TFG 2019 | AuQMia - Hospital Veterinário Público

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CENTRO UNIVERSITÁRIO NOSSA SENHORA DO PATROCÍNIO – CEUNSP Faculdade de Engenharia, Arquitetura e Urbanismo Curso de Arquitetura e Urbanismo

BRUNA MARQUES CASARINI

AuQMi: HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO

SALTO/SP 2019



BRUNA MARQUES CASARINI

AuQMi: HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO

Trabalho de Final de Graduação apresentado ao Centro Universitário Nossa Senhora do Patrocínio, como requisito para a obtenção do título de graduação em Arquitetura e Urbanismo. Orientadora: Profª Mariana Bertani Baptista

SALTO/SP 2019



DEDICATÓRIA Dedico este trabalho, primeiramente, a Deus, por ser essencial em minha vida, autor do meu destino, que me deu forças para vencer todas as dificuldades. A minha mãe, Adelma Francisca Mendes Marques, ao meu irmão e a minha avó, Francisca Maria Mendes Marques (in memorian), sendo minha inspiração de vida. E em especial, ao meu ‘’cãopanheiro’’ Brugo, por alegrar meus dias, sendo a fonte de inspiração para a realização deste trabalho.


AGRADECIMENTO Agradeço a Deus por todos os aprendizados que tive, por aqueles que ainda estão por vir e por permitir que eu realizasse mais um sonho em minha vida. Aos maiores exemplos de amor e bondade, minha família, pela compreensão e apoio ao longo desses anos na faculdade e na vida. A minha mãe Adelma, pela paciência, amor, perrengues, idas e vindas para Indaiatuba e cuidados dedicados a mim durante essa jornada. Aos meus fiéis amigos de coração, Augusto, Daniel, Debora, Eduardo, Igor, Laiza, Leticia, Pamela, Paulo e Tiago, que são companheiros de trabalhos e irmãos de amizade, que cultivei durante esses cincos anos, os quais fizeram parte da minha formação e levarei para o resto da minha vida. Meu muito obrigada por compartilharem comigo todas as alegrias, tristezas, risadas, sorrisos e apoio. A todos os professores pelos ensinamentos durante essa trajetória educacional. Não poderia deixar de agradecer ao meu cachorro ‘’gordão’’, Brugo, pelo companheirismo, carinho, amizade e simplicidade, que esteve ao meu lado enchendo meus dias de luz e transmitindo um amor inexplicável, além de ser uma das fontes de inspiração para a realização deste trabalho. A todos que, direta e indiretamente, fizeram parte da minha formação. Obrigada.


Toda vez que o arco-íris estiver nas nuvens, olharei para ele e me lembrarei da aliança eterna entre Deus e todos os seres vivos de todas as espécies que vivem na Terra. Concluindo, disse Deus a Nóe: ‘’Esse é o sinal da aliança que estabeleci entre mim e toda forma de vida que há sobre a terra’’. Gênesis 9:16-17



RESUMO Com o alto índice de abandono de animais domésticos nos municípios brasileiros e a existência de poucos Hospitais Veterinários Públicos, percebeu-se a necessidade da construção do Hospital Veterinário Público, no município de Indaiatuba, interior do Estado de São Paulo, que possa atender a demanda de pessoas com poder aquisitivo mais baixo e permitir uma relação homem-animal saudável e feliz. Será utilizada a resolução nº 670, de 10 de agosto de 2000, que conceitua e estabelece condições para o funcionamento de estabelecimentos médicos veterinários, e dá outras providências; a resolução nº1015, de 9 de novembro de 2012, que orienta os profissionais da área de Arquitetura e Urbanismo na construção de hospitais veterinários e a Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários que cria conceitos de referência para sua construção, buscando o bemestar e a melhoria na qualidade de saúde dos animais domésticos, além de atendimento com dignidade e respeito aos nossos animais. Procura-se refletir sobre o papel que esta construção poderá gerar para o centro de controle de zoonoses e ONG's, contribuindo de forma preventiva e corretiva para a saúde da sociedade e proporcionando relação harmônica e saudável entre homem-animal. PALAVRA-CHAVE: Hospital Veterinário Público; animal doméstico; relação harmônica homem-animal.


LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS ABHV - Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários ABINPET - Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação ANCLIVEPA - Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos Animais APRAI - Associação Protetora dos Animais de Indaiatuba; CCZ - Centro de Controle de Zoonose COMPDA - Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais CRA - Centro de Reabilitação Animal DEPA - Delegacia de Proteção Animal IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística OMS - Organização Mundial da Saúde ONG - Organização Não Governamental TFG - Trabalho Final de Graduação UPAR - União Protetora dos Animais de Rua em Indaiatuba


LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Caso de cadela morta em SP......................................................................22

Figura 27 - Sala de internação - cães.......................................................................49

Figura 2 - Estimativa de animais domésticos no Brasil-em milhões................28 Figura 3 - Motivos que levam ao abandono de cães e gatos..............................29 Figura 4 - Métodos preventivos para amenizar o abandono..............................30

Figura 28 - Detalhamento das fachadas...................................................................50 Figura 29 - Fluxograma e organograma....................................................................50

Figura 5 - Quantidade anual de animais recolhidos das ruas, doações e denúncias no município de Indaiatuba/SP.................................................................32 Figura 6 - Animais castrados, por ano, no município de Indaiatuba/SP.........34 Figura 7 - Canil do CCZ do município de Indaiatuba................................................37 Figura 8 - Localização geográfica do município de Indaiatuba...........................39 Figura 9 - Municípios limítrofes..................................................................................39 Figura 10 - Mapa viário....................................................................................................40 Figura 11 - Mapeamento das clínicas e hospitais...................................................41 Figura 12 - Mapa de uso e ocupação do solo............................................................42

Figura 30 - Planta baixa - setorização com programa de necessidades.......51 Figura 31 - Corte A-A......................................................................................................52 Figura 32 - Corte C-C......................................................................................................52 Figura 33 - Diagrama estrutural no corte B-B.......................................................52 Figura 34 - Consultório...................................................................................................52 Figura 35 - Sala de cirurgia...........................................................................................52 Figura 36 - Planta de localização e situação..........................................................53 Figura 37 - Perspectiva do Hospital Canis Mallorca.............................................53

Figura 13 - Mapa de gabarito........................................................................................42

Figura 38 - Fachada principal do hospital.................................................................53 Figura 39 - Fachada lateral com a sequência da proporção áurea..................53 Figura 40 - Planta baixa - térreo...............................................................................54

Figura 14 - Terreno escolhido com curva de nível................................................43

Figura 41 - Planta baixa - pav. superior..................................................................54

Figura 15 - Gráfico de temperaturas.........................................................................44 Figura 16 - Gráfico da rosas dos ventos..................................................................44 Figura 17 - Carta solar...................................................................................................44 Figura 18 - Gráfico de condições de conforto térmico medido no ano............45 Figura 19 - Ventilação natural.....................................................................................45 Figura 20 - Imagem do terreno, lado sul...................................................................45

Figura 42 - Planta baixa - subsolo............................................................................54 Figura 43 - Planta de cobertura.................................................................................54

Figura 21 - Características do terreno....................................................................46 Figura 22 - Planta de localização e situação..........................................................49 Figura 23 - Laboratório..................................................................................................49 Figura 24 - Entrada principal e fachada voltada ao bicicletário......................49 Figura 25 - Sala de espera - gatos e WC públicos do lado direito..................49 Figura 26 - Auditório.......................................................................................................49

Figura 44 - Salas de cirurgia.......................................................................................55 Figura 45 - Sala de funcionários.................................................................................55 Figura 46 - Sala de espera...........................................................................................55 Figura 47 - Diagrama estrutural no corte A-A.....................................................55 Figura 48 - Estrutura crua...........................................................................................55 Figura 49 - Planta de localização e situação..........................................................56 Figura 50 - Vista aérea do Hospital Sarah Kubitschek-RJ................................56 Figura 51 - Solário e auditório......................................................................................56 Figura 52 - Implantação..................................................................................................57 Figura 53 - Planta baixa - térreo...............................................................................57


Figura 54 - Indicação solar pelos shads...................................................................57 Figura 55 - Indicação de ventilação natural.............................................................57 Figura 56 - Corte A-A.....................................................................................................58 Figura 57 - Corte B-B......................................................................................................58 Figura 58 - Resfriamento evaporativo......................................................................58 Figura 59 - Forro basculante........................................................................................58 Figura 60 - Pátio interno - apê de internação........................................................59 Figura 61 - Vista do solário e espelho d’água........................................................59 Figura 62 - Auditório.......................................................................................................59 Figura 63 - Detalhamento da estrutura do hospital............................................59 Figura 64 - Planta de localização geográfica e situação....................................62 Figura 65 - Fachada principal do Hovet Campinas..................................................62 Figura 66 - Planta baixa esquemática.......................................................................63 Figura 67 - Fachada principal.......................................................................................64 Figura 68 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 69 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 70 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 71 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 72 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 73 - Recepção de cães e gatos.......................................................................64 Figura 74 - Sala de internação....................................................................................64 Figura 75 - Consultório menor.....................................................................................64 Figura 76 - Consultório maior.......................................................................................64 Figura 77 - Consultório maior.......................................................................................64 Figura 78 - Sala de cirurgia..........................................................................................64 Figura 79 - Corredor lateral.........................................................................................64 Figura 80 - Pré e pós-operatório...............................................................................64

Figura 81 - Planta de localização geográfica e situação....................................65 Figura 82 - Fachada principal da Clínica Veterinária Osso Duro......................65 Figura 83 - Planta baixa esquemática.......................................................................66 Figura 84 - Recepção.......................................................................................................66 Figura 85 - Administração..............................................................................................66 Figura 86 - Consultório menor......................................................................................66 Figura 87 - Sala de cirurgia...........................................................................................66 Figura 88 - Laboratório..................................................................................................66 Figura 89 - Banho e tosa................................................................................................66 Figura 90 - Planta de localização geográfica e situação....................................67 Figura 91 - Implantação esquemática.........................................................................68 Figura 92 - Recepção.......................................................................................................69 Figura 93 - Consultório menor.....................................................................................69 Figura 94 - Consultório maior.......................................................................................69 Figura 95 - Corredor de acesso...................................................................................69 Figura 96 - Visita área do Hospital Escola Veterinária - Faculdade Max Planck...................................................................................................................................69 Figura 97 - Farmácia........................................................................................................69 Figura 98 - Sala de internação.....................................................................................69 Figura 99 - Planta de localização geográfica e situação....................................70 Figura 100 - Planta baixa esquemática - térreo.....................................................71 Figura 101 - Entrada principal.......................................................................................72 Figura 102 - Recepção......................................................................................................72 Figura 103 - Sala de cirurgia de animal de porte grande.....................................72 Figura 104 - Sala de cirurgia de animal de porte pequeno..................................72 Figura 105 - Circulação....................................................................................................72 Figura 106 - Consultórios...............................................................................................72


Figura 107 - Última sala de infecciosos.....................................................................72 Figura 108 - Área técnica...............................................................................................72 Figura 109 - Esterilização..............................................................................................72 Figura 110 - Necrotério...................................................................................................72 Figura 111 - Plano de massa..........................................................................................75 Figura 112 - Planta de situação...................................................................................75 Figura 113 - Componente da pata de animal.............................................................76 Figura 114 - Programa de necessidade do presente projeto..............................82 Figura 115 - Quadro de áreas construídas...............................................................82 Figura 116 - Organograma e fluxograma...................................................................83 Figura 117 - Setorização.................................................................................................83 Figura 118 - Diagrama de volumetria..........................................................................84 Figura 119 - Diagrama estrutural................................................................................85 Figura 120 - Diagrama estrutural - cobertura.......................................................85 Figura 121 - Eficiência energética................................................................................87 Figura 122 - Fachada principal.......................................................................................91 Figura 123 - Fachada principal 2...................................................................................91 Figura 124 - Vista da Rua Vinte e Quatro de Maio.................................................91 Figura 125 - Vista da Av. Maj. Alfredo Camargo Fonseca....................................92 Figura 126 - Eixo do projeto..........................................................................................92 Figura 127 - Vista aérea.................................................................................................92 Figura 128 - Praça interna.............................................................................................92 Figura 129 - Vista da Rua Dr. Oswaldo Cruz............................................................92 Figura 130 - Bloco técnico..............................................................................................92 Figura 131 - Vista embaixo do vão livre.....................................................................93 Figura 132 - Vista praça externa................................................................................93 Figura 133 - Bicicletário: praça externa....................................................................93

Figura 134 - Vista da Rua Humaitá....................................................................................93 Figura 135 - Recepção geral e consultas........................................................................93 Figura 136 - Rampa 6%............................................................................................................93


SUMÁRIO

1.

1.1 Introdução ao tema.........................................................22 1.2 Objetivo................................................................................23 APRESENTAÇÃO 1.2.1 Objetivos Gerais............................................................23 1.2.2 Objetivos Específicos.................................................23 1.3 Justificativa.......................................................................23 1.4 Metodologia.......................................................................24

2.1 Origem e Evolução da Relação Homem-Animal...26

2. ABORDAGEM SOBRE O TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

2.2 Hospitais Veterinários.................................................27 2.3 Abandono dos Animais Domésticos no Brasil....28 2.4 Abandono dos Animais de Pequeno Porte no Município de Indaiatuba/SP................................................31 2.4.1 Campanhas Promovidas por Indaiatuba/SP.......33 2.4.2 ONG’s Registradas na cidade................................35 2.5 Idealizando um Hospital Veterinário Público......37

3.1 Levantamento Morfólogico..........................................39

3. ESTUDO URBANO

3.2 Mapa Viário.......................................................................40 3.3 Mapa de Clínicas e Hospitais de Indaiatuba.......41 3.4 Mapa de Uso e Ocupação do Solo..........................42 3.5 Mapa de Gabarito...........................................................42 3.6 Terreno Escolhido..........................................................43 3.7 Estratégicas Bioclimáticas.........................................44 3.8 Legislação..........................................................................46


4. ESTUDO DE CASO

4.1 Análise do Estudo de Caso........................................48 4.2 Hospital Veterinário Constitución...........................49 4.3 Hospital Veterinário Canis Mallorca.......................53 4.4 Hospital Sarah Kubitschek.........................................56 5.1 Análise das Visitas Técnicas.....................................61

5. VISITA TÉCNICA

5.2 Hovet Campinas...............................................................62 5.3 Clínica Veterinária Osso Duro..................................65 5.4 Hospital Escola Veterinário - Faculdade Max Planck.........................................................................................67 5.5 Hospital Escola Veterinário - CEUNSP/Salto....70 5.6 Reflexão.............................................................................73

6. PREMISSAS DO PROJETO

6.1 Implantação........................................................................75 6.2 Conceitos............................................................................75 6.2.1 Conceito da Implantação............................................75 6.2.2 Conceito da Construção.............................................76 6.3 Partido.................................................................................76 6.4 Programa de Necessidade...........................................77 6.5 Desconstrução Visual do Hospital...........................83 6.6 Sistema Estrutural.........................................................84 6.7 Acessibilidade....................................................................88 6.8 Estratégicas Bioclimáticas...........................................88 6.8.1 Construção e Materiais..............................................88 6.8.2 Energia e Iluminação...................................................88 6.8.3 Água..................................................................................89


6.9 NBR 9077............................................................................89 6.10 Materiais Predominantes e Composição Visual.89 6.10.1 Vedação e Materiais Complementares................90 6.10.2 Muro.................................................................................90 6.10.3 Equipamentos Hospitalares....................................90 6.10.4 Cor: Laranja..................................................................90 6.11 Nome Projetual.................................................................91 6.12 Render.................................................................................91 CONSIDERAÇÕES..........................................................................................................................95 REFERÊNCIAS.................................................................................................................................97 ANEXOS............................................................................................................................................102 ANEXO A - Resolução Nº1015 de 09 de setembro de 2012........................................103 ANEXO B - Resolução Nº670 de 10 de agosto de 2000..............................................104 ANEXO C - Estatuto do animal doméstico.........................................................................105 ANEXO D - Lei Nº10.406/02 de 10 de janeiro de 2002, Código Civil.......................105 ANEXO E - Decreto 40.400 de 24 de outubro de 1995...............................................106 ANEXO F - Área reabilitada para uso declarado no Estado São Paulo...............109

APÊNDICE................................................................................................................. 110


1. APRESENTAÇÃO


1.1 Introdução ao tema No momento presente, sabe-se que a origem dos animais domésticos

Públicos, que deu início a reflexões, como: preocupar-se com as

de pequeno porte – cães e gatos, tem uma história bem recente, mas a

políticas públicas, refletir-se no centro de controle de zoonoses e na

relação do ser humano e do animal vem de milhares de anos atrás, quando

relação homem-animal.

essa aproximação se iniciou com uma convivência independentemente de qualquer relação de afeto, carinho e amizade.

Por uma questão de profilaxia, idealizou-se a construção de um Hospital Veterinário Público como agente de prevenção de doenças e melhoria da qualidade de vida dos animais e homens a eles interligados,

Durante muito tempo foram de grande utilidade ao ser humano, em seu trabalho, sua alimentação e abrigo. Mas com a Revolução Industrial com novas forças de trabalho e conceitos manufatureiros, os animais não tinham mais o papel principal. Esta mudança foi claramente apresentada pelo êxodo rural e consequente distância entre o ser humano e os animais, que modificou a forma conhecida de contato animalhumano (SHIPMAN, 2010).

desse modo aliviando as ONG's e os CCZ, dos quais, todas as informações serão abordadas neste trabalho.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 1 - APRESENTAÇÃO

Diante desse cenário, alguns animais começaram a ser domesticados

22

e serem inseridos na sociedade, onde começou-se a transformação do conceito de eficiência dos animais domésticos para a vida do ser humano, o qual interferiu nos costumes e hábitos dos mesmos. O surgimento da medicina veterinária favoreceu mais a inclusão desses animais no meio urbano, principalmente dentro dos lares. Nem sempre as condições econômicas e sociais das famílias que possuem animais permitem que tenham um cuidado quanto à saúde e atendimento médico dos pets, por existir um mercado pensando só em lucrar com assessórios. Geraram-se assim, abandonos, e maus-tratos nessa relação. As observações dessas problemáticas deram embasamento, recentemente, para a necessidade da construção de Hospitais Veterinários

Figura 1: Caso da cadela morta em SP Fonte: Estadão, 2018


1.2 Objetivos 1.2.1 Objetivos Gerais

relacionamento e uma preocupação com os cuidados em relação à saúde e bem-estar deles. Entretanto, esse aumento de cães e gatos dentro do

Este trabalho visa elaborar um projeto de um Hospital Veterinário

âmbito familiar resulta em pontos negativos, como a proliferação de

Público, no município de Indaiatuba, que está destinado ao atendimento de

animais nas zoonoses, advindos de moradores com baixa renda, sem

animais domésticos de pequeno porte – cães e gatos – respondendo às

conduções de um tratamento adequado, e o abandono de animais

especificidades de uma edificação de caráter público (do atendimento clínico

adoecidos e com a idade avançada. Tais problemas deram embasamento,

ao cirúrgico, recuperação dos pacientes e realização de exames). Na área

recentemente, para a necessidade do desenvolvimento de Hospitais

externa do hospital haverá um espaço de convivência focado na

Veterinários Públicos. Então, começou-se a preocupação com as políticas

recuperação dos pacientes e harmonização ambiental.

públicas, centro de controle de zoonoses e a relação homem-animal. O município de Indaiatuba possui uma estimativa populacional de

. . .

Contribuir de forma preventiva e corretiva para a saúde da sociedade Atender animais comunitários (ONG's), população de baixa renda e moradores de rua que possuem animais domésticos de pequeno porte Proporcionar uma relação homem-animal harmônica e saudável

246.908 habitantes, pelos dados do IBGE (2018). Desde 2009 foram criados os Centro de Controle de Zoonose e o Centro de Reabilitação Animal. No período de 2013 a 2019 foram atendidos 917 animais recolhidos, houve 707 doações, e 1080 denúncias. Em 2013 foram cadastrados 1170 e, em 2018 os atendimentos forma de 6525 animais. Além desses atendimentos contam também com auxílio de 3 ONG’s registradas, que atualmente não têm conseguindo atender à demanda de

1.3 Justificativa

animais que necessitam de cuidado público ou voluntário. Por esses dados verifica-se o crescente atendimento que o

Os animais sempre estiveram presentes no cotidiano humano, para

município possui, mostrando-se uma questão de política pública atuante,

alimentação ou por afeto. A relação homem-animal ao longo dos anos

para diminuir os problemas de abandono, maus-tratos, acidentes e

começou a se modificar, e cães e gatos assumiram um papel importante

doenças com animais de estimação, podendo-se, ainda, incluí-los em

dentro da sociedade, obtendo seu espaço dentro do âmbito familiar. A

tratamentos especializados, quando necessitarem.

inserção desses animais dentro das residências acabou gerando um

Para minimizar essa desatenção da sociedade, que é uma

CAP. 1 - APRESENTAÇÃO HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019

1.2.2 Objetivos Específicos

23


preocupação muito relevante nos dias atuais, já que tais animais podem

Ainda deverá buscar o bem-estar, a melhoria na qualidade de saúde dos

transmitir doenças e causar grandes acidentes no meio urbano. Pensou-se

animais domésticos, além do atendimento com dignidade e respeito aos

na iniciativa de construção de Hospital Veterinário Público para

animais. Inicialmente será feito levantamento histórico da relação homem-

atendimento daqueles cujos donos não podem arcar com sua qualidade sanitária. Mesmo com a ação de Organizações Não Governamentais - ONG's,

animal.

médicos veterinários voluntários (de clínicas particulares) e eventos

Será realizada pesquisa para compreender o funcionamento da

realizados pela prefeitura do município, a realização de campanhas de

arquitetura hospitalar, que enfatizará a arquitetura hospitalar

prevenção e controle de doenças, que orienta os donos dos animais para

veterinária.

trazer o bem-estar, não se dá conta de resolver as questões do atendimento veterinário público.

Para atender à questão socioambiental será organizado um espaço de convivência externo e interno, ao hospital. Sua finalidade se traduz nas questões harmônicas e sociais e também na questão da

1.4 Metodologia

saúde, tanto humana como animal. Para finalizar, será desenvolvido um projeto arquitetônico de um

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 1 - APRESENTAÇÃO

hospital veterinário público, contendo um ambiente técnico especializado Esta pesquisa abordará a construção de um Hospital Veterinário

para atendimento. Esse projeto será previsto em área pertencente a um

Público e sua importância para o contexto urbano e saneamento básico do

Município que dista 103,4 km da capital de São Paulo, localizado em área

município. Será utilizada a Resolução nº 670, de 10 de agosto de 2000, que

central, o que facilitará o acesso dos moradores dos bairros

conceitua e estabelece condições para o funcionamento de

subjacentes, pois fica próximo ao terminal de ônibus urbano do Município.

estabelecimentos médicos veterinários e dá outras providências, a

Tem-se por intenção que se torne referência ao atendimento animal, no

resolução nº1015, de 9 de novembro de 2012, que orienta os profissionais da

interior do Estado.

área de arquitetura e urbanismo na construção de hospitais veterinários e a Associação Brasileira dos Hospitais Veterinários - ABHV, que tem por missão criar conceitos que servirão de referência para estruturas clínicas,

24

hospitalares e centro de diagnósticos, para alcançar uma medicina veterinária de alto nível e trazer essa percepção à sociedade.


2. ABORDAGEM SOBRE O TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS


2.1 Origem e Evolução da Relação Homem-Animal “A união homem-cão data de milhares de anos atrás. Alguns pesquisadores relatam que a aproximadamente 14 mil anos deu-se início a esta longa trajetória de aperfeiçoamento afetivo entre homens e animais” (MONTEIRO, 2010). O primeiro grupo que considera-se o primórdio para chegar a

A domesticação acabou gerando uma redução da seleção natural

classificação que atualmente conhecemos foi dos animais domésticos (Canis

dos animais (cães e gatos), mostrando que o ser humano interferiu no

1

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 2 - ABORDAGEM SOBRE O TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

recebia comida, abrigo e cuidados dos humanos, e os humanos recebiam proteção e companheirismo, que evolui para uma entre ajuda na caça e mais tarde em outras atividades, como pastoreio. (SILVA 2011 apud CARDOSO; CAETANO,2012).

familiaris) , que ao passar dos tempos, foi o lobo primitivo da Eurásia o

ciclo natural da sobrevivência deles, como: diminuição da caça,

ancestral autêntico, do qual origina-se o cão e, mais tarde aos gatos

comportamento mais dócil, aumento da qualidade de vida e de idade;

domésticos da atualidade. O primeiro animal a ser domesticado foi a ovelha,

dessa maneira, levando-os a uma adaptação no âmbito familiar, fazendo

há 8.000 anos antes de Cristo, e a sua domesticação partiu do interesse da

com que se tornassem drasticamente dependentes dos homens e

própria espécie. Dessa forma, os lobos, percebendo que os restos de alimentos

obedecendo a hierarquia do seu dono.

deixados nos acampamentos seriam fonte de sustento dos filhotes da

compreende-se o isolamento de uma espécie que sai das suas

matilha, se aproximaram das tribos e começaram, lentamente, a ficar

características naturais (Canis verdadeiro), e transforma-se em

mansos e a se juntar ao recinto. Observavam que os homens não traziam

características artificiais (Canis familiaris) assim formando-se as raças

mal algum para a matilha e, sim, seriam grandes aliados. Por outro lado, aos poucos, os humanos verificaram que os lobos poderiam ser úteis nas

de cães e gatos conhecidas na atualidade. A partir desse pressuposto, o cachorro é o primeiro animal

habilidades de caça, guardião da tribo e limpeza dos restos alimentares

domesticado que se adaptou ao âmbito familiar. Diante de tantas

deixados pelos caçadores.

transformações, eles possuem o gene dos lobos e, caso não tenham uma Considera-se que a relação homem-cão iniciada há tanto tempo seja um dos maiores exemplos de simbiose do reino animal. O conceito de simbiose é de uma relação interespecífica entre duas ou mais espécies diferentes e não predatória, onde o lobo

Com relação ao animal doméstico mais próximo ao ser humano,

boa educação, podem despertar seu instinto selvagem. Pelo fato dessa convivência homem-animal, houve a necessidade de cuidados específicos para que ela exista de forma harmônica na sociedade, criando-se a profissão de Médico Veterinário, para que se pudesse atender adequadamente os animais em hospitais, clínicas e, com

26 1. Canis familiaris – nome científico do cão doméstico.

isso, preservar a saúde humana.


A evolução dos hospitais humanos e veterinários está atrelada à

comparação a sua origem, que envolvem as atividades, que vão desde o

evolução humana, a que tem causado um enorme impacto na sociedade e na

âmbito urbano e chegam até o rural, sendo que a maior preocupação

arquitetura, por se preocupar com os cuidados à saúde dos seres humanos

desses profissionais são serviços direcionados a sociedade, à relação

e dos animais e na relação socioambiental. No entanto, esse cenário aparece desde os primórdios das civilizações, em que o primeiro registro de

homem-animal e ao respeito pela natureza. Compreendendo esses fatos, os setores mais almejados pelos

um serviço veterinário se deu por meio do “Papiro de Kahoun”, encontrado

médicos veterinários são as clínicas privadas de animais domésticos de

no Egito, em 1890. Nesse documento relata-se sobre a arte de curar os animais, por meio de diagnósticos, prognósticos, sintomas e tratamentos de

porte pequeno, que ao longo dos anos, tiveram um aumento considerável. No entanto, nos dias atuais, custear um cão e/ou gato envolve: a

doenças em diversas espécies, por volta de 4.000 a.C., como relatou

alimentação, as vacinações, consultas de rotina, banho e tosa, exames

Koshiyama, Birgel e Develey.

laboratoriais e, em alguns casos, cirurgias, o que nem sempre é acessível

Com o caminhar dos séculos, transcorreram-se alterações no

a toda a população. Diante disso, percebe-se o problema decorrente da

contexto histórico, cultural e socioeconômico de cada civilização. Em vista

atualidade e a carência de clínicas e/ou hospitais públicos. Por essa

disso, no início do século XX, afirmou Schweizer (1875-1965), que “postula a

razão, os hospitais veterinários públicos tornam-se necessários na

ética passando a ter um caráter universal, em que a vida deveria ser

sociedade e começam a ter seu merecido valor, que vem das ações do

respeitada”. Nessa visão, o povo começou a perceber os animais como seres

bem-estar social e da relevância da saúde pública.

vivos e que deveriam receber tratamentos médicos e serem curados, como

O primeiro Hospital Veterinário Público no Brasil foi inaugurado

acontecia com os humanos. Perante o ocorrido, as civilizações deram a

em 2012, no bairro Tatuapé, na cidade de São Paulo, que resultou numa

devida importância à construção de hospitais veterinários.

parceria com a Associação Nacional de Clínicos Veterinários de Pequenos

No Brasil, a medicina veterinária inicia-se com a vinda da Família Real, em 1808, quando foram criadas duas instituições de ensino

Animais – Anclivepa e a Prefeitura de São Paulo. Posteriormente, em 2014, a cidade ganhou o segundo hospital veterinário público.

veterinário no país, ambas localizadas na cidade do Rio de Janeiro e fiscalizadas pelo Ministério do Estado da Agricultura. Só em 1919 é que surge o Curso de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo. No momento atual, os médicos veterinários possuem um leque muito amplo na escolha da área a ser exercida no mercado de trabalho, em

Para definir o espaço hospitalar como a união de diversos tipos e categorias de edificações e suas respectivas demandas arquitetônicas. Ou seja, além da medicina, deve-se considerar as necessidades de

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2.2 Hospital Veterinário

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outras áreas profissionais como: hotelaria, gastronomia, empresa comercial, lavanderia, farmácia, oficina de manutenção, etc.” (MENDES, 2007 apud FURUYA, 2017).

2.3 Abandono dos Animais Domésticos no Brasil Segundo a Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação - ABINPET (2015), o animal mais desejado para se ter dentro da residência é o cão; já os gatos encontram-se em terceiro no rank (Figura 1). O abandono é um assunto muito pertinente na sociedade, em que se HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 2 - ABORDAGEM SOBRE O TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

depara com o grande número de animais domésticos presentes. O Brasil é

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considerado um dos poucos países em que os animais domésticos vieram a conviver diariamente no âmbito familiar. No caso do Estado de São Paulo, não existem dados oficiais que mostram a quantidade de animais domésticos abandonados e nem índices da quantidade de animais que, no presente momento, vivem nas ruas. Ciampi (2019), presidente da Arca Brasil, que é uma ONG de proteção animal, diz que “...existe um cão para cada 5 habitantes – aproximadamente 10% deles em estado de abandono. Esses animais padecerão de fome, frio, doenças, acidentes e uma série de outras crueldades, tudo porque alguém

Figura 2: Estimativa de animais domésticos no Brasil - em milhões. Fonte: IBGE – Pesquisa quinquenal. Elaboração: ABINPET. Dados 2013. Adequação do próprio autor.

A convivência desses animais tornou-se cada vez mais presente dentro dos núcleos familiares, desta maneira preenchendo as residências com muito amor, fofuras e diversão e, não podemos deixar de evidenciar, em alguns casos, a ocorrência de transformações no desenvolvimento físico, psicológico e comportamentais dentro do âmbito familiar. À vista disso, os indivíduos acabam adquirindo cães e/ou gatos apenas por gostarem, por os acharem fofos e alguns só por tê-los, mas esquecem que se trata de uma vida, e que eles acarretam diversas

não cumpriu sua parte nesta relação”. Na figura 2, temos representadas as estimativas de animais

responsabilidades, como: o trabalho de cuidar, idas aos médicos

domésticos existentes no país, dados estes levantados pelo Instituto

veterinários para exames de rotina, passear, entre outros fatores.

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em 2013.

Todas essas ações nada mais são do que o cumprimento de uma conduta ética perante um ser vivo que vai ter uma longa duração, de 15 a 20 anos.


A tabela nos mostra os motivos mais banais de abandono e a não

as questões que desencadeiam o alto índice de animais abandonados. O

responsabilidade dos respectivos donos quanto aos cuidados que

abandono sempre parte da ingratidão do dono, que surge de alguns motivos, como: idade avançada do animal de companhia 2, mudança de residência e,

deveriam ter sido assumidos na relação de compra ou adoção de animais. A cada dia que passa, o índice de animais abandonados nas ruas

muitas vezes, de cidades, fator financeiro baixo, agressividade. Muitas

aumenta, e isso ocorre por falta de aplicação de legislações severas e

vezes, não está mais suprindo o interesse da família, mas é importante

por falta de políticas públicas. No momento atual não existe um

evidenciar que, por maior dificuldade pela qual a família esteja passando, o

município, seja ele pequeno ou grande, que não possua pelo menos um cão

animal de companhia nunca deixa de estar presente. No artigo Índice Estatístico de Animais Domésticos Resgatados da

e/ou gato morando na rua e que, por esse fator, acaba seguindo seu instinto de caça, para ir atrás de comida e abrigo. Outra temática a se

Rua vs Adoção (2016), os autores apontaram que uma pesquisa feita nos

atentar é a situação física e psicológica em que esses animais se

EUA, em 12 abrigos, envolvendo 1.984 cães e 1.286 gatos, que relatam os

encontram e, não menos importante, o meio que encontram. Tudo isso

motivos que levaram ao abandono de animais de pequeno porte, conforme a

resulta nas condições de vida deles, assim refletindo-se no contexto

(Figura 3) abaixo.

urbano, como: sendo transmissores de doenças, causadores de acidente 3

CÃES Motivos Suja a casa Destrutivo fora de casa Agressivo com as pessoas Tem o vício de fugir de casa Ativo demais Requer muita atenção Late muito Morde Destrutivo dentro de casa Desobediente

de trânsito e estando vulneráveis na sociedade. Segundo a MAPAA

GATOS Porcentagem 18,5% 12,6% 12,1% 11,6% 11,4% 10,9% 10,7% 9,7% 20,0% 9,0%

Motivos Suja a casa Destrutivo fora de casa Agressivo com as pessoas Não se adapta com outros animais Morde Requer muita atenção Destrutivo dentro de casa Eutanásia por motivos de comportamento Não amistoso Ativo demais

Porcentagem 37,7% 11,4% 16,9% 8,0% 9,0% 6,9% 14,6% 4,6% 6,9% 4,6%

Figura 3: Motivos que levam ao abandono de cães e gatos. Fonte: Bonalume, 2007 2. Animais de companhia - um animal doméstico selecionado para o convívio com os seres humanos por questões de companheirismo ou divertimento, o que não significa que essa seja a única função dessas espécies na nossa sociedade.

3

(2015), sabe-se que nos registros da Organização Mundial da Saúde (OMG) há cerca de 30 milhões de animais abandonados no Brasil. Destes, 20 milhões são cachorros, enquanto 10 milhões são gatos. Seguindo esses pormenores, depara-se com o surgimento de ONG's, visando a uma melhor qualidade de vida dos animais de companhia dentro da sociedade, na qual essas organizações não governamentais não recebem nenhuma ajuda do poder público, mas estão tentando minimizar os altos índices de abandono de animais de companhia.

3. MAPAA - uma organização sem fins lucrativos que foi fundada em 2011 para oferecer auxílio aos animais que estão abandonados.

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Depois das descrições já abordadas, será feita uma reflexão sobre

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Nos dias de hoje, por lutas de ONG's, já existem vários métodos

Como apresentado na tabela acima, vê-se que os métodos

preventivos para amenizar o abandono de animais, cuidar daqueles que já

existentes são insuficientes para dar conta da demanda de animais e sua

vivem na rua e, consequentemente, melhorar a vida urbana tanto animal,

questão de abandono. Pensando-se em poder contribuir com a questão do

quanto para os seres humanos, não se ignorando os benefícios do meio

abandono, acredita-se ser a construção de um Hospital Veterinário

socioambiental.

Público mais uma forma de agregar um atendimento que permita minimizar

A seguir, apresentam-se na Figura 4, os métodos preventivos para auxiliar na melhoria da qualidade de vida humana e animal. M é to d o s p r e v e n tiv o s p a ra a m e n iz a r o a b a n d o n o C a s tra ç ã o

essa questão. Para projetar uma edificação dessa complexidade precisa-se seguir todos os requisitos necessários. É fundamental seguir a Resolução nº 670, de 10 de agosto de 2000, a Resolução nº 1015, de 09 de

M e lh o r m é to d o p re v e n tiv o p a ra c o m b a te r a p ro life ra ç ã o d o s a n im a is d e c o m p a n h ia , e é re c o m e n d a dpoe lo s m é d ic o s v e te rin á rio s e p e la A n c liv e p a . A lé m d o m a is a c a s tra ç ã o tra z b e n e fíc io s a v id a lo n g a d o a n im a l. As p re fe itu ra s dos m u n ic íp io s o rie n ta m e re e d u c a m to d a a p o p u la ç ã o , p rin c ip a lm e n te a c la s s e m a is b a ix a e a c la s s e b a ix a , q u e n e m s e m p re s a b e m d o a lto ín d ic e d e a b a n d o n o e d e s c o n h e c e m a e x is tê n c ia d e c a m p a n h a s d e v a c in a ç õ ees d e c a s tra ç ã o . O p o d e r p ú b lic o d e v e ria a p lic a r c o m m a is rig id e z a s le is v o lta d a a s c a u s a s a n im a is , e te r u m o lh a r m a is c rític o q u e s e a p lic a s s e d e fo rm a c o rre ta , o s ín d ic e s já te ria m d im in u íd o . E x e rc e m tra b a lhvooslu n tá rio s p a ra tra z e r u m a m e lh o r q u a lid a d e de v id a aos a n im a is m a ltra ta d o s , a n im a is q u e v iv e m n a ru a e a b a n d o n a d o s , o n d e e s s a s o rg a n iz a ç õ e s s e m a n te m a tra v é s de doações e s e rv iç o s c o m u n itá rio s . E u m ó rg ã o p re s e n te e m to d o s ocsíp mio usn iq u e a u x ilia m no c o n tro le de tra n s m is dseõ e s d o e n ç a s , p o rta n to c o m o s e u fo c o n ã o e re s g a ta r e s s e s a n im a is e e s p e ra r lo n g o s a n o s p o r u m a a d o ç ã o e u m a g ra n d e p ro c u ra d o s m o ra d o re s p a ra re s g a ta r e s s e s a n im a is , n e m s e m p re a z o o n o s e te m e s p a ç o s u fic ie p anra te a b rig a r o s m e s m o s , re a liz a n d o d a e u ta n á s ia e m a n i m a is q u e e s tã o m a is te m p o n o c a n il. A s o c ie d a d e p re c is a e n te n d e r q u e o a n im a l é u m s e r v iv o , e o fa to d e le s e r c ria d o e m c a tiv e iro n ã o s ig n ific a q u e e s tá e m bcooansd iç õ e s , e n tã o a p o p u la ç ã o d e v e ria d im in u ir a s c o m p ra s d e c ã e s e g a to s p o r “s ta tu s ” e , p o rq u e d e s e ja ta n to u m a ra ç a . O s in d iv íd u o s e s tã o a lim e n ta n d o u m c o m e r c io ile g a l e m a l fis c a liz a d o , a s s im a lim e n ta n d o o s m a u s-tra to s d e n tro do c a n il e um fu tu ro a b a n dn o o d o s a n im a is q u e n ã o tiv e re m m a is s e rv e n tia .

novembro de 2012 e o Decreto 40.400, de 24 de outubro de 1995, em que

se instrui o profissional da área de arquitetura a desenvolver um

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C o n s c ie n tiz a ç ã o d a p o p u la ç ã o

30

programa de necessidades que cumpra todas as medidas mínimas de cada

ambiente presente num Hospital Veterinário, para atender o seu público

P o lític a s p ú b lic a s

com qualidade, eficiência e sem custo. Além disso, há uma preocupação

O N G ’s e a b rig o s

voltada para uma boa solução de fluxo e organização dos ambientes, que

vai estudar questões térmicas, atentar-se às iluminações naturais e

artificiais e à implementação de jardins/ áreas de convivência para uma

C e n tro d e z o o n o s e s

melhor qualidade de vida tanto dos pacientes quanto dos donos dos

animais domésticos.

C o n tro le d e v e n d a s d e a n im a is

Figura 4: Métodos preventivos para amenizar o abandono Fonte: Adaptação do próprio autor


2.4 Abandono de Animais de Pequeno Porte no Município de Indaiatuba O município de Indaiatuba, onde o projeto será desenvolvido, situa-

abarrotado, ocasionando a falta de atendimento adequado para ambas as

se no interior do Estado de São Paulo, com estimativa populacional de

cidades. Consequentemente, por não possuir um espaço que abrigasse

246.908 habitantes, conforme dados IBGE (2018). A cidade dispõe de um

essa demanda, o município de Indaiatuba parou com todos os

espaço que une o Centro de Reabilitação Animal - CRA e o Centro de

atendimentos para a população de Elias Fausto, focando apenas na

Controle de Zoonose – CCZ, que existe desde abril de 2009, cuja sua criação

comunidade da própria cidade.

foi exigida por conta da alta demanda e necessidade pública da época,

Em Indaiatuba, mesmo não se atendendo mais o município de Elias

permanecendo até os dias atuais. Segundo a Prefeitura de Indaiatuba (2014), o objetivo principal do

Fausto, verifica-se que os canis permanecem superlotados. Segundo o

CRA e do CCZ é recolher animais feridos, atropelados, espancados,

CCZ, em 2018, a capacidade de animais era de 80 cães e 30 gatos, e no ano

envenenados, com doenças graves terminais e que apresentam risco à

de 2019, nos primeiros quatro meses, o canil abrigava 60 cães e 40 gatos.

população, como também filhotes abandonados e cadelas prenhes. A

Não existem informações de anos antecedentes a 2018 quanto ao abrigo

proposta é cuidar desses animais e encaminhá-los para novos lares. O Centro de Controle de Zoonose da cidade de Indaiatuba está

de animais de pequeno porte nos canis. No entanto, o CCZ comunica que, em 2014, o canil e o Centro de

localizado no Distrito Industrial Recreio Campestre Joia, posicionado a

Reabilitação Animal, passaram por uma reforma para aumentar o prédio e

5,9km de distância do terreno escolhido, que se situa na Rua Vinte e Quatro

aumentar o número de salas cirúrgicas e os canis. Isso só ocorreu por

de Maio, no centro, bem de frente ao Terminal Rodoviário Urbano. O horário

conta da alta demanda de cirurgias, como no caso do ano de 2018, em que

de funcionamento do CCZ e do CRA é de segunda a sexta, das 8h às 16h, e

o CCZ realizou, em média, de 80 a 100 cirurgias por dia, para conseguir

aos sábados, das 8h às 12h. O município de Indaiatuba, há um tempo, atendia a cidade vizinha,

atender todos os pacientes agendados e, assim, diminuir a lista de espera. Tudo isso com um propósito: minimizar os problemas de profilaxia

Elias Fausto, pois esta, até os dias atuais não possui um setor responsável

da cidade.

que cuide da proteção e defesa dos animais de pequeno porte, cães e gatos,

Na figura 5, temos representada a quantidade anual de animais

e nem um Centro de Controle de Zoonose que possa abrigar

recolhidos das ruas, doações e denúncias, no município de Indaiatuba-SP,

temporariamente os animais em riscos, fazer castração e atender às

dados estes levantados pela Prefeitura de Indaiatuba, pelo Centro de

denúncias. Por essa razão, a demanda do canil de Indaiatuba ficou

Controle de Zoonose – CCZ.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 2 - ABORDAGEM AO TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

Dr. Adriano Mayoral (2019), diretor responsável e médico veterinário do

31


existem dados de denúncias, não tendo sido fornecido o número de animais recolhidos e doados. Diante disso, constata-se que os dados vêm oscilando a cada ano. Mesmo com esse cenário de aumento e diminuição, os dados de animais abandonados, maltratados, envenenados e com doenças graves fazem com que o número de adoções seja inferior à somatória de animais recolhidos das ruas e das denúncias, o que é uma complicação para o canil, que acaba ficando superlotado e, muitas vezes, não dando conta dos casos emergenciais. Precisa-se salientar que uma parcela baixa desses animais que

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 2 - ABORDAGEM SOBRE O TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

estão nas ruas não se refere a abandonados; muitos têm um lar, segundo

32

Figura 5: Quantidade Anual de animais recolhidos das ruas, doações e denúncias no município de Indaiatuba/SP. Fonte: Centro de Controle de Zoonose – CCZ. Adequação do próprio autor

o secretário do meio ambiente (2016). Isso é ocasionado pelo hábito de algumas famílias deixarem o animal semidomiciliado, ou seja, permitem que ele fique na rua e dentro da residência. Por esse fator o CCZ, a

Analisando o gráfico anterior, visualizamos que, a cada ano que passa, temos o aumento de animais de pequeno porte, cães e gatos, passando por diversas circunstâncias, como: animais recolhidos das ruas, denúncias de maus-tratos ou que trazem algum malefício à população.

Prefeitura de Indaiatuba e as ONG's não conseguem levantar dados estimados da quantidade de animais abandonados. Portanto, o que se sabe é que o índice dos animais abandonados, de rua, maltratados é bem

Observamos que 2013 foi um ano com menor índice de animais de rua e

superior aos que são considerados semidomiciliados. O responsável do CCZ informa que resgata os animais para dar-

doações. Consideramos, portanto, um ponto positivo, pois não existia tanta

lhes uma condição de vida melhor, e que o Centro de Reabilitação Animal -

negligência da população perante os animais. Já no ano de 2018, isso não

CRA e o CCZ cumprem com seu papel de forma preventiva perante a

ocorreu, pois foi o ano com o maior índice em todas as categorias

sociedade. No entanto, o Dr. Adriano Mayoral diz que o CCZ não é uma

apresentadas no gráfico. Isso mostra que, a cada ano que passa, há mais

clínica veterinária, nem abrigo de animais, muito menos um hospital

animal abandonado e muitas vezes maltratado, se não tiver mais nenhuma

veterinário. Pensando em ampliar a pesquisa ora proposta, a autora entrou

serventia para a família que vive. No ano de 2019, observa-se que só

em contato com o Centro de Controle de Zoonose – CCZ, do município de


Salto, para averiguar se as problemáticas ocorridas no município de

2.4.1 Campanhas Promovidas por Indaiatuba/SP

possível obter os dados, então foi necessário ser aberto um processo, no

O CCZ de Indaiatuba realiza diversas campanhas gratuitas para

órgão da Prefeitura, solicitando ao CCZ que disponibilizasse as informações

animais de pequeno porte – cães e gatos, pensando em toda a sociedade,

necessárias, para que se pudesse fazer a análise do município.

tal como: castração, microchipagem, vacinação contra raiva e adoção.

Como esperado, os canis do município de Salto também sofrem de

Todas as castrações, microchipagens e adoções são realizadas no

superlotação, e não há informações precisas de cães e gatos abandonados

próprio edifício do Centro de Controle de Zoonose, localizado no Distrito

nas ruas. No entanto, sabe-se a quantidade de resgaste anual realizado na

Industrial Recreio Campestre Joia. Já as vacinações, ocorrem em agosto

cidade de Salto, sendo cerca de 300 animais entre cães e gatos, no ano de

de todos os anos, são dispostas em polos de atendimentos em escolas ou

2018. Além, do CCZ, o município possui três associações de proteção aos

igrejas de cada bairro, assim atingindo uma gama maior da população.

animais e quinze protetores não registrados, mas ativos na causa,

Outra observação importante é que o Centro de Controle de Zoonose de

conforme relatou o Processo nº4299/2019, recebido por esse órgão. Levando-se em consideração esses aspectos, observamos que os

Indaiatuba aboliu os sacrifícios em animais, exceto em casos de doenças terminais sem cura, conforme a Lei nº 11.977, de 25 de agosto de 2005. O

municípios precisam de um auxílio extra, para que possam dar conta das

artigo 12º diz:

altas demandas apresentadas pelos CRA, CCZ e as ONG's de cada cidade. Eles não estão conseguindo suprimir essas problemáticas. Nesse contexto, fazem-se necessárias providências urgentes. Como proposta para tal, seria a construção de um Hospital Veterinário Público, como uma ferramenta pública a mais para ser inserida nas políticas públicas dos

É vedada a prática de sacrifício de cães e gatos em todos os Municípios do Estado, por métodos cruéis, consubstanciados em utilização de câmaras de descompressão, câmaras de gás, eletrochoque e qualquer outro procedimento que provoque dor, estresse ou sofrimento (Lei nº11.977, 2005).

municípios e, com isso, atender à demanda e proteger de forma profilática a todos os interessados.

Diante desses fatores, o diretor e médico veterinário do CCZ diz que, com toda a ajuda advinda da prefeitura e das ONG's, a cidade necessita de um apoio 24horas para auxiliar nos atendimentos e diminuir os índices que ainda permanecem altos. A castração é gratuita para todos os animais, tanto os resgatados

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Indaiatuba e Elias Fausto ocorriam ali da mesma maneira. Para que fosse

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das ruas, quanto os que possuem um lar. Essa ação foi a maior conquista

maioria dos atendimentos são para as fêmeas que, desde sempre, têm

obtida pelo Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais –

sido uma preocupação dos órgãos públicos.

COMPDA, cujo o presidente afirma que a castração é um meio de evitar a proliferação descontrolada dos animais e a redução do risco de doenças, como, o câncer de mama e próstata e, consequentemente, evitar o abandono, dos mesmos, assim diminuindo os riscos à saúde da população e dos próprios animais, conforme diz a Lei nº 6.047, de 06 de setembro de 2012, que dispõe sobre a criação do Conselho Municipal de Proteção e Defesa dos Animais, COMPDA, e dá outras providências. Para que o morador de Indaiatuba possa fazer a castração no seu

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animal e usufruir do seu direito é preciso seguir alguns requisitos exigidos

34

pelo CCZ, tal como: levar comprovante de endereço, apresentar documento pessoal, preencher uma ficha com os dados do animal (cão ou gato). Assim, posteriormente é realizado o agendamento da cirurgia. É importante ressaltar que os animais recolhidos das ruas, de denúncias e maltratados são bem recebidos e acolhidos no CCZ e recebem ração de boa qualidade, cuidados clínicos, além de serem cadastrados e microchipados, assegurando o controle após a adoção. Caso haja maustratos, será possível denunciar o responsável. Na figura 6 temos representada a quantidade de animais castrados, no município de Indaiatuba-SP, dados esses levantados pela Prefeitura de

Figura 6: Animais castrados por ano, no município de Indaiatuba/SP Fonte: Centro de Controle de Zoonose – CCZ. Adequação do próprio autor

Seguindo esses pormenores, depara-se com as campanhas de adoções realizadas pelas ONG's e pelo CCZ, que auxiliam esses animais a encontrarem um lar. As adoções ocorrem em períodos sazonais, e normalmente, no inverno, parece ser época de menos procura. Não quer

da cidade, pelo Centro de Controle de Zoonose – CCZ. É notável que, num curto período de tempo, o aumento de

dizer que ao longo do ano, não sejam realizadas campanhas de adoção e

castrações realizadas no município, tanto nos resgatados das ruas, quanto

que os familiares não vão atrás dessas ONG's para adotar um animal.

nos que possuem um lar, está sendo uma medida preventiva eficaz, e que a


Além disso, há outros fatores que influenciam na escolha do animal,

métodos preventivos e, junto com o CCZ, dão atendimentos aos animais

como: os indivíduos que gostam de animais de porte pequeno – cães e gatos filhotes e, se forem adultos, que sejam “bonitos” e “espertos”. Por essa

de pequeno porte – cães e gatos pertencentes à cidade. Além disso, no ano de 2016, o Estado de São Paulo criou a

razão, ser idosos, ter alguma deficiência, ser cão de porte médio e sofrer o

Delegacia de Proteção Animal – DEPA, cujo objetivo é agilizar as

preconceito de ser gatos preto, fazem com que nunca sejam alvo de escolha

denúncias e averiguar os crimes contra os animais.

para adoção. No entanto, o presidente do COMPDA (2016), informa que ainda há muito trabalho a ser realizado. O COMPDA realiza eventos em que são levadas informações e conscientização às pessoas, por meio da educação, partindo das crianças, e assim sendo levadas para dentro das residências.

Para melhor entendimento, serão apresentadas as características das ONG's, acima citadas: · Associação Protetora dos Animais de Indaiatuba – APRAI A APRAI, primeira ONG que surgiu no município de Indaiatuba, foi criada em 1988 sua atual presidente relata que, quando entrou como voluntária, a organização estava totalmente desmoralizada, endividada,

2.4.2 ONG’s Registradas na cidade

Prefeitura. Atualmente, a sede da organização se localiza em outro espaço, situado na Rua Onze de Junho, no centro da cidade, e recebe

As ONG's, como o CRA e o CCZ, possuem um papel muito importante

repasse municipal de R$ 3,4 mil reais, o que não dá para pagar metade

dentro da sociedade, onde sua função é trazer soluções imediatas para os

dos gastos gerados. Por essa razão, a APRAI promove eventos, vendas

problemas negligenciados pelo governo. A premissa é tão verídica que o

de rifas, bazares e possui associados para ajudarem nos custos gerados

governo e prefeituras possuem verbas para ONG's, a fim de auxiliar o

pelas consultas médicas, cirurgias e a recuperações dos animais.

processo e trazer mais prosperidade social, mas é importante ressaltar

Segundo a APRAI, no ano de 2015, tiveram cerca de 270 denúncias

que as ONG's são a favor do CCZ, pois ele consegue ter o controle de

de animais que sofreram maus-tratos e animais abandonados no ano de

doenças e divulgar as campanhas que minimizam a proliferação dos animais. O município de Indaiatuba possui três ONG's oficiais registradas,

2016, tiveram cerca de 214 denúncias pelos mesmos fatores. No ano de 2015, a Câmara Municipal de Indaiatuba sancionou o

que são: Associação Protetora dos Animais de Indaiatuba – APRAI, União

Projeto de Lei nº77/2015, informando que a Associação Protetora dos

Protetora dos Animais de Rua de Indaiatuba - UPAR e o Projeto Anjos de

Animais de Indaiatuba – APRAI, recebera um auxílio mensal da

Patas, que prestam serviços à comunidade, auxiliam em todos os

Prefeitura, de R$ 20.400,00 (vinte mil e quatrocentos reais), destinados

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abandonada e só possuía um canil e o terreno utilizado, fornecido pela

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exclusivamente à manutenção dos projetos desenvolvidos pela entidade. Desse modo, auxiliou nos altíssimos gastos gerados pelos resgates e

Para pagar as dívidas, a organização realiza rifas, eventos,

recuperações dos animais. · União Protetora dos Animais de Rua de Indaiatuba - UPAR A UPAR foi criada em 2001, por pessoas que já exerciam a atividade

‘’vaquinhas’’ para auxiliar a bancar os gastos, além de promover feira de

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de cuidar de animais doentes, filhotes abandonados, cadelas prenhes e

adoção quase todos os sábados, em estabelecimentos onde os proprietários permitem usufruir do espaço por um curto tempo. Muitas

animais atropelados. Desse modo, resolveram criar um abrigo, que é todo

vezes isso é feito em supermercados. Como representante das ONG's, o Projeto Anjos de Patas está

custeado por voluntários. A proposta é ser um lar provisório, onde os

realizando um abaixo-assinado (2019), no município, requisitando a

animais de pequeno porte possam receber o tratamento adequado e, mais

construção de um Hospital Veterinário Público, pelo fato de alta

tarde, serem doados. O animal saudável é levado para adoção, que ocorre

demanda de atendimentos nas ONG's registradas e não registradas as

todos os sábados, no centro da cidade. A sede fica localizada na Rodovia

tornarem superlotadas e endividadas.

Lix. da Cunha, no bairro Tombadouro. · Projeto Anjos de Patas O projeto foi criado em 1999, quando sua fundadora se deparou com um cachorro que estava baleado, numa estrada, e ao longo de dias estava tratando dele até a sua recuperação. Com a melhora do cão, a fundadora da ONG foi embora, e eis que percebeu que o cachorro a estava seguindo. Então ele foi adotado pela moça e desse modo, foi considerado o primeiro resgate realizado. Desse dia em diante, só vieram a aparecer inúmeros animais à sua porta, até que, em certo momento, foi obrigada a alugar um terreno para alocar todos os animais. E, desde então, não parou com o projeto. Sua premissa é resgatar, reabilitar e encaminhar animais, em situação de risco, para adoção segura e responsável. Por essa razão, o

36

poucos voluntários dispostos a ajudar.

abrigo está superlotado, com dívidas altíssimas em clínicas veterinárias e

Para que o abaixo-assinado seja conhecido pela população e então assinado por todos os municípios, há um link de adesão à causa, c o m o

s e g u e :

<https://www.abaixoassinado.org/abaixoassinados/46223?fbclid=IwAR2 D17bXey8oIN-6O21uwSBj-ugEIjf7XQ4cQHK5Bpwj2XdVurtK7XWPhg#inicio>. Espera-se que toda a comunidade possa participar e ajudar nessa causa. A cada dia, o índice de animais abandonados, maltratados, envenenados, atropelados e a falta de política pública adequada aumentam, tornando-se um obstáculo para as organizações, por estas quererem ajudar a todos. As questões financeiras estão impossibilitando os atendimentos. E, por não haver mais espaço nos canis, no entanto, todas as ONG's esclarecem que o CRA e o CCZ cumprem com o seu papel perante a sociedade, mas eles não são uma clínica


veterinária, muito menos um hospital veterinário público, fazendo com que os atendimentos fiquem restritos ao horário comercial.

2.5 Idealizando um Hospital Veterinário Público

contribuir de forma assertiva com a questão de saúde pública do município. Essa construção irá permitir de forma pioneira, uma positiva visibilidade do município de Indaiatuba, preocupado com o bem-estar de todos. ·

Tendo em vista as abordagens acima apresentadas, neste Trabalho de Finalização de Graduação (TFG) pensou-se na elaboração de um Hospital Veterinário Público, com um terreno de 20.000m², na área central do município de Indaiatuba, com o intuito de se tornar uma referência no interior do Estado de São Paulo. Salienta-se que o município possui dezenove clínicas veterinárias particular da cidade. Sabe-se que ele faz atendimento aos municípios, mas que isso não é gratuito, além de ficar longe do centro da cidade. A construção de um Hospital Veterinário Público vem agregar em diversos requisitos o município de Indaiatuba, como: · dar melhor atendimento, por 24 horas, a todos os animais, independente da classe social de seu dono; · atender e auxiliar os órgãos de proteção animal do município; · ter ação profilática na questão da saúde de seus munícipes; · ser referência na região ao atendimento animal; · dar suporte às ONG's do município e, com isto melhorar a qualidade

do funcionamento e atendimento das mesmas; · agregar valores ao atendimento da CCZ, que terá mais disponibilidade de ação;

Figura 7: Canil do CCZ do município de Indaiatuba/SP. Fonte: Mariana Corrér

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 2 - ABORDAGEM AO TEMA ANIMAIS DOMÉSTICOS

particulares e um Hospital Escola Veterinário, pertencente à universidade

37


3. ESTUDO URBANO


3.1 Levantamento Morfológico SUMARÉ HORTOLÂNDIA

MONTE MOR

CAMPINAS

ELIAS FAUSTO

2

INDAIATUBA ITUPEVA

1

SALTO

ENGENHEIRO COELHO ARTUR NOGUEIRA SANTO ANTÔNIO HOLAM- DE POSSE BRA

COSMÓPOLIS

ITU

JAGUARIÚNA

PEDREI RA

AMERICANA

PAULÍNIA STA. BÁRBARA D’OESTE

CABREÚVA

NOVA ODESSA

SUMARÉ

HORTOLÂNDIA

CAMPINAS

Figura 9: Municípios limitrófes Fonte: Google Earth, modificado pelo autor

MONTE MOR VALINHOS ITATIBA

INDAIATUBA

4

3

Indaiatuba, um município do interior do Estado de São Paulo, pertence à microrregião e à Região Administrativa de Campinas, posicionada no noroeste do Estado (Figura 8). Além do mais, situa-se a

Figura 8: Localização geográfica do município de Indaiatuba Fonte: Autoria própria

LEGENDA 1. BRASIL 2. ESTADO DE SÃO PAULO 3. REGIÃO METROPOLITANA DE CAMPINAS 4. MUNICÍPIO DE INDAIATUBA

103km da capital de São Paulo, a 20km do município de Campinas e está a 10km do aeroporto internacional de Viracopos. Outro ponto relevante é que a cidade, por si só, dispõe de uma boa localização e é reconhecida pelos bons indicadores de qualidade de vida e infraestrutura. Sua ocupação territorial, segundo dados do IBGE (2018), é de

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

VINHEDO

311,5km², e a estimativa da população é de 246.908 pessoas, tendo um crescimento

39


de 1,8% por ano, desse modo sendo o 37º município mais populoso do Estado de São Paulo e o 4º da microrregião de

PÇ. EDUARDO

PRAÇA JOSÉ HENRIQUE IFANGER

Campinas. Os municípios que o circundam são: Sumaré, Hortolândia, Campinas e Monte Mor (N), Elias Fausto (O), Itupeva (L) e Salto, Itu e Cabreúva (S), conforme a figura 9. PÇ. ROQUE TORCE FILHO

3.2 Mapa Viário O mapa de viário consta de uma única via expressa estadual, a SP-75, que corta o município de Indaiatuba e PÇ. MASASHI SATO

interliga-o às cidades vizinhas: Salto, Itu e Sorocaba. Essa via garante o acesso a cinco entradas da cidade, que, por sua vez,

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

chegam a avenidas para melhor mobilidade das pessoas, com

40

um bom fluxo. No lado oeste, onde se encontra o terreno deste projeto, temos à frente o Terminal Urbano Central. Seguindose pela Rua Vinte e Quatro de Maio, chega-se ao Parque Ecológico (em roxo) que é o eixo principal da cidade (Figura 10). O mapa (Figura 10) demonstra que o percurso do terreno até a SP-75 dista 2,7km, com um tempo aproximado de 5 minutos. Vale ressaltar que todas as avenidas possuem pontos

LEGENDA:

de ônibus, que facilitam a mobilidade urbana de forma fácil e

TERRENO

RIO ÁREA VERDE

TERMINAL URBANO CENTRAL

rápida, dando acesso às vias coletoras e locais.

RODOVIA SP-75 MARGINAL SUL

Figura 10: Mapa viário Fonte: Autoria própria MARGINAL NORTE AV. VISCONDE DE INDAIATUBA AV. CONCEIÇÃO AV. PRESIDENTE VARGAS AV. PRESIDENTE KENNEDY AV. ENG. FÁBIO ROBERTO BARNABÉ AV. MAJ. ALFREDO CAMARGO FONSECA AV. FRANCISCO DE PAULA LEITE VIA COLETORA

RAIO 100M

RAIO 1,2 KM

RAIO 250M

RAIO 1,5 KM

RAIO 500M

RAIO 2,6 KM

RAIO 800M

PONTO DE ÔNIBUS


3.3 Mapa de clínicas e hospitais de Indaiatuba Com relação ao mapa de clínicas e hospitais, num raio de 2,6km (Figura 10), pode-se PÇ. EDUARDO

ter uma percepção da quantidade de clínicas e

PRAÇA JOSÉ HENRIQUE IFANGER

hospitais veterinários, farmácia de animais e hospital de humanos, pertencentes ao município de Indaiatuba. Há dezenove clínicas veterinárias

PÇ. ROQUE TORCE FILHO

particulares, um Hospital Veterinário 24horas particular e um Hospital Escola Veterinário – Faculdade Max Planck, alguns num raio maior de

PÇ. MASASHI SATO

3km, além da presença de três hospitais com atendimento à sociedade (Figura 11). É importante ressaltar que a área em que está UPAS, que não foram contabilizadas. Diante do apresentado, conseguiu-se visualizar que a região é bem localizada e possui um bom fluxo entre as vias arteriais, coletoras e locais. Por conta desse fatores apresentados

Figura 11: Mapeamento das clínicas e hospitais Fonte: Autoria própria

é que a escolha do local se mostra como ideal: próxima de duas avenidas, de uma via coletora e

LEGENDA:

do Terminal Urbano Central, em frente ao

RIO

terreno.

ÁREA VERDE

CLÍNICA VETERINÁRIA (PARTICULAR)

HOSPITAL VETERINÁRIO (PARTICULAR)

FARMÁCIA DE ANIMAL

HOSPITAL ESCOLA VETERINÁRIO

LABORATÓRIO DE EXAMES (PARTICULAR)

HOSPITAL SOCIAL (PARTICULAR E MUNICIPAL)

TERRENO

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

localizado o terreno possui inúmeras clínicas e

41


3.4 Mapa de uso e ocupação do solo

3.5 Mapa de gabarito O mapa de gabarito evidencia que o centro de Indaiatuba tem a

LEGENDA: RESIDÊNCIA ÁREA SAÚDE HUMANO COMÉRCIO

CASA DE RAÇÃO SEM USO TERMINAL RODOVIÁRIO

SERVIÇO

MISTO

EDIFÍCIO PARA ALUGAR ESTACIONAMENTO ALIMENTÍCIO

IGREJA ESPAÇO DE FESTA

maioria das construções com até 2 pavimentos, exceto com a presença de dois edifícios, sendo um com 3 pavimentos e o segundo com 7 pavimentos, o que não atrapalha o desenvolvimento do projeto (Figura 13).

AE OT

VA NO

TR

LE

AITÁ

HUM

fazendo com que o fluxo maior se concentre no lado oeste, onde fica o comércio e o terreno escolhido (em vermelho).

VIZ

RE I

IOL

RUA

A VIL DO RE LF AA RU

RU

TERRENO

Consegue-se notar no lado leste a presença de mais residências,

A

RU

A

DO

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GAS AV.

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SW

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DR

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TRO

QUA EE VINT RUA

E DE ONZ RUA

O JUNH

LEGENDA: 1 PAVIMENTO 2 PAVIMENTOS

IGREJA

3 PAVIMENTOS

EDIFÍCIO RESIDENCIAL

m

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

200

7 PAVIMENTOS

ESTACIONAMENTO

150 100 80 60 40

SEM USO TERRENO

TERMINAL URBANO CENTRAL

0

05

2 10 15

CLUB DE FESTA

Figura 12: Mapa de uso e ocupação do solo Fonte: Autoria própria

O mapa de uso e ocupação do solo demonstra, de forma bem intrínseca, os usos predominantes de uma pequena área, composta de 12 quadras. Dessa forma, nota-se que, mesmo estando numa área central, m

200

ainda há uma grande quantidade de residências, seguida por comercio e

42

150 100

serviços (Figura 12). Outro ponto relevante é a presença de lotes

80 60 40

grandes.

0 5 10

15 20

Figura 13: Mapa de gabarito Fonte: Autoria própria


3.6 Terreno escolhido O terreno escolhido, no entanto, pega o quarteirão inteiro, e as 632 m

ruas que contornam a área são: Rua Vinte e Quatro de Maio, Rua Dr.

RUA DR. OSW ALD O

CRU Z

RUA HAM AIT Á

Oswaldo Cruz, Rua Humaitá e Avenida Maj. Alfredo Camargo Fonseca (Figura 14). O lote tem aproximadamente 20.000 m². Em frente ao terreno

FON

ESC

A

localizam-se o terminal urbano central e pontos de táxis, além de ele 633 m

E Q UA

TRO

DO C DE

FRE

4m

63

. AL

TE

MAJ

VIN

L

MAI

O

63 2m

AV.

RUA

AMA

634 m

RGO

o

estar a 3km do Terminal Rodoviário Vereador Maurilio Gonçalves Pinto. A Rua Vinte e Quarto de Maio se conecta com duas avenidas e se estende até o Parque Ecológico, eixo principal do município, assim caracterizando um melhor acesso ao terreno. Para um bom atendimento ao município de Indaiatuba e aos da vizinhança, pensou-se num bolsão de desaceleração dos carros, que evitará o engarrafamento no centro da cidade.

Figura 14: Terreno escolhido com curva de nível Fonte: Global Mapper, modificado pelo autor

Diante da proposta, nada adianta empreender um projeto em um

A escolha do lugar deu-se por algumas exigências que o tema e o

Desse modo, foi escolhido um terreno que se localiza dentro da malha

programa de necessidade pedem; escolha de forma projetual, de

urbana da cidade, numa área extremamente central e que não interfere

potencialidade da área e do impacto social que o projeto trará ao local e a

na qualidade de vida da região.

comunidade.

Assim sendo, o terreno escolhido pode ser economicamente

De acordo com dados levantados, o município de Indaiatuba

viável, por estar localizado na área central do município, especificamente

apresenta altos índices de animais abandonados nas ruas, falta de política

na zona comercial, possibilitando o fácil acesso aos principais meios de

pública e o centro de controle de zoonoses superlotado. Talvez isso ocorra

transporte, vias públicas e a rodovia SP-75 (Figura 10). O terreno antigamente abrigava uma fábrica de tecelagem, que

por não haver hospital e/ou clínicas de atendimento ao público. Sabe-se que a maior parcela que sofre com os problemas é a das áreas periféricas, das zonas mais pobres e, muitas vezes, do centro, afirmando que a localização do projeto seja significativa.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

local afastado, que teria pouca viabilidade e pouco uso da sociedade.

foi demolida, e, por essas circunstâncias, não possui diferenças de nível, sendo outro facilitador no desenvolvimento do projeto arquitetônico.

43


3.7 Estratégicas bioclimáticas A Figura 15 mostra as temperaturas mínimas e máximas e a zona de

Diante do gráfico,

conforto (quando se pensa na elaboração de um projeto, precisa-se

analisou-se que o vento

entender os pontos citados, para que se possa executar um bom projeto

predominante vem do

bioclimático). Diante do gráfico, percebe-se que o mês mais frio é julho, podendo a

Sudeste, muitas vezes acompanhado por chuva no

temperatura chegar até 14°C, e o mês mais quente é outubro, podendo

mesmo sentido. Desse

chegar até 25 °C. Associando a isto, é nessa época que temos as baixas

modo, o projeto deve

umidades.

prever artifícios ou elementos impedidores da penetração da água e

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

vento.

Figura 16: Gráfico Rosas dos ventos Fonte: INMET, 2016

44

Figura 15: Gráfico de temperaturas Fonte: INMET, 2016 Figura 17: Carta Solar Fonte: LabEEE


Analisando-se os dados apresentados para qualquer projeto que venha a ser desenvolvido, é preciso ser feito o estudo bioclimático, para haver uma melhor adequação da edificação no terreno determinado. Seguindo-se esse pressuposto são fornecidas estratégicas bioclimáticas, para que se possa ter um maior detalhamento e saber qual

35%

38%

método construtivo deve-se utilizar. No terreno escolhido, percebemos que o vento predominante localiza-se no Sudeste (Figuras 14 e 16), e a iluminação natural identificada no verão possui maior duração que o inverno. Desse modo, o

27%

município de Indaiatuba tem uma predominância de calor sobre o frio durante o ano (Figura 17). Para que se possa ter um ganho energético da

Figura 18: Gráfico de condições de conforto térmico medido no ano Fonte: ProjetEEE, modificado pelo autor

edificação, pensou-se sobre algumas estratégicas neste estudo, como: ventilação natural (Figura 19), sombreamento e inércia térmica para HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

aquecimento.

Figura 19: Ventilação natural Fonte: ProjetEEE

Figura 20: Imagem do terreno, lado sul Fonte: Google Maps

45


3.8 Legislação O plano diretor e o código

equipamentos e mobiliários urbanos, adequar o sistema viário e incluir a

de obras da cidade não

proteção acústica. E se o terreno for uma construção tombada ou em

apresentam nem um artigo específico apropriado para o

processo de tombamento, que seja realizada a manutenção do imóvel. Como complemento das informações necessárias para a

desenvolvimento de um hospital

realização do projeto, segue a Figura 21, de característica do terreno,

veterinário público; porém, para o

que melhor detalha sua utilização.

presente trabalho conseguimos usufruir e seguir as diretrizes das leis referentes a

CARACTERÍSTICAS DO TERRENO

hospitais de humanos. O terreno definido localiza-se na zona central (ZC-01) do município,

ÁREA MÍNIMA

500m²

FRENTE MÍNIMA

10m²

observando e analisando a Lei complementar de uso e ocupação de solo nº

COEFICIENTE DE APROVEITAMENTO

4,0

10 de 22 de outubro de 2010, fragmenta à em prestação de serviço a zona

TAXA DE OCUPAÇÃO

0,70

VAGA DE GARAGEM

1 vaga resid. Ou

/ESTACIONAMENTO

1/60,00m² de área

central. Diante desse fator, o terreno se enquadra na tipologia C1-01, no HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 3 - ESTUDO URBANO

que diz respeito a serviços profissionais e de negócios, tais como: escritórios, consultórios e ateliês de profissionais liberais, similares ou assemelhados.

RÉCUOS

Frente

5,00m

Lateral

1,50m com aberturas

Seguindo o pressuposto, especificamente nos artigos 35 e 36 da mesma legislação, determina-se que os empreendimentos maiores de 5.000m², ou que peguem todo quarteirão, precisam passar por análise de Estudo de Impacto de Vizinhança – EIV, para verificar o tipo de projeto e como eles afetarão ou não afetarão a área inserida. Além desses dois artigos, há de nº 39, que vai orientar o responsável pela implantação do projeto, quanto a um meio para minimizar

46

construída.

ou eliminar o EIV. Segundo ele, o projeto terá que causar mudanças e/ou complementações e melhorias na infraestrutura urbana, além de implantar

Figura 21: Características do terreno Fonte: Lei de uso e ocupação do solo, modificado pelo autor


4. ESTUDO DE CASO


4.1 Análise do estudo de caso As análises projetuais possuem elementos fundamentais para o entendimento e a desenvolvimento do futuro projeto de um Hospital Veterinário Público escolhido pela autora, que será instalado no município de Indaiatuba/SP. Dessa maneira, foi necessária a realização de pesquisas para ajudar no esboço do projeto e a execução dentro da legislação, em que as referências são o Hospital Veterinário Constitucion e o Hospital Veterinario Cannis Mallorca, ambos localizados na Espanha, e o Hospital Sarah Kubitschek, implantado no Brasil. Ele possuem premissas para tornar os ambientes mais eficientes, funcionais, bem organizados e, consequentemente, com bom fluxo. Diante do pressuposto, as soluções presentes nas análises são: estratégias voltadas à iluminação e ventilação natural, programa de HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

necessidade bem setorizado e funcional, sistema construtivo e o design das edificações. Utilizam-se dos seguintes materiais: concreto armado, madeira, estrutura metálica e vidro, com que todos os arquitetos “brincam” e desfrutam das formas geométricas, tais como: prisma, trapézio e o retângulo. Esses elementos construtivos vão passar para as pessoas um outro olhar da arquitetura hospitalar, retirando a visão de uma edificação pesada e mostrando uma arquitetura leve, transparente e funcional e que também é possível construir-se um hospital utilizando-se de recursos naturais e obtendo-se uma eficiência energética.

48


4.2 Hospital Veterinário Constitución Informações técnicas Escritório: Dobleese Space & Branding Arquiteto Autor: Juan Antonio Pérez Localização: Carrer de l'Alcúdia de Crespins, 12, 46019 València, Espanha Área: 450.0 m2 Ano do Projeto: 2016

Figura 24: Entrada principal e fachada voltada ao bicicletário Fonte: Adolfo López

ESPANHA

Figura 22: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps, modificado pelo autor

Figura 26: Auditório Fonte: Adolfo López

Figura 23: Laboratório Fonte: Adolfo López

Figura 27: Sala de internação - cães Fonte: Adolfo López

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

Figura 25: Sala de espera - gatos e W.C. público lado esquerdo Fonte: Adolfo López

49


O Hospital Veterinário Constitución surgiu em 1991, com o intuito de oferecer um serviço veterinário, emergência 24horas e atendimento

CONCEITO A união da ordem, da harmonia, do acolhimento, funcionalidade,

domiciliar, para o município de Valência, Espanha, proporcionando mais

inovação e transparência permitiu desenvolver um projeto com um design

qualidade de vida, bem-estar aos animais de pequeno porte, aves e

diferencial, único, de forma livre e flexível, que gerou, inclusive, o

roedores. Tudo num ambiente totalmente tecnológico e confortável aos

projeto de uma nova identidade corporativa.

clientes e aos proprietários dos animais. Essa edificação é uma grande referência na Espanha, indo desde a

PARTIDO Com a inovação e a funcionalidade, o hospital é notado pelo

arquitetura hospital veterinária e um reconhecimento de um centro de

elemento perimetral central em ambas as circulações, assim se pensando

aprendizado para estudantes do curso de Medicina Veterinária. Diante

no bem-estar dos animais de companhia, aves e roedores; e numa boa

dessas circunstâncias, o hospital dispõe de uma equipe de profissionais com

circulação dos funcionários. E na fachada possui uma pele de vidro que

ampla expediência,

fornece luz natural a todo o hospital.

que atende as seguintes funções: medicina interna

(atendimento de rotina), atendimento a animais exóticos, hospitalização,

SALA TÉCNICA - BERÇARIO

SALA DE DOENÇAS INFECCIOSAS

SALA DE INTERNAÇÃO (CÃES)

SALA DE CIRURGIA

inseminação artificial, cirurgia, ultrassom, oftalmologia e cirurgia ocular, HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

WC FUNC.

50

odontologia, raio-x, endoscopia, limpeza dental, laboratório, microchip,

VESTUÁRIO FUNC.

obesidade e controle do peso, psicologia canina e felina, campanha de

SALA DE DESINFECÇÃO

SALA DE DIAGNOSTICO POR IMAGEM

LABORATÓRIO

vacinação no município de Valência, atendimento domiciliar, incineração e enterro dos animais.

FLUXOGRAMA / ORGANOGRAMA

Sala de vista para animais hospitalizados

4 CONSULTÓRIOS

TÉCNICO SERVIÇO ADM

AUDITÓRIO

WC e VESTUÁRIO BANHO E TOSA

CIRCULAÇÃO FUNCIONÁRIOS

WC FEM. E MASC. PÚBLICO

CIRCULAÇÃO PÚBLICA

Figura 28: Detalhamento das fachadas Fonte: Dobleese Space & Branding

ACESSO PRINCIPAL

REITORIA RECEPÇÃO

ACESSO PRIVADO SAÍDA DE EMERGÊNCIA LOJA LOJA

Figura 29: Fluxograma e organograma Fonte: Autoria própria

SALA DE ESPERA (CÃES)

SALA DE ESPERA (GATOS)

SALA DE ESPERA (CÃES)


O programa de necessidade, ao mesmo tempo que com a circulação, direciona-se a uma circulação perimetral, em que os ambientes são

SETORIZAÇÃO ÁREA SERVIÇO

ÁREA TÉCNICA

ADMINISTRAÇÃO

RECEPÇÃO

setorizados em três grandes divisões, tais como: área de serviço, área

LOBORATÓRIO

REITORIA

SALA DE ESPERA - CÃES SALA DE ESPERA - GATOS

AUDITÓRIO

técnica e administrativo, junto com a clareza do acesso principal (público),

SALA DE INTERNAÇÃO - CÃES SALA DE INTERNAÇÃO - GATOS

LOJA BANHO E TOSA

SALA DE DOENÇAS INFECCIOSAS SALA DE DESINFECÇÃO

WC PÚBLICO CONSULTÓRIOS

SALA DE CIRURGIA BERÇÁRIO

SALA DE VISITA

WC e VESTUÁRIO FUNCIONÁRIOS SALA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM

um prisma, que transmite uma sensação de acessos bem definidos e

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

C

dimensionados.

A

29 e 30. A circulação, tanto pública, quanto privada organiza-se por meio de

ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRIVADO SAÍDA DE EMERGÊNCIA

B

acesso privado (funcionários) e saída de emergência, conforme as figuras

ACESSOS

N

O acesso público, disposto para a Rua Carrer de I'Alcúdia de Crespins (Figura 22), é bem localizado e possui estacionamento público ao lado da edificação, para melhor deslocamento dos pacientes. Já sua parte interna possui ambientes e layout bem delineado e organizado, como: a separação das salas de espera, em que uma é voltada para cães e outra ao público, a loja, o administrativo, o auditório, a sala de visita e os consultórios de atendimento. A saída de emergência é utilizada com frequência, para que não haja conflito com animais que estejam entrando no local. O acesso privado está voltado para uma praça e estacionamento

B

central, e é todo equipado para tratamento pré e pós-operatório e ao qual

A

público (Figura 22), e sua entrada se dá no laboratório, que é o ponto todos os consultórios têm acesso, além das salas de internações de cães e

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

para gatos, a recepção, o banho e tosa, que são o ponto central do acesso

C

gatos, sala de raio-x, sala de cirurgia, berçário, banheiro vestuário de funcionários, sala de desinfecção e a sala de infecciosos, que possui vidro acústico.

Figura 30: Planta baixa - setorização com programa de necessidades Fonte: Archaily.com.br modificado pelo autor

51


responsável ‘’brincasse’’ com o material. Consegue-se ver, na recepção, banho e tosa, que foi utilizado um porcelanato que imita madeira (Figura 31); e em toda a parte técnica foram utilizados porcelanato claro e tinta plástica branca (Figuras 23 e 27).

Figura 31: Corte A-A Fonte: Archaily.com.br

Legenda: Laje Vigas Vidro

Figura 33: Diagrama estrutural no Corte B-B Fonte: Archaily.com.br modificado pelo autor

Forro de gesso Laje de treliça espacial

A casca da edificação é toda de concreto armado, e na parte interna

Figura 32: Corte C-C Fonte: Archaily.com.br

encontram-se pilares metálicos, que auxiliam a filtrar a transparência do vidro que dão leveza e flexibilidade na disposição dos ambientes. A malha estrutural (Figura 36) apresenta tanto

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

Os materiais escolhidos possuem um diálogo harmônico e único com o projeto

pilares de concreto

existentes na edificação, quanto os pilares metálicos.

arquitetônico, que determinou a essência do local, tal como: os desenhos dos animais

E no diagrama estrutural (Figura 33) consegue-se perceber que possui

nas partes externas e internas, dando a sensação de liberdade e fluidez como ocorre

uma laje e uma laje de treliça espacial e, em seguida, um forro de gesso acabado

com a circulação e a fachada com seu design único, que transmiti um olhar inovador

com tinta plástica branca. Já no auditório temos um perfil de madeira deslocado.

para um hospital. Todos os ambientes possuem vidro fosco. A fachada completa possui uma segunda pele, que auxilia na entrada da iluminação natural, tendo sido premissas pedidas pelo cliente, com a combinação de 500 tiras metálicas compostas pelos tons de azul (Figuras 24 e 28), assim criando um harmonia, ordem e um ambiente acolhedor. A parte dos revestimentos é a mais rigorosa, pois teve-se que cumprir

52

normas técnicas e sanitárias por conta da higienização; entretanto não impede que o

Figura 34: Consultório Fonte: Adolfo López

Figura 35: Cirurgia Fonte: Adolfo López


4.3 Hospital Veterinário Canis Mallorca Informações técnicas Arquitetos: Estudi E. Torres Pujol Localização: Palma, Ilhas Baleares, Espanha Arquiteto Autor: Esteve Torres Pujol Área: 1538.0 m² Ano do projeto: 2014

O programa de necessidades foi planejado para que houvesse espaços modulares e funcionais e que tivesse uma circulação clara e flexível entre os ambientes, tal como uma setorização e circulação (Figuras 42, 43 e 44) focadas em: público, privado e área de atendimento. Outro ponto relevante, exigido pelo cliente, foi a eficiência energética e as fiações aparentes, para que se possam realizar as manutenções de forma limpa, cômoda e simples. O único acesso principal se dá pela Rua Carrer d'Agnés de Pacs, posicionado embaixo de uma marquise

ESPANHA

e vedado por uma parede envidraçada, que direciona os clientes diretamente para a recepção e a loja. É um dos

O hospital veterinário está instalado numa área intermediária, zona

ambientes que recebe a iluminação

industrial e residencial, circuncidada por uma antiga penitenciária

natural. O acesso privado fica na

desativada, e dispõe de uma personalidade totalmente autêntica da região.

mesma rua, do lado esquerdo, e a

A premissa do cliente diz que há um diálogo entre o terreno (formato

entrada do estacionamento, do lado

trapezoidal), o entorno e o projeto, que remete às tradições da região rural

direito (Figura 39).

de Mallorca. Dessa forma, a volumetria é toda branca e encontram-se ali, elementos modernistas, tais como a modulação e a funcionalidade, além de utilizar-se da proporção áurea na concepção do projeto (Figuras 38, 40 e 41), consequentemente tornando-o de reconhecimento funcional, bem organizado, leve e eficiente. Figura 37: Perspectiva do Hospital Fonte: Archdaily.com.br

Figura 38: Fachada principal do Hospital Fonte: Archdaily.com.br

Figura 39: Fachada lateral com a sequência da proporção áurea Fonte: Archdaily.com.br modificado pelo autor

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

Figura 36: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps, modificado pelo autor

53


A A

A

A

A

54

Figura 42: Planta baixa - subsolo Fonte: Archdaily.com.br modificado pelo autor

A

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

Figura 40: Planta baixa - térreo Fonte: Archdaily.com.br modificado pelo autor

Figura 41: Planta baixa - pav. superior Fonte: Archdaily.com.br modificado pelo autor

LEGENDA: ESTACIONAMENTO RECEPÇÃO/LOJA BANHO E TOSA CIRCULAÇÃO HORIZONTAL CIRCULAÇÃO VERTICAL CONSULTÓRIOS

SANITÁRIO CANIL DE CÃES E GATOS SALA MULTIUSO SALA DE FUNCIONÁRIOS ADMINISTRAÇÃO

SALA DE RECUPERAÇÃO ESCOVAÇÃO SALA DE CIRURGIA APOIO / ARMAZENAMENTO GUARDA GAIOLAS

SALA DE OBSERVAÇÃO

SALA DE ESPERA (CÃES E GATOS)

Figura 43: Planta de cobertura Fonte: Archdaily.com.br

ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRIVADO PILARES


LEGENDA: LAJE VIGAS MURO CONTENÇÃO CLARABOIA

Figura 45: Sala de funcionários Fonte: Archdaily.com.br

Figura 47: Diagrama estrutural no Corte A-A Fonte: Archdaily.com.br modificado pelo autor

A iluminação natural foi uma condição do proprietário para que houvesse um melhoramento energético e uma boa iluminação e ventilação nos ambientes. Sendo assim, as janelas foram determinadas em três tipologias: 50x240cm, 100x240cm e 150x240cm (Figuras 41, 46 e 47), e todas seguem a proporção áurea. As salas de cirurgia (Figura 45) foram uma das maiores preocupações desde o início do projeto, porque normalmente são locais fechados e possuem apenas iluminação artificial. Dessa forma, as salas foram projetadas para receber iluminação natural, e a solução encontrada foi implantar claraboias posicionadas para o Norte, proporcionando a entrada de luz natural difusa, sem atrapalhar nos procedimentos realizados no local.

A

edificação

é

composta por uma estrutura mista, em que seu corpo principal compõe-se de concreto armado com pilares metálicos e soldados de forma que unem-se a uma chapa Figura 48: Estrutura crua

metálica, possibilitando uma Fonte: Archdaily.com.br

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

Figura 44: Salas de cirurgias Fonte: Archdaily.com.br

Figura 46: Sala de espera Fonte: Archdaily. com.br

planta livre e transparente (Figura 49).

55


4.4 Hospital Sarah Kubitshek Informações técnicas Escritório: Ana Amélia Monteiro e André Borém (equipe) com superintendência administrativa Francisco A. N. Filho Arquiteto Autor: João Filgueiras Lima (Lelé) Localização: Rio de Janeiro - RJ Início do projeto: 2001 Conclusão da obra: 2008 Área do terreno: 80.000 m2 Figura 50: Vista aérea do Hospital Sara Kubitschek - RJ Fonte: Arcoweb.com.br

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

As eminentes soluções do projeto são o conforto térmico e a

56

ventilação natural, que compõem princípios funcionais, econômicos e ambientais minimizando os gastos energéticos e tornando-se a maior

BRASIL

Figura 49: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps modificado pelo autor

O Hospital Sarah é voltado para pessoas portadoras de necessidades especiais e, por esse fator

referência hospitalar no país, com parâmetros voltados à arquitetura bioclimática. PARTIDO O projeto esboça horizontalidade, para um bom programa de necessidade e circulação, que

foi projetado em poucos pavimentos, só que em blocos bastante extensos. O programa de necessidades segue o formato ortogonal, para

permite um bom diálogo entre os

garantir maior aproveitamento dos ambientes. Vinculado a essa questão, o

pacientes, visitantes e funcionários,

arquiteto “Lelé” pensou em algumas premissas para conceder ambientes

além da interação com as áreas de

confortáveis e agradáveis para ajudar no processo de cura dos pacientes.

Figura 51: Solário e auditório Fonte: Arcoweb.com.br

convivência e o lago artificial.


LEGENDA: ESTACIONAMENTO AUDITÓRIO RECEPÇÃO AMBULATÓRIO RADIOLOGIA CENTRO CIRÚRGICO ADMINISTRATIVO CALDEIRAS DEPÓSITO ARQUIVO MORTO OFICINA ORTOPÉDICA ESPELHO D’ÁGUA INTERNAÇÃO/ENFERMARIA INTERNAÇÃO APARTAMENTO

Figura 54: Indicação solar pelos shads Fonte: Estúdio Archmídia modificado pelo autor

VESTIÁRIO FUNCIONÁRIOS INTERNAÇÃO E ALTA SOLÁRIO FISIOTERAPIA E HIDROTERAPIA

REFEITÓRIO LAVANDERIA ALMOXARIFADO

Figura 52: Implantação Fonte: Arcoweb.com.br modificado pelo autor

MANUTENÇÃO MANUTENÇÃO PREDIAL CIRCULAÇÃO HORIZONTAL CIRCULAÇÃO VERTICAL PAVIMENTO TÉCNICO ACESSO PRINCIPAL

Figura 55: Indicação de ventilação natural Fonte: Estúdio Archmídia

Entre as redes Sarah, o hospital do Rio de Janeiro apresenta uma flexibilidade do sistema construtivo, organização espacial, fluidez e reaproveitamento dos recursos naturais (Figuras 55 e 56).

N

Figura 53: Planta baixa - térreo Fonte: Arcoweb.com.br modificado pelo autor

Todos os ambientes são claros e arejados, não apenas por conta da higiene e da renovação do ar, mas por conter uma ventilação e a iluminação natural, que ajuda no processo de cura dos pacientes. Assim, o sistema de ventilação natural no pavimento técnico ocorre por meio de túnel subterrâneo, que permite a entrada desse ar que se espalha por todo o hospital. Diante do exposto, o resfriamento evaporativo (Figura 59) é uma das estratégias que funciona com a ventilação natural, em que a aspersão está localizada nos espelhos d'água que norteiam o pavimento técnico (Figuras 50, 53 e 54).

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

N

57


LEGENDA: AUDITÓRIO RECEPÇÃO CALDEIRAS ESPELHO D’ÁGUA INTERNAÇÃO/ENFERMARIA

Figura 56: Corte A-A Fonte: Arcoweb.com.br modificado pelo autor

Forro basculante curvo Forro basculante

INTERNAÇÃO APARTAMENTO

SOLÁRIO FISIOTERAPIA E HIDROTERAPIA

REFEITÓRIO

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

PAVIMENTO TÉCNICO

58

Figura 57: Corte B-B Fonte: Arcoweb.com.br modificado pelo autor

Figura 58: Resfriamento evaporativo Fonte: Arcoweb.com.br

Figura 59: Forro basculante Fonte: Arcoweb.com.br


Na cobertura consegue-se ter uma relação análoga com árvores, onde o prédio impede o ganho de calor por ali até o interior da edificação. Desse modo, o sistema funciona como difusor de luz e um grande colchão de ar, obtendo-se a mesma sensação de frescor e filtro quando se fica embaixo de árvores. O espaço entre o forro e a cobertura possui o pé-direito superior de 8m de altura (Figuras 55, 56 e 58), possibilitando um grande vão para

Figura 62: Auditório Fonte: Arcoweb.com.br

passar a ventilação e a iluminação difusa que entra pelos sheds. Esses forros nos ambientes planos são peças basculantes de policarbonato (Figuras 58 e 60), dando maior flexibilidade para os ambientes, e seu

Figura 63: Detalhamento da estrutura do hospital Fonte: Estúdio Archmídia

A estrutura metálica do hospital é constituída por: chapas dobradas, lajes pré-fabricadas de argamassa armada, divisórias e Figura 60: Pátio interno - apê de internação Fonte: Arcoweb.com.br

vedações produzidas por argamassa armada com a união de telas e vergalhões de aço (Figura 64). O auditório (Figura 63) foi construído com viga radial de dupla curvatura engastada em anel metálico (superior) e anel de concreto (inferior), os quais estão apoiados sobre pilares de concreto.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 4 - ESTUDO DE CASO

funcionamento é controlado por interruptores nas salas.

A estrutura presente no pavimento técnico é formada por vigas metálicas, vencendo vãos de 2,50m a 5,0m e apoiadas em pilares Figura 61: Vista do solário e espelho d’água Fonte: Arcoweb.com.br

metálicos.

59


5. VISITAS TÉCNICAS


5.1 Análise das visitas técnicas Foram realizadas visitas técnicas no Hospital Veterinário Hovet Campinas, Clínica Veterinária Osso Duro, Hospital Escola Veterinário – Faculdade Max Planck e Hospital Escola Veterinário – CEUNSP. Com elas foi possível obter-se a percepção de como os hospitais veterinários vieram para o mercado de trabalho como uma ferramenta para gerar lucro e aos quais, na maioria dos casos, a população de baixa renda não tem acesso, por terem um custo alto e, muitas vezes, estarem localizados em uma área fora do perímetro urbano. Tem a clareza de que a existência de um Hospital Veterinário Público é essencial para a composição das cidades, ao atender uma parcela da sociedade que precisa usufruir desse serviço, além de trazer o bemestar e prevenir o município das doenças que provem dos animais afetados. Sendo assim, as quatro visitas técnicas realizadas em ambientes atendendo as especificas áreas urbanas (Salto, Indaiatuba e Campinas) e regiões, proporcionando assim o cuidado e a flexibilidade das pessoas acessarem os hospitais, desde a correria do dia a dia até situações de emergência, auxiliaram na percepção dos problemas e despertaram ideias para o desenvolvimento do futuro projeto.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

desse ramo, situados em municípios próximos de grandes cidades,

61


5.2 Hovet Campinas O Hovet Hospital Veterinário 24h está situado numa boa

Informações técnicas Lugar: Hovet Campinas - Hospital Veterinário 24h Proprietário: Rubens Francisco de Carvalho

localização do município de Campinas (Figura 65), e seu atendimento é realizado apenas em animais doméstico de pequeno porte – cães e gatos.

Localização: Avenida Orosimbo Maia, 2565 - Cambuí, Campinas/SP Área: 400.0 m²

Sua equipe é formada por seis profissionais que atendem em diversas áreas, tais como: oftalmologista, clínica médica, clínica médica de felinos, patologia clínica, oncologia, neurologia, diagnóstico por imagem

Valor: $$$$ - alto

(ultrassom, radiologia digital e endoscopia), ortopedia, e internação. O hospital só não realiza exames laboratoriais, os quais são terceirizados, por não possuir um laboratório próprio. O serviço foi criado para atender às necessidades dos animais de companhia, 24 horas por dia, e sua meta é atender e tratar os animais da melhor forma possível, possibilitando a melhora da qualidade e o

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

aumento da perspectiva de vida. Seu diferencial é a especialização em

62

felinos, por possuírem uma personalidade excêntrica. Diante dessas circunstâncias, existem duas problemáticas: a primeira é que o hospital é totalmente particular, e a segunda é que o CAMPINAS

custo é elevadíssimo, tornando-se assim, inacessível para uma parcela da sociedade.

SÃO PAULO

BRASIL

Figura 64: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps modificado pelo autor

Figura 65: Fachada principal do Hovet Campinas Fonte: Autoria própria


LEGENDA: SANITÁRIO RECEPÇÃO CONSULTÓRIO

O programa de necessidades foi adaptado e moldado a uma antiga residência, para que houvesse espaços funcionais e uma circulação clara

SALA DE PROCEDIMENTO BERÇÁRIO

e flexível entre os ambientes, focadas em: público, privado e

INTERNAÇÃO

semiprivado. Possui apenas dois acessos, um o principal e o outro o

SALA DE PREPARAÇÃO CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

SALA DE CIRURGIA PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO SALA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ADMINISTRATIVO FARMÁCIA SALA DE ESTERILIZAÇÃO LAVANDERIA COPA E SALA DE FUNCIONÁRIO ESTACIONAMENTO ÁREA DE LUZ ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRIVADO E SÁIDA DE LIXO

privado, e saída de lixo (Figura 67) situado na fachada principal. Entretanto, não quer dizer que o espaço funcional e a circulação clara estejam 100% adequados. Por exigência da legislação, o dono teve que adaptar toda a edificação dentro das normativas técnicas para a abertura e funcionamento de um hospital, e foi feita uma reforma trocando-se todos os pisos. E por escolha do proprietário, que é um dos médicos veterinários, optou-se pela colocação de piso brancos nas paredes e piso bege, no chão, dos: consultórios, sala de internação, sala de imagem e esterilização, enquanto as outras têm o piso bege e tinta plástica branca nas paredes. A fachada principal é formada por ripas metálicas vazadas. Segundo o proprietário (2019), é trabalhosa a adaptação de um hospital a uma edificação de tipologia residencial, e seguindo-se a legislação, mas não é impossível. Contudo, é mais complexa a elaboração de um hospital desde o zero, pois um fator que impede a construção dessa edificação é a falta de grandes terrenos no centro da cidade, e se

Passeio Público Av. Orosimbo Maia

Figura 66: Planta baixa esquemática Fonte: Autoria própria

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

cirurgia, sala de pré e pós-operatório, berçário, sala de diagnóstico por

viesse a ser construído, teria que ser alocado na extremidade dela ou

63


longe do centro, o que dificultaria a locomoção dos donos e animais ali. Em relação ao descarte do lixo hospitalar e animais mortos, o município de Campinas possui uma empresa que recolhe os dejetos.

Registro fotográfico

Figura 75: Consultório menor Fonte: Autoria própria

Figura 76 e 77: Consultório maior Fonte: Autoria própria

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

Figura 67: Fachada principal Fonte: Autoria própria

64

Figura 79: Corredor lateral Fonte: Autoria própria Figuras 68, 69, 70, 71, 72 e 73: Recepção de cães e gatos Fonte: Autoria própria

Figura 74: Sala de internação Fonte: Autoria própria

Figura 78: Sala de cirurgia Fonte: Autoria própria

Figura 80: Pré e pós-operatório Fonte: Autoria própria


5.3 Clínica Veterinária Osso Duro Informações técnicas Lugar: Clínica Veterinária Osso Duro

A Clínica Veterinária Osso Duro, situada no centro do município de Salto (Figura 18), tem seu atendimento focado apenas em animais

Médicas Veterinárias e proprietárias: Aline Capelli e Aline Mori Localização: Av. Dom Pedro II, 1439 - Centro, Salto/SP

domésticos de pequeno porte – cães e gatos. Sua equipe é formada por três profissionais, que atendem em: clínica médica, patologia clínica, ortopedia, banho e tosa e exames laboratoriais. Sua missão é melhorar a qualidade e aumentar a perspectiva de vida

Área: 300.0 m² Valor: $$$ - razoável

dos animais, e as proprietárias cuidam de todas as etapas que estão relacionadas a isso. Como na maioria das clínicas presentes na cidade, a clínica veterinária Osso Duro possui um programa de necessidade, que foi adaptado e moldado a uma residência existente, mas pensando-se em uma separação de fluxo e acessos de forma clara e flexível e na divisão dos ambientes. município de Salto possui uma empresa que recolhe os dejetos, chamada CSO Ambiental. A respeito dos

SALTO

materiais utilizados na clínica, as proprietárias

SÃO PAULO

optaram por utilizar piso bege no chão e tinta BRASIL

plástica branca nas

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

Em relação ao descarte do lixo hospitalar e animais mortos, o

paredes sendo a fachada toda de vidro. Figura 81: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps modificado pelo autor

Figura 82: Fachada principal da clínica Osso Duro Fonte: Autoria própria

65


Registro fotográfico LEGENDA: LOJA RECEPÇÃO CONSULTÓRIO ADMINISTRATIVO SALA GUARDA GAIOLAS SALA DE CIRURGIA

LABORATÓRIO CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

COPA VESTUÁRIO E SANITÁRIO BANHO E TOSA

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

ACESSO PRINCIPAL ACESSO PRIVADO E SÁIDA DE LIXO

Figura 84: Recepção Fonte: Autoria própria

Figura 85: Administração Fonte: Autoria própria

Figura 87: Sala de cirurgia Fonte: Autoria própria

Passeio Público

Av. Dom Pedro II

66

Figura 83: Planta baixa esquemática Fonte: Autoria própria

Figura 86: Consultório menor Figura 88: Laboratório Figura 89: Banho e tosa Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria


5.4 Hospital Escola Veterinário - Faculdade Max Planck O propósito da universidade é prestar atendimento à comunidade

Informações técnicas Lugar: Hospital Escola Veterinário Faculdade Max Planck Diretor: Prof. Me. Thyago Escodro Dércoli Localização: Rodovia João Ceccon, Km 4 Fazenda-Espírito Santo, Indaiatuba/SP Área: 40.300 m² Valor: $$ - possível

externa e atender o curso de Medicina Veterinária da instituição. Mantém um custo de consulta, dos exames e dos procedimentos em geral, e o valor varia de acordo com o caso apresentado. Sendo assim, tem como premissa atender animais em situações que irão auxiliar em estudos didáticos e científicos. O hospital veterinário de animais de porte pequenos – cães e gatos (Figura 92), possui seis profissionais que exercem as seguintes funções: aprimoramento profissional, atendimento clínico, plantão e especialidade em ortopedia, além de alunos estagiários da própria instituição. Em relação ao descarte dos animais mortos, a faculdade dispõe

INDAIATUBA

SÃO PAULO

O Hospital Escola

Se, porventura, um animal vem a falecer, o dono é comunicado

Veterinário – Faculdade Max

imediatamente, e a faculdade pergunta a ele se pode ceder o corpo do

Planck, está afastado do

animal para os docentes, para que possa ser utilizado em aulas práticas

cento da cidade, no município de Indaiatuba, e funciona 24 horas

com os alunos. A respeito dos materiais construtivos utilizados no hospital,

por dia (Figura 91). Possui uma divisão

optou-se por piso branco, no chão, e tinta plástica branca, nas paredes.

por blocos dos ambientes, separando o

Diante dessas circunstâncias, existem algumas problemáticas a

hospital veterinário de animais de porte

serem pontuadas. A primeira delas é a separação dos blocos: as salas de

pequeno e o hospital veterinário de animais de

cirurgia, ligadas com o bloco central, porém, por um corredor aberto,

porte grande (Figura 92). É fundamental entender

ficando os pacientes vulneráveis a qualquer tipo de contaminação,

que sua equipe profissional é formada por docentes -

quando são transferidos da sala de pós-operatório para a sala de

BRASIL

médicos veterinários e alunos.

internação;

outro

ponto

a

ser

comentado

é

a

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

de um necrotério que atende animais de porte grande e porte pequeno.

Figura 90: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps modificado pelo autor

67


localização do hospital, que, para uma parcela da sociedade, é muito distante, pois as pessoas que mais necessitam de assistência para seus animais de estimação nem sempre possuem uma locomoção fácil e rápida para o local e, muitas vezes, não há transporte público, para o local, por ele estar afastado da área urbana.

LEGENDA: ESTACIONAMENTO PORTARIA COCHEIRA HOSPITAL DE ANIMAIS DE PORTE GRANDE HOSPITAL DE ANIMAIS DE PORTE PEQUENO CANIL

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

REABILITAÇÃO DE CAVALOS REFEITÓRIO NECROTÉRIO GRANJA

68

Figura 91: Implantação esquemática Fonte: Autoria própria

CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

ACESSO PRINCIPAL ACESSO PÚBLICO - HOSPITAL DE PORTE PEQUENO ACESSO PÚBLICO - HOSPITAL DE PORTE GRANDE


Registro fotográfico

Figura 93: Consultório menor Fonte: Autoria própria

Figura 96: Vista área do Hospital Escola Veterinário - Faculdade Max Planck Fonte: Unimax

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

Figura 92: Recepção Fonte: Autoria própria

Figura 94: Consultório maior Fonte: Autoria própria

Figura 95: Corredor de acesso Fonte: Autoria própria

Figura 97: Farmácia Fonte: Autoria própria

Figura 98: Sala de internação Fonte: Autoria própria

69


5.5 Hospital Escola Veterinário - Faculdade CEUNSP O Hospital Escola Veterinário – CEUNSP, que está situado numa

Informações técnicas Lugar: Hospital Escola Veterinário - CEUNSP Localização: Praça Antônio Vieira Tavares, 73 – Centro, Salto/SP Área: 300.0 m² Valor: $$ - possível

boa localização do município de Salto (Figura 100), estabelecerá seu atendimento para animais de porte pequeno e animais de porte grande, sendo que sua instalação está em fase final e em breve será inaugurado. É importante ressaltar que a equipe profissional do hospital escola vai ser constituída por docentes médicos veterinários, auxiliares e alunos estagiários. O propósito da universidade é prestar atendimento à comunidade externa e atender o curso de Medicina Veterinária da instituição, e incluirá um custo de consulta, de exames e dos procedimentos em geral, sendo que o valor variará de acordo com o caso apresentado. Diante das outras visitas técnicas realizadas, o Hospital Escola Veterinário – CEUNSP mostrou-se o mais compacto em relação ao

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

programa de necessidades, unindo ambientes de animais de porte pequeno e animais de porte grande, obtendo, assim, uma circulação e fluxo claro e conciso. Isso só ocorreu porque se trata de um patrimônio SALTO

histórico, do qual, pelo nível de tombamento dessa edificação, não se pode alterar a fachada, mas apenas a área interna. Diante dessas

SÃO PAULO

circunstâncias, foi necessário se fazer uma requalificação do galpão (Figuras 102, 103, 104 e 107), em que a premissa se resume na valorização

BRASIL

de um local histórico, trazendo à tona o valor e a história desse patrimônio, atribuindo ao espaço um novo uso. Em relação ao descarte dos animais mortos, a faculdade dispõe

70

Figura 99: Planta de localização e situação Fonte: Google Maps modificado pelo autor

de um necrotério (Figura 110) que atende qualquer animal. Se porventura um animal vier a falecer o dono é comunicado imediatamente, e a


faculdade perguntará a ele se poderá ceder o corpo do animal para que os docentes possam utilizá-lo em aulas práticas com os alunos. A respeito dos materiais construtivos no hospital, optou-se por utilizar piso branco e bege, no chão; azulejos vermelhos, nas paredes, numa altura de 1,20m, e tinta plástica branca, no restante delas. Optou-se pela utilização de vidro para vedação dos consultórios e nos acessos que dão nas áreas privadas. A parte técnica, que envolve os geradores e os balões de O2, CO2,

LEGENDA: SANITÁRIO RECEPÇÃO CONSULTÓRIO

SALA DE CIRURGIA PORTE PEQUENO SALA DE CIRURGIA PORTE GRANDE

SALA DE INFECCIOSOS VESTUÁRIO

PRÉ E PÓS-OPERATÓRIO SALA DE DIAGNÓSTICO POR IMAGEM ADMINISTRATIVO

INTERNAÇÃO

FARMÁCIA

DML CIRCULAÇÃO HORIZONTAL

SALA DE ESTERILIZAÇÃO SALA DE AULA SALA DE PREPARAÇÃO

ACESSO PRINCIPAL

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

fica localizado do lado externo (Figura 108), por questão de segurança.

Figura 100: Planta baixa esquemática - térreo Fonte: Autoria própria

71


Registro fotográfico

Figura 102: Recepção Fonte: Autoria própria

Figura 106: Consultórios Fonte: Autoria própria

Figura 107: Última sala de infecciosos Fonte: Autoria própria

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

Figura 101: Entrada principal Fonte: Autoria própria

72

Figura 103: Sala de cirurgia Figura 104: Sala de cirurgia Figura 105: Circulação de animal de porte grande Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria

Figura 108: Área externa Figura 109: Esterilização Figura 110: Necrotério Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria Fonte: Autoria própria


5.6 Reflexão sobre as visitas técnicas As visitas realizadas demonstraram, que se deve levar em consideração a localização ao se construir hospitais veterinários; que, socialmente, isso é de grande importância, por uma pequena parcela presente nas cidades não usufruir do serviço, por conta de a implantação da edificação não estar inserida no perímetro urbano, tornando inviáveis as questões de acessibilidade e mobilidade; muitos deles são adaptados a tipologias residenciais, deixando-se de cumprir algumas normas e legislações do edifício, com exceção de materiais construtivos obrigatórios, como porcelanato no chão, paredes com porcelanato ou pintadas com tinta plástica. Além disso, um fator positivo com relação às funções dos hospitais é que eles possuem uma setorização bem resolvida, visando priorizar e diferenciar áreas técnicas e de serviços, em busca da melhor organização variar entre mais altos, em clínicas, e menores nos hospitais-escolas, já que se encontram em instituições, ou seja, voltados ao aprendizado profissional. Em contrapartida, os sistemas de ventilação presentes nos hospitais estão aplicados em quantidade exagerada, mesmo os proprietários sabendo da importância do conforto ambiental térmico (iluminação e ventilação natural). Dessa forma, o conforto térmico e o programa de necessidades

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 5 - VISITAS TÉCNICAS

funcional para o trabalho. Em relação à parte financeira, os outros podem

serão premissas muito relavante no desenvolvimento do presente projeto.

73


6. PREMISSAS DO PROJETO


6.1 Implantação O terreno localizado na cidade de Indaiatuba, no Bairro Central (ZC01), possui uma área de 20mil m², entre as seguintes ruas: Rua Vinte e

tornando-se ponto fixo e referencial de eventos da prefeitura e das ONG's sobre questões preventivas e adoções voltados à população, além de

RUA DR. OSWALDO CRUZ

espaços, sem haver a necessidade de se usar o hospital e, além disso,

RUA HUMAITÁ

RUA VINTE E QUATRO DE MAIO

AV .P RE SID EN TE

Camargo Fonseca e Av. Presidente Vargas (Figura 111 e 112). A implantação ocorreu de forma com que se pudesse usufruir os

VA RG AS AV. MAJ. ALFREDO CAMARGO FONESCA

Quatro de Maio; Rua Dr. Oswaldo Cruz; Rua Humaitá; Av. Maj. Alfredo

induzir os usuários a um convívio social. Para isso foram disposto duas praças: a interna que possui uma cafeteria com 112 lugares, e a externa, Figura 112: Planta de Situação Fonte: Autoria própria

compondo-se: vão livre, caminhos, espelhos d'água, bicicletários, elementos necessários para tornar a implantação um importante aliado na formação do conceito e da forma arquitetônica.

6.2 Conceitos A proposta do projeto “Hospital Veterinário Público” visa, como

RUA DR. OSW ALD O

CRU Z

RUA HUM AIT Á

ponto principal, o caráter contemporâneo e a verdade do material junto com as questões bioclimáticas. O projeto partirá da horizontalidade,

RUA VIN TE E

QUA TRO DE MA IO

AV. MAJ . AL FRED O CA MAR GO F ONES CA

assim trazendo consigo clareza da circulação, principalmente entre os

AS VARG ENTE ID S E R Figura AV. P

111: Plano de Massa Fonte: Autoria própria

setores: I-Setor de Atendimento (Público); II-Setor de Diagnóstico (Semipúblico); III- Setor Cirúrgico (Privado); IV- Setor Internação (Semipúblico); V- Setor de Sustentação e ADM (Privado); e VI- Setor Técnico, e as áreas verdes, interna e externa, em que são tratadas as

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

6.2.1 Conceito da Implantação

questões ergonômicas e de conforto dos usuários, bem como dos funcionários. Tendo em vista os aspectos acima, o projeto é correlacionado com o conceito de ecossistema, que diz:

75


“Todos os seres vivos de um ecossistema dependem uns dos outros, sendo

Em vista disso, o presente projeto foi definido como os

biótipo e abiótipos”. Desse modo, ele é associado à implantação do presente

componentes das patas, e o programa de necessidade está dividido em

projeto, onde cada setor desempenha um diferente papel, e o

setores, os quais são: I-Setor de Atendimento; II-Setor de Diagnóstico;

funcionamento de todos é essencial para a composição de um ecossistema.

III- Setor Cirúrgico; IV- Setor Internação (que são as almofadas digitais e metacarpo), e V- Setor de Sustentação e ADM e VI- Setor Técnico (a

6.2.2 Conceito da Construção

almofada do carpo). Ou seja, os setores de I a IV estão exercendo a função do cuidado e prestação de qualquer atendimento necessário aos

A pata e a mão humana promovem um gesto de apresentação e

cães e gatos; já os setores V e VI são os apoios para o pleno

carinho na relação homem-animal. A pata é o principal meio de locomoção e

funcionamento de todo o hospital, assim se conectando com o conceito de

sustentação do corpo de todo o animal, sendo ele capaz de caminhar,

ecossistema.

correr, saltar, pular, brincar, entre outros, além dos efeitos terapêuticos

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

que exerce sobre o ser humano, por atos como o contato ao ser carregado no colo ou abraços, provocando alegria, calmaria e felicidade. Na figura 113 temos representados os componentes da pata de um

O posicionamento do hospital foi inserido na parte inferior do

animal e a função deles. É importante ressaltar que todas as almofadas

terreno, por conta da Av. Presidente Vargas e da Av. Maj. Alfredo

das patas dos animais são constituídas por uma camada de gordura para

Camargo Fonseca, para não aumentar o trânsito já existente. Assim, sua

proteção de altas temperaturas, auxiliando no equilíbrio térmico corporal

fachada principal encontra-se na Rua Vinte e Quatro de Maio. Desse

deles.

modo, optou-se por dois andares, cuja posição foi escolhida de acordo Legenda: Ÿ

Ÿ

76

6.3 Partido

Almofadas digitais e Almofadas Metacarpo – são responsáveis pelo amortecimento e a proteção dos ossos e articulações. Almofada do Carpo – exerce a função de freios.

Figura 113: Componente da pata de animal Fonte: Anatomia dos animais domésticos, adaptado pelo autor

com o programa de necessidades e a indicação da carta solar, trazendo consigo ambientes aconchegantes, ventilação e iluminação natural, ambientes arejados e ventilados, além das praças internas e externas que ajudarão na umidificação do prédio inteiro, com auxílio de espelhos d'água.


6.4 Programa de Necessidades A finalidade do Hospital Veterinário Público no município de

o terreno e o entorno, por meio de áreas verdes (internas e externas). O

Indaiatuba é garantir um atendimento digno e respeitoso aos animais –

programa foi dividido em seis setores, tais como: I-Setor de

cães e gatos, proporcionando uma relação harmoniosa entre homem-

Atendimento; II-Setor de Diagnóstico; III- Setor Cirúrgico; IV- Setor de

animal; no entanto, não se esquecendo do entorno e do valor

Internação, V- Setor de Sustentação e ADM e VI- Setor Técnico (Figura

arquitetônico que o conjunto desfrutará.

114), que são subdivididos em público, semi-público e privado, além das

Para atender à necessidade do projeto, foram utilizados: a

indicações de metragem quadrada (m²) e os tipos de instalações para

Resolução Nº1015, de 09 setembro 2012 (Anexo A), o Decreto Nº 40.400, de 24 de outubro 1995 (Anexo E) e o livro “Manual Prático de Arquitetura

cada ambiente. Em seguida, é apresentado o quadro contendo o detalhamento do

Hospitalar”. Foi realizado um programa autoral seguindo-se todas as

programa de necessidade.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

I - SETOR DE ATENDIMENTO (PÚBLICO)

normativas, sendo que a proposta do projeto é conectar a edificação com

77


78

II - SETOR DE DIAGNÓSTICO (SEMIPÚBLICO)

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

ns

Qtd. 1 1 1 1 1

AMB IENTE Recepção do Diagnóstico Sanitário Unissex - PNE Vestúario Masculino Vestúario Feminino Sala de Laudo

ÁREA (m²)

INSTALAÇÃO

EQUIPAMENTOS

TOTAL (m²)

35,94 5,14 20,44 22,97 21,26

HF, HQ, IE HF HF HF IE

Bancada de atendimento de consulta, rápido e urgente Peças sanitárias específicas de PNE Pia de mármore, vasos sanitários e mictórios Pia de mármore, vasos sanitários Mesa, computador, impressora

37,94 5,14 20,44 22,97 21,26

2

Salas de Raio-X

24,66

IE

Mesa Raio-X, câmera escura, chapa

49,32

1 1 1 1 1 1 1 1

Laboratório de Análise Clínica Sala de Hemograma Emergência Sala de Ultrassom e Eletro Sala de Ressonância Magnética Sala de Comando (RM) Sala de Tomografia Comp. Sala de comando (TC) Sala de Hemograma Emergência

11,14 11,52 11,52 21,25 10,17 25,22 10,16 12,26

HF, IE HF, IE IE IE IE IE IE HF, IE

Equipamentos adequados, chuveiro lava-olhos Equipamentos adequados, chuveiro lava-olhos Mesa, equipamento, computador Mesa, equipamento, computador Mesa, computador, impressora e armário Mesa, equipamento, computador Mesa, computador, impressora e armário Equipamentos adequados, chuveiro lava-olhos

11,14 11,52 11,52 21,25 10,17 25,22 10,16 12,26

TOTAL (m²):

270,31


AMB IENTE Vestiário Masculino Vestiário Feminino DML Apoio Rouparia Apoio Antecâmera (higiene) Sala de Esterilização

ÁREA (m²)

INSTALAÇÃO

EQUIPAMENTOS

TOTAL (m²)

17,92 16,76 6,35 11,75 8,7 61,32

HF, HQ, IE HF, HQ, IE HF, HQ HF, HQ, IE

17,92 16,76 6,35 11,75 8,7 61,32

1

Expurgo

11,75

HF, HQ

Vaso sanitário, mictório, pia, chuveiro Vaso sanitário, mictório, pia, chuveiro Armários Armários Pias, bancada e materiais esterilizados Lavadoras, centrífuga, Máquina esterilização Destinado à limpeza de roupas usadas no procedimento e materiais; descarte de líquidos

3

Salas Cirúrgicas Grande

25

1

Sala Cirúrgica Pequena

20

1 4

Sala de Escovação Salas Pré e Pós-Operatório

11,75 11,75

Todos os materiais serão de aço inox, IE, Fa(M), FVC, FO armário de vidro, cilindro de oxigênio, vácuo, luz com foco na mesa cirúrgica Todos os materiais serão de aço inox, IE, Fa(M), FVC, FO armário de vidro, cilindro de oxigênio, vácuo, luz com foco na mesa cirúrgica HF, HQ, IE Tanque e bancadas de aço inox HF, Fa(M), FO Maca aço inox e pia TOTAL (m²):

11,75

75

20 11,75 11,75 253,05

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

III - SETOR CIRÚRGICO (PRIVADO)

Qtd. 1 1 1 1 1 1

79


80 HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

IV - SETOR DE INTERNAÇÃO (SEMIPÚBLICA)


HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

VI - SETOR TÉCNICO (PRIVADO)

81

V - SETOR DE SUSTENTAÇÃO E ADM (PRIVADA)


Figura 114: Programa de Necessidade do presente projeto Fonte: Autoria própria

Diante do exposto, foi possível desenvolver o projeto de uma forma mais clara, fácil e obedecendo a todas as normativas, em que a

LEGENDA DO PROGRAMA DE NECESSIDADE:

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

HF - Água Fria HQ - Água Quente IE - Instalação Elétrica FA(M) - Ar Comprimido Medicinal FVC - Vácuo Clínico

82

FO - Oxigênio Medicinal FN - Óxido Nitroso LD - Lado Direito LE - Lado Esquerdo

setorização assegura a importância de cada setor, pelo grau de fluxo. Assim, o projeto foi pré-dimensionado em dois pavimentos: o térreo e o pavimento superior, e sempre seguindo a ideia da horizontalidade e a prioridade de ser um setor reservado ou ter bastante fluxo. Por conta disso, verifica-se que os setores III - Cirúrgico e IVInternação, que precisam de uma atenção maior e pouco fluxo, estão

QUADRO DE ÁREAS CONSTRUÍDAS SETOR TOTAL % ATENDIMENTO 1.274,25 37,5 DIAGNÓSTICO 270,31 8 INTERNAÇÃO 341,9 10,5 CIRÚRGICO 253,05 7,5 SUSTENTAÇÃO E 1.064,67 31,5 ADM TÉCNICO 165,28 5 TOTAL GERAL: 3.397,18 100

localizados no pavimento superior, assim trazendo calmaria e respeitando a saúde de cada animal. Os outros blocos estão todos posicionados no pavimento térreo e seguindo a ideia do público, semipúblico e privado, para que ocorra uma circulação de forma clara para todos os usuários. E temos também o setor VI - Técnico, que está totalmente descolado de toda a edificação térrea, por causa do índice de contaminação, e infecção, e por conter todos os gases e geradores de energia elétrica. Em seguida, serão apresentados dois diagramas (Figuras 116 e

Figura 115: Quadro de Áreas Construídas Fonte: Autoria própria

117) mostrando a setorização e o fluxograma e organograma por setores.


6.5 Desconstrução Visual do Hospital LEGENDA:

VI - TÉCNICO

V - SETOR SUSTENTAÇÃO E ADM

A concepção do projeto, seguindo todos os pormenores citados

Acesso principal

até aqui, é apresentada numa visão contemporânea, em que se buscou

Acesso público Acesso semi-público Acesso privado

apresentar um espaço mais harmonioso de convivência entre o homem e o animal, portanto buscou-se uma interligação desse espaço voltado a questões ambientais e respeitou-se a visão hospitalar com atendimento

II - SETOR DIAGNÓSTICO

III - SETOR CIRÚRGICO

e qualidade aos pets e seus donos. Para atender essa relação, o hospital foi organizado e I - SETOR ATENDIMENTO

IV - SETOR INTERNAÇÃO

setorizado usando-se uma arquitetura que minimiza os impactos ambientais e o estudo de impacto de vizinhança – EIV. Também se pensou num espaço externo voltado ao atendimento da população, onde o foco

Figura 116: Organograma e Fluxograma Fonte: Autoria própria

foi o lazer e a ocupação da área destinada a esse empreendimento. O Artigo 3º da Lei 6.938/81 – Política Nacional do Meio Ambiente, diz que: “ O conjunto de condições, leis, influências e interpretações de

O

I - Setor de Atendimento II - Setor de Diagnóstico III - Setor Cirúrgico IV - Setor de Internação V - Setor de Sustentação e ADM VI - Setor Técnico Terraço (pav. superior) Vento predominante

ordem física, química e biológica que permite, abriga e rege a vida em toda as suas formas”, abrangendo a proteção do meio ambiente, o espaço, o lugar que abriga e conserva todas as formas de vida e a sua interação com diferentes fatores. Somado a ela, como dito anteriormente, foi seguida a Lei Complementar Nº10, de 22 de outubro de 2010, que fala sobre a alteração, atualização revisão e consolidação da lei nº 4.066, de 24 de setembro de 2001, que dispõe sobre o ordenamento do uso e da ocupação

L

Figura 117: Setorização Fonte: Autoria própria

do solo do Município de Indaiatuba e das outras providências. Em seguida, será demonstrado o processo criativo em forma de diagrama do presente projeto seguindo todos os pormenores apresentados até o momento (Figura 118).

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

LEGENDA:

83


6.6 Sistema Estrutural

1.

Desde o começo, com a desconstrução visual do hospital, foi

4.

necessário se pensar em elementos construtivos que transmitissem leveza e flexibilidade a toda a edificação. Dessa forma, o projeto consta de três tipos de estruturas diferentes, sendo a viga metálica em perfil em I; parede autoportante e um pórtico. A estrutura predominante no projeto é a estrutura metálica de perfil I, por conseguir vencer grandes INFLEXÃO, BLOCO ELEVADO E PÓRTICO

TERRENO

2.

vãos, ou seja, deve-se considerar 5% do vão. E o restante do projeto e sustentado pela parede autoportante e o pórtico, que está segurando o

5.

bloco elevado com um vão de 35m de comprimento. Cada setor dispõe de alturas diferentes, por conta da disposição da malha estrutural, em que o fator principal da diversidade das vigas foram as disposições dos ambientes, sendo o maior vão a ser vencido e

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

de 20m. Assim, decorremos ao final com três alturas de vigas, sendo no ADIÇÃO DOS ELEMENTOS DO PROGRAMA

MÁXIMO APROVEITAMENTO

3.

setor dos consultórios, viga metálica perfil I=0,60m; no setor de diagnósticos, sustentação, ADM, internação viga metálica perfil I=1,00m,

6.

cirúrgico viga vagão 0,40m e no setor técnico, viga metálica perfil I=0,25m (Figura 119),. Optou-se por utilizar a laje Steel Deck para travar a estrutura, garantir a sobrecarga e se adequar a um sistema de mais sustentabilidade, por gerar menos entulho nas obras (Figura 120). Além disso, temos a parede autoportante, localizada no hall principal e próximo às circulações verticais (rampa, escada e elevadores),

PRAÇA INTERNA E EIXO PRINCIPAL

VOLUMETRIA FINAL

onde a própria parede já exerce a função estrutural, dispensando a construção de vigas e pilares. Essa estrutura é de suma importância

84

para a sustentação do bloco elevado, que está vencendo um vão de 35m Figura 118: Diagrama de Volumetria Fonte: Autoria própria

de comprimento com a ajuda do pórtico localizado na ponta do bloco elevado.


LEGENDA: PERFIL METÁLICO I=1,00m PERFIL METÁLICO I=0,60m PERFIL METÁLICO I=0,25m VIGA VAGÃO 0,40m PAREDE AUTOPORTANTE

Figura 119: Diagrama estrutural Fonte: Autoria própria

LAJE IMPERMEABILIZADA TELHA SANDUÍCHE TERRAÇO

Figura 120: Diagrama estrutural - cobertura Fonte: Autoria própria

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LEGENDA:

85


86 HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO


PARAFUSOS

FIN PLATE PORCA SEXTAVADA + ARRUELA VIGA METÁLICA PERFIL "I"

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PILAR METÁLICO PERFIL "I"

87


6.7 Acessibilidade O empreendimento foi todo projetado seguindo-se a NBR9050/15 -

por ser num espaço com grandes riscos de contaminação e o telhado ser

Acessibilidade a edificações, mobiliário, espaços e equipamentos urbanos.

a melhor solução, além de estar diferenciando o bloco do restante do

Essa normativa assegura os aspectos de acessibilidade nas construções.

projeto.

Dessa forma, todos os ambientes possuem espaços amplos e caminhos fáceis para qualquer pessoa. A NBR 9050/15 – diz que todos os vestiários e banheiros devem possuir área independente para o PNE, para facilitar a sua mobilidade.

6.8.2 Energia e Iluminação O empreendimento foi todo projetado pensando-se nas questões bioclimáticas (iluminação e ventilação natural). Essa estratégia foi a

O hospital está implantado num terreno plano, o que facilita todos

principal escolha do projeto inteiro, por conta de inúmeras reclamações

os acessos à edificação e às praças que estão em nível. Além disso, o

de médicos veterinários. Possui um alto índice de aparelhos de ar-

presente projeto possui apenas um eixo, formado por circulações verticais

condicionado por comodismo humano e nem tanto pelo animal. Justamente

que compreendem: I-Setor de Atendimento, uma rampa com 6% de

por isso, a ideia é usufruir os recursos naturais para solucionar os

inclinação; uma escada em “L” com 29 degraus e dois elevadores que

problemas de variação de temperatura.

comportam as macas, ambos vencendo um vão de 5m de altura.

Diante dessa questão, foi projetado o máximo de aberturas de

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

janelas ao longo dos ambientes, para que se possa ter o absoluto

88

6.8 Estratégias Bioclimáticas

aproveito da iluminação natural. Nos consultórios foi programado o uso

6.8.1 Construção e Materiais

de lanternim, uma estrutura com aberturas, que permite fazer a troca do

Na laje foi utilizado Steel Deck impermeabilizado, dispensando-se escoras durante todo o processo e, consequentemente, auxiliando no desenvolvimento das diversas partes do projeto, além de ser um sistema racionalizado de placas modulares, materiais não poluentes e com redução de tempo na sua aplicação. A laje será impermeabilizada, porque não haverá telhado para fechamento, por conta do painel fotovoltaico e as caixas d'águas, exceto no setor técnico, onde será utilizada telha sanduíche com inclinação de 10%,

ar quente e frio e entrada de iluminação natural, sem ter a necessidade do uso de ar-condicionado, além de promover um ambiente mais agradável para o trabalho e a diminuição no gasto de energia. Além disso, teremos a ventilação cruzada com benefícios da umidificação dos espelhos d'água localizados na parte superior do terreno. Também temos o uso de painéis fotovoltaicos que auxiliarão no aquecimento de água, e geradores de energia elétrica, que serão utilizadas na iluminação artificial e nos equipamentos de todo o hospital.


6.8.3 Água

6.9 NBR 9077

Por ser um empreendimento muito grande e gerar grandes gastos e

No projeto, todas as circulações verticais (rampa, escada e

impactos de todos os meios circundantes , o objetivo é reduzir o consumo

elevadores), encontram-se próximas ao hall de entrada assim facilitando

hídrico por meio da captação de água pelo piso drenante elevado, localizado

a evacuação do prédio em caso de emergência. Diante dessas

no terraço, e a captação de água no telhado do bloco dos setores:

circunstâncias, foi necessário seguir a norma vigente em relação às

diagnósticos, sustentações e ADM, que será reutilizada na manutenção

saídas de emergência, que foram adotadas para a categoria, Serviços de

predial, na irrigação de jardins e na troca de água dos espelhos d'água.

saúde e instituições, na subdivisão Hospitais veterinários e assemelhados (H-1), que fala que o projeto precisa ter uma escada de

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA

emergência da categoria “Não enclausurada - escada comum (NE)”. A NBR9077 diz que: “As capacidades das unidades de passagem

RECURSOS HÍDRICOS

854.932 L

(ver Nota de 3.54) em escadas e rampas estendem-se para lanços retos

DE ÁGUA PLUVIAL CAPTADO POR ANO

e saída descendente. Nos demais casos, devem sofrer redução, como abaixo especificado. Estas percentagens de redução são cumulativas,

G E R A D O S

A N U A L M E N T E

IMPACTO ANUAL

486.457 Kg CO² REDUZIDOS NA PEGADA DE CARBONO

EQUIVALENTE A

3.475 Á R V O R E S

P L A N T A D A S

Figura 121: Eficiência Energética Fonte: Neosolar, adaptado pela autora

quando for o caso: d) lanços ascendentes de escadas com degraus até 18 cm de altura: redução de 20%”, em que a nota 3.54 exige que a largura mínima para a passagem de uma fila de pessoas, seja fixada em 0,55 m. Assim sendo, a escada foi projetada com uma largura de 1,50m contendo um espaço sete vezes maior ao exigido na norma vigente, além da rampa com a mesma largura que a escada. Também temos as circulações horizontais de todo o hospital, que possuem uma medida entre 2,00m a 3,50m.

6.10 Materiais Predominantes e Composição Visual

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

33.948kWh

OBS: REDUÇÃO DE CONSUMO ENERGÉTICO COMPARADO A TIPOLOGIA ISENTA DE SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS/BIOCLIMÁTICAS

GERAÇÃO DE ENERGIA LIMPA

89


6.10.1 Vedação e Materiais complementares Com o intuito de fazer permanecer a leveza e flexibilidade de toda a

A maior parte dos equipamentos presentes no layout do projeto

edificação, pensou-se na vedação de todo o projeto com placa cimentícia,

será de aço inox, segundo a exigência da OMS, pois é um material mais

que trará versatilidade, rapidez na montagem e um excelente acabamento,

apropriado e seguro, por reduzir infecções e por conter uma superfície

ao mesmo tempo que transmite o conceito da verdade material em toda

não porosa, assim as bactérias e microrganismo encontram dificuldade de

parte externa, em harmonia com os detalhes de madeira, como: o brise,

se proliferar, isso sem falar sobre a versatilidade, a durabilidade e a

localizado no bloco superior, a utilização de vidro e o muro de madeira com

padronização do layout. Também teremos bancada de mármore e

base de concreto. É explícito o uso da verdade material, que se faz presente no

armários planejados, para compor a layout de todo o projeto.

concreto aparente em diversos elementos, como: a parede autoportante, as

6.10.4 Cor: Laranja

placas cimentícias e o muro, além dos detalhes de madeiras presentes no brise, no muro e no deck (praça externa) e o uso de vidro. Vale ressaltar que na parte interna do hospital o conceito da verdade do material não será aplicado, por ter-se que seguir as normativas HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

da OMS no requisito de pintura ou azulejos e piso emborrachado, para

90

6.10.3 Equipamento Hospitalar

diminuir os problemas de higiene e contaminação no prédio.

No projeto há uma predominância da cor laranja, presentes no pórtico, na rampa e no eixo principal do caminho externo com piso intertravado, que interliga as duas praças, para conectar-se com os elementos paisagísticos e colocar o entorno em movimento. A utilização dessa coloração de forma moderada evidencia o equilíbrio e as transformações, de acordo com seus significados principais quando analisadas no círculo cromático. Esse fator é muito importante para

6.10.2 Muro

beneficiar a desconstrução visual arquitetônica da tipologia hospitalar, a fim de gerar um marco urbano e centralidade espacial. Outro ponto

Conforme as normativas, o hospital precisa ser cercado em toda a

importante são os destinados às questões de saúde. Tendo em vista os

parte técnica, a doca, ou seja, ambiente a que têm acesso exclusivamente os

cuidados entre homem-animal, levam-se em consideração os tratamentos

funcionários e as pessoas autorizadas. Desse modo, pensou-se em um

para o bem-estar em geral, como por exemplo a cromoterapia, com

estilo de muro de madeira com base de concreto, que separe os ambientes e

finalidade de relaxamento, tratamento antidepressivo e de ansiedade.

não faça o fechamento visual, além de estar se integrando com toda a questão arquitetônica do empreendimento.

Entretanto, a cultura chinesa, por exemplo, utiliza a cor laranja para revitalização tanto pessoal, quanto social, e ela pode ser vista


também na questão higiênica, para conservar limpos os ambientes. Além disso, é uma cor que traz a necessidade de atenção, e isso pode ser notado, por exemplo, no pórtico que sustenta o bloco elevado, sendo próximo do setor cirúrgico, espaço que requer foco em seus desempenhos e realizações operatórias. Contudo, a utilização da cor para cumprir sua função e a estética é indicada para ambientes amplos e em corredores, para evidenciar as passagens e circulações principais, evitando a tensão no ambiente interno fechado; sendo assim, integrando-se

coerentemente com o

empreendimento e a paisagem. Figura 123: Fachada principal 2 Fonte: Autoria própria

6.11 Nome Projetual

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

AuQMia: Hospital Veterinário Público Au - referência ao latido canino. Q - Alquimia: referência à questão química do funcionamento hospitalar, o remédio contra todos os males físicos, a mistura e harmonia. Mia - referência ao som emitido pelos felinos.

6.12 RENDER

Figura 122: Fachada Principal F o n t e : Autoria própria

Figura 124: Visão da Rua Vinte e Quatro de Maio Fonte: Autoria própria

91


HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CAP. 6 - PREMISSAS DO PROJETO

Figura 125: Visão da Av. Maj. Alfredo Camargo Fonseca Fonte: Autoria própria

92

Figura 127: Eixo do projeto Fonte: Autoria própria

Figura 127: Vista Aérea Fonte: Autoria própria

Figura 128: Praça interna Fonte: Autoria própria

Figura 129: Vista da Rua Dr. Oswaldo Cruz Fonte: Autoria própria

Figura 130: Bloco técnico Fonte: Autoria própria


Figura 132: Vista praça externa Fonte: Autoria própria

Figura 133: Bicicletário - praça externa Fonte: Autoria própria

Figura 134: Vista da Rua Humaitá Fonte: Autoria própria

Figura 135: Recepção geral e consultas Fonte: Autoria própria

Figura 136: Rampa 6% Fonte: Autoria própria

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Figura 131: Vista embaixo do vão livre Fonte: Autoria própria

93


CONSIDERAÇÕES


Considerações Diante da pesquisa realizada, considerou-se que há um deficit de atendimento a animais de pequeno porte, cães e gatos, principalmente em se tratando de animais idosos, abandonados, maltratados e pertecentes a famílias de baixa renda. Verificou-se que, a partir das análises realizadas, a idealização da construção de um Hospital Veterinário Público, no município de Indaiatuba, poderá ser uma referência para a região metropolitana de Sorocaba e Campinas. Esse empreendimento tem por finalidade contribuir de forma ímpar com CCZ e o CRA, que são órgãos públicos para esse fim, e ainda dará suporte significativo às ONG’s que também contribuem para o bem-estar da sociedade e do animal. Percebe-se que este trabalho teve o intuito de refletir o nível de que Políticas Públicas compreendam sua importância no cenário urbano e permitam que essa idealização se torne real.

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 CONSIDERAÇÕES

importância da construção de um Hospital Veterinário Público permitindo

95


REFERÊNCIAS


REFERÊNCIAS

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ANEXOS


TÍTULO II DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICO-VETERINÁRIOS Capítulo I Dos Hospitais Art. 2º Hospitais Veterinários são estabelecimentos capazes de assegurar assistência médico-veterinária curativa e preventiva aos animais, com atendimento ao público em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário. Art. 3º São condições para o funcionamento de Hospitais Veterinários: I - setor de atendimento: a) sala de recepção; b) consultório; c) geladeira, com termômetro de máxima e mínima para manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; e d) sala de arquivo médico, que pode ser substituída por sistemas de informática. II - setor de diagnóstico contendo, no mínimo: a) laboratório de análises clínicas; b) radiologia; e c) ultrassonografia. III - setor cirúrgico: a) sala de preparo de pacientes; b) sala de antissepsia e paramentação, com pia e dispositivo dispensador de detergente sem acionamento manual; c) sala de lavagem e esterilização de materiais, contendo equipamentos para lavagem, secagem e esterilização de materiais; d) a sala de lavagem e esterilização de materiais pode ser suprimida quando o estabelecimento utilizar a terceirização destes serviços, comprovada pela apresentação de contrato/convênio com a empresa executora; e) unidade de recuperação anestésica, contendo, no mínimo: 1. sistemas de aquecimento (colchões térmicos e/ou aquecedores) e monitorização do paciente, com no mínimo temperatura corporal, oximetria, pressão arterial não-invasiva e eletrocardiograma;

2. sistemas de provisão de oxigênio e ventilação mecânica; 3. armário de fácil acesso com chave para guarda de medicamentos controlados e armário para descartáveis necessários a seu funcionamento; 4. no caso dos medicamentos sujeitos a controle, será obrigatória a sua escrituração em livros apropriados, de guarda do médico veterinário responsável técnico, devidamente registrados nos órgãos competentes. f) sala cirúrgica: 1. mesa cirúrgica impermeável e de fácil higienização; 2. equipamentos para anestesia inalatória, com ventiladores mecânicos; 3. equipamentos para monitorização anestésica; 4. sistema de iluminação emergencial própria; 5. foco cirúrgico; 6. instrumental para cirurgia, em qualidade e quantidade adequadas à rotina; 7. bombas de infusão; 8. aspirador cirúrgico; 9. mesas auxiliares; 10. paredes impermeabilizadas de fácil higienização, observada a legislação sanitária pertinente; 11. sistema de provisão de oxigênio; 12. equipamento básico para intubação endotraqueal, compreendendo no mínimo tubos traqueais e laringoscópio; 13. sistema de aquecimento (colchões térmicos e/ou aquecedores); 14. sistema de exaustão e climatização. IV - setor de internação: a) mesa e pia de higienização; b) baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento compatíveis com os animais a elas destinadas, de fácil higienização, obedecidas as normas sanitárias municipais e/ou estaduais; c) local de isolamento para doenças infecto-contagiosas; d) armário para guarda de medicamentos e materiais descartáveis necessários a seu funcionamento. V - setor de sustentação:

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ANEXO A - RESOLUÇÃO Nº 1015, DE 9 DE NOVEMBRO DE 2012

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a) lavanderia; b) local para preparo de alimentos para animais; c) depósito/almoxarifado; d) instalações para descanso, preparo de alimentos e alimentação do médico veterinário e funcionários; e) sanitários/vestiários compatíveis com o número de funcionários; f) setor de estocagem de medicamentos e fármacos; g) unidade de conservação de animais mortos e restos de tecidos. Parágrafo único. O Hospital Veterinário deverá manter contrato/convênio com empresa devidamente credenciada para recolhimento de cadáveres e resíduos.

ANEXO B - RESOLUÇÃO Nº 670, 10 DE AGOSTO DE 2000

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CAPÍTULO II DOS ESTABELECIMENTOS MÉDICOS VETERINÁRIOS

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Seção I Dos Hospitais Art. 2º Hospitais veterinários são estabelecimentos destinados ao atendimento de pacientes para consultas, internamentos e tratamentos clínicos-cirúrgicos, de funcionamento obrigatório em período integral (24 horas), com a presença permanente e sob a responsabilidade técnica de médico veterinário. Parágrafo único. Excetuam-se a regra estabelecida neste artigo os hospitaisescola, que deverão ter atendimento continuado a pacientes internados durante o período de funcionamento pré-estabelecido pela instituição.(1) Art. 3º São condições para o funcionamento de hospitais veterinários: I - setor de atendimento: a) sala de recepção; b) consultório; c) sala de ambulatório; d) arquivo médico.

II - setor cirúrgico: a) sala de preparo de pacientes; b) sala de antissepsia com pias de higienização; c) sala de esterilização de materiais; d) unidade de recuperação intensiva; e) sala cirúrgica: 1. mesa cirúrgica impermeável de fácil higienização; 2. oxigenoterapia e anestesia inalatória; 3. sistema de iluminação emergencial própria; 4. mesas auxiliares. III - setor de internamento: a) mesa e pia de higienização; b) baias, boxes ou outras acomodações individuais e de isolamento compatíveis com os animais a elas destinadas, de fácil higienização, obedecidas as normas sanitárias municipais e/ou estaduais; c) local de isolamento para doenças infecto-contagiosas. IV - setor de sustentação: a) lavanderia; b) local para preparo de alimentos; c) depósito/almoxarifado; d) instalações para repouso de plantonistas; e) sanitários/vestiários compatíveis com o nº de funcionários; f) setor de estocagem de medicamentos e drogas. V - setor auxiliar de diagnóstico: a) serviço de diagnóstico por imagens e análises clínicas próprios, conveniados ou terceirizados, realizados nas dependências ou fora do hospital, obedecendo as normas para instalação e funcionamento da Secretaria de Saúde do Município ou Estado, desde que as prestadoras atendam à Legislação em vigor. VI - equipamentos indispensáveis: a) manutenção exclusiva de vacinas, antígenos e outros produtos biológicos; b) secagem e esterilização de materiais; c) respiração artificial; d) conservação de animais mortos e restos de tecidos.


ANEXO C - ESTATUTO DO ANIMAL DOMÉSTICO

O Congresso Nacional decreta: TÍTULO I Disposições Preliminares Art. 1º. Esta lei institui o Estatuto dos Animais, destinado a garantir a vida e o combate aos maus-tratos e as demais formas de violência contra animais. Parágrafo único. São considerados animais todo ser vivo irracional, dotado de sensibilidade e movimento. Art. 2º. Os animais são seres sencientes, sujeitos de direitos naturais e nascem iguais perante a vida. Art. 3º. É dever do Estado e da sociedade o combate aos maus-tratos. Art. 4º. O valor de cada ser deve ser reconhecido pelo Estado como reflexo da ética, do respeito e da moral universal, da responsabilidade, do comprometimento e da valorização da dignidade e diversidade da vida, contribuindo para livra-los de ações violentas e cruéis. TÍTULO II CAPÍTULO I Dos direitos fundamentais Art. 5º. Todo animal têm o direito de ter a sua existência respeitada. Art. 6º. Todo animal deve receber tratamento digno e essencial à sadia qualidade de vida. Art.7º. Todo animal tem direito a um abrigo capaz de protegê-lo da chuva, do frio e do sol. Art. 8º. Todo animal têm direito a receber cuidados veterinários em caso de doença ou ferimento. Art. 9º. Todo o animal de trabalho tem direito a um limite razoável de tempo e intensidade de trabalho, a uma alimentação reparadora e ao repouso. Art. 10. A posse responsável implica em respeitar as necessidades essenciais para a sobrevivência digna do animal.

Seção I Dos animais domésticos. Art.11. São considerados domésticos os animais de companhia que vivem habitualmente com o dono e dependem dos mesmos para alimentação e abrigo. Art. 12. Os donos de animais domésticos são responsáveis por assegurar a sua dignidade física. TÍTULO III Do Poder Público Art. 18. O Poder Público federal, estadual e municipal deverá promover políticas públicas de conscientização da posse responsável do animal enfatizando a importância da adoção como um ato de cidadania. Art. 19. O Poder Público estadual e municipal promoverá um trabalho de educação ambiental nas escolas públicas de educação básica visando o respeito à vida e o combate aos maus-tratos. Art. 20. As autoridades federais, estaduais e municipais prestarão aos membros das sociedades protetoras dos animais, a cooperação necessária para fazer cumprir a lei.

ANEXO D - LEI 10.406/02, 10 JANEIRO DE 2002 Seção II Dos Bens Móveis Art. 82. São móveis os bens suscetíveis de movimento próprio, ou de remoção por força alheia, sem alteração da substância ou da destinação econômico-social.

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PROJETO DE LEI No , DE 2012 (Do Sr. ELISEU PADILHA) Institui o Estatuto dos Animais.

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ANEXO E - DECRETO 40.400, 24 OUTUBRO DE 1995 Aprova Norma Técnica Especial relativa à instalação de estabelecimentos veterinários. MÁRIO COVAS, Governador do Estado de São Paulo, no uso de suas atribuições legais, Decreta: Artigo 1.º - Fica aprovada a Norma Técnica Especial, anexa a este decreto, que dispõe sobre a instalação de estabelecimentos veterinários, determinando as exigências mínimas para este fim, uso de radiações, de drogas, medidas necessárias ao trânsito de animais e do controle de zoonoses. TÍTULO I Das Definições

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Artigo 1.º - Consideram-se estabelecimentos veterinários para os efeitos desta Norma Técnica Especial: III - hospital veterinário: o estabelecimento destinado ao atendimento de animais para consulta, tratamento médico e cirúrgico e internação de animais: funciona durante as vinte e quatro horas do dia;

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TÍTULO II Do Funcionamento CAPÍTULO I Disposições Gerais Artigo 2.º - Os estabelecimentos veterinários somente poderão funcionar no território do Estado de São Paulo mediante licença de funcionamento e alvará expedido pela autoridade sanitária competente. Parágrafo único - Somente será concedida licença e expedido alvará aos estabelecimentos veterinários devidamente legalizados perante o Conselho Regional de Medicina Veterinária e autoridade municipal. Artigo 3.º - Os estabelecimentos veterinários são obrigados, na forma da legislação vigente, a manter um médico veterinário responsável pelo seu

funcionamento. Artigo 4.º - A mudança para local diverso do previsto no licenciamento dependerá de licença prévia da autoridade sanitária competente e ao atendimento às exigências desta Norma. Artigo 5.º - Os estabelecimentos veterinários deverão ser mantidos nas mais perfeitas condições de ordem e higiene, inclusive no que se refere ao pessoal e material. CAPÍTULO II Das Instalações Artigo 6.º - Para os efeitos desta Norma Técnica Especial constituem dependências, instalações, recintos e partes dos estabelecimentos veterinários: I - sala de recepção e espera: destina-se à permanência dos animais que aguardam atendimento; deve ter acesso diretamente do exterior; sua área mínima deve ser 10,00m² sendo a menor dimensão no plano horizontal não inferior a 2.50m; o piso dever ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até altura de 2.00m; II - sala de consultas: destina-se ao exame clínico dos animais; deve ter acesso direto da sala de espera; sua área mínima deve ser 6,00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal não inferior a 2,00m: o piso deve ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até a altura de 2,00m; III - sala de curativos: destina-se à prática de curativos, aplicações e outros procedimentos ambulatórios: obedece às especificações para a sala de consultas; IV - sala de cirurgia: destina-se à prática de cirurgias em animais; a sua área deve ser compatível com o tamanho da espécie a que se destina, nunca inferior a 10.00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; o piso deve ser liso, impermeável e resistente a pisoteio e desinfetantes; suas paredes devem ser impermeabilizadas até a altura de 2,00m; o forro dever ser de material que permita constantes assepsia; não deve haver cantos retos nos limites parede-piso e parede-parede; as janelas devem ser providas de telas que impeçam a passagem de insetos; seu acesso deve ser através de antecâmara;


XI - sala para banhos: deve ter piso impermeável e resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até a altura de 2,00m; a banheira deve ter paredes lisas e impermeáveis; o escoamento das águas servidas deve ser ligado diretamente á rede de esgoto, sendo o da banheira provido de caixa de sedimentação; a área minima dever ser 2,00m²; XII - sala para secagem e penteado: deve ter piso liso, impermeável e resistente aos desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até 2,00m de altura; XXIV - abrigo para resíduos sólidos: destina-se ao armazenamento de resíduos sólidos gerados no estabelecimento enquanto aguardam a coleta; deverá ser dimencionado para conter o equivalente a três dias de geração; as paredes e pisos deverão ser de material resistente a desinfetantes e impermeabilizados; sua área mínima deve ser 1,00m²; deve ser provido de dispositivos que impeçam a entrada e proliferação de roedores e artrópodes nocivos, bem como exalação de odores; sua localização deverá ser fora do corpo do prédio principal; o armazenamento de resíduos infectantes deverá ser feito em separado dos resíduos comuns: CAPÍTULO III Das Condições Mínimas para Funcionamento Artigo 7.º - Nenhum estabelecimento veterinário poderá funcionar sem a presença do profissional médico veterinário durante o período de atendimento. Artigo 10 - As instalações mínimas para funcionamento de hospital veterinário são: I - sala de espera; II - sala de consultas; II - centro cirúrgico, constando de: a) sala de esterilização de materiais; b) antecâmara de assepsia; c) sala de cirurgias com equipamento completo para anestesia geral e ressuscitador; d) sala de registro e expediente; e) serviço de radiologia; f) cozinha;

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V - antecâmara: compartimento de passagem; sua área mínima deve ser 4.00m², sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; o piso deve ser liso e impermeável; as paredes devem ser impermeabilizadas até a altura de 2,00m; conterá pia para lavagem e desinfecção das mão e braços dos cirurgiões; poderá conter armários; VI - sala de esterilização: destina-se a esterilização dos materiais utilizados nas cirurgias, nos ambulatórios e nos laboratórios; seu piso deve ser liso e impermeável, resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até o teto; sua área mínima é de 6,00m² sendo menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2,00m; deve ser provida de equipamento para esterilização seca e úmida; VII - sala de coleta: destina-se á coleta de material para análise laboratorial médico veterinário: sua área minima deve ser 4,00m2, sendo a menor dimensão no plano horizontal nunca inferior a 2.00m; o piso e as paredes devem ser impermeabilizados; VIII - sala para abrigo de animais: destina-se ao alojamento de animais internados; nela se localizam as instalações e compartimentos de internação; seu acesso deve ser afastado das dependências destinadas a cirurgia e laboratórios; o piso deve ser liso e impermeabilizado, resistente ao pisoteio e desinfetantes: as paredes devem ser impermeabilizadas ate a altura de 2,00m; deve ser provida de instalações necessárias ao conforto e segurança dos animais e propiciar ao pessoal que nela trabalha condições adequadas de higiene e segurança ao desempenho: suas dimensões devem ser compatíveis com o tamanho das espécies a que se destina; deve ser provida de dispositivos que evitem a propagação de ruídos incômodos e exalação de odores: deve ser provida de água corrente suficiente para a higienização ambiental; o escoamento das águas servidas deve ser ligado á rede de esgoto, ou, na inexistência desta, ser ligado á fossa séptica com poço absorvente; as portas e as janelas devem ser providas de tela para evitar a entrada de insetos; IX - sala de radiografias: deve ter dimensão compatível com o tamanho da espécie a que se destina; suas especificações de proteção ambiental e individual devem obedecer á legislação vigente para radiações; X - sala de tosa: destina-se ao corte de pelos dos animais; sua área minima deve ser 2,00m; o piso deve ser impermeável. liso e resistente a desinfetantes; as paredes devem ser impermeabilizadas até' a altura de 2,00m;

107


g) local adequado para abrigo dos animais internados; h) compartimento de resíduos sólidos: i) sanitários e vestiários. § 1.º. - O descarte das camas e dejetos deverá ser feito de maneira a evitar a proliferação de artrópodes e roedores nocivos; deverá dispor de dispositivos que evitem a exalação de odores. § 2.º- As gaiolas, jaulas e canis não poderão ser superpostos. Artigo 11 - As instalações mínimas para funcionamento de serviço veterinário são: I - local adequado para exame clínico dos animais; II - sala de cirurgias; III - sala de expediente e registro; IV - sala de estoque e almoxarifado geral; V - local adequado para abrigo dos animais

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 ANEXOS

CAPÍTULO IV Do Pessoal

108

Artigo 20 - O quadro de funcionários das clínicas, hospitais, maternidades, serviços e ambulatórios veterinários incluirá, obrigatoriamente: médico veterinário responsável, auxiliar de veterinário, faxineiro, que deverão estar presentes durante todo o período de atendimento.


reabilitada para o uso declarado (AR)

microbiológicos

PCBs

encapsulamento geotécnico

CETESB

impermeabilização

HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO | 2019 ANEXOS

dezembro/2018

Diretoria de Controle e Licenciamento Ambiental

adequação de projeto

Medidas de controle de engenharia

tratamento térmico in sito

barreira física

Página 248 de 1453

outras

sem medida de remediação

outras

barreira hidráulica biorremediação fitorremediação biopilha atenuação natural monitorada

Diretoria de Avaliação de Impacto Ambiental

pavimentação

cobertura de resíduo/solo contaminado

desclorinação redutiva

extração multifásica

bioventing

oxidação química redução química barreiras reativas lavagem de solo remoção de solo/resíduo recuperação fase livre

trabalhadores de obras

uso de edificações

consumo alimentos

uso água superficial

outros

Medidas de controle institucional proposta na avaliação de risco comunicada ao implantada ou no plano de intervenção órgão responsável uso de solo uso água subterrânea

restrição

outrosvapores/gases

combustíveis automotivos

bombeamento e tratamento extração de vapores do solo (SVE) air sparging biosparging

Medidas de remediação

remoção de materiais (produtos, resíduos, etc.) fechamento/interdição de poços de abastecimento interdição edificações proibição de escavações proibição de consumo de alimentos

ventilação/exaustão de espaços confinados monitoramento do índice de explosividade monitoramento ambiental

Medidas emergenciais isolamento da área (proibição de acesso à área)

existência de POPs

existência de fase livre

biota

ar

TPH

radionuclídeos

PAHs

sedimentos

metano

anilinas

solventes aromáticos halogenados

águas subterrâneas

águas superficiais

subsolo

dioxinas e furanos

biocidas

outros inorgânicos

solventes aromáticos

Fora

fenóis

tratamento de efluentes

metais

Contaminantes

desconhecida

emissões atmosféricas

ftalatos

Dentro

acidentes

manutenção

monitoramento para encerramento

remediação com monitoramento da eficiência e eficácia

projeto de remediação

plano de intervenção

avaliação de risco

investigação detalhada

investigação confirmatória

avaliação preliminar

desconhecida

reutilização

agricultura

solventes halogenados

solo superficial

Meio impactado

Propriedade

infiltração

descarte disposição Meios impactados

produção

Fonte de contaminação armazenagem

monitoramento para encerramento

remediação com monitoramento da eficiência e eficácia

investigação detalhada e plano de intervenção

investigação confirmatória

medidas para eliminação de vazamento

avaliação da ocorrência

Etapas do gerenciamento

Classificação

AV. PRESIDENTE VARGAS 363 - CENTRO - INDAIATUBA indústria Atividade posto de combustível comércio resíduo acidentes Coordenadas (m): fuso 23 DATUM WGS84 UTM_E 271.801,00 UTM_N 7.445.104,00

SANTO CIPRIANO EMPR. E PART. SPE LTDA.

INDAIATUBA

Áreas reabilitadas para uso declarado no Estado de São Paulo

ANEXO F - ÁREA REABILITADA PARA USO DECLARADO NO ESTADO SÃO PAULO

109


APÊNDICE


O

AuQMia Hospital Veterinário

VOLUMETRIA

Público é apresentado numa visão

contemporânea, em que se buscou

apresentar um espaço mais harmonioso de FON S

ECA

convivência entre o homem e o animal, portanto

hospitalar com atendimento e qualidade aos pets e seus donos. Também se pensou num espaço externo voltado ao atendimento da população,

R. 2 4

DE

ITÁ

AS

MA

IO

onde o foco foi o lazer e a ocupação da área

CAM AR GO

R. H UMA

AV .M AJ. ALF RED O

a questões ambientais e respeitou-se a visão

R. D R. O SW ALD OC RUZ

buscou-se uma interligação desse espaço voltado

RG E VA

IDENT

RES AV. P

PRAÇA INTERNA E EIXO PRINCIPAL

MÁXIMO APROVEITAMENTO

TERRENO

destinada a esse empreendimento, dessa forma induzindo ao convívio social. O terreno localizado na cidade de

VOLUMETRIA FINAL

ADIÇÃO DOS ELEMENTOS DO PROGRAMA

INFLEXÃO, BLOCO ELEVADO E PÓRTICO

Indaiatuba, no Bairro Central, possui uma área de Quatro de Maio; Rua Dr. Oswaldo Cruz; Rua Humaitá; Av. Maj. Alfredo Camargo Fonseca e Av.

INDAIATUBA

Presidente Vargas.

SÃO PAULO

BRASIL

SISTEMA ESTRUTURAL

CONCEITOS E PARTIDO CONCEITO IMPLANTAÇÃO

CONCEITO ARQUITETÔNICO

A proposta do projeto “AuQMia

A pata e a mão humana promovem um

Hospital Veterinário Público” visa, como

gesto de apresentação e carinho na relação

ponto principal, o caráter contemporâneo

homem-animal. A pata é o principal meio de

e a verdade do material junto com as

locomoção e sustentação do corpo de todo o

questões bioclimáticas. O projeto partirá

animal, sendo ele capaz de caminhar, correr,

da horizontalidade, assim trazendo

saltar, pular, brincar, entre outros, além dos

consigo clareza da circulação,

efeitos terapêuticos que exerce sobre o ser

principalmente entre os setores: I-Setor

humano, por atos como o contato ao ser

de Atendimento (Público); II-Setor de

carregado no colo ou abraços, provocando

Diagnóstico (Semipúblico); III- Setor

alegria, calmaria e felicidade.

são tratadas as questões ergonômicas e de conforto dos usuários, bem como dos funcionários. Tendo em vista os aspectos acima, o projeto é correlacionado com o conceito de ecossistema, que diz: :“Todos os seres vivos de um ecossistema dependem uns dos outros, sendo biótipo e abiótipos”. Desse modo, ele é associado à implantação do presente projeto, onde cada setor desempenha um diferente papel, e o funcionamento de todos é essencial para a composição de um ecossistema.:

Desde o começo, com a desconstrução

LEGENDA:

No projeto há uma predominância da cor laranja,

ENERGIA E ILUMINAÇÃO

visual do hospital, foi necessário se pensar em

PERFIL METÁLICO I=1,00m PERFIL METÁLICO I=0,60m

presentes no pórtico e na rampa. A utilização dessa coloração

O empreendimento foi todo projetado pensando-se nas

elementos construtivos que transmitissem

PERFIL METÁLICO I=0,25m VIGA VAGÃO 0,40m PAREDE AUTOPORTANTE

de forma moderada evidencia o equilíbrio e as transformações,

questões bioclimáticas (iluminação e ventilação natural). Essa

leveza e flexibilidade a toda a edificação.

de acordo com seus significados principais quando analisadas no

estratégia foi a principal escolha do projeto inteiro, por conta de

Dessa forma, o projeto consta de três tipos de

círculo cromático. Esse fator é muito importante para beneficiar

inúmeras reclamações de médicos veterinários. Possui um alto índice

estruturas diferentes, sendo a viga metálica

a desconstrução visual arquitetônica da tipologia hospitalar, a

de aparelhos de ar-condicionado por comodismo humano e nem tanto

em perfil em I; parede autoportante e um

fim de gerar um marco urbano e centralidade espacial. Outro

pelo animal.

pórtico.

ponto importante são os destinados às questões de saúde.

Diante dessa questão, foi projetado o máximo de aberturas de

Tendo em vista os cuidados entre homem-animal, levam-se em

janelas ao longo dos ambientes, para que se possa ter o absoluto

Cada setor dispõe de alturas

LEGENDA: LAJE IMPERMEABILIZADA TELHA SANDUÍCHE

consideração os tratamentos para o bem-estar em geral, como

aproveito da iluminação natural. Nos consultórios foi programado o

estrutural, em que o fator principal da

TERRAÇO

por exemplo a cromoterapia, com finalidade de relaxamento,

uso de lanternim, uma estrutura com aberturas, que permite fazer a troca do ar quente e frio e entrada de iluminação natural. Além disso,

ambientes, sendo o maior vão a ser vencido e

tratamento antidepressivo e de ansiedade. Além disso, é uma cor que traz a necessidade de

teremos a ventilação cruzada com benefícios da umidificação dos

de 20m. Assim, decorremos ao final com três

atenção, e isso pode ser notado, por exemplo, no pórtico que

espelhos d'água localizados na parte superior do terreno.

O posicionamento do hospital foi

alturas de vigas, sendo no setor dos

sustenta o bloco elevado, sendo próximo do setor cirúrgico,

inserido na parte inferior do terreno, por conta

consultórios, viga metálica perfil I=0,60m; no

espaço que requer foco em seus desempenhos e realizações

da Av. Presidente Vargas e da Av. Maj. Alfredo

setor de diagnósticos, sustentação, ADM,

operatórias.

Camargo Fonseca, para não aumentar o trânsito

internação, viga metálica perfil I=1,00m,

já existente. Assim, sua fachada principal

cirúrgico viga vagão 0,40cm e no setor técnico,

encontra-se na Rua Vinte e Quatro de Maio.

viga metálica perfil I=0,25m. Optou-se por

Desse modo, optou-se por dois andares, cuja

utilizar a laje Steel Deck para travar a

posição foi escolhida de acordo com o programa

estrutura, garantir a sobrecarga e se adequar

de necessidades e a indicação da carta solar,

a um sistema de mais sustentabilidade, por

trazendo consigo ambientes aconchegantes,

gerar menos entulho nas obras.

PARTIDO ARQUITETÔNICO

ADM (Privado); e VI- Setor Técnico, e as áreas verdes, interna e externa, em que

ESTRATÉGICAS BIOCLIMÁTICAS

COR: LARANJA

diferentes, por conta da disposição da malha

Cirúrgico (Privado); IV- Setor Internação (Semipúblico); V- Setor de Sustentação e

DIAGRAMA ESTRUTURAL

ventilação e iluminação natural, ambientes arejados e ventilados, além das praças internas e externas que ajudarão na umidificação do prédio inteiro, com auxílio de espelhos d'água.

diversidade das vigas foram as disposições dos

Contudo, a utilização da cor para cumprir sua função e a

SETORIZAÇÃO

LEGENDA:

Além disso, temos a parede O

autoportante, localizada no hall principal e

I - Setor Atendimento II - Setor Diagnóstico III - Setor Cirúrgico IV - Setor Internação V - Setor Sustentação e ADM VI - Setor Técnico Terraço (pav. superior) Vento predominante

próximo às circulações verticais (rampa,

elevado, que está vencendo um vão de 35m de comprimento com a ajuda do pórtico localizado

L

aquecimento de água, e geradores de energia elétrica.

ÁGUA

estética é indicada para ambientes amplos e em corredores,

Por ser um empreendimento muito grande e gerar grandes

para evidenciar as passagens e circulações principais, evitando

gastos e impactos de todos os meios circundantes , o objetivo é

a tensão no ambiente interno fechado; sendo assim, integrando-

reduzir o consumo hídrico por meio da captação de água pelo piso

se coerentemente com o empreendimento e a paisagem.

drenante elevado, localizado no terraço, e a captação de água no telhado do bloco dos setores: diagnósticos, sustentações e ADM, que

FLUXOGRAMA E ORGANOGRAMA

será reutilizada na manutenção predial, na irrigação de jardins e na troca de água dos espelhos d'água.

LEGENDA: VI - TÉCNICO

escada e elevadores). Essa estrutura é de suma importância para a sustentação do bloco

Também temos o uso de painéis fotovoltaicos que auxiliarão no

V - SETOR SUSTENTAÇÃO E ADM

Acesso principal Acesso público Acesso semi-público Acesso privado

EFICIÊNCIA ENERGÉTICA RECURSOS HÍDRICOS

854.932 L DE ÁGUA PLUVIAL CAPTADO POR ANO

II - SETOR DIAGNÓSTICO

III - SETOR CIRÚRGICO

I - SETOR ATENDIMENTO

IV - SETOR INTERNAÇÃO

na ponta do bloco elevado.

GERAÇÃO DE ENERGIA LIMPA

33.948kWh GERADOS

ANUALMENTE

IMPACTO ANUAL

486.457 Kg CO² REDUZIDOS NA PEGADA DE CARBONO EQUIVALENTE A

3.475

OBS: REDUÇÃO DE CONSUMO ENERGÉTICO COMPARADO A TIPOLOGIA ISENTA DE SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS/BIOCLIMÁTICAS

20mil m², entre as seguintes ruas: Rua Vinte e

ÁRVORES PLANTADAS

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1|

5


AV. MAJ. ALFREDO CAMARGO FONSECA

RUA HUMAITÁ

Laje Impermeabilizada

ACESSO SERVIÇO E FUNCIONÁRIO

19 18 17 16 15 14

Laje Impermeabilizada

20

40 39 38 37 36 35 34

13

33

12

32

11

31

10

30

09

29

07 06

AS

GESTANTE GESTANTE

05

GESTANTE

08

28 27 26 25

VA EN

TE

03

RE

SID

02

.P

ACESSO PRINCIPAL

AV

01

IDOSO IDOSO

IDOSO

04

RG

24 23 22 21

RUA DR. OSWALDO CRUZ

I=10% Telha Sanduíche

I=10% Telha Sanduíche

AICNÂLUBMA

AICNÂLUBMA

AICNÂLUBMA

Terraço

ACESSO SERVIÇO E FUNCIONÁRIO

RUA VINTE E QUATRO DE MAIO

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2|

5


Rouparia Geral 26.19m²

AICNÂLUBMA

AICNÂLUBMA

AICNÂLUBMA

Separar e Passar

8

*

0

*

2 5

9

7

2

3 6

*

4

8 5

3

9

0

1

0

9 6

3 6

8

*

*

3

2 5

7

7

* 9 6

2

1 4

4

0 8 5

1

1

* * 7 4

Mesa de Preparo

20

40

DET. 12 FOLHA 4/5

DET. 14 FOLHA 4/5 CAPACIDADE 112 LUGARES

07 06 05 03 02 01

IDOSO IDOSO

IDOSO

22 21

23

04

24

25

GESTANTE

26

GESTANTE

27

GESTANTE

08

28

09

29

10

30

11

31

12

32

13

33

14

34

15

35

16

36

17

37

18

38

19

39

Cafeteria

LEGENDA:

O

I - Setor Atendimento II - Setor Diagnóstico III - Setor Cirúrgico IV - Setor Internação V - Setor Sustentação e ADM VI - Setor Técnico Terraço (pav. superior) Vento predominante

L

PLANTA GUIA SEM ESCALA A u Q M i a HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO

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5


DET. 08

DET. 07

FOLHA 4/5

FOLHA 4/5

DET. 09 FOLHA 4/5

07

PILAR METÁLICO PERFIL "I" PARAFUSOS

DET. 10 FOLHA 4/5

Recepção Emergência

FIN PLATE PORCA SEXTAVADA + ARRUELA VIGA METÁLICA PERFIL "I"

Recepção de Consultas

14 OBS: DETALHAMENTO AUTORIA PRÓPRIA

SAJ CM 24/5/89

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HOSPITAL VETERINÁRIO PÚBLICO

EMERGÊNCIA

CONSULTAS

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