Mulheres na Ciência

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MULHERES NA CIÊNCIA BRASILEIRA

[... ]Elas existem e até são em maior número na maioria das áreas do conhecimento. Mas, como entraram só mais recentemente nesse universo, são minoria entre os pesquisadores mais titulados e, portanto, recebem menos recursos para bolsas e auxílios que exigem maior experiência e títulos. E são quase invisíveis em cargos de direção de centros e institutos de pesquisa ou de gestão de política científica e tecnológica. A Academia Brasileira de Ciências, por exemplo, tem cerca de 10% de mulheres em seus quadros. Pouco, mas mais que nos Estados Unidos, onde a presença feminina está em torno de 7,5%. Em 1965, a revista Science publicou um artigo que se tornou um marco, por ser aparentemente o primeiro sobre o assunto:Mulheres na ciência: por que tão poucas?" E dava as respostas: incompatibilidade da carreira com a maternidade e o casamento, habilidade intelectual, falta de independência da mulher, falta de persistência no trabalho, maior envolvimento com atividades sociais que acadêmicas e influências familiares. De lá para cá, muita coisa mudou. Outras, nem tanto. No Brasil, por exemplo, na segunda metade da década de 90, as mulheres se tornaram maioria nos bancos universitários e entre os formandos participantes do exame nacional de cursos, conhecido como Provão . Em 1998, elas eram 53,9%; em 2002, 66% dos que fizeram o exame. Mas como isto se reflete na carreira científica? As pesquisadoras Hildete Pereira de Melo e Helena Maria Martins Lastres, respectivamente da Faculdade de Economia da Universidade Federal Fluminense e do Instituto de Economia da Universidade Federal do Rio de Janeiro, fizeram um diagnóstico do assunto. O trabalho das pesquisadoras, apresentado [...] procurou traçar um quadro dessa inserção feminina no sistema de pesquisa nacional, "partindo da hipótese que, a despeito do crescimento expressivo do número de mulheres com formação universitária no Brasil, a participação feminina na produção do conhecimento ainda está aquém da presença feminina na universidade". Elas começaram analisando a presença feminina na universidade. "As mulheres entraram no século 20 analfabetas e terminaram o século com escolaridade maior que a dos homens", observa Hildete de Melo. Em 2001, segundo ela, 52% das pessoas com diploma superior no Brasil eram mulheres. Em 2002, entre os estudantes presentes ao Provão, as mulheres eram 94,5% dos formandos em Pedagogia, 89,2% em Psicologia, 89,1% em Enfermagem, 86,7% em Letras e 73,8% dos formandos em Biologia, carreiras tradicionalmente classificadas como femininas. Em contrapartida, nas profissões tradicionalmente tidas como masculinas – Engenharias Mecânica, Elétrica e Civil, Física e Agronomia – a participação feminina era, respectivamente, de 4,5%, 10,4%, 25,3%, 27,5% e 29,2% dos formandos. Entretanto, as mulheres foram ocupando, de forma gradativa, novas áreas. Entre os formandos dos cursos de Matemática, Odontologia e Jornalismo já há predominância feminina; e há um certo equilíbrio de gênero entre os formandos dos cursos de Administração, Direito, Medicina Veterinária, Engenharia Química, Química e Medicina. Disponível em < http://agencia.fapesp.br/mulheres_na_ciencia_brasileira/622/> Acessado em 10 agosto de 2016


Análise do texto: a)

No texto relata-se uma brincadeira sobre a composição do Conselho Nacional de Ciência e Tecnologia. Esse texto ainda faz sentido atualmente?

b) Segundo o texto, existem menos mulheres cientistas do que homens. Você concorda com isso? Existe alguma outra área na qual existem mais homens empregados do que mulheres? Quais os motivos para isso? c)

Você considera importante a contribuição fermina para a ciência? Justifique.

d) Cientistas negros, assim como mulheres, estão pouco representados na ciência e em cargos de coordenação científica. Você concorda com essa afirmação? Em caso positivo, quais motivos justificam essa diferença?


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