Estácio Uniseb
Arquitetura e Urbanismo
Trabalho final de graduação Brisa Mary Monteverde Kinchin Profª. Mª. Catherine D`Andrea
Complexo de edifícios multifuncionais
Trabalho final de graduação apresentado à
faculdade de arquitetura e urbanismo da Universidade Estácio Uniseb, como parte dos requisitos para a obtenção dos títulos de arquiteta e urbanista, orientado pela Profª. Ma. Catherine D’ Andrea.
Ribeirão Preto - 2015
Inicialmente
agradeço à Deus por absolutamente tudo, cada sorriso e cada lágrima derramada por mim durante todos esses anos, sem ELE nada teria sentido. À mamãe Nilza Maria M. Pereira, heroína, guerreira, por dedicar a sua vida para educar e proporcionar o melhor aos seus filhos. Ao papai Moacyr Pereira, que por motivos naturais da vida, não conseguiu estar ao meu lado fisicamente durante a faculdade, porém contribuiu imensamente para a minha formação pessoal e continuará eternamente vivo dentro do meu coração. Ao meu irmão Maxwell M. Pereira, por ser meu companheiro fiel e sempre estar ao meu lado. À vovó Mercedes M. Monteverde, pelas orações e incentivos. Ao meu marido Fábio Kinchin, por todo o amor, carinho, dedicação e paciência comigo. Sou grata pelo companheirismo eterno da minha cadela Flicka, a única que se manteve ao meu lado por todas as madrugadas de trabalho. Aos meus familiares e amigos, que sempre me apoiaram e me fortaleceram. E por fim, mas não menos importante, agradeço à todos os professores da Estácio Uniseb, por todos os ensinamentos atribuídos e pela parceria durante essa jornada. Especialmente à minha orientadora Catherine D’ Andrea, por todos os momentos dedicados, pela confiança e amizade, que contribuíram fortemente no resultado deste trabalho.
Em mem贸ria de Moacyr Pereira
Novas dinâmicas da vida contemporânea Complexo de edifícios de uso misto Se as pessoas são diferentes, por que os espaços de morar deveriam ser todos iguais?
E
ste trabalho tem como objetivo analisar a vida cotidiana do ser humano, com relação aos edifícios construídos, necessidades diárias, percurso e tempo de deslocamento entre o local inicial até o local necessário. Analisar diferentes tipos de moradia, centros comerciais, relação público-privado, para conseguir unir diversas necessidades do ser humano em um único complexo de edifícios. Entender a especulação imobiliária e suas consequências explícitas nos edifícios, visando defender a proposta de um complexo de edifícios, onde todas as principais necessidades do cotidiano do ser humano estarão unidas em um único local, visando a melhoria da qualidade de vida, segurança, lazer e convívio social. Neste contexto, constituem como objetivos específicos desse trabalho, desenvolver o projeto de um complexo de edifícios que permitirão diferentes usos: residencial, comercial, prestação de serviço e lazer, atendendo à nova demanda do mercado imobiliário com diferentes tipologias de apartamentos e adequação única à cada morador e/ou família.
"Tudo tem o seu tempo determinado, e há tempo para todo o propósito debaixo do céu..." Eclesiaste 3:1
04 | Apresentação do trabalho 08 | O espaço e suas funções 10 | Deslocamentos e suas complicações 12 | Edifício híbrido ou múltiplo uso? 14 | Sair de casa para quê? 16 | O conceito não é novo!
Fundamentação teórica
22 | Cidade compacta 26 | O espaço terciário 28 | Novos tempos... 35 | Considerações 36 | Diederichsen 44 | Brascan Century Plaza
Leituras projetuais
60 | Marselha 72 | Considerações 74 | Levantamentos... da área 94 | Premissas projetuais
Levantamentos e diretrizes projetuais
96 | Diretrizes projetuais 118 | O complexo multifuncional 176 | Bibliografia
O projeto
“Quando perguntadas sobre as cidades, provavelmente as pessoas irão falar de edifícios e carros, em vez de falar de ruas e praças. Se perguntadas sobre a vida na cidade, falarão mais de distanciamento, isolamento, medo da violência ou congestionamento e poluição do que de comunidade, participação, animação, beleza e prazer. Provavelmente dirão que “cidade” e “qualidade de vida” são incompatíveis.” ROGERS, R. Cidades para um pequeno planeta.
Segundo
o cientista político Walzer (2001), o espaço urbano pode ser classificado em dois grupos: espaços monofuncionais e multifuncionais. O espaço monofuncional abriga uma única função e normalmente é originado pelas incorporadoras. O espaço multifuncional é pensado para uma variedade de usos e usuários. “O bairro residencial distante, o conjunto habitacional, o centro empresarial, a zona industrial, o estacionamento, a passagem subterrânea, a rotatória, o shopping center e mesmo o automóvel criam espaços monofuncionais. Mas a praça lotada, a rua animada, o mercado, o parque, o café na calçada, todos representam usos do espaço multifuncional.” Os espaços multifuncionais reúnem diversas atividades em um mesmo local. Porém, atualmente predominam os espaços monofuncionais. Os centros empresariais agrupam os “negócios”, os shoppings centers agrupam as lojas e os bairros residenciais e conjuntos habitacionais agrupam as casas. Praça XV de Novembro - Ribeirão Preto
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O resultado é o esvaziamento das ruas e praças pelos pedestres e o aumento dos automóveis circulando nas vias, acarretando em congestionamentos incalculáveis. “À medida que a vitalidade dos espaços públicos diminui, perdemos o hábito de participar da vida urbana da rua. O policiamento natural ou espontâneo das ruas, aquele produzido pela própria presença das pessoas, é substituído pela segurança oficial e a própria cidade torna-se menos hospitaleira e mais alienante. Logo, nossos espaços públicos passam a ser percebidos como realmente perigosos e o medo entra em cena.”
Parque Barigui - Curitiba
UMA RUA SÓ PARA OS RICOS. Simon Norfolk The independente
C
omo consequência da diminuição dos espaços públicos, as atividades se dividem no território. O Shopping fica mais atrativo e seguro que o mercado da rua, os “condomínios” garantem melhor a tranquilidade para os moradores, os edifícios comerciais oferecem maior segurança aos empresários e assim continua a fragmentação do território em espaços monofuncionais. As pessoas com melhores condições financeiras se aprisionam em determinados espaços, considerados por elas “seguro”. Onde os pobres não têm acesso. São espaços privatizados. A cidadania se perde, o território se divide: ricos pertencendo aos espaços privativos e privilegiados e os pobres trancados em favelas e morros. Essa projeção da cidade, ao invés de estreitar as relações humanas, afastam cada dia mais os habitantes do contato com o próximo. Na cidade de Houston, localizada no Texas, essa segregação é bastante evidente. Existem ruas subterrâneas, mais de dez quilômetros, totalmente privadas.
Essa rede está sob o distrito empresarial do centro da cidade. É acessível somente através dos saguões de mármore dos bancos e das empresas de petróleo que dominam a cidade. Para os pobres e desempregados são deixadas as ruas, emaranhadas pelos carros. Por outro lado, para os profissionais com poder aquisitivo elevado são disponibilizados ambientes com conforto e segurança. O que permite a vitalidade dos espaços públicos, tornando os bairros vivos, é a mistura de lojas, casas e espaços de trabalho. O espaço público é responsabilidade e propriedade da comunidade. “Portanto, o sucesso de uma cidade depende de seus habitantes e do poder público, da prioridade que ambos dão à criação e manutenção de um ambiente urbano e humano”. Veículos e mais Veículos
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Segundo estudo da ONU (2012), “a mo-
bilidade urbana é essencial para o desenvolvimento social e econômico e permite às pessoas ter acesso a serviços, oportunidades de trabalho, de educação, de relações sociais e de desfrutar plenamente da cidade.” No Brasil, o elevado crescimento urbano, que teve início na década de 1950, resultou em consequências, como exemplo, a falta de qualidade no sistema de transporte público. A população é fortemente prejudicada, especialmente as famílias com renda mais baixa. O desconforto e a perda de qualidade de vida são apenas alguns dos resultantes dos deslocamentos intensos do local de origem até o local pretendido. Se a população perde tempo no deslocamento, menos tempo terá para a educação e trabalho. O meio de transporte coletivo mais utilizado atualmente é o ônibus. Porém a utilização dos automóveis têm crescido acentuadamente. Como resultado, ocorre o aumento no tráfego e consequentemente surgem os congestionamentos, as vias ficam saturadas e o tempo para se deslocar de um local ao outro se torna intenso.
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A indústria de automóveis trouxe uma drástica mudança para a sociedade brasileira. A estrutura urbana sofreu grandes transformações, visando adequar o sistema viário ao automóvel. As obras viárias tornaram-se prioridade ao investimento público, desfavorecendo as políticas sociais. Como consequência, o país cresceu economicamente, porém as desigualdades aumentaram. As distâncias que a população precisa percorrer para chegar até o local desejado, seja para trabalho, saúde, lazer...são imensas. Uma parte de cada dia do trabalhador, morador é perdida neste deslocamento. Além dos gastos com tarifas de transporte ou combustível, existem os custos não monetizados: danos à saúde, mal-estar ou desconforto por horas passadas em veículos lotados... Os congestionamentos no trânsito acarretam diversos problemas: impactos econômicos, devido à perda de tempo ou perdas materiais resultantes do tempo perdido no trânsito; impactos ambientais (como poluição); impactos na saúde, decorrentes da poluição sonora, do estresse etc.
O
aumento do tempo de deslocamento casa – trabalho – casa, é uma das consequências de maior impacto social da mobilidade urbana. Neste tempo perdido, o trabalhador poderia estar exercendo alguma atividade dedicada à família, educação e lazer. Portanto, a localização dos espaços residenciais, comerciais, institucionais, prestações de serviço e lazer, deve ser próxima, evitando desperdício de tempo com o transporte e facilitando a vida dos moradores e trabalhadores da região. Sistema viário que favorece o automóvel
“Quando alguém compra uma casa, está comprando também as oportunidades de acesso aos serviços coletivos, equipamentos e infraestrutura.” (MARICATO, 1997 )
Congestionamento - São Paulo
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Edifícios
híbridos conjugam diferentes usos no mesmo projeto, porém totalmente independentes entre si, cada um com sua própria gestão e diferentes usuários. O objetivo é criar vitalidade e intensidade para as cidades, atrair as pessoas. Edifícios de múltiplo uso, ou uso misto, também agregam diferentes usos, porém funcionam sobre uma única administração, com o objetivo de criar um ambiente autossuficiente, garantindo a qualidade de vida dos moradores e frequentadores do espaço. Estes complexos combinam diversos usos em um mesmo local, como lazer, trabalho, compras, habitação, entre outros. A integração entre diferentes setores proporciona comodidade aos pedestres e moradores locais. O brasileiro gosta de diversidade, inovação, criatividade e não é diferente com relação à arquitetura. Tudo o que se diferencia, se destaca! Existem inúmeras vantagens em empreendimentos com este conceito: maior mobilidade com deslocamento fácil no entorno, melhor qualidade de vida, dentre outras.
Complexo de uso misto - Brascan Century Plaza
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O que mais influenciou para edifícios de múltiplo uso ganhar espaço no setor imobiliário, foi a agitação e a vida corrida dos moradores atualmente. Estratégias foram definidas no projeto de Lei de revisão do Plano Diretor Estratégico (PL 688/13) para incentivar o uso misto no mesmo lote, principalmente o uso habitacional com outros: comércio e serviço, por exemplo, para melhorar a mobilidade urbana e potencializar a vida urbana nos espaços e passeios públicos.
“A arquitetura trata de um sujeito, o homem, que é por definição e fatalidade de natureza cambiável e evolutiva. Ele é primeiro solteiro, depois casal, depois família, com filhos em números indeterminados, depois dispersão dos filhos pelos seus casamentos... Enfim a morte, de tal maneira que a moradia feita para uma família não existe: o que existem são vários tipos de moradia paras sucessivas idades.” Le
Corbusier
apud
Marcelo
Tramontano
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A
cidade de são Paulo é conhecida por sua mobilidade urbana afetada, em decorrência do excesso de automóveis utilizados pelos moradores e viajantes que cruzam a cidade, dia após dia.
E se o escritório, o restaurante e as lojas ficarem a apenas um elevador de distância?
Calculando o tempo perdido em cada dia, para se locomover até os locais necessários do cotidiano, é razoável dizer que de casa até o trabalho, o morador gasta por volta de 30 minutos; Para almoçar no fast-food mais próximo, 15 minutos e mais 15 na volta para o trabalho. No final do dia, com frota mais densa de veículos trafegando, 45 minutos no trajeto para casa. Se decidir ir à um shopping fazer compras, mais 30 minutos no trânsito, deixando de lado os minutos necessários para encontrar uma vaga e estacionar. Quando o dia termina, o resultado é de muitas horas desperdiçadas no trânsito.
Edifício de uso misto Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/incentivo-ao-uso-misto acesso em: 28/03/2015
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Durante duas décadas, a preferência da
população visou os condomínios fechados em bairros distantes dos centros urbanos, porém com a falta de mobilidade urbana e a intensificação do tráfego, os edifícios de uso misto estão se valorizando. É cômodo morar perto do trabalho e de diversas opções de entretenimento e serviços.
Os empreendimentos imobiliários de uso misto localizados nos eixos de estruturação da transformação urbana implantados, poderão receber benefícios como: As edificações destinadas aos usos não residenciais serão livres de computação de área na aplicação do coeficiente de aproveitamento, até o limite de 20% do total da área construída.
Com este incentivo, provavelmente a construDevido às suas potencialidades, a prefeitu- ção de empreendimentos de uso misto se torra da cidade de São Paulo incentiva a cons- ne mais frequente, melhorando consequentrução de edifícios de múltiplos usos. temente a questão de mobilidade urbana.
Incentivo ao uso misto - Prefeitura da cidade de São Paulo Fonte: http://gestaourbana.prefeitura.sp.gov.br/incentivo-ao-uso-misto acesso em: 28/03/2015
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Desde
a antiguidade as cidades se organizavam dentro de muralhas, com a localização dos espaços de habitação, comércio e trabalho próximos, facilitando o acesso. Graças a mobilidade e o sistema de defesa das cidades possibilitando grande alcance, a cidade se dispersou, consequentemente a alta densidade dos espaços diminuiu.
Com a Revolução Industrial, a mobilidade aumentou e ocorreram segregações: a habitação, o trabalho, as compras...se isolaram em edifícios individuais e até mesmo em zonas exclusivas.
Ínsula romana - comércio no térreo e habitações em cima Fonte: http://historiadaculturaedasartesepci.blogspot.com.br/ Acesso em 30/03/2015
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Le Corbusier, no início do século XX, de-
senvolveu junto com outros pensadores do Movimento Moderno o ‘novo modo de morar’, que consistia em um espaço privado de moradia mínimo e os espaços próximos servindo à coletividade, como serviços e atividades comerciais. Ele se preocupava com a relação tempo-distância no deslocamento dos moradores. A cidade ideal deveria ser composta por edifícios verticais que abrigassem serviços em sua estrutura. A Unidade de Habitação de Marselha, incorpora os equipamentos necessários para os moradores viverem com comodidade, tudo o que for necessidade é acessível a pé. Diferentes elementos e as ções das fachadas explicitavam versos usos no mesmo
modulaos diedifício.
Com a construção de edifícios altos, as possibilidades de edificações com usos mistos aumentaram, porém em algumas cidades as normas de zoneamento limitam a fusão de usos diversos em alguns locais e edifícios, dificultando a evolução dos edifícios de múltiplos usos. A partir da década de 1930 a maioria dos arranha-céus, no Brasil, apresentavam comércio e serviço agregados à habitação. Porém a atividade predominante era a habitação. Geralmente as salas comerciais se localizavam no térreo e em edifícios maiores o uso não-residencial se caracterizava nos primeiros andares.
“...multiplicidade de mente demarcada
usos e
fica claraidentificada”. (SAMPAIO, 2002)
Unite d’habitation de Marselha (França), de le Corbusier Fonte: www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 30/03/2015
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N
a década de 1950 surgiram os espaços multifuncionais. Se consolidava o apartamento com dimensões mínimas e poucas comodidades, porém com ótimas localizações: próximo de locais com comércio e serviço, trabalho e lazer. Esses espaços para moradia com dimensões mínimas se tornaram conhecidos como Kitchenete. Atualmente são chamados de flats ou estúdios. Exemplo de planta - Apartamento Studio - hyde Park Fonte: http://www.corretores.com.br/imovel.php?cod=MTA0ODA= Acesso em 30/03/2015
O edifício COPAN, localizado na cidade de São Paulo, é um exemplo dos espaços multifuncionais. Com excelente localização e uso misto, se diferencia das unidades de habitação propostas por Le Corbusier em relação às atividades agregadas, pois tem dimensões para atender a um grande público da cidade, está ao alcance de todos, diferente da proposta de Le Corbusier, cujas atividades e serviços estão direcionados apenas para os moradores do edifício.
Edifício COPAN, localizado em São Paulo Fonte: http://www.copansp.com.br Acesso em 30/03/2015
Além de melhorar a mobilidade urbana, facilitando acessos aos locais de necessidades, proporcionando lazer, moradia e conforto, a edificação de uso misto “era um investimento que apostava na diversificação como uma forma de garantir aos incorporadores maior margem de lucro”. (SAMPAIO, 2002)
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Os
empreendedores se preocupavam em produzir uma mercadoria que gerasse renda. Contudo, os espaços comerciais nos edifícios, proporcionam uma melhor ocupação para o pavimento térreo, principalmente em locais de trânsito de passagem. (SAMPAIO, 2002) A proximidade das atividades essenciais: moradia, trabalho, comércio e lazer, se tornou uma necessidade na dinâmica das metrópoles.
A situação das cidades nos últimos 20 anos é apresentada por Rogers (2001). O autor relaciona a qualidade de vida da população urbana com os índices de pobreza. Analisa o consumo e a geração de energia com seus impactos no meio ambiente. Relata a dependência dos automóveis pela população e o transporte público ineficaz. Decorrente de todas as abordagens, ele propõe uma solução para reverter o “caos urbano”: uma cidade sustentável.
Os núcleos compactos e de uso misto reduzem as necessidades de deslocamentos e criam bairros sustentáveis e cheios de vitalidade
O zoneamento das atividades induz à utilização e dependência do automóvel particular.
Núcleos compactos reduzem as distâncias e permitem o deslocamento a pé ou de bicicleta.
Núcleos compactos e de uso misto Fonte: ROGERS, 2001
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Tráfego gerado pelo deslocamento intenso Fonte: http://www.dercio.com.br/blog/plano-de-mobilidade-longo-prazo-nao-resolve-e-cida/ Acesso em 30/03/2015
“A proposta de Richard Rogers para um ambiente urbano sustentável reinterpreta e reinventa o modelo de “cidade densa” que se impôs desde as primeiras urbes industriais do século XIX. [...] As edificações deveriam retomar o conceito de uso misto, resgataria a vida nas ruas e se reduziria a necessidade de as pessoas se deslocarem de carro para o trabalho todos os dias.” (MORENO, 2002)
O arquiteto Bjarke Ingels declarou em en-
trevista à revista Design Boost, em agosto de 2009:
“Tem sido provado, estatisticamente, que densidade e compacidade reduzem a quantidade de recursos que é gasto por pessoa nas cidades. Então quanto mais densa, mais eficiente energeticamente é a cidade. O uso misto é o caminho ideal de alcançar densidade, pois diferentes funções têm demandas diferentes. As lojas querem estar próximo às ruas; escritórios gostam da luz do sol, mas não a incidência direta de luz solar; e finalmente, as casas, gostam de vistas e sol na sacada. Portanto, misturando as diferentes funções,
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você pode aumentar significativamente a densidade, e como resultado não apenas melhora o consumo de energia da cidade, mas também melhora a vida social, pois terá uma cidade que é povoada por diferentes pessoas em diferentes momentos, 24 horas por dia. Desta forma, não terá bairros suburbanos mortos ou parques empresarias mortos. Você terá uma cidade vibrante 24 horas.”
A preocupação de projetar edifícios com interação entre as atividades do dia-a-dia está cada dia maior, proporcionando uma frequência maior de implantações de empreendimentos de múltiplos usos nas cidades.
Vilaboim Center - Ribeirão Preto Fonte: http://www.tapconstrutora.com.br/portfolio/edificio-vilaboim-center Acesso em 30/03/2015
Civitas Complexo Sul - Ribeirão Preto Fonte: http://www.civitascomplexosul.com.br/ Acesso em 30/03/2015
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Uma
cidade compacta e diversificada socialmente, com as atividades econômicas e sociais se sobrepondo, ao invés de serem segregadas, e as comunidades concentradas ao redor das unidades de vizinhança, proporcionaria melhor mobilidade urbana e menor poluição, pois os automóveis (responsáveis, em grande parcela, pelo descarte do CO2 na atmosfera) não seriam exigidos no percurso de casa até o trabalho, padaria, restaurante... Atualmente, o que predomina na configuração das cidades é o modelo urbano no qual são originadas as zonas definidas por funções: áreas de escritórios, áreas de lazer, áreas de compras (como os shopping centers), bairros residenciais, periferia e as vias expressas. O modelo de cidade compacta exige complexidade, enquanto a cidade dividida por zonas a ignora, reduzindo a divisões simples, com pacotes econômicos e administrativos manejáveis. O automóvel é um produto tecnológico bastante desejado. Devido ao fato de ser produzido em escala, tem um valor acessível. É prático para suprir longas distâncias nos percursos necessários do cotidiano, já que as cidades, em sua maioria, não foram planejadas para comportar um eficaz sistema de transporte público de massa.
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“As cidades densas, através de um planejamento integrado, podem ser pensadas tendo em vista um aumento de sua eficiência energética, menor consumo de recursos, menor nível de poluição e, além disso, evitando sua expansão sobre a área rural.” (ROGERS, 2001).
C
om a dependência do transporte individual pelos habitantes da cidade, todos os espaços urbanos são pensados à favor do motorista, deixando de lado o pedestre e suas reais necessidades. A rua, que antigamente era utilizada para a recreação das crianças, hoje se tornou uma arma letal, devido aos inúmeros acidentes e mortes ocasionadas pelo trânsito. Os automóveis saturam as cidades com poluição e congestionamentos intensos, afetando de maneira primária os próprios moradores.
Fonte: https://mobilidadeape.wordpress.com/category/cet/ Acesso em 30/03/2015
Os investidores públicos e privados preferem os edifícios monofuncionais para o investimento, devido à garantia de retorno financeiro. Como não é muito frequente a construção de edifícios de uso misto, dúvidas sobre a aceitação da população são inevitáveis. Porém, quando a população e os investidores entenderem a funcionalidade e a sustentabilidades que estes edifícios podem nos proporcionar, as cidades se beneficiarão com melhor qualidade de vida, mobilidade e conforto. Os edifícios de uso misto proporcionam vitalidade às ruas e reduzem a necessidade do uso do automóvel pelos moradores para suprir as necessidades do cotidiano.
Fonte: http://www.educacao.cc/ambiental/ Acesso em 30/03/2015
“Mas estes edifícios de uso misto criam complexas situações de propriedade e inquilinato, consideradas pelo poder público de difícil gerenciamento, e pelos incorporadores, de difícil comercialização.” (ROGERS, 2001) Fonte:http://urbanidades.arq.br Acesso em 30/03/2015
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Os
tantes
edifício multiusos são imporna definição da cidade compacta.
A cidade compacta rejeita o modelo de desenvolvimento monofuncional e a utilização predominante do automóvel. Ela se desenvolve ao redor de centros de atividades sociais e comerciais, localizados nos pontos nodais do transporte público e as vizinhanças se desenvolvem ao redor de todas essas atividades. Cada vizinhança possui seus parques e espaços públicos, onde acontecem diversas atividades públicas e privadas. Com uma geração local de energia e reciclagem do lixo, a Cidade Compacta consegue suprir sua própria necessidade de energia e captar energia proveniente do seu próprio lixo. Exemplo: a água quente é produzida como um subproduto da usina de energia elétrica. Ao invés de desperdiçar essa água aquecida em situações não funcionais, as Usinas Combinadas de calor e energia conseguem distribuir além da eletricidade, água quente diretamente às residências, duplicando sua eficiência. O lixo urbano também se torna fonte de energia. Ao invés de ser descartado em aterro sanitário, causando mais poluição ao meio ambiente, pode ser queimado pelas Usinas combinadas, fornecendo aproximadamente 30% das necessidades de energia de uma comunidade.
Como consequência das cidades compactas, as atividades são sobrepostas, ocorrem combinações de variedades entre elas, facilitando a transferência do calor perdido de uma atividade para a outra.
Se as cidades continuarem avançando com o mesmo pensamento e as mesmas preferências e divisões zoneadas, chegará um momento no qual nós, habitantes e moradores, não conseguiremos ir até a panificadora mais próxima sem enfrentar congestionamento e poluições diversas (sonora, visual, atmosférica). É preciso ocorrer mudanças! Mudanças no modo de construir e pensar nos edifícios, na segregação espacial que não deveria existir, na mobilidade urbana que a cada dia que se passa está mais escassa, enfim, diversos problemas que devem ser revisados e corrigidos para o futuro não se tornar um pesadelo.
Os edifícios de uso misto são uma, das inúmeras intervenções necessárias, para iniciar mudanças benéficas nas cidades. Eles concentram e sobrepõem diversas atividades, resultando em um dos princípios da Cidade Compacta, uma idealizadora da Cidade Sustentável, o futuro para nosso Planeta.
“Quando a união entre o natural e o produzido se completar, nossas construções aprenderão, se adaptarão, curarão a si mesmas e evoluirão. Contudo, este é um poder com o qual ainda não chegamos a sonhar.” (KELLY, 1995)
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Cidades compactas podem ser solução para o trânsito Fonte:http://g1.globo.com/brasil/noticia/2011/05/ Acesso em 30/03/2015
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criação de cidades mais compactas está entre os 5 fatores que influenciariam na melhoria do tráfego urbano.
“Uma Cidade Compacta reduz o desperdício de energia.” (ROGERS, 2001)
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O
espaço de uso coletivo desenvolveu-se pelo uso da atividade terciária.
Nos espaços públicos, internos ou externos, acontece a atividade da troca.
Vargas (2001) busca revelar historicamente o desenvolvimento do espaço do comércio, nomeando-o como o espaço das atividades ligadas diretamente ao comércio, ou o Espaço Terciário.
O lugar do mercado é o lugar da troca.
Ainda segundo Vargas (2001), a arquitetura do espaço terciário é a arquitetura dos edifícios públicos, pois refletem a visão integral da sociedade.
A atividade econômica da cidade é determinada pela troca que acontece nesses espaços e que proporciona uma vida social ativa. Implica consequentemente no surgimento de diversos outros equipamentos na cidade, também públicos.
Shopping Center - Um espaço terciário Fonte:http://www.francashopping.com.br/ Acesso em 30/03/2015
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Vargas (2001) avança à arquitetura do
espaço terciário, através da categoria do mercado como espaço público: abertos, cobertos e semi-cobertos, sempre destacando o construído, ampliando o conceito de espaço público pelo estudo dos seus interiores públicos.
Para ser considerado um espaço público, o espaço deve ser acessível a todos os moradores e visitantes, sendo permitida a interação destes com o espaço de maneira livre, independente de sua condição social.
Praça do Complexo multiuso Brascan Century Plaza - São Paulo
A localização do edifício na cidade, o tipo de atividade exercida, seus acessos e a impressão que ele fornece, amplificam sua condição de espaço público. Não é porque o edifício é público que seu interior também será. Um exemplo: o Shopping Center é um edifício público, acessível à todos, porém possui código de comportamento, que embora de maneira não explícita, segregam as pessoas com relação ao nível social e cultural. Os edifícios de uso misto possuem espaços públicos em seu programa. O Espaço Terciário, como nomeia Vargas (2001), também é incluído, proporcionando a relação pessoal e o aumento da vida social dos moradores e frequentadores da região.
Térreo do Edifício Marselha - Marselha Vale do Anhangabaú - São Paulo
“Espaço público, por excelência, é o lugar onde uma pessoa pode estar sozinha sem dar a impressão de estar solitária.” (VARGAS, 2001)
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A CASA COMO ESTOJO “…É o lugar do refúgio, onde se escapa dos olhares de fora, lugar da afetividade, onde se estabelecem relações de sentimento entre o casal e os filhos...”
O setor social : receber visitas do casal. Na área íntima é que se constitui uma TERRITORIALIDADE própria. Cômodos que se organizavam em zonas:
TRIPARTIÇÃO
(ARIÈS e CHARTIER, 1997)
O
espaço do privado no século XIX é onde se constituiu a família burguesa. A família nuclear é constituída por pai, mãe e filhos. O homem é o chefe da família, ordena e dá disciplina. A mãe é dotada da qualidade de gerar um filho, carinhosa, amorosa. Homem: espaço público. Mulher: universo do lar, conduz a casa, educa os filhos. Com essa estrutura familiar, a planta da casa burguesa era constituída: área social, área íntima e área de serviço, com dois pavimentos, sendo no superior a área íntima. Exemplo de tripartição atual Fonte: http://analisedaforma.blogspot.com. br/2012_09_01_archive.html Acesso em 04/04/2015
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Tripartição dos espaços da casa burguesa Fonte: http://analisedaforma.blogspot.com.br/2012_09_01_archive.html Acesso em 04/04/2015
ARQUITETURA MODERNA COMO UMA SOLUÇÃO PARA O SÉCULO XX
A
Arquitetura moderna busca resolver a habitação para o ser humano.
Gropius – “Os fundamentos sociológicos da habitação mínima para as classes trabalhadoras”.
Acontece o II CIAM (Congresso Internacional de Arquitetura Moderna) com o tema “Habitação para um mínimo nível de vida”, na cidade de Frankfurt, Alemanha no ano de 1929.
Independência dos membros da família Edifícios altos / serviços comuns Crise econômica após a guerra A mulher começa a trabalhar. Adquire um papel mais ativo sobre a estrutura da família. Compõe a renda O filho não pode mais ficar em casa, pois os pais estão trabalhando; A mulher e a criança desenvolvem ciclos de amizades fora da família.
Deste encontro, duas conferências são importantes:
Fonte: (CORBUSIER, 1933)
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Portanto, não é mais necessária a divisão
interna da casa burguesa: sala de música da mulher, sala de fumar do marido, sala de visitas... Ocorre a necessidade de mudança na estrutura da casa: encolhimento dos cômodos, unidade isolada para cada membro da família, sala de jantar com balcão para integrar a cozinha...
Outra conferência importante: Le Corbusier – “Análise dos elementos fundamentais do problema da habitação mínima”. Além da família, a questão é a produção da habitação; Princípio da Maison Dom-ino: estrutura utilizando o concreto armado. As peças são fundidas juntas, formando uma única estrutura. (Fundação – pilar – viga – lage);
5 pontos resultantes da estrutura dom-ino: Pilotis Antes o peso da construção era despejado sobre as paredes, então a parede do pavimento térreo precisava ser mais larga, pois havia maior peso em cima dela. Portanto, as paredes teriam de ser mais largas e as aberturas de janelas e portas, menores. Le Corbusier propõe retirar a parede do pavimento térreo, utilizando os pilotis, pois a estrutura do edifício está mais leve com o novo sistema construtivo. Dessa maneira, o pedestre tem uma melhor percepção ao caminhar pela rua, com uma visão mais livre. O espaço térreo do lote é ampliado, permitindo livre acesso ao pedestre.
Exemplo de modificação na planta: integração cozinha/sala e cômodos pequenos Fonte: http://www.mrv.com.br/imoveis/apartamentos/saopaulo/sorocaba/altodaboavista Acesso em 06/04/2015
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Le
Corbusier recoloca a propriedade do terreno. O espaço térreo é aberto, é público. Com os pilotis perde-se o espaço da vizinhança, não existe mais a área comum de um condomínio, o espaço se torna público. Para resolver esse problema da falta de uma “extensão do quintal de casa”, Le Corbusier propõe o terraço jardim.
Fachada livre Antes, as aberturas deveriam ser alinhadas e em menores escalas, para não interferir na parte estrutural do edifício. Com o pensamento do Le Corbusier, onde o peso do edifício se concentra na estrutura e não nas paredes, possibilita a livre dimensão e localização das aberturas, não necessitando colocá-las sempre no mesmo lugar e com as mesmas dimensões.
Terraço Jardim Le Corbusier aproveita a laje da cobertura para não ser somente uma cobertura e sim um terraço, no qual as pessoas aproveitariam esse espaço como uma “extensão do quintal de casa”, onde ocorreria o lazer e a contemplação.
Planta livre O peso do edifício não está mais descarregado nas paredes, o que enrijeceria a planta, obrigando em todos os pavimentos as paredes estarem localizadas exatamente na mesma posição. Porém, com a estrutura dos pilotis elevados e o peso do edifício descarregado sobre a estrutura e não sobre as paredes, surge a possibilidade da planta livre. Permitindo que cada espaço do edifício, em cada pavimento, se adapte ao uso necessário do local.
Fenetre en Longueur Janelas corridas, fachada toda aberta com vidros. Le Corbusier busca a ideia do sol como um regenerador. Busca permitir que o sol incida em todos os lados da residência, e não somente em uma fachada ou até mesmo em nenhuma. Bem diferente da residência da família burguesa, Le Corbusier propõe, por exemplo, romper a diferença entre dentro e fora: uma sala de jantar com o fechamento inteiro de vidro, onde quem está fora tem total controle com o que acontece no interior do ambiente e vice e versa. O sol entra e a paisagem se abre.
A estrutura geral compõe o que Le Corbusier passa a chamar de Unidade de Habitação
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Redução
das
áreas
de
NOVOS PERFIS DE MORADORES
equipamentos;
Maior intimidade; Aumento das áreas de iluminação/ventilação; Tendência às habitações coletivas.
Da
segunda metade do século XX até os dias de hoje, ocorreram alterações nos perfis dos habitantes nas cidades: estudantes, trabalhadores de escritórios, jovens profissionais solteiros, casais sem filhos, uniões livres (homossexuais), moradores sem parentesco entre membros e sem laços conjugais. Os cos
casais filhos
pretendem ou até
ter
pounenhum.
Ocorreram transformações nas rotinas e costumes dos moradores, refletindo no modo de morar e na unidade de habitação. A moradia para uma família com 6 filhos necessita ser diferente da moradia para apenas um casal, por exemplo.
Villa Savoye - - engloba os 5 pontos da estrutura dom-ino Fonte: https://archikey.com/Villa-Savoye/552/ Acesso em 06/04/2015
Fonte: TRAMONTANO, 1998.
32 |
Evolução da Taxa de fecundidade no Brasil - em filhos Fonte: IBGE
Com todas as diferenças no século XXI,
nas estruturas familiares e nos perfis dos habitantes na cidade, formatos familiares diversos se originam, com diferentes rotinas e necessidades. Devido à tecnologia, tornou-se possível a comunicação à distância através das redes sociais, porém os moradores necessitam de equipamentos públicos para se encontrar uns com os outros.
Os edifícios multiusos proporcionam essa integração entre as pessoas, ao mesmo tempo em que consegue se adequar aos diversos “modo de morar” dos habitantes.
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34 |
Os
“espaços de morar” se transformaram com o passar dos anos, assim como a população e as cidades. A população, alguns anos atrás, procurava se refugiar em bairros afastados do centro da cidade, agora percebem que, para ir até a padaria precisam utilizar um meio de transporte, que no geral é o automóvel particular (carro). Como as distâncias aumentaram para tudo (chegar até o trabalho, escola, lazer, equipamentos de saúde, comércio...) o uso do transporte particular se tornou intenso, devido ao fato do transporte público estar a cada dia desapontando mais o usuário com as superlotações, atrasos, desconforto, insegurança, entre outros fatores. Consequentemente, com o aumento dos automóveis nas vias, juntamente com a falta de planejamento delas para receber fluxo intenso, ocorrem os temidos congestionamentos, que atrasam a vida da população, geram desconforto, estresse, acidentes, poluição... ou seja, o caos se origina. Com o passar dos anos muitas modificações acontece-
ram na planta das residências, devido às inúmeras mudanças que ocorreram e ocorrem no cotidiano das famílias. Para suprir as diferenças de uma família para outra, ou de um indivíduo para outro, é necessário que seu refúgio (seu lar) consiga se adaptar às exigências particulares de cada um, utilizando por exemplo, a planta livre, que pode ser incorporada nos edifícios multiusos. Para intervir no modo de viver da população, proporcionando melhor mobilidade, comodidade e amenizando os problemas da cidade como poluição, congestionamentos intensos, ou seja, melhorando a qualidade de vida dos habitantes, os edifícios com múltiplos usos são um excelente ponto de partida. Proporcionam ao morador e até mesmo aos moradores da região, prestações de serviço, escritórios para o trabalho, comércio, equipamentos que podem suprir as necessidades cotidianas em um único complexo de edifícios, sem precisar utilizar o automóvel, desafogando o tráfego urbano.
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Leitura projetual O Primeiro Edifício Multifuncional do município de Ribeirão Preto
O
Edifício Diederichsen é representante do progresso que a cidade de Ribeirão Preto alcançou com o desenvolvimento do café. Foi idealizado para ser um cio multifuncional e predomina versidade de usos até os dias
36 |
edifía diatuais.
Começou a ser construído em 1934, pelos arquitetos italianos Antônio Terreri e Paschoal de Vicenzo, à pedido do imigrante Antônio Diederichsen e sua inauguração realizou-se no dia 20 de dezembro de 1936, em uma celebração que se transformou em homenagem ao empresário idealizador do projeto.
Edifício Diederichsen visto pelo mesmo ângulo, em décadas diferentes Fonte: http://edificiodiederichsen.com.br/galeria.asp Acesso em 09/04/2015
O edifício situa-se na Rua Álvares Cabral, 469 - Cen-
tro da cidade de Ribeirão Preto, interior de São Paulo, Brasil. Sua fachada compreende todo o quarteirão da rua Álvares Cabral, com faces também nas ruas General Osório, voltada para a Praça XV de Novembro (espaço público ligado à origem da cidade) e São Sebastião. Nas imediações do prédio, estão localizados alguns edifícios com importância cultural e histórica, como o Theatro Pedro II e o Pinguim.
Edifício Diederichsen
Pinguim Choperia
Praça XV de Novembro
Theatro Pedro II | 37
Os ladrilhos decorados, os vitrais e os
revestimentos trabalhados em motivos geométricos, remetem à arquitetura art-deco. O edifício foi construído na inovadora técnica do concreto armado. Foi o primeiro prédio com mais de três andares na cidade. Com seis pavimentos e um terraço, desde seu início teve uso misto, abrigando lojas, serviços, cinema, hotel, Café Única e o famoso Bar Pinguim.
Primeiro edifício na cidade com mais de 3 pavimentos. Utilizou o concreto armado
Barrado de mármore que se repete por toda a fachada
Sua estrutura é toda feita to armado e tijolos fechando além de muretas de alvenaria ço de barrado de mármore
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de concreas paredes, e um reforna fachada.
O
edifício foi planejado de forma a ser multifuncional, com diversas atividades comerciais em seus andares, além de apartamentos para moradia. No térreo, lojas voltadas para a rua; a esquina da rua São Sebastião foi ocupada pela cafeteria Única, frequentada desde sempre por toda classe de gente, de empresários a engraxates; na outra esquina, da rua General Osório, o Snooker Pinguim, primeiro
estabelecimento da famosa choperia, sucesso tanto entre os barões do café quanto entre os boêmios e intelectuais da época; e finalmente, com entrada na rua São Sebastião, foi projetado o Cine São Paulo, uma sala de cinema ampla e confortável como não existia em Ribeirão Preto. O cinema manteve seu funcionamento até 1992, quando fechou suas portas e transformou-se em casa de bingo, atualmente desativada.
Fachada do edifício quando o Snooker Pinguim era localizado no térreo
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É
possível
observar a predominância de linhas retas, as formas geométricas e o design abstrato. Possui uma monumentalidade e uma certa imponência para com os demais edifícios da época. Sua fachada principal é simétrica, possui o mesmo número de janelas em ambos os lados e os elementos de destaque são ornamentais. Com ferro e vidro de materialidade, a porta principal também foi feita com motivos geométricos. Fachada lateral esquerda - Edifício Diederichsen Fonte: SOUBIHE, 1922
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Fachada principal - Edifício Diederichsen Fonte: SOUBIHE, 1922
No pavimento térreo, de fácil acesso para
a população, localiza-se o comércio (salgaderia, loja de roupas e calçados, cafeteria Única).
Funcionava um cinema (Cine São Paulo) antigamente, porém fechou e o espaço passou a abrigar um bingo, que atualmente também está desativado.
O edifício possui elevadores e escadas para garantir a circulação vertical. A circulação horizontal é realizada por corredores internos, que possuem poucas janelas para a entrada da luz natural, consequentemente é necessário utilizar a luz artificial.
A circulação horizontal no pavimento térreo é realizada pelo exterior do edifício
Planta térreo - Edifício Diederichsen
No 1º e 2º pavimento localizam-se as salas com prestações de serviço, ocupadas principalmente por escritórios, chaveiros, salões de beleza e firmas de pequenos negócios.
Comércio Prestação de serviço Circulação vertical Antigo Cine São Paulo Circulação horizontal Planta 1º e 2º pavimento - Edifício Diederichsen
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O 3º e o 4º pavimento são constituídos de apartamentos restritamente residenciais.
Planta 3º e 4º pavimento - Edifício Diederichsen
O 5º pavimento e a área do terraço foram reservados ao Grande Hotel, que encerrou suas atividades em 2007 e reabriu no primeiro semestre de 2010. O Grande Hotel era referência em sua época e recebeu diversas personalidades e políticos de passagem por Ribeirão Preto. Planta 5º pavimento - Edifício Diederichsen
No
terraço localiza-se um anfiteatro e havia uma área aberta, onde funcionava um bar e a área de lazer para os hóspedes do hotel. Porém, devido a um problema de infiltração por causa das chuvas, esta área precisou ser coberta com telhas dois anos depois da inauguração.
Residencial Hotel Circulação vertical Circulação horizontal
Não pertencendo mais ao Hotel, o terraço desde a década de 90 abriga ensaios de grupos de teatro de rua. Atualmente, o grupo Engasga Gato utiliza o local.
42 |
Fachada frontal, situada na rua Ávares Cabral - Edifício Diederichsen
Fachada lateral esquerda situada na rua General Osório Edifício Diederichsen
O
prédio foi declarado Bem Cultural e tombado pelo Estado de São Paulo em 2005, desde então passa por uma série de estudos para se iniciar o projeto de restauração.
Fachada lateral direita situada na rua São Sebastião Edifício Diederichsen
Antigo Cine São Paulo Comércio Prestação de serviço Residencial Hotel
Fonte: http://edificiodiederichsen.com.br/galeria.asp acesso em 09/04/2015
Circulação vertical
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Projeto de Jorge Königsberger e Gianfranco Vannucchi São Paulo, 2000/2003
O complexo multifuncional lo-
caliza-se no bairro Itaim Bibi, na cidade de São Paulo, Brasil. É formado por três edifícios, que se destacam do entorno devido a suas formas e gabarito elevado. É destaque também a ampla área verde que predomina por todo o complexo e sua praça térrea, que permite diversos usos pela população. Diferentes públicos utilizam o local: mães com seus filhos passeando, jovens e casais nos fins de noite, profissionais durante o dia... A praça, encontrada por todo o projeto, se mantêm viva por todo o tempo, ela é responsável por integrar o espaço público com os diversos outros espaços do complexo.
Complexo Brascan Century Plaza Fonte: http://arcoweb.com.br/complexomultiuso-21-11-2003 Acesso em 13/04/2015
44 |
O
complexo está localizado entre ruas de fluxo intenso de automóveis, como a Rua Tamandaré Toledo e a Rua Bandeira Paulista. Ocupa mais da metade do quarteirão, porém é um projeto que respeita a visão do pedestre pois possui praças
que permitem a integração com a calçada.
O projeto reúne em um único espaço de 12.600 m², área construída de 93.805m² + 7.000m² de praça, 31 pavimentos de flats hoteleiros, 24 pavimentos de conjuntos comerciais, 15 lajes corporativas, centro de convenções, centro comercial, praça de alimentação e 6 cinemas. Interligando todo o complexo, existem estruturas que se destinam a oferecer lazer e consumo, em um open mall – espaço que interliga o centro comercial à praça – onde a vida acontece o tempo todo.
Localização do Complexo Brascan Century Plaza Fonte: Google Maps Acesso em 13/04/2015
A ampliação do espaço coletivo através do território privado, é um fator muito importante para a melhoria
da qualidade de vida urbana nos grandes centros.
O terreno que atualmente abriga o complexo Brascan, no passado abrigou a fábrica da Kopenhagem. O projeto introduziu o conceito internacional de Mixed Use Project, presenteando o bairro do Itaim Bibi com uma nova centralidade, propiciando um espaço de lazer e serviços com qualidade urbana, comodidade, conveniência e segurança.
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O
complexo reúne comércio, serviços e habitação. Como tipologia de implantação, utiliza o conceito de quadra aberta.
Um ponto em evidência são as três torres com gabarito alto. O complexo possui grandes espaços arborizados e urbanizados abertos ao público.
Imagem mostrando “quadra aberta” Fonte: Google Street View Acesso em 13/04/2015
Perspectiva do complexo Brascan Fonte:http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2394. Acesso em 13/04/2015
Ligação entre o acesso ao lote e a calçada Fonte: Google Street View Acesso em 13/04/2015
Outro acesso ao complexo Fonte: Google Street View Acesso em 13/04/2015
46 |
Setorização Espelho d’ água Restaurante Palco
Lojas Cinema Brascan Century Staybridge suítes Brascan Century Corporate Brascan Century Offices Vegetação Praça Setorização
A
s disposições dos edifícios no terreno resultaram numa grande área livre com espaço arborizado, comércios, cinema e restaurantes para uso público.
É responsável também pela articulação entre os edifícios e os espaços livres, que resultam em praças.
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Três edifícios formam o complexo. O maior de-
les é o Brascan Century Staybridge Suites, torre de flats com 31 pavimentos, 356 unidades hoteleiras, 20 mil metros quadrados de área construída e heliponto. O segundo, com linhas semelhantes, é o Brascan Century Offices. Possui 24 pavimentos, 364 conjuntos de escritórios e soma 18 mil metros quadrados de área construída O terceiro, Brascan Century Corporate é um volume retangular de 13 mil metros quadrados, distribuídos por 15 pavimentos de 710 metros quadrados de área de laje. Esse edifício é dirigido a empresas que necessitam de mais espaço para suas instalações. O empreendimento conta ainda com centro de convenções, academia de ginástica, cinema, comércio, área de convívio, restaurantes, 1 200 vagas de garagem demarcadas e mais 5 mil rotativas (subsolo).
48 |
Acessos
O
s acessos acontecem em diferentes locais, por todo o complexo, não existe somente uma entrada e saída. O pedestre pode optar pelo acesso de acordo com a sua necessidade e vontade. Isso garante melhor fluidez na locomoção. Para os veículos não é diferente, existem acessos variados, inclusive para o subsolo.
Demarcação dos acessos
Acesso de veículos Fonte: Google Street View Acesso em: 13/04/2015
Acesso de pedestre Acesso de veículos
Acesso de pedestres e veículos Fonte: Google Street View Acesso em: 13/04/2015
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Térreo do complexo
Circulação vertical Espelho d’água Restaurante Palco Lojas Cinema Lobby do Brascan Century Staybridge suítes Hall do Brascan Century Corporate Hall do Brascan Century Offices
Vegetação Praça Planta do Térreo
L
ivre de muros ou gradis, a praça contêm lojas, restaurantes com mesas externas, livraria, espaços de convívio e bloco com seis salas de cinema. A praça permite que os espaços privados se completam com os espaços públicos. O grande diferencial do complexo são os espaços arborizados, compartilhados por usuários do condomínio e moradores da região. Esses espaços são responsáveis pela articulação entre os blocos construídos. O jardim é entrecortado pelo espelho d´água que acompanha toda a extensão da praça, simulando um rio.
Área arborizada entre os edifícios Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
50 |
Área de convívio Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Espelho d’água Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Área das lojas - comércio Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Kinoplex - Edifício com salas de cinema Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
E
stes espaços como as lojas, o cinema e as áreas de convívio, permitem a “vida noturna” no complexo.
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O
s edifícios têm desenhos distintos, embora pertencem à mesma família formal. O tipo de uso de cada um diferencia em sua estética, buscando o melhor aproveitamento do lote. A implantação permitiu mais espaço livre entre os prédios, criando áreas de uso comum. Foram considerados os recuos, sombreamentos e eixos visuais entre os blocos construídos. Dois edifícios têm planta em L, o que resultou em maior quantidade de janelas livres de obstáculos frontais - as que ficam de frente para outras estão separadas por boa distância.
Acesso ao Brascan Century Staybridge suítes Fonte: http://www.vitruvius.com.br/revistas/read/ projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Staybridge Suítes Hall Apartamento simples Sacada Apartamento VIP Depósito Circulação vertical Governança Circulação horizontal
Os apartamentos possuem planta livre, o mobiliário direcionará o espaço, para este ser funcional. A torre ocupa 20.000m², possui 31 pavimentos e 356 unidades hoteleiras + um heliponto.
Planta do pavimento tipo - Brascan Century Staybridge suítes
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Hall Circulação vertical Circulação horizontal
Offices
Escritório Sacada
Planta do pavimento tipo - Brascan Century Offices
Acesso Brascan Century Offices Fonte: Google Street View Acesso em: 13/04/2015
Brascan Century Offices Fonte: http://arcoweb.com.br/ complexo-multiuso-21-11-2003 Acesso em 13/04/2015
O
edifício Brascan Century Offices é destinado a pequenos escritórios e a profissionais liberais. Possuí laje de 776 e 906 metros quadrados, podendo ser dividida em unidades de 28 metros quadrados com até 16 salas por andar em 24 pavimentos. A planta é livre, permitindo aos usuários adaptá-la de acordo com as suas necessidades.
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Hall Circulação vertical Circulação horizontal Área técnica Sacada
Corporate
Sala
Planta do pavimento tipo - Brascan Century Corporate
Torre
de escritórios com 15 pavimentos, de 726m² de área de laje, destinada à empresas corporativas de padrão “A”(piso elevado, ar condicionado individual, etc.). Possui também uma “planta livre”, permitindo a adequação à diversas empresas e suas exigências para o espaço. São salas mais amplas, se comparadas ao edifício Brascan Century Offices. Esse edifício volumetria independente, retangular e de linguagem mais dura, menos flúida. Até quatro empresas podem compartilhar a área de uma laje. Brascan Century Corporate Fonte: http://arcoweb.com.br/complexo-multiuso-21-11-2003 Acesso em 13/04/2015
54 |
Materialidade
Todos os prédios apresentam estrutura
convencional de concreto, lajes protendidas e divisões internas em painéis de gesso acartonado. O fechamento externo é feito por painéis pré-fabricados revestidos por agregado mineral com duas texturas diferentes. Pilares e detalhes têm acabamento com a mesma pintura - que simula aço corten - presente no embasamento das áreas no entorno da praça. O
térreo
foi
mantido
permeável.
Toda a laje do pavimento térreo é constituída por placas de granito, sustentadas por pedestais, da mesma forma que pisos elevados de escritórios, vazadas. Sem rejuntamento entre as peças, a água escorre livremente até a caixa impermeabilizada, situada entre o piso da praça e a laje de cobertura da garagem. Isso é uma alternativa bem vinda para promover uma melhor permeabilidade do solo. As áreas com vegetação já cumprem esse papel naturalmente.
Detalhe das placas de piso elevado vazada Fonte: http://arquiteturanande.blogspot.com. br/2014/03/estudo-de-caso-edificio-brascan-century Acesso em 13/04/2015
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Passagem coberta no acesso às lojas
Pilares em concreto e revestidos com mármore travertino rústico
Espelho d’ água
Placas na cor bronze simulando aço corten
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Chapa de aço soldado
Placas de granito
Esculturas de grandes troncos de Elisa Bracher - referência entre a força da modernidade urbanizada e a força de nossas raízes
Entrada do cinema com grande área de abertura, mantendo a visão da praça
Divisórias dos terraços em aço corten
Piso de granito
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ELEVAÇÕES
Corporate
Hall Salas destinadas a empresas corporativas
Brascan Century Corporate Fachada voltada para a praça
Offices
Brascan Century Corporate Fonte: http://www.vitruvius.com.br/ projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Lojas hall Escritórios
Vão na fachada
Brascan Century Offices Fachada voltada para as Ruas Bandeira Paulista e Joaquim Floriano
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Staybridge Suítes
Heliponto Apartamentos simples
Vão na fachada Apartamentos VIP Lobby Lojas Perspectiva do Brascan Century Staybridge Suítes Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Brascan Century Staybridge Suítes Fachada voltada para as Ruas Bandeira Paulista e Tamandaré Toledo
Características à considerar:
Jardins e praça Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Gabarito alto Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
Lojas com cobertura - protegendo das intempéries Fonte: http://www.vitruvius.com.br/projetos/04.044/2397 Acesso em 13/04/2015
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Projetado pelo arquiteto Le Corbusier, o
edifício possui características modernistas. Le Corbusier tentava recuperar a dinâmica da vida urbana na França após a Segunda Guerra Mundial. O edifício começou a ser planejado imediatamente após a Guerra (1945-1946), o projeto ficou pronto em 1947, porém por problemas de orçamento, foi inaugurado somente no ano de 1952. O edifício é uma enorme construção de 140 metros de comprimento, 24 metros de largura e 56 metros de altura, distribuídos em 18 pavimentos. Os apartamentos são duplex, acessíveis a partir de um grande corredor interno de três andares. No interior do edifício, 337 apartamentos se cruzam na enorme estrutura de concreto. No meio do edifício existe uma área comercial de dois andares que se estende ao longo de quase todo o prédio, que possui também salas de reuniões, um restaurante, um hotel, uma lavanderia e outros serviços de alimentação. O terraço também abriga diferentes equipamentos, como: berçário, espaço social, um ginásio coberto e etc.
60 |
L
e Corbusier não projetou somente o edifício, mas também todos os elementos internos. Considerando sempre a ideia da máquina de morar, no qual o conforto ambiental e a funcionalidade predominam. Devido ao reconhecimento de seu projeto, o governo alemão solicitou um projeto idêntico para Berlim. No total, foram 5 criações diferentes da mesma Unidade de Habitação realizada pelo Le Corbusier em localidades diversas: Marselha (1947); Nantes (1955); Berlim (1958); Briey em Foret (1963); Firminy (1965).
Um dos projetos de área interna Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
Unidade de Habitação de Marselha
O edifício está localizado na cidade de Marselha, França. Está próximo de avenidas como Avenue de Mazar e Avenue Guy de maupassant, é predominante a vegetação ao seu redor.
Localização da Unidade de Habitação de marselha Fonte: Google maps Acesso em 15/04/2015
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O
edifício foi projetado elevado por pilotis, deixando a passagem no térreo livre para circulação de pedestres.
Edifício sobre pilotis Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
A estrutura toda do edifício foi baseada em um único bloco elevado por pilotis.
Pilotis Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
Bloco construído sobre pilotis Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
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Janelas em fita
Bloco único
Único bloco - Inserção Fonte: http://piniweb.pini.com.br/construcao/arquitetura/edificio-projetado-por-le-corbusier-em-marseille-na-franca Acesso em 15/04/2015 Único bloco - Inserção Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Terraço jardim
Base sobre pilotis Planta e Fachada livre
Foi
projetado através do sistema de medidas modulor, que é baseado nas medidas humanas, desde a concepção do edifício até os móveis. Bloco construído sobre pilotis Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
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C
om 24m de largura, 140m de comprimento e 56m de altura distribuídos em 18 pavimentos com 337 moradias dupléx de dimensões variadas.
Concreto armado
Edifício em forma de um transatlântico Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Vidro
As fachadas possuem uma série de janelas e varandas, com exceção da fachada norte, fechada para impedir a entrada dos ventos frios.
Janelas e varandas Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
64 |
Fachada norte Fonte: Google Street View Acesso em: 15/04/2015
Acesso Marselha Fonte: Google Street View Acesso em: 15/04/2015
Unidade de Habitação de Marselha
Localização do eifício Fonte: Google maps Acesso em 15/04/2015
ACESSOS
Acesso Marselha Fonte: Google Street View Acesso em: 15/04/2015
Acesso Marselha Fonte: Google Street View Acesso em: 15/04/2015
É
possível acessar o edifício por diferentes locais. O fato de ele ser elevado do solo por pilotis, facilita para o pedestre o acesso à diversos locais do edifício.
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Salão
Elevador central Saída de ar Espaço coletivo
Área comercial
Área comercial Fonte: http://www.galinsky.com/ buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Apartamentos
Apartamento
Os apartamentos são interconectados em pares, ao redor de um corredor de acesso, chamado de “ruas interiores”.
Corredor
Pilotis Funções Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Apartamentos “ruas interiores” Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
66 |
Estrutura
Pilotis
No
térreo a estrutura é totalmente sustentada pelos pilotis, gerando uma livre circulação para os pedestres.
Pavimento térreo Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Nos demais pavimentos, a estrutura coincide com os módulos das habitações, o que origina uma planta mais limpa.
O edifício é composto por dois sistemas construtivos diferentes. A maior estrutura é formada por um sistema de vigas e pilares em concreto armado, moldados em loco, formando uma grelha estrutural. Essa grelha é conectada ao solo através dos pilotis.
Demais pavimentos Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Pilares
As unidades habitacionais, que são encaixadas nesse sistema principal, são formadas por componentes pré-fabricados.
Interior de uma unidade de habitação Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
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As
unidades de apartamentos atravessam completamente o edifício no sentido transversal. Foram projetadas para atender famílias de 1 a 8 pessoas. A variação nos tipos das unidades incluem apartamentos de 2 dormitórios e apartamentos tipo “quitinete” (os únicos que não possuem pé-direito duplo na sala de estar). O acesso aos apartamentos se dá através de um núcleo de circulação vertical (escada e elevador) e horizontal (corredor).
Apartamentos “tipo” superior Apartamentos “tipo” inferior Área comercial Corredor - “rua interior” Terraço - área de uso coletivo
68 |
Terraço
Ginásio
Chaminés de ventilação
Pista de corrida
Playground Escada
Torre do elevador
Quebra vento
Piscina
Assistência infantil
Rampa de ligação
Solário
Comércio Circulação vertical Circulação horizontal Hall de entrada Inferior - pavimento comercial
Lavabo
Superior - pavimento comercial
Apartamentos “tipo” superior Circulação horizontal
Apartamentos “tipo” inferior Circulação vertical
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Corte transversal - apartamentos para famílias com 2 ou 4 filhos
Planta baixa - apartamentos para famílias com 2 ou 4 filhos
Apartamentos e sua ventilação cruzada Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
As fachadas voltadas para o leste e
oeste possibilitam a ventilação cruzada, compensando as plantas longas e estreitas.
Apartamentos “tipo” superior Apartamentos “tipo” inferior Circulação horizontal
70 |
Interior de uma unidade de habitação Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
A
área comercial, que possui pé direito duplo, ocupa dois andares do edifício (7º e 8º pavimentos). Esta área, originalmente tinha açougue, padaria, verdureiro, armazém, lavanderia, cabeleireiro, correio, cafeterias e um pequeno hotel para abrigar os hóspedes dos moradores. O terraço foi projetado para receber equipamentos de uso coletivo como: creche, piscina, ginásio de esportes, pista de corrida... proporciona também uma vista maravilhosa para os usuários do local. Área comercial Fonte: http://www.galinsky.com/buildings/marseille/ Acesso em 15/04/2015
Insolação
Insolação no apartamento - período manhã Fonte: CORBUSIER, Le. Unité d’ Habitacion de Marseille
Terraço Fonte: http://www.fondationlecorbusier.fr Acesso em 15/04/2015
Corbusier proporciona insolação direta em todos os apartamentos. Essa insolação é controlada por brises soleil, favorecendo as unidades com conforto ambiental. Le
Insolação no apartamento - período tarde Fonte: CORBUSIER, Le. Unité d’ Habitacion de Marseille
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Vale
ressaltar algumas característica de cada um dos projetos estudados. No projeto do edifício Diederichsen, os arquitetos optaram por deixar a área comercial no térreo. É interessante este raciocínio, pois facilita o acesso do pedestre e consegue atrair maior número de usuários para o local. Porém, o fato de o comércio não possuir área coberta para o acesso, a população fica completamente desprotegida de intempéries. Outro fator a ser considerado, são os corredores de acesso horizontal no interior do edifício, possuem pouca iluminação e ventilação natural, consequentemente se tornam escuros e abafados, necessitando a todo instante de iluminação artificial.
Comércio no pavimento térreo com o acesso desprotegido de intempéries
72 |
No projeto do edifício Brascan Century Plaza, os arquitetos conseguiram deixar o projeto interessante devido a disposição dos diferentes edifícios, porém todos seguindo a mesma família arquitetônica. Ao mesmo tempo que os edifícios estão segregados, permanecem integrados.
Os diversos acessos, por diferentes locais da quadra, facilitam a fluidez dos pedestres e usuários do local.
O edifício Marselha, com seu projeto desenvolvido por um dos maiores nomes da arquitetura mundial, Le Corbusier, conseguiu unir os 5 pontos da arquitetura moderna: fachada livre, janela corrida, pilotis, planta livre e terraço jardim. É interessante ressaltar a preocupação do arquiteto em não inibir a visão do pedestre que trafegaria pelo local, com este pensamento, ele utilizou os pilotis, deixando todo o edifício livre do solo. Outra característica do projeto é a utilização do terraço para uso coletivo, com lazer, atividades físicas e uma maravilhosa vista da cidade.
A praça, com toda a vegetação e com
o desenho formado por ela, torna-se um ponto de encontro para jovens, idosos, famílias... As atrações disponíveis no complexo, como o cinema e restaurantes, propiciam a utilização noturna do local, o que é um fator interessante para inibir a marginalização. A área comercial recebe cobertura, que protege os usuários de intempéries e consequentemente, promove maior conforto. Outro destaque para este projeto é o fato de os edifícios possuírem gabarito alto, podendo proporcionar uma maior monumentalidade ao local.
As inúmeras árvores e área verde que cercam todo o edifício, contribuem para o conforto térmico e enriquecem o campo visual do local. Considero um pouco inviável o fato de a área comercial do edifício estar localizada nos andares que permitem acesso às unidades habitacionais. Acredito que esse fato tira um pouco a privacidade dos moradores. Prefiro que a área residencial esteja mais privatizada.
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Ribeirão Preto - SP
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Uso do solo urbano
A
área, localizada entre duas avenidas: Maria de Jesus Condeixa e Leão XIII, e duas vias coletoras: marginal da Av. Castelo Branco e rua Arnaldo Vitaliano, é constituída em sua maior parte por residências. Existem áreas destinadas ao comércio e prestações de serviço, que localizam-se com maior frequência nas vias de fluxo mais intenso, como a Arnaldo Vitaliano e Maria de Jesus Condeixa. Um comércio consideravelmente relevante em qualquer área residencial é a padaria. Porém na área de estudo, só existe uma única padaria, obrigando os moradores mais distantes a se deslocarem por longas distâncias para acessar o estabelecimento.
Padaria Vila santana Fonte: autora
Rua Arnaldo Vitaliano Fonte: autora Av. Maria de Jesus Condeixa / Fonte: autora
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Uso do solo urbano
Área para intervenção
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Residencial
Área verde
Comercial
Vazio
Institucional
Sem uso
Prestação de serviço
Lazer
Área para intervenção (Rua Arnaldo Vitaliano) Fonte: autora
Existem escolas de en-
sino infantil e fundamental , localizadas na área de estudo. Igrejas também aparecem. As praças aparecem nas extremidades e no centro da área. Algumas áreas de grande metragem quadrada permanecem vazias, sem ocupação. são áreas que poderiam receber utilização, porém permanecem sem função alguma à população.
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Gabarito
1 a 2 pavimentos 3 a 5 pavimentos 6 a 10 pavimentos 10 a 15 pavimentos Mais de 15 pavimentos
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Área para intervenção
Edifícios
com 1 ou 2 pavimentos são os mais frequentes na área, devido à constância de casas residenciais. A horizontalidade da área é característica predominante, porém existem locais que a verticalização ganha força. A rua Aldo Focosi é marcante devido à sua verticalização, pois a via é composta por prédios em toda a sua extensão, desde edifícios bem altos com mais de 15 pavimentos, até os mais baixos com 4 pavimentos.
Outra via que concentra grande quantidade de edifícios altos é a Arnaldo Vitaliano, devido à sua concentração de condomínios habitacionais.
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Figura fundo
Cheio Vazio
Área para intervenção
80 |
A
maioria dos edifícios residenciais horizontais ocupam a área máxima de construção permitida por lei. Deixam apenas os recuos mínimos exigidos, fazendo com que diminua a permeabilidade do solo na área.
Outra área com maior permeabilidade é a gleba vazia, sem pavimentação alguma, que se localiza no centro da área de estudo,
Os vazios aparecem com maior intensidade na área de fundo de vale localizada próxima ao córrego dos catetos. Os dois edifícios localizados na área de intervenção serão demolidos, pois apresentam desgastes sofridos pelas intempéries e pelo tempo que estão inacabados. São antigas torres da construtora Encol.
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Equipamentos e Mobiliário urbano
Religioso - escala de bairro - particular Educacional - escala de bairro - público e particular Segurança - escala de município - público Esportivo - escala de bairro - particular Lazer - escala de bairro - público Mobiliário urbano
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Área para intervenção
A
área possui equipamentos públicos e particulares, que abrangem desde a escala de bairro até municipal, como é o caso da Delegacia situada na rua Arnaldo Vitaliano.
Equipamentos educacionais e religiosos também aparecem na área de estudo. A área conta também com equipamentos esportivos, como quadra de esportes e academias.
Os mobiliários urbano encontrados como: bancos , pontos de ônibus, lixeiras e academia ao ar livre, são pichados por vândalos, deixando uma imagem paisagem ruim para a região, porém mesmo nessas condições eles cumprem suas funções aos moradores.
As praças, como equpamentos de lazer, permanecem descuidadas por longos períodos no ano, mas quando recebem os cuidados necessários, oferecem lazer aos moradores, como caminhada, academia ao ar livre, passeio com os cachorros...
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Hierarquia viária
Local Coletora Arterial Expressa
84 |
Área para intervenção
C
omo a área é predominantemente residencial, as vias locais são mais frequentes, pois permitem os acessos às residências. Rua Teodomiro Uchoa Neto Fonte: autora
A marginal da avenida castelo Branco e a rua Arnaldo Vitaliano, têm a função de coletar o fluxo das avenidas Maria de Jesus Condeixa e Leão XIII e distribuir para a área.
As avenidas, como a Maria de Jesus Condeixa, possuem a função de vias arteriais, pois são elas que permitem a ligação entre diferentes bairros.
A área possui uma via expressa, que é a avenida Castelo Branco. Permite trânsito livre, sem semáforos e cruzamentos.
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Mobilidade
Fluxo leve Fluxo moderado Fluxo intenso Área para intervenção
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As
ruas que possuem somente a função de levar os moradores até suas residências, recebem um fluxo leve de veículos. Rua Orestes Morandini Fonte: autora
Algumas ruas, mesmo com a função de local, recebem fluxo maior, considerado moderado, devido à algumas características, como exemplo: percurso utilizado por ônibus (exemplo: rua Dr. Joaquim Estanislau de Gusmão) e muitos condomínios residenciais em uma mesma via, como é o caso da rua Aldo Focosi.
Com fluxo intenso aparecem as avenidas e a rua Arnaldo Vitaliano, responsáveis pelos principais tráfegos de veículos da área.
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14.853m²
Área intervenção
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área para intervenção, foi escolhida devido à sua localização e características próprias, como sua ampla metragem quadrada e sua inserção diferenciada. No local, deveria ter sido concluída uma obra da construtora Encol, o condomínio Portal do Pássaros, porém a construtora decretou falência e essa obra jamais chegou ao fim. As duas torres existentes no local, serão demolidas, pois estão sem conservação alguma, servindo apenas para abrigo aos moradores de rua, o que deixa
a região no período noturno, um pouco complicada, pois os moradores ficam receosos com algumas pessoas invadindo essa propriedade privada. Outro fator que preocupa os moradores da região é o mato alto que aparece constante no terreno, se tornando abrigo para animais peçonhentos e insetos, gerando uma enorme perturbação à população vizinha. Muitas vezes, aparecem focos de incêndio também, gerando um odor desagradável e uma fumaça sufocante, além é claro de contribuir para a poluição do meio ambiente.
Mato alto no terreno Fonte: Google Street View Acesso em: 02/05/2015
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11 metros de aclive
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Topografia
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Rua Arnaldo Vitaliano 0
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Insolação
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Sol considerado “ruim” - Oeste
Sol considerado “bom” - Leste
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Os ventos predominantes vêm do Sudeste
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Ventilação
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Vegetação
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a área existem vegetações, porém não são nativas, não têm obrigação de serem preservadas no terreno, podem ser replantadas em outros locais.
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Rua Arnaldo Vitaliano
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250m 150
Restrições urbanísticas
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e acordo com informações passadas pelas Secretaria de Planejamento da cidade de Ribeirão Preto, o terreno escolhido para intervenção pertence a AUM-2 (Área de uso misto II - atividades de comércio, prestação de serviços e residências). Possui Índice de risco ambiental (IRA) = 1,0 Localiza-se na Zona de urbanização preferencial (ZUP) - aceita gabarito alto. A taxa de ocupação é da para edifícios residenciais ciais: 70% residencial e 80%
diferenciae comercomercial.
Coeficiente de aproveitamento (C.A.) = 5,0
Gabarito máximo= 2,5 a largura da via frontal + recuo do edifício (h máx = 2,5(L+R) Recuo frontal deve ser igual ou superior a 5 metros. Recuos laterais devem ser iguais ou superiores a altura do edifício dividida por 4. Recuo de fundo deve ser igual ou superior a altura do edifício dividida por 4 para edifícios residenciais e dividida por 6 para edifícios comerciais e prestação de serviço.
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Para
a elaboração do partido arquitetônico, as premissas fundamentarão as diretrizes projetuais. Para iniciar o projeto, foi preciso identificar as potencialidades do terreno: estudando o lote, sua topografia e a orientação solar. O terreno possui uma boa localização na área em que está inserido. A rua na qual ele está situado possui boa movimentação de carros e pedestres.
Outra potencialidade é o fato de que a metragem quadrada de área do lote é bem significativa, permitindo a inserção de várias atividades no local. Rua Arnaldo Vitaliano Fonte: Google Street View
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No seu entorno imediato não existem áreas de convívio, um fator importante a ser considerado no projeto.
Deve ser considerado também o fato de que a área atualmente não possui vida noturna, o que gera uma certa insegurança nos moradores que precisam passar pelo local caminhando.
A topografia do terreno é relevante, pois possui um aclive de 11m. O projeto deverá levar em consideração a movimentação de terra, mas considerar também as características naturais do terreno.
Terreno Fonte: Google Street View
A orientação solar deve interferir na locação dos edifícios no terreno, proporcionando maior conforto térmico para os moradores e frequentadores do local.
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DIVERSIDADE / HABITAÇÃO
O
projeto contará com um plexo de edifícios que terão ções e usos diferenciados entre
COMÉRCIO comfuneles.
Edifícios Habitacionais: comportarão apartamentos com metragem quadrada diferenciada para ser utilizados por pessoas que queiram morar sozinhas e famílias com menor e maior número de membros. Os apartamentos terão planta livre, podendo receber paredes de Drywall em diversos locais para suprir as necessidades das rotinas diferenciadas de cada futuro morador.
O comércio terá acesso direto pelo pavimento térreo, pois facilita o acesso da população em geral e proporciona uma área agradável de convívio ao ar livre para os frequentadores do local
LAZER O lazer terá duas vertentes: público e privado. O público contará com espaços para descanso e interação entre os usuários. O particular terá acesso privativo aos moradores e contará com piscinas infantil e adulto, academia, salão de jogos e de festas.
PRESTAÇÃO DE SERVIÇO Edifício com prestação de serviço: será destinado para abrigar escritórios de diversos profissionais, permitindo com que o morador do complexo consiga chegar no trabalho com o mínimo tempo e deslocamento possível. Deverá ser utilizado pelos moradores do complexo mas também por moradores da região. As salas terão metragem quadrada diferenciadas e planta livre.
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CONVÍVIO A área de convívio pública se localizará no térreo, com bastante área verde e locais para descanso.
PÚBLICO / PRIVADO
MOBILIDADE / ACESSIBILIDADE
ambiente público será fundamental, pois é neste espaço que ocorrerá integração entre o consumidor (comércio), pedestre (morador da região) e morador do complexo. A praça, que permitirá a ligação entre as torres, se tornando uma área de convívio, exercerá a função do espaço público.
Todo o complexo atenderá à norma de acessibilidade NBR 9050, garantindo acesso às pessoas com necessidades especiais. A questão da mobilidade é consequência do uso destinado aos edifícios do complexo. Quando se proporciona para o morador a opção de ele chegar ao local de trabalho sem precisar utilizar um automóvel, ou à moradora uma opção de comprar o pão do café da manhã apenas descendo um elevador, a mobilidade acontece.
O
O comércio como o espaço da troca (espaço terciário), também complementará o espaço público, garantindo maior movimentação de pessoas em diversos momentos do dia-a-dia. O espaço privado se caracterizará com as habitações, permitindo aos moradores privacidade necessária para uma boa qualidade de vida, ao mesmo tempo que acontece interação entre moradores e não moradores na área de convívio formada pela praça que engloba as torres do complexo, localizada no térreo.
Quando ocorre a possibilidade de atender às diversas necessidade corriqueiras do dia-a-dia dos moradores, com os diversos equipamentos localizados em um mesmo complexo de edifícios, a mobilidade se transforma. Deixa de ser um empecilho para a população e se torna uma aliada. As horas do dia são melhores aproveitada, e o trânsito deixa de ser um inimigo.
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Complexo Comércio
Circulação
Sanitários
Habitação
Hall
Lojas
Salão de beleza
Circulação
Restaurante
Padaria
Apartamentos
Praça
Convívio
Planta livre
Espelhos d’ água
Área verde
Terraço
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o Multiuso Lazer
Serviços
Privado
Público
Hall
Academia
Espaço para descanso
Circulação
Salão de jogos
Espaço para convívio
Salas comerciais
Salão de festas
Planta livre
Piscina
Terraço
Sanitários
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TOPOGRAFIA
U
m fator a ser considerado no terreno é a presença de várias curvas de nível. Como a intenção do projeto é criar grandes áreas de convívio para o pedestre e morador do complexo, com facilidade de acesso, criando uma continuação da calçada, a solução encontrada foi alterar a topografia do local com movimentação de terra.
Movimentação de terra
Corte AA do terreno sem alterações +9,00
Corte AA do terreno alterado
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Rua Arnaldo Vitaliano
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Acrescentar
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Corte BB do terreno sem alterações
+4,00 +1,00 Corte BB do terreno alterado
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calçada acompanha o desnível da rua, que possui 5m de aclive. Como a distância é grande, aproximadamente 206m de comprimento, os 5 metros aparecem suavizados. O nível médio da rua é 2,5m. Portanto, para ocorrer uma melhor distribuição do prolongamento da calçada para dentro do projeto, formando uma praça, uma área de convívio, o local escolhido para acesso dos pedestres ao complexo foi o nível +4,00m.
Rampas e escadas permitirão o livre acesso do pedestre para dentro da praça (área de convívio) que se originará no térreo do complexo de edifícios multiuso. O acesso ao estacionamento destinado aos moradores do complexo, aos trabalhadores do comércio e prestação de serviços e também aos usuários, acontece no nível +1,00m, porém no subsolo do nível +4,00m.
+9,00
+7,00
+4,00 +1,00 Rua e Calçada - nível médio +2,50m
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ACESSOS AO COMPLEXO DE EDIFÍCIOS MULTIFUNCIONAIS
Os acessos ao complexo possuem duas
classificações: pedestres e veículos. Para os pedestres o acesso ocorre no decorrer da fachada principal do terreno, localizada na Rua Arnaldo Vitaliano, através de rampas e escadas. Para os veículos, o acesso é separado, porém também acontece pela Rua Arnaldo Vitaliano. O estacionamento de apoio ao comércio e serviços e o estacionamento privado, para os moradores do complexo, localiza-se no subsolo do nível +4,00.
Não é possível acessar o complexo por nenhum outro local , pois a única fachada que faceia a rua é a fachada da Rua Arnaldo Vitaliano. As outras fachadas são cercadas por residências e lotes vazios.
+4,00 +1,00 Rua e Calçada - nível médio +2,50m
Pedestres
102 |
Veículos para estacionamentos no subsolo (residencial e somércio/serviços/ frequentadores do local
EDIFÍCIOS
O
complexo de edifícios multifuncionais englobará: comércios, habitações, serviços/escritórios e áreas de convívio. O objetivo do complexo é atender as necessidades básicas do dia a dia dos moradores, como ter o trabalho bem próximo da habitação, assim como o comércio e serviços. Porém será aberto para todo o público: por exemplo, pessoas que não morarem no complexo também poderão trabalhar no local e utilizar todos os serviços abertos ao público.
Residencial Comercial Serviços Área de convívio acessível somente aos moradores do complexo Comécio no térreo e prestação de serviços no segundo pavimento
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Área de convívio acessível à todos
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Rua Arnaldo Vitaliano
Área de convívio acessível à todos + acesso de veículos aos estacionamentos
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ESTUDO VOLUMÉTRICO INICIAL
Habitação - 12 pavimentos
Serviços - 3 pavimentos
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Serviços - 5 pavimentos Comércio - 1 pavimento Habitação - 20 pavimentos
Vão livre coberto pelo edifício de serviços
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Rua Arnaldo Vitaliano
Comércio + serviços 2 pavimentos
Terraço jardim
Área de convívio acessível somente aos moradores do complexo
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Terraço jardim
Área elevada por pilotis, permtindo uma área de convívio coberta
Rua A rnaldo
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O SOL
O
s edifícios recebem o sol da tarde em sua fachada posterior e lateral esquerda. Portanto, a arquitetura dessas fachadas deverá ser pensada para melhor amenizar o efeito nocivo do sol no interior dos edifícios. A fachada frontal está localizada na face sul, portanto é onde o clima fica mais ameno. As fachadas da lateral direita recebem o sol da manhã, portanto não necessitam ser trabalhadas com brises, por exemplo, pois o sol da manhã não é muito intenso, diferente do sol da tarde.
De acordo com a simulação abaixo, é possível perceber as faces que o sol da manhã irá atingir quando os edifícios estiverem construídos no local. A fachada frontal deve permanecer sombreada durante todo o dia. A lateral direitados edifícios receberá somente o sol da manhã, ficando sombreada no período da tarde. A fachada posterior, diferente da frontal, deve permanecer com sol durante todo o dia, recebendo o sol da manhã e também o da tarde. A lateral esquerda receberá o sol somente da tarde, permanecendo sombreada no período da manhã.
Sol no período da manhã agindo nos edifícios - analisado por dois ângulos diferentes
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Devidoàanálisedopercursodosolnolocal
de implantação do complexo de edifícios multiuso, é possível entender as fachadas que precisarão de atenção no quesito de bloquear o sol, impedindo sua ação direta no interior dos edifícios. A fachada posterior, como foi citada no simulação anterior, recebe o sol no período da manhã. Porém de acordo com a simulação do sol no período da tarde, também foi analisado que essa fachada recebe o sol no período da tarde. Ou seja, a fachada posterior dos edifícios receberão o sol durante todo o dia, tanto no período da manhã como também no período da tarde.
A lateral esquerda, diferente do período da manhã, recebe o sol da tarde. A fachada frontal, como também já analisada na simulação anterior, não recebe sol no período da manhã, e analisando no período da tarde, também foi constatado que não recebe a incidência dos raios solares. A lateral direita, que recebe o sol da manhã, como já relatado, permanece sombreada durante todo o período da tarde. Conclui-se que as fachadas que devem receber maior bloqueio para os raios solares são a fachada posterior e a lateral esquerda dos edifícios.
Sol no período da tarde agindo nos edifícios - analisado por dois ângulos diferentes
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ACESSOS AOS EDIFÍCIOS MULTIUSO
O
s edifícios comerciais, localizados diretamente no térreo, podem ser acessados por toda a sua extensão, pois as lojas terão seus acessos voltados para a área externa.
O acesso ao segundo pavimento será interno, assim como acontecerá o acesso para o edifício residencial, localizado ao lado e de serviços, localizado na parte superior.
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ta o Vi d l a Arn Rua
O acesso ao residencial poderá ser realizado pelo “pátio central”, localizado no térreo. Os edifícios com prestações de serviços/escritórios poderão ser acessados internamente, à partir da recepção localizada no térreo. Os dois edifícios têm ligação internamente.
108 |
O edifício com prestação de serviços também origina um terraço jardim, acessado pelos moradores do edifício residencial de 20 pavimentos.
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O edifício residencial com 12 pavimen-
tos poderá acessar a área com prestações de serviços sem ser pelo térreo, à partir de um terraço jardim.
Os dois edifícios residenciais possuem acesso à uma área acessível somente aos moradores do complexo.
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CIRCULAÇÃO VERTICAL
A
circulação vertical será realizada por escadas e elevadores sociais e de serviços, garantindo acessibilidade à todos, inclusive portadores de necessidades especiais.
Circulação vertical
Rua Arnaldo Vitaliano
Circulação residencial Circulação vertical
Circulação para acessar edifício residencial
Circulação serviços
Circulação serviços
Rua Arnaldo Vitaliano
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CORTES ESQUEMÁTICOS
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Rua Arnaldo Vitaliano
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CORTE ESQUEMÁTICO AA
+20,40 +17,10 +13,80 +10,50 +7,00 +4,00 +1,00
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CORTE ESQUEMÁTICO BB Estacionamento - subsolo Área de descanso - acesso livre Solo Comércio Serviços Residencial
+62,40 +59,40 +56,40 +53,40 +50,40
Circulação vertical
+47,40 +44,40 +41,40 +38,40 +35,40 +32,40 +29,40 +26,40 +23,40
+20,40 +17,10 +13,80 +10,50 +7,00 +4,00 +1,00
112 |
+9,00
CORTE ESQUEMÁTICO CC
+41,40 +38,40 +35,40 +32,40 +29,40 +26,40 +23,40 +20,40 +17,10 +13,80 +9,00
+10,50 +7,00 +4,00 +1,00
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MAQUETE DE ESTUDO FÍSICA
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MATERIALIDADE - ESTRUTURA
Como
sistema construtivo será utilizado o concreto armado, com pilares e vigas moldados in loco. A alvenaria será somente de vedação e as paredes internas, serão de DryWall, pois é um material que agiliza a obra com sua execução mais rápida, não precisa fazer o revestimento nas paredes, pois não precisa rebocar, é só fazer a junta e pintar direto, diminui o peso total da estrutura... O concreto armado será utilizado como sistema construtivo, pois é o sistema no qual encontramos mão de obra com maior predominância para execução. Como materialidade em destaque serão utilizados vidro e madeira. Materialidade - Madeira e vidro Fonte: http://iabto.blogspot.com.br Acesso em 05/06/2015
Materialidade - Madeira e vidro Fonte: http://www.anualdesign.com.br Acesso em 05/06/2015
116 |
No
edifício que originará um vão livre no térreo, de 30 metros, será empregado o sistema estrutural de viga Vierendeel, pois assim será possível vencer o grande vão. A viga possui alma vazada e terá como material constituído em sua composição o concreto armado. Essa viga pode ser executada com diversos formatos vazados, como exemplo, um círculo, um hexágono e quadrado, como será no caso do edifício deste complexo multifuncional.
Materialidade - Madeira e vidro Fonte: https://arcoweb.com.br/finestra/tecnologia Acesso em 10/08/2015
Viga Vierendeel Fonte: http://au.pini.com.br/arquitetura-urbanismo/154/artigo39518-2.aspx Acesso em 10/08/2015
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Área privativa aos moradores dos residenciais Edifício residencial - 20 pavimentos 20,0x30,0m Edifício residencial - 12 pavimentos 30,0x10,0m
Área de convívio livre
Rua Arnaldo Vitaliano Desenho sem escala
Edifício comercial/serviços - 2 pav. 20,0x40,0m
Edifício serviços + comércio no térreo - 6 pavimentos - 20,0x30,0m
120 |
Edifício serviços - 3 pavimentos 55,0x15,0m
PAVIMENTO COMERCIAL - TÉRREO
O
pavimento comercial ocupa o térreo dos edifícios com prestações de serviços. O acesso aos pavimentos superiores de serviços ocorrerá nas recepções localizadas no térreo. As lojas serão recuadas para criar uma marqui-
se de proteção contra intempéries e favorecer a circulação externa. As lojas terão 110m², podendo receber outras atividades como lanchonete, padaria, salão de beleza...Todas as divisões internas serão realizadas com paredes de DryWall.
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122 |
EDIFÍCIO SERVIÇOS - 5 PAVIMENTOS
O
s edifícios com prestações de serviços possuem ligações internas entre eles. Do 2º ao 4º pavimento do prédio com 5 andares, existe uma ligação interna com o edifício de 3 andares. Os acessos podem acontecer na recepção, localizada no térreo e também através de um terraço jardim que interliga o edifício de serviços até o residencial de 12 pavimentos.
EDIFÍCIO SERVIÇOS - 3 PAVIMENTOS
O edifício com 5 pavimentos terá 8 salas por andar, totalizado 40 salas. As divisões serão realizadas com parede de DryWall, para melhor se adequar a necessidade de casa usuário. O edifício com 3 pavimentos terá 7 salas por andar, totalizando 21 salas. Essas salas podem ser ocupadas por escritórios, empresas de maior ou pequeno porte, pois como as paredes serão em DryWall existe a possibilidade de juntar duas ou mais salas e transformá-las em uma só. O pavimento de serviços localizado acima do comércio, contará com 8 salas.
EDIFÍCIO SERVIÇOS NO PAV. SUPERIOR
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RESIDENCIAL 12 PAVIMENTOS
E
sse edifício residencial possui acesso à área externa pelo térreo e primeiro pavimento. A saída no primeiro pavimento permite o acesso á área restrita somente aos moradores dos residenciais. Os equipamentos localizados no interior do edifício serão de uso exclusivo dos moradores. No total, o edifício terá 44 apartamentos do tipo studios, voltados para casais sem filhos, estudantes e pessoas que desejam morar sozinhas. Os studios possuem 48m². O edifício terá uma academia e um salão de festas com 82,5m² cada, e lavanderia com 73,5m², localizados no pavimento térreo. A divisão interna dos ambientes será realizada com paredes de DryWall, permitindo maior adaptação às necessidades de cada morador.
124 |
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126 |
RESIDENCIAL 20 PAVIMENTOS
E
sse edifício possui acesso à área externa pelo térreo e primeiro pavimento. A saída no primeiro pavimento permite o acesso á área restrita somente aos moradores dos residenciais. O café, localizado no térreo do edifício, poderá ser frequentado pelo público em geral. Os outros equipamentos localizados no interior do edifício serão de . uso exclusivo dos moradores. O edifício terá 4 apartamentos por andar, totalizando 68 apartamentos, 34 com 101,00m² de área e 34 com 110,00m². Um salão de festas e uma academia, cada um com área de 175m², um salão de jogos e um espaço kids, cada um com 87m², um home cinema com 47m² e o café aberto ao público com 210m². A divisão interna dos ambientes será realizada com paredes de DryWall, permitindo maior adaptaçào às necessidades de cada morador.
| 127
ESTACIONAMENTOS
O
complexo terá dois estacionamentos separados. Um exclusivo para os moradores e outro para trabalhadores e usuários do comércio e das prestações de serviços. O acesso do estacionamento privativo aos moradores será controlado através de um portão automatizado, localizado na entrada do estacionamento.
RESIDENCIAL 3 vagas para deficientes 2,5x5,0m + 1,20m 30 vagas para motos - 1,0x2,0m 238 vagas para carros - 2,5x5,0m
COMÉRCIO E SERVIÇOS 3 vagas para deficientes 2,5x5,0m + 1,20m 32 vagas para motos - 1,0x2,0m 108 vagas para carros - 2,5x5,0m
128 |
| 129
A
I MPLANTAÇÃO
C
+ 9,0 + 8,40
+ 8,70
+ 7,60
i = 8%
E
D
LAJE IMPERMEABILIZADA
+ 4,0 + 1,0 + 1,0
i = 8%
i = 8%
A
Rua Arnaldo Victaliano 0
100m
30 10
C
60
B
+ 7,0
E
D
i = 8%
B
| 131
7.5
N ÍVEL +1,0 E +4,0
A
7.5
B
7.5
C
7.5
D
ESTACIONAMENTOS
N
o estacionamento privativo aos moradores do complexo, existem dois níveis, o acesso ao residencial com 20 pavimento é realizado no nível +1,0 e o acesso ao residencial de 12 pavimento é realizado no nível +4,0. Assim foi possível alterar menos a topografia existente. 5.0
1
O estacionamento para os frequentadores do comércio e serviço, e também para os trabalhadores é totalmente isolado dos residenciais. Não possui nenhum acesso internamente à eles, somente aos edifícios com comércio e serviços.
7.5
2
5.0
3
5.0
4
5.0
5
5.0
6
E
5.0
7
5.0
8
5.0
9
5.0
10 5.0
11
D
5.0
12
5.0
13
5.0
14 15 7.5
+ 1,0
5.0
16 i = 8%
17
132 |
30
0
10
60
E
E
A 7.5
7.5
7.5
F
G
5.0
H
B
C 5.0
I
5.0
J
5.0
K
7.5
L
i = 20%
7.5
5.0
M
N
5.0
O
5.0
P
5.0
Q
5.0
R
5.0
S
5.0
T
5.0
U
5.0
V
5.0
W
7.5
X
7.5
Y
7.5
Z
7.5
A'
7.5
B'
C'
+ 4,0
+ 1,0
E
D Carga Descarga
Periferia do edifício
+ 1,0
A
100m
C
B
| 133
A
5.0
+4,0
3
I
2
5.0
K
L
5.0
N ÍVEL
H
10.0
Neste
5.0
5
FOGÃO + FORNO
6
CAIXA
MESA INOX
BALCÃO FRIG.
E
5.0
nível estão localizados o térreo dos edifícios. O comércio, as recepções dos reidenciais e recepções dos edifícios com prestação de serviço. O café também se localiza neste pavimento, funciona como apoio ao residencial e também ao público em geral.
7
MÁQUINAS DE CAFÉ
5.0
5.0
4
8 5.0
+ 4,0
5.0
9
5.0
10 11 5.0
D
A = 110,00 m²
depósito
12 5.0
+ 4,0
A = 110,00 m²
5.0
BALCÃO FRIG.
14
FOGÃO + FORNO
5.0
MESA INOX
13
15
134 |
A 15
0 5
30
C
5.0
P
5.0
Q
R
B5.0
5.0
5.0
S
T
5.0
U
V
E
Recepção do residencial - 20 pav.
+ 4,0
A = 110,00 m²
D depósito
Recepção do residencial - 12 pav.
+ 4,0
A = 110,00 m² BALCÃO FRIG.
25.0
C
B
| 135
A
5.0
5.0
I
K
L
5.0
3
H
10.0
5.0
4 5 5.0
palco
6 5.0
E
5.0
7 8
+ 7,0
depósito
5.0
Acesso à área de lazer restrita aos moradores
5.0
9
5.0
10
D
5.0
11 12 5.0
+ 7,0
5.0
13
5.0
14 15
136 |
A 15
0 5
30
25.0
C
5.0
P
5.0
Q
R
B5.0
5.0
5.0
S
T
5.0
U
V
N ÍVEL
+7,0
Neste nível estão localiza-
das as salas de prestação de serviços e a área comum dos residenciais.
E
Todas as salas foram projetadas sem as alvenarias internas, para possibilitar aos usuários uma melhor adequação à atividade que será exercida no local. Todas as salas possuem no mínimo um sanitário em seu interior, e em cada pavimento existem dois sanitários adequados aos portadores de necessidades especiais.
+ 7,0
apoio
Toda a caixa de escada é pressurizada e possui porta corta-fogo.
D + 7,0
C
Para os moradores dos residenciais, é por este nível que é realizado o acesso à área de lazer restrita apenas à eles. O acesso localiza-se na fachada posterior dos edifícios residenciais.
B
| 137
A
5.0
+10,5
3
25.0
5.0
I
K
C
L
5.0
N ÍVEL
H
10.0
5.0
4
5.0
5
Neste nível já aparecem as
7 5.0
salas de prestação de serviço localizadas no edifício central, com a interligação interna com o outro edifício de serviços. O terraço que permite o acesso dos moradores dos Studios aos escritórios também acontece neste pavimento.
8
+ 10,5
5.0
depósito
5.0
9
Os apartamentos Studios também aparecem neste nível, assim como a academia, o espaço Kids e o Home cinema do outro edificio residencial.
5.0
10 11 D
5.0
6 5.0
E
12 5.0
+ 10,5
5.0
13
5.0
14 15
138 |
A
C 15
0 5
30
C
C
5.0
P
5.0
Q
R
B5.0
5.0
5.0
S
T
5.0
U
V
área téc.
E área téc.
área téc.
+ 10,5
D + 10,5
+ 10,0
B
| 139
A
5.0
25.0
5.0
I
K
C
L
5.0
P
5.0
Q
5.0
R
S
5.0
3
H
10.0
4 5.0
A = 110,0 m²
área téc.
área téc.
área téc.
área téc.
5.0
5
A = 101,0 m²
A = 48,0 m²
6
+ 13,8
área téc.
5.0
E
área téc.
5.0
7 8
depósito
5.0
+ 13,8
5.0
9 A = 47,20 m²
10 5.0
A = 44,15 m²
A = 88,30 m²
A = 63,30 m²
12
+ 13,8
5.0
+ 13,8
13 5.0
A = 193,0 m²
14 5.0
D
5.0
11
15
140 |
A
C 15
0 5
30
B5.0
5.0
T
5.0
U
V
N ÍVEL
+13,8
Nesteníveljáaparecemosapartamentosdoedifí-
cio mais alto. Segue o mesmo conceito, sem paredes internas dividindo os ambientes, apenas paredes hidráulicas. A = 48,0 m²
área téc.
E
O layout apresentado é uma sugestão, o futuro morador terá liberdade para utilizar o espaço com as divisões necessárias àquela determinada família. O espaço destinado ao depósito, que aparece nos pavimentos do residencial mais alto, é destinado aos pertences familiares pouco utilizados, como exemplo: malas de viagem, brinquedos de crianças que são pouco utilizados, material escolar... Permite manter o apartamento mais organizado. As salas de prestação de serviços, como já explicado anteriormente, podem ser anexadas com uma ou mais salas, de acordo com a necessidade da empresa. Portanto, segue uma opção de layout para a junção de duas salas.
D
B
| 141
A
5.0
I
5.0
K
L
5.0
3
H
10.0
5.0
4 área téc.
área téc.
área téc.
área téc.
5.0
5 6 5.0
E
5.0
7 8
depósito
5.0
+ 23,4
9
D + 23,4
A
142 |
15
0 5
3
30
C
5.0
P
5.0
Q
R
B5.0
5.0
5.0
S
T
5.0
U
V
N ÍVEL
+23,4
PAV. TIPO
área téc.
E área téc.
+ 23,4
área téc.
25.0
N
este nível o edifício residencial mais alto possui acesso ao terraço originado pelo edifício de serviços. Origina também o pavimento tipo dos edifícios residenciais, eliminando o acesso ao terraço.
D
C
B
| 143
144 |
| 145
P ERSPECTIVAS INTERNAS APARTAMENTO 101,00M²
área téc.
146 |
| 147
148 |
área téc.
STUDIO 48,00M²
| 149
150 |
SERVIÇOS - RECEPÇÃO 63,30M²
VIGA VIERENDEEL
| 151
152 |
| 153
.50
0.9
+67,5
2.50
CASA DE MÁQUINAS
C ORTE AA
+64,5
+61,5
+58,5
+55,5
+52,5
+49,5
+46,5
+43,5
+40,5
+37,5
+34,5
+31,5
+28,5
1.20
+25,5
+22,5
+19,5
+16,5
3.0
3.00 2.10
+13,5
.95
1.5
3.5
.50
+10,5
0.9
+7,0
PASSEIO VIA
+4,0
+1,81
1.2
+1,0
154 |
15
0 5
30
2.50
.35.15
3.00
.95
1.5
3.5
3.0
2.10 0.60 1.65
2.50 .50
3.00
CAIXA D´ÁGUA
CASA DE MÁQUINAS
PNT
PPT
| 155
.60
+50,4
CAIXA D´ÁGUA +47,4
C ORTE BB
CASA DE MÁQUINAS +44,4
+41,4
+38,4
+35,4
+32,4
+29,4
2.50
.50
.15
+26,4
3.00
+23,4
2.10
3.30
+20,4
3.30
+17,1
1.20
3.30
2.80
.50
+13,8
1.20
3.00
.50
+7,0
PPT
5.50
+4,0
6.00
.30
3.50
PNT
2.10
.50
+10,5
+1,0
156 |
15
0
5
30
.35
.70
+4,0
2.50
2.30
3.00
+4,0
1.20
2.20
.15
3.00
2.10
3.50
1.20
1.20
3.30
2.10
.15
2.10
VIGA VIERENDEEL
1.20
3.30
.60
1.20
.60
+20,4
+17,1
+13,8
+10,5
+7,0
+2,70
PASSEIO
VIA
+1,0
| 157
.15
3.30
C ORTE CC
2.10
1.20
.60
+17,1
+13,8
3.30
VIGA VIERENDEEL
5.30 2.45 +4,0
VIA
158 |
PASSEIO
2.30
.70
1.00 1.50
6.50
1.20
+10,5
+1,68 +1,0
15
0 5
30
2.50 .50
.60
1.40
1.20
.90
+9,0
PPT
3.00
PNT
+7,0
+4,0
| 159
0 15
5
160 | 30 .50
2.30 .55.15
1.20
+4,0
3.00
.30 2.00
+1,0
2.50 .35
2.50
3.50
+10,5
+1,0
.15
2.60
3.30
3.30
3.30
3.00
3.00
C ORTE DD
+23,4
+20,4
+17,1
+13,8
+7,0
+4,0
3.50
2.10
+7,0
2.10
6.50
1.20
1.20
3.30
2.70
3.30
.60
1.20
+17,1
+13,8
+10,5
PNT
+4,0 +4,0
PPT
| 161
1.20
3.30
C ORTE EE
CAIXA D´ÁGUA
1.20
2.50 .50
+47,4
CASA DE MÁQUINAS +44,4
+41,4
+38,4
+35,4
+32,4
+29,4
+26,4
3.00
2.50 .50
+23,4
3.30
+20,4
2.80
3.30
.50
+17,1
5
2.00
2.50 .35 .50
.95 1.50
3.00
.45
.35 .50
30
.30 2.00
+7,0
3.00
15
0
+10,5
3.50
2.10 +4,0
162 |
3.30
2.10
.90
.90
+13,8
CAIXA D´ÁGUA
.70
+68,4
1.20
2.30
CASA DE MÁQUINAS +65,4
+62,4
+59,4
+56,4
+53,4
+50,4
+47,4
+44,4
+41,4
+38,4
+35,4
+32,4
2.30
.55
+29,4
+26,4
3.00 2.50 .50
+23,4
.90
3.30
+20,4
3.30
+17,1
1.20
.50
+13,8
3.30
+13,8
2.80
+17,1
3.00
.70
+4,0
PNT .90
+7,0
3.00
2.10
.15
2.80
3.50
.50
+10,5
.55
+10,5
+4,0
+1,0
PPT
| 163
164 |
| 165
166 |
| 167
168 |
| 169
170 |
| 171
172 |
| 173
174 |
| 175
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176 |
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 | 177
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178 |
A
B
C
+ 9,0 + 8,40
+ 8,70
+ 7,60
i = 8%
+ 7,0
LAJE IMPERMEABILIZADA
E
E
LAJE IMPERMEABILIZADA
D
D
LAJE IMPERMEABILIZADA
+ 4,0 + 1,0 + 1,0
i = 8%
i = 8%
i = 8%
A
C
B
Rua Arnaldo Victaliano
Complexo multifuncional
Folha 01
Escala 1:300
A 7.5
A
7.5
B
7.5
C
7.5
D
7.5
E
7.5
7.5
G
F
5.0
H
B
C 5.0
I
5.0
J
5.0
K
7.5
L
7.5
M
5.0
N
5.0
O
5.0
P
5.0
Q
5.0
R
5.0
S
5.0
T
5.0
U
5.0
V
5.0
W
7.5
X
7.5
Y
7.5
Z
7.5
A'
7.5
B'
C'
5.0
1
7.5
2
5.0
3 5.0
4 5.0
5 i = 20%
5.0
6
+ 1,0
E
E
D
D
5.0
7
+ 4,0
5.0
8
5.0
5.0
9 10
5.0
11
Carga Descarga
5.0
12 5.0
13 5.0
14
7.5
15 + 1,0
+ 1,0
5.0
16 i = 8%
17
A
C
B Complexo multifuncional Estacionamento +1,0 /+4,0m
Folha 02
Escala 1:300
A 5.0
H
B
C 10.0
I
25.0
5.0
K
5.0
L
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
S
5.0
5.0
U
T
V
5.0
3
5.0
4
5.0
5
6
E
MESA INOX
5.0
E
CAIXA
5.0
7
8
5.0
+ 4,0
9
5.0
+ 4,0
5.0
10
11
5.0
D 12 + 4,0
5.0
+ 4,0
5.0
MESA INOX
13
14
5.0
D
Complexo multifuncional
15
A
C
B
+4,0m
Folha 03
Escala 1:125
A 5.0
H
B
C 10.0
25.0
5.0
I
K
5.0
L
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
S
5.0
5.0
U
T
V
5.0
3
5.0
4
5
5.0
palco
6
E
5.0
E
5.0
7
8
5.0
+ 7,0
9
5.0
+ 7,0
apoio
5.0
10
11
5.0
D 12 + 7,0
5.0
+ 7,0
5.0
13
14
5.0
D
Complexo multifuncional
15
A
C
B
+7,0m
Folha 04
Escala 1:125
A 5.0
H
B
C 10.0
25.0
5.0
I
K
5.0
L
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
S
5.0
5.0
U
T
V
5.0
3
5.0
4
5.0
5
6
E
+ 10,5
5.0
E
5.0
7
8
5.0
+ 10,5
5.0
9
5.0
10
11
5.0
D 12
5.0
+ 10,5 + 10,5
5.0
13
14
5.0
D
+ 10,0
Complexo multifuncional
15
A
C
B
+10,5m
Folha 05
Escala 1:125
A 5.0
H
B
C 10.0
25.0
5.0
I
K
5.0
L
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
S
5.0
5.0
U
T
V
5.0
3
5.0
4
5.0
5
6
E
+ 13,8
5.0
E
5.0
7
8
5.0
+ 13,8
5.0
9
5.0
10
11
5.0
D 12 + 13,8
5.0
+ 13,8
5.0
13
14
5.0
D
Complexo multifuncional
15
A
C
B
+13,8m
Folha 06
Escala 1:125
A 5.0
H
B
C 10.0
I
25.0
5.0
K
5.0
L
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
S
5.0
5.0
U
T
V
5.0
3
5.0
4
5.0
5
6
E
+ 23,4
5.0
E
5.0
7
8
5.0
+ 23,4
9
D
D + 23,4
Complexo multifuncional
A
C
B
+23,4m
Folha 07
Escala 1:125
A 5.0
H
10.0
I
25.0
5.0
K
C
L
5.0
P
5.0
Q
5.0
5.0
R
B5.0
S
T
5.0
U
V
5.0
3
5.0
4
5.0
5
E
+ 26,4
5.0
E
6
5.0
7 8 5.0
+ 26,4
9
D
D
Complexo multifuncional
A
C
B
Pav. tipo +26,4m
Folha 08
Escala 1:125
.50 2.50
2.50
.50
0.9
+67,5
+64,5
+61,5
+58,5
+55,5
+52,5
+49,5
+46,5
+43,5
+40,5
+37,5
+34,5
+31,5
+28,5
1.20
3.00
+25,5
2.50
.50
+22,5
0.60 1.65
+19,5
2.10
+16,5
3.0
3.0
3.00 2.10
+13,5
PNT
.95
1.5
3.5
.95
1.5
3.5
.50
+10,5
+4,0
.35.15
0.9
3.00
+7,0
PPT
2.50
PASSEIO
+1,81 VIA
1.2
+1,0
Complexo multifuncional
Corte AA
Folha 09
Escala 1:150
.60
+50,4
+47,4
+44,4
+41,4
+38,4
+35,4
+32,4
+29,4
2.50
.50
.15
+26,4
.60
3.00
+23,4
.60
+20,4
3.30
2.10
3.30
1.20
+20,4
+17,1
2.10 +13,8
3.30 1.20
3.30
+10,5
+7,0
+4,0
.35
+4,0
.70
6.00
PASSEIO
+1,0
VIA
2.50
2.30
+2,70
3.00
+4,0
5.50
PPT
1.20
2.20
.50
+7,0
3.00
2.10
3.50 .15
3.00
2.10
1.20
.30
3.50
PNT
1.20
.50
+10,5
1.20
2.80
.50
+13,8
.15
VIGA VIERENDEEL
2.10
3.30
1.20
+17,1
+1,0
Complexo multifuncional
Corte BB
Folha 10
Escala 1:125
.15
3.30 2.10
1.20
.60
+17,1
+13,8
3.30
VIGA VIERENDEEL
.90
.60
+9,0
PPT
2.50
.50
5.30
+7,0
2.45
+4,0
+4,0
PASSEIO
2.30
.70
1.00 1.50
6.50
1.40
1.20
1.20
3.00
+10,5
+1,68 +1,0
Complexo multifuncional
Corte CC
Folha 11
Escala 1:150
3.00 3.00
+23,4
1.20
3.30
3.30
+20,4
+17,1
.60 2.70
3.30
3.30
1.20
+17,1
+13,8
3.30
+10,5
+7,0
2.10
3.50 +7,0
PNT
6.50
2.30 .55.15
+4,0
+4,0
2.10
+1,0
3.00
.50
+4,0
.30 2.00
+4,0
2.50 .35
+1,0
2.50
1.20
3.50
1.20
.15
+10,5
1.20
2.60
3.30
+13,8
PPT
Complexo multifuncional
Corte DD
Folha 12
Escala 1:250
1.20
2.30
.70
+68,4
+65,4
+62,4
+59,4
+56,4
+53,4
+47,4
+47,4
+44,4
+44,4
+41,4
+41,4
+38,4
+38,4
+35,4
+35,4
+32,4
+32,4
+29,4
+29,4
2.30
.55
1.20
2.50 .50
+50,4
+26,4
+26,4
3.00
3.00 2.50 .50 3.30 .50
.50 3.00
PNT .90
+7,0
3.00
+4,0
2.10
.15
2.80
.55
+10,5
.70
3.30 3.50 2.50 .35 .50
.30 2.00
3.00
+7,0
.95 1.50
3.00
3.50
.35 .50
+10,5
+13,8
.45
2.00
3.30
2.10 2.10
3.30
1.20
3.30
.50 2.80
+13,8
.90
.90 +4,0
+17,1
.90
+17,1
+20,4
2.80
+20,4
+23,4
3.30
2.50 .50
+23,4
+4,0
+1,0
PPT
Complexo multifuncional
Corte EE
Folha 13
Escala 1:175