IMPORTANCIA DO LAZER URBANO NAS GRANDES CIDADES
Bruna Marques Casarini Debora Christofoletti
RESUMO: A temática sobre áreas verdes é muito profunda, permitindo várias análises e perspectivas em relação a importância das mesmas nas grandes cidades. Procuramos enfatizar os benefícios e contribuições para a melhoria da qualidade ambiental, proporcionando um equilíbrio em meio ao caos urbano. Devido as cidades desempenharem uma evolução voltadas a partir do setor industrial, as áreas verdes não acompanharam esse crescimento resultando em espaços escassos de vegetação. Partindo-se desta proposição é extremamente importante ressaltar e resgatar o lazer, a qualidade da vida e do meio ambiente, aplicando um planejamento para os municípios, metrópoles, capitais, etc e para as vegetações progredirem simultaneamente. PALAVRAS-CHAVE: 1. Equilibrio ambiental. 2. Lazer. 3. Planejamento.
INTRODUÇÃO O reconhecimento de reconectar a natureza na sociedade atualmente é muito significativo, já que a maioria das cidades são altamente urbanizadas. Vale ressaltar que as áreas verdes trazem inúmeros benefícios, tanto psicológicos quanto físicos à saúde populacional, além de melhorar a qualidade de vida das pessoas e da fauna. A contribuição das árvores para a proteção da saúde urbana levam à duas causas primordiais, a purificação do ar atmosférico e o equilíbrio dos microclimas. Sendo assim alguns fatores em relevância, como a diferença de temperaturas em regiões áridas e arborizadas varia entre 4°C ou mais, a redução da insolação direta e ampliação da umidade do ar. Atualmente nas grandes cidades como São Paulo o clima, embora tropical atlântico, possui sensação de estar seco, em excesso de calor; Isto é, afeta o metabolismo humano, causando desidratação, fadiga, perda de energia e de apetite, falta de concentração, sendo não só um desequilíbrio ambiental mas um desequilíbrio corporal para os cidadãos, afetando seus rendimentos. A conservação da flora ao ecossistema aumenta a expectativa de vida, diminuindo os riscos de doenças, pois o ar é purificado, refrescando e filtrando o ambiente de materiais particulados e tóxicos, portanto quanto mais densa a área verde, maior a proteção e maior a comunicação para o convívio social. Entretanto ao possuir áreas de lazer em um local, como praças ou parques, incentivam as pessoas a estarem em contato com o meio ambiente, praticarem mais exercícios, estudarem, aliviarem o estresse, melhoria do sono e do sistema imunológico. Ou seja, os
3 serviços ambientais combatem à poluição e ajudam as pessoas a seguirem um estilo de vida mais saudável. 1 AS ÀREAS VERDES NAS CIDADES. A grande importância das áreas verdes além da função ecológica, é o lazer e a estética ao local. Para os visitantes, habitantes ou turistas, elas podem indicar um marco, uma referência, um lugar ou não lugar, sendo uma imagem para a cidade, na qual pode se basear e estruturar uma percepção visual e emocional, que aos poucos vão criando memórias e significados, sendo muito essencial, pois podem ser associadas com seu entorno e ao mesmo tempo ter contextos diferentes, como por exemplo um refúgio do caos, dentro do caos. A identidade desses espaços abertos e naturais estruturam uma segurança e possibilita uma experiência urbana que explore os 5 sentidos das pessoas, isso desenvolve habilidades e reforça o contato e o ato de observar não só a si mesmo, mas todo o coletivo. “São canais ao longo dos quais o observador costumeiramente, ocasionalmente, ou potencialmente se move. Podem ser ruas, calçadas, linhas de trânsito, canais, estradas-de-ferro” (LYNCH, 1960, p. 47). “Potencialmente, a cidade é em si o símbolo poderoso de uma sociedade complexa. Se bem organizada em termos visuais, ela também pode ter um forte significado expressivo” (LYNCH, 2010)
As áreas verdes estão presentes numa variedade de situações tais como: praças; parques (urbanos, fluviais, esportivos); canteiros centrais; áreas públicas; áreas de preservação permanente (APP); florestas; jardins (botânicos, zoológicos, institucionais); terrenos públicos não edificados; até mesmo cemitérios, etc. É de extrema importância relembrar que o conceito e a evolução dos jardins e uso da natureza, vem desde a antiguidade, onde as culturas também eram valorizadas para a criação desses espaços. Eles eram caracterizados como paraíso, locais de respeito ou de cultivo, sagrado, religioso e espiritual, amenizar o clima das residências, passeio, expressões artísticas e arquitetônicas aplicadas de acordo com certos períodos e regiões; sobretudo apenas no século XIX eles assumiram função utilitária, afim de registrar a natureza como um espaço de liberdade, para exercer diversas atividades condizentes ao período decorrente e de ser uma consequência e reflexos das necessidades de grupos sociais.
4 A preservação da infraestrutura ambiental, influencia diretamente no modo de viver, no caso, a sociabilidade, contribuindo até mesmo para minimizarem os impactos feitos pela industrialização e para integrar os espaços e partes da cidade, ou seja sempre prevendo um lazer populacional enquanto circulam até seus destinos. Em grande maioria, as cidades passam por uma etapa agitada na urbanização, refletindo negativamente na qualidade de vida. A falta do planejamento é considerada preocupante, já que acarretam problemas sociais e o empobrecimento da paisagem urbana, em meio a falta de atenção à expansão dos ambientes naturais.
2 O CRESCIMENTO E EVOLUÇÃO DAS CIDADES. A cidade se estrutura através da circulação das pessoas e seus respectivo deslocamentos. Como base os 4 conceitos do Le Corbusier (circular, habitar, trabalhar e lazer); esse conceito serve para estruturar a cidade e se houver uma alteração afeta todas as partes. Além disso as zonas; articulações e atividades exercidas nos setores que estão divididas em comercial, mistas, residencial, industrial, etc. Ocorre mais deslocamento com o uso de carga (comércio que se localiza no CBD) e subcentros, nos finais de semanas e dois pontos mais utilizados trabalhar e consumir. O que resulta nos vetores de crescimento e suas direções. São as relações entre os locais das cidades, como: infraestrutura; transporte; condições de deslocamento e legislação urbanística. O preço do imóvel influi devido as características internas e externas, assim sendo dividido em dois agentes: gentrificação e o segundo é o esquecimento dos espaços verdes pelo grande desenvolvimento urbano. O prejuízo e os problemas cruciais do desenvolvimento entre a cidade e o meio ambiente, é devido a decorrência da economia, da política, da cultura e da sociedade, cujo meio urbano tem seu ritmo acelerado e um futuro incerto, pois cada vez mais se torna raro, as áreas verdes, se tornando um ambiente artificial, no qual a natureza se torna encoberta pelas obras e construções de engenho humano. Peguemos como exemple o Estado de São Paulo onde são recomendados ter 12m² por habitante, segundo a OMS, sendo assim as cidades que contornam a capital de São Paulo não chegam nem a 2m² de vegetação. Onde é chamada “selva de concreto e aço” possui sofre com o fenomeno de ilha de calor. Dentro desse âmbito só 8 cidades entra no índice estabelecido pela OMS, essas regiões estão formando uma “borda verde” em torno da capital de São Paulo, mas ainda não é suficiente para ver um melhoramento ecológico, climático para que a região comece a ter o melhoramento do clima, ar, proteção ambiental e trazendo bem-estar para os habitantes.
5 “A cobertura vegetal vai além do paisagismo e do lazer, é uma questão de saúde e também urbano climática. Porém, em São Paulo, essa distribuição é completamente desequilibrada” (WALDMAN, Maurício 2016)
3 APLICAÇÃO E RESGATE DAS ÁREAS DE LAZER PÚBLICAS.
A sociedade está em constante transformação e os usos públicos variam conforme o tempo e o uso, ou seja, a medida que desempenham um papel de conectar as pessoas, também precisam de um planejamento para que garantam e cumpram seu papel e beneficiar quem o utiliza. Devido à falta de áreas dinâmicas, as pessoas passaram a procurar outras formas de convivência e atividades, usando lugares como terrenos vazios, ruas, improvisando espaços de lazer em locais abandonados. Observamos que isso é perigoso tanto para crianças, adultos ou grupos em gerais, pois cada vez mais o espaço público está reduzido, gerando assim mais individualismo e desinteresse de compartilharem a troca de informações. As propostas de revitalização urbana seriam a solução mais adequada para o resgate das áreas de lazer públicas, por exemplo a criação de pocket parks, revitalização nas ruas, nos centros, para que possam ser aplicadas, devem apresentar um propósito e a recuperação dos espaços verdes em lugares tão movimentados, ajuda a população a ter um momento de descanso, tanto do trabalho quanto para relaxamento. Alguns espaços nas cidades acabaram sofrendo segregação espacial pois, lugares como praças ou calçadas, são tomadas por camelôs, ambulantes, tornando-se espaços desocupados, não permitindo o fluxo comum dos pedestres, transformando em lugares abandonados, trocando da função inicial que antes possuíam. Embora todas cidades apresentem lugares públicos para a população desfrutar, nem todos são organizados e administrados de forma que contenham um plano para que sua definição não seja alterada ou prejudicada a longo prazo. Para que as pessoas voltem a se conectar com a natureza urbana, ainda é algo utópico pois além do planejamento, deve haver conscientização e educação para preservarem e perceberem a importância e os benefícios trazidos para a qualidade de vida. Portanto, para que as pessoas adquiram e percebam essas soluções, é necessário a colaboração pública, associações, expandindo suas visões sobre seus entornos e seus futuros.
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CONCLUSÃO Portanto, a análise feita sobre a importância do lazer público consiste em preserver as áreas verdes na chamada “selva de concreto e aço” para benificiar a sociedade ao longo de sua evolução. Contudo conseguir transformar espaços sem uso ou degradado, originando uma nova função e renovando-os para que ofereçam novas memórias. Além disso, possibilitará a recuperação da essência perdida da natureza que foi se esquecendo ao longo do desenvolvimento da história urbana. A criação de áreas verdes ainda necessitam da colaboração dos habitantes para que os beneficíos e a qualidade de vida esperada tenha uma progressão favorável, conforme OMS propõe uma porcentagem ecológica suficiente por habitante para atender as necessidades pedidas e as cidades cresçam com um futuro melhor.
REFERÊNCIAS
LYNCH, Kevin. A Imagem da Cidade. 2010. OMS, 65% DAS REGIONAIS DE SP NÃO POSSUEM MÍNIMO DE ÁREA VERDE RECOMENDADA PELA. Disponível em: < http://g1.globo.com/videos/v/g1/6147849/>. Acessado em: 16 de out 2017. URBANA, A INFLUÊNCIA DAS ÁREAS VERDES NA QUALIDADE DE VIDA. Disponível em: < http://www.seer.ufu.br/index.php/hygeia/article/viewFile/26487/14869>. Acessado em: 16 de out de 2017. ADEQUADA, APENAS OITO REGIÕES DA CIDADE TEM ÁREA VERDE. Disponível em: < https://saopaulosao.com.br/conteudos/outros/2312-apenas-oito-regi%C3%B5es-da-cidadetem-%C3%A1rea-verde-adequada.html#>. Acessado em: 16 de out de 2017. CIDADE, A IMAGEM DA. Disponível em: < http://www.revistacliche.com.br/2013/12/aimagem-da-cidade/>. Acessado em: 16 de out de 2017. VERDES, PARQUES E ÁREAS. Disponível em: < http://www.mma.gov.br/cidadessustentaveis/areas-verdes-urbanas/parques-e-%C3%A1reas-verdes>. Acessado em: 16 de out de 2017. CIDADE, KEVIN LYNCH E A IMAGEM DA. Disponível em: < http://urbanidades.arq.br/2008/03/kevin-lynch-e-a-imagem-da-cidade/>. Acessado em: 16 de out de 2017. AMBIENTAL, A IMPORTÂNCIA DA FLORA PARA A CONSERVAÇÃO. Disponível em: < https://arnokayser.wordpress.com/2013/04/13/a-importancia-da-flora-para-a-conservacaoambiental/>. Acessado em: 16 de out de 2017. SAÚDE, COMO ÁREAS VERDES NAS CIDADES GERAM BENEFICÍOS PARA. Disponível em: < http://epoca.globo.com/colunas-e-blogs/blog-do-planeta/noticia/2015/11/como-areasverdes-nas-cidades-geram-beneficios-para-saude.html>. Acessado em: 16 de out de 2017.
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