O Manifesto de Tetraedrom: A Cidade Pós Desastre Ambiental

Page 1

1


2


3


4


OBRIGADO! Primeiramente, gostaria de agradecer aos meus pais Sergio e Vânia, que foram os pilares essenciais para que eu chegasse até aqui. A Erica Tomicioli, por sempre me incentivar a continuar e nunca desistir.

Um agradecimento em especial à Leticia Otaviani, que desde o início da caminhada acadêmica esteve ao meu lado. Ao Daniel Sampaio, pelos vários momentos que marcaram a faculdade. À Maria Giulia e Breno Valentim, por terem proporcionado um novo ciclo de amizade e conhecimento.

À minha orientadora Vera Migliorini por ter tido toda a paciência do mundo com esta pessoa ansiosa, ao Cesar Elias por ter me estimulado nesta louca jornada, e à Tânia Bulhões por ter sido uma das melhores profissionais no começo de minha carreira.

5


6


‘Você não muda as coisas lutando contra a realidade atual. Para mudar algo é preciso construir um modelo novo que tornará o modelo atual obsoleto.’’ BUCKMINSTER FULLER

7


8


RESUMO Este trabalho tem como objetivo delinear um conceito de Cidade Megaestrutural, trazendo uma alternativa para a reversão de um (não tão) futuro quadro climático por meio do urbanismo. A Megaestrutura possui uma forma com base na geometria sagrada, sendo o Cubo de Metatron sua principal referência. Ela foi desvinculada da terra e elevada para o céu, por intermédio de uma tecnologia que funciona por onda e frequência, o que permite que a mesma flutue.

A cidade é organizada por diferentes escalas: Escala da Vizinhança e do Corpo, Escala do Bairro, Escala Setorial e Escala Regional. A locomoção vertical funciona por escalas e sistema de elevadores/ plataformas que possuem conexão em todas as escalas. Os sistemas de áreas verdes envolvem toda a Megaestrutura, compondo lazeres esportivo, recreativo e contemplativo. Uma nova sociedade rege o futuro, dispondo de um novo estilo de vida, trabalho, política, educação e ecumenismo. Palavras-chave: Cidade Utópica; Megaestrutura; Mudanças Climáticas; Manifesto Urbano.

9


10


ABSTRACT This study aims at outlining an concept of Megastructural Urbanism so as to provide alternative means of reversing a (not so) remote climate framework through urban planning.

Megastructures contain shapes on the basis of Sacred geometric patterns, with Metatron’s Cube being the primary point of reference. They have no longer been conditional upon the ground and, thenceforth, taken up into the sky through technology that works by frequency waves that allow them to float.

The urban planning is organized into different scales: Perceived Neighborhood Scale, Geographic and Sectoral Patterns and Underlying Drivers. Vertical transportation systems include all kinds of transportation media within buildings, such as lifts/ elevators, that are connected in every story of course. The system of green spaces in the city and their planning interact with the Megastructures’ system, composing sports, recreational and contemplative leisure activities.

A new society rules the future, offering a new lifestyle, work, politics, education and ecumenism. Key-words: Utopian city; Megastructures; climate changes; urban manifest

11


12


13


14


15


1.1 Contexto do trabalho Líderes mundiais se encontram cada vez mais para discutir sobre o futuro cli-

mático e ambiental dos nossos países e cidades. Pactos como o Acordo de Paris, de 2015, são a prova que os países que fazem parte da Organização das Nações Unidas estão tentando tomar atitudes a favor do clima mundial. Porém, mesmo esses acordos trazendo uma expectativa positiva sobre o futuro climático do planeta, países como os Estados Unidos, que estão na liderança do mercado e produção de poluentes atmosféricos, intervêm com peso na sua participação ou retirada. (UNFCCC. CONFERÊNCIA DAS PARTES (COP), 2015) Nos últimos 150 anos, a temperatura média global aumentou em cerca de 0,7°C. Esse aumento está sendo atribuído à intensificação do efeito-estufa pelas atividades antrópicas, como queima de combustíveis fósseis e florestas tropicais, que emitem CO2. (MOLION, 2008, p. 1)

O aquecimento global tem causado efeito em todos os lugares, seja na cidade ou no campo. Com o aumento da temperatura do planeta, cada vez mais acelerado, a produção de alimentos é afetada diretamente, além da má distribuição da grande produção de alimentos causada por um sistema capitalista. (DW BRASIL | NOTÍCIAS E ANÁLISES DO BRASIL E DO MUNDO, 2009, p. s/p) Um estudo feito pela revista científica Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS) diz que‘’A aceleração da elevação média do nível do mar é muito maior do que se pensava’’, afirma Sonke Dangendorf, principal autor do estudo. “Isso sublinha que o aumento do nível do mar é uma séria ameaça’’, acrescenta. (MULLER, 2017, p. s/p)

16


O Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) juntamente afirma que “Até o ano 2100, se nada for feito, o aumento do nível do mar pode alcançar até um metro de altura; isso pode acarretar a retirada de milhões de moradores de áreas costeiras e ilhas’’ fazendo com que as cidades litorâneas sofram. (HOOD, 2019, p. s/p)

Especialistas afirmam que o fogo na Amazônia é causado principalmente pela ação humana (JORNAL G1, 2019), as indústrias poluindo o ar, a agricultura sendo feita sem o tempo de descanso do solo necessário para se recuperar. As grandes metrópoles estão cada vez mais adensadas, deixando sua infraestrutura sobrecarregada, pedindo que a população seja redistribuída. A cultura capitalista cada vez afeta mais e mais o meio ambiente, seja no seu excesso de produção, seja na poluição decorrente do processo de fabricação, seja nos resíduos que a mesma gera. As cidades refletem o estilo de vida das populações, e as existentes não podem proteger as mesmas dos desastres ambientais provocados pelo homem, ou produzir alimento para populações cada vez maiores. Manifestos com tendências futuristas, como por exemplo, o Archigram1, Arcologia2 e Metabolismo Japonês3, que tiveram sua importância na década de 60, prevalecem até os dias atuais. As revistas publicavam cidades que refletiam o pen1 O Archigram foi um dos manifestos pós segunda guerra mundial, que através da retomada de ideias futuristas e funcionalistas, publicou uma serie de revistas, onde através de diagramas, demostraram novas ideias de cidades, por megaestruturas. Nenhuma destas ideias foi implementada, porém o manifesto influenciou vários arquitetos na composição de seus projetos. 2 A Arcologia é um manifesto pós-moderno idealizado por Paolo Soleri, onde ele traz sua teoria de que arquitetura e ecologia devem andar juntas, trazendo novas propostas e formas megaestruturais urbanas. 3 O Metabolismo Japonês foi um manifesto idealizado por um grupo de arquitetos japoneses, que trouxeram novas formas de urbanização do Japão após a segunda guerra mundial, trazendo novos conceitos urbanos alinhados ao conceito de crescimento orgânico e uma identidade japonesa.

17


samento da época. Cada cidade possuía sua forma e organização, que trazia temáticas de novas formas de viver. O cinema, apesar de inserir em roteiros para seus filmes, também trouxe vários modelos de cidades, sejam elas em ficções científicas, dos quais muitos foram planejados e projetados com a participação de arquitetos que tiveram como referência os manifestos. Discussões sobre o futuro climático da Terra sempre serão pauta para que pessoas de todos os países pensem sobre quais atitudes devem ser tomadas para melhorar ou remediar seus efeitos futuros. As cidades devem refletir sobre as temáticas climáticas, não só para garantir o futuro do ecossistema, mas também das suas próprias populações. Como as cidades existentes não possuem nenhuma forma de proteção, é necessário pensar em um novo modelo.

1.2 Objetivos gerais O objetivo geral deste Trabalho Final de Curso (TFC) é propor um novo modelo de cidade que responda a um futuro desastre ambiental, apontando soluções para agricultura, clima e incentivando um novo estilo de vida coletivo, pautado pela economia criativa, circular e de circuito curto. 18


1.3 Objetivos específicos Neste contexto, podem ser delineados os seguintes objetivos específicos:

• Estudar a expectativa apontada pela comunidade cientifica, sobre quando ocorrerão os futuros aumentos de temperatura na Terra, para que a própria estrutura do novo modelo de cidade possa refletir como uma solução para a restauração. • Verificar possibilidades de redistribuir as pessoas e definir novos limites populacionais. Para que qualquer modelo de cidade seja eficaz e não sofra com problemas de infraestrutura; o limite populacional é de extrema importância. • Estudar as condições de habitabilidade, sejam climáticas ou espaciais, os modos de produção agrícola, características físico-ambientais, dinâmicas com suas cidades vizinhas, entre outros. • Gerar Estilo de Vida: O novo modelo de cidade deve refletir apenas o estilo de vida coletiva. • Conceber, com base em Buckminster Fuller (1985), uma forma de proteger as futuras cidades, através de uma estrutura capaz de controlar as condições climáticas dentro da cidade; • Modelo de Cidade Utópica: com a influência e linguagem de Thomas More, a imagem do ‘’homem perfeito’’ deve ser pensada em um estilo de vida coletivo, para que assim o estilo de vida das pessoas não afete um planeta já muito afetado. Gerando soluções na própria cidade, podendo reverter o quadro climático.

19


1.4 Justificativa Tendo em vista o contexto apresentado, é necessário pensar um novo modelo de cidade que responda às futuras condições climáticas e ambientais do planeta, devido às futuras temperaturas que podem afetar a vida. Este colapso não vai demorar décadas ou séculos para acontecer, está mais próximo do que se imagina. Acordos climáticos podem ser eficazes, porém dependem de relações políticas que, se falharem ou entrarem em conflito, constituirão a abertura para que o desastre ocorra. Um desastre ambiental pode afetar não só a vida humana, como a vida de milhares de animais e plantas. No ser humano, pode causar problemas de pele, devido às altas exposições de radiação que a luz solar proporciona. No meio ambiente, pode levar a grandes mudanças no ecossistema, causando a morte de milhares de espécies de plantas, alterando cadeias alimentares e motivando a extinção de milhares de animais. Mesmo que as nossas cidades sejam o reflexo da vida humana, ela deve ter papel fundamental para reverter, mesmo que aos poucos, o clima da Terra.

É necessário pensar como essas novas cidades se sustentarão, devido ao solo cada vez mais saturado das altas produções agrícolas, e como as mesmas se protegerão e controlarão o clima para que isso ocorra com sucesso. Regiões dependentes de apenas uma produção agrícola, como por exemplo, a cana de açúcar, deverão repensar sua estratégia, para que essas cidades possam se libertar de tendências mercantis e consumir sua própria produção. Os modelos de produção agrícola, com os futuros aumentos de temperatura global, podem se tornar inviáveis, deixando até mesmo o solo infértil para o cultivo. Caso isso ocorra, grande parcela da população estará sujeita à fome. Um novo modelo de produção, alinhado com alta tecnologia em novos modelos de estufa, deve ser pensado e projetado com o novo modelo de cidade.

20


Como o ecossistema é algo que demora décadas, ou até séculos, para atingir mudanças, sejam elas boas ou ruins, o novo modelo deve propor iniciativas para um processo de reconstrução, podendo mudar o percurso de um desastre ambiental causado pelos próprios humanos.

1.5 Procedimentos metodológicos gerais

Para que o novo modelo de cidade responda a um desastre ambiental, a pesquisa teórica é de fundamental importância. A teoria tem como fonte trabalhos da comunidade cientifica voltados para climatologia, para que a mesma possa justificar uma proteção nos traços urbanos. Para que a base da cidade tenha fundamentos teóricos, os principais manifestos pós segunda guerra mundial foram apresentados, com base de autores que aprofundaram no assunto, sejam eles nacionais ou internacionais.

1.5.1 Pesquisa teórica

As referências bibliográficas foram pesquisadas com base em trabalhos da comunidade científica, voltados para debates climáticos, jornalismo da área e opiniões diversas entre pesquisadores. Como o estudo do aquecimento global tende a ser um debate amplo, cada pesquisador elaborou estudos sobre efeitos específicos, seja na agricultura, cidade, florestas, secas, entre outros. Com isso, foi realizado o estudo climático. Para o estudo dos manifestos e obras autorais, teses de universidades, mestres e doutores foram levantados através da plataforma Google Acadêmico e biblioteca do Centro Universitário Moura Lacerda (antes da pandemia de COVID - 19). Autores que tiveram seus trabalhos voltados para o estudo do urbano e terceiros que elaboraram críticas sobre o mesmo foram selecionados. Através disso, uma pesquisa foi feita para saber se as ideias dos autores pesquisados foram implantadas. Caso tenham sido executadas, os pontos fortes e fracos. Com isso, o texto foi elaborado.

21


1.5.2 Pesquisa documental Para que o novo modelo de cidade possa refletir uma solução para um desastre ambiental e uma nova forma de modelo de produção agrícola, três manifestos em potencial foram selecionados, cujas ideias dos autores podem apresentar referências para elaboração do projeto. Os critérios para escolha foram a utilização dos seguintes sistemas: • • • • • • • • •

Densidade concentrada Megaestruturas Implantação em diferentes topografias Implantação em diferentes solos e climas Construção pré-fabricada Produção agrícola e industrial Sistema de áreas verdes Verticalização Transporte público

1.6 Organização do caderno O quadro de referência se organiza nos decorrentes capítulos:

Capítulo 1: Introdução, apresentação dos objetivo gerais, objetivos específicos, justificativa, procedimentos metodológicos gerais, pesquisa teórica e pesquisa documental. Capítulo 2: Abrange um estudo sobre o clima, os manifestos utópicos sendo Arcologia, Archigram e Metabolismo Japonês, uma análise sobre a Utopia de Thomas More e Econômia Contemporânea. Capítulo 3: A Proposta Projetual é organizada em conceito, partido, projeto e referências bibliográficas. 22


...

23


24


25


26


2.1.1 Aquecimento Global Ao longo de décadas, órgãos científicos voltados ao estudo do clima e meteorologia tem acumulado pesquisas sobre qual seria o futuro climático da Terra. Teses e relatórios, como os do IPCC (Painel Intergovernamental Sobre Mudanças Climáticas) têm gerado vários debates e opiniões de especialistas no assunto. As alterações registradas ao longo do último século e mais intensas nas últimas décadas tem ganho um protagonismo crescente na opinião pública e na comunidade científica abrindo um debate, quase sempre radicalizado, sobre o polêmico aquecimento global, sobretudo no que diz respeito às suas causas – naturais ou antropogênicas – responsáveis pelo mensurável aumento as emissões de gases com efeito de estufa. (DUARTE, 2007, p. 1)

Os efeitos são diversos, atingindo a agricultura, derretimento de geleiras (como consequência, o aumento do nível dos mares), queimadas nas grandes florestas, aumento e diminuição de períodos de tempos frios na cidade e no campo.

FIGURA 1: Aumento da temperatura média (NOAA CLIMATE, 2018) 27


O último relatório do IPCC levantou vários debates, seja em congressos, palestras ou entre estudiosos nas universidades. A discussão também chegou em pauta para a formação ou reformulação de novas leis, sejam elas municipais, estaduais ou federais.

Nos últimos 150 anos, a temperatura média global aumentou em cerca de 0,7ºC. (MOLION, 2008)

Para que MOLION provasse que sua estimativa estava certa, elaborou estudos sobre os efeitos e causas que interferem na camada de ozônio. Os estudos neceWWWWWssitaram de vários cálculos matemáticos que, de acordo com outros especialistas, coincidem com o quadro climático atual. Porém, de acordo com CERRI: A concentração de gases na atmosfera tem aumentado significativamente com o aparecimento das civilizações, notadamente em meados do século XIX, quando teve início a revolução industrial. A utilização dos recursos naturais tais como carvão, petróleo e áreas florestadas, fez com que a quanti-

FIGURA 2: Aumento de CO2 desde 1960 (ECODEBATE, 2019) 28


dade de gases, principalmente o CO2, aumentasse exponencialmente até os dias de hoje. (CERRI, 2007, p. 1)

Conforme a população mundial aumenta, o uso dos recursos naturais também sobe. Este aumento, aliado a uma cultura de consumo, gera uma superprodução. Com o mesmo acontecendo e a demanda de recursos naturais sendo retirada sem a devida fiscalização, o aumento dos gases que têm interferência no efeito estufa também é afetado, causando reflexos nas mudanças climáticas, tais como distribuição irregular de chuvas, aumento ou diminuição de temperaturas da atmosfera, elevação do nível do mar, entre outros. (CERRI, 2007, p. 1) Nos dias atuais, enfrentam-se problemas de superpopulações, aliados a uma tendência de aglomeração nas grandes cidades.

FIGURA 3: Estimativa do aumento populacional mundial em bilhões (NAÇÕES UNIDAS, 2019) 29


Considerando os efeitos naturais e antropológicos no ajuste dos dados observados e simulados, a previsão é a de que a temperatura global deverá aumentar entre 1,4ºC e 5,8ºC nos próximos 100 anos, tendo a média de 1990 como referência. Esse cenário, na realidade, complementa os estudos feitos anteriormente pelo próprio IPCC (1997), quando estimulou um incremento na temperatura de 0,05ºC por década. (PINTO, ASSAD e JUNIOR, 2002, p. 34)

Se o aumento de 0,05ºC continuar acontecendo junto com o crescimento populacional, futuros estudos podem correr o risco de atualizar as estimativas de aumento de temperatura para cenários ainda piores, causando problemas mais devastadores. Porém, a raiz do problema não está ligada apenas à retirada sem controle dos recursos naturais, mas também sobre a forma com que a urbanização vem sendo feita. Em 1990, apenas 10% da população mundial vivia em cidades, hoje, essa cifra passa dos 50%. Durante o século XX, a concentração de CO2 (o principal dos gases de efeito estufa) na atmosfera aumentou em cerca de 1/3 se compara ao século anterior. (BRAGA, 2012, p. 2)

2.1.2 Os efeitos do aquecimento na urbanização Roberto Braga (2012) elaborou um relatório alinhando o Estatuto da Cidade com as mudanças climáticas, apontando medidas de como as cidades, seja na sua gestão, na execução de seu traçado urbano ou na elaboração do adensamento da população, devem agir. Ele aponta que:

30

Em termos globais 14% da geração antropogênica de GEE é oriunda da agricultura e 17% do uso do solo e silvicultura. Os quase 70% restantes correspondem a atividades majoritariamente urbanas: energia (26%), indústria (19%), transportes (13%) e construção (8%). Isso faz com que as cidades estejam no foco do processo de mudança climática,


sob duas perspectivas: do impacto das cidades nas mudanças climáticas e do impacto das mudanças climáticas nas cidades. (BRAGA, 2012, p. 2)

Como o autor diz, as cidades são a principal causa de emissão de GEE, e para que a porcentagem de geração antropogênica diminua, são necessárias Transformações na estrutura urbana no sentido de se obter formas urbanas mais sustentáveis (cidades mais compactas e com usos do solo misto), bem como um ambiente construído mais sustentável, com edificações e estruturas ambientais construídas. Orientadas e distribuídas segundo padrões bioclimáticos. (BRAGA, 2012, p. 14)

Entretanto, mesmo as atividades humanas interferindo em peso nas emissões de CO2 na atmosfera e aumento do processo de efeito estufa, causando o aceleramento do aumento da temperatura da terra, há fenômenos climáticos naturais que também interferem neste processo.

Segundo Christy e Spencer (2004), as temperaturas médias globais, obtidas por meio de Microwave Sounding Units (MSU) a bordo de satélites desde 1979, aumentaram quando da ocorrência de eventos El Niño e diminuíram quando da ocorrência dos La Niñas. (MOLION, 2005, p. 2)

31


2.1.3 Os efeitos do aquecimento na agricultura O aumento de CO2 também pode ter interferência na produção agrícola mundial. Além de provocar impacto na economia (em relação a exportação e importação) também causa anomalias que podem prejudicar o rendimento dessas plantações. As práticas agrícolas e as mudanças do uso da terra devido ao desmatamento são as principais fontes de GEE. Aproximadamente 75% do CO2 que o Brasil emite para a atmosfera são derivados de práticas agrícolas e desmatamento. Apenas 25% são derivados da queima de combustíveis fosseis. (CERRI, 2007, p. 2)

FIGURA 4: Emissões em toneladas métricas de carbono. (METEORÓPOLE, 2018) 32


As principais exportações agrícolas, em específico a soja, milho e trigo, serão os mais afetados caso a estimativa de aumento de temperatura em 100 anos feita pelo IPCC for concretizada.

Ainda existem muitas incertezas sobre quando seria a mudança climática até o final deste século. O aumento de CO2 atmosférico parece ser inevitável, pois a queima de combustíveis fósseis não deve diminuir em nível global a curto e médio prazo. (STRECK e ALBERTO, 2006, p. s/p)

2.1.4 Conclusão

Com várias opiniões de especialistas e estudiosos sobre o assunto, entre eles apontando estimativas sobre qual seria o futuro climático da Terra, a certeza, caso a emissão de CO2 continue nos ritmos apontados, é que dentro de 100 anos haverá um aumento significativo da temperatura global, deixando o efeito estufa cada vez mais quente, afetando o desenvolvimento da vida no planeta. Como apontado por BRAGA (2012) e as estimativas dos outros autores, a cidade será o principal ponto de ilhas de calor, deixando as mesmas com dificuldades para viver. Caso as cidades atuais fiquem inutilizadas, devido às altas temperaturas, será necessário pensar em um novo modelo de cidade que considere as demandas climáticas, gerando uma nova forma de cidade contemporânea que atenda às necessidades da população em um planeta com temperaturas que não são compatíveis com a vida cotidiana. (STRECK e ALBERTO, 2006, p. s/p)

33


34


2.2.1 Arquitetura + Ecologia O arquiteto Paolo Soleri foi um dos primeiros, com base nos ensinamentos de Frank Lloyd Wright, a desenvolver uma linha de pensamento, alinhando arquitetura e ecologia, nominando de Arcologia.

Temos então a arquitetura como materialização do ambiente humano e a ecologia como o equilíbrio físico, biológico e psicológico das condições que explicam o local específico e sua participação no todo. (SOLERI, 1969, p. s/p) Na década de 60, idealizou suas ideias no livro Arcologia: A Cidade à Imagem do Homem, no qual discorre sobre a importância das paisagens urbanas arcológicas e como seria se a sociedade migrasse para as mesmas, explicando a notoriedade de suas megaestruturas sobre a relação do homem com a natureza.

A comparação que o autor faz com os navios transatlânticos baseia-se no fato dos mesmos apresentarem as características de cidades flutuantes, tendo todos os serviços e recursos necessários para uma população viver. Suas megaestruturas partem do ponto de serem autossustentáveis, produzindo sua própria energia, reciclando seu lixo, trazendo um modo de vida entrelaçado com a natureza ao seu redor.

FIGURA 5: Esquema mostrando o que Soleri chama de “O erro automobilístico e o pesadelo asfaltado’’ em comparação com uma arcologia. (THE LIBRARY) 35


Os meios de transportes automobilísticos são criticados pelo arquiteto, que mostra, através de um esquema feito à mão, o espaço que cada meio ocupa dentro da cidade. Em suas arcologias, o transporte a pé é priorizado, dando valor exclusivo ao pedestre, sendo o único que predomina, no qual também podem ser implantados espaços para bicicletas. Soleri parte de grandes metrópoles como Londres, Chicago, Paris, Nova York, Tóquio e Cidade do México, aplicando exemplos sobre o quanto de espaço suas arcologias ocupariam para alojar a mesma densidade de pessoas de pontos específicos das cidades escolhidas. Nestes exemplos, o autor enfatiza que sua arcologia pode ser implantada tanto em cidades existentes, como em grandes vazios.

Os esquemas foram idealizados da seguinte maneira: Se a densidade da população do círculo maior fosse colocada nas megaestruturas da arcologia, ocuparia o espaço do círculo menor, desocupando mais áreas que podem ser utilizadas como espaços verdes, não necessitando de uma malha de ruas, trazendo a circulação do pedestre como principal meio de locomoção. (SOLERI, 1969)

FIGURA 6: Londres + Babelnoah (THE LIBRARY) 36


FIGURA 7: Nova York + Hexaedron (THE LIBRARY))

FIGURA 8: Paris + Babel Canyon (THE LIBRARY) 37


Uma das características das megaestruturas arcológicas é que elas podem ser implantadas em qualquer topografia ou situação que o solo se encontrar, pois as mesmas são constituídas por níveis, cada qual com sua função, onde são projetadas juntamente com orientação solar e dos ventos, onde o uso de ar condicionado é, teoricamente, desnecessário (dependendo de qual país do mundo estiver). A energia solar é captada pela megaestrutura e distribuída por todo o complexo. Soleri trabalha, no livro, com trinta exemplos de arcologias, nos quais os diferentes terrenos, solos e climas suportam exemplos variados de megaestruturas, sejam elas lineares, suspensas, flutuantes, com diferentes densidades. No contexto deste trabalho, destaca-se o Hexaedron.

2.2.2 Hexaedron

FIGURA 9: Vista Hexaedron (THE LIBRARY)

38

Dados populacionais e densidade: População: 170.000 Densidade: 2.964 / hectare Altura: 1 km Superfície coberta: 57 hectares

1.200 acre Pé 3.281 140 acres


A forma de Hexaedron, de acordo com Soleri, foi concebida através da geometria elementar, no qual sua forma com 6 lados configura uma cidade suspensa no formato de dois triângulos, sustentados por 6 megapilares, que além de terem sua função estrutural, também funcionam como a forma de entrada e saída à megaestrutura. O triangulo do topo é caracterizado por toda a parte residencial. Já no triangulo inferior ficam todos os espaços caracterizados como públicos (centro cultural, área de convívio, centro da cidade, jardins) e também de trabalho. O subsolo (fora dos triângulos) é caracterizado pela presença de uma indústria automatizada, que recebe toda parte de esgoto, tratamento de água e reciclagem. A megaestrutura Hexaedron pode ser aplicada em qualquer topografia, liberando totalmente o térreo para usos agrícolas ou grandes parques, formando jardins à sua volta ou um cinturão agrícola. Caso esteja em terrenos com tendência a inundação, pelo fato da cidade ser autossuficiente, as águas não causariam interferência.

FIGURA 10: Planta Hexaedron (THE LIBRARY)) 39


FIGURA 11: Lateral Hexaedron (THE LIBRARY))

40


2.2.3 Babel 2D

FIGURA 12: Corte Babel 2D (THE LIBRARY))

Dados populacionais e densidade: População: 550.000 Densidade: 842 / hectare Altura: 1.950 metros Diâmetro: 3.000 metros Superfície coberta:

630 hectares

341 acres Pé 3,281 Pé 9,843

1555 acres

41


A Torre de Babel 2D possui quase dois quilômetros de altura. Caracterizada por fazer referência à Torre de Babel1, ela foi pensada para uma população de 550 mil habitantes. O conocilindro da estrutura da torre, com cerca de 1.500 metros de altura e quase 1 km de diâmetro, é envolvido por uma membrana dupla, uma estrutura de cabos subdividida em volumes modulares onde as casas seriam fabricadas. (SOLERI, 1969, p. s/p) Em comparação com Hexaedron, sua organização é parecida. Porém, por se tratar de uma população três vezes maior, pode ser classificada como uma pequena metrópole.

FIGURA 13: Corte Babel 2D (THE LIBRARY))

Ao analisarmos o corte (Figura 9) podemos ver a forma estrutural central, onde também se encontra um grande vazio. Se classificarmos como anéis de um tronco de árvore, no primeiro (que se encontra colado no grande vazio) localizam-se escritórios, empresas e alguns espaços públicos. No segundo anel, comércio fechado, comércio aberto e mais espaços públicos são configurados do meio da torre para as extremidades. A parte residencial se encontra no topo da torre. 1 A Torre de Babel foi um mito bíblico que dizia que os descendentes de Noé construíram uma torre, que tinha como objetivo alcançar o céu. 42


Na base do cilindro, na parte superior, encontra-se um grande parque público, funcionando com um integrador da torre e sua base de apoio. Na parte inferior, encontram-se o centro da cidade e laboratórios de pesquisa. No subsolo, encontram-se armazenamentos de veículos de transporte individual, indústria automatizada, estação de tratamento de água e esgoto. A eletricidade é advinda da energia solar e também de estações de energia características da região que se encontra, como hidrelétricas. Apesar de valorizar o pedestre, Soleri leva em consideração o armazenamento de carros que viriam do fluxo de outras cidades.

FIGURA 14: Vista Lateral Babel 2D (THE LIBRARY)) 43


2.2.4 Babel 2B

FIGURA 15: Vista Babel 2B (THE LIBRARY))

Dados populacionais e densidade: População: 520.000 Densidade: 662 / hectare Altura: 1.000 metros Diâmetro: 3.160 metros Superfície coberta:

44

778 hectares

268 acres Pé 3,281 Pé 10,367

1.920 acres


A Torre de Babel 2B foi projetada para terrenos planos, no qual seu 1 km de altura é sustentado por uma superestrutura central (semelhante à Babel 2D) e quase 2 km de diâmetro. Além do eixo central servir como eixo estrutural, também é destinado à circulação vertical, dando acesso a jardins, áreas de convivência e áreas comerciais. No meio, encontram-se escritórios e empresas. Logo em seguida, na periferia, as residências se encontram com vista para fora da torre. No chão, há um sistema de parques, jardins e playgrounds. No nível do solo, desenvolve o mundo automatizado de produção e manutenção, com condições ambientais ditadas pela funcionalidade de cada divisão da fábrica. Para uma estrutura desse tamanho e organização estrutural, a simetria ao longo do eixo vertical é obrigatória. O centro de gravidade de todo o sistema está localizado exatamente no eixo de simetria. (SOLERI, 1969, p. s/p)

FIGURA 16: Corte Babel 2B (THE LIBRARY)) 45


46


2..3.1 O Manifesto Em maio de 1961, os jovens Peter Cook (1936) e David Greene (1937) colocavam em circulação um panfleto de duas folhas chamado Archigram: a fusão entre as palavras arquitetura e telegrama. O objetivo era salvar do esquecimento alguns poemas e meia dúzia de projetos estudantis que, de outro modo, não teriam a mínima possibilidade de publicação nos veículos arquitetônicos estabelecidos em Londres, tais como The Architectural Review ou Architectural Design. Em 1962 a publicação passou a contar com a colaboração efetiva de Warren Chalk (1927-1987), Ron Herron (1930-1994), Dennis Crompton (1935) e Michael Webb (1937), convertendo-se em veículo de exposição e debate dos projetos e temas em torno aos quais articulou-se o grupo Archigram, desde então composto por esses seis arquitetos. (CABRAL, 2004, p. 248)

FIGURA 17: Colagem Archigram (DEZEEN, 2019) 47


O Archigram está inserido em um período pós-guerra, onde a Europa ainda se encontrava em reconstrução e novo planejamento urbano. A Segunda Guerra Mundial fez com que vários manifestos, vanguardas e movimentos artísticos fossem praticamente deixados de lado, entre os quais o Archigram foi um dos pioneiros a se voltar para os debates de vanguardas futuristas, funcionalismo, arquitetura e tecnologia. Apesar das críticas, por serem ideias totalmente fora da realidade construtiva, suas megaestruturas, mesmo não tendo sido de fato construídas, influenciaram vários arquitetos. Cada projeto proposto foi publicado em uma série de nove edições, onde através de desenhos, croquis e esquemas de colagem, elaboraram algumas cidades, dentre elas, The Plug-in City, Instant City e Walking City.

2.3.2 A Cidade Plug-in

A megaestrutura representou uma volta à arquitetura, em que o problema da organização funcional da cidade podia ser examinado como uma questão formal, e ser discutido menos nos termos abstratos do planejamento urbano que através da relação concreta entre as distintas escalas da cidade, ou seja, na tensão entre partes constituintes e todo urbano, entre elemento e estrutura. (CABRAL, 2003, p. 52)

Como o fordismo retornou em pleno vapor após a segunda guerra, Peter Cook também foi influenciado pelos ideais de Henry Ford. É evidente neste ponto que o Archigram foi fortemente inspirado pela introdução da produção em massa na sociedade e identificou essa atitude como saudável, positiva e produtiva. (TSIGKOUNI, 2012-2013, p. 5) A Cidade Plug-in é o maior exemplo, pois sua megaestrutura é a base para milhares de moradias pré-fabricadas que são feitas de acordo com o crescimento da população.

48


Plug-in City foi um projeto desenvolvido entre 1964 e 1966 por Peter Cook, com base nas discussões que alimentavam o grupo no momento: a cultura do consumo vista pelo ciclo obsolescência e substituição, a pressão das novas tecnologias sobre as estruturas urbanas que se traduz nas metáforas de máxima exposição e máxima conexão, a tensão entre a flexibilidade ou a variabilidade das partes e a consistência geral do conjunto. (CABRAL, 2003, p. 54)

FIGURA 18: Cidade Plug-in (ARCHDAILY, 2014)

Seu princípio de ‘’forma’’ liga-se à relação dinâmica entre as partes e o todo, no qual um conjunto de componentes desordenados é conectado a uma estrutura coerente, conferindo-lhe seu significado total. (KAMIMURA, 2011, p. 183)

Em comparação às arcologias de Soleri, considerando que cada uma foi proposta para tipos de topografias e climas diferentes, a Cidade Plug-in pode ser aplicada em qualquer terreno, porém somente em países que tenham a tecnologia necessária para sua fabricação. A circulação vertical também está presente, porém inclinada em sua estrutura espacial em 45º (Figura 19). Na circulação vertical das torres, os elevadores eram classificados de acordo com seu transporte, seja de civis, seja de carga ou serviços. 49


FIGURA 19: Cidade Plug-in (ARCHDAILY, 2014)

50


FIGURA 20: Publicação original da Cidade Plug-in (THE ARCHIGRAM ARCHIVAL PROJECT, 2010)

Uma rede de transporte ferroviária entra na cidade, onde pessoas e cargas são transportadas, também interligada com um canal de água, que era de fundamental importância para o abastecimento. No caso dos exemplos propostos por Cook, também funcionava como ligação com a Europa. Para que a dependência de automóveis seja retirada, essa mesma rede conecta todas as outras Cidades Plug-in e também as tradicionais. O transporte também inclui helipontos. Cook fez um esquema sobre como seria essa rede ao longo do Reino Unido (Figura 21).

51


FIGURA 21: Todas as Cidades Plug-in no Reino Unido (ARCHDAILY, 2014)

Em comparação ao número de cidades que compõem o Reino Unido, se caso decidissem substituir as cidades tradicionais por Cidades Plug-in, o número seria menor do que se imagina, pois cada cidade administraria uma região municipal maior do que uma cidade tradicional. Ainda atrelada à rede de água, localizam-se as torres mais altas que concentram a maior densidade, variando o tamanho de acordo com a demanda. Além de residências, era destinado a escritórios e hotéis. Porém, ao longo de sua ramificação, as residências pré-fabricadas eram colocadas de acordo com a necessidade de cada pessoa ou família. Tudo tinha prazo de validade, e assim, quando era preciso trocar ou colocar em outro eixo de estrutura, bastava apenas ‘’plugar’’ ou ‘’desplugar’’. Quanto mais tempo o elemento é durável, mais perto ele fica da base. Porém, quanto menos duradouro é seu prazo de validade, ficava no topo ou na periferia.

52


FIGURA 22: Esquema de organização Plug-in (ARCHDAILY, 2014)

Os espaços públicos, rede de pedestres e equipamentos públicos ocupam o espaço classificado como intermediário (no meio) onde ele se conecta com as habitações, comércios na parte superior e também com a linha férrea que se encontra na base (embaixo).

FIGURA 23: Torres com diferentes tamanhos de acordo com seu uso e demanda. (ARCHDAILY, 2014)

53


54


2.4.1 Japão na década de 1960 Nos anos 60, o Japão, além de estar dentro do Círculo de Fogo com sua constante série de terremotos, vulcões ativos e ameaças de tsunami, localizar-se em uma região de formação de furacões, ter sofrido o dano de duas bombas nucleares e estragos pela invasão norte-americana durante a segunda guerra mundial, também estava no processo de reconstrução, investimentos em tecnologia, industrialização e urbanização.

Devido aos problemas naturais do Arquipélago Japonês, praticamente não havia mais espaço para a expansão urbana. Com o rompimento do CIAM4, um novo manifesto surgia, deixando de lado a discussão de edificações individuais, iniciando planejamento de modos de vida coletivos, trazendo uma nova ideologia urbana.

2.4.2 O Manifesto

O movimento metabolista, com seus aspectos urbanos e arquitetônicos radicais e esquemas visionários, chamou a atenção de uma comunidade internacional de arquitetura para o Japão entre 1960 e 1970. Visto de uma perspectiva contemporânea, o principal movimento. A preocupação era a resiliência cultural como uma noção de identidade nacional. (SCHALK, 2014, p. 279)

Os arquitetos membros publicaram, na Conferência Mundial de Design em Tóquio de 1960, o manifesto intitulado Metabolismo: As propostas para um novo Urbanismo. 4 Os CIAM – Congresso Internacional de Arquitetura Moderna, foi fundado em 1928 por um grupo de arquitetos organizados por Le Corbusier, onde através de vários encontros antes e após a Segunda Guerra Mundial, tinham o objetivo de discutir a habitação, design e urbanismo ideal. 55


FIGURA 24: Diagrama Metabolista Japonês (BUNTROCK, 2013, p.260) Os membros iniciais incluíram os arquitetos Kiyonori Kikutake, Masato Otaka, Fumihiko Maki, Noriaki Kurakawa, o crítico de arquitetura Noboru Kawazoe, o designer industrial Ekuan Kenji e o designer gráfico Kiyoshi Awazu. Embora eles nunca se tornaram membros formais do metabolismo, Kenzo Tange e Arata Isozaki também foram ativamente envolvidos no movimento. (LIN, p. 871-872)

56

O conceito fundamental que articula todo o grupo, era a ideia de que a cidade era um processo orgânico em vez de uma entidade estatística. A cidade devia ser capaz de um crescimento contínuo e de se renovar, um processo tão importante como o metabolismo natural de um organismo. Separando claramente as partes de um edifício ou da cidade com diferentes ritmos de mudança, é possível criar uma cidade tão flexível, de modo que certas estruturas permaneçam imutáveis enquanto outras se desgastam, isto é, crescem, transformam-se e morrem, podendo depois ser regeneradas. KUROKAWA apud NOVAIS (2012, p. 56)


Estes projetos foram severamente críticos dos princípios da Carta de Atenas para controlar o design da cidade moderna, e colocam uma ênfase fundamental nas questões de a terra artificial, as infraestruturas básicas (como circulação e transporte) e soluções de alojamento em massa. (PERNICE, 2014, p. 762)

Dentre as ideias propostas, destaca-se a Cidade Helicoidal de Kisho Kurokawa, pela forma orgânica nela aplicada e por analogia à Cidade Plug-in (Figura 25); Cidade sobre o ar de Arata Isozaki, por resolver uma expansão por uma forma de elevação (Figura 27) e Cidade Marinha por Kiyonori Kikutake (1959), por demostrar uma cidade independente de qualquer país, podendo flutuar pelo oceano sem interferência externa (Figura 28).

2.4.3 Cidade Helicoidal

FIGURA 25: Cidade Helicoidal por Kisho Kurokawa (PINTEREST) 57


A Cidade Helicoidal foi proposta para ser uma expansão flutuante de Tóquio,

que consiste em duas megaestruturas no formato de DNA, a partir das quais cresceriam duas hélices, cada uma de acordo com o aumento populacional. As unidades habitacionais pré-fabricadas poderiam ser substituídas ou colocadas de acordo com a necessidade. (NOVAIS, 2012, p. 72) Nesta proposta, o fim da expansão da mesma não é definido, deixando-a sem forma final.

2.4.4 Cidade sobre o Ar Os metabolistas tiveram influência de Le Corbusier, que através dos encontros do CIAM, tiveram contato com seu trabalho. A Cidade sobre o Ar reflete claramente sobre a referência do arquiteto francês. Corbusier propôs uma nova reconstrução, em 1925 para o centro de Paris, denominado como “Plano Voisin’’, que consistia na demolição de alguns edifícios e a construção de torres com adensamento concentrado.

FIGURA 26: Plano Voisin por Le Corbusier 1925 (ARCHDAILY) 58


Arata Isozaki propôs torres que se encontravam no meio de uma pré-existên-

cia, onde estruturas elevavam as cápsulas residenciais do solo, ocupando o espaço acima das construções que ali já estavam presentes e assim crescendo como se fosse uma árvore. Através disso, pouco espaço de intervenção seria retirado. As cápsulas residenciais poderiam ser colocadas ou retiradas conforme a necessidade, e o crescimento das torres variava de acordo com o crescimento da população.

FIGURA 27: Cidade sobre o Ar por Arata Isozaki (ARCHDAILY)

FIGURA 28: Cidade sobre o Ar (ARCHDAILY) 59


2.4.5 Cidade Marinha

A cidade, à semelhança de um organismo vivo, é composta por elementos que mudam e elementos que persistem: enquanto as células se renovam, o corpo em si permanece estável. Um organismo é assim visto como uma estrutura equilibrada composta pela disposição ordenada das células, que mantêm um processo de metabolismo constante ao longo da sua vida. Este esquema era aplicado à escala da cidade, através da introdução do conceito de ciclos de mudança, ou seja, por meio da distinção de elementos de diferentes durações no espaço urbano. (NOVAIS, 2012, p. 76)

FIGURA 29: Cidade Marinha por Kiyonori Kikutake (ARCHEYES, 2016)

Kiyonori Kikutake propôs a cidade que mais teve repercussão internacional após o rompimento do CIAM. Para ele, o céu e o mar eram os terrenos que deveriam ser mais explorados. Através da Cidade Marinha, ele criou uma cidade independente da terra, que navegaria pelo mar e afundaria – se ou quando quisesse.

Devido aos problemas naturais que o território japonês apresenta, Kikutake projetou a Cidade Marinha para ser a prova de terremotos e tsunamis, formando uma base que sustenta as rotas encima e embaixo. Debaixo do mar, as torres possuem sua base que funcionam como uma ‘’fundação’’ que tem como função fazer a cidade flutuar sobre o mar. Além disso, elas também funcionariam para aquicultura.

60


As torres, com até 300 metros de altura, sustentariam cápsulas residenciais pré-fabricadas que poderiam ser substituídas ou retiradas conforme o crescimento da população. O modelo da Cidade Marinha intencionalmente mostrou um aglomerado de comunidades em diferentes estágios de crescimento. Por outro lado, as células vivas individuais ligadas às torres conduzia um processo de auto-renovação: novas células seriam adicionadas; os velhos podem morrer; e quando as células se tornassem obsoletas, elas seriam substituídas. (LIN, p. 873)

Quando a mesma atingir seu limite, outra torre é formada. Caso o limite de torres que a base suporta chegar ao limite, outra base é construída, tornando assim o tamanho da cidade sem um limite para terminar. Com isso, a ideia de crescimento relacionado às células humanas, traz a ideia metabolista de crescimento orgânico. Espaços públicos, comerciais e de serviço se encontram na base.

FIGURA 30: Cidade Marinha por Kiyonori Kikutake (ARCHEYES, 2016) 61


62


2.5.1 Thomas More - Utopia No início do século XVI, em 1516, o filósofo Thomas More escreveu o livro denominado Utopia e, através de sua obra, criticou o reinado de Henrique VIII, o final de um feudalismo decadente e o início de um regime burguês. More fez uma analogia com a ilha do Reino Unido, deixando clara sua crítica. Como sua visão é baseada nos valores da época, como patriarcado, escravidão e hierarquias, não se pode considerar o livro de forma literal. Porém, sua ideia central de uma sociedade igualitária foi a base para que Karl Marx escrevesse o Manifesto Comunista. A ilha de Utopia era composta por um formato de meia lua, onde a cidade de Amaurota se encontrava no meio.

FIGURA 31: Ilha de Utopia (JUSBRASIL, 2020) 63


2.5.2 Política Na ilha de Utopia, a democracia é considerada indireta, devido à ausência das

mulheres que não tinham posições sociais igualitárias, que eram rebaixadas a serviços domésticos, uma vez que. a realidade daquela época, o século XVII, ainda persistiu na obra de More. Os chefes de família elegiam seus governantes através de uma assembleia geral (ideia que teve como influência as praças da Grécia Antiga), dentre eles o principal, que tinha o título de Príncipe. O principado é vitalício, a menos que recaia sobre o príncipe a suspeita à tirania. Os traníboras são nomeados todos os anos, mas só por graves motivos eles eram mudados. Os outros magistrados eram renovados anualmente. (MORE, 1516, p. 85)

2.5.3 Propriedade Privada Não existia propriedade privada em Utopia. Os habitantes da Utopia aplicam aqui o princípio da pose comum. Para abolir a ideia de propriedade individual e absoluta, trocam de casa todos os dez anos e tiram a sorte da que lhes deve caber na partilha. (MORE, 1516, p. 83) O trabalho era obrigatório para todos, com jornada diária de 6 horas. Na época, o trabalho infantil não era visto como proibido, portanto as crianças aprendiam desde cedo o trabalho na agricultura e assim que atingissem forças, independentemente da idade, já eram obrigadas a trabalhar.

2.5.4 Cidade-Estado

A ilha não tem muitas relações políticas com os outros países, pois sua chegada pelo mar só é conhecida pelos utopianos, que devido a grandes pedras nas suas margens, somente é conhecida pelos moradores da ilha. Devido a isso, Utopia possui suas próprias leis, sendo fáceis de qualquer cidadão memorizar. Caso fossem descumpridas, podem levar de escravidão a pena de morte.

64


Eles não possuem exército, mas sim um treinamento militar caso haja invasão. Entre os utopianos, o pagamento de qualquer coisa era o trabalho, portanto o ouro não tinha valor algum, Mas caso a ilha entrasse em guerra com outro país, o ouro era usado para financiar exércitos estrangeiros, para evitar danos territoriais e mortes de seu próprio povo.

2.5.5 Analogia com a futura Megaestrutura Não existe cidade perfeita, pois as mesmas refletem o estilo de vida da humanidade, que está longe da perfeição. A obra de More, como dito anteriormente, foi uma das bases para que o Manifesto Comunista fosse escrito, o qual influenciou várias tentativas, por inúmeros países, de chegar a uma sociedade igualitária. Porém nenhuma conseguiu êxito, devido à persistência do Capitalismo, tendo a Guerra Fria como maior exemplo da história.

A megaestrutura deve ter suas próprias leis e governantes sem interferência externa, para que a mesma possa ser administrada pelos próprios habitantes através de um sistema democrático. Diferente de More, qualquer cidadão, independente do gênero, possuirá direitos iguais, incluindo acesso à educação, saúde, serviços básicos, cultura e lazer. Se de acordo com Pietro Ubaldi, ‘’O próximo grande salto evolutivo da humanidade será a descoberta de que cooperar é melhor que competir’’, é a peça chave para que uma sociedade possa conviver em uma megaestrutura, deixando de lado conceitos materiais e se transformando em cidadãos dignos de uma cidade futura.

65


66


A economia é um dos fatores essenciais para que qualquer cidade gere vida para seus habitantes, pois através dela é que o trabalho é gerado. Por outro lado, num modelo de economia global, o preço é dito pela Lei de Oferta e Procura. Deste modo, para se implantar uma economia pautada pela erradicação da desigualdade social, um nosso sistema deve ser implantado. Dentre os modelos propostos, destaca-se:

2.6.1 Economia Criativa

A Economia Criativa é definida com foco nas dinâmicas culturais, sociais e econômicas, construídas a partir do ciclo de criação, produção, distribuição/circulação/difusão e consumo/fruição de bens e serviços oriundos dos setores criativos, caracterizados pela prevalência de sua dimensão simbólica. (SILVA, 2019, p. 164)

Para que a Economia Criativa seja eficaz, o incentivo do poder municipal deve acontecer desde as bases da educação infantil. Tudo que é novo, comparado ao modelo econômico atual, pode assustar de começo, mas se é incentivado desde cedo, quando se chega na idade para trabalhar, se torna algo comum. Com isso, o objetivo é alcançado. Seu principal objetivo é alcançar o ápice da Cultura entre os habitantes, pois é através disso que ideias surgem, movendo novos produtos que giram a economia. Uma Economia vinda da criatividade incentiva o investimento em cultura e eleva a qualidade de vida dos moradores da cidade. (SILVA, 2019, p. 160-161) Aplicando-se este conceito, é possível incentivar a implantação de uma Ecologia Criativa na proposta deste TFG.

67


2.6.2 Economia Criativa O objetivo da Economia Circular é diminuir a extração de recursos naturais

como matéria prima, gerando um ciclo composto pelo planejamento do produto, a produção do mesmo, consumo, reuso e depois reciclagem. O lixo originado por uma cultura consumista provoca grande impacto ambiental com os famosos lixões, porém, se um sistema de reutilização alinhado com um sistema econômico é implantado, o impacto ambiental é diminuído fortemente.

2.6.3 Circuito Curto

O sistema de compras deve ser feito através da escala local. Ao invés de comprar um produto que vem do outro lado do mundo, é mais fácil, prático e benéfico que se compre pelo produtor que se encontra a rápido alcance, gerando renda para o mesmo e movimentando uma Economia de Circuito Curto, dando valor à agricultura familiar e à indústria criativa.

68


...

69


70


71


Os estudos ambientais foram os primórdios para a justificativa de uma nova proposta, pois devido a estimativa do aumento da temperatura, apontando efeitos do aquecimento global na urbanização e agricultura, uma nova proposta, vinculado a sua forma, deve estar relacionada para uma solução que dê fim as ilhas de calor.

A Arcologia transmitiu o conceito fundamental para união entre arquitetura e ecologia, atrelando propostas megaestruturais, que podem ser uma solução para os futuros problemas que o aumento climático pode causar. O Archigram, mesmo tendo proposto cidades, que no ponto de vista de alguns críticos ser inviável, foi um manifesto importante para elaboração de outros projetos, sejam eles urbanos ou arquitetônicos, atrelando novas formas de morar com a forma que a cidade possui. O Metabolismo Japonês, trouxe a visão que o oriente tinha sobre as novas formas de urbanização pós-segunda guerra mundial, trazendo o conceito de crescimento urbano atrelado ao crescimento celular. A industrialização também foi um fator importante para o novo conceito de moradia, fazendo com que a pré-fabricação torne mais rápida a construção de uma megaestrutura. A Utopia de Thomas More, mesmo sendo uma visão do século XVI, foi uma das primeiras obras que geraram outros trabalhos sobre o pensamento de uma sociedade ideal, ou o Homem perfeito. Se a cidade reflete o estilo de vida de sua população, um novo estilo deve estar atrelado com a nova proposta.

Novas formas de economia devem andar junto com uma nova forma de cidade, deixando a mesma livre de regras do mercado internacional. Com base na importância que cada manifesto trouxe e as estimativas do estudo climático, os elementos condicionantes da proposta, foram pensados para a elaboração de uma nova megaestrutura que, através de formas geométricas, traz grandes áreas verdes, moradias pré-fabricadas, espaços comerciais, culturais e institucionais. 72


3.1 Conceito 3.1.1 Teoria das Cordas do Universo Dentre os acadêmicos da física moderna, a Teoria das Cordas do Universo une os estudos da Relatividade Geral de Albert Einstein e os fundamentos da Mecânica Quântica, no qual, tudo que existe no universo é resultado de diferentes formas de vibração que a matéria oscila. De acordo com a teoria, as ondas são as menores partículas que compõem a matéria, sendo menor que o cumprimento de Planck1. A teoria é discutida desde a década de 1960, sendo um modelo matemático complexo, tendo acréscimos ao longo dos anos para melhor compreensão do comportamento e formação da natureza.

FIGURA 32: O Caminho das partículas até as Cordas (MUNDO EDUCAÇÃO)

5 A teoria do cumprimento de Planck foi nominada em homenagem ao físico Max Planck, que dedicou sua a vida no estudo da constante usada para indicar a frequência da energia que é emitida por radiações eletromagnéticas, representadas pelo quantum. 73


3.1.2 A Lei Universal do 3, 6 e 9 Nikola Tesla, um dos maiores físicos do século XX, acreditava que tudo no universo era regido pela matemática dos números 3, 6 e 9, no qual através deles, 1 + 2 sempre será 3, e isso não muda. O padrão do sistema binário é dominado pela natureza, no qual é formado pela matemática do Vortéx, sendo um padrão que se repete: 1, 2, 4, 8, 7 e 5. Os números 3, 6 e 9 não estão contidos neste padrão. O físico Marko Rodin, através de seus estudos, acreditava que estes números representam um vetor da terceira e quarta dimensão, chamado de campo de fluxo, onde o mesmo seria a chave para a energia livre, algo que Tesla, sem dúvida alguma, deixou marcado em seu trabalho.

FIGURA 33: O Caminho da matemática do Vortéx (PODER DO EU SUPERIOR, 2017) 74


3.2 Partido 3.2.1 Geometria Sagrada Acredita-se que todo o universo é formado por um padrão geométrico denominado Geometria Sagrada. Todo o cosmos, incluindo suas leis, fenomenos, formas, do menor átomo até os maiores aglomerados de galáxias, seguem um plano geométrico específico, onde até mesmo os padrões de evolução e formação de todos os formatos de vida orgânica são regidos.

3.2.2 O Cubo de Metatron

O Cubo de Metatron é o nome de uma figura geométrica 2D feita de linhas retas, que representam o masculino, e linhas curvas, representando o feminino, onde atrás da união das duas, formam o equilíbrio do universo. O Cubo é formado por treze circulos identicos, que possuem linhas retas que são interligadas entre os centros de cada circunferência. O circulo central possui outros seis circulos em toda sua volta, de forma hexagonal, onde na volta das mesmas também possuem outros seis circulos interligados com as mesmas linhas que interligam o centro das mesmas.

FIGURA 34: O Cubo de Metatron (PODER DO EU SUPERIOR, 2018) 75


3.2.3 A Flor da Vida A Flor da Vida é um dos mais importantes simbolos da geometria sagrada. A mesma tem partilha 2D com o Cubo de Metatron, sendo formada por treze circulos. Se cada centro de cada um dos treze circulos for conectado por uma linha, e cada linha for conectada no centro de outro circulo proximo, serão criadas setenta e oito linhas. Acredita-se que esse padrão de circulos rege todas as normas de vida.

FIGURA 35: A Flor da Vida (AMINO, 2019)

3.2.4 Os sólidos platónicos A partir do Cubo de Metatron, são delineados os cinco sólidos platónicos, sendo eles o Tetraedro, Cubo, Octaedro, Dodecaedro e o Icosaedro. Através dos sólidos, se geram todas as formas existentes, e com isso, o mesmo se torna a forma universal do espaço-tempo, gerando a interconeção do universo. 76


3.3 A Localidade Escolhida

FIGURA 36: Localidade escolhida (AUTORIA PRÓPRIA)

77


A Floresta Amazônica é uma das bacias de maior importância para o clima mundial, onde sofre constantemente com desmatamento e queimadas ilegais. Para servir como exemplo deste trabalho, uma área próxima da cidade de Manaus, capital do Estado do Amazonas, foi escolhida para a implantação da megaestrutura, no qual o seu entorno também será de exemplo para seu propósito.

3.4 Implantação e Restauração

A área escolhida, funcionando como expansão da capital amazonense, está cada vez mais sendo desmatada para a construção de loteamentos, chácaras e plantações. Quanto mais as reservas naturais são retiradas para fins urbanos, pecuários ou agrícolas, maior é o índice do aumento de temperatura global, interferindo até no índice pluviométrico. Como especificado no quadro de referência (pagina x), os índices de temperatura global podem subir até 5ºgraus em decorrência do aquecimento global. Para que o quadro climático global possa se reverter, as cidades devem adotar o modelo urbano megaestrutural para liberar maiores áreas a serem reflorestadas. Exemplo:

FIGURA 37: Área na atualizade (Google Earth) 78


FIGURA 38: Área pós implantação da Megaestrutura (AUTORIA PRÓPRIA)

O mercado possui uma grande demanda de produtos vindos da pecuária e agropecuária, que levam ao desmatamento para a expansão dos mesmos. Se esta demanda deixar de existir, o desmatamento também irá parar. Com isso, todas as áreas desmatadas podem ser reflorestadas, deixando apenas algumas áreas para a extração de madeira reflorestada.

Em questões urbanas, com o aumento da população, as cidades também precisam crescer, porém, sem continuar a desmatar para lotear. A questão pode ser resolvida retirando a cidade do solo e elevando ela para o céu, no qual se limpa grande parte dos tecidos urbanos (deixando apenas alguns trechos para que não se perca o registro histórico), reflorestando e deixando a natureza recuperar o clima da Terra. A Localidade pode ser em qualquer lugar do planeta, seja em terra, seja em mar, pela Megaestrutura ter a capacidade de flutuar.

79


3.5 A Megaestrutura 3.5.1 A forma

FIGURA 39: Tetraedro Duplo (DEPOSITPHOTOS)

A forma geométrica que compoe a cidade é baseada na união de dois tetraedros, formando um tetraedro duplo. Conforme o conceito geométrico sagrado do Cubo de Metatron, a escolha por uma forma harmoniosa se deu pelas linhas do tetraedro duplo, que juntas podem formar um caminho energético necessário para a geração de um Campo de Força, que ditará as regras físicas e clímaticas da Megaestrutura.

80


3.5.2 Campos de Força

FIGURA 40: Campo de Força do Habitat (AUTORIA PRÓPRIA)

Para que a Megaestrutura possa flutuar, um campo de força, através de um sistema de onda e frequência, flui pelas piramides gravitacionais. Essas pirâmides, com base na Torre de Wandenclyffe projetada por Nikola Tesla, possuem a tecnologia para retirar energia elétrica pelo ar.

Conforme mostra a Megaestrutura na figura 38 (pagina anterior), cada conjunto de pirâmides, organizada em basamento do Cubo de Metatron, possui sua função: As seis pirâmides que se encontram dentro da megaestrutura (de cima e de baixo) são responsáveis pela energia elétrica que a Megaestrutura consome.

81


As seis pirâmides formam uma conecção com outras três que flutuam ao redor da megaestrutura. As flutuantes possuem formato de losângulo, para que a energia do campo seja atraida pelo ponto superior e saia no inferior. Juntando o campo de força das nove pirâmides unidas, é formado um Habitat. O mesmo possui as funções de: • Controlar a temperatura, para que sua população e plantações possam se desenvolver sem as altas temperaturas causadas pelo desastre ambiental, além de insetos necessários para o desenvolvimento das plantas; • Controlar o indice de umidade, para que através de um sistema com o auxílio de tecnologia necessária, captar água para a megaestrutura através do índice de umidade do vento;

• Controlar a velocidade dos ventos, pois devido às altas atitudes que a megaestrutura se encontra flutuando, é necessário o controle para que seja seguro à população circular em áreas públicas abertas sem o perigo de ser levada pela velocidade do mesmo.

Logo adiante, outros seis losângulos, que são conectados com os losângulos e pirâmides do Habitat e energia elétrica, possuem a função de fazer a Megaestrutura flutuar. Em decorrência da história da humanidade estar ligada ao Lugar, a Cidade Megaestrutural apenas flutua, mas não se desloca para outros locais, justamente para que a indentidade, história e ligação de determinada população não se perca, levando a humanidade ao retorno da vida nômade. Todos os losângulos e pirâmides têm ligação com duas grandes pirâmides localizadas no centro: uma invertida, apontada para a terra e outra apontada para o céu. Ambos os campos de força, seja do Habitat ou o Gravitacional, passam suas ondas pelas grandes pirâmides, girando, semelhante ao sistema do campo magnético da Terra. 82


FIGURA 41: Campo de Forรงa Gravitacional (AUTORIA PRร PRIA)

83


3.5.3 Entrada e SaĂ­da

84


Como a megaestrutura flutua, o único jeito de entrar ou sair é por espaçonaves, que fazem o papel de todo o transporte público inter-megaestrutural e para o chão. Ao sair das espaçonaves, as pessoas entram pela pirâmide central, onde qualquer um dos três lados possui acesso à cidade. Ao entrar em qualquer um dos três, as pessoas terão acesso a troca, venda e serviços de escala regional. O acesso aos outros pavimentos se dá pelas pontas estruturais, onde se encontra a circulação vertical. Nas extremidades de cada setor, encontram-se as estações de tratamento de esgosto e também reciclagem. LEGENDA

Energia Elétrica Reciclagem

Tratamento de Esgoto

Troca e venda regional Serviços

Cultivo do corpo Parque

Espelho d'água

Circulação horizontal

Circulação vertical

Planta Entrada e Saída Escala 1:15000

0

200

400

800

85


FIGURA 42: Primeira vista ao entrar na cidade. (AUTORIA PRÓPRIA)

86


FIGURA 43: Cidadãos na passarela do Parque de Entrada e Saída (AUTORIA PRÓPRIA)

87


3.5.4 Escalas da Vizinhanรงa e do Corpo

88


As unidades de vizinhança são responsáveis por oferecer serviços, trocas e vendas que sejam de rápido acesso, locais de produção vegetal de uso coletivo, sendo o plantio de responsabilidade dos moradores, e uma creche. Todas as unidades possuem um representante/administador para a transmissão dos interesses e necessidades para a Unidade de Bairro. Também são equipadas com tudo que é necessário para o auxilio na Escala do Corpo.

A circulação vertical é feita por escadas e elevadores, que fazem conecção com outras vizinhanças. Cada pavimento possui cerca de 4,7 metros de altura (entre quatro metros de pé direito e setenta centimetros de laje), e pela Megaestrutura estar flutuando, o Parque de Entrada e Saída é considerado o nível zero, organizando a numeração de pavimentos pela distância do mesmo (altura).

Vista esquemática Escala da Vizinhança e do Corpo Escala 1:2000

Residencial Troca e Venda Local

Estrutura / Circulação Vertical

LEGENDA

0

25

50

Produção

Administração da vizinhança

Área Verde

Serviço Secundário

Creche

Serviço Terciário

100

89


LEGENDA Residencial

Troca e Venda Local

0

100

200

Planta a 10 metros Escala 1:8000

400

Estrutura / Circulação Vertical

Produção

Área Verde Creche Administração da vizinhança

Serviço Secundário Serviço Terciário

0

90

100

200

Planta a 24 metros Escala 1:8000

400


LEGENDA

Residencial

Est. / Circ. Vertical

Produção

Área Verde

Creche

Serviço Terciário

0

0

100

200

400

100

200

400

Planta a 28,8 metros Escala 1:8000

Planta a 33,5 metros Escala 1:8000

Serviço Secundário

Adm. da vizinhança

0

100

Troca e Venda Local

200

Planta a 38,2 metros Escala 1:8000

400

91


3.5.5 Bairro

92


A unidade de bairro é composta da união entre quatro a seis unidades de escala da vizinhança, mais uma unidade aberta de bairro. Sua função híbrida é um espaço que reúna troca e venda, serviços, lazer recreativo, lazer contemplativo, lazer esportivo, cultivo do corpo, áreas de manifestão da fé, culturais e artisticas, áreas de plantio de uso do bairro todo. Na mesma unidade, também se encontram circulações verticais (escadas e elevadores) que dão acesso ao proximo bairro ou pavimentos no mesmo sentido vertical.

0

Vista esquemática Escala do Bairro Escala 1:4000

Residencial

Troca e Venda Local

Troca e Venda Bairro

LEGENDA

50

100

Serviço Secundário

Adm. da vizinhança

Produção

Creche

Ensino Básico

Est. / Circ. Vertical

Serviço Terciário

Área Verde

200

Centro de Triagem

93


5

1

5

5

5 0 94

1 2 3 4 5

2

2

3

1

5

5

5 25

4

5

LEGENDA

Lazer Contemplativo Lazer Esportivo

Ecumenismo

Lazer cultural

Bares/Restaurantes

Troca e Venda Local Troca e Venda Bairro Serviço Secundário Serviço Terciário

50

Planta Área de Convivência do Bairro Escala 1:800

Circulação Vertical


0

100

200

Planta a 42,9 metros Escala 1:8000

400 Residencial

Troca e Venda Local

Troca e Venda Bairro

Creche

0

100

200

Planta a 52,3 metros Escala 1:8000

400

LEGENDA

Serviço Secundário

Área Verde

Serviço Terciário

Produção

Ensino Básico

Est. / Circ. Vertical

Adm. da vizinhança

0

100

200

400

100

200

400

Planta a 47,6 metros Escala 1:8000

Centro de Triagem

0

Planta a 61,7 metros Escala 1:8000

95


Residencial

Troca e Venda Local

Troca e Venda Bairro

Creche

0

100

200

Planta a 66,4 metros Escala 1:8000

400

LEGENDA

Serviço Secundário

Área Verde

Serviço Terciário

Produção

Ensino Básico

Est. / Circ. Vertical

Adm. da vizinhança

Centro de Triagem

75 metros 0

100

200

Planta a 75 metros Escala 1:8000

400

FIGURA 44: Vista Lateral da Área Verde do Bairro (AUTORIA PRÓPRIA) 96


FIGURA 45: Pessoas nas áreas de bar/restaurante do bairro (AUTORIA PRÓPRIA)

FIGURA 46: Plantios da área verde do bairro(AUTORIA PRÓPRIA) 97


3.5.6 Setores

Setores Residenciais

98

Serviços à população

FIGURA 47: Planta chave. OBS: sem escala (AUTORIA PRÓPRIA)


Cada grande setor é composto por oito unidades de bairro e quarenta e duas unidades de vizinhança. A cidade possui seis setores, totalizando quarenta e oito unidades de bairro e duzentas e cinquenta e duas unidades de vizinhança, onde uma população de duzentos e cinzenta mil habitantes foi estimada.

Cada setor é organizado em três divisões, sendo duas concentrando todas as unidades residenciais, e uma que encontra-se grandes áreas de produção, transformação, cuidados da saúde humana, instituições educacionais, serviços, trocas e vendas da escala da cidade, além de áreas verdes, comércio atacadista no topo e depósito. +500 metros

Vista Setorial Residencial Escala 1:6000

0

100

200

400

LEGENDA Residencial

Serviço Secundário

Adm. da vizinhança

Produção

Troca e Venda Local

Serviço Terciário

Área Verde

Centro de Triagem

Troca e Venda Bairro

Creche

Ensino Básico

Est. / Circ. Vertical

99


+500 metros

0

Corte esquemático Setor de Serviços Escala 1:6000 Troca e Venda Regional Serviço Terciário

100

100

LEGENDA

Formação dos Seres Humanos

Centro da Saúde Humana

200

Produção Indústria de bem duráveis e não duráveis

400

Área Verde


0

100

200

Planta a 100 metros Escala 1:8000

400

Área Verde

Centro da Saúde Humana

0

100

200

Planta a 256,4 metros Escala 1:8000

400

0 LEGENDA

Residencial

Troca e Venda Local

100

200

Planta a 153 metros Escala 1:8000

400

Formação dos Seres Humanos

Est. / Circ. Vertical Serviço Terciário

Bem Duráveis e não duráveis

0

100

200

Planta a 356,4 metros Escala 1:8000

400 101


3.5.7 PolĂ­tica, Cultura e Tecnologia

102


No meio da megaestrutura, localiza-se:

• Centro de Tecnologia e Controle: Todo o controle e manutenção da megaestrutura acontece neste setor, sendo o Habitat, Gravidade, Esgoto e Tratamento de Àgua. • O Conselho de Tetraedrom: A política da cidade é regida por um Conselho, no qual toda a população possui acesso.

• Centro Cultural: Todos os eventos culturais, artísticos, teatrais e musicais de escala regional acontecem no Centro Cultural. Os três centros são interligados por um grande parque, no qual seus acessos acontecem pelas pirâmides centrais, rodeadas por praças secas e espelhos d’água.

LEGENDA

Estrutura / Circulação Vertical Circulação Horizontal

Parque

Espelho D'Água

0

100

200

500

Planta Humanizada Conselho, Cultura e Tecnologia Escala 1:10000

1000

103


FIGURA 48: Perspectiva artística da pirâmide do Conselho e a praça seca.(AUTORIA PRÓPRIA)

104


FIGURA 49: Perspectiva artística do parque e a Megaestrutura.(AUTORIA PRÓPRIA)

FIGURA 50: Vista da Amazônia e as três pirâmides centrais (AUTORIA PRÓPRIA) 105


Todas as transições entre uma região da cidade para a proxima são interligadas por áreas verdes, onde o lazer contemplativo pode ser feito, assim como o passeio de ciclistas.

FIGURA 51: Perspectiva artística das áreas verdes. (AUTORIA PRÓPRIA)

106


FIGURA 52: Vista do Parque de Entra e Saída (AUTORIA PRÓPRIA)

107


No topo da cidade, localiza-se a grande pirâmide apontada para o céu, onde qualquer religião pode manifestar sua fé. Nela também acontece a cremação pós morte, sendo as cinzas usadas em plantações arbóreas para que continue gerando vida. O local de captação (por uma tecnologia que retira da umidade do ar) e tratamento de água está nas extremidades. Nas pontas, as pirâmides de energia e controle dos Campos de força.

108


FIGURA 53: Megaestruturas pelo mundo. (AUTORIA PRÓPRIA)

Neste trabalho, a Floresta Amazônica foi escolhida como local de exemplo para implantação de Tetradrom. Porém, como a mesma flutua e possui o seu próprio Habitat, pode ser implantada em qualquer lugar do mundo. Se tornando algo mundial, o quadro climático poderá se reverter, trazendo progresso e retorno de um clima estável.

109


FIGURA 54: Vista de baixo pra cima da Pirâmide do topo e Megaestrutura. (AUTORIA PRÓPRIA)

FIGURA 55: Espaçonaves entrando na pirâmide de Entrada e Saída. (AUTORIA PRÓPRIA) 110


FIGURA 56: Vista da Amazônia e Pirâmide do Topo. (AUTORIA PRÓPRIA)

FIGURA 57: Amazônia e Megaestrutura. (AUTORIA PRÓPRIA) 111


112


113


4.0 Referências Bibliográficas XXI – CONFERÊNCIA DAS PARTES – CONVENÇÃO SOBRE MUDANÇA DE CLIMA, 2015, Paris. Organização das Nações Unidas, 2015. Disponível em: https://nacoesunidas.org/acordodeparis/. FULLER, B. MANUEL DE INSTRUÇÕES PARA A NAVE ESPACIAL TERRA. Tradução de Luíz Torres Fontes. Carbondale, Southern Illinois University Press [1969]. HOOD, M. Aumento do nível do mar pode causar migração de 280 milhões de pessoas, diz IPCC. Jornal O GLOBO, Paris, 29 ago 2018. Disponível em: Acesso em: 12 nov. 2019. Jornal G1, Focos de queimadas na Amazônia são quase 20 mil em setembro, segundo INPE. JORNAL G1, Rio de Janeiro, 02 set. 2019. Disponível em: https:// g1.globo.com/natureza/noticia/2019/09/02/balanco-das-queimadas-na-amazonia-em-setembro-segundo-o-inpe.ghtml Acesso em: 05 set. 2019. MULLER, N. Ritmo de aumento do nível do mar triplicou nas últimas décadas. DW BRASIL | NOTÍCIAS E ANÁLISES DO BRASIL E DO MUNDO, Alemanha, 24 mai 2017. Disponível em: https://p.dw.com/p/2dX5z Acesso em: 12 nov. 2019. DW BRASIL | NOTÍCIAS E ANÁLISES DO BRASIL E DO MUNDO, Fome é causada pela má distribuição e não pela falta de alimentos. DW BRASIL | NOTÍCIAS E ANÁLISES DO BRASIL E DO MUNDO, Alemanha, 15 out 2009. Disponível em: https://p. dw.com/p/K6po Acesso em: 12 nov. 2019. INTERGOVERNAMENTAL PANEL ON CLIMATE CHANGE. Climate Chance: the IPCC scientific assesment. Cambridge: University Press, 1995. 288p. 114


LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. Tradução de Maria Cristina Tavares Afonso. Cambridge, Massachusetts Institute of Technology President and Fellows of Harvard College [1960]. SOLERI, Paolo. Arcology: The City in the Image of Man. Arizona, Universidade Estadual do Arizona [1969]. COOK, Peter. Archigram. Londres, Architectural Association School of Architecture [1961]. MOLION, Luiz. Aquecimento Global: Uma Visão Crítica. Revista Brasileira de Climatologia. Curitiba, Biblioteca Central. [2008] CERRI, Carlos Clemente; CERRI, Carlos Eduardo Pellegrino. Agricultura e aquecimento global. Boletim Informativo da Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, Viçosa, v. 32, n. 1, p. 40-44, 2007. DUARTE, António AL. Impacto das alterações climáticas na gestão da água. 2007. PINTO, Hilton Siqueira et al. O aquecimento global e a agricultura. Revista Eletrônica do Jornalismo Científico, Comciência, p. 1-6, 2002. BRAGA, Roberto. Mudanças climáticas e planejamento urbano: uma análise do Estatuto da Cidade. VI Encontro Nacional da Anppas. Belém, p. 1-15, 2012. 115


MOLION, Luiz Carlos Baldicero. Aquecimento global, El Niños, manchas solares, vulcões e Oscilação Decadal do Pacífico. Climanalise, CPTEC/INPE, 2005.

STRECK, Nereu Augusto; ALBERTO, Cleber Maus. Estudo numérico do impacto da mudança climática sobre o rendimento de trigo, soja e milho. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v. 41, n. 9, p. 1351-1359, 2006.

CABRAL, Cláudia Piantá Costa. Uma fábula da técnica na cultura do estado do bem estar: Grupo Archigram, 1961-1974. Cadernos de Arquitetura e Urbanismo, v. 11, n. 12, 2004.

CABRAL, Cláudia Piantá Costa. Plug-in City: em algum lugar do passado, era uma vez um futuro. Arqtexto. Porto Alegre. N. 3/4 (2003), p. 52-65, 2003. TSIGKOUNI, Stefania. Plug-in City: Archigram, 2012-2013. Reino Unido. Universidade de Sheffield. Disponível em: https://sheffield.academia.edu/STEFANIATSIGKOUNI KAMIMURA, Rodrigo. Multiplicidade versus a “imagem” da multiplicidade: um olhar sobre o projeto do Grupo Archigram para a “Plug-In City”. Cadernos de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo, v. 11, n. 2, p. 20-20, 2011. BUNTROCK, Dana. Projeto Japão: Conversas sobre o metabolismo ... por Rem Koolhaas e Hans Ulrich Obrist; Kayoko Ota e James Westcott, orgs .; Metaborisumu nekusasu por Hajime Yatsuka; Metabolismo: a cidade do futuro; Sonhos e visões de reconstrução no Japão pós-guerra e nos dias atuais, pelo Mori Art Museum. 2013.

SCHALK, Meike. A arquitetura do metabolismo. Inventar uma cultura de resiliência. In: Arts . Instituto Multidisciplinar de Publicação Digital, 2014. p. 279-297.

NOVAIS, Inês Valente de Abreu. O metabolismo japonês: como um processo de transformação e metamorfose . 2012. Dissertação de Mestrado. 116


KUROKAWA, Kisho (1977) – Metabolism in Architecture. London: Studio Vista TRINDADE, Roberta Alecrim. Máquinas de morar: análise distópica pós-moderna das cidades metropolitanas como crítica às utopias de megaestrutura e metabolismo da decadência moderna. 2019.

MORE, Thomas. Utopia. Países Baixos dos Habsburgos. [1516] Seis passos para a cidade humana [recurso eletrônico] / organizado por Instituto Paulista de Cidades Criativas e Identidades Culturais – IPCCIC. – Barueri, SP – Estação das Letras e Cores, 2019.

117


118


119


Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.