CENTRO UNIVERSITÁRIO DE BELO HORIZONTE – UNIBH CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO
BRUNA MACHADO FERNANDA LILIANE HIGOR HENRIQUE TAMARA GUSMÃO
PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO
Belo Horizonte 2015
BRUNA MACHADO FERNANDA LILIANE HIGOR HENRIQUE TAMARA GUSMÃO
PRODUÇÃO DO ESPAÇO URBANO MOBILIDADE E ACESSIBILIDADE
Dissertação crítica, sobre Mobilidade e Acessibilidade, à partir das conclusões feitas pelo grupo, após os slides apresentados em sala de aula, na disciplina de Produção do Espaço Urbano, do curso de Arquitetura e Urbanismo, do Centro Universitário de Belo Horizonte, pesquisa em sites, artigos e livros sobre o assunto. Professor da disciplina: Christiano Ottoni
Belo Horizonte 2015
A problemática sobre a aplicação no contexto urbano, dos termos Mobilidade e Acessibilidade, se inicia, com a falta de entendimento dos próprios termos, onde seu próprio uso se encontra equivocado, juntamente com o desenvolvimento de um, sem que o outro acompanhe e com uma série de medidas não abrangidas anteriormente, acarretando consequências que agravam mais o problema. Primeiramente, temos que entender que, a ineficiência de todo um sistema anterior a utilização dos termos, contribui para o mal funcionamento a respeito da chamada “Cidade Geosuportada”, (Professor Msc Edézio Teixeira), que para um local onde haja uma boa “habitação”, se exige anteriormente, uma sistemática complexa com a utilização de 3 plataformas espaciais, que são; •
INFRA ESTRUTURA do local, que segundo o Professor Msc Edézio Teixeira, se configura como, “a plataforma geológica, que é o sistema geológico em seus aspectos construtivos e comportamental, encontrada no sítio, antes mesmo, que o homem a explore, possuindo seus valores ambientais”, como, por exemplo: Topografia do local, Tipo de fauna e flora, Tipo de solo, Recursos Hídricos e etc.
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MESO ESTRUTURA do local, que segundo o Professor Msc Edézio Teixeira, se configura como, “conjuntos e sistemas que proporcionam condições de funcionamento à superestrutura, adaptando-se as condições impostas pela infraestrutura do local”, como, por exemplo: Ruas, Redes que alimentam as casas, como esgoto e água e etc.
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SUPER ESTRUTURA do local, que segundo o Professor Msc Edézio Teixeira, se configura como, “conjuntos das estruturas antrópicas finalísticas, compreendendo as edificações implantadas sobre o meio físico”, como por exemplo: casas, industrias, comércios e etc.
Estas, através de relações técnicas e coerentes entre os sistemas, conceberiam que a mesoestrutura, a infraestrutura e a superestrutura, seriam implantadas de forma mais técnica e coerente, gerando um sistema mais correto, onde rua, via, caminhos, edificações, teriam mais facilidades quanto a mobilidade e principalmente acessos das pessoas e eles. Porém, atualmente a classificação das próprias plataformas estão equivocadas, em apenas duas classes e sem definições
corretas em seus aspectos, onde a infraestrutura se classifica como os sistemas que dão suporte as superestruturas, como ruas, tubulações, linhas energéticas, de drenagem e etc., e a superestrutura, como tudo aquilo que está sendo conectado pelas infraestrutura e que propiciam um edificado que é posto em cima de uma plataforma geológica, as vezes sem preparações adequadas, como casas, prédios, edifícios industriais e etc., tornando, uma análise equivocada do local, para que possa se planejar de forma correta todo o espaço da cidade e proporcionando espaços criados, que se tornam excludentes, para a população. Outro fator que agrava de forma considerável esta problemática, é a falta de comprometimento dos governantes, muitas vezes por interesses próprios, por não estarem preocupados em decidir, sobre abordagens, que sejam eficazes para o bom funcionamento das cidades e juntamente com a contribuição de grande parte da população, pois, muitos estando na chamada “zona de conforto”, apenas se manifestam, quando se é gerado um problema que atinja a si atualmente e não por uma melhora de um quadro atual, onde se gere um problema futuro ou por vontade de participação sobre decisões políticas, proporcionando aos próprios políticos, um maior controle sobre a situação, como por exemplo, em audiências públicas, que a população pode participar, mas uma minoria comparece e muitas vezes quando comparece, é por que tem situações que serão abordadas, que são de seu interesse. Com esses fatos anteriores, chegamos a problemática da Mobilidade e dos acessos a esta mobilidade, onde, a falta de investimentos em pesquisas e análises, relacionados ao ambiente, (infraestrutura) em que vá implantar os sistemas de mobilidades e acessos entre esses sistemas, geram equívocos, pois, uma análise equivocada no local ou falta dela, gera uma mesoestrutura incompatível com aquele sítio, como por exemplo em Belo Horizonte, por ter uma características de perfil topográfico com vários aclives acentuados, possui um mesmo sistema de transporte que outras cidades que são mais planas e inclusive, com alguns pensamentos atuais equivocados, tentando implantar outros tipos de mobilidade, como ciclovias em locais inadequados, que possuem declividades acentuadas, só porque em cidades como o Rio de Janeiro foram implantadas, mas a diferença, é que foram em locais de poucas declividades, gerando um equívoco pensar em implantar os mesmos tipos de mobilidade em locais com características tão distinta e sem que o sítio seja
pesquisado e abordado de uma forma mais complexa, não obtendo interligações entre os sistemas e estes, não estando cada um no seu devido local, tornando o acesso das pessoas, que possuem o direito de ir e vir, seja por meio de transporte público ou privado, coletivos ou individuais, motorizados ou não, de péssima qualidade. Com o agravamento das inexistências de ações e políticas públicas que poderia ter como objetivo principal, analisar o sítio a ser implantado todo o sistema, caracterizando cada tipo de deslocamentos adequado, para cada local, ou seja, relacionando oferta de qualidade nos meios de deslocamentos da população com os locais corretos de implantação de cada sistema. Alguns profissionais da geografia, classificam a gestão da mobilidade urbana em dois tipos, onde o chamado PLANEJAMENTO DE OFERTA, que é um modelo preventivo, onde se considera a aptidão daquele local para fazer as instalações, evitando que se ocorra problemas, como transito no futuro é o oposto do chamado PLANEJAMENTO DE DEMANDA, que é um modelo corretivo, onde através de um problema já existente no local, tomam-se medidas, para que aquele problema específico, seja solucionado. Porém, muito equivocadamente, no Brasil o mais usual é o de demanda, onde, depois que a mobilidade está se gerando muitos problemas, se tomam soluções para tentar diminuir este problema e com isso a gestão de mobilidade urbana aparece, apenas como uma solução para aqueles problemas e não como para evitá-los. Atualmente, troca-se ou demolir-se, facilmente uma construção, que não esteja tombada, pois, uma casa mal posicionada é fácil ser demolida, mas, é muito difícil se ver a remoção de uma rua, ou meramente a modificação do seu greide, para uma melhora de todo o sistema, pois, mesmo com uma via mal posicionada, gerando mobilidades e acessibilidades prejudiciais, a ocupação nas proximidades da mesma, é tão intensa e com o tempo só aumenta, que ao tentar modificá-la, se “esbarra” no chamado pacote cultural, que as pessoas estabelecem com aquele local, tornando mais difícil alguma modificação, mesmo que seja para uma melhora. Questões de falta de investimento em um planejamento, quanto a melhoria de mobilidade e acessos, principalmente em um pensamento desta mobilidade em forma de conjunto e não individualmente e acessos a esta mobilidade, que geralmente, mesmo tendo mobilidade, não se encontram acessos a estes, onde
deveria se ter uma grande importância no país, pois, no dia a dia se presencia o desgosto em uma mobilidade conjunta, como em transportes coletivos ineficientes, sem qualidade, insegurança, preços altos, horários e trajetos que dificultam e superlotação em transportes coletivos, juntamente ao difícil acesso estes poucos modais, fazendo que aumente disparadamente o número de meios de transporte individual, onde juntamente com a “facilidade em adquirir o veículo próprio”, seja carro ou moto, agrava ainda mais outros tipos de mobilidade, como o simples fato de caminhar, pois gera insegurança e uma série de problemas ambientais, como poluição sonora, atmosférica e com isso, a população procura a sua própria solução de fugir das condições precárias que encontram os tipos de mobilidades, tentando se manter na sua zona de conforto, geralmente em carros, onde possuem no máximo 1 ou 2 pessoas, gerando o crescimento desordenado do transito nos centros urbanos e ajudando a piorar consideravelmente a situação da mobilidade urbana, com o pais vivendo um constante crescimento de frota de automóveis e motocicletas, com um aumento de cerca de 400% da demanda nos últimos 10 anos (fonte: IBGE). Percebe-se também, que há um tempo, estes problemas de mobilidade e acessibilidade, eram somente nas grandes cidades do país, tais como, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, São Paulo, mas com a falta de um planejamento regional e investimento por parte do governo na gestão sobre a mobilidade e os acessos a ela, as pequenas cidades atualmente, se encontram com os mesmos problemas das cidades grandes. Apesar de todas essas problemáticas, encontramos, profissionais bem capacitados que tentam propor uma serie de ideias, para que a mobilidade e acessibilidade das pessoas, sejam feitas de maneiras mais corretas pelas cidades, sendo que o termo mobilidade urbana sustentável, vem de profissionais, que propõe, práticas de sistemas de mobilidades e transportes integrados, que sejam capazes de reduzir o uso dos carros, gerando uma melhor qualidade de vida das próprias cidades, mas, muitas vezes, essas boas ideias, são barradas por vontades de políticos que são vinculados a grandes empresas, como automobilísticas, pois, essas medidas, sendo tomadas, gera uma qualidade para uma cidade muito melhor, porém, gera uma quantidade de lucro bem menor, para alguns setores da economia. Temos como exemplo a cidade de Medelín, na Colômbia, que era o berço da
marginalidade e hoje é considerada como grande exemplo, possuindo sistemas intermodais e multimodais, sendo que estes, se são implantados nos locais que condizem para cada modal de transporte e possuindo também acessibilidade de todos, como exemplo, nos morros onde se obteve um grande crescimento informal, foram instalados teleféricos acessíveis por escadas rolantes. Sendo assim, pensamos que para solucionar problemas existentes na mobilidade e acessos a todos estes sistemas, por toda a cidade, precisa-se de uma reformulação, possuindo vontade política em conjunto com a vontade da população, a fim de obter um bom banco de dados, para que se possam fazer boas análises, sobre quais melhores medidas a se tomar, evitando equívocos e consequentemente, projetos que forneçam ás pessoas, melhorarias para seus deslocamentos e acessos aos locais de mobilidade, através do espaço urbano prazerosos e em boas qualidades, além de sistemas multimodais e intermodais de transportes integrados, sendo aplicados pontualmente, com cada um sistema, em um determinado local que seja o mais apropriado, com mobiliários e equipamentos de transporte coletivos de boa qualidade e um funcionamento de todo este sistema de forma correta e acessíveis por todos, pois desta forma, os usuários de transportes privados, iriam também começar a usufruir do transporte coletivos, diminuindo os veículos nas vias, consequentemente gerando mais espaços nas cidades e promovendo nestes espaços, uma melhor condição mobilidade e de acessibilidade a estes modais, através de calçadas mais largas, ciclovias onde fossem apropriadas, áreas verdes e áreas de lazer.