Centro de Educação Infantil - Bruna Driely Valladares (Primeira Etapa TFG)

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CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL Relação entre a criança e o espaço Bruna Driely Valladares 2015


Centro Universitário Estácio UniSEB Curso de Arquitetura e Urbanismo

Centro de Educação Infantil Relação entre a criança e o espaço Trabalho Final de Graduação

Bruna Driely Valladares Orientador: Carlos Stechhanh Ribeirão Preto, 2015


APRESENTAÇÃO Este Trabalho Final de Graduação se trata da criação de um projeto para um Centro de Educação Infantil no bairro Ipiranga da cidade de Ribeirão Preto. O trabalho tem como objetivo apronfundar o estudo entre a criança e o espaço em que ela se insere e como o local onde se desenvolve o aprendizado interfere em sua educação pessoal. O bairro Ipiranga é um bairro carente da cidade e existe um grande déficit de equipamentos educacionais públicos, tanto no bairro como na cidade toda. O trabalho trará um estudo sobre o método pedagógico, fazendo uma ligação entre o método de ensino e a arquitetura. Através desse estudo é possivel pensar em espaços mais estimulantes e torna possível a criação de um ambiente de desenvolvimento ativo para as crianças.

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AGRADECIMENTOS Agradeço em primeiro lugar a Deus, que foi meu sustento em meio ao cansaço, que foi meu ajudador em meio às dificuldades, que foi meu amigo em meio as lutas, que me manteve em todos os momentos com sua infinita graça e amor, não só agora em meu Trabalho Final de Graduação, mas durante todos os cinco anos de curso de Arquitetura e Urbanismo, e durante cada segundo da minha vida. Obrigada Senhor! Agradeço aos meus pais, que com tanto esforço me mantiveram até aqui, que me apoiaram em todos os meus sonhos, que me deram todo o suporte físico e emocional para cada etapa da minha jornada. Agradeço a vocês que abriram mão de suas próprias vidas para que eu desenvolvesse a minha, que ouviram minhas lágrimas, minhas alegrias, meus sucessos e meus erros, á vocês que me ensinaram a ser quem eu sou hoje, não só agradeço como também devo tudo a vocês. Só cheguei até aqui, porque me seguraram pelas mãos e me ajudaram no caminho árduo. Mãe, pai, eu amo vocês! Agradeço a minha irmã Monique e a minha sobrinha Giovana, que estiveram ao meu lado sempre. Agradeço a cada amigo, que direta e indiretamente me ajudaram nessa etapa da minha vida. Agradeço ao meu orientador Carlos, que com muita sabedoria e dedicação me direcionou em cada etapa do meu trabalho. Agradeço a minha amiga e chefe Arquiteta Ludmila Spagnul, que com muito carinho, honestidade e dedicação esteve comigo todos esses anos, me ajudando, me ensinando e me apoiando. Toda minha gratidão e respeito a cada um destes! Obrigada!

“Tudo o que fizerem, façam de todo o coração, como para o Senhor, e não para os homens.” (Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional - Colossenses 3:23)

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DEDICATÓRIA Dedico á minha sobrinha Giovana, que é a criança mais doce e encantadora que eu conheço! Ela que foi minha inspiração para criar, minha motivação para dar o meu melhor, minha pesquisa de campo para fazer o mais lindo espaço infantil que eu pudesse, minha amiga, minha mais fiel admiradora. Definitivamente, dedico á você! Dedico também a todas as crianças do projeto o qual participo, Geração Futuro, que também foram minha inspiração, que me ajudaram a ver com olhos de uma criança o que elas realmente esperam de um espaço de educação, que vai além do aprender o alfabeto e a matemática, que é o espaço que ajuda a definir seu caráter, sua personalidade e sua percepção de mundo. E ao decorrer do trabalho, a cada capítulo teremos uma foto do projeto. E por fim, dedico á todas as crianças deste mundo, de todas as raças, tribos e nações. Dedico as crianças órfãs, as perdidas, as famintas, as ricas e ignoradas, as pobres e abandonadas, as bem ou mal cuidadas, dedico á cada uma delas, á todas, sem exceção, seres puros e sinceros, seres dignos de toda admiração.

“Disse Jesus: Quem recebe uma destas crianças em meu nome, está me recebendo.” (Bíblia Sagrada Nova Versão Internacional - Mateus 18:5)

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SUMÁRIO Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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SUMÁRIO INTRODUÇÃO 1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL

1.1. SURGIMENTO DOS CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO GERAL

1.2. CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NA CIDADE RIBEIRÃO PRETO

1.3. CENTROS DE EDUCAÇÃO INFANTIL NO BAIRRO IPIRANGA

2. ARQUITETURA E O MÉTODO PEDAGÓGICO

2.1. RELAÇÃO ENTRE O ESPAÇO FÍSICO E O APRENDIZADO

2.2. MÉTODO DE APRENDIZADO E ARQUITETURA ANDANDO JUNTOS

2.3. MÉTODO PEDAGÓGICO MARIA MONTESSORI

2.4 A INFLUÊNCIA DO MÉTODO MONTESSORIANO NO PROJETO

3. LEITURAS PROJETUAIS 3.1 Projeto Family Box - Referência Para área interna e circulação

3.2 Projeto Escola Saint - Referência para aberturas, iluminação e materialidade

3.3 Projeto CEI MT. Hood - Referência para mobiliário e contato com a natureza

3.4 Projeto Escola Infantil Salesiana Dombosquinho - Referência para cores, brises e volumetria

3.5 Projeto Escola Montessoriana Wallsdorp - Referência para o método de ensino na arquitetura

4. LEVANTAMENTOS

4.1 Aspectos do bairro

4.2 Aspectos do entorno - Uso e ocupação

4.3 Aspectos do entorno - Acessos e Vias

4.5 Aspectos do entorno - Restrições urbanísticas e Apectos Legais

4.6 Aspectos do lote

5. PREMISSAS PROJETUAIS

5.1 DEFINIÇÃO DO PROGRAMA DE NECESSIDADES

5.2 PARTIDO ARQUITETÔNICO

5.3 PRIMEIROS ESTUDOS

5.4 ANTEPROJETO

6. BIBLIOGRAFIA

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INTRODUÇÃO Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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Introdução No Bairro Ipiranga da cidade de Ribeirão Preto há uma quantidade muito grande de crianças nas ruas. Andando pelo bairro podemos ver facilmente várias delas correndo pelas ruas nos períodos de contra turno de suas escolas. Analisando o sistema informatizado da prefeitura de Ribeirão Preto, vemos que hoje na cidade existem o total de trinta e três unidades de Centros de Educação Infantil (CEI), e nenhum localizado no bairro Ipiranga, e quarenta e duas unidades de Escolas Municipais de Educação Infantil (EMEI), e apenas uma localizada no bairro. Há um déficit muito grande de educação qualificada no bairro, o que trás um aumento significativo de crianças nas ruas, consequentemente o aumento de acidentes, sendo assim esses e outros motivos geram um ambiente de descaso com o bairro. Os moradores são de baixa renda e não possuem condições de colocarem suas crianças em creches particulares. A procura de creches no bairro é comum, mães depois de terem seus bebês e terminando sua licença maternidade, precisam voltar à sua rotina de trabalho, porém, a fila para conseguir uma vaga para seu filho em um Centro de Educação Infantil é tão grande, que precisam recorrer a meios secundários. Através de um trabalho social o qual eu faço parte, realizado por uma Instituição Religiosa do bairro, trabalho esse denominado Geração Futuro, que atende crianças de dois á onze anos, proporcionando recreação e educação cristã, podemos perceber que há uma grande demanda para uma escola de educação infantil em período integral, que lhes proporcione além dos cuidados básicos, também um ensino complementar para esta faixa etária, pois é a fase primordial de formação básica das crianças. Neste trabalho, em contato com essas crianças, percebemos o quanto elas são carentes de uma unidade escolar que as atenda com espaços de aprendizado que gere uma educação efetiva. O bairro possui um alto índice de criminalidade, jovens e adolescentes com envolvimento em tráfico de drogas e assaltos. A educação básica é um meio de tirar essas crianças das ruas, onde possuem contato com tanta violência, é também um modo de proporcionar a elas atividades educativas e ocupacionais para formação de jovens mais preparados para o ensino fundamental, médio e os desafios do dia a dia. O objetivo é criar uma escola que atenda de dois á cinco anos, com ensino infantil (maternal I, maternal II e jardim de infância), que possua ensino integral, com atividades escolares e extra curriculares, com oficinas nos períodos de contra turno, as crianças teriam contato com brincadeiras, jogos, pintura, música, atividades ao ar livre, entre outras atividades, as quais suas famílias não possuem condições de lhes proporcionar.

“Falar da creche ou da educação infantil é muito mais do que falar de uma instituição, de suas qualidades e defeitos, da sua necessidade social ou da sua importância educacional. É falar da criança. De um ser humano, pequenino mais exuberante de vida” (DIDONETE, 2001)

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HISTÓRICO Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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1. HISTÓRICO DA EDUCAÇÃO INFANTIL 1.1 Surgimento dos Centros de Educação Infantil no contexto geral Durante muito tempo a educação era algo exclusivamente feito pela família, era papel dos pais trazerem a educação cultural e social da criança. Essa função era em especial realizada pela mãe, pois nos séculos antigos a família nuclear tinha a mulher como “rainha do lar”, ou seja, tudo o que era relacionado ao serviço da família, suprimentos da casa e afazeres domésticos era de suma responsabilidade dela. Assim, era sua função educar os filhos, cuidar do marido, indicar os afazeres aos serviçais e manter a ordem do lar. Durante séculos se desenvolveu assim a estrutura familiar, mas a partir da revolução industrial e o crescimento do trabalho fabril, as mulheres saíram de suas casas e foram trabalhar fora. Isso não gerou uma mudança drástica somente no mercado de trabalho, como também nos lares. Muitas das crianças iam juntamente com suas mães para as fábricas, possuíam jornadas de trabalho tão extensas quanto de qualquer adulto e não exerciam mais nenhum tipo de diversão ou atividade de educação. Outras ficavam em casa aos cuidados de irmãos mais velhos ou “mães mercenárias”, que eram mulheres que optavam por não trabalhar como operárias, então vendiam seus serviços para cuidados dos filhos de mães dedicadas a indústria. Mas da mesma forma que o trabalho infantil era totalmente prejudicial, essa prática de cuidado também não trouxe benefício algum para a criança, segundo a estudiosa Gilda Rizzo, seus malefícios a educação foram muito grandes.

“Criou-se uma nova oferta de emprego para as mulheres, mas aumentaram os riscos de maus tratos às crianças, reunidas em maior número, aos cuidados de uma única, pobre e despreparada mulher. Tudo isso, aliado a pouca comida e higiene, gerou um quadro caótico de confusão, que terminou no aumento de castigos e muita pancadaria, afim de tornar as crianças mais sossegadas e passivas. Mais

Imagem 1 - Crianças trabalhando na revolução industrial Fonte: https://clionainternet.files.wordpress.com/2012/06/ childrenindustrialrevolution.jpg

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violência e mortalidade infantil” (RIZZO, 2003, p. 31)


Pela demanda da época, surgiram na Europa os primeiros centros de cuidados para as crianças. Á princípio as creches possuíam objetivo apenas de cuidar e proteger a criança enquanto seus pais trabalhavam nas fábricas, não existia ainda nenhum caráter educativo. Mas logo começaram a se preocupar com o ensino e desenvolvimento da criança, algumas instituições já iniciavam com alguns processos educativos, como por exemplo, a escola criada pelo pastor Oberlin, na França, por volta dos anos de 1969. Em seu Centro Infantil foram criadas atividades para crianças de dois á seis anos, onde se desenvolviam trabalhos manuais, conhecimento das letras do alfabeto e ouviam histórias bíblicas, ou seja, tinham como objetivo o desenvolvimento de habilidades, criação do hábito de obediência e bondade, conhecimento de princípios religiosos e morais. No Brasil, diferentemente dos países europeus, as primeiras creches e jardins de infância foram criados exclusivamente com fator assistencialista, para crianças órfãs e mães trabalhadoras de baixa renda. Essas creches não tinham como objetivo melhorar a educação ou criar um âmbito pedagógico. Com o desenvolvimento do mundo moderno e a inserção efetiva da mulher no mercado de trabalho, houve o crescimento significativo dos centros de educação, e agora não só para crianças de baixa renda, como também para todas as classes. Mas a diferença entre o meio público e particular sempre foi gritante, e essa será uma das propostas do trabalho, uma escola para desenvolvimento da criança e não apenas cuidado, também para classe social baixa.

“Enquanto as instituições públicas atendiam às crianças das camadas mais populares, as propostas das particulares, de cunho pedagógico, funcionavam em meio turno, dando ênfase à socialização e à preparação para o ensino regular. Nota-se que as crianças das diferentes classes sociais eram submetidas a contextos de desenvolvimento diferentes, já que, enquanto as crianças das classes menos favorecidas eram atendidas com propostas de trabalho que partiam de uma ideia de carência e deficiência, as crianças das classes Imagem 2 - Funcionárias do Instituto de Resseguros do

sociais mais abastadas recebiam uma educação que privile-

Brasil, primeira empresa no Brasil a ter uma creche para

giava a criatividade e a sociabilidade infantil.” (KRAMER, 1995)

filhos das funcionárias. Fonte: Revista Abril.

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1.2 Centros de Educação Infantil na cidade de Ribeirão Preto Segundo a Secretaria da Educação de Ribeirão Preto a Educação Infantil é um espaço de vivência de direitos de meninos e meninas menores de sete anos. O entendimento do valor social e do caráter educativo das creches e pré-escolas em nível de legislação representa um avanço muito grande, se considerar que anteriormente era apenas de caráter assistencialista, de segurança e recreação.

“A conquista na Constituição Federal de 1988 (Art.7, inciso XXV, no Capítulo Dos Direitos e Garantias Individuais e Coletivas) do reconhecimento da educação em creches e pré-escolas como um direito da criança e um dever do estado, representa um marco relevante na história da educação infantil no Brasil. Além desta conquista houve também a inclusão da educação infantil como parte integrante da Educação Básica na Lei de Diretrizes Imagem 3 - Crianças brincam em creche de Ribeirão Preto.

e Bases da Educação (Lei n° 9.394 / 1996).” (SISTEMA INFOR-

Fonte: http://www.popmundi.com.br/noticias/2013/09/27/

MATIZADO DA PREFEITURA MUNICIPAL DE RIBEIRÃO PRETO)

inscricoes-para-creches-municipais-terminam-nesta-sexta/

De

acordo

com

os

dados

do

Censo

2010

to com idade de zero à quatro anos é de 35.806

realizado

pelo

IBGE,

a

população

residente

em

Ribeirão

Pre-

habitantes. Sendo que podemos analisar pelo sistema informatiza-

do da Prefeitura, que no demonstrativo de 2012 foram atendidas 21.314 crianças no ensino infantil, concluindo que existe uma grande diferença entre a população existente e o número de atendimentos, que totaliza 14.492 crianças.

Dados da Secretária da Educação de Ribeirão Preto Fonte: http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/seducacao/i15atend05.php

Dados do Censo 2010 - IBGE Fonte: http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index. php?uf=35&dados=26#topo_piramide

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1.3 Centros de Educação Infantil no Bairro Ipiranga Na cidade de Ribeirão Preto, temos um total de trinta e três Centros de Educação Infantil Municipais, dentre eles nenhum está localizado no bairro Ipiranga. Considerando que as creches são equipamentos extremamente necessários, de uso na escala da vizinhança, vemos o quanto o bairro está carente de equipamentos. O Centro de Educação Infantil mais próximo se localiza no bairro Vila Albertina, é o CEI Sebastião Martins de Moura.

Imagem 4 - Centro de Educação Infantil Sebastião Mar-

Imagem 5 - Único CEI Municipal localizado no raio de um qui-

tins de Moura. Fonte: Google Street View.

lômetro do bairro Ipiranga. Google Street View.

O bairro possui uma alta demanda de educação infantil pública, pois é um local de população carente e de baixa renda. Como podemos observar nas imagens, a única unidade existente no raio de um quilômetro do bairro Ipiranga não é o suficiente para atender, além de seu entorno imediato, também os bairros vizinhos. Isso gera filas de espera, o que ocasiona grandes transtornos às famílias. A procura por creches está crescendo cada vez mais, em notícia do Jornal “A cidade”, mães reclamam das grandes filas de espera, muitas precisam recorrer a meios judiciais para conseguir uma vaga para seus filhos.

Imagem 6 - Mãe reclama sobre falta de vagas. Notícia: “Fernanda ficou um ano procurando vaga em creche para seu filho Isaque, de dois anos, liberação

após

procurar

Conselho

Tutelar.”

Fonte: Jornal A Cidade Foto: Milena Aurea

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ARQUITETURA E O MÉTODO PEDAGÓGICO Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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2. ARQUITETURA E O MÉTODO PEDAGÓGICO 2.1 Relação entre o espaço físico e o aprendizado Um dos pontos a serem pensados para a criação do Centro de Educação infantil do bairro é a criação de um espaço físico que estimule o aprendizado. Nos dias de hoje as crianças não possuem mais o contato devido com a brincadeira, diversão, natureza, criatividade e entre outros aspectos, pois a tecnologia trouxe grande distanciamento dessas formas primárias de desenvolvimento infantil. A primeira escola deveria ser o lugar de encontro com essas áreas, o primeiro contato com outras crianças, com o aprendizado, com a brincadeira, com o desenvolvimento, isso é de extrema importância na formação do caráter educativo das mesmas, até a finalização de seus estudos. Em entrevista ao Jornal Estadão, a professora da Universidade de Campinas, Doris Kowaltowski, autora do livro “Arquitetura e Educação: o projeto do ambiente de ensino”, afirma que a relação entre escola e um ambiente monótono e retangular é imediata a praticamente todas as pessoas. Afirma também que o aprendizado não depende apenas do professor, material didático e nem mesmo da própria criança, mas também ativamente do ambiente no qual se desenvolve. Sala retilínea, carteiras enfileiradas, lousa á frente, o modelo universal de sala de aula, que se desenvolve tanto no meio público quando á rede privada.

“Essa disposição facilita ao professor manter a ordem e o silêncio, mas não é o melhor para o aprendizado, não estimula a criatividade. Se você passa o tempo todo olhando para a nuca de seu colega, já não o valoriza.” (JORNAL ESTADÃO, professora e arquiteta Doris Kowaltowski em entrevista)

Em seu livro Doris defende que o projeto arquitetônico do ambiente escolar deve transcender apenas os metros quadrados de uma sala de aula, pois deve-se considerar o projeto paisagístico, a altura dos mobiliários para cada faixa etária, o estímulo a criatividade e desenvolvimento ativo. Porém não apresenta uma fórmula única para a criação do ambiente escolar corretor, e sim que todos os aspectos externos influenciam, como por exemplo, a realidade da comunidade local a ser inserida, o âmbito cultural, a faixa etária de atendimento, as características físicas do terreno, condições climáticas e territoriais, entre outros.

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Não possuímos um padrão, mas existem alguns parâmetros que podem ser citados para a construção de um bom espaço arquitetônico para a educação e desenvolvimento. Dentro desses parâmetros ela destaca alguns pontos que podem ser seguidos para um melhor desenvolvimento do projeto escolar , os quais serão citados abaixo. •

Criar salas de aula como ambientes de ensino e comunidades internas, ou seja, desenvolver a aprendizagem em grupos

pequenos, rodas de bate papo, conteúdos extracurriculares como musica, teatro, entre outros; •

Entrada convidativa, execução de identidade própria do edifício, de modo com que a criança reconheça seus acessos e o

espaço atue de forma significativa para a comunidade; •

Exposição de trabalhos, fazer com que as crianças se sintam importantes no meio, que tenham seu espaço para demons-

trar suas criações, onde estimule sua autonomia e criatividade; •

Áreas de arte e música, as artes estimulam a criança a se desenvolver no meio de forma criativa e expressiva;

Uso de transparência e grandes vãos, para a ideia de acesso livre as dependências da escola;

Conexões entre espaço interno e externo, proporcionar as crianças o contato direto com a natureza, por meio de varan-

das, áreas de jardim, espaços de lazer ao ar livre, entre outros. •

Mobiliário confortável. Uma das principais reclamações dos alunos é o fato de o mobiliário escolar ser desconfortável e

rígido. Um ambiente de desenvolvimento ativo necessita de mobiliários que proporcione um local agradável de ensino. Podemos perceber que o espaço físico o qual a criança se insere é fundamental para sua melhor formação, o ambiente de aprendizado pode ajudar ou prejudicar efetivamente o desenvolvimento dos alunos, em especial nas primeiras faixas etárias de ensino, onde as crianças tentam se inserir num espaço e se incluir num ambiente escolar, elas necessitam desse lugar acolhedor para se entregarem a essas novas emoções que serão produzidas, para que assim, elas mesmas desenvolvam sua percepção do espaço. Como a educadora Maria da Graça Souza Horn ressalta, o espaço físico estabelece as crianças uma relação entre o mundo e as pessoas.

“É no espaço físico que a criança consegue estabelecer relações entre o mundo e as pessoas, transformando-o em um pano de fundo no qual se inserem emoções [...] nessa dimensão o espaço é entendido como algo conjugado ao ambiente e vice-versa. Todavia é importante esclarecer que essa relação não se constitui de forma linear. Assim sendo, em um mesmo espaço podemos ter ambientes diferentes, pois a semelhança entre eles não significa que sejam iguais. Eles se definem com a relação que as pessoas constroem entre elas e o espaço organizado.” (Horn, 2004, p. 28).

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2.2 Método de aprendizado e arquitetura andando juntos O método de ensino está diretamente ligado à arquitetura do edifício escolar, e uma das propostas deste projeto é criar um centro de educação infantil que aplique o método Maria Montessori. Esse método consiste em incentivar a criança ao aprendizado autônomo, onde se cria um ambiente que permite que a criança efetue um autodesenvolvimento, ela mesma cuida de sua higiene, seus materiais, ajuda na limpeza e organização das salas, serve seu próprio lanche, entre outros.

“Eu sou a favor de um processo participativo da comunidade escolar, onde alunos, pais, professores e diretores, junto ao arquiteto, discutam como deve ser essa nova escola .” (BLOG PORTAL APRENDIZ, professora e arquiteta Doris Kowaltowski em entrevista).

2.3 Método Pedagógico Maria Montessori Maria Montessori, nascida em 1870, foi uma médica italiana que se especializou no cuidado de crianças com deficiências mentais. Após anos de viagens e estudos, ela dedicou sua carreira a especialização de mestres para a educação de crianças consideradas “anormais”, por isso focou seu trabalho muito mais no tratamento pedagógico do que clínico. Seu método foi fundamentado sobre as ideias de estudiosos como Froebel e Pestalozzi. Após muitos estudos e pesquisas, e a criação de seu método, percebeu-se que o método se aplicaria não apenas as crianças especiais, mas também a qualquer criança sem nenhuma deficiência, pois o método influenciava ativamente o desenvolvimento da criança, que poderia criar um aprendizado consideravelmente mais rápido e qualificado, do que quando apenas uma tentativa muitas vezes frustrada de absorção do conteúdo lançado por professores.

“... não é a de quatro paredes, entre as quais as crianças são confinadas, mas a de uma casa onde possam viver em liberdade para aprender e crescer.” (Montessori, 1961, p. 17).

Imagem 6 - Médica Maria Montessori, criadora de novo método. Fonte: http://www.meimeiescola.com.br/blog

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Na

educação

focada

no

aluno,

o

professor

é

um

auxiliar

no

seu

desenvolvimento

e

o

próprio

alu-

no responsável por ele, fazendo assim a formação da criança e não apenas trazendo a ela informações e conteúdos.

“A atitude mais justa e caridosa seria criar um am-

“O método empenha-se na individualização do en-

biente adequado, no qual a criança estivesse livre da opres-

sino, estimulando a atividade livre concentrada e o prin-

são dos adultos, onde ela pudesse realmente se prepa-

cipio da auto-educação. A atenção ao ritmo próprio de

rar para a vida (...) Deveria sentir na escola uma espécie

cada criança não se contrapõe à socialização, mas deve

de abrigo da tempestade ou oásis no deserto, um refú-

facilitar a integração no grupo.” (Aranha, 1989, p. 205).

gio seguro para seu espírito.” (Montessori, 1961, p. 9).

2.4 A influência do método Montessoriano no projeto Numa escola de ensino montessoriano nem tudo é como o convencional. Normalmente os layouts das salas se destacam por sua espontaneidade. As crianças do ensino infantil são levadas a sentarem em rodas, em tapetes ou em pequenas cadeiras em volta de mesas redondas distribuídas livremente pelas salas; os móveis possuem altura proporcional, os equipamentos utilizados são leves e adequados para a idade; as salas são espaçosas, o que dá a liberdade para criança se movimentar e poder pegar quando desejar algum brinquedo ou objeto de seu interesse. A aplicação do método interfere diretamente no projeto, pois deverá ser pensado na escala dos ambientes e mobiliários para cada faixa etária, deve-se pensar na disposição dos ambientes e acessibilidade das crianças, e também ter o contato com a natureza que desenvolve o aprendizado da criança com relação e respeito ao meio ambiente, o que também é um dos princípios do método.

Imagem 7 e 8 - Imagens da “Escola Maria Montessori” em Brasília; mostrando os móveis acessíveis, crianças sentadas em roda em aula de música, layout descontraído e salas amplas. Fonte: http://www.escolamontessori.com.br/NovoSite/

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LEITURAS PROJETUAIS Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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3. LEITURAS PROJETUAIS CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL FAMILY BOX 3.1 Projeto Family Box - Referência para área interna e circulação O Centro de educação infantil “Family Box” é localizado em um bairro predominantemente residencial da cidade de Pequim, na China. A localização é relativa a demanda do bairro, que por ser residencial há uma grande necessidade de um edifício educacional na escala de vizinhança. O principal objetivo desejado pelos arquitetos era de criar um espaço com caráter lúdico, como se fossem “árvores coloridas”, ou seja, de desenvolver o programa de forma que os ambientes se ramificassem na edificação, não algo rígido, e sim ambientes criados de forma descontraída e alegre. Assim, surgiram as principais salas das área de convivência, divididas por módulos com grandes aberturas. O aspecto mais relevante desta referência para o projeto à ser executado, é o desenvolvimento das áreas internas através do uso de divisórias com formas orgânicas, que formam espaços de circulação espontâneos e atraentes para as crianças.

Imagem 10 - Family Box - Salas de convivência. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo.

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Family Box FICHA TÉCNICA Arquitetos: SAKO Architects. Localização: Pequim, China. Arquiteto Responsável: Keiichiro Sako e Kumiko Fukasawa. Área: 4.150 m². Ano Do Projeto: 2013.

Imagem 9 - Localização - Pequim. Fonte: Google Maps, 2015. Marcação: Autora.

Sala descanso

Sala temática

Imagem 10 - Salas de convivência. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo. Marcações: Autora.

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O projeto é basicamente dividido em três principais usos: área administrativa, com escritórios, salas de reunião, diretoria, etc; área de recreação infantil, que é a área que possui vários ambientes diferentes, esses ambientes são salas que possuem aulas de diversos temas, a distribuição das salas são feitas de forma que pareça “aleatória”, com formas curvas e descontraídas, nessa área encontramos salas de jogos, área de descanso, espaço dos brinquedos, salas temáticas, etc; e os espaços de Imagem 11 - Planta baixa do Segundo Pavimento. Sem escala.

apoio, como por exemplo o refeitó-

Fonte: ArchDaily, 2015. Marcações: Autora.

Aberturas curvas

Imagem 12 - Salas de convivência. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo. Marcações: Autora.

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Circulação Vertical

Circulação Horizontal Imagem 13 - Planta Baixa do segundo pavimento indicando circulações. Escala Gráfica. Fonte: ArchDaily, 2015. Marcações: Autora.

Circulação horizontal: Os corredores das áreas de recreação infantil possuem forma orgânica, e vão se definindo a partir dos módulos das salas, que possuem formas curvas e inclinadas, fazendo referências ao conceito inicial de “árvores coloridas”. Circulação vertical: O centro de educação infantil possui três pavimentos, térreo, primeiro e segundo. Sendo que nos três pavimentos o programa se repete. A ligação entre os andares é feita através de duas escadas em espiral.

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Circulação Orgânica Imagem 14 - Foto dos corredores indicando circulações. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo. Marcações: Autora.

Circulação Orgânica Imagem 15 - Foto dos corredores indicando circulações. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo. Marcações: Autora.

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Imagem 16 - Salas de convivência. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo.

Imagem 17 - Piscina.

Imagem 18 - Salas de convivência.

Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo.

Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Ruijing Photo.

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REFORMA DE EXPANSÃO DA ESCOLA SAINT 3.2 Projeto Escola Saint - Referência para aberturas, iluminação e materialidade A Escola Sant é localizada em Alcobendas, um município da Espanha, que fica 13 km ao norte de Madri. A escola teve a necessidade de ampliação de sua área por conta do jardim de infância Saint Exupéry, que pertence ao Liceu Francês em Madri. A proposta feita pelos arquitetos possui três principais objetivos: Integração, Singularidade Formal e Conceitual, e Funcionalidade. A integração é uma proposta para fazer a ligação entre a nova paisagem arquitetônica e a paisagem pré-existente. Singularidade formal e conceitual para trazer uma linguagem arquitetônica diferenciada, que proporcione uma identidade visual própria. Funcionalidade para executar uma ligação entre layout e programa, solucionar os problemas de acesso, executar custo benefício e durabilidade dos materiais. Os principais materiais utilizados na área de expansão da escola são o metal e o vidro (incolor e colorido). O aspecto mais relevante desta referência para o projeto à ser executado, é como os arquitetos solucionaram as aberturas, com a materialidade do vidro de várias cores, que traz ao projeto além da entrada da iluminação natural, um jogo de cores inspirador para o interno e externo do edifício.

Imagem 19 - Escola Saint - Salas de aula. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina.

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Escola Saint

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Argola Arquitectos, Flint Archicture. Localização: Alcobendas, Madri. Arquiteto Responsável: Joaquin Aramburu. Área: 413.703 m². Ano do projeto: 2013.

Imagem 20 - Localização - Alcobendas. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora.

Grandes aberturas em vidro

Imagem 21 - Circulação interna mostrando aberturas. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina. Marcações: Autora.

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Edifício antigo

Expansão

Imagem 22 - Integração: Edifício antigo e prédio de expansão. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina. Marcações: Autora.

A integração é feita, tanto entre o edifício já existente e a nova área de expansão, quanto com a paisagem externa e interna. A ideia inicial é fazer a ligação entre a antiga fachada de tijolos com os novos painéis de vidro coloridos, as geometrias do existente e do novo se encontrando harmoniosamente. Os grandes jardins do entorno também são usados como playgrounds e áreas de lazer, também em sintonia com a edificação.

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Imagem 23 - Singularidade: Área externa da Escola. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina.

Imagem 24 - Singularidade: Área externa da Escola. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina.

A singularidade formal e conceitual busca enfatizar a criação de uma construção atual e inovadora, mas manter apenas uma linguagem, que não houvesse divisão entre velho e novo, e sim uma única concepção arquitetônica. A combinação da tradicional construção em tijolos aparentes e a modernidade da transparência através do vidro, que trás a cor e luz ao interior do edifício, formam o principal ponto de seu partido arquitetônico.

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Imagem 25 - Planta baixa segundo pavimento mostrando as clarabóias. Sem escala. Fonte: ArchDaily, 2013. Marcações: Autora.

A funcionalidade é a busca por um edifício racional com soluções eficazes na construção dos espaços. Aproveitamento de luz natural com os grandes planos de vidro; um sistema de fornecimento de ar limpo através de escotilhas na cobertura. Aberturas que dão vista para o pavimento inferior, como uma espécie de grande clarabóia, seus fechamentos em plano de vidro que permitem a entrada de luz natural nas salas de aulas e corredores.

Clarabóias Escotilhas na cobertura

Imagem 26 e 27 - Funcionalidade: iluminação por claraboias e sistema de ventilação natural com escotilhas na cobertura. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina. Marcações: Autora.

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Passarela

Expansão

Existente

Imagem 28 - Implantação geral. Sem escala. Fonte: ArchDaily, 2013. Marcações: Autora.

A distribuição do programa é feita de forma harmoniosa no terreno. O edifício existente é ligado com o edifício de expansão por uma passarela. Os edifícios possuem ao seu redor grande vegetação e também pátios de apoio para cada nível etário (Infantil, Primário e Secundário).

Imagem 29 - Área externa da Escola Saint, crianças brincando nos pátios. Fonte: ArchDaily, 2013. Foto: Alberto Ruiz López & María Giménez Molina.

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Planta Térreo

Educação Primária e secundária

Serviços

Área de Apoio

Educação Infantil

Planta Primeiro Pavimento

Educação Primária e secundária

Administração

Imagem 30 - Planta baixa térreo e primeiro pavimento com o programa. Sem Escala. Fonte: ArchDaily, 2013. Marcações: Autora.

O projeto é dividido em cinco principais usos: Área de estudo primário e secundário, que possui as salas de aulas e laboratórios criados após a expansão da escola; área de apoio ao aluno, com biblioteca, refeitório, WCs, etc; educação infantil, que é a área já existente que passou pela reforma; administração, com escritórios, salas de reunião, diretoria, etc; serviço, com cozinha, limpeza, etc.

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CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL MT. HOOD 3.3 Projeto CEI MT. Hood - Referência para mobiliário e contato com a natureza Gresham é uma cidade localizada no estado norte-americano do Oregon. O centro de educação infantil foi construído substituindo uma antiga instalação existente da Faculdade Comunitária Mt. Hood. Antes um estacionamento, agora um local de aprendizado que faz ligações entre a criança e a natureza. O principal conceito do projeto era criar um ambiente onde a criança pudesse explorar os espaços e a natureza, fazer a ligação direta entre as áreas externas e internas. O tema principal é o incentivo a criatividade das crianças, com o conceito de sustentabilidade. O projeto conta com grandes áreas verdes, playground ao ar livre, caixas de área e bombas de água, um local onde as crianças pudessem “se sujar” e desenvolver sua aprendizagem de forma autônoma. O aspecto mais relevante desta referência para o projeto à ser executado, é o uso dos playgrouns ao ar livre, o contato com a natureza e o ambiente natural. Outro ponto usado como referência é do seu layout e mobiliário, que possui móveis baixos menores e mais baixos, na escala da criança.

Imagem 31 e 32 - Vistas externas Centro de Educação Infantil MT. Wood. Fonte: ArchDaily, 2014. Foto: Lincoln Barbour.

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MT. Hood

FICHA TÉCNICA Arquitetos: Mahlum. Localização: Gresham, EUA. Arquiteto Responsável: Diane Shiner. Área: 2113,64 m². Ano Do Projeto: 2011.

Imagem 33 - Localização - Gresham, EUA. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora.

Contato com a natureza Imagem 34 - Áreas externas, crianças em contato com a natureza. Fonte: ArchDaily, 2014. Foto: Lincoln Barbour.

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Imagem 35 e 36 - Móveis na altura da criança. Fonte: ArchDaily, 2014. Foto: Lincoln Barbour. Marcações: Autora.

O teto em algumas salas é mais baixo para criar um espaço na escala da criança, os móveis possuem altura acessível para gerar a autonomia ao alunos. Grandes janelas para entrada de luz natural, paredes espessas para criação de nichos que podem ser utilizados pelas crianças como bancos e locais de brincadeira. O uso de madeira gera um ambiente aconchegante e acolhedor.

Imagem 37 e 38 - Janelas baixas, que formam nichos para as crianças. Fonte: ArchDaily, 2014. Foto: Lincoln Barbour. Marcações: Autora.

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Área externa Circulação Administração Salas de aula Serviço

Imagem 39 - Implantação geral com programa. Escala gráfica. Fonte: ArchDaily, 2014. Marcações: Autora.

O programa é dividido em cinco principais usos: Salas de aula; circulação, administração; serviço e área externa. O uso mais valorizado é a área externa, que possui os playgrounds ao ar livre, caixa de areia, espaços de jogos, etc.

Imagem 40 e 41 - Materialidade Marcante: Madeira. Fonte: ArchDaily, 2014. Foto: Lincoln Barbour. Marcações: Autora.

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ESCOLA INFANTIL SALESIANA DOMBOSQUINHO 3.4 Projeto Escola Infantil Salesiana Dombosquinho - Referência para cores, brises e volumetria A cidade de Piracibada é localizada no interior de São Paulo. O Colégio Salesiano Dom Bosco ocupa um prédio construído em 1920, durante anos foram ministradas ali aulas de ensino fundamental e ensino médio, e em 2010 foi iniciado o projeto de um edifício exclusivamente para ensino infantil, de 2 á 5 anos. O novo edifício fica em frente ao colégio antigo. O edifício possui sua volumetria simples, desenvolvido em forma de L, dando a sensação de blocos empilhados; sua materialidade diversificada, com pastilhas nas cores cinza e amarela, e pintura em cores primárias, trás um aspecto lúdico ao prédio. Uma das maiores preocupações com o projeto foi em executar a ventilação cruzada, para proporcionar o conforto térmico sem a necessidade de ar condicionado. Os aspectos mais relevante desta referência para o projeto à ser executado, é o uso das cores aplicadas nas paredes e nas portas, e o contraste entre o branco e o colorido; outro ponto é o uso dos brises, que faz o bloqueio da luz solar direta, para melhor conforto térmico nas salas de aula; a volumetria, que se desenvolve de forma geométrica porém com leveza.

Imagem 42 - Vista externa da Escola Salesiana Dombosquinho, cores, volumetria e brises. Fonte: ArcoWEB, 2014. Foto: Fernando Stankuns.

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Escola Dom Bosquinho FICHA TÉCNICA Arquitetura: SAA Shieh Arquitetos Associados. Arquitetos Responsáveis: Shieh Shueh Yau e Leonardo Shieh. Local: Piracicaba, São Paulo, Brasil. Construção: NAZS. Área construída: 2.160 m2. Conclusão da obra: 2012.

Imagem 43 - Localização - Piracicaba - SP. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora.

Brises

Imagem 43 - Fachada: cores, volumetria e brises. Fonte: ArcoWEB, 2014. Foto: Fernando Stankuns. Marcações: Autora

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Apoio e Recreação Salas de Aula e ADM Salas de Aula Rampas de Acesso Área Externa (piscinas, quadras, vestiários)

Imagem 44 - Cortes com o programa. Sem Escala. Fonte: ArcoWEB, 2014. Marcações: Autora. Estacionamento Acesso Principal Recreação e apoio

O programa da escola se divide

Rampas de acesso

nos pavimentos que são distribuídos

Administração Salas de aula

através das rampas, fazendo o aproveitamento da topografia do terreno. As áreas de recreação e apoio são no pavimento inferior, como por exemplo refeitório, pátio, palco, quadras, etc; e as salas de aula e administração são nos pavimentos superiores.

Imagem 45 - Planta baixa primeiro e segundo pavimento com o programa. Escala Grafica. Fonte: ArcoWEB, 2014. Marcações: Autora.

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Contraste entre branco e colorido.

Imagem 46 - Paredes claras, portas e móveis coloridos. Fonte: ArcoWEB, 2014. Foto: Fernando Stankuns. Marcações: Autora

Brises

A utilização dos “brises” na fachada, são para impedir a entrada de luz solar diretamente nas salas de aula, gerando maior conforto térmico. Pé direito alto, cores internas predominantemente claras, também são para proporcionar um ambiente mais fresco, sendo que a cidade tem altas temperaturas. Seguindo com a utilização de cores primárias, além da fachada, nas portas das salas de aula, no piso interno e no mobiliário.

Imagem 47 - Materialidade e cores da fachada. Fonte: ArcoWEB, 2014. Foto: Fernando Stankuns. Marcações: Autora

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Escola Montessoriana Wallsdorp 3.5 Projeto Escola Montessoriana Wallsdorp - Referência para o método de ensino na arquitetura A Escola Montessoriana Wallsdorp localizada no distrito de Benoordenhout na Holanda, se caracteriza pelo diálogo que realiza com seu entorno, marcado pelas ruas estreitas, repletas de casas da década de 1930, com estética tradicional com fachada de tijolos aparentes. O grande destaque da escola é a utilização do método Maria Montessori, a educação Montessoriana utiliza seu aspecto arquitetônico diferente do convencional. Na Escola Wallsdorp cada bloco possui suas próprias salas de aula, circulações, salas de atividades e brincadeiras, e uma área de extensão “extra classe”, que trabalha com culinária, pintura, entre outros. Seus blocos são divididos por faixas etárias.

Imagem 48 e 49 - Materialidade e cores da fachada. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Scagliola Brakkee.

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Escola Wallsdorp

FICHA TÉCNICA Arquitetura: De Zwarte Hond. Local: Benoordenhout, Holanda. Construção: Bouwonderneming Stout B.V. Área construída: 2.480 m² Conclusão da obra: 2014.

Imagem 50 - Localização - Benoordenhout, Holanda. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora.

Imagem 51, 52 e 53 - Estrutura que gera autonomia aos alunos. Local de livros, de mochilas e de esportes, na escala da criança. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Scagliola Brakkee.

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Imagem 54 e 55 - Salas de aula com layout descontraído. Cozinha infantil, espaço extra classe com culinária. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Scagliola Brakkee. Marcações: Autora.

Imagem 56 - Área externa, crianças em contato com o externo e a natureza. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Scagliola Brakkee.

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Imagem 57 - Implantação geral - Entorno loteado exclusivamente residencial. Sem escala. Fonte: ArchDaily, 2015. Marcações: Autora.

Imagem 58 - Área externa, crianças em contato com o externo e a natureza. Fonte: ArchDaily, 2015. Foto: Scagliola Brakkee.

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LEVANTAMENTOS Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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4. LEVANTAMENTOS 4.1 Aspectos do bairro O bairro Ipiranga é um bairro predominantemente residencial, com exceção da Avenida Dom Pedro I, que é a avenida principal do bairro, nela vemos durante toda a sua extensão comércios e prestações de serviço, como supermercados, lojas de móveis, lojas de departamentos e vestuário, bancos, lotéricas, entre outros. Diferente da Avenida Rio Pardo que possui em sua grande maioria apenas residências, e poucos comércios, vemos apenas algumas padarias, varejões e pequenos bares. No bairro temos alguns edifícios de destaque como grandes supermercados, escolas municipais e estaduais, e prédios altos de conjuntos habitacionais. A localização do bairro é favorecida, não ficando muito distante da área central da cidade.

Ipiranga

Centro

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Imagem 59 - Localização do Bairro.

Imagem 60 - Localização do Bairro em relação ao centro.

Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora

Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora


4.2 Aspectos do entorno - Uso e ocupação Analisando o mapa podemos afirmar que o bairro é predominantemente residencial, isso aumenta o fato da necessidade de equipamentos urbanos, como por exemplo, creches, postos de saúde, praças, etc. Apesar de na Avenida Dom Pedro I existir vários comercios e prestações de serviço, não encontramos equipamentos de apoio a população do redor. Sendo assim, a população para levar seu filho á escola, teria que fazer uso de transporte coletivo.

Mapa do entorno imediáto - Uso do Solo Por predominância nas quadras

Residencial Prestação de Serviços Comercial Institucional Industrial Sem uso Lote de Projeto Ventos Predominantes

Escala Gráfica

Imagem 61 - Mapa do entorno imediato - Uso do Solo por predominância em quadras. Escala Gráfica. Fonte: Autora

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Institucional - Igreja Evangelica Universal

Institucional - CEAGESP Comercial Residencial Prestação de Serviços Institucional Industrial Vegetação Sem uso Lote de Projeto

Imagem 62 - Esquema de usos - Principais edifícios institucionais. Fonte: Google Maps/ Street View, 2015. Marcações: Autora

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4.3 Aspectos do entorno - Acessos e Vias As vias do entorno são ruas locais de fácil acesso, as mesmas são normalmente utilizadas pelos moradores do bairro. A Via de maior fluxo é a Avenida Dom Pedro I, que possui alto tráfego pelo seu uso ser quase que exclusivamente comercial e de prestações de serviço. A Avenida faz acesso entre a população que vem do centro e da zona sul, até os bairros como Planalto Verde, Alexandre Balbo, Vila Albertina, entre outros, por isso é uma via de alto fluxo, e também pelo fato de ter vários pontos de paradas de transporte coletivo, a avenida possui grande congestionamento em alguns horários, como por exemplo 8h e 18h, que são os horários de entrada e saída de trabalho da maioria da população. Outra característica do entorno é que existem várias Travessas, ruas curtas e exclusivamente residenciais, que em sua maioria são de sentido duplo, e algumas são sem saída.

Vias de Sentido único horizontais (em relação a Av. Dom Pedro I) Vias de Sentido único verticais (mesmo sentido da Av. Dom Pedro I) Vias de Sentido duplo Vias de Sentido duplo tipo “travessas” Lote de Projeto

Imagem 63 - Esquema de sentido de vias do entorno.. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora

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4. Conjunto Habitacional Minha Casa Minha Vida e MRV

3. Supermercado Savegnago

Lote de Projeto

Pontos de Parada de Transporte Avenida Principal de Acesso ao bairro - Av. Dom Pedro I Avenida Importante de Acesso ao bairro - Av. Rio Pardo

1. Escola Estudual de Ensino Médio Professora Amélia dos Santos Musa

2. Escola Municipal de Ensino Fundamental Professor Alfeu Luiz Gasparini

Imagem 64 - Esquema de principais pontos e acessos do entorno - Mapa com localização e fotos. Fonte: Google Maps/ Google Street View, 2015. Marcações: Autora

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4.4 Aspectos do entorno - Topografia e vegetação A topografia do entorno não é muito acentuada, tem um desnível considerável, porém não trás nenhum aspecto prejudicial ao projeto. No aspecto de vegetação, o entorno não é muito favorecido, o local que mais possui árvores e vegetação em geral é em torno da antiga linha férrea, localizada ao lado da Avenida Rio Pardo.

Escala Gráfica

Ventos

Imagem 65 - Mapa do entorno imediato Topografia e Vegetação. Escala Gráfica. Fonte: Autora

Imagem 66 - Foto aérea do lote - Topografia e Vegetação. Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora

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4.5 Aspectos do entorno - Restrições urbanísticas e Apectos Legais Segundo o mapa de macrozoneamento da cidade de Ribeirão Preto, a área de projeto se encontra na ZUP, segundo a lei complementar de numero 2157, na Seção I, Artigo 6°, as áreas de ZUP são denominadas: “I ZUP - Zona de Urbanização Preferencial composta por áreas dotadas de infra-estrutura e condições geomorfológicas propícias para urbanização, onde são permitidas densidades demográficas médias e altas; incluindo as áreas internas ao Anel Viário, exceto aquelas localizadas nas áreas de afloramento do arenito Botucatu-Pirambóia, as quais fazem parte da Zona de Urbanização Restrita;”

BAIRRO IPIRANGA

Imagem 67 - Macrozoneamento. Fonte: Projeto de Lei de Parcelamento uso e ocupação de solo. Marcações: Autora

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4.6 Aspectos do lote O lote escolhido fica na Rua André Rebouças, de esquina com a Rua Bonfim. A escolha do lote foi feita através de algumas condicionantes favoráveis, como por exemplo o fato de ter uma boa localização, o lote está próximo a Av. Dom Pedro I, onde encontramos vários pontos de parada de transporte coletivo; outro fator é a vegetação, há uma grande área arborizada no fundo do lote, que pode ser usada para espaços de recreação infantil; a proximidade com uma vizinhança predominantemente residencial, faz com que essa área tenha grande demanda para a escola á ser implantada.

Imagens 68, 69, 70 e 71 - Panorâmicas da área. Foto: Autora

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O lote possui uma metragem de aproximadamente 4.600 m². Com um desnível de quatro metro, norte verdadeiro com face para a esquina da via. Possuindo essas condições o terreno é favorável para a implantação do projeto do Centro de Educação Infantil.

Imagem 72 - Mapa da topografia do terreno.

Imagem 72 - Foto aérea da topografia do terreno.

Sem escala. Fonte: Autora.

Fonte: Google Maps, 2015. Marcações: Autora.

Imagem 73 - Topografia do terreno. Maquete eletrônica. Fonte: Autora, Sketchup.

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PREMISSAS PROJETUAIS Projeto Geração Futuro. Foto: Ana Flávia Nonato de Souza Queiroz.

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5. PREMISSAS PROJETUAIS 5.1 Definição do Programa de necessidades Para a construção de um Centro de Educação Infantil é necessários fazer análise de alguns documentos, como por exemplo a Cartilha de Infraestrutura de Escolas do MEC (Ministério da Educação e Cultura), e também o Catálogo Técnico de Edificações Escolares da FDE (Fundação do Desenvolvimento da Educação). Esses documentos fazem especificações de programas de necessidades básicos para cada nível escolar.

“Sabemos da centralidade da questão espacial na educação, principalmente aquela formal desenvolvida em instituições. Na verdade, o espaço físico não apenas contribui para a realização da educação, mas é em si mesmo uma forma de educar. Conforme afirma Antônio Viñao-Frago, referindo-se ao espaço escolar, este não é apenas um cenário onde se desenvolve a educação, mas sim uma forma silenciosa de ensino.” (FRAGO, 1995, p. 69). Fazendo a leitura e análise de tais documentos, associados com as leituras e referências projetuais, podemos fixar um programa básico para o Centro de Educação Proposto. Será projetado para utilização de aproximadamente 130 crianças, em período integral, de 2 á 5 anos, essas faixas etárias são para níveis denominados: maternal I, maternal II e jardim de infância. Sendo crianças de 2 anos maternal I, 3 anos maternal II, e 4 e 5 anos jardim de infância. Com duas salas para cada nível, teremos um total de seis salas de aulas. Segundo a cartilha do MEC as salas de aula para o nível maternal devem ser dotadas de banheiros e pias de fácil acesso das professoras, para atenderem qualquer necessidade imediata das crianças. Áreas de apoio como refeitório e salas de atividades também devem ser consideradas. Administrativo, para professores, secretárias e atendimentos aos pais, devem estar próximas a entrada, com fácil acesso. E áreas de serviços, com acesso para carga e descarga de alimentos e materiais de limpeza, cozinha, lavanderia, etc. Fomando assim o programa básico para o Centro de Educação. Segundo a tabela de Programas Arquitetônicos da FDE, as metragens mínimas para cada área são: Administração = 121,50 m² Pedagógico = 487,68 m² Apoio/ Serviço = 183,87 m² Pátio Coberto = 129,60 m² Metragem mínima do programa = 922,65 m²

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Imagem 74 - Fluxograma - Programa de necessidades dividido de forma esquemática. Sem escala. Fonte: Autora.

Definindo as necessidades e as metragens mínimas, podemos fazer uma forma de setorização das áreas e pré definí-las: - Apoio/ Serviço: Refeitório, Cozinha, Área de serviço, Vestiários, Depósito; - Administração: Secretaria, Recepção, Pedagógico, Sala de professores, Copa, Sala de reunião, Diretoria, Sala do Vice diretor, Almoxarifado, W.C. Masculino, W.C. Feminino. - Pedagógico: Salas de aula, Salas de atividades, W.C. Masculino, W.C. Feminino. - Pátio coberto. Contando também, que segundo a Lei complementar de número 2158, o Código de obras estabelece que é necessário uma área de estacionamento, sendo de uma vaga a cada 100m² de área total construída.

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5.2 Partido Arquitetônico O Partido Arquitetônico se baseia no conceito de uma educação que gere autonômia na criança, que motive seu ensino prático, sendo assim, o Centro de Educação contará com diferenciais em sua definição de projeto. Um dos aspectos mais relevantes é a auto-educação, desta forma, temos como essência a criação de áreas que proporcione isso, uma das medidas a serem adotadas como partido, é a introdução de uma área verde de apoio para cada sala de aula, as crianças terão suas plantas, seus vasos, pequenos animais, brinquedos para área externa, entre outros objetos que as incentive estar em contato com a natureza e a desenvolver sua própria “plantação”.

Imagem 75 - Crianças cuidando de mudas.

Imagem 76 - Telhado verde usado como apoio de salas.

Fonte: Globo G1, 2012. Foto: Paula Casagrande.

Fonte: ATVerde Brasil, 2014.

Areas verdes de apoio as salas de aulas, contarão com grandes portas de correr de vidro, para facilitar o acesso, para entrada de iluminação natural e para manter as crianças com a vista do belo jardim durante suas outras atividades dentro das salas de aula. Layout das salas de aula possuirão pequenas mesas, que permitam sua movimentação pelas professoras, de forma de possam aumentar o espaço para atividades diferenciadas, como brincadeiras e histórias. Prateleiras baixas e brinquedos acessíveis, contando com a aplicação do Método Maria Montessori, onde se motiva a criança a se desenvolver de forma ativa e não dependente. Ambiente colorido e com várias texturas, para criação de uma área com caráter lúdico, que incentive a criatividade da criança e a insira em um ambiente favorável ao aprendizado.

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5.3 Primeiros Estudos Após concluir o programa de necessidades, definindo os setores, ambientes e metragens, e também dar as diretrizes do projeto através do partido arquitetônico, podemos iniciar os primeiros estudos.

Segundo o estudo de insolação, a face norte aponta para a esquina do terreno, sendo assim o fundo do lote seria a melhor opção para as salas de aula, para receberem menor insolação, principalmente no período do tarde, onde o sol é mais forte. No que diz respeito a ventilação, podemos observar que os ventos predominantes apontam da direção do fundo do lote para a frente, e localizando a área pedagógica mais ao fundo do lote, permite salas de aulas mais arejadas, o que traz um grande benefício ao o projeto, já que as temperaturas da cidade sempre são bem elevadas praticamente o ano todo. A topografia não possui declividade muito acentuada, existe um desnível de quatro metros, sendo o ponto mais alto a frente e o mais baixo ao fundo, que se torna mais uma justificativa para as salas ao fundo, pois gera uma proteção maior da criança, que fica longe da entrada da escola e consequentemente da rua. Diante dos estudos, definimos o programa distribuído no terreno com suas metragens.

Imagem 77 - Definição do programa no terreno. Escala Gráfica. Fonte: Autora.

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Imagem 78 - Estudo de insolação, mostrando face norte e Topografia do terreno, com possíveis aterros para adequação do programa. Escala Gráfica. Fonte: Autora.

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5.4 Anteprojeto Definindo o programa de, o partido arquitetônico, as metragens necessárias e a melhor distribuição no lote, criamos a primeira proposta de planta baixa.

Imagem 79 - Planta geral, primeira proposta. Escala Gráfica. Fonte: Autora.

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Escala Gráfica em metros Imagem 80 - Recorte da planta - Bloco Apoio/ Serviço. Proposta de layout. Escala Gráfica. Modulação. Fonte: Autora.

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Modulação de 2,5mx2,5m


Escala Gráfica em metros

Modulação de 2,5mx2,5m

Imagem 81 - Recorte da planta - Bloco Administração. Proposta de layout. Escala Gráfica. Modulação. Fonte: Autora.

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Escala Gráfica em metros

Modulação de 2,5mx2,5m

Imagem 82 - Recorte da planta - Bloco Pedagógico. Proposta de layout. Escala Gráfica. Modulação. Fonte: Autora.

A primeira proposta de anteprojeto, dividiu os três blocos entre Bloco de Apoio/Serviço, Bloco Administrativo e Bloco Pedagógico. Assim, desenvolvemos um layout inicial e uma volumetria. O conceito do partido arquitetônico é fazer a utilização de áreas individuais para cada sala de aula, como uma espécie de jardim, para o apoio pedagógico. Também teremos um grande pátio coberto, que dá acesso para o refeitório e a recepção. Grandes áreas verdes que circundam os blocos. Na volumetria podemos observar a execução do programa do Bloco pedagógico através de uma estrutura “H”, que localiza salas de aulas dos dois lados e um bloco sanitário ao meio.

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Imagem 83 - Maquete eletr么nica - Primeiros estudos. Fonte: Autora.

Para primeira fase, encerramos com o anteprojeto e uma volumetria b谩sica do projeto. Agora no decorrer do trabalho continuaremos o desenvolvimento do projeto e aprimoramento das ideias.

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Imagem 84 e 85 - Maquete eletr么nica - Primeiros estudos. Fonte: Autora.

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Imagem 86 e 87 - Maquete eletr么nica - Primeiros estudos. Fonte: Autora.

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6. bIBLIOGRAFIA HORN, Maria da Graça de Souza. Sabores, cores, sons, aromas. A organização dos espaços na educação infantil. Porto Alegre: Artmed, 2004. COSTA, Magda Suely Pereira. Maria Montessori e seu método. Brasília: Linha Críticas, v. 7, 2001. ARANHA, Maria Lúcia. História da Educação. São Paulo: Moderna, 1989. MONTESSORI, Maria. Pedagogia Científica. Traid. Aury Brunetti. São Paulo: Flaboyant, 1961. C. C. K. KOWALTOWSKI, Doris. Arquitetura Escolar – O projeto do ambiente de ensino. Campinas: Oficina de Textos, 2011. DIDONET, Vital. Creche: a que veio, para onde vai. In: Educação Infantil: a creche, um bom começo. Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18, n. 73. Brasília, 2001. KRAMER, Sonia. A política do pré-escolar no Brasil: a arte do disfarce. 5. ed. São Paulo: Cortez, 1995. RIZZO, Gilda. Creche: organização, currículo, montagem e funcionamento. 3. ed. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2003. FRAGO, Antônio Viñao; ESCOLANO, Agustín. Currículo, espaço e subjetividade: a arquitetura como programa. 2. ed. Rio de Janeiro: DP&A, 1998. Escola FORTEC. Disponível em: <http://www.fortec.edu.br/educacao-infantil/educacao-infantil-maternal-i-e-ii-jardim-i-e-ii> Acesso 04 de Junho de 2015. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/leis/pesquisa/ver.php?id=25704> Acesso em 16 de Março de 2015. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/leis/pesquisa/ver.php?id=23830> Acesso em 16 de Março de 2015. A TVerde. Disponível em: <http://atverdebrasil.com.br/telhado-verde-serve-como-sala-de-aula-em-universidade-americana/> Acesso em 03 de Junho de 2015. O Globo G1, Notícias. Disponível em: <http://g1.globo.com/ro/rondonia/noticia/2012/09/criancas-de-cacoal-ro-plantam-mudas-de-cafe-no-dia-da-arvore.html> Acesso em 03 de Junho de 2015.

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Fundação de Desenvolvimento da Educação, Catálogo Técnico. Disponível em: <http://catalogotecnico.fde.sp.gov.br/meu_site/ index.html> Acesso em 20 de Março de 2015. Fundação de Desenvolvimento da Educação. Catálogos. Disponível em: <http://www.fde.sp.gov.br/PagesPublic/InternaProgProj. aspx?contextmenu=catalogo> Acesso em 20 de Março de 2015. Revista HISTEDBR On-line. Disponível em: <http://www.histedbr.fe.unicamp.br/revista/edicoes/33/art05_33.pdf> Acesso em 01 de Maio de 2015. IBGE - Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística. Disponível em: <http://www.censo2010.ibge.gov.br/sinopse/index.php?uf=35&dados=26#topo_piramide> Acesso em 02 de Maio de 2015. Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto. Disponível em: <http://www.ribeiraopreto.sp.gov.br/seducacao/i15atend05.php> Acesso em 23 de Maio de 2015. ArchDaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-129766/reforma-da-escola-saint-argola-arquitectos-mais-flint-archicture> Acesso em 04 de Abril de 2015. SAKO Architects. Disponível em: <http://www.sako.co.jp/main/en/pj-FamilyBox-Nanmofang-2013.html> Acesso em 04 de Abril de 2015. Argola Arquitectos. Disponível em: <http://www.argolaarquitectos.com/> Acesso em 04 de Abril de 2015. ArchDaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/01-129766/reforma-da-escola-saint-argola-arquitectos-mais-flint-archicture> Acesso em 04 de Abril de 2015. ArchDaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/category/escolas> Acesso em 04 de Abril de 2015. ArchDaily. Disponível em: <http://www.archdaily.com.br/br/760003/family-box-em-pequim-sako-architects> Acesso em 04 de Abril de 2015. Blog Ciranda da Aprendizagem. Disponível em: <http://cirandadaaprendizagem.blogspot.com.br/2013/07/maria-montessori-medica-que-valorizou-o.html> Acesso em 05 de Abril de 2015.

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