Revista AYAN

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S U M Á R I O

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Tendência:

Beleza:

Cultura:

Gourmet::

Revolution

Cabelos coloridos: saiba como ficar “in”!! Cores super descoladas que são tendência.

Afro retrato identidade de nós

Receita de Petit Gateau.

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Na Rua:

Entrevista:

O que as rus estão vestindo. Amoda vem de lá!

Exclusiva: Primeira manequiwn negra do RS conta sua trajetória.

Cobertura Social:

O que as mulheres negras ainda sofrem hoje em dia.

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Saúde:

VOCÊ SABE O QUE É MITO E O QUE É VERDADE SOBRE A HOMEOPATIA?

Perfil:

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Luma Nascimento

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Protesto:

Espelho meu.


TENDÊNCIAS

Revolution Se o cabelo curte crescer para todos os lados, vou curtir isso também.

J

á reparou como muitos produtos/ marcas/revistas falam sobre os cabelos crespos? Não acho que seja de propósito para diminuir a autoestima de ninguém, mas você já percebeu como o povo adora falar em “produtos para CONTROLE do volume” ou “7 passos para ter cachos DOMADOS” ou “leave-in para cabelos INDISCIPLINADOS”? É nessas horas que respiro fundo e penso: “só um pouquinho, pára tudo, volta a fita! Nada desse lance aí de me controlar ou querer domar qualquer coisa em mim”.

P

ra mim, falar em cabelos cacheados é falar sobre a beleza natural. Sim, às vezes esqueço que muitas mulheres passam horas no salão fazendo permanente, babyliss e colocando bobs na cabeça para ficar com os cachinhos em dia. Talvez seja porque o meu cabelo é ondulado e passei 1/4 da vida sofrendo e puxando os fios para eles alisarem. Talvez de baixo da minha chapinha algum dia pensei que precisa de uma pitada de coragem para deixar os fios curtirem a liberdade ao vento.

Se o cabelo não tem disciplina talvez ele seja igual a mim.

É assim e pronto. Fala sério, cabelo ondulado, cacheado ou crespo combina muito com liberdade. Assumir os cachos tem a ver com abraçar a sua versão natural e ter orgulho disso.


Na rua

Regata PRINT SCREEN // Chapéu Garimpado // Sandália BRECHÓ DA VOVÓ

Blusa FlO RI DA // Short JeanS Garimpado // Acessórios LAUREN VIEIRA ACESSÓRIOS


Na rua da praia


BELEZA CABELO PLATINADO: Bondem aucere autum publin Etra rei pubitantere, cone ad dens similiam senequam sedem, que at. Hae pracchuc fit. Alabus revividina, ver ia? Bitelis, ore niam es.

CABELO ROXO:

CABELO COLORIDO É LINDO!!!

Bondem aucere autum publin Etra rei pubitantere, cone ad dens similiam senequam sedem, que at. Hae pracchuc fit. Alabus revividina, ver ia? Bitelis, ore niam es.

CABELO AZUL: Bondem aucere autum publin Etra rei pubitantere, cone ad dens similiam senequam sedem, que at. Hae pracchuc fit. Alabus revividina, ver ia? Bitelis, ore niam es.


ENTREVISTA

MUITO PRAZER: ANA MARIA.

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primeira modelo e manequim negra do Rio Grande do sul Ana Maria do Nascimento Eberle conta pra gente sua trajetótia de sucesso e desafios como mulher negra no mundo da moda dos anos 70 em Porto Alegre. Pioneira nas passarelas gaúchas, arrancou suspiros, admiração e olhares no mínimo curiosos de expectadores e público . Sempre muito ativa e confiante, cursou a Faculdade de Educação Física da UFRGS, dividia seu tempo entre as passarelas, Igreja Batista e a graduação. Dona de um sorriso marcante sempre Uma mulher negra furiosa”. Assim uma colunista do The New Tork Times qualificou Shonda Rhimes, o cérebro mais poderoso atualmente na televisão, esse que está por trás de séries tão populares como Grey’s Anatomy e Scandal. E se há duas coisas que você não pode mencionar para esta showrunner é sua raça ou sexo. Esta mulher oriunda dos subúrbios de Chicago, de 44 anos, não renega nem o fato de ser mulher nem negra. Mas, como diz em entrevista exclusiva a EL PAÍS, “um roteirista é um roteirista e é um roteirista. É isso”. “As coisas estarão melhores quando deixarmos de fazer essas perguntas. Quando não nos perguntarmos se está melhor a presença de mulheres na televisão ou quantas mulheres negras trabalham no meio”, acrescenta, entre irada e engraçada. O único sonho de Rhimes é que chegue o dia em que aquilo que ela faz não seja a exceção, mas a regra. Porque, como insiste, ninguém descreve Vince Gilligan, responsável por Breaking Bad, como “o melhor homem branco” criador de séries. Pode ser que esse desejado dia ainda

esteja longe, mas não na Shondaland, o nome de sua empresa, com sede nos estúdios Sunset Gower, no coração de Hollywood. Dali sai Grey’s Anatomy, agora em sua décima temporada. Ou Scandal, série que gera o equivalente a mais de 480 mil reais para cada 30 segundos de publicidade. Tamanho é o sucesso das séries de ficção com o selo Rhimes que a rede ABC deu a esta roteirista, produtora e mãe a programação da cobiçada tarde de quinta-feira nos EUA para que faça o que quiser no horário. E Rhimes produziu com êxito uma terceira série, How to Get Away With Murder (que deve chegar ao Brasil no ano que vem pelo canal Sony, em data ainda a ser definida) tendo como protagonista Viola Davis, e que na Espanha será exibida no canal AXN. As três séries conseguiram uma audiência de 37 milhões de espectadores em estreia na atual temporada. “Faço séries que me interessam, sobre coisas que me interessam, relações humanas – umas mais próximas ao mundo em que vivemos, e outras nem tanto, mais melo d r a m á t i - “ A Vida fica mais simples cas, como e feliz quando trabalhamS c a n d a l ” , os no que nos dá prazer.” explica, falando sobre a origem de seu trabalho. Os pe se me propusesse a isso. E isso ajuda.” Outras coisas que a ajudam a ser quem é são os fones de ouvidos. E suas três filhas adotivas, de 12, 2 e 1 ano, qu a Caça-Vampiros, a fizeram interessar-se por um meio para o qual criou heroínas como Meredith de Grey’s Anatomy, pela qual todos se encantaenta e setenta faziam coisas diferentes das que fazem agora. É simplista sugerir que todas as mulheres escrevem de uma maneira e todos os homens, de outra”, acrescenta, briguenta.


CULTURA

AFRO RETRATOS: IDENTIDADE DE NÓS.

O

primeira modelo e manequim negra do Rio Grande do sul Ana Maria do Nascimento Eberle conta pra gente sua trajetótia de sucesso e desafios como mulher negra no mundo da moda dos anos 70 em Porto Alegre. Pioneira nas passarelas gaúchas, arrancou suspiros, admiração e olhares no mínimo curiosos de expectadores e público . Sempre muito ativa e confiante, cursou a Faculdade de Educação Física da UFRGS, dividia seu tempo entre as passarelas, Igreja Batista e a graduação. Dona de um sorriso marcante sempre Uma mulher negra furiosa”. Assim uma colunista do The New Tork Times qualificou Shonda Rhimes, o cérebro mais poderoso atualmente na televisão, esse que está por trás de séries tão populares como Grey’s Anatomy e Scandal. E se há duas coisas que você não pode mencionar para esta showrunner é sua raça ou sexo. Esta mulher oriunda dos subúrbios de Chicago, de 44 anos, não renega nem o fato de ser mulher nem negra. Mas, como diz em entrevista exclusiva a EL PAÍS, “um roteirista é um roteirista e é um roteirista. É isso”. “As coisas estarão melhores quando deixarmos de fazer essas perguntas. Quando não nos perguntarmos se está melhor a presença de mulheres na televisão ou quantas mulheres negras trabalham no meio”, acrescenta, entre irada e engraçada. O único sonho de Rhimes é que chegue o dia em que aquilo que ela faz não seja a exceção, mas a regra. Porque, como insiste, ninguém descreve Vince Gilligan, responsável por Breaking Bad, como “o melhor homem branco” criador de séries. Pode ser que esse desejado dia ainda esteja longe, mas não na Shondaland, o nome de sua

empresa, com sede nos estúdios Sunset Gower, no coração de Hollywood. Dali sai Grey’s Anatomy, agora em sua décima temporada. Ou Scandal, série que gera o equivalente a mais de 480 mil reais para cada 30 segundos de publicidade. Tamanho é o sucesso das séries de ficção com o selo Rhimes que a rede ABC deu a esta roteirista, produtora e mãe a programação da cobiçada tarde de quinta-feira nos EUA para que faça o que quiser no horário. E Rhimes produziu com êxito uma terceira série, How to Get Away With Murder (que deve chegar ao Brasil no ano que vem pelo canal Sony, em data ainda a ser definida) tendo como protagonista Viola Davis, e que na Espanha será exibida no canal AXN. As três séries conseguiram uma audiência de 37 milhões de espectadores em estreia na atual temporada. “Faço séries que me interessam, sobre coisas que me interessam, relações humanas – umas mais próximas ao mundo em que vivemos, e outras nem tanto, mais melodramáticas, como Scandal”, explica, falando sobre a origem de seu trabalho. Os pais lhe deram o melhor conselho de sua vida: o único limite do sucesso é a imaginação hisdgsv juhjjjpp.


SAÚDE

VOCÊ SABE O QUE É MITO E O QUE É VERDADE SOBRE A HOMEOPATIA? As pessoas que tem o conceito de que seu corpo é como a sua casa. Para Luma, ser pesquisadora da construção de identidade afro-brasileira é um dos grandes motivos que a fazem abraçar a estética negra. “Uso turbantes e tecidos africanos com estampas coloridas, as chamadas “Capulanas”.É bacana saber que os turbantes no continente africano são usados por rainhas, que búzios.

GASTRONOMIA

Petit Gateau Ingredientes

MITO Pesquisadora de tendência do Dresscoração - plataforma, que ela e a irmã Loo gerenciam, pra quem gosta de roupa, comportamento e estilo- afirma que desde bem pequena a mãe sempre a instruiu a construir uma identidade própria. “Acredito que não uso só uma moda afro, sigo uma linha estética que faz parte da minha identidade”.

VERDADES Depois de anos garimpando estampas únicas, Luma e a irmã finalmente decidiram usá-las para confeccionar peças tão especiais quanto as suas matérias primas: os shorts zambê! São feitos com tecidos leves, com print incríveis e muitos deles modelos únicos, pela exclusividade da estampa.

3 ovos 3 gemas 150 gramas de açúcar 150 gramas de manteiga 80 gramas de farinha de trigo

200 gramas de goiabada cremosa

Como fazer Bater os ovos e as gemas com açúcar, acrescentar a manteiga derretida, a farinha de trigo e, por último, a goiabada cremosa. Dispor em forminhas apropriadas e untadas. Levar ao forno á 170° C por 6 minutos. Retirar e servir com sorvete de queijo mascarpone ou de creme.


PERFIL As irmãs tem o conceito de que seu corpo é como a sua casa. Você não pode deixar sua casa sem graça… É preciso decorar!

Luma Nascimento, 22 anos,

blogueira ,pesquisadora e produtora cultural.

Pesquisadora de tendência do Dresscoração - plataforma, que ela e a irmã Loo gerenciam, pra quem gosta de roupa, comportamento e estilo- afirma que desde bem pequena a mãe sempre a instruiu a construir uma identidade própria. “Acredito que não uso só uma moda afro, sigo uma linha estética que faz parte da minha identidade”.

Depois de anos garimpando estampas únicas, Luma e a irmã finalmente decidiram usá-las para confeccionar peças tão especiais quanto as suas matérias primas: os shorts zambê! São feitos com tecidos leves, com print incríveis e muitos deles modelos únicos, pela exclusividade da estampa.

Para Luma, ser pesquisadora da construção de identidade afro-brasileira é um dos grandes motivos que a fazem abraçar a estética negra. “Uso turbantes e tecidos africanos com estampas coloridas, as chamadas “Capulanas”.É bacana saber que os turbantes no continente africano são usados por rainhas, que búzios são símbolos de prosperidades, dentre outros elementos simbólicos que estão presentes no nosso dia a dia. Infelizmente são segregados pelo preconceito e o racismo”, explica.

Ela faz publicidade para a N Black e acredita que a marca tem como diferencial desconstruir a visão social que se tem por “modismo afro”. Confessa que o estilo de vestimenta que gosta pouco encontra em Salvador, por investir numa proposta retrô.“Visito muitos bazares, brechó, sites, lojas. Eu gosto de misturar Bahia + África + Negras Americanas e surgir Luma”, conta.

Luma sabe muito bem que a inspiração é uma das ferramentas de estímulo para as pessoas se libertarem dos paradigmas da sociedade.


FEMINISMO NEGRO As necessidades das mulheres negras são muito peculiares e sem que seja feita uma profunda análise do racismo brasileiro, é impossível atender às urgências do grupo.

C

abelos lisos e loiros, narizes finos, bochechas rosadas, olhos azuis e axilas claras são alguns exemplos de como a estética ocidental celebra características brancas como melhores e mais belas. Por causa dessa padronização, atrizes negras são minoria absoluta e quase nunca são convidadas para estrelarem na televisão.

Mercado de Trabalho

E

m 2013, a PEC 66 foi aprovada, transformando em lei a reivindicação de empregadas domésticas, que há décadas lutavam por direitos trabalhistas. Não por acaso, as mulheres negras compõem a maioria de trabalhadoras do lar (61,7%) e mesmo com o avanço trazido pela Proposta de Emenda Constitucional, a realidade ainda permanece distante do desejado. As funcionárias que exigem seus direitos muitas vezes acabam despedidas e, sob ameaças e assédio moral, é difícil efetivar a conquista.

Violência doméstica e sexual Padrão de beleza e mídia

Mulher negra X homem negro

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rande parte da luta feminina se dá contra o sexismo, a imposição de papéis e a violência. Só que o problema é ainda mais profundo e há um incômodo severo por parte de muitas mulheres negras, que se sentem rejeitadas pelos homens negros. A ideia de que são sexualmente usáveis e descartáveis é tão forte que a confirmação rompe as paredes dos grupos militantes: o Censo 2010 revelou que as mulheres negras são as que menos se casam, sendo a maioria na categoria de “celibato definitivo”, ou seja, que nunca tiveram um cônjuge.

A

cor é fator relevante quando analisamos os casos de agressão e assassinato por parte de companheiros e ex-companheiros. As negras são mais de 60% das vítimas de feminicídio, exatamente porque não contam com assistência adequada e estão mais vulneráveis aos abusos das próprias autoridades.

J

á no aspecto da sexualidade, das mulheres brancas é esperado o comportamento moderado e sensualidade com limitações, porém, as mulheres chamadas de “mulatas” são amplamente exotificadas e tratadas como objetos disponíveis para a exploração.

E

nquanto mulheres brancas lutam para que seus salários (média de R$ 797,00) sejam equiparados aos salários dos homens brancos (média de R$ 1.278,00), as mulheres negras recebem ainda menos (média de R$ 436,00). Conseguir um emprego formal, uma boa colocação e ingressar no ensino superior também são dificuldades típicas daquelas que possuem a pele negra.


Conversa com espelho

Miguel Fallabella, dar protagonismo não é fazer isso que você está fazendo, reforçando estereótipos. Sim, gostamos de sexo, não há problema nenhum nisso, mas quando nossa imagem é somente remetida a mulheres de sexo fácil, quando nos objetificam e

*Bruna de Paula

você contribui pra dar visibilidade a essa imagem, você não está nos tornando protagonistas. Quando você não ouve nossas vozes e nos chama de capitães do mato por es-

Tenho a estranha mania de pensar o mundo a partir do meu espelho, meu reflexo já foi

tarmos reivindicando nossos direitos, você não nos dá o protagonismo. Sim, nós somos

uma soma do que disseram que eu era, do que queriam que eu fosse. Foi um processo

domésticas, mas também somos advogadas, professoras, pedagogas, psicólogas, nutri-

dolorido encontrar o rosto atrás das máscaras que me eram colocadas. Mulheres da

cionistas, veterinárias, esteticistas, figurinistas…

minha cor, mulheres negras desde meninas estão acostumadas a ter pessoas dizendo

Quando acontece um caso de racismo que chega ao conhecimento de todos, como tem

qual é o seu lugar. Ora falavam que meu pé tava na cozinha, ora que meu lugar era a

acontecido com o racismo no futebol, os artistas se mobilizam, fazem campanhas public-

frente de uma escola de samba, também escolhiam meu marido, diziam que deveria ser

itárias contra o racismo, comem bananas. Mas no dia a dia, é na nossa cara que a banana

um gringo, um homem loiro, olhos claros, rico e que através disso eu iria mudar minha

é jogada, são os nossos corpos que são arrastados e jogados nos becos. A mídia que faz

vida. Minha mãe sempre me incentivou a olhar além, disse que eu deveria estudar, trabalhar e batalhar pra ter minhas próprias coisas. Cresci num mundo onde eu não era vista, um mundo onde dizia que todo mundo era igual, mas eu não era tratada como igual. Na última semana, estive conversando com o espelho, onde hoje me vejo sem as más-

a campanha é a mesma que nos invisibiliza e silencia, não nos dá destaque e quando dá, temos que ficar satisfeitos com qualquer coisa “qual foi pretinha, to aqui pagando de princesa Isabel, te ajudando e você ainda quer reclamar?”, foi exatamente o que eu interpretei do pronunciamento do Miguel Fallabella.

caras, meu semblante insatisfeito tinha motivo. Miguel Fallabella, homem branco, quer

A grande mídia contribui para que não sejamos reconhecidos como seres humanos em

levar ao ar a série “Sexo e as nega”, olhando o título, novamente senti como se quises-

sua plenitude e aguarda a bomba estourar para dizer que está do nosso lado fazendo

sem colocar em mim as tais máscaras que me anulavam no passado. 4 amigas, mora-

campanhas pouco eficientes, já que diariamente torturam e desgraçam a nossa imagem.

doras de um bairro pobre, em subempregos e loucas por sexo. E muitos se perguntam,

Meu espelho reflete a luta das minhas ancestrais, refletem o sorriso das minhas irmãs,

onde está o problema?

suas histórias de vitória ou dor. Meu espelho não reflete nenhuma história que um bran-

Para que melhor fique ilustrado, eu sempre retorno a minha infância, onde as mulheres

co equivocado resolva contar sobre mim.

da minha cor nunca estavam representadas nos cargos das empresas das novelas, nunca

E não precisa me dizer que a série ainda nem começou pra eu estar aqui falando, eu

era a esposa do dono dos impérios retratados, nunca eram as donas dos impérios. Mulheres negras não estavam nos concursos de belezas, só nos que eram pra representar uma beleza carnavalesca. E nas aulas de história, eu só conseguia dar graças a Deus por não ter nascido uns 200 anos mais cedo. Quando comecei a viver minha vida amorosa/ sexual os rapazes não flertavam comigo falando sobre minha beleza, o flerte era sempre sobre como mulheres negras eram quentes e fogosas.

vivencio os julgamentos há 23 anos, já sei quando vão honrar ou não minha história só lendo a capa do livro. Quem quer reafirmar nossas lutas, ouve nossas demandas em vez de dar o que supõe que a gente precisa.



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