UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL CENTRO DE ARTES E ARQUITETURA – CAMPUS 8 CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO I
BRUNA PAIM PASQUALI
CENTRO CULTRAL PARA CAXIAS DO SUL
CAXIAS DO SUL 2016
BRUNA PAIM PASQUALI
CENTRO CULTURAL PARA CAXIAS DO SUL
Relatório científico apresentado como requisito parcial para aprovação na disciplina Trabalho de Conclusão de Curso I em Arquitetura e Urbanismo Orientador: Arq. Prof. Esp. Daniel Eduardo Reimann Coordenadora: Arq. Prof. Me. Jaqueline Viel Caberlon Pedone
CAXIAS DO SUL 2016
" Você tem que aceitar o diálogo. E aceitar um diálogo não significa que você tem que fazer o que as pessoas te dizem, precisa entendê-las. Isso faz parte da essência do nosso trabalho. Uma boa construção sempre conta uma história. Há uma narrativa. É por isso que escrever, tirar uma foto ou ser um arquiteto não são coisas distintas. Você precisa de uma boa história e uma boa escrita. Você precisa ter os dois." Renzo Piano
RESUMO O presente trabalho apresenta como tema o desenvolvimento de um Centro Cultural para o Município de Caxias do Sul. A decisão para a elaboração desse trabalho surge devido a demanda existente não ter infraestrutura adequada para a realização de atividades culturais, principalmente espaços de ensaios com qualidade, e também na crescente procura da população por atividades e eventos culturais. Sabendo da importância dos espaços públicos e a necessidade de consolidação desses, a decisão pela implantação do projeto próxima ao Parque Linear foi fundamental para tornar o espaço visível e fortalecer os espaços públicos e culturais. O resultado é uma união entre a Praça do Trem e a praça do Centro Cultural, gerando uma nova praça totalmente ampla. A edificação se consolida em pilotis, de forma que o espaço abaixo gera uma praça de uso público. O desenvolvimento em três blocos ainda consolida uma praça interna com espaços de estares. O programa oferecido pelo Centro Cultural consegue abranger diversas áreas da cultura, como artes, teatro, dança e música, sendo articulado aos espaços abertos existentes e a criação de uma praça. Palavras-chave: centro cultural, espaços públicos, Caxias do Sul
LISTA DE FIGURAS Figura 1 – Principais Incentivos ................................................................................. 14 Figura 2 – Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima. ..................................... 15 Figura 3 - Centro Municipal de Cultura Henrique Ordovás Filho. .............................. 16 Figura 4 – Centros Culturais. ..................................................................................... 16 Figura 5 – Rede Pontos de Cultura. .......................................................................... 17 Figura 6 – Principais Parques e Praças. ................................................................... 19 Figura 7 – Alguns eventos do Município.................................................................... 20 Figura 8 – Perspectiva externa. ................................................................................. 21 Figura 9 – Composição formal................................................................................... 22 Figura 10 – Visual externa. ........................................................................................ 23 Figura 11 – Perspectiva da relação entre os dois blocos. ......................................... 23 Figura 12 – Planta baixa térreo. ................................................................................ 24 Figura 13 – Planta baixa subsolo. ............................................................................. 25 Figura 14 – Imagem do conjunto. .............................................................................. 26 Figura 15 – Diagrama dos usos de cada bloco. ........................................................ 26 Figura 16 – Croqui do conjunto. ................................................................................ 27 Figura 17 – Prédio elevado, praça contínua. ............................................................. 27 Figura 18 – Definição do Programa. .......................................................................... 29 Figura 19 – Organograma. ........................................................................................ 30 Figura 20 – Fluxograma. ........................................................................................... 31 Figura 21 – Resumo quadro de áreas. ...................................................................... 32 Figura 22 – Pré-dimensionamento Setor Social. ....................................................... 33 Figura 23 – Pré-dimensionamento Setor Administrativo. .......................................... 33 Figura 24 – Pré-dimensionamento Setor Música....................................................... 34 Figura 25 – Pré-dimensionamento Setor Dança........................................................ 34 Figura 26 – Pré-dimensionamento Setor Teatro. ...................................................... 35 Figura 27 – Pré-dimensionamento Setor Artes Visuais. ............................................ 35 Figura 28 – Pré-dimensionamento Setor Auditório. ................................................... 35 Figura 29 – Pontos de Interesse................................................................................ 38 Figura 30 – Área de Abrangência. ............................................................................. 39 Figura 31 – Critérios, pontos de interesse aproximado e possíveis terrenos. ........... 40 Figura 32 – Localização do terreno. .......................................................................... 41 Figura 33 – Fluxo e sentido das vias. ........................................................................ 42 Figura 34 – Abrangência do transporte coletivo. ....................................................... 42 Figura 35–Usos. ........................................................................................................ 43 Figura 36 – Alturas. ................................................................................................... 44 Figura 37 – Fundo/Figura. ......................................................................................... 44 Figura 38 – 3D do entorno. ........................................................................................ 45 Figura 39 – Visuais do entorno. ................................................................................. 46 Figura 40 – Mapa de percurso................................................................................... 47 Figura 41 – Percursos. .............................................................................................. 47 Figura 42 – Topografia. ............................................................................................. 48 Figura 43 – Condicionantes Físicos. ......................................................................... 49 Figura 44 – Condicionantes Legais. .......................................................................... 50 Figura 45 – Intenções projetuais. .............................................................................. 51 Figura 46 – Diretrizes de implantação. ...................................................................... 52
Figura 47 – Resumo das diretrizes e intenções......................................................... 53 Figura 48 – Zoneamento do Estudo Preliminar. ........................................................ 54 Figura 49 – Zoneamento explodido do estudo preliminar.......................................... 55 Figura 50 – Planta Baixa Térreo do estudo preliminar. ............................................. 56 Figura 51 – Planta Baixa Primeiro Pavimento do estudo preliminar. ......................... 56 Figura 52 – Planta Baixa Segundo Pavimento do estudo preliminar. ........................ 57 Figura 53 – Planta Baixa Subsolo 1 do estudo preliminar. ........................................ 58 Figura 54 – Cortes do estudo preliminar. .................................................................. 59 Figura 55 – Definições estruturais do estudo preliminar............................................ 60 Figura 56 – Repertório de intenções formais e de fechamentos do estudo preliminar.61 Figura 57 – Perspectiva aérea 1 do estudo preliminar. ............................................. 61 Figura 58 – Perspectiva aérea 1 do estudo preliminar. ............................................. 62 Figura 59 – Perspectiva aérea 3 da área de estudo preliminar. ................................ 62 Figura 60 – Perspectiva altura observador da Praça do Trem para o Centro Cultural: prédio elevado com pilotis. ........................................................................................ 63 Figura 61 – Zoneamento Partido Geral. .................................................................... 64 Figura 62 – Perspectivas de implantação. ................................................................. 65 Figura 63 – Zoneamento geral edificação. ................................................................ 66 Figura 64 – Zoneamento Explodido........................................................................... 67 Figura 65 – Planta Baixa Subsolo 2 .......................................................................... 68 Figura 66 – Planta Baixa Subsolo 1 .......................................................................... 69 Figura 67 - Planta Baixa Térreo................................................................................. 70 Figura 68 - Planta Baixa Primeiro Pavimento ........................................................... 71 Figura 69 - Planta Baixa Segundo Pavimento ........................................................... 71 Figura 70 – Cortes ..................................................................................................... 72 Figura 71 - Fachadas ................................................................................................ 73 Figura 72 – Espaços Abertos .................................................................................... 74 Figura 73 - Estrutura.................................................................................................. 75 Figura 74 – Definições estruturais. ............................................................................ 76 Figura 75 – Dimensões pilares e lajes....................................................................... 76 Figura 76 - Conforto .................................................................................................. 77 Figura 77 – Perspectivas de espaços abertos. .......................................................... 78 Figura 78 – Perspectivas internas. ............................................................................ 79
LISTA DE TABELAS Tabela 1 – Tabela dos Pontos de Cultura. ................................................................ 18
SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 10 1.1
TEMA ........................................................................................................... 10
1.1.1 Delimitação do tema ............................................................................................................ 10
1.2
JUSTIFICATIVA ........................................................................................... 10
1.4 OBJETIVOS ..................................................................................................... 11 1.4.1 Objetivos Específicos ............................................................................................................ 11
1.5 METODOLOGIA .............................................................................................. 11 2 A CENA CULTURAL DE CAXIAS DO SUL ............................................................ 13 2.1 O MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL ................................................................ 13 2.2 CULTURA COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO .................................. 13 2.3 LEIS DE INCENTIVO ....................................................................................... 14 2.4 EQUIPAMENTOS CULTURAIS ....................................................................... 15 2.4.1 Pontos de Cultura ................................................................................................................. 17
2.5 PARQUES E PRAÇAS .................................................................................... 19 2.6 EVENTOS ........................................................................................................ 20 3 O REPERTÓRIO FUNCIONAL, FORMAL E TECNOLÓGICO............................... 21 3.1 CENTRO CULTURAL LES QUINCONCES / BABIN+RENAUD ...................... 21 3.2 PRAÇA DAS ARTES / BRASIL ARQUITETURA ............................................. 25 3.3 APROPRIAÇÕES FEITAS A PARTIR DO REPERTÓRIO .............................. 28 4 O PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................................................... 29 4.1 CONSTRUINDO O PROGRAMA DE NECESSIDADES .................................. 29 4.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA ............................................................... 30 4.3 PRÉ-DIMENSIONAMENTO E QUADRO DE ÁREAS ...................................... 32 5 O TERRENO .......................................................................................................... 37 5.1 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO TERRENO ..................................................... 37 5.2ANÁLISE DO ENTORNO .................................................................................. 41 5.3ANÁLISES PERCEPTIVAS .............................................................................. 45 5.4CONDICIONANTES FÍSICOS .......................................................................... 48 5.4CONDICIONANTES LEGAIS ............................................................................ 50 6 O ESTUDO PRELIMINAR ...................................................................................... 51 6.1 INTENÇÕES PROJETUAIS E DIRETRIZES GERAIS ..................................... 51 6.2 ESTUDO PRELIMINAR ................................................................................... 53 6.2.1 Zoneamento do Estudo Preliminar ...................................................................................... 53 6.2.2 Plantas Baixas do Estudo Preliminar .................................................................................... 55
6.2.3 Cortes do Estudo Preliminar................................................................................................. 58 6.2.4 Definições Tecnológicas e Formais do Estudo Preliminar .................................................... 59 6.2.5 Perspectivas do conjunto do Estudo Preliminar .................................................................. 61 6.2.6 Considerações sobre o estudo preliminar ........................................................................... 63
7 O PARTIDO GERAL .............................................................................................. 64 7.1 ZONEAMENTO PARTIDO GERAL .................................................................. 64 7.2 PLANTAS BAIXAS ........................................................................................... 68 7.3 CORTES .......................................................................................................... 72 7.4 FACHADAS...................................................................................................... 73 7.5 ESPAÇOS ABERTOS ...................................................................................... 73 7.6 ASPECTOS TECNOLÓGICOS ........................................................................ 75 7.7 PERSPECTIVAS GERAIS ............................................................................... 78 8 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................... 80 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 81 APÊNDICE ................................................................................................................ 83
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1 INTRODUÇÃO 1.1 TEMA A decisão por um tema de Arquitetura Cultural deve-se a importância de espaços de cultura integrados a espaços públicos do Município, espaços que estão diretamente ligados ao desenvolvimento social e a construção da identidade e autoestima de toda uma sociedade. A crescente procura por ambos espaços em Caxias do Sul é outro fator que corresponde a necessidade que a população tem de expor o que tem feito e também de criar vínculos com pessoas externas ao seu círculo social cotidiano. 1.1.1 Delimitação do tema Sabendo disso, a escolha de desenvolver um Centro Cultural para Caxias do Sul, se enquadrou na demanda do Município, tal como na de um Trabalho de Conclusão de Curso de Arquitetura e Urbanismo. Esse Centro Cultural será um elemento aliado aos equipamentos públicos e culturais já existentes, para buscar satisfazer uma demanda por espaços qualificados ao desenvolvimento cultural e a exposição dos mais diversos trabalhos culturais realizados na cidade. 1.2 JUSTIFICATIVA Devido à crescente procura por atividades culturais pela população de Caxias do Sul e apesar da falta de visibilidade que a cena atual possui, nota-se que ela voltou
a
tornar-se
aparente,
festivais/exposições/apresentações,
que
em atraem
pequenos um
público
e
médios
considerável
e
crescente ao passar dos anos. Apesar disso, existe uma força muito maior da cena que pode ser explorada com um lugar que se torne identidade para os já atuantes na cultura e para os curiosos. Deste modo, o presente trabalho buscou identificar as diversas formas de cultura e de apropriação dos espaços públicos e culturais existentes, para verificar a demanda atual e crescente do Município.
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1.4 OBJETIVOS Dessa forma, esse trabalho tem como objetivo geral desenvolver o partido geral arquitetônico do Centro Cultural para Caxias do Sul, embasado em fundamentação teórica referente a situação da cultura no Município e sobre o devido tema, em levantamentos de dados, em análises de estudos de caso, em desenvolver um programa de necessidades e na escolha de um sítio que atenda critérios adequados a implantação. 1.4.1 Objetivos Específicos O trabalho também busca suprir a carências de locais com infraestrutura adequada para o desenvolvimento de atividades e apresentações culturais, tornar aparente a cena cultural do Município, tornar a edificação uma referência de desenvolvimento de cultura e também proporcionar o convívio e incentivar as trocas culturais. 1.5 METODOLOGIA Para a elaboração do partido geral arquitetônico do Centro Cultural para Caxias do Sul, foi necessário definir um método de trabalho adequado aos desafios e questionamentos a serem enfrentados, que foram divididos em etapas com diversas atividades. A primeira etapa foi a de entendimento do tema escolhido. Nela buscou-se material referente a demanda do Município, através do mapeamentos de centros culturais e espaços públicos existentes e entrevistas com produtores culturais, para ajudar a compreender a cena cultural atual. Depois buscou-se projetos para repertório, principalmente funcional, mas também formal e tecnológico, para entendimento das diversas articulações que um projeto cultural possui. A segunda etapa foi a de organização do material levantado. Dessa forma foi possível definir a demanda existente, criar um programa de necessidades prévio, definir critérios de escolha do sítio, como também escolher e analisar o local definido para a implantação do Centro Cultural.
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A terceira etapa foi a de elaboração do partido arquitetônico. Com o material organizado, começou-se o lançamento de estudos inicias no terreno escolhido, para definir diretrizes de apropriação do espaço adequadas aos estudos de repertório e a demanda existente do Município. A quarta etapa foi a de refinamento do partido arquitetônico. Depois de ter escolhido um lançamento, dedicou-se essa etapa na qualificação do partido arquitetônico. As etapas descritas acima são um resumo do que foi o processo de desenvolvimento do trabalho que pode-se acompanhar no corpo deste relatório.
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2 A CENA CULTURAL DE CAXIAS DO SUL 2.1 O MUNICÍPIO DE CAXIAS DO SUL O município de Caxias do Sul nas últimas décadas tem apresentado um fomento na cena cultural e demais atividades relacionadas a essa temática. A produção em diversos nichos culturais se torna cada vez mais visível, tanto na produção em si como procura do público externo para a visualização dessas. O incentivo da Prefeitura Municipal e principalmente da Secretaria da Cultura em conjunto com as leis de incentivo à cultura tem motivado os profissionais da área a impulsionar a cena. No entanto, a carência de espaços qualificados tanto para a exibição de tais atividades quanto para o desenvolvimento é notória no Município. Percebe a necessidade de criar mais espaços e aliá-los com os espaços culturais e públicos (parques e praças) existentes, para gerar pontos de encontro, convivência e transferência para a população caxiense. Continuar incentivando, já que a procura está crescente na cidade, é de extrema importância para o fortalecimento da cena e para gerar mais incentivos que ajudem a produzir material de qualidade. 2.2 CULTURA COMO AGENTE DE DESENVOLVIMENTO A partir de 2011 a Secretaria da Cultura de Caxias do Sul começou a constituir o Plano Municipal de Cultura do Município. Durante as pesquisa realizadas, Caxias do Sul surpreendeu por se destacar nacionalmente no quando dos melhores em produção cultural. Segundo PINTO et al., (apud SILVA, LOPES, XAVIER, 2009), um Centro Cultural pode ser definido como: “Os Centros Culturais são tidos como um exemplo de participação, onde são realizadas oficinas de música, canto, arte, contação de histórias e diversos outros tipos de manifestações culturais. Estas proporcionam momentos de descontração, valorização, reconhecimento, prazer [...].”
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O desafio arquitetônico é criar um espaço que venha proporcionar vivências e o incentivo do desenvolvimento cultural, o qual influencia positivamente o desenvolvimento social das pessoas. Isso aliado a conseguir unir espaços com infraestrutura adequada para incentivar trocas, possuindo atratividade durante todo o dia. 2.3 LEIS DE INCENTIVO No Plano Municipal de Cultura de Caxias do Sul (2012) é relatado que sempre houve um interesse da população em relação ao desenvolvimento da cultura. Porém só graças as leis de incentivo têm sido possível realizar tais atividades. “Caxias do Sul é entendida como uma cidade cuja ênfase se focou no trabalho em detrimento de outras manifestações culturais. Porém, a cultura sempre esteve presente. Nos últimos anos da década de 1990, ela recebeu maior realce com a criação da Lei Municipal de Incentivo à Cultura e da Secretaria Municipal da Cultura.”
Para entender um pouco sobre a como Lei de Incentivo à Cultura, ou Lei Rouanet, devesse saber que ela permite o abatimento anual do imposto de renda devido, de acordo com os valores que foram destinados a projetos culturais, de 4% no caso de pessoas jurídicas e de 6% para pessoas físicas. Na Lei n° 6.967 de 30 de julho de 2009 no seu artigo segundo define a finalidade do Financiarte como a de “prestar apoio financeiro a projetos que visem fomentar e estimular a produção artística e cultural no Município de Caxias do Sul”. Figura 1 – Principais Incentivos
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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As políticas públicas criadas e os novos incentivos sancionados demonstram o interesse do governo perante o desenvolvimento de atividades culturais, sabendo da importância do papel da cultura para uma sociedade. Demais empresas e órgãos privados também demonstram interesse em apoiar financeiramente atividades culturais. 2.4 EQUIPAMENTOS CULTURAIS O município de Caxias do Sul conta atualmente com dois centros culturais de referência. Um deles localizado na área central junto a Praça Dante Alighieri, a Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima e o outro localizado no bordo da área central, chamado de Centro Municipal de Cultura Henrique Ordovás Filho. Ambos os centros possuem atividades similares de exposições de artes visuais e pequeno auditório. Outros espaços que podem ser citados que funcionam como centros para apresentações são o Teatro Moinho da Estação, o UCS Teatro, o Teatro Murialdo, o Teatro do Sesc e o Teatro São Carlos. Figura 2 – Casa de Cultura Percy Vargas de Abreu e Lima.
Fonte: pt.wikipedia.org
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Figura 3 - Centro Municipal de Cultura Henrique OrdovĂĄs Filho.
Fonte: Google Street View. Figura 4 – Centros Culturais.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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2.4.1 Pontos de Cultura O Município através da Rede de Pontos de Cultura, criada pelo Ministério da Cultura e amparados pelo Plano Municipal de Cultural de Caxias do Sul (2012), desenvolvem diversas atividades de cunhos artístico e cultural dentro do Município. Figura 5 – Rede Pontos de Cultura.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Segundo a Secretaria da Cultura os Pontos de Cultura “são elos entre a sociedade civil e o Estado que possibilitam o desenvolvimento de ações culturais sustentadas nos princípios da autonomia, protagonismo e empoderamento social”. Os pontos são geridos pelas seguintes diretrizes:
Democratização do acesso à cultura;
Formação de uma rede de pontos de cultura;
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Valorização das manifestações culturais locais;
Formação de agentes de cultura;
Ser referência na sua vocação cultural e produtiva.
Avaliação continuada;
Promoção da autonomia e continuidade do Ponto de Cultura.
Atualmente existem 10 pontos de cultura no total, sendo que cada um deles possui um foco diferente de atuação. O Plano Municipal de Cultura (2012) traz uma tabela com o foco de cada um deles. Tabela 1 – Tabela dos Pontos de Cultura. PROPONENTE Associação Culturas e Beneficente dos Amigos e Moradores do Bairro Bom Pastor II Associação de Moradores do Bairro Kayser Braspol – Representação Central da Comunidade Brasileiro-polonesa
NOME Ponto de Cultura Comunitário Zona Sul
LOCAL Centro Comunitário do Bairro Bom Pastor II
Teia Cultural
Centro Comunitário do Bairro Kayser
Casa das Etnias
Centro de Cultura Ordovás (prédio em frente ao Fórum)
Grupo de Filó Felice Personne
Costurando Sonhos
Cooperativa Vitivinícola Forqueta
União das Associações de Bairro de Caxias do Sul Associação dos moradores do Distrito de Vila Seca – AMOVISE
UAB Cultural
Centro de Cultura Ordovás (ao lado da Sede da UAB) Salão Paroquial
Associação dos moradores e amigos da Terceira Légua – AMATE
História nas mãos
Antigo Seminário, na Capela São Pedro
Associação dos músicos Caxienses – AMUCA
Ponto de Cultura música para todos
Centro Comunitário do Bairro Belo Horizonte
Vila Seca em cultura
FOCO Trabalhos nas áreas de artesanato, dança, teatro, capoeira, segundo interesse das comunidades envolvidas Formação de Agentes de Cultura Preservação e cultivo das culturas das etnias formadoras da sociedade de Caxias do Sul Ligado ao Roteiro Turístico Vale Trentino, o foco é artesanato, formação de guias de turismo da comunidade e preservação da cultura da região Dança, circo, teatro, com atendimento às Associações de Bairros Resgate das raízes culturais, preservação das águas, incentivar o turismo, oficinas de artesanato, desfile temático da Festa do Pinhão Sustentabilidade, educação ambiental, ecoturismo através de oficinas, seminários, palestras, dança, teatro em dialeto Vêneto, coral italiano, aula de gaita, violão e órgão Estúdio de gravação semiprofissional, oficinas de produção de áudio, para os demais Pontos de Cultura, oficinas de técnica musical
19 Associação Moinho da Estação
Núcleo audiovisual TME – Teatro Moinho da Estação
Teatro Moinho da Estação – Largo da Estação Férrea
Grupo de Capoeira conquistador da liberdade
Capoeira, Cultura que Une
Centro Comunitário do Bairro Santos Dumont
Cursos de formação em audiovisual: fotografia, vídeo, internet, atendendo aos outros Pontos de Cultura e a comunidade; mostra de produtos audiovisuais em âmbito nacional. Oficinas de capoeira, maculelê, teatro e danças afro brasileiras, contação de história afro brasileira. Ações em vários locais da cidade
Fonte: adaptado pelo autor, 2016. (Extraído do Plano Municipal de Cultura,2012)
2.5 PARQUES E PRAÇAS Figura 6 – Principais Parques e Praças.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Hoje o Município possui 12 parques mapeados que possuem principalmente atividades voltadas ao esporte, a contemplação e lazer em geral. Alguns desses espaços têm abrigado eventos de música, teatro e dança tendo a necessidade de montagem de palco ou tablado para as performances. Atualmente já se tem a previsão da construção de um Parque Linear, que irá revitalizar um trecho da antiga linha férrea que passava por Caxias do Sul nas proximidades da própria Estação Férrea. Esse projeto é dividido em três praças, sendo que uma delas já foi entregue – a Praça do Trem – e a segunda está em andamento – a Praça da Feiras. Esse projeto ainda visa alcançar a porção que vai até o encontro com a Perimetral Sul. 2.6 EVENTOS Os eventos voltados as diversas vertentes culturais são inúmeros. O plano Municipal da Cultura de 2012 traz uma lista que ocupa aproximadamente 40 páginas do documento com eventos de todos os cunhos. Sem contar que agora já em 2016 muitos desses eventos foram amplificados e os que ainda estavam no papel já estão em fase de atuação. Figura 7 – Alguns eventos do Município.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
De uma forma geral, a demanda existe, só não é tão aparente quanto poderia ser e fundamentada na questão cultural do Município, a necessidade de criar um lugar especializado pode ajudar a fomentar ainda mais a cultura local e fortalecer a cena já existente.
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3 O REPERTÓRIO FUNCIONAL, FORMAL E TECNOLÓGICO Este capítulo contém as análises feitas em projetos exemplares, os quais ajudaram na definição do programa, tal como entendimento do tema e das conexões entre ambientes. Os projetos apresentados serviram como repertório funcional, formal e tecnológico para o Centro Cultural para Caxias do Sul. 3.1 CENTRO CULTURAL LES QUINCONCES / BABIN+RENAUD Localizado em Le Mans, França, o complexo cultural é de importante papel cultural e social na cidade desde sua inauguração. É um espaço destinado a grandes eventos e também recebe um mercado ao ar livre. Figura 8 – Perspectiva externa.
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud
O conjunto possui diversas salas equipadas com cinema, além de possuir espaços maiores para demais apresentações. O acesso é pela praça aonde também é possível apreciar o café.
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O conjunto é composto por dois blocos que são conectados por uma cobertura de extrema leveza e também são conectados entre si abaixo da praça seca. O bloco vermelho abriga o teatro municipal, que pode receber apresentações diversas como dança, teatro e canto lírico, e demais salas como camarins. Já o bloco amarelo, que possui maior transparência e é o prédio mais à frente em relação a praça, abriga diversas salas de cinema. Esse bloco também configura uma praça com a igreja existente. Figura 9 – Composição formal
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud
O edifício foi incorporado ao tecido urbano geométrico do centro da cidade e suas dimensões, forma e aberturas não criam uma arquitetura monumental para que ela possa se agregar a malha já existente. O prédio acaba trabalhando como uma ferramenta tanto política como cultural para sua cidade. Além de ser bastante movimentado graças a articulação e envolvimentos dos cidadãos que ali vivem. Ele também se aproveita da área verde que possui aos fundos para criar espaços de contemplação agradáveis através do uso de madeira, como é visto na imagem abaixo.
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Figura 10 – Visual externa.
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud Figura 11 – Perspectiva da relação entre os dois blocos.
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud
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Os blocos ainda criam um corredor entre eles que forma uma zona de interesse e encontros. E também que direciona o usuário a área contemplação aos fundos. O bloco que abriga os cinemas possui um grande hall de acesso e informações, sendo as salas para exibição localizadas na planta do subsolo. O teatro tem acesso a plateia pelo térreo. Figura 12 – Planta baixa térreo.
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud. Adaptado pelo autor.
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Figura 13 – Planta baixa subsolo.
Fonte: http://www.archdaily.com/529781/les-quinconces-cultural-center-babin-renaud. Adaptado pelo autor.
3.2 PRAÇA DAS ARTES / BRASIL ARQUITETURA Localizado no centro de São Paulo, o projeto ainda em construção começou em 2012. Possui um programa que engloba diversas área culturais como música e dança. O mais importante do projeto foi a estratégia de elevar o edifício possibilitando que a praça continuasse sob o complexo.
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Figura 14 – Imagem do conjunto.
Fonte: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura
A área tem importância histórica e arquitetônica no local e já estar no imaginário da população, por ali ser o antigo Conservatório Dramático e Musical de São Paulo. O projeto da Praça das Artes surgiu como um iniciativa de recuperar e restaurar esse ícone da arquitetura e também criar novos espaços necessário para a companhia de Municipal de Música e Dança. Figura 15 – Diagrama dos usos de cada bloco.
Fonte: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura
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Esse projeto, além de suprir a demanda de infraestrutura para o teatro e companhias de música e dança, tem um papel estratégico como forma de regenerar uma área degradada do centro da cidade buscando trazer uma gama de atividades que focam no cunho educacional como forma reapropriação pessoal e do local. Figura 16 – Croqui do conjunto.
Fonte: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura Figura 17 – Prédio elevado, praça contínua.
Fonte: http://www.archdaily.com/339274/praca-das-artes-brasil-arquitetura
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3.3 APROPRIAÇÕES FEITAS A PARTIR DO REPERTÓRIO O projeto Les Quinconces Cultural Center demonstra as conexões feitas através da permeabilidade dos blocos e das conexões geradas entre eles definidas pela forma e cobertura. Também demonstra relações importantes de público x privado e interior x exterior. Em relação a materialidade do edifício também é importante destacar que ele se utiliza de material mais pesado para o bloco com auditórios e salas e no outro materiais mais leves O projeto Praça das Artes também traz essas relações de público privado, mas ao invés de utilizar transparências, o edifício é elevado para criar conexões entre as ruas e gerar uma praça por baixo do prédio, garantindo que a área ocupada pelo edifício na projeção tenha uso público. Essa praça gera percursos interessantes e qualifica a área de inserção. O trabalho em concretos de diferentes tons para marcar os diferentes blocos e usos é bastante interessante para diferenciar usos e blocos.
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4 O PROGRAMA DE NECESSIDADES Este capítulo abrange as definições feitas a construção do programa de necessidades do Centro Cultural para Caxias Sul. 4.1 CONSTRUINDO O PROGRAMA DE NECESSIDADES Para construção do programa de necessidades e para o entendimento dos fluxos e conexões existentes num programa como o de um Centro Cultural, alguns projetos foram analisados para fundamentar tais questões. Além dos projetos apresentados no capítulo de repertório, outros projetos serviram de base para a definição de ambientes necessários para o Centro. Agregado com a análise de repertório programático, foram realizadas entrevistas com organizações e pessoas de Caxias do Sul que trabalham ou atuam na cena da cultural nas mais diversas áreas. Com essas entrevistas foi possível ter uma noção da real necessidade do espaços voltados à cultura no Município e refinar o programa de necessidades. Para poder embasar melhor a real necessidade de espaços para o Centro Cultural, também foram feitos alguns levantamentos sobre o eventos e a demanda atual do Município, considerando a procura por tais eventos e também as pessoas já envolvidas com essas realizações, conforme representado no diagrama abaixo. Figura 18 – Definição do Programa.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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4.2 ORGANOGRAMA E FLUXOGRAMA Com base nos estudos de caso utilizados como repertório programático, chegou-se a um programa de necessidades dividido inicialmente em setores com as seguintes relações entre os setores e relações público x privado (considerando a linha verde como público, a amarela como semi-público e a vermelha como privado). Figura 19 – Organograma.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O organograma demonstra que o hall é o grande direcionador e integrador de fluxos entre os demais setores, além de ser o acesso principal da Centro Cultural. O hall também funciona como centro de convergência e ponto de integração e transferência, deve ser o local que possibilita trocas e experiências entre os alunos e visitantes. Os setores “Música”, “Dança”, “Teatro” e “Artes” são considerados como um grande setor do “fazer cultural”. Esses setores têm por príncipio serem espaços adequados aos ensaios e produções culturais diversas, possuindo infraestrutura adequada para tanto. O setor do autditório é interligado pelo hall aos setores do “fazer cultural”. Esse setor abriga espaço de porte médio para diversas apresentações, tanto produzidas por quem frequenta o Centro Cultural como para quem deseja expor seu trabalho.
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As relações entre ambientes e setores também precisaram ser resolvidas e são essas as relações que podem ser vistas no fluxograma apresentada na figura seguinte. Percebe-se a importância das áreas técnicas (representadas em vermelho) com acesso direto a entrade de serviço. Esses espaços precisam receber diversos equipamentos e materiais que ficam na linha privada de acesso. O hall se encarrega tanto de direcionar o fluxo para as apresentações do auditório, que deve funcionar em turno contrário ao uso dos setores do “fazer cultural”, assim não haverá conflito de dois grandes fluxos pelo mesmo acesso. Figura 20 – Fluxograma.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Os demais setores possuem suas prórprias conexões e fluxos privados, sendo assim apenas um ou dois ambientes de acesso público ou que dá acesso ao demais ambientes do setor. O hall, o café e as partes de estar externos são de uso público e devem estimular as trocar e se conectar com os ambientes que possibilitam outras trocas semi-privadas.
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4.3 PRÉ-DIMENSIONAMENTO E QUADRO DE ÁREAS Dessa forma, baseado nas análises de referenciais programáticos e nas definições feitas no organograma e fluxograma chegou-se a um quadro de área definido por setores que se resume na imagem abaixo. Figura 21 – Resumo quadro de áreas.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Para a formulação desse quadro de área resumo, cada setor teve sua análise em ambientes, em relação as áreas e a quantidade necessária. Como já dito anteriormento, o hall será o grande articulador de todos os demais setores e ele está enquadrado no setor social que também abriga outros ambientes de interesse do público.
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Figura 22 – Pré-dimensionamento Setor Social.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O setor administrativo conta com todos os ambientes de cunho burocrático do Centro Cultural e não há necessidade de ele estar em um lugar facilitado de acesso, pois ele é um setor de cunho privado dentro do complexo. Figura 23 – Pré-dimensionamento Setor Administrativo.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O setor música, dança, teatro e artes visuais são setores de desenvolvimento de diversas atividades que necessitam espaços adequados para ensaios diversos, salas com acomodação acústica e também manipulações de obras de arte com ambientes climatizados.
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Eles são apresentados nesse pré-dimensionamento de forma separada para melhor entendimento das necessidades especiais de cada grupo cultural, mas no projeto devem operar de forma integrada numa grande área de desenvolvimento de cultura. Figura 24 – Pré-dimensionamento Setor Música.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016. Figura 25 – Pré-dimensionamento Setor Dança.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Figura 26 – Pré-dimensionamento Setor Teatro.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Figura 27 – Pré-dimensionamento Setor Artes Visuais.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O setor do auditório é visto separado devido principalmente as suas configurações de acesso. Ele também têm acesso articulado pelo hall e possui espaço para apresentações de médio porte.
Figura 28 – Pré-dimensionamento Setor Auditório.
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Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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5 O TERRENO A análise a ser desenvolvida neste capítulo, visa mostrar os critérios para a escolha da área de intervenção e terreno de implantação do Centro Cultural para Caxias do Sul, como também mostrar as análises morfológicas e perceptivas do entorno imediato e as análises dos condicionantes do terreno, para devida apropriação do sítio escolhido. 5.1 CRITÉRIOS DE ESCOLHA DO TERRENO Tendo em vista, as diversas análises sobre a demanda atual do Município e sobre o repertório projetual como base de implantação do projeto, foram definidos alguns critérios para dar suporte a escolha do melhor lugar, e consequente terreno, para a implantação do Centro Cultural para Caxias do Sul. Os aspectos para definição dos critérios são discorridos em sequência, mas podem ser resumidos da seguinte maneira:
Abrangência: tendo em vista os pontos de interesse;
Proximidade a espaços públicos: zonas de transferência;
Acessibilidade e orientabilidade: consolidação da malha urbana;
Legibilidade: identificação do objeto isolado;
Imagiabilidade e identidade: reconhecer e evocar uma imagem forte.
Através dos estudos da demanda atual do Município, foi possível identificar os principais pontos de interesse a serem considerados para escolha do terreno que abrigará o Centro Cultural proposto. Esses pontos foram divididos em quatro categorias - equipamentos culturais, pontos de cultura, praças/parques e estações principais de integração (EPI) -, que foram mapeadas anteriormente e encontram-se consolidados no mapa representado na imagem abaixo.
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Figura 29 – Pontos de Interesse.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Os pontos mapeados acima ajudaram a delimitar a área de escolha do terreno levando em consideração que as EPI’s localizadas no segundo anel perimetral demonstram a vocação para uma área que fique entre o anel central e o segundo anel perimetral para que aja uma infraestrutura de transporte coletivo atendendo o Centro Cultural a ser criado. Considerando que o Centro Cultural é voltado para Caxias do Sul, caracteriza-se uma abrangência local. Dessa forma, é reforçado o assumido anteriormente, sendo o olhar voltado para dentro do segundo anel perimetral e do quadrante central. Apesar do alto fluxo de veículos e da densidade do quadrante central, ele possui serviços e comércio que geram também alto fluxo de pessoas, dando visibilidade, segurança e facilidade de acesso ao Centro Cultural.
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Figura 30 – Área de Abrangência.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Outro ponto que favorece a inserção do Centro Cultural nessa área de abrangência delimitada é a acessibilidade e orientabilidade dessa região. A malha urbana é bem configurada, com caixas viárias largas e pavimentadas e com passeios qualificados, permitindo e incentivando a caminhada por ali. Sabendo que os equipamentos culturais e os pontos de cultura, não atendem à demanda atual, não há objeção a ser inserido num entorno próximo de um desses equipamentos existentes. Pelo contrário do que se pensa, aliá-los a uma área com algum equipamento cultural ajuda a fortalecer a identidade desse local. Em relação a localização dos parques e praças, nota-se a profunda importância desses equipamentos públicos para a exibição das atividades culturais ao ar livre e a qualquer pessoa que ali se encontre ou por ali passe. Assim a inserção de um Centro Cultural nas proximidades de um espaço público desse porte pode gerar o favorecimento de zonas de trocas culturais. Tendo em vista o acima dito e as justificativas para a área de abrangência, registrou-se no figura abaixo um zoom aproximado da área delimitada com possíveis terrenos, seguindo os critérios já previstos.
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Figura 31 – Critérios, pontos de interesse aproximado e possíveis terrenos.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Essa análise do zoom da área de abrangência, resultou na escolha de quatro terrenos, todos próximos a espaços públicos e culturais, com acessibilidade e orientabilidade e em áreas possuem legibilidade. O terreno próximo ao ponto 6, Parque Getúlio Vargas, foi descartado por estar inserido dentro do anel central e poder gerar um aumento demasiado no fluxo viário que já é elevado nessa região. Já o terreno abaixo do ponto 1, Estação Férrea, apesar de estar numa zona de crescimento cultural, foi descartado por possuir área inferior ao estipulado no programa de necessidades. E por fim o terreno abaixo do ponto 3, Parque Cinquentenário, apesar de ter área adequada, foi descartado por estar numa zona de tráfego muito intenso que é o acesso principal a cidade por quem vem de Farroupilha. Dessa forma, o terreno entre o ponto 2, Quartel, e o ponto 1, Estação Férrea, foi o eleito, pois possui área adequada ao programa de necessidades, encontra-se numa área que está passando por mudanças na morfologia, está próximo a uma área de alto desenvolvimento cultural devido à proximidade a Estação Férrea, a malha viária do entorno é bem configurada e fica no fim no Parque Linear que está
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sendo construído, favorecendo a consolidação da legibilidade e imagiabilidade do lugar conectado a Estação Férrea como um corredor cultural. Figura 32 – Localização do terreno.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
No mapa acima, pode-se observar a localização do terreno em relação ao contexto inserido. Ele está numa zona de expansão cultural graças a proximidade a Estação Férrea e também por estar em uma das pontas do Parque Linear que está sendo construído como forma de revitalizar a linha férrea, que foi de tamanha importância para o desenvolvimento de Caxias do Sul. 5.2ANÁLISE DO ENTORNO O terreno fica localizado na Rua Medianeira, mas também possui testada para a Rua Miguel Muratore, para a Rua Pedro Mocelin e para uma Rua sem denominação, por onde antigamente passava a linha férrea. Em relação ao fluxos, a Avenida Rio Branco é a grande concentradora deles, sendo uma via de sentido único no trecho analisado. As ruas Medianeira e Rua Miguel Muratore que fazem testada para o terreno também são de sentido único e possuem fluxo moderado. As ruas Pedro Mocelin e a sem denominação são
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consideradas de fluxo local e possuem sentido duplo de tráfego. Vale observar que a rua sem denominação foi recentemente aberta e é fundos para um grande condomínio residencial. Figura 33 – Fluxo e sentido das vias.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016. Figura 34 – Abrangência do transporte coletivo.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Como é possível ver na imagem anterior sobre a abrangência do transporte coletivo no trecho analisado, nota-se que a área possui a presença de linhas das quais o Centro Cultural possa usufruir. Vale destacar que a maioria das linhas passam pela Avenida Rio Branco e que a parada mais próxima encontra-se nessa via no encontro com o Parque Linear (nesse trecho denominado Praça do Trem). Essa região possui uma grande área de residências, sendo que nota-se o contraste de usos mistos, comerciais e serviço conforme as edificações se aproximam da Avenida Rio Branco, como é mostrado no mapa de usos. Figura 35–Usos.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Também percebe-se pelo mapa de alturas que trata-se de uma região de habitações de 1 a 3 pavimentos majoritariamente. Com exceção de alguns prédios com dez pavimentos e do condomínio residencial que chega a 27 pavimentos.
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Figura 36 – Alturas.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Através do mapa de fundo/figura nota-se que o terreno escolhido é um vazio na grande densificada do entorno. Isso se deve principalmente por se tratar de um terreno público, em posse do governo, e ainda não ter sido utilizado. Figura 37 – Fundo/Figura.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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O 3D do entorno mostrado abaixo permite um maior entendimento de todos os pontos discorrido sobre os mapas apresentados anteriormente. Percebe-se a zona majoritária de residências de 1 a 3 pavimentos, tal como as duas torres do condomínio residencial destacam-se no skyline da região. Também vale ressaltar que nessa região também encontra-se um shopping que atrai um fluxo considerável. Outra questão importante é a Praça do Trem que faz parte do Parque Linear – que visa revitalizar esse trecho de linha ferroviária criando três parques na sua extensão –, sendo que ela tem acesso para o terreno escolhido. Figura 38 – 3D do entorno.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
5.3ANÁLISES PERCEPTIVAS Para melhor compreender o entorno foram realizadas análises perceptivas, baseadas em dois autores dessa área. Na imagem abaixo, é possível entender o contexto que foi explicado anteriormente, por meio de fotografias. A foto 1 mostra que o terreno possui uma densa vegetação e uma topografia que se acentua no centro, porém ambas só foram mantidas por se tratar de um terreno de domínio público, pois nota-se que o
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entorno já foi terraplanado e teve sua vegetação removida. Nessa foto 1 também é possível ver o contraste das duas torres do condomínio residencial com o skyline do entorno. A foto 2 mostra uma das pré-existências no terreno escolhido, uma residência de três pavimentos localizada na esquina que se tem acesso a Praça do Trem. A foto 4 também é de uma pré-existência do terreno, deva fez trata-se de um restaurante localizado na esquina oposta. A foto 5 é uma vista da Rua Miguel Muratore, também representando a presença de casas dessa tipologia em todo entorno. A foto 3 mostra o acesso da Praça do Trem pela Rua Medianeira – essa foto foi tirada da linha de percepção do terreno escolhido. A Praça que recentemente foi inaugurada e possui espaços de estar e um playground, ambos qualificados com iluminação. Figura 39 – Visuais do entorno.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Através da análise de percursos foi possível entender como é a percepção do observador quando chega pelas três vias principais que fazem testada para o
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terreno. O mapa abaixo mostra o sentido do percurso e as cores são para diferenciar as ruas com a imagem subsequente. Figura 40 – Mapa de percurso.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016. Figura 41 – Percursos.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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5.4CONDICIONANTES FÍSICOS Adentrando o terreno, nota-se um aclive central, que nos terrenos vizinhos já teve esse topo aplanado. O terreno possui um desnível de 12 metros, mas sabendo da condição de entorno que já teve terraplanagem, o projeto deve seguir o que o entorno indica, possivelmente resultando em um desnível de 4 metros no fim é somente na porção sul. A topografia será removida, principalmente o aclive central. Isso para oportunizar a condição de funcionamento do programa, gerando conexões entre as vias e as praças e transições. Assim o edifício se adequara a relação programa x função x contexto de forma mais adequada. Figura 42 – Topografia.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Outros condicionantes a serem levados em consideração são os ruídos causados principalmente na Rua Medianeira e a falta de legibilidade da Rua sem denominação, por onde passavam os trilhos. A vegetação ali existente pode ser removida, não possuindo nenhuma árvore imune ao corte.Também serão removidas
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algumas pré-existências do terreno que se tratam de residências de até 3 pavimentos e um restaurante. Vale dar destaca a antiga linha férrea que foi de tamana importância para o desenvolvimento de Caxias do Sul e que será respeitada, apesar de os trilhos já terem sido retirados sem permissão. Os principais indicativos dessa análise demonstram que a Rua Medianeira tanto pelo seu porte e fluxo, mas também por ser um dos acessos à Praça do Trem, também tem caráter para abrigar o acesso principal do Centro Cultural. As visuais entre os dois será privilegiada. Figura 43 – Condicionantes Físicos.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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5.4CONDICIONANTES LEGAIS O terreno está localizado na Zona Residencial 3e possui uma área de 10.224,21 m². O índice de aproveitamento permite chegar a uma área de 16.358,21 m². Figura 44 – Condicionantes Legais.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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6 O ESTUDO PRELIMINAR Este capítulo traz as diversas análises e estudos de implantação do projeto do Centro Cultural para Caxias do Sul no terreno escolhido e as considerações sobre ele para a resolução final do partido geral. 6.1 INTENÇÕES PROJETUAIS E DIRETRIZES GERAIS A pesquisa de repertório projetual demonstrou a implantação do edifício sempre observando ou a existência de uma praça ou a criação de uma praça articuladora. No caso do projeto do Centro Cultural, a intenção é criar uma nova praça no terreno que se conecte com a Praça do Trem. Isso se dará pela elevação da calçada no trecho de rua que faz a ligação de ambos os sítios. As visuais geradas tanto da Praça do Trem para o terreno como vice-versa devem ser exploradas e marcadas. A conexão de dois espaços de cunho público e social devem ser privilegiadas. Figura 45 – Intenções projetuais.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Outro ponto importante a destacar durante a implantação é a antiga linha férrea. Apesar de os trilhos não se encontrarem mais no local, é obrigação do projeto relembrar a história da cidade levando em consideração a importância da linha férrea para o desenvolvimento do Município. Figura 46 – Diretrizes de implantação.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Pode-se observar a vocação do terreno ao norte sendo mais público devido a conexão com a Praça do Trem e pela Rua Medianeira ser mais consolidada em comparação com a Rua Miguel Muratore. Dessa forma a porção sul e oeste do terreno são consideradas privadas e a parte central vista como semi-público. Para a implantação da edificação no terreno escolhido, foi respeitado limites e afastamentos considerando as demais pré-existências da quadra de inserção. Como há um edifício de 10 pavimentos que possui janelas voltadas ao leste e ao oeste e consequentemente voltadas ao terreno, deve-se respeitar os afastamentos e também cuidar com questões de visibilidade. A topografia do terreno será terraplanada para se configurar com a topografia atual do entorno e também ficar na cota da Praça do Trem, o que permite acesso direto dos pedestres entre as praças. Essa movimentação também adequara o
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projeto a relação do programa com a funcionalidade e as conexões dos usuários com as ligações propostas. Figura 47 – Resumo das diretrizes e intenções.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O hall deve se tornar o grande ambiente de integração e transferência, objetivando trocas e espaços de estar que se interliguem com os estares externos. Como visto no repertório estudo, descolar o prédio do chão para gerar uma praça sob o prédio aumenta a conectividade dos espaços públicos existentes e a serem criados, tal como otimiza a segurança e visibilidade de todos. 6.2 ESTUDO PRELIMINAR Os estudos iniciais começaram com uma proposta de zoneamento em três blocos ocupando as bordas do terreno a fim de criar uma praça interna com um dos blocos elevados possibilitando a circulação e ocupação embaixo dele. 6.2.1 Zoneamento do Estudo Preliminar A opção por trabalhar em três blocos foi definida para melhor otimização do terreno e articulação dos blocos entre si e devido as suas funcionalidades específicas. Dessa forma o hall funciona como bloco integrador. No estudo preliminar, todas as áreas de música, dança, teatro e artes se concentram em único bloco, destinado as diversas salas de aula, de ensaio, de gravação, de depósitos... Esse bloco demonstrado em lilás nos desenhos segue o alinhamento da linha férrea, respeitando o afastamento de 15m do eixo do leito. Esse bloco é trabalhado suspenso em relação ao nível da rua, apoiado em pilotis, possibilitando a livre circulação sob ele e também retornando a área ocupada pela edificação a uso público. No bloco verde localiza-se o hall com acesso pela Rua Medianeira e conexão com a Praça do Trem. Além de funcionar como entrada ao Centro Cultural, ele
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também faz a articulação entre o bloco das salas de desenvolvimento e o bloco do auditório (em rosa). Figura 48 – Zoneamento do Estudo Preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O bloco do auditório abriga também o café e uma área de exposições. Além de contar com um terraço, que tem acesso por uma passarela que conecta o bloco das salas com o auditório. O zoneamento explodido representado abaixo consegue demonstrar as relações entre pavimentos e as circulações que articulam verticalmente e horizontalmente. Nota-se que os blocos seguem o alinhamento da antiga Linha Férrea e a grelha é gerada a partir dessa linhas e é refletida em todo o terreno.
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Figura 49 – Zoneamento explodido do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
6.2.2 Plantas Baixas do Estudo Preliminar Dessa forma a planta do térreo é configurada pelo desenho dos pilotis e pelo hall e auditório estando no nível de acesso dos pedestres e da Praça do Trem. Nesse piso encontra-se o acesso da plateia ao auditório e as demais circulações verticais que no bloco do auditório dão acesso ao café, exposição e teatro e no bloco das salas dá acesso à área de desenvolvimento cultural. Abaixo dos pilotis, na porção sul, percebe-se a configuração de uma escada rampa de acesso ao nível da praça interna, numa cota quatro metros inferior. Utilizando-se das circulações verticais é possível acessar as salas de aula e os espaços comuns e integradores dessas. No bloco do auditório pode-se acessar o café e a exposição. Os dois blocos também estão conectados por uma passarela suspensa no hall que facilita a ligação entre as atividades dos blocos.
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Figura 50 – Planta Baixa Térreo do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Figura 51 – Planta Baixa Primeiro Pavimento do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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O segundo pavimento possui a mesma configuração do primeiro. A diferença se encontra na porção do terraço em cima do café. Figura 52 – Planta Baixa Segundo Pavimento do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O pavimento chamado de subsolo 1 é aonde encontra-se a praça interna do Centro Cultural e o palco do auditório. O interessante desse desnível em relação a Praça do Trem é que o palco do auditório pode se abrir para a praça interna, gerando uma outra dinâmica de configuração das apresentações. Por esse nível é também possível acessar as salas destinadas a gravações musicais que precisam de isolamento acústico e as salas de obras de artes que precisam estar climatizadas. O acesso de serviço também se dá por esse nível privilegiando o acesso das obras de artes e a circulação vertical do monta carga posicionado na porção sul do bloco. O setor administrativo, devido seu cunho privado e de uso menos privilegiado em relação aos demais setores do Centro Cultural, ocupa a porção embaixo da plateia (em amarelo no desenho abaixo).
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Figura 53 – Planta Baixa Subsolo 1 do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
As circulações verticais demonstradas em vermelho no desenho, são divididas em quatro conjuntos, sendo uma delas uma escada de qualidade arquitetônica suspensa no vazio do hall. As circulações horizontais no primeiro e segundo pavimento se dão lineares e centrais. Nos outros andares e blocos elas se dão lineares e periféricas. 6.2.3 Cortes do Estudo Preliminar Nos cortes é possível entender o funcionamento do bloco em pilotis com o restante do conjunto. Também é possível perceber o grande vazio do bloco que abriga o hall e as diferenças de nível dos acessos da Praça do Trem para o Centro Cultural e da praça interna (que é de 4 metros).
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Figura 54 – Cortes do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
6.2.4 Definições Tecnológicas e Formais do Estudo Preliminar O projeto utilizou-se de uma grelha de 5 metros por 5 metros para organizar e articular os espaços e quando houve necessidade respeitou-se os múltiplos para realizar subdivisões. O hall e o auditório serão construídos com estruturada metálica, tanto para leveza como para atingir os vãos necessários. Já o bloco das salas será feito em concreto moldado in loco para melhor manipulação formal dos pilotis aparentes. Ambos os blocos se utilizarão de laje alveolar para atingir os grandes vãos e ter limpeza e agilidade da obra. O fechamento do hall será em vidro, privilegiando a transparência – elemento convidativo e integrador com as praças. O bloco do auditório será revestido com placa cimentícia e chapas metálicas, ele deve ser um bloco massudo e com elementos fechados devido as necessidades acústicas e para refletir seu caráter.
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O bloco das salas trabalhará com vidro e placas metálicas perfuradas para que haja ainda segurança, mas que também o público que por ali passar possa ver o que está sendo desenvolvido no Centro Cultural. Os ambientes que configuram o subsolo deverão ter isolamento acústico e condicionamento climático artificial devido as necessidades dos seus usos e por isso encontram-se semi enterrados. Figura 55 – Definições estruturais do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
As definições formais foram baseadas em elementos puros com o trabalho dos cheios e vazios conforme a intenção projetual e necessidade de uso. Os tratamentos em vidro e metal refletem a imponência do Centro Cultural e também destaca o conjunto da materialidade aplicada no entorno do complexo.
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Figura 56 – Repertório de intenções formais e de fechamentos do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O repertório mostrado acima reflete as intenções ditas anteriormente de elevar o prédio para dar espaço a praça sob ele e de integrar a Praça do Trem com a praça interna do Centro Cultural. As fachadas com vidro possibilitam a integração com o meio externo. E o hall com grande e uma escada bem articulada possibilitam dar o caráter que a edificação precisa. 6.2.5 Perspectivas do conjunto do Estudo Preliminar Figura 57 – Perspectiva aérea 1 do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Figura 58 – Perspectiva aérea 1 do estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Através das perspectivas é possível perceber os alinhamentos sugeridos e também como a elevação do prédio sobre pilotis agrega na percepção das duas praças como um todo. Figura 59 – Perspectiva aérea 3 da área de estudo preliminar.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Figura 60 – Perspectiva altura observador da Praça do Trem para o Centro Cultural: prédio elevado com pilotis.
6.2.6 Considerações sobre o estudo preliminar O estudo preliminar demonstrou incoerência da implantação do bloco do auditório seguindo o mesmo alinhamento do bloco de salas. Por isso definiu que ele deveria seguir alinhamento da Rua Medianeira para se adequar ao entorno. O hall então deverá fazer a articulação entre dois blocos de orientação e grelha distintas, através da manipulação formal do objeto, trabalhando ele de forma mais orgânica. As circulações também não atendem formalmente a proposta e deve ser revista para se adequar ao projeto.
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7 O PARTIDO GERAL Depois das análises feitas em relação ao resultado do estudo preliminar, o partido geral sofreu algumas alterações para melhor se adequar ao terreno e resolver o programa e as resoluções formais de forma mais coerente. 7.1 ZONEAMENTO PARTIDO GERAL O zoneamento do partido geral segue as mesmas orientações quanto a ocupação de cada bloco. Um bloco para auditório, um para o hall e outro para as diversas salas, que será chamado nesse trabalho de bloco de ensino. A diferença desse zoneamento é percebida no novo alinhamento que o bloco do auditório toma, seguindo agora o alinhamento da Rua Medianeira e tendo sua grelha gerada a partir dessa linha. A composição formal do hall também foi modificada para fazer a conexão entre o bloco do auditório e o bloco de ensino, que também sofreu um deslocamento na implantação, sendo movido 10 metros no sentido sul para configurar o acesso e a conexão com a Praça do Trem. Figura 61 – Zoneamento Partido Geral.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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O edifício no conjunto configura uma praça ao nível da Praça do Trem, sendo interligada pela elevação da calçada no cruzamento da Rua Medianeira e da Rua Sem Denominação (antiga Linha Férrea), gerando uma conexão entre os espaços públicos. Figura 62 – Perspectivas de implantação.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
No zoneamento, as circulações acontecem através do hall que articula as conexões verticalmente e horizontalmente entre os blocos. O acesso principal acontece no nível do térreo, mesmo nível da Praça do Trem, mas pode-se acessar o hall pelo nível da praça interna também. As circulações de emergências acontecem separadas para cada bloco. No bloco de ensino elas configuram um setor de apoio junto com os sanitários, que será trabalhada em material diferente do utilizado no bloco de ensino. As saídas ainda aparecem na projeção do edifício no térreo. No bloco do auditório, a saída é um volume separado, que remetem a forma utilizada no hall para se diferenciar.
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Figura 63 – Zoneamento geral edificação.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O zoneamento explodido demonstra os diversos usos de cada pavimento. O subsolo 2 possui a área de estacionamento do projeto, as escadas de emergência e os monta-carga do auditório e do bloco de ensino. O estacionamento possui dois acessos, um destinado ao acesso público ao norte (começando no nível do térreo e chegando através de rampa até o nível do subsolo 2) e o outro destinado ao acesso de serviço e funcionários ao sul (começando no nível do subsolo 1 e através de rampa no nível do subsolo 2). O subsolo 1 é o nível da praça interna, configurada como praça de estar com bancos e pavimentação com grama. Nesse nível é possível acessar o hall pelo sul, dando acesso ao palco extra do auditório, que em dias de apresentação funciona como camarim, e acesso ao bloco de ensino. Nesse nível o bloco de ensino está enterrado, sendo que os usos que acontecem nesse nível precisam de isolamento acústico e luminoso devido as suas funções, que são os estúdios de gravação e os espaços de conservação de material de artes visuais. Os ambientes marcados em azul são da parte do administrativo e possuem iluminação direta através da praça interna. Nesse nível acontece a rota de fuga do bloco do auditório. O térreo é o acesso principal do Centro Cultural e ele gera as conexões entre o auditório e o bloco de ensino. Nesse pavimento é possível acessar diretamente a plateia do auditório e o bloco das salas encontra-se elevado por pilotis, a única projeção que aparece são as da saída de emergência. O bloco de auditório termina nesse nível.
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O primeiro pavimento no bloco do hall é vazado, pois possui pavimento duplo. O bloco do auditório não tem acesso por esse nível através do hall, o acesso se dá através de rampa que acontece no próprio bloco do hall começando no nível térreo. O bloco de ensino é acessado pela escada principal ou pelo conjunto de elevadores. Nesse nível acontece o teatro arena de pé direito duplo e as salas destinadas as atividades de teatro e dança. O segundo pavimento no hall acontece a área de exposições diversas e o teatro arena é possível ver de cima. No bloco de ensino acontecem os espaços diversos destinados a música. Em todos os andares do bloco de ensino, ocorre a marcação do elemento de apoio que consiste nas saídas de emergência e do conjunto de sanitários. Figura 64 – Zoneamento Explodido
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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7.2 PLANTAS BAIXAS O zoneamento geral por pavimento apresentado anteriormente será detalhado por planta abaixo. O acesso no subsolo 2 acontece a norte e a sul, sendo o primeiro começando a rampa a dois níveis acima e o segundo a um nível acima. Em azul estão demarcadas as saídas de emergência e em vermelho o conjunto de elevadores a norte e o monta carga a sul. Figura 65 – Planta Baixa Subsolo 2
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O nível do subsolo 1 pode ser acessado externamente por escada ao norte e ao sul e por rampa localizada entre as saídas de emergência localizadas no térreo (nível pilotis). O edifício é acessado pelo hall, sendo que no bloco do auditório encontra-se o palco extra, que se transforma em camarim nos dias de apresentações, e uma copa e sanitários. Ainda pelo hall é possível acessar os estúdios (04), as diversas oficinas (05, 06 e 07), o espaço de artes visuais que necessita de climatização e iluminação
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controlada (09, 10 e 16) e os ambientes do administrativo (11 a 15), que possuem iluminação natural. Figura 66 – Planta Baixa Subsolo 1
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O térreo, acesso principal do conjunto, faz conexão com a Praça do Trem por estar no mesmo nível e possuir calçada elevada no cruzamento. A praça que acontece nesse nível é seca, com intenção de ser utilizada para feiras e outros eventos e atividades com demarcação. Segundo projeto do Parque Linear, desenvolvido pela Secretaria de Planejamento de Caxias do Sul, a ciclovia acontece ao lado dos antigos trilhos e para fortalece-lá é feito um bordo com vegetação na faixa de serviço da calçada. O acesso principal é no hall e ele funciona como foyer do auditório. O acesso a plateia acontece nesse nível e a rampa para o nível superior começa aqui também. O bloco de ensino está sob pilotis, ganhando área de praça nesse nível.
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Figura 67 - Planta Baixa Térreo
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O primeiro pavimento tem acesso pelos núcleos de elevadores e pela escada principal do hall. O bloco do auditório não tem acesso nesse nível através do auditório, apenas pela rampa que começa no térreo. No bloco de salas na porção norte acontece o teatro arena. Depois por um corredor as salas de teatro (23) e as de dança são dispostas (24 a 27). As salas nesse nível são de tamanho configurados para grupos de ensaios e tem maior área. Como os pilotis estão para dentro do vidro, a modulação das plantas fica livre, podendo se adequar a novos usos ou incorporar salas adjacentes.
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Figura 68 - Planta Baixa Primeiro Pavimento
Fonte: adaptado pelo autor, 2016. Figura 69 - Planta Baixa Segundo Pavimento
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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O segundo pavimento também tem acesso pelas circulações verticais. Na projeção do hall nesse andar acontecem as exposições. No bloco de ensino é possível ver o teatro arena de cima e as salas acontecem dispostas num corredor da mesma forma que o pavimento abaixo. Nesse pavimento os ambientes são todos voltados a área da música. As salas possuem tamanhos distintos para receber ensaios coletivos e individuais. 7.3 CORTES Figura 70 – Cortes
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Nos cortes é possível perceber já as manipulações formais tanto no bloco do auditório que segue o desenho da plateia, como do bloco de ensino elevado em pilotis. Também é possível observar que como as saídas de emergência os monta cargas acompanham a altura total de ambas edificações. As saídas de emergência foram projetadas conforme NBR 9077.
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7.4 FACHADAS Figura 71 - Fachadas
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Compositivamente, as fachadas seguem a modulação da grelha das plantas nas elevações no sentido horizontal e no vertical seguem um pé direito de 4,2m e quando necessário meia medida. Também é possível ver as relações entre os ambientes abertos, as configurações das praças, os desníveis criados e a ciclovia. 7.5 ESPAÇOS ABERTOS Como visto nos referências, os espaços abertos junto ou próximo a centros culturais agregam valor, possibilitam atividades diversas e se tornam grande zonas de transferência entre a sociedade. A conexão com a Praça do Trem graças a criação da praça seca no nível térreo é fortalecida e o bloco de ensino elevado em pilotis possibilita a apropriação do espaço pelo usuário, como facilita a integração com a praça interna que fica mais visível.
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A praça interna tem a intenção de espaço de estar mesclando o uso de concreto e grama na pavimentação. A proposta agrega bancos junto a divisa do terreno com sombreamento de árvores. A intenção é que ela seja um espaço de integração daqueles que frequentam o Centro Cultural e até de curiosos que estão passando pela região. Com o bloco do auditório seguindo a forma da plateia, pode-se criar um acesso para o nível da praça interna nesse ponto. Além disso a forma é fortalecida com esse rebaixo na topografia nesse trecho. O afastamento do edifício em relação a esquina que faz conexão com a Praça do Trem fortalece perspectiva do observador e o entendimento de conjunto, além de criar um grande ambiente receptor. A esquina é protegida com balizadores, para que veículos não invadam esse trecho. Figura 72 – Espaços Abertos
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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7.6 ASPECTOS TECNOLÓGICOS A estrutura do bloco do auditório foi pensada em função da forma. Como ela aparenta a plateia na fachada, os pilares não devem descer até a fundação nesse trecho. A decisão por grande casca de concreto estrutural foi a decisão para conseguir manter a decisão formal. O bloco de ensino possui estrutura de pilares em concretos moldados in loco, sendo que o núcleo de apoio é todo em concreto também. A moldura do edifício também é em concreto, mas por sua vez colorizado com um tom de cinza mais escuro. O hall possui pilares esbeltos metálicos para suporte de cobertura e para estruturas as grandes paredes de vidro. Figura 73 - Estrutura
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Todas as plantas baixas e as praças seguem modulação de 2,5m por 2,5m e seus submúltiplos. Os pilares são locados a cada dez metros no bloco de ensino no sentido norte-sul e no outro sentido estão recuados 1,25m em relação as bordas que possuem 20 metros para gerar planta livre e possibilitar uma pele de vidro que acontece por fora dos pilares. Figura 74 – Definições estruturais.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O projeto utiliza-se de lajes planas protendidas que devido o maior vão de 20 metros ficaram de 0,5 metros de espessura. Os pilares foram calculados os dois com área de influência maior e um de cada tipo (canto e lateral). O resultado pode ser visto na imagem abaixo. Figura 75 – Dimensões pilares e lajes.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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Para conforto, o bloco de ensino possui painéis em aço corten no sentido vertical nas fachadas leste e oeste, possibilitando o barramento do sol. Já na fachada norte os brises são horizontais em placa cimentícea realizando a mesma função. No hall os vidros receberão tratamento com jateamento ou aplicação de adesivo com desenho de brises que geram sombreamento e não interferem na composição da fachada, conforme referencial mostrado na figura. Todos as fachadas de vidro serão em vidro duplo. O bloco do auditório é totalmente fechada devido à necessidade acústica e a climatização será artificial. A ventilação ocorre de forma cruzada no bloco de ensino no primeiro e segundo pavimento, já no subsolo 1, com exceção da área administrativa, a ventilação ocorre de forma mecanizada pela necessidade de controle climático e vedações acústicas nos ambientes que estão enterrados. No hall a ventilação também ocorre de forma cruzada. O bloco do auditório possui ventilação mecanizada. Figura 76 - Conforto
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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7.7 PERSPECTIVAS GERAIS A visual da praça do trem é de extrema importância para a conexão entre os dois espaços públicos e foi bastante privilegiada (primeira imagem). A ciclovia segue o eixo da antiga linha férrea, remetendo a história do desenvolvimento do Município. Na vista da Rua Medianeira é possível ver o bloco do auditório se destacando, marcando sua forma. A praça interna com três possíveis acesso pelo exterior e um acesso pelo hall também é de uso público e possui espaços de estar. Figura 77 – Perspectivas de espaços abertos.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
O hall de acesso possui uma escada que segue a forma desenhada do hall e vai do subsolo 1 ao segundo pavimento que possui o espaço de exposições com vista para a Praça do Trem. Ainda nesse pavimento, mas no bloco de ensino é possível visualizar o teatro arena e aproveitar as visuais para a Praça do Trem.
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Figura 78 – Perspectivas internas.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
Figura 79 – Perspectivas internas.
Fonte: adaptado pelo autor, 2016.
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8 CONSIDERAÇÕES FINAIS O desenvolvimento deste trabalho proporcionou ampliar o conhecimento sobre o tema proposto de um Centro Cultural para Caxias do Sul e entender as necessidades e realidade dentro desse nicho. Todo o processo da disciplina de Trabalho de Conclusão de Curso I possibilitou a aplicação dos diversos conhecimentos adquiridos durante o período na academia e também a consolidação de do papel do arquiteto e urbanista na sociedade. A partir das análises da demanda existente, de repertório de excelência e posterior desenvolvimento do programa e escolha de terreno, foi possível desenvolver um projeto que adequa-se as premissas do quaterno (forma x programa x estrutura x lugar) e que buscou salientar a importância de espaços culturais conectados a espaços públicos, como praças e parques, possuem para o estímulo social da sociedade. O partido geral finalizado conseguiu atender aos objetivos da disciplina com congruência e embasa a próxima etapa que deverá aprofundar o desenvolvimento deste projeto em relação as questões tecnológicas, construtivas e estruturais e demais questões que irão formalizar o projeto. Dessa forma, todo o processo foi de extrema importância para reafirmar o que foi aprendido durante o curso de arquitetura e urbanismo e a pesquisa sobre tema escolhido agregou valor para a finalização dessa etapa acadêmica como para vida pessoal.
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