Elaenos brunacaram

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mariana maia

ela e nós

LETRA E MÚSICA

por

César Lopes

Com apenas um CD gravado, a cantora Bruna Caram caminha para se transformar numa das principais vozes de sua geração A vida reservou um caminho muito especial para Bruna Caram. Dona de um sorriso fácil (e lindo!), uma voz doce e muito bom gosto na escolha do repertório, ela é, aos 21 anos, um dos maiores talentos da nova safra de cantoras. “Minha família é enorme e cheia de músicos: são 11 tios, 26 primos, minha avó materna era cantora de rádio na década de 1950 e meu avô paterno é violonista de choro”, explica a bela sobre sua paixão pela música. “Na casa da minha avó, para cada neto que nascia, uma das tias compunha uma canção. Todos aprendiam a cantar e a tocar piano desde cedo; além do que meu avô paterno enfeitava nossa infância com rodas de choro intermináveis no quintal... Essa experiência com a música não foi o que me fez cantora, mas foi o que me tornou extremamente musical.” Aos 9 anos, Bruna já integrava o grupo Trovadores Mirins (versão infantil dos Trovadores Urbanos, quarteto de serestas capitaneado por três tios de Bruna). “Foi nele que aprendi a cantar para as pessoas desco-nhecidas (eu era timidíssima!)... Ainda

assim, essa cantoria profissional era uma brincadeira para mim”, conta. Daí para dar seus primeiros passos sozinha foi um pulo. “Foi no grupo que descobri que meu lance era ser cantora ‘solo’. Meus familiares, conforme eu fui crescendo, compreenderam a mesma coisa. Não havia dúvida de que eu seria cantora e não havia outra coisa que pudesse fazer melhor.” Na mosca Seu primeiro trabalho – o elogiadíssimo Essa Menina – conseguiu agradar aos críticos mais exigentes e despertou olhos e ouvidos mais desavisados para seu talento. O disco, lançado no fim de 2007 pela Dabliú Discos no Brasil e no Japão, também apresentou o compositor paulistano Otávio Toledo. A cantora diz que o lance todo do projeto era justamente este: lançar num disco só uma nova cantora e um novo compositor. “O que não sabíamos era a repercussão que isso ia dar! Se você me perguntasse na época se eu pensava que gravar o Otávio seria um jeito de ser famosa, iria te responder que

não preciso ser famosa já, quero cantar. Há um tempo vinha se falando de um ‘vazio’ de coisas novas na música brasileira – embora eu quisesse (e muito) contrariar essa opinião. Mas a razão para eu gravar é a mesma de apresentar num show toda e qualquer música: porque me dá prazer, me emociona ou alegra.” A parceria já rendeu bons frutos. A música “Palavras do Coração” (Otávio Toledo/J.C. Costa Netto) conseguiu ficar entre as dez mais tocadas numa das maiores rádios de MPB de São Paulo e a faixa-título, “Essa Menina”, ficou entre as 50 mais tocadas na rádio japonesa J-WAVE. As preferências e influências da moça não se restringem a música. “A-M-O ler! Aliás, sempre escrevi, mas só agora venho dei­xando aparecer esse meu outro lado... [quem quiser conhecer: www.brunacaram. com.br/blog]. Ano passado li mais de 40 livros. A graça da literatura também é esta. Você pode ler e ler que sempre terá outra coisa que você não leu. Minhas artes têm a mesma graça.” Entendeu por que Bruna é nosso tipo de mulher?

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