Slowbeer - Saidera

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Adega de malte: cervejas artesanais estocadas

É DEVAGAR, DEVAGARINHO

Voz de microcervejeiros que levantam a bandeira da tradição milenar de produção da bebida, o movimento Slow Beer foi criado para valorizar a cerveja artesanal Deixe pra lá todas as suas preocupações, esqueça o chefe, as dívidas, o trânsito, vá a seu bar preferido e peça aquela cerveja. Isso mesmo! Uma cerva beeem geladinha, daquelas que a garrafa fica parecendo que está suada, quase ao ponto de congelar, trincando. E aceite um conselho: aprecie com moderação e beba muito, mas muito devagar, curtindo a bebida. É isso o que propõe o Slow Beer, movimento criado para a valorização da cerveja artesanal. A ideia nasceu na década de 1970, juntamente com o Slow Food, que propõe uma retomada às tradições cu­ linárias regionais, como um contraponto ao Fast Food. Aí foi só adaptar o conceito à loura mais famosa do mundo. Começou na Alemanha como The Craft Beer Renaissance (algo como Renascimento da Cerveja Artesanal), se espalhou pela Europa e, posteriormente, chegou aos Estados Unidos como The Microbrewery Revolution (revolução da microcervejaria). O movimento pretende ser a voz de microcervejeiros que levantam a bandeira da tradição milenar de produção de cerveja. A principal ação desses verda­

deiros guerreiros da cruz de malte é o fes­ tival anual Slow Bier, em Oberfranken, na Alemanha, que é uma região da Baviera onde se encontra a maior concentração de cervejarias do mundo. São mais de 200 pequenas cervejarias responsáveis pela produção de variados tipos de cervejas. No Brasil, o Slow Beer começou a dar seus primeiros passos em 2008, em Belo Horizonte. E, como em sua versão gringa, nasceu atrelado ao Slow Food e, de forma tímida, organizou dois eventos intitulados BH Home Bier. O movimento cervejeiro nacional é capitaneado pela ONG Icon (Instituto de Convivialidade e Cultura Alimentar). “Valorizamos o consumo res­ ponsável e prazeroso. Daí a expressão slow, ligada a todo esse contexto. Hoje é muito comum a formação de grupos que valorizam a área gastronômica com ênfase na convivialidade e na qualidade de vida”, explica Marco Falcone, 45 anos, vice-presidente do Icon. “O conceito se aprofundou formando uma consciência de valorização das práticas de preservação e proteção dos alimentos, não só de seu plantio, manejo, origem como também de uma forma eficaz de proteção econômica

e financeira da viabilidade da manutenção dessas práticas. O Slow Beer pretende agir da mesma forma”, completa ele. Já são mais de 110 microcervejarias espalhadas pelo Brasil, e Falcone diz que, “se contabilizarmos os home brewers [pessoas que fazem cerveja em casa], esse número se multiplica”. O principal estado produtor de cervejas artesanais é o Rio Grande do Sul, seguido de perto por Santa Catarina. Minas Gerais aparece em terceiro, São Paulo em quarto, com o Rio de Janeiro logo em seguida. Hoje já são encontradas com facilidade várias marcas de cervejas nacionais e im­ portadas de ótima qualidade e totalmente artesanais. “A diferença da artesanal para as industriais está basicamente na escolha das substâncias. Na formulação, usamos os quatros ingredientes – malte, lúpulo, levedo e água – conforme indicação de pureza adotada pelos cervejeiros alemães, além de não utilizarmos conservantes, estabilizadores e antioxidantes. Por isso o sabor diferenciado, mais encorpado e cremoso”, conta Marco. Agora diga: deu ou não deu uma vontade incontrolável de tomar uma gelada? CL


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