

Figura 11 - Polia Trapezoidal

As polias apresentam braços a partir de 200 mm de diâmetro. Abaixo desse valor, a coroa é ligada ao cubo por meio de discos.

Além das polias para correias planas e trapezoidais, existem as polias para cabos de aço, para correntes, polias (ou rodas) de atrito, polias para correias redondas e para correias dentadas.

Figura 12 - Polia para correia e cabo de aço redondos 1.6.2.

Figura 13 - Polia para correia dentada

Correia

É o elemento flexível, que pode ser composta de vários materiais e formas, responsável pela transmissão de rotação entre dois eixos paralelos.

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As correias podem ser dos seguintes materiais:   

Couro; Materiais fibrosos e sintéticos (à base de algodão, pelo de camelo, viscose, perlon e náilon); Material combinado (couro e sintéticos).

A correia trapezoidal ou em “V” é mais usada por que:   

Praticamente não apresenta deslizamento; Permite o uso de polias bem próximas; Elimina os ruídos e os choques, típicos das correias emendadas (planas).

1.6.2.1.

Perfis Padronizados de Correias em “V”

As Correias em “V” podem ter perfil Hipower ou Super HC.

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Figura 14 - Hipower

Figura 15 - Super HC Outra correia utilizada é a correia dentada, para casos em que não se pode ter nenhum deslizamento, como no comando de válvulas do automóvel.

1.6.2.2.

Transmissão

Na transmissão por polias e correias, a polia que transmite movimento e força é chamada polia motora ou condutora. A polia que recebe movimento e força é a polia movida ou conduzida. A maneira como a correia é colocada determina o sentido de rotação das polias.   

Sentido Direto de Rotação: A correia fica reta e as polias têm o mesmo sentido de rotação. Sentido de Rotação Inverso: A correia fica cruzada e o sentido de rotação das polias invertese. Transmissão de Rotação entre eixos não paralelos.

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Figura 16 - Sentido Direto de Rotação

Figura 17 - Sentido de Rotação Inverso

Figura 18 - Transmissão de Rotação entre eixos não paralelos

1.6.2.3.     

     

Características das Correias Planas e Trapezoidais

As correias trapezoidais apresentam limites superiores e inferiores de velocidade linear (periférica), respectivamente de 25 m/s e 5 m/s. No caso das correias planas é permitida uma velocidade linear de cerca de 90 m/s. A aplicação das correias trapezoidais limita-se apenas a eixos paralelos e de preferência horizontais, sem inversão do sentido de rotação. No caso de correias planas, estas adaptam-se à transmissão do movimento entre eixos não coplanares com ou sem inversão de sentido. Quanto à temperatura, as correias planas são mais resistentes do que as trapezoidais, em virtude dos materiais em que são normalmente construídas, embora ambas sejam menos resistentes a este parâmetro do que as correntes ou engrenagens. Economicamente são mais favoráveis do que os outros tipos de transmissões, embora com vida útil inferior. Podem ser usadas em aplicações com grandes distâncias entre eixos, principalmente as correias planas. Para pequenas distâncias entre eixos, as correias trapezoidais adaptam-se melhor em virtude de não requererem polias de dimensões tão elevadas. As correias trapezoidais têm uma vida útil em torno de 8.000 a 10.000 horas. As correias planas têm uma vida útil em torno de 4.000 a 5.000 horas. As correias planas são mais fáceis de montar do que as correias trapezoidais, principalmente quando se trata de polias situadas em eixos biapoiados.

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1.7. Acoplamentos São elementos mecânicos de transmissão do movimento de rotação.

São empregados para acoplar (unir) dois eixos, facilitando a montagem e, dependendo do tipo, também podem compensar desalinhamentos e atenuar a transmissão de choques ou vibrações. 1.7.1.

Tipos de acoplamentos

1.7.1.1.

Acoplamentos Fixos

Servem para unir eixos de tal maneira que funcionem como se fossem uma única peça, alinhando os eixos de forma precisa. São indicados para extensão de eixos e equipamentos que requeiram rigidez torcional e perfeito alinhamento e sincronismo. Não possuem qualquer flexibilidade. São torcionalmente rígidos. Não absorvem choques e vibrações. Não admitem desalinhamento radial, axial e angular 

Acoplamento fixo com flanges parafusadas: Esse tipo de acoplamento é utilizado quando se pretende conectar eixos, e é próprio para a transmissão de grande potência em baixa velocidade. >>> Página 21


Acoplamento fixo com luva de compressão ou de aperto: Esse tipo de luva facilita a manutenção de máquinas e equipamentos, com a vantagem de não interferir no posicionamento dos eixos, podendo ser montado e removido mais facilmente, sem problemas de alinhamento.

Acoplamento fixo de discos ou pratos: Empregado na transmissão de grandes potências em casos especiais, como, por exemplo, nas árvores de turbinas. As superfícies de contato nesse tipo de acoplamento podem ser lisas ou dentadas.

1.7.1.2.

Acoplamentos Elásticos

Tornam mais suave a transmissão do movimento em eixos que tenham movimentos bruscos. Absorvem choques e vibrações protegendo as máquinas acopladas. Não requerem lubrificação. Permitem o funcionamento do conjunto com desalinhamento paralelo, angular e axial. Permitem a compensação de até 6 graus de ângulo de torção e deslocamento angular axial.

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Acoplamento Elástico de Pinos: A transmissão do movimento se dá por meio de pinos de aço recobertos de borracha que se encaixam nos furos existentes na outra parte do componente.

Acoplamento Elástico de Garras: As garras são constituídas de travas de borracha que se encaixam nos rebaixos da outra peça, feita de material rígido.

Acoplamentos Super Elásticos: Recebem diversas denominações de acordo com o tipo de fabricante, Perflex, Speflex, etc. Os discos de acoplamento são unidos perifericamente por uma ligação de borracha apertada por anéis de pressão. O elemento elástico em borracha sintética vulcanizada de alta flexibilidade permite compensar desalinhamentos radial, axial e angular. Absorve um bom grau de choques. Admite desalinhamentos superiores aos acoplamentos convencionais. Permite troca do elemento elástico sem afastar axialmente uma das máquinas.

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Acoplamento Elástico de Fita de Aço: Consiste de dois cubos providos de flanges ranhuradas, nos quais está montada uma grade elástica que liga os cubos. O conjunto está alojado em duas tampas providas de junta de encosto e de retentor elástico junto ao cubo. Todo o espaço entre os cabos e as tampas é preenchido com graxa. Apesar de ser flexível, as árvores devem estar bem alinhadas no ato de sua instalação para que não provoquem vibrações excessivas em serviço.

1.7.1.3.

Acoplamento de Dentes Arqueados (Engrenagem)

Os dentes possuem a forma ligeiramente curvada no sentido axial, o que permite até 3 graus de desalinhamento angular. O anel dentado (peça transmissora do movimento) possui duas carreiras de dentes que são separadas por uma saliência central.

1.7.1.4.

Acoplamentos Móveis

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Utilizam-se de mecanismos de articulação para conferir determinados graus de liberdade com função específica. 

Acoplamentos Móveis Comandáveis: Estes elementos permitem que a transmissão de movimento e potência aconteça de forma controlada, podendo ser ligada ou desligada. Um dos discos com garras ou dentes tem liberdade no sentido axial, controlado por um pino ou garfo que afasta ou aproxima os discos do ponto de engate. Geralmente, esses acoplamentos são usados em aventais e caixas de engrenagens de máquinas-ferramenta convencionais.

Figura 19 - Acoplamento desengatado 

Figura 20 - Acoplamento engatado

Figura 21 - Acoplamento de dentes ativado

Acoplamentos Móveis Não Comandáveis: Estes elementos mantém o sincronismo entre os eixos acoplados. Proporcionam alguns graus de liberdade, de acordo com o tipo de dispositivo. São torcionalmente rígidos, e não absorvem choques ou vibrações. Exemplos destes tipos de dispositivos são os acoplamentos homocinéticos e os acoplamentos com elementos cilíndricos articulados em cruz (cruzetas). Figura 22 - Vista em corte de um acoplamento homocinético

Figura 23 - Vista explodida de um acoplamento homocinético

1.7.2.

Figura 24 - Ilustração de uma cruzeta

Desalinhamentos

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Figura 25 - Desalinhamento Angular

Figura 26 - Folga (Axial)

Figura 27 - Desalinhamento Paralelo

1.8. Chavetas Chaveta é um elemento mecânico fabricado em aço com forma, em geral, retangular ou semicircular. A chaveta se interpõe numa cavidade de um eixo e de uma peça, e tem por finalidade ligar dois elementos mecânicos.

1.8.1. 1.8.1.1.

Classificação Chavetas de Cunha

São parecidas com uma cunha, uma de suas faces é inclinada, para facilitar a união de peças.

Figura 28 – Chaveta As chavetas de cunha classificam-se em dois grupos: Chavetas longitudinais e Chavetas transversais. a) Chavetas Longitudinais: São colocadas na extensão do eixo, podem ser com ou sem cabeça e são de montagem e desmontagem fácil.

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As Chavetas Longitudinais podem ser de diversos tipos, como veremos a seguir. - Chavetas Encaixadas: Sua forma corresponde à do tipo mais simples de chaveta de cunha. O rasgo do eixo é sempre mais comprido que a chaveta

- Chaveta Meia-cana: Sua base é côncava (com o mesmo raio do eixo). Não é necessário rasgo na árvore, pois a chaveta transmite o movimento por efeito do atrito. Desta forma, quando o esforço no elemento conduzido for muito grande, a chaveta desliza sobre a árvore

- Chaveta Plana: Sua forma é similar à da chaveta encaixada, porém, para sua montagem não se abre rasgo no eixo, mas é feito um rebaixo plano.

- Chaveta Embutida: Essa chaveta tem os extremos arredondados. O rasgo para seu alojamento no eixo possui o mesmo comprimento da chaveta.

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- Chavetas Tangenciais: São formadas por um par de cunhas, um em cada rasgo, e os rasgos são posicionados a 120. Transmitem fortes cargas e são utilizadas, sobretudo, quando o eixo está submetido a mudança de carga ou golpes.

b) Chavetas Transversais: São aplicadas em união de peças que transmitem movimentos rotativos e retilíneos alternativos. Quando as chavetas transversais são empregadas em uniões permanentes, sua inclinação varia entre 1:25 e 1:50. Se a união se submete a montagem e desmontagem frequentes, a inclinação pode ser de 1:6 a 1:15.

As Chavetas Longitudinais podem ser de diversos tipos, como veremos a seguir. - Chavetas Paralelas: Têm as faces paralelas, portanto, não têm inclinação. A transmissão do movimento é feita pelo ajuste de suas faces laterais às laterais do rasgo da chaveta. Fica uma pequena folga entre o ponto mais alto da chaveta e o fundo do rasgo do elemento conduzido. As chavetas paralelas não possuem cabeça. Quanto à forma de seus extremos, eles podem ser retos ou arredondados. Podem ter parafusos para fixarem a chaveta ao eixo.

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Figura 29 - Chavetas Paralelas - Chaveta de Disco ou Meia-lua (Tipo Woodruff): Tem esse nome porque sua forma corresponde a um segmento circular. É empregada em eixos cônicos por facilitar a montagem e se adaptar à conicidade do rasgo do elemento externo.

Figura 30 - Chaveta de Disco ou Meia-Lua (Tipo Woodruff) 1.9. Parafusos São elementos de fixação, empregados na união móvel de peças, isto é, as peças podem ser montadas e desmontadas sem danificar os elementos de fixação. Os parafusos se diferenciam pela forma da rosca, da cabeça, da haste e do tipo de acionamento (chave). O parafuso é composto, geralmente de duas partes: cabeça e corpo.

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O corpo do parafuso pode ser cilíndrico ou cônico, com rosca total ou parcial. A cabeça pode apresentar vários formatos; porém, há parafusos sem cabeça.

Ao unir peças com parafusos, devem-se levar em consideração quatro fatores:    

Profundidade do furo broqueado; Profundidade do furo roscado; Comprimento útil de penetração do parafuso; Diâmetro do furo passante.

Figura 31 - Tipos de furo 1.9.1.

Classificação dos parafusos

Parafusos Passantes

Parafusos Não Passantes

Parafusos de Pressão >>> Página 30


Parafusos Prisioneiros

Parafuso de Cabeça Sextavada: Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado em uniões em que se necessita de um forte aperto da chave de boca ou estria. Esse parafuso pode ser usado com ou sem porca. Quando usado sem porca, o rosqueamento é feito na peça

Parafuso Cabeça Cilíndrica com Sextavado Interno (Allen): Este tipo de parafuso é utilizado em uniões que exigem um bom aperto, em locais onde o manuseio de ferramentas é difícil devido à falta de espaço. Esses parafusos são fabricados em aço e tratados termicamente para aumentar sua resistência à torção. A = d = altura da cabeça do parafuso; e = 1,5 d = diâmetro da cabeça; t = 0,6 d = profundidade do encaixe da chave; s = 0,8 d = medida do sextavado interno; d = diâmetro do parafuso.

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Parafuso sem Cabeça com Sextavado Interno: Em geral, esse tipo de parafuso é utilizado para travar elementos de máquinas. Por ser um elemento utilizado para travar elementos de máquinas, esses parafusos são fabricados com diversos tipos de pontas, de acordo com sua utilização. d = diâmetro do parafuso; t = 0,5 d = profundidade do encaixe da chave; s1 = 0,5 d = medida do sextavado interno.

Parafuso de Cabeça Escareada Chata com Fenda: Esse tipo de parafuso é muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços e onde a cabeça do parafuso não pode exceder a superfície da peça.

Parafuso de Cabeça Redonda com Fenda: Esse tipo de parafuso é também muito empregado em montagens que não sofrem grandes esforços. Possibilita melhor acabamento na superfície.

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Parafuso de Cabeça Cilíndrica Boleada com Fenda: É um parafuso cuja cabeça é mais resistente do que as outras de sua classe. É utilizado na fixação de elementos nos quais existe a possibilidade de se fazer um encaixe profundo para a cabeça do parafuso, e a necessidade de um bom acabamento na superfície dos componentes.

Parafuso de Cabeça Escareada Boleada com Fenda: São geralmente utilizados na união de elementos cujas espessuras sejam finas e quando é necessário que a cabeça do parafuso fique embutida no elemento. Permitem um bom acabamento na superfície.

 

Parafusos com Rosca Soberba (para Madeira)

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