MODU.LAR: Coliving Modular Adaptável

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PROJETO DE GRADUÇÃO / UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO BRUNA RODY ROGERIO


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MODU.LAR: Coliving Modular Adaptável

Projeto de Graduação apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espirito Santo, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo. Por

Bruna Rody Rogerio Orientador Prof. Dr. Augusto Alvarenga Coorientador Prof. Dr. Jarryer Andrade de Martino Flávia Strutz Petri Covidada

Vitória, ES 2021 3


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FOLHA DE APROVAÇÃO BRUNA RODY ROGERIO Projeto de Graduação apresentado ao Departamento de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Federal do Espirito Santo, como requisito para obtenção do grau de bacharel em Arquitetura e Urbanismo.

Orientador Prof. Dr. Augusto Alvarenga

Coorientador Prof. Dr. Jarryer Andrade de Martino

Covidada Flávia Strutz Petri

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Esse projeto é em homenagem à minha família que me ensinou o valor de criar laços e compartilhar afeto, me ensionou 7 que viver junto e misturado é tudo de bom.


SUMÁRIO P.10 1. Introdução

P.12

P.18

3. Arquitetura 2. Coliving: Modular, Flexível e Compartilhar é o Desmontável futuro 1.1 - Estamos prontos para compartilhar p. 13 1.2- A sociedade do compartilhamento p. 14 1.3 - Coliving não é algo novo p. 15 1.4 - Coliving na Contemporaneidade p.16

2.1- História da construção pré-fabricada e modular p. 19 2.2 - Porque escolher a construção modular? p. 22 2.3 - Design to Disassembly: Projetar para Desmontar p. 22 2.4 - Casas adaptáveis: A modularidade adaptada as mudanças da vida p.24

P.26 4. Modu.Lar: Memorial justificativo 3.1 - O Conceito p. 27 3.2 - O Módulo p. 27 3.3 - Os Espaços Comuns p. 30 3.4 - A Estrutura p. 33 3.5 - Metodologia de Projeto Generativa: Gramática da Forma p. O 35

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P.40

P.60

P.86

5. Sistemas Construtivos

6. Estudos de Aplicação

7. Conclusão

P.88 8. Referências Bibliográficas

6.1 - Modu.Ilha p.61 6.2 - Modu.Suá p.74

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INTRODUÇÃO 10


O presente projeto surgiu a partir de uma reflexão sobre como criar espaços mais alinhados com as necessidades do homem atual e do futuro. Através de pesquisas sobre a formação da sociedade, suas tendências e demandas o coliving surgiu como uma alternativa para os dilemas do homem do século 21: o individualismo e a solidão (World Health Organization, 2011). Enquanto o computador e o celular nos conectam com as pessoas independentemente das barreiras geográficas, o contato físico vêm gradualmente diminuindo e tornando secundário nas relações. Dessa forma, poder desenvolver espaços que promovam a conexão entre pessoas e a fomentação de comunidades será um diferencial na qualidade de vida dos moradores nas próximas décadas. Para projetar visando maior consonância com a sociedade que vai se constituir, foi estudado as tendências e desenvolveu-se um sistema de plantas flexíveis que possam adaptar aos diferentes grupos familiares e também alterar conforme as mudanças da vida. Com isso, o morador não precisa mais se mudar para adaptar as novas demandas da casa e sim a sua casa se adapta à ele. Ao pensar na melhor forma construtiva de desenvolver esse projeto o conceito da modulação se fez ideal para a proposta. Além de ser uma forma de construir que promove maior racionalização da construção, velocidade de obra e diminuição de custos e produção de resíduos, a metodologia também possibilita e facilita o conceito proposto de flexibilização dos layouts (BONVICINI, 2017). Dessa forma, cada elemento construtivo escolhido foi pensado para facilitar essas mudanças de demandas e usos nos módulos, visando sempre a praticidade e baixa produção de lixo. Dentro desse conceito surge a estratégia “Design to Disassembly” em português “projetar para desmontar” que visa a escolha no projeto de sistemas que facilitem a desmontagem e mudanças de uso da edificação. A adoção dessas estratégias possibilitam maior reciclagem dos resíduos e menor produção de lixo (CUTIERU, 2020).

criaram-se regras quantitativas dos módulos comuns de forma dimensiona-los corretamente para proporcionar laços entre os moradores. O excesso de pessoas em um local apesar de parecer mais sociável, é justamente o contrário e promove ainda mais o afastamento. Ambientes como a cozinha foram individualmente pensados, pois são as áreas de maior facilidade de construção de laços fortes entre os moradores. Com o sistema modular desenvolvido, ambientes pensados e regras de distribuição dos módulos elaborados, pensou-se em uma forma de racionalizar o processo projetual desses colivings. A partir desse desejo que foi escolhido a metodologia generativa denominada gramática da forma. Através de vocabulários, regras e relações espaciais foi possível desenvolver uma forma mais racional e prática de desenvolvimento desse sistema que posteriormente poderia ainda virar um programa de computador para facilitar o trabalho dos arquitetos. Posteriormente, foi desenvolvido um caderno de detalhes no qual há o detalhamento dos elementos construtivos de cada etapa da construção do módulo. Primeiramente detalhou-se a estrutura metálica, sistema estrutural escolhido para o projeto. Em seguida detalhou-se os sistemas de vedação horizontal definidos em projeto: a laje steel deck no sistema Slim Dek e o telhado verde no sistema Ecotelhado. Posteriormente, foi detalhado a vedação vertical externa escolhida. Nessa etapa foi pensado em um modelo panelizado com diversas opções de forma a possbilitar a customização do projeto de acordo com as necessidades climáticas e de layout. Por fim, foi detalhado as vedações verticais internas definidas em projeto como Drywall. Após o desenvolvimento do detalhamento foi feito algumas experimentações projetuias da aplicação do módulo. Escolheu-se terrenos com gabaritos e dimensões distintas para poder exercitar as diversas possibilidades de aplicação que esses sistemas modulares possibilitam.

Utilizando-se desses conceito foi desenvolvido um módulo de dimensões de 6,5m x 6,5m x 3,3m. Sua base quadrada se deu devido a facilidade de modulação e flexibilização do layout. O módulo inicial foi projetado para acomodar uma pessoa solteira, casal sem filhos ou um idoso. Ao agrupar dois módulos ou três módulos é possível abrigar famílias grandes e pequenas. Para o agrupamento de três módulos também foi pensado no layout para guarda compartilhada dos filhos. Já os espaços comuns foram pensados para promover o bem-estar e a qualidade de vida dos moradores. Dessa forma, utilizou-se da teoria positivista de Martin Seligman que afirma que existem 5 pilares para o desenvolvimento do bem-estar: 1- Emoções Positivas 2- Relacionamentos 3- Engajamento 4- Significado 5-Realização (SELIGMAN, 2012). Utilizando-se dessas emoções pensou-se em ambientes que poderiam promover esses sentimentos. Posteriormente, dividiu-se esses ambientes em três níveis de necessidades: imediata, diária e eventual para poder desenvolver uma padronização de distribuição desse ambientes nas edificações. Após estudar a teoria social do antropólogo e sociólogo britânico Robin Dunbar e a teoria do pesquisador americano Marc J. Dunkelman, pensou-se na posição e quantidade desses módulos de uso comum em planta. Utilizando-se das pesquisas de Dunbar e Dunkelman, 11


1. COLIVING: COMPARTILHAR É O FUTURO 12


Os preços das moradias nas cidades estão crescendo vertiginosamente. Segundo o instituto Demographia, em 2019, cerca de 58% das principais cidades do mundo não possuíam imóveis acessíveis para seus moradores. Em 2014, o mesmo dado era de 29% (foram considerados inacessíveis os imóveis de preço médio superior a 4,1 anos da renda anual média da região) (DEMOGRAPHIA, 2019). Em paralelo, as cidades estão cada vez mais populosas. Segundo dados da Organização das Nações Unidas (ONU), atualmente 55% da população mundial vive em cidades e a projeção é que este número cresça para 70% até 2050 (ONU, 2018). Visando a combater esse cenário e tornar mais acessível a moradia, cidades como Berlim, na Alemanha, congelaram os preços de aluguéis por 5 anos. Porém, em resposta à medida, os donos de imóveis retiraram os apartamentos para aluguel, e o número de moradias disponíveis caiu em 42%. Esses cenários nos levam cada vez mais a questionar os modelos atuais de moradia. (JOVEMPAN, 2020). É preciso desenvolver espaços que condirão com as novas demandas do mercado. Segundo a consultora da Worth Global Style Network (WGSN) Julia Curan, referência mundial de previsão de tendências, as gerações estão cada vez mais abertas a compartilhar, buscando soluções colaborativas, ecológicas e conscientes. Este comportamento se reflete tanto na moradia, quanto na forma de se ver a casa. Curan afirma que há uma propensão às pessoas priorizarem conexões e experiências, ao invés da posse de algo, neste caso, moradia própria (OGLOBO, 2017). Essa tendência de comportamento está muito alinhada à economia compartilhada, sistema que possibilita a disponibilização de recursos sem a necessidade de posse. Ele vem crescendo muito, e tem estimativa de movimentar mais de 335 bilhões de dólares em 2025, segundo a Price Waterhouse Coopers. A moradia não ficou fora deste novo modelo. O Coliving já está em vários países e é considerado a “moradia do futuro”. (YARAGHI; RAVI, 2017). Coliving é um termo que vem da junção do prefixo “co”, do latim cum, que significa compartilhar; com a palavra “living”, termo de origem inglesa que significa morar. A ideia gira em torno de uma forma de habitação compartilhada que mantém a tradicional unidade privada, mas em dimensões menores. Em contrapartida, ocorre a disponibilização de várias áreas comuns como cozinha, academia, local de estudo, trabalho, entre outros, para que através do compartilhamento, haja a otimização de espaços, recursos e ocorra a criação de comunidades.

“One Shared House 2030”, na qual mais de 14.000 pessoas de 147 países participaram. A pesquisa buscou descobrir de que forma as pessoas estariam dispostas a viver em um Coliving. Dentre as perguntas realizadas na pesquisa, uma foi sobre qual seria a maior vantagem de viver em um coliving. Mesmo com opções como “diminuir os preços de aluguel” ou a “oportunidade de viver em melhores locais por menos”, a mais votada, escolhida por 39% dos entrevistados, foi a oportunidade de socializar mais (SPACE10, 2018). A depressão já foi considerada a doença do século. Segundo a World Health Organization, o crescimento dos casos fará com que, até 2030, ela seja a doença mais comum do mundo, superando problemas cardíacos ou câncer. Dentre os fatores que agravam a doença, a solidão se destaca (World Health Organization, 2011). Dessa forma, viver em um espaço que promova a socialização é uma ótima forma de combater a depressão. Com o aumento significativo de moradores individuais, como idosos, divorciados e jovens adultos solteiros, espaços que promovam a integração são essenciais para estimular a saúde mental e o senso de comunidade desses indivíduos. A solidão é uma questão tão relevante para o futuro, que em 2018, no Reino Unido, foi nomeado um “Minister for Loneliness” (em tradução: ministro para solidão) que tem como objetivo lidar com essa questão no país (TIME, 2018).

“Ninguém deve se sentir sozinho ou ficar sem alguém a quem recorrer. A solidão é um problema sério que afeta pessoas de todas as idades e origens e é essencial que nós enfrentemos ela” Tracey Crouch, ministra da solidão do Reino Unido. Fonte: Governo Britânico, 2018. Outra pergunta do questionário foi sobre com quantas pessoas eles estariam dispostos a compartilhar uma comunidade. A opção mais escolhida foi um grupo pequeno, de 4 a 25 pessoas (SPACE10, 2018).

1.1 Estamos prontos para compartilhar

A resposta supracitada vai de encontro aos principais colivings do mundo. O Collective Old Oak, em Londres, na Ingraterra, possui 550 unidades de apartamentos compactos, já o também renomado coliving Ollie, em Nova Iorque, possuí 426 apartamentos distribuídos em 13 andares. Nesses casos, a estratégia adotada pelas operadoras é criar o senso de comunidade em cada pavimento do edifício e não no prédio como um todo. Os ambientes comuns mais utilizados, como exemplo a cozinha, são posicionados um por andar para criar pequenas comunidades dentro desse grande grupo.

Para descobrir como seria essa nova forma de viver, o escritório de ideias Space10, da empresa sueca IKEA, desenvolveu uma pesquisa online chamada

Outra questão importante levantada foi sobre com quem as pessoas gostariam de compartilhar. A maioria respondeu que gostaria de viver em uma comunidade

Portanto, é possível transformar as cidades também através da arquitetura por meio de: projetos para as demandas atuais e futuras; otimização de espaços e criação de novas formas de viver, mais sustentáveis e saudáveis para a vida humana. E é essa (nem tão nova) forma de viver que será discutida neste capítulo.

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diversa, com pessoas Muitas vezes vemos o os Student Livings vings (colivings para da, na verdade, é

de idades e contextos diferentes. (SPACE10, 2018). mercado buscando criar nichos dentro deste setor, como (coliving para estudantes) ou também Senior Liidosos). Mas, o surpreendente é que a demanpela diversidade e troca entre gerações e grupos.

Por fim, segundo a pesquisa, a maior preocupação das pessoas em viver em um coliving é a violação da privacidade. É preciso, então, durante a elaboração do projeto, delimitar claramente a divisão de espaços comuns e privados. Seguindo esta preferência, não dividir o banheiro também foi votado pela maioria (SPACE10, 2018).

uma disputa no tribunal da Virgínia, EUA. Na ocasião, o juiz sugeriu que a melhor solução para os dois filhos pequenos seria que eles ficassem na casa de sua família e os pais revezassem a companhia. Esse caso, no entanto, acaba sendo bem custoso. Isso ocorre pois além da necessidade de manter a casa dos filhos, há a também a de cuidar de uma casa particular para quando não estiverem com eles. (NYTIMES, 2016)

1.2 A sociedade do compartilhamento

Outro tipo de Birdnesting são casais divorciados, mas que vivem no mesmo apartamento. É o caso de Sr. Guitti e Sr.Bologna, que ao se separarem, dividiram a casa que moravam de dois andares em um pavimento para cada. Neste caso os filhos mantiveram o constante contato com ambos os pais, mas possibilitou maior privacidade para ambos os adultos. (NYTIMES, 2016)

Além das preferências discorridas no último tópico, existem outras necessidades ao pensar em projetos para sociedades futuras. Como será a composição social, suas demandas e formação? Como estarão os jovens? Quais as novas concepções de famílias? Como as cidades lidarão com os idosos? Desta forma, buscou-se identificar as tendências sociais para projetar novas moradias de maneira mais eficiente.

“Nossa principal preocupação era criar e viver em um ambiente pacífico para nossos filhos enquanto seguíamos nossas vidas. Tivemos algumas reuniões com um terapeuta. Ele nos ajudou a descobrir como gerenciar a nova situação de vida, e criamos regras para preservar nossa privacidade como pais solteiros ”. Ms. Gitti, designer de 48 anos que mora em Nova Iorque e divide a casa com o ex-marido para o New York Times. Fonte: NYTIMES, 2016.

No que tange aos lares unipessoais a tendência é de crescimento. Segundo o censo do IBGE 2005 e 2015 o número de pessoas que moram sozinhas subiu de 10,4% em 2005, para 14,6% em 2015 (IBGE, 2005;2015). Contribuindo para com o argumento, segundo pesquisa da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), 41% dessas pessoas afirmam que pretendem continuar morando sozinhas, descartando a possibilidade de futuramente dividir o lar com outra pessoa (LULLIO, 2017). Outra tendência é a dos jovens entre 25 e 35 anos morarem sozinhos. O número cresceu de 21,7% para 25,3% entre 2005 e 2015, segundo o IBGE. (IBGE, 2005; 2015).

“Um dos benefícios é que não precisamos buscar ou deixar as meninas, elas apenas usam as escadas e já mudam de um apartamento para o outro”

Tratando-se das famílias, os arranjos tradicionais já se alteraram muito. O índice de famílias nucleares simples (pais e filhos) caiu de 50,1% das famílias brasileiras em 2005 para 42,3% em 2015. Já o percentual de casais sem filhos, que era de 15,2% das famílias em 2005, foi para 19,9% em 2015, segundo o censo IBGE. Logo, observa-se a tendência de diminuição dos núcleos familiares, para famílias menores e sem filhos. (IBGE, 2005;2015) Outro dado relevante é o de divorciados e separados. Esta parcela subiu de 3,6% da população brasileira em 2005, para 4,8% em 2015. (IBGE, 2005;2015) Esse dado segue a tendência mundial e chama a atenção para uma demanda que começa a surgir paralelamente a este fenômeno: a vontade de casais divorciados em morar próximos, no mesmo prédio ou até em apartamentos ao lado pela saúde mental dos filhos. Nos Estados Unidos da América (EUA) essa tendência já está se espalhando e é comumente chamada de “birdnesting”. Uma das formas de Birdnesting é manter os filhos em uma casa principal, na qual os pais ficam revezando quem mora com eles por determinado tempo. Esta dinâmica teve origem em 2000, em

Mr.Bologna, senhor de 50 anos que mora em Nova Iorque e divide a casa com a ex-mulher, para New York Times Fonte: NYTIMES, 2016. O número de idosos também cresceu bastante ao longo do tempo. Segundo o Space10, em 2050 haverá 2,1 bilhões de idosos no mundo, o equivalente a 22% da população (SPACE10, 2018). O envelhecimento da população brasileira acompanha a estimativa. De acordo com o IBGE, os idosos representaram 18% da sociedade entre 2012 e 2019 (IBGE 2012; 2019). Dessa maneira, é urgente criar espaços que promovam o bem-estar desse grupo, partindo de iniciativas como o desenvolvimento de locais que promovam um envelhecimento ativo e seguro. Diante dessa preocupação, surgiu na Dinamarca as chamadas “Casas das Gerações”. Elas são colivings com o objetivo de promover a integração entre todas as faixas etárias, principalmente os idosos. Os projetos proporcionam espaços nos quais ocorrem a troca entre as gerações. Neles, um idoso pode, por exemplo, ajudar a vigiar uma criança e um jovem pode cuidar de alguém mais velho em caso de necessidade. Também é possível ver o surgimento de muitos Sênior Livings. Esses espaços são muito vantajosos, visto que possuem uma excelente estrutura auxiliar e médica por um preço mais acessível para os moradores. Porém, no Senior Living a troca entre gerações praticamente se extingue.

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1.3 Coliving não é algo novo Na maior parte da história da humanidade, o homem viveu em comunidades onde compartilhava os seus valores, cultura, hábitos e religião. Durante o período pré-histórico, o ser-humano era nômade, ou seja, deslocava-se constantemente em busca de alimentos (caçadores e coletores) abrigando-se em cavernas e grutas quando necessário. Com a descoberta do fogo, ocorreu a sedentarização e o homem das cavernas passou a residir em local fixo. Para se proteger das invasões, a vida em comunidade se apresentou como uma alternativa essencial para a existência, surgindo no neolítico os primeiros edifícios permanentes e as primeiras aldeias (VANAZZI, 2019).

praça central cotidianas na central comum PROGRAMA

na qual eram realizadas festas, cerimônias e outras atividades tribo. As malocas eram divididas internamente em um espaço e em volta uma oca para cada família (Figura 1) ( EQUIPE DO RIO NEGRO DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2002).

Já na Europa medieval, também em razão da segurança, a vida compartilhada foi ganhando força, estruturando-se através dos feudos. Nas casas das famílias mais simples a situação era precária. Crianças e adultos moravam sob o mesmo teto em casas sem divisórias internas e sem iluminação elétrica (VANAZZI, 2019). A revolução industrial foi um marco população rural para as áreas urbanas, para acomodar mais pessoas. meiros prédios e também

para a moradia. foi preciso reduzir Nessa época, os cortiços

Com a migração da o tamanho das casas surgiram os pri(VANAZZI, 2019).

“(o cortiço) compõe-se de uma única sala que muitas vezes é úmida e fica no subsolo (...) (a casa) sempre mal mobilhada e invariavelmente inabitável, aponto de um monte de palha servir frequentemente de cama para uma família inteira, cama onde se deitam homens, mulheres, velhos e crianças” ENGELS, Fonte:

Friederich. A situação Martins,

da

classe 2015,

trabalhadora p.

na

Inglaterra. 132.

Durante a primeira Revolução Tecnológica, para solucionar esse tipo de moradia compartilhada e insalubre, emergiram algumas ideias de habitações sociais em comunidades. Os teóricos da época desenvolveram a proposta de conectar o local de trabalho com o local de moradia, criando uma grande cooperativa (MARTINS, 2015). Um desses estudos foi de Charles Fourrier, que propôs a criação de comunidades chamadas de Falanstérios. Nelas haveria um edifício comum com unidades de descanso privadas e ambientes compartilhados. Dentre eles a cozinha, teatro, creche, biblioteca e uma fábrica coletiva na qual todos trabalhariam e dividiriam o lucro de acordo com a quantidade e qualidade do trabalho (MARTINS, 2015). No Brasil a história não é diferente. A moradia compartilhada também estava presente desde os primórdios com as vilas indígenas. Havia vários tipos de 8 organização habitacional. A mais comum, adotada pelos índios Tupis e Guaranis, eram as aldeias: organização composta por um conjunto de 4 a 10 ocas (tupi) ou ogas (guarani) que vivam até aproximadamente 400 pessoas. As construções, chamadas de malocas, eram dispostas de forma a criar uma grande

Figura 1 - Planta baixa de uma maloca típica do Alto Rio Negro. Fonte: Programa Rio Negro do Instituto Socioambiental. Disponível em < https://pib.socioambiental.org/>, acesso em 15 de novembro de 2020 “Internamente, os esteios, todos eles bem alinhados, dividiam o espaço em cinco naves [no sentido da largura]. As três centrais para uso comum: passagem, reuniões, danças, visitas e trabalho. Aí ficavam, mais para o fundo, os utensílios de uso comum, como sejam os grandes vasos de barro cozido e os cochos de madeira para a fermentação dos caxiris, e o forno para o fabrico da farinha. É aqui que se desenvolvem as danças por ocasião das festas. As duas naves mais externas, que correspondem à parte baixa do telhado, ao longo do beiral, eram destinadas à residência das famílias: cada nave tinha quatro divisões.” Missionário salesiano Alcionilio Brüzzi descrevendo a Maloca que encontro em São Pedro, no Rio Tiquié, em 1947. (EQUIPE DO PROGRAMA RIO NEGRO DO INSTITUTO SOCIOAMBIENTAL, 2002) Voltando para a Europa, no início do século 20 surgiu um grupo de arquitetos britânicos envolvidos no movimento modernista que fundaram o Modern Architectural Research Group (MARS). Esta associação tinha como objetivo promover o discurso modernista no Reino Unido por meio de experimentos e divulgações. Dentre suas realizações, duas foram muito importantes para o Coliving, pois se tornaram referência na propagação do modelo dentro do continente (STEWART, 2016).

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“O objetivo era de converter governos para os méritos do modernismo para criar soluções para os problemas contemporâneos”

somadas às crescentes migrações do meio rural para o urbano, as habitações compartilhadas começaram a ter maior participação na arquitetura contemporânea.

Adaptado de Elizabeth Darling dernity before reconstruction”

Essa mudança surgiu de forma espontânea devido à necessidade de estudantes, jovens e adultos por lares de baixo custo para iniciarem sua vida independente na cidade. Dessa forma, compartilhar um apartamento ou casa com estranhos caberia no orçamento mensal e ainda os introduziria a novas pessoas na cidade. Tais moradias, entretanto, por serem em grande parte improvisadas e não planejadas para o compartilhamento, tornaram-se temporárias e não vistas como habitação a longo prazo pela maioria.

em “Reforming Britan: Narratives of mo2007. Retirado de (STEWART, 2016).

O primeiro deles foi o Isokon (Figura 2). Criado em 1934, foi um edifício de 36 apartamentos. Todos possuíam dimensões menores que os usuais da época e vinham mobiliados no estilo minimalista, incluindo apenas móveis necessários. No edifício eram disponibilizados diversos serviços: engraxate, limpeza, refeições, arrumação de cama, entre outros. E havia também ambientes comuns para os moradores: lavanderia, jardim, áreas de socialização e um restaurante. Os habitantes do prédio eram em sua maioria artistas e intelectuais da época (STEWART, 2016). Outro exemplo desenvolvido por membros do MARS foi o Kensal House. Inaugurado em 1937, foi o primeiro conjunto habitacional modernista do Reino Unido. Ele era constituído de dois edifícios que formavam uma “vila urbana”, onde havia apartamentos de 2 e 3 quartos além de diversas áreas comuns para os moradores. No que diz respeito aos ambientes comuns, haviam oficinas, lavanderia, berçário, centro comunitário, clube, cantina, dentre outros. No complexo eram realizadas diversas aulas e cursos profissionalizantes para os moradores, além de eventos de socialização entre eles. É preciso salientar, ainda, que o edifício era administrado por um coletivo de moradores que tomavam as decisões (STEWART, 2016). Alguns anos depois, na década de 70, surgiu na Dinamarca o conceito de cohousing com o projeto Sættedammen. O cohousing é uma forma de habitação compartilhada normalmente em formato de comunidade de casas, na qual todo o processo de projeto é desenvolvido em conjunto com os próprios moradores de forma totalmente customizada para eles. Nele, os moradores estão mais envolvidos nas decisões, no planejamento e no desenvolvimento dos espaços e atividades (STEWART, 2016). Em Sættedammen vivem 35 famílias, cada uma com sua casa. Porém, compartilham espaços de convivência e atividades. Todos os dias eram realizados jantares comuns, e em feriados e festas também ocorriam comemorações conjuntas. A comunidade existe até hoje e vários de seus moradores originais ainda habitam lá (STEWART, 2016).

1.4 Coliving na contemporaneidade

Esse cenário informal mudou drasticamente na última década, na qual empresas do ramo imobiliário viram uma carência no mercado para esse tipo de residência e começaram a desenvolver empreendimentos nesse estilo. Um dos primeiros desenvolvedores foi o grupo The Collective Partners LLP com o empreendimento “The Collective Old Oak”, em Londres. (STEWART, 2016). O The Collective Old Oak (Figura 2) possui um coworking com capacidade para 400 pessoas, e um coliving com 546 quartos. Além disso, tem 930 m² de áreas comuns como lavanderia, cozinhas experimentais, lounges, sala de jogos, salão de festas, quartos de visita, biblioteca, sala de cinema, bar, spa, restaurantes e academia. (NUNES;VIEIRA, 2019) Porém não é apenas em Londres que o coliving se espalhou. Diversas metrópoles, como Nova Iorque, também acolheram esse modelo. A empresa We Work, famosa por seus coworkings, já lançou na capital novaiorquina um modelo de coliving chamado We Live. O mercado imobiliário aos poucos se adapta a esse novo modo de viver, que corresponde muito mais com a geração atual, as novas, e suas demandas (NUNES;VIEIRA, 2019). No Brasil o mercado também está se adaptando para suprir esta demanda. Em São Paulo, foi criado o “Share Student Living”. É um edifício compartilhado com foco para estudantes e universitários. O projeto conta com quartos e banheiros privativos para uma a três pessoas, que ainda dividem uma pequena sala e copa privadas. Nos espaços comuns os moradores podem compartilhar salas de tv, área de lazer, salas de estudo privativas e comuns, cozinha, academia, churrasqueira, piscina, e outros espaços. A operação é fundamental nesse empreendimento, criando laços entre os estudantes através da promoção de diversos eventos, cursos e festas (NUNES;VIEIRA, 2019).

Como visto no tópico anterior, apesar de as residências compartilhadas já estarem presentes em nossas sociedades desde os seus primórdios, até o século XX, esse tipo de habitação era pouco conhecida e o modelo tradicional de moradia individual predominava.

Outro exemplo no Brasil é o coliving Cine Teatro Presidente, desenvolvido pela construtora Wikihaus. O empreendimento foi desenvolvido de forma colaborativa, agregando diversos arquitetos e potenciais consumidores. Sua premissa foi criar um espaço para conviver, trabalhar, curtir e viver. O projeto conta com apartamentos de 38 a 70 m² e espaços comuns como horta, petplace, lavanderia, sala de jogos e coworking (NUNES;VIEIRA, 2019).

Com as diversas crises econômicas dos século XX e XXI - 1973, crise do petróleo; 1980, guerra do Irã e Iraque impactando no preço do petróleo; 1997, crise dos tigres asiáticos; 1998, crise russa; 2001, queda das Torres Gêmeas; 2008, crise imobiliária americana; 2020, crise devido ao coronavírus, etc -

Por fim, para compreender mais sobre este modelo, estudou-se a fundo alguns projetos de colivings pelo mundo, que serviram como referência para o desenvolvimento desta monografia.

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Figura 2 - A esquerda Isokon, a direita The Collective Old Oak. Fonte: Stewart. Disponível em < https://failedarchitecture.com/the-collective-is-not-a-new-wayof-living-its-an-old-one-commodified/ >, acesso em 15 de novembro de 2020.

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2. ARQUITETURA MODULAR, FLEXÍVEL E DESMONTÁVEL 18


2.1 História da construção pré-fabricada e modular A revolução industrial no século XVIII transformou o homem e nossa forma de produção. Inovações tecnológicas surgiram em todos os ramos econômicos e a construção civil não ficou de fora. A industrialização da construção começou a se desenvolver já no século XVIII, porém foi a partir da Segunda Guerra Mundial que estudos e experimentos importantes ocorreram principalmente na Europa. Devido a necessidade de reconstruir as cidades no pós guerra, métodos de construção rápidos e eficientes se tornaram essenciais para a sociedade da época.

Outro arquiteto importante foi Moshe Safdie, que projetou o edifício “Habitat 67” (Figura 7): construção composta por 354 módulos pré-fabricados de 11,80 metros x 5,3 metros, empilhados de forma dinâmica. Durante a construção do edifício foi criada uma fábrica in loco para a produção dos módulos que depois eram içados e empilhados. Durante a obra ocorreram diversos cortes orçamentários, porém devido a economia e racionalização da construção pré fabricada e modular o edifício foi concluído (BONVICINI, 2017).

Diante desse cenário, um grupo de arquitetos modernistas se proporiam a desenvolver soluções para as necessidades da época. Dentre os nomes importantes nessa atuação teve Walter Gropius. Gropius buscou através de experimentos e estudos desenvolver habitações pré-fabricadas, visando o baixo custo, tempo de execução e fácil replicação (BONVICINI, 2017). “As vantagens econômicas desta forma de construir seriam então enormes, sem dúvida. Profissionais experientes estimam que possa se esperar uma redução de 50% ou mais nos custos. Isto significa nada menos que todo trabalhador teria a oportunidade de conseguir para sua família uma casa saudável e boa. Assim como hoje, graças ao processo industrial no mundo, lhe é dado adquiriram artigos de primeira necessidade a um preço bem melhor do que as gerações antigas obtinham” Walter Gropius em nova arquitetura. Fonte: Bonvicini, 2017, P.17 Dentre as suas experimentações, Gropius desenvolveu com K. Waschsmann um sistema de construção chamado “General Panel System” em uma fábrica em Los Angeles na qual eles produziram componentes para habitações pré-fabricadas (BONVICINI, 2017). Outro nome importante foi de Jean Prouvé e Pierre Jeanneret, irmão de Le Corbusier. Eles criaram uma linha de casas desmontáveis (Figura 6) que visavam a rápida construção. Prouvé desenvolveu uma estrutura em “Pórtico Axial”, a qual futuramente ele veio a patentear. O pórtico e o restante da estrutura eram de aço, enquanto o piso era de assoalho e as paredes de placas de madeira.

Figura 7 – Foto da edificação Habitat 67 do arquiteto Moshe Safdie. Fonte: Arquiscopio. Disponível em < https://arquiscopio.com/archivo/2012/04/19/ habitat67/?lang=pt > Acesso em 31 de janeiro de 2021.

Figura 6 – Modelo de casa desmontável desenvolvida e construída por Jean Prouvé e que foi utilizada como seu escritório exposta na Galerie Patrick Seguin em Miami. Fonte: Archdaily. disponível em < https://www.archdaily.com.br/> acesso em 31 de janeiro de 2021.

Não foi apenas no ocidente que essas ideias de construção industrializado estavam aflorando no pós guerra. No Japão surgiu um grupo de arquitetos que se denominavam “Metabolistas” que buscaram também soluções para a falta de habitações no fim da Segunda Guerra Mundial. Um dos projetos importantes do grupo foi a “Capsule Tower” (Figura 8 e 9), torre composta de 140 cápsulas préfabricadas de 4metros x 2,5 metros que continham apenas o básico para a vida urbana da época: cama, armário, mesa de trabalho, fogão, geladeira e banheiro. As cápsulas se conectavam em uma estrutura central de circulação por meio de parafusos de alta tensão. Esses parafusos proporcionam uma fácil manutenção e possível substituição do módulo no futuro (BONVICINI, 2017).

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novicz. Abrahão foi arquiteto e professor na FAU USP. Ele acreditava que se bem estudado e produzido ou objeto poderia ser usado indistintamente e vendido. Com essa visão, ele começou a desenvolver componentes para edificações. Seu primeiro grande projeto foi o desenvolvimento de um caixilho que foi amplamente utilizado no edifpicio Abaeté em Higienópolis, São Paulo. Posteriormente, a construtura Formaespaço contactou o arquiteto para desenvolver um módulo que seria produzido em série para habitações de baixa renda. (BONVICINI, 2017). Já no resto do mundo, na modernidade esse movimento começou a se fortalecer com o uso de contêineres. O material foi adotado principalmente para enfatizar a mobilidade e adaptabilidade desse tipo de moradia. Uma das primeiras residências em contêiner foi a Future Shack (Figura 10) do arquiteto Sean Gospel em 1985 na Austrália. Figura 9 – Exterior do Capsule Tower. Fonte: Iconichouses. Disponível em < https://www.iconichouses.org/icons-at-risk/ nakagincapsule-tower > Acesso em 31 de janeiro de 2021. No Brasil esse movimento veio um pouco mais tardio, devido à inexistência de impactos relevantes habitacionais no pós-Segunda Guerra Mundial. Dessa forma, o modelo surgiu na década de 50 comandado pelo arquiteto João Figueiras Limas, o Lelé. (BONVICINI, 2017). Lelé ficou encarregado de construir os acampamentos para os operários de Brasília. Pela necessidade de uma construção rápida, sem desperdícios e com falta de materiais nas redondezas, o arquiteto trouxe a construção modular e préfabricada como solução para seus desafios (Figura 10). Na época, a construção das escolar foi o maior desafio. Com falta de recursos e materiais, Lelé desenvolveu uma fábrica de componentes pré-fabricados com trabalho local na região, criando empregos na cidade e oportunidades para as crianças (BONVICINI, 2017).

Figura 10 – Foto da residência em contêiner Future Shack. Fonte: Architecureau. Disponível em < https://architectureau.com/articles/futureshack/ > acesso em 31 de janeiro de 2021. No Brasil a primeira casa de contêiner marítimo foi projetada pelo arquiteto Danilo Corbas (Figura 11) em 2011. Ele utilizou quatro contêiner criando uma residência de 196 m2 divididos em dois pavimentos.

Figura 10 – Desenho de Lelé da escola rural para 50 alunos em Abadiânia, Goiás. Fonte: Arquitetura Modular para Habitação, Julia Bonvicini , 2017, p. 24 Após a construção de Brasília, Lelé assumiu o cargo de coordenador técnico da Companhia de Renovação Urbana de Salvador, na qual se deparou com falta de recursos e carência de infraestrutura urbana. Dessa forma, o arquiteto adotou produtos pré-fabricados em quase todas as suas construções. Posteriormente, Lelé criou uma fábrica de componentes pré-fabricados para a rede de hospitais Sarah Kubitschek, a qual produzia desde componentes estruturais, até mobiliário. O interessante dos elementos pré-fabricados desenvolvidos pelo arquiteto, é priorização do usuário, buscando sempre a relação do ambiente interno com a natureza e também qualidade da ventilação. Outro arquiteto importante para a disseminação dessas técnicas no Brasil foi Abrahão Sa-

Figura 11 – Casa Contêiner de Danilo Corbas. Fonte: Archdaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/800283/ casa-containergranja-viana-container-box > acesso em 31 de janeiro de 2021. 20


Figura 8 – Interior do Capsule Tower.

Fonte: Inconichouses. Disponível em < https://www.iconichouses.org/ icons-at-risk/nakagincapsule-tower > Acesso em 31 de janeiro de 2021.

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2.2 Por que escolher a construção modular? Como é de conhecimento geral, obras convencionais dificilmente seguem cronogramas e atendem aos prazos. Imprevistos como o clima, planejamento inadequado, falta de pessoal e circunstâncias inesperadas tornam um grande desafio a previsibilidade e planejamento desse tipo de obra. Para solucionar esses problemas, diminuir o tempo de construção e melhorar a sustentabilidade surgiu as construções modulares pré-fabricadas. “A construção modular é um processo no qual um edifício é construído fora da obra, sob construções controladas, usando os mesmos materiais e projetando com os mesmos códigos e padrões das instalações convencionais na metade do tempo” Definição do Modular Biulding Institute (Instituto de Construção Modular) (CAO, 2020) A construção modular pré-fabricada pode tanto englobar apenas a produção em fábrica de componentes construtivos que são incluídos e compatibilizados em obra, como vedações, janelas, portas... Quanto a construção total do módulo (habitacional, corporativo, hoteleiro...) que é construído e montado em fábrica e transportado para a obra para seu posicionamento e empilhamento (Figura 12).

menor tempo construtivo. Um hotel modular pode começar a funcionar de 30% a 50% mais cedo do que em um em construção convencional (CAO, 2020). Outra vantagem do sistema é a diminuição de custos, pois com um bom planejamento não ocorrem desperdícios de materiais e otimização da mão de obra, que se torna mais produtiva e mais segura. Maior flexibilidade e reutilização também é uma vantagem da construção modular. Com esse sistema edifícios inteiros podem ser desmontados ou facilmente transformados para novos usos. Dessa forma, é possível minimizar a demanda por matéria prima e quantidade de energia para atender novas necessidades (CAO, 2020). Pode-se citar, também, a diminuição da produção de lixo como uma vantagem desse sistema. Segundo Pedro Carlos Schenini, professor da Universidade Federal de Santa Catarina, a construção civil produz cerca de 70% da massa total de resíduos sólidos urbanos de uma cidade brasileira de médio e grande porte (AKATU, 2010). Como a construção pré-fabricada possui um planejamento de consumo de materiais, é possível estimar com certeza a quantidade de matéria prima necessária e evitar desperdícios.

2.3Design to Disassembly: Projetar para desmontar O conceito de projetar para desmontar vem ganhando força nas últimas décadas. A urgência de diminuir o consumo dos recursos naturais é evidente e a construção civil tem um papel importante, pois é um dos setores que mais consomem recursos naturais e um dos que menos recicla. Segundo o professor Schenini, 66% da madeira consumida de florestas naturais têm como destino a construção civil, além de ser o setor que mais consome recursos não-renováveis como o cobre e o zinco. Para piorar o cenário, segundo a Associação Brasileira para Reciclagem de Resíduos de Construção Civil e Demolição (Abrecon), o Brasil joga fora cerca de oito bilhões de reais ao ano por não reciclar seus produtos (ABRECON, 2011). Dessa forma, a construção pré-fabricada e modular veio como um sistema ideal para criar edificações não só com economia de materiais, mas também planejadas para desmontar. Projetar para desmontar consistem em uma abordagem de projeto voltada para criar uma edificação que seja fácil a alteração e desmontagem parcial ou total das estruturas. Dessa forma, proporcionando a reutilização dos sistemas, componentes e materiais até o final de sua vida útil. Portanto, projetando com esse intuito é possível garantir um ciclo de vida mais duradouro para os materiais, prevendo e proporcionando a reutilização e reciclagem, diminuindo a pegada de carbono dos edifícios (CUTIERU, 2020).

Figura 12 – Construção modular em formato de empilhamento. Fonte: Tocci. Disponível em < https://www.tocci.com/2017/02/11-key-differences-traditionalconstruction-vs-modular/ > Acesso em 31 de janeiro de 2021 Com a construção modular é possível obter uma construção mais racionalizada. A partir da racionalização obtemos diversas vantagens, dentre elas temos a economia de tempo. Essa vantagem se dá, pois em fábrica o planejamento da construção é muito mais previsível e assertivo e enquanto os módulos são produzidos, o terreno está sendo preparado (fundação, encanamento...). Dessa forma, com a atuação simultânea em fábrica e na obra obtém-se um

Vários países já estão caminhando para adotar essa estratégia projetual. Em Londres, o novo plano da cidade exigirá no momento da aprovação um plano de reciclagem e reutilização dos componentes. Diversos selos de certificação ambiental também exigem essa estratégia para garantir a certificação. O Banco de Materiais dos Edifícios (BAMB) da União Europeia e a EPA (Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos) criaram algumas diretrizes e estratégias para os arquitetos incorporarem a desmontagem nos edifícios. Existem 5 estratégias principais para projetar para desmontagem (RIOSA; CHONGA; GRAU, 2015): 1. Documentação apropriada dos materiais e métodos para desconstrução. É preciso optar por materiais com maior durabilidade do que apenas a vida útil da edificação. Também é preciso buscar e desenvolver produtos menos tóxicos, com alta qualidade e grande potencial

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de reciclagem. Atualmente existem alguns softwares, como o SimaPro, que fornecem relatórios do ciclo de vida de cada material adotado na obra. São excelentes ferramentas para coletar dados e analisar o desempenho ambiental de produtos; 2. Detalhamento de elementos e conexões. Para projetar para desmontar é preciso escolher conexões reversíveis entre os principais elementos construtivos. É necessário também se atentar a contaminação de produtos químicos, por exemplo se a esquadria metálica não foi parafusada, mas sim col adas, existem produtos químicos não removíveis como aglutinantes e seladores que impossibilitam a reciclagem; 3. Separar os sistemas não recicláveis, não reutilizáveis e não descartáveis, como os sistemas elétricos e hidráulicos; 4. Projetar estruturas simples com a padronização de componentes e dimensões para facilitar a desmontagem; 5. Projetar pensando na facilidade do trabalho de desmontagem, segurança dos trabalhadores e produtividade; Ao adotar essas estratégias é possível reduzir significativamente a criação de lixos. Na tabela abaixo é possível ver o percentual de material que poderá ser reciclado em alguns prédios que foram planejados para serem desmontados: Localização

Edifício estudado

Percentual de reuso e reciclagem

Processo de Extração Minério, pedra, argila, petróleo, madeira, plantas...

Metais, Produtos Químicos, Cementes...

Reciclagem

Processo de Refinamento Materiais prontos para o uso

Reuso

Processo de construção

Mineração, Colheita e Escavação

Obras Solo

Despejo em aterro sanitário

Descarte

Uso

Figura 13 – Roda de vida dos materiais

Fonte: Adaptado de “Disassembly and Deconstruction - Challenges and Opportunities”, 2015, p. 1299. Dentre os benefícios sociais temos a criação de novos empregos. Atualmente a indústria de demolição utiliza-se basicamente de maquinário pesado e pouco do trabalho humano se comparado ao sistema de deconstrução. Outro benefício social é a criação de trabalhos mais seguros, como a deconstrução é planejada e documentada ao trabalhar nesse setor as pessoas estariam se submetendo a um trabalho mais seguro do que nas construções convencionais (RIOSA; CHONGA; GRAU, 2015). Sobre os benefícios econômicos, a deconstrução criaria todo um novo mercado de produtos para reutilização. Esse sistema também impulsionaria as empresas de reciclagem. Vale salientar, ainda, que edifícios com essas tecnologias possivelmente seriam mais valorizados no mercado.

Tabela 1 – Percentual de reutilização e reciclagem de edifícios planejados para deconstrução. Fonte: Adaptado de “Disassembly and Deconstruction - Challenges and Opportunities”, 2015, p. 1300. Adotar esses métodos nas construções além de benefícios ambientais é possível também identificar benefícios sociais, econômicos e culturais. Dentro dos benefícios ambientais a ampliação do ciclo de vida dos recursos é um dos mais relevantes. A deconstrução é essencial para fechar o “material loop” (roda de materiais). Com a deconstrução é possível adiantar o processo de criação de novos materiais, sem precisar esperar a decomposição (RIOSA; CHONGA; GRAU, 2015). A figura abaixo ilustra como fica a roda de materiais com a reciclagem:

“Não é surreal supor que edifícios planejados para deconstrução terão maior valor de mercado ” (Webster, 2007) Por fim, acerca dos benefícios culturais podemos citar que com o planejamento para decontrução no futuro será muito mais simples o reaproveitamento e restauro de elementos arquitetônicos nos edifícios. Um elemento artístico, por exemplo, se for planejado para desmontar, ele será facilmente retirado da edificação e transportado para um ateliê de restauro ou para exposição em um museu. Dessa forma, planejar para a deconstrução é planejar para o futuro. É preciso otimizar e reaproveitar os recursos antes que eles se esgotem.

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2.4 Casas Adaptáveis: A modularidade adaptada as mudanças da vida

com o tempo sem a necessidade de interromper o funcionamento e operação da estrutura existente. Como o projeto prevê essa adaptabilidade as mudanças futuras ocorrem com custos mais baixos e em um tempo muito menor (MAIZTEGUI, 2020).

Além das questões sustentáveis da construção pré-fabricada e modular, outra tendência que vem criando espaço na arquitetura e que contribui para a sustentabilidade das construções são as casas adaptáveis. Casas adaptáveis são módulos residenciais desenvolvidos visando a flexibilidade e adaptabilidade das residências. Nesse modelo, o morador tem um processo muito mais participativo com a concepção da sua moradia, adaptando-a de acordo com as suas necessidades atuais. É preciso salientar, ainda, que esse sistema possibilita e prevê a expansão ou diminuição do núcleo residencial, dessa forma, se adaptando, não só as necessidades atuais dos moradores, mas também as futuras exigências que surgirão com o passar dos anos. Esse sistema utiliza de soluções padronizadas de elementos pré-fabricados para conceber espaços diferenciados de acordo com as demandas. Do ponto de vista econômico e sustentável, esse sistema tem como vantagem a redução da obsolescência prematura dos prédios e apartamentos, excesso de grandes reformas que geram lixo nas cidades, maior ocupação dos prédios existentes e facilidade a flexibilização de uso dos edifício evitado demolições ou abandono. No âmbito social, a adaptabilidade pode proporcionar moradias mais atraentes, mais adaptáveis as diversidades culturais e elevar a qualidade de vida. Nesse sistema tem-se maior integração com a modernidade, pois os prédios estão participando de forma ativa e não passiva as mudanças do tempo (FEMENIAS; GEROMEL, 2019). “Como alternativa à relocação, a possibilidade de adaptar uma habitação às necessidades de mudança contribui para a segurança e estabilidade de uma família” (FEMENIAS; GEROMEL, 2019, p.2) Esse tipo de solução estava presente desde as tradicionais habitações vernaculares, porém foi com os modernistas no século XX que a ideia se formalizou no meio dos arquitetos. O arquiteto Habraken foi considerado um dos pioneiros na estruturação da arquitetura modular adaptável com a criação de uma teoria na qual separava as áreas comuns, que ele chamava de “suporte”, e privadas, que ele chamava de “preenchimento”, dos edifícios a fim de facilitar a adaptabilidade da construção. A teoria também valorizava a participação ativa dos moradores nas escolhas projetuais (FEMENIAS; GEROMEL, 2019). O arquiteto Brand desenvolveu ainda mais a as teorias de Habraken e definiu 6 camadas hierárquicas em um edifício, definindo suas próprias características técnicas e funcionais para cada a fim de que possam sem substituídas sem interferir em outra camada. Posteriormente, Geraedts estudou essas 6 camadas e desenvolveu 44 indicadores de desempenho de flexibilidade arquitetônica, incluindo informações como altura livre do piso, capacidade de carga, posicionamento dos shafts, escadas, fachadas, entre outras (FEMENIAS; GEROMEL, 2019). Na atualidade já é possível ver alguns projetos que adotaram essas premissas e esse sistema. Dentre eles temos o projeto Casa Aditiva (Figura 14 e 15) do escritório de arquitetura DUMAY Arquitectos. O escritório desenvolveu um projeto modular de residências nas quais os moradores podem escolher as soluções que fazem mais sentido em sua rotina. O projeto consiste em uma estrutura principal que recebe módulos privativos que podem ser modificados, retirados ou adicionados

Figura 14 – Perspectiva 3d da Casa Aditiva, mostrando em transparência as possibilidades de expansão. Fonte: Archidaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br/br/948358/casaaditiva-solucoes-modulares-para-a-construcao-de-habitacoes-personalizadas> Acesso em 31 de janeiro de 2021. Na Casa Aditiva o escritório objetivou o equilíbrio entre a sistematização da construção e a flexibilidade de projeto, possibilitando prazos e custos menores, maior padrão de qualidade e participação ativa dos moradores nas decisões atuais e futuras do projeto (MAIZTEGUI, 2020). Segundo Schneider e Till (2005) já está defasado a concepção moderna de uma casa com “funcionalismo perfeito”. A habitação precisa deixar de ser vista como descartável e substituível e se tornar mutável e adaptável. Nem todas os problemas precisam ser resolvidos trocando de residência, ela pode e deve se adaptar as novas demandas.

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Figura 15 – Planta esquemática na qual o cliente pode customizar seu lar recortando os abientes que quer adicionar a sua casa. Fonte: Archidaily. Disponível em < https://www.archdaily.com.br> Acesso em 31 de janeiro de 2021.

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3. MODU.LAR: MEMORIAL JUSTIFICATIVO 26


3.1 O Conceito A proposta idealizada nesse projeto foi desenvolver comunidades através de uma arquitetura conectada com as necessidades do homem e do planeta. Na contramão do individualismo contemporâneo, que causou imensos danos psicológicos e ambientais, o projeto visa criar uma nova forma de viver: mais sociável, compartilhável e sustentável. O modelo do coliving veio de encontro ao desejo de proporcionar um ecossistema que estimule a integração, a sustentabilidade e, claro, a colaboração. Como partido para desenvolver essa nova forma de viver, adotou-se o sistema modular, que permite a flexibilidade, racionalização das construções, economia de tempo de obra e de projeto.

Esqueleto Estrutural de 3 módulos

O Modu.lar foi projetado para todos os públicos e idades, visando sua perpetuação na vida dos moradores e a troca entre gerações e tribos. Apesar dos grandes colivings do século 21 serem focados no público jovem, a proposta do Modu.lar foi desenvolver comunidades e, portanto, comunidades são plurais. Dessa forma, a modularização foi utilizada para desenvolver padrões habitacionais que atendam a diferentes tipos de famílias e que também podem adaptar-se a cada nova fase de vida dos moradores (Figura 16). Assim, foi desenvolvido um sistema com plantas adaptáveis e flexíveis, abrangendo as particularidades de cada formação familiar e também sua adequação de acordo com as mudanças que ocorrem nesses núcleos.

1 MÓDULO: Loft para jovens, solteiros ou idosos

Modulação adaptável a todas as fases da vida Figura 16: Linha do tempo de todas as fases de vida que o projeto engloba Fonte: Elaborado pela autora

2 MÓDULOS: Apartamento para famílias

3.2 O Módulo O módulo foi pensando nas dimensões de 6,5 x 6,5 x 3,3 metros, ele foi desenvolvido com lados iguais para facilitar a modulação e flexibilização dos layouts. Utilizou-se sistemas estruturais e de vedação, que facilitassem essa mutabilidade dos módulos, que ocorrerão de acordo com a mudança no próprio núcleo familiar do morador ou com a troca de inquilino. Após o prévio estudo das atuais formações familiares e suas tendências, pensou-se em diversos layouts que poderiam atender a essa pluralidade de núcleos e suas respectivas demandas. Planejou-se plantas para jovens solteiros, casais, famílias pequenas e grandes, idosos e até famílias separadas (que já discorremos sobre o aumento da procura de soluções de residências que mantenha a sensação de união para o filho e dando privacidade aos pais). Para cada uma dessas configurações foi pensado em uma planta, que pode utilizar 1, 2 ou 3 módulos, de acordo com as necessidades (Figura 17).

3 MÓDULOS: Apartamento famílias grandes e guarda compartilhada

Figura 17: Perspectiva esquemática do esqueleto estrutural sendo preenchido de acordo com os tipos de plantas. Fonte: Elaborado pela autora

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1 Módulo: JOVENS SOLTEIROS E JOVENS CASAIS

IDOSOS

• Para o público de jovens solteiros e jovens casais, pensou-se na configuração de 1 módulo. Para o layout algumas possibilidades foram desenvolvidas (Figura 18): uma configuração com paredes internas dividindo o quarto da sala e também uma opção em planta livre, com divisórias flexíveis e permeáveis entre esses dois ambientes. Vale ressaltar que em todos esses casos a cozinha ocupa pouco espaço na casa, servindo mais para um uso ocasional e de preparo de pequenas porções e deixando as grandes refeições para a cozinha compartilhada do coliving que é local de troca com outros moradores e proporciona a sensação de comunidade. Nesse perfil, principalmente, ocorre muito a sensação de solidão, dessa forma a cozinha comum se torna um local de conforto e é muito valorizadoapor esse grupo. É preciso salientar, ainda, que todas as opções possuem raio de 150cm para a rotação total de uma cadeira de rodas.

• Para o público dos idosos foi projetado um espaço também utilizando 1 módulo (Figura 19). A planta priorizou em todos os ambientes a rotação de 180 graus e também mais espaços livres para facilitar a circulação. Nessa caso, o quarto é amplo e com espaço para uma poltrona de apoio para eles poderem sentar para calçar um sapato, por exemplo. A cozinha mantem-se em dimensões menores para estimular a socialização dessa faixa etária na cozinha comum. Nessa configuração é preciso criar mecanismos como botões de emergência no banheiro, sala e quarto para eventuais necessidades e também para maior segurança do morador.

Figura 18: Opções de plantas para jovens solteiros e jovens casais. Fonte: Elaborado pela autora

Figura 19: Opções de plantas para idosos. Fonte: Elaborado pela autora

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2 e 3 Módulos: FAMÍLIAS COM FILHOS

GUARDA COMPARTILHADA

• Para as habitações familiares, pensou-se em duas configurações modulares: apartamentos utilizando dois módulos, para famílias com 1 ou 2 filhos, e apartamentos de 3 módulos, para famílias com 2 a 4 filhos.

• Utilizando-se do dado de crescente separação de casais, associado a tendência de busca dos pais separados por criar um ambiente saudável para as crianças sem comprometer a individualidade dos adultos, pensou-se em uma proposta ousada para esse tipo de famílias (Figura 21). Nesse caso, foi posicionado o quarto dos filhos ao centro da planta e criou-se dois apartamento distintos para os pais, um a esquerda e outro a direita do quarto. Dessa forma, os filhos teriam portas de acesso aos dois apartamentos, porém os pais manteriam sua individualidade e teriam seus próprios acessos a sua unidade.

Para a configuração de 2 módulos (Figura 20), foi desenvolvido uma opção de layout com quarto de casal e o quarto do filho. O quarto do filho na planta encontra-se com uma cama de solteiro, mas pode ser convertido para duas camas de solteiro. Já para a opção com o uso de 3 módulos (Figura 20), ampliou-se um pouco o espaço de sala, além de acrescentar mais um quarto para os filhos. Nesse caso também pode ser adicionado mais uma cama de solteiro em ambos os quartos. Cabe salientar que em todas as opções de layout para esse grupo a cozinha ganhou um espaço maior na casa, diferentemente dos últimos grupos abordados. Isso se deu devido ao fato de que nem sempre todos os filhos tem autonomia o suficiente para a utilização da cozinha comum. Dessa forma, nesse público a cozinha interna demanda maiores refeições, mesmo que ainda não esteja em proporções tão grandes, pois a preferência sempre é da utilização da cozinha compartilhada, proporcionando a troca entre os moradores e a consolidação do senso de comunidade.

Figura 20: Opções de plantas para famílias com filhos utilizando dois e três módulos, respectivamente. Fonte: Elaborado pela autora

FAMÍLIA 2

QUARTO DOS FILHOS

FAMÍLIA 1

Figura 21: Opções de plantas para guarda compartilhada. Fonte: Elaborado pela autora

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3.3 Os Espaços Comuns No coliving o espaço comum é tão importante quanto o as unidades individuais, é preciso pensar em espaços que atendam as demandas dos moradores, promovam a troca entre indivíduos e o bem estar de todos. Dessa forma, dividi o processo da concepção desse espaços resolvendo três dúvidas: 1- Quais ambientes comuns criar? 2- Onde alocar cada espaço? 3Quantos módulos comuns devem existir? 3.3.1- Quais ambientes comuns criar? Para orientar a escolha e desenvolvimento dos módulos de ambientes comuns, utilizei a psicologia positivista e seus 5 princípios do Bem Estar, desenvolvidos por Martin Seligman. O psicólogo Seligman (SELIGMAN, 2012) dedicou sua vida em descobrir estratégias práticas para a melhoria do bem estar da população, pois ele acreditava que a partir da felicidade se poderia prevenir doenças e promover a saúde mental e física das pessoas. A teoria acredita que existem 5 pilares para o desenvolvimento do bem-estar e, consequentemente, promover a felicidade: 1- Emoções Positivas 2- Relacionamentos 3- Engajamento 4- Significado 5-Realização. A partir desses pilares, buscou-se enumerar sentimentos que estão relacionados a cada um dos temas (Figura 22).

RELACIONAMENTO:

REALIZAÇÃO:

-Vida social -privacidade

-bENS MATERIAIS -TRABALHO -HOBBY -SAÚDE

BEM ESTAR

ENGAJAMENTO:

-SERVIÇOS PARA COMUNIDADE -TRABALHO EM EQUIPE -JOGOS/MÚSICA/DANÇA

EMOÇÕES POSITIVAS:

SIGNIFICADO:

-PERTENCIMENTO -AJUDAR -SENSO DE COMUNIDADE -HISTÓRIA/CULTURA

-ESPIRITUALIDADE -SEGURANÇA -CONFORTO -EXPERIÊNCIAS SENSORIAIS

Figura 22: Brainstorm de sensações que remetem aos 5 princípios do bem-estar segundo Martin Seligman (2012) Fonte: Elaborado pela autora Posteriormente, utilizando esses sentimentos, pensou-se em espaços comuns que pudessem promover cada um deles, levando em conta, também, todas as possíveis demandas das diversas gerações que habitariam em conjunto (Figura 23 - na página ao lado). 3.3.2- Onde alocar cada espaço? A partir da definição desses ambientes, buscou-se estabelecer as relações espaciais deles no coliving. Primeiramente, pensando na escala de necessidade do usuário em relação aos ambientes, dividiu-se os espaços de acordo com três categorias: ambientes de necessidade imediata, ambientes de necessidade diária e ambientes de necessidades eventuais. Dessa forma, obtêm-se a seguinte divisão (Figura 24):

Figura 24: Ambientes divididos de acordo com as necessidades imediatas, diárias e eventuais Fonte: Elaborado pela autora Seguindo esses parâmetros, pensou-se na distribuição desses espaços pelo coliving. Para as necessidades imediatas temos a cozinha comaprtilhada e os ambientes de circulação horizontal e vertical. Para a circulação eles teriam que estar sempre presentes um por pavimento. Já para a cozinha compartilhada, sugeriu-se que em projetos de maior escala (média de 20 módulos por pavimento) seja posicionada sempre uma cozinha por pavimento. Já para os módulos de necessidades diárias, pensou-se em também dispor ao menos um módulo de cada, porém não por andar e sim por edifício. Isso se deu visando facilitar o dia a dia do morador, que não precisaria de sair do prédio para trabalhar, se exercitar, lavar as roupas, entre outros. Mas também dispondo eles pelos pavimentos, de forma a promover a troca entre moradores. Já para os módulos de necessidade eventual, é notório que seria muito cômodo a existência de uma enfermaria ou um pequeno mercado, por exemplo, em cada edifício. Porém, pensando em terrenos que não possibilitam uma grande escala de projeto, caberia ao projetista definir dentre as opções existentes nessa categoria qual se encaixa mais naquele contexto.

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BEM ESTAR EMOÇÕES POSITIVAS RELACIONAMENTO

REALIZAÇÃO

BICICLETÁRIO

PUB/SALA DE JOGOS

ENGAJAMENTO

SIGNIFICADO

ESPAÇO PARA COLETA SELETIVA/ COMPOSTEIRA BIBLIOTECA

COWORKING

STORAGE LAVANDERIA

PISICINA

CAFÉ/LOUNGE HORTA COMUNITÁRIA

ENFERMARIA

OFICINA

ACADEMIA + YOGA COZINHA COMPARTILHADA

JARDIM SENSORIAL

AUDITÓRIO / SALÃO DE FESTAS

Figura 23: Relação de ambientes comuns que provoquem as sensações listadas na Figura 22 Fonte: Elaborado pela autora

ESPAÇO INFANTIL

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3.3.3- Quantos módulos comuns devem existir? Buscando desenvolver uma relação quantitativa desses ambientes comuns, primeiramente procurou-se entender como as pessoas se relacionam entre si para propor a quantidade de ambientes adequada para criar relações e fundar uma comunidade. Segundo a teoria social do antropólogo e sociólogo britânico Robin Dunbar, um ser humano tem a capacidade de se relacionar em média com no máximo 150 pessoas ao mesmo tempo (HILL; DUNBAR, 2003). O cientista ainda afirma que essas 150 pessoas estariam distribuídas em camadas de intimidade, com uma média de 5 melhores amigos/família, 15 a 20 amigos muito íntimos, 45 a 50 amigos que interagimos semanalmente e 75 a 85 amigos distantes, totalizando um ciclo total de 150 pessoas. Utilizando-se dessa teoria, o pesquisador americano Marc J. Dunkelman fez uma pesquisa profunda para analisar quem são os indivíduos de cada uma dessas “camadas” de relacionamento. A partir de sua pesquisa, Dunkelman desenvolveu os seus anéis de relacionamento (Figura 25) que são compostos de três anéis: O primeiro anel com os amigos mais próximos, família de primeiro grau e ciclo de suporte (média de cinco pessoas); Anel do meio com os outros membros da família, parceiros de trabalho e vizinhos (média de 30 pessoas); e por último o terceiro anel, composto por antigos amigos de escola, motorista do ônibus, porteiros.... (DUNKELMAN, 2014). Primeiro Anel: Anel do Meio: Terceiro Anel: -Família próxima -Melhores amigos -Ciclo de suporte

-Famíliares -Colegas de trabalho -Vizinhos

-Colegas de escola -Motiristas de ônibus -Conhecidos

que não temos intimidade. Dessa forma, o pesquisador afirma que a sociedade atual tem um déficit de relações do “anel do meio” e é justamente nesse setor que o Coliving poderia auxiliar. Dessa forma, considerando a média de 30 pessoas nesse “anel do meio” e também uma média de 1,5 pessoas por módulo habitacional, chegou-se em número “ideal” de uma comunidade que será composta por 20 módulos (30 dividido por 1,5). Cabe salientar que projetar pensando nas relações dos moradores é essencial para proporcionar uma verdadeira vivência em comunidade.

“Você tem que conectar as pessoas, para lá ter um senso de comunidade, caso contrário as instalações comuns nunca serão usadas, as pessoas irão direto para seus quartos. “ Kathryn McCamant, CEO da operadora americana Cohousing. Fonte: SPACE 10. Revista IMAGINE, p. 56, 2018. A partir desse número ideal de 20 módulos, criamos as regras para os espaços comuns. Sobre os espaços de uso imediato, cabe discorrer sobre cada um individualmente devido as suas funções diversas porém essenciais. Acerca da cozinha compartilhada, considerada por Kathryn McCamant, CEO da operadora americana Cohousing, o ambiente mais importante para a geração de comunidades, pensou-se na disposição de dois módulos de cozinha (quantidade necessária para área de preparo e área para mesas) para cada 30 pessoas, isto é, 20 módulos residenciais.

“A maior diferença entre casas compartilhadas que realmente funcionam, e os que não funcionam, é se as pessoas comem juntas regularmente, mesmo que seja apenas um jantar uma vez por semana.” Kathryn McCamant, CEO da operadora americana Cohousing. Fonte: SPACE 10. Revista IMAGINE, p. 58, 2018. Tratando-se do módulo de circulação vertical, considerando que existem 2 elevadores em cada módulo, pensou-se na necessidade de 1 módulo desse para cada 14 módulos residenciais. Essa regra teve como base a NBR 13994, e foi considerado 14 apartamentos de 1 quarto por pavimento, 2 elevadores com 2m/s de velocidade, capacidade para 9 passageiros e abertura de porta de 1 metro cada. Assim, dentro desses parâmetros, a regra valeria para edifícios de até 15 andares. Figura 25: Ilustração da Teoria dos Anéis de Dunkelman Fonte: Adaptado de Coliving Corner. Disponível em < http://Colivingcorner.com> Aesso em 22 de Fevereiro de 2021. Segundo Marc J. Dunkelman com a sociedade moderna e o uso excessivo de redes sociais e aplicativos de bate-papo, o homem pôde aumentar ainda mais seu contato com os membros do primeiro anel. Através de aplicativos de conversa, estamos ainda mais conectados. A internet também possibilitou o aumento do terceiro anel, que seriam pessoas conhecidas, porém

Acerca dos módulos de necessidade diária (coworking, horta comunitária, academia, espaço kids, lavanderia, bicicletário e lounge para socialização), eles ocupam um total de 7 módulos e também devem seguir a mesma regra do padrão de relacionamento da cozinha comunitária, 7 módulos de necessidade diária para cada 20 módulos residenciais. Já para os módulos de necessidades eventuais, eles devem ser considerados em projetos de maior escala, cabendo ao projetista adotar avaliando as necessidades relacionadas aquele contexto.

32


3.4 A estrutura Além do Layout, como abordado no tópico 3.2, a estrutura também foi pensanda de forma modular. Os sistemas estruturais e de vedação foram concebidos dessa forma visando a facilidade de replicação e execução da presente proposta. Entretanto, devido às limitações de logística e transporte, a excecução do Modu.Lar não seria totalmente realizada em indústria, mas sim apenas seus componentes e sistemas industrializados e montados in loco. Dentre os sistemas adotados (Figura 26) que vamos abordar temos: sistema estrutura, vedação horizontal, cobertura, vedação vertical externa e vedações internas e esquadrias.

Sistema Estrutural: Estrutura Metálica

O empilhamento desse sistema (Figura 27) foi concebido no modelo no qual os módulos sempre tem a laje apenas no piso. Nesse caso, o piso de um pavimento se torna o teto do outro. Para os módulos de cobertura seria necessário o uso também do sistema de vedação de cobertura; Para os encontros laterais também foi pensado dessa forma. Para as vedações internas entre módulos, não é necessário o uso de uma camada dupla, apenas necessitando de ter vedação em um dos módulos a ser definido em projeto.

Módulo de Cobertura: Possúi laje inferior e superior;

Vedação Horizontal: Steeldeck no sistema Slim Flor

Vedação Horizontal: Concretagem

Módulos Intermediários: Possúi laje inferior e sua laje superior é a laje inferior do módulo acima;

Vedação Vertical Externa: Sistema Panelizado com o uso do painel Isofachada, varandas, janelas, e portas

Vedação Vertical Interna: Foi adotado o uso de drywall, portas e portas de correr.

Módulo Base: Possúi laje inferior conectada ao sistema de fundação.

Vedação de cobertura: Cobertura verde no sistema modular Ecotelhado.

Figura 26: Esquema com o Passo a Passo das estruturas do Modu.Lar Fonte: Elaborado pela Autora

Figura 27: Esquema de empilhamento do Modu.Lar Fonte: Elaborado pela Autora


3.4.1- SISTEMA ESTRUTURAL: Estrutura Metálica Nesse projeto optou-se pelo uso do sistema de estrutura metálica. Nesse sistema os perfis são produzidos fora do canteiro de obras, de forma industrializada, garantindo maior controle e diminuindo os resíduos. Dessa forma, os canteiros de obras ficam mais enxutos, acarretando em uma construção mais limpa e mais rápida. Cabe salientar, ainda, que o aço é um material de fácil montagem e desmontagem e também pode ser 100% reciclado (PEREIRA, 2019). Dessa forma, a escolha desse sistema deu-se devido a sua rapidez de montagem, racionalização da construção e pela maior sustentabilidade em face aos outros sistemas utilizados no Brasil. Os módulos desse projeto (FIGURA 28) tem 6,5m x 6,5m x 3,3m de dimensão e os perfis adotados foram o W 150 x 22,5 (H) para os pilares e o perfil W 250X32,7 para as vigas da estrutura. Todas as conexões são de tipo soldada.

Concreto

Arame e espaçador tipo estrela Chapa Soldada

Fôrma Metálica ComFlor 225 Estrutura de fixação da forma na viga

Figura 29: Perspectiva isométrica dos elementos que compõe a laje Stell deck no sistema SlimFlor Fonte: Elaborado pela autora Para a aplicação desse sistema em estruturas metálicas é preciso o uso de uma viga com a mesa inferior assimétrica, ou como no caso do Modu.Lar, o uso de uma chapa soldada no fundo da mesa inferior da viga para garantir a assimetria e criar o apoio para as fôrmas metálicas. Como vantagem para o uso desse sistema temos a redução da espessura total da laje em estrutura metálica e, principalmente, a planificação da face inferior do piso, facilitando a passagem de dutos, tubulações, entre outros. Essa praticidade é muito relevante quando se projeta uma sistema modular, pois facilita a flexibilização dos layouts e futuras mudanças de uso. Outra vantagem do uso do Slim Floor é um melhor desempenho contra a corrosão da estrutura metálica, pois nesse caso apenas a mesa inferior da viga fica totalmente exposta à corrosão. Essa característica também favorece a resistência da estrutura á incêndios. Pensando na vantagem durante a construção, suas estruturas pré-fabricadas (fôrmas, apoios...) e com sistema de auto encaixe entre as fôrmas facilita a velocidade da construção. A ausência do uso de vigas intermediárias também contribui para a rapidez da execução. Figura 28: Esqueleto isométrico da estrutura metálica do Modu.Lar Fonte: Elaborado pela Autora 3.4.2- VEDAÇÃO HORIZONTAL: Laje Steel Deck (Sistema SlimFlor) e telhado verde (Sistema Ecotelhado)

Já para as lajes de cobertura, pensou-se no uso do sistema SlimFloor sobreposto a um telhado verde no sistema Eco Telhado (Figura 30). O Ecotelhado consiste em um sistema pré-fabricado de cobertura vegetada com pouco peso e fácil manutenção e montagem. O sistema possui na base uma membrana alveolar que é responsável pela reserva de água para a vegetação, eliminando a necessidade de um sistema de irrigação.

Foi utilizado o sistema de vedação horizontal SlimFloor que é um sistema chamado de “composite floor” no qual a estrutura do piso fica dentro da viga e não sobre ela. O SLIM Floor consiste em um piso misto em que os elementos de aço e concreto estão no mesmo nível, dessa forma, o perfil metálico fica imerso e incorporado na laje de concreto (Figura 29). 34


Rufo metálico Cantoneira U 2,5cmx2,5cm

Vegetação de gramíneas

Perfil U Gerdau 12’’

Substrato Leve Ecotelhado

Viga Perfil W 250x32,7 gerdau

Módulo Plástico Alveolar Ecotelhado Manta de impermeabilização Camada de Regularização

Fôrma metálica Comflor 225

Membrana de Absorção

Concreto

Figura 30: Perspectiva isométrica das camadas do Ecotelhado. Fonte: Elaborado pela autora O sistema é composto de 4 camadas: Vegetação de Gramíneas; Substrato Leve Ecotelhado; Membrana de Absorção e Módulo Plástico Alveolar Ecotelhado. Ele tem como principais vantagens: a reciclagem da água da chuva para a manutenção do telhado verde sem a necessidade de outros elementos além do próprio sistema; a diminuição da temperatura interna na edificação através da evapotranspiração; fotossíntese das plantas que consome parte do calor externo e contribui para a criação de um ecossistema com pássaros, plantas e insetos; e a facilidade de montagem e praticidade de manutenção. 3.4.3- VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA: Frigo Painel, Varandas e Janelas Para as vedações verticais, foi desenvolvido um sistema panelizado com diversas opções de vedação para possibilitar a customização das fachadas (Figura 31). A customização vem crescendo na última década e é tendência forte para o futuro (WGSN, 2021), dessa forma, essa diversidade proposta é fundamental e possibilita a personalização dos módulos de acordo com as demandas do cliente, climáticas e do entorno.

Figura 31: Opções de vedações externas e seus respectivos acabamentos Fonte: Elaborado pela autora Dentre as soluções temos para as vedações a utilização da placa Isofachada . Essas placas são Isotérmica, pois possuem núcleos termoisolantes em PUR / PIR / PIR HP garantindo melhor conforto térmico (Figura 32) e acústico dentro dos módulos. O painel também possui um sistema de auto encaixe facilitando e diminuindo o tempo de montagem. Em relação aos acabamentos internos e externos, o material utilizado pela marca é o aço porem ele pode vir em diversas tonalidades, imitando madeiras, pedras, além de uma infinidade de cores.

mm 90 de o Lã cha mm en o 80 liestir ido r o and m P m R p 50 /PU Ex PIR

mm 136 olo Tij ciço Ma

m 0m o 23 ncret Co

Figura 32: Espessura de parede necessária para atingir o mesmo isolamento térmico do Painel Isofachada. Fonte: Elaborado pela autora

35


Para as vedações translúcidas, foi pensado em três opções: janelas basculantes para os banheiros, janelas Maxim Ar para quartos e outros ambientes e aberturas de varandas (ocupando todo o vão de 6,5 metros ou ocupando metade do vão). As janelas basculantes e as Maxim Ar foram dimensionadas com a mesma largura dos painéis Isofachada, para facilitar a compatibilização dos dois sistemas e maior aproveitamento dos painéis. Já para as varandas, criou-se uma espécie de moldura envolta do vão visando o melhor acabamento do módulo e maior dinâmica nas fachadas. Essa moldura foi feita com o próprio painel Isofachada, através de cortes. Essa moldura teria 35cm de largura, de forma a possibilitar o melhor aproveitamento no corte, com 3 molduras em um painel. 3.4.4- VEDAÇÃO INTERNA: Drywall Para as vedações internas optou-se pela utilização de Dry Wall para as divisórias entre ambientes e gesso acartonado para o forro interno. Esse sistema é de fácil instalação, facilita alterações de layout e possibilita uma construção otimizada, com menos mão de obra, desperdício de materiais e resíduos. Para o acesso a varanda, pensou-se em portas de correr de vidro que possibilitam a conexão do interior com o exterior.

3.3 Metodologia de Projeto Generativa: Gramática da forma O Design Generativo consiste em uma estratégia projetual que visa a criação de um sistema no qual a partir de regras e vocabulários obtêm-se resultados variados. Esse resultado final, combinaria as demandas e circunstâncias de cada terreno e traduziria em um projeto seguindo as regras e padrões pré-estipulados pelo sistema desenvolvido (SOUZA, 2021).

“trata-se de um processo morfogenético que utiliza algoritmos estruturados como sistemas não lineares para obter resultados únicos e irrepetíveis sem fim, executados por um código de ideia, como na natureza”

esculturas, posteriormente foi adotada no campo da arquitetura e vem sendo estudada a fundo desde então (CELANI, CYPRIANO, DE GODOI e V. VAZ, 2006). Como o projeto Modu.Lar é sistema modular de coliving, pensou-se em agregar essa metodologia visando a praticidade de adoção do projeto no futuro. Com a diversidade de módulos habitacionais e comuns, desenvolver um sistema generativo de projeto pode facilitar a aplicação do módulo, pois já abrangeria as diversas nuances de encontros e sobreposições que o sistema modular possui. Pensar previamente nos conflitos e possíveis problemas da adoção desse módulo, agrega no produto final maior praticidade e assertividade. Para o desenvolvimento da metodologia nesse projeto, foi dividido todos os ambientes comuns propostos em 3 zonas: zona 1 para ambientes de necessidade imediata, zona 2 para ambientes de necessidade diária e zona 3 para ambientes de necessidades eventuais. Essa divisão foi abordada a fundo no tópico 3.3. Assim, para vocabulário pensou-se em: Módulo habitacional, módulo de deslocamento vertical, módulo de corredor, cozinha compartilhada, módulo de necessidade diária e módulo de necessidades eventuais. Para os módulos de necessidade imediata, dividiu-se cada um dos ambientes propostos em um próprio vocabulário, pois o posicionamento deles na planta deve ser pensado de forma isolada. Já para os módulos de necessidade diária e eventuais foi criado um vocabulário só para todos os ambientes que esses grupos abrangem. Vocabulário (Figura 31): •Módulo habitacional •Módulo de circulação vertical •Módulo de passagem •Cozinha compartilhada •Módulos de necessidades diárias •Módulos de necessidades eventuais

Celestino Soddu, pesquisador do tema na Universidade Politecnico di Milano há mais de 30 anos. Fonte: SOUZA, Eduardo, 2021. Esse modelo baseia-se na busca pelo projeto ideal, evitando “acidentes felizes”, mas sim utilizando-se de um raciocínio lógico e pré-determinado para obter esse resultado. É uma forma de otimizar o ato projetual, deixando para o arquiteto a tomada de decisões e análise do que seria melhor para cada contexto. Esse método desenvolvido pode ainda virar um software, utilizando-se dos parâmetros e regras criadas, para a automatização do processo de desenvolvimento de um projeto (SOUZA, 2021). Dentre as didáticas desenvolvidas nesse sentido, temos a gramática da forma. A gramática da forma foi criada na década de 70 por George Stiny e James Gips, e consiste em um sistema de geração de formas baseado em regras. Stiny e Gips desenvolveram um sistema baseado em formas geométricas e transformações euclidianas. O sistema possuía diversas operações que poderiam ser utilizadas nas formas, tais como rotação, translação, espelhamento e roto-translação, além de também poder somar ou subtrair geometrias do volume final. A princípio a teoria foi desenvolvida para ser utilizada nas artes, principalmente com pinturas e

Módulo Habitacional

Módulo Circulação Vertical

Módulo Cozinha Compartilhada

Módulo Corredor

Módulo Necessidades Diárias

Módulo Necessidades Eventuais

Figura 33: Vocabulário dos módulos Fonte: Elaborado pela autora Marcadores: Em relação aos marcadores, foi criado um marcador em todos os módulos (Figura 32). Esse marcador representa o shaft e tem formato retangular. 36


Sobre os módulos de cozinha compartilhada, também seguiu-se os padrões quantitativos e de posicionamento no pavimento relatados também no mesmo tópico. O mesmo ocorreu, também, com os módulos de necessidades eventuais. Posteriormente, foi desenvolvida a regra de que os marcadores devem sempre se sobrepor de forma a não necessitar de desvios de tubulações nas edificações.

Figura 34: Em pontilhado está representado a existência de qualquer um dos módulos do vocabulário e em verde representado o marcador (Shaft). Fonte: Elaborado pela autora Relações espaciais: Após definir o vocabulário e os marcadores, foi desenvolvido as relações espaciais (Figura 35). Iniciou-se criando a relação lateral dos módulos residenciais, e a primeira relação foi a do encontro total das faces. Posteriormente, dividiu-se a face em 4 partes e foi feito 4 movimentações até que os encontros entre os módulo fosse por apenas um vértice. Em seguida, foi feito os encontros superiores dos módulos residências. Iniciou-se com o encontro total das faces superior e inferior. Posteriormente foi realizada o deslocamento dos dois blocos, mas visando sempre o encontro dos marcadores de ambos. As relações G e H apesar de parecerem similares elas tem uma pequena diferença de área de encontro, pois o shaft desenvolvido é retangular e dessa forma a relação G está encontrando no maior comprimento do shaft e a relação H no menor.

Visando promover ventilação e insolação solar, foi desenvolvida uma regra na qual um módulo residencial sempre tem que ter pelo menos uma de suas faces voltadas para a fachada. Pensando também na flexibilidade expansão dos layouts, foi feita uma regra para que um módulo residencial sempre tem que ter pelo menos uma de suas faces tocando parte da face de outro módulo residencial (para poder permitir a expansão e retraação dos layouts). Por fim, para possibilitar sempre o acesso as módulos residenciais, foi feita uma regra para que um módulo sempre tem que estar tocando uma de suas faces no módulo de corredor e os módulos de corredor tocando entre si para promover a conexão entre os mesmos. REGRAS: •R1- A cada sobreposição de módulos deve-se acrescentar 1 módulo de deslocamento vertical; •R2- Deve-se acrescentar 1 módulo de circulação vertical para cada 14 módulos habitacionais ; •R3- Deve-se existir 2 módulo de cozinha compartilhada para cada 20 módulos habitacionais; •R4- Deve-se existir 7 módulos de necessidades diárias para cada 20 módulos habitacionais;

Posteriormente foi desenvolvida as relações do módulo residencial com os corredores. Cabe salientar que foi feita relações com no máximo 2 corredores, pois no módulo residencial duas faces sempre tem que estar livres: uma para garantir a adaptação e flexibilidade do layout (tocar a face em outro módulo residencial) e utra para ganrantir a ventilação (voltada para fachada).

•R5- Um módulo de corredor tem sempre que estar encostando uma de suas faces em outro módulo de corredor. (Para permitir a conexão entre a circulação);

Em seguida, criou-se as mesmas relações feitas até agora para os módulos de cozinha compartilhada, necessidades diárias e necessidades eventuais. Apenas para o módulo de circulação vertical que as relações se modificaram. Nesse caso, os módulos de circulação vertical só podem se encontrar superiormente com toda sua área de contato, pois só assim possibilitaria a continuidade da escada e do elevador. Para facilitar a mesma logística, foi criada apenas a relação lateral total desses módulos. Já os encontros com os corredores, foram criadas diversas possibilidades, visando sempre o fácil acesso a essa área muito importante do projeto.

•R7- Os módulos devem sempre sobrepor seus marcadores;

•R6- Os módulos residenciais e tem sempre que estar tocando uma de suas faces no módulo de corredor (para permitir seu acesso);

•R8- Um módulo residencial sempre tem que ter pelo menos uma de suas faces voltadas para a fachada; •R9- m módulo residencial sempre tem que ter pelo menos uma de suas faces tocando parte da face de outro módulo residencial (para poder permitir a flexibilidade dos layouts).

Regras: Tratando-se, agora, das regras (Figura 36), para os módulos de uso comum, foi considerado as relações quantitativas e de posicionamento já definidos no tópico 3.3. A partir dessas relações pré-estabelecidas, criou-se uma série de regras para limitar o ato projetual a seguir esses padrões. Sobre os módulos de circulação vertical, por exemplo, seguiu-se a regra da NBR já relatada no tópico de módulos comuns.

37


RELAÇÕES ESPACIAIS:

Figura 35: Relações Espaciais Fonte: Elaborado pela autora 38


REGRAS:

Figura 36: Regras Fonte: Elaborado pela autora


4. SISTEMAS CONSTRUTIVOS 40


MONTAGEM PASSO 1: ESTRUTURA METÁLICA STEEL FRAME LEGENDA:

-

8 PERFIS TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO 6 PERFIS TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO 6 PERFIS TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 3,3 M DE COMPRIMENTO SOLDA PARA EMENDA

1

PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO

2

PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO PERFIL TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 3,3 M DE COMPRIMENTO

A

MATERIAIS: -

VISTA A

A DETALHE 01

VISTA B

B DETALHE 02

PERFIS TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO

EMENDA TIPO SOLDADA ENTRE VIGA E PILAR PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO

PERFIL TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 3,3 M DE COMPRIMENTO

A

C

DETALHE 01 PERSPECTIVA

PLANTA ESTRUTURAL ESC: 1/100

PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO

EMENDA TIPO SOLDADA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO

DETALHE 02 PERSPECTIVA

PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO PERFIL TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 3,3 M DE COMPRIMENTO

41


MONTAGEM PASSO 1: ESTRUTURA METÁLICA STEEL FRAME LEGENDA:

MATERIAIS: -

8 PERFIS TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO 6 PERFIS TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO 6 PERFIS TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 3,3 M DE COMPRIMENTO SOLDA PARA EMENDA

PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 3 M DE COMPRIMENTO PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU DE 6,3 M DE COMPRIMENTO PERFIL TIPO W 150X22,5 (H) GERDAU DE 2,78 M DE COMPRIMENTO

DETALHE 03

DETALHE 3 ESC: 1/25

DETALHE 4 ESC: 1/25

VISTA A ESC: 1/100

DETALHE 04

VISTA B ESC: 1/100

CORTE AA ESC: 1/100

42


MONTAGEM PASSO 2: VEDAÇÃO HORIZONTAL SLIMFLOR MATERIAIS: -

20 FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 DE 3M DE COMPRIMENTO 40 CHAPAS DE APOIO COMFLOR 225 9 VERGALHÕES Ø 6,3 MM DE 6.5 M DE COMPRIMENTO 60 ESPAÇADORES TIPO ESTRELA DE 25MM 4 CANTONEIRAS L 70MM X 70MM DE 645 MM DE COMPRIMENTO 6,45 M3 DE CONCRETO

-

FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225

2

DETALHE 05 E 06

B

1

CORTE AA ESC: 1/100

A

A

A

B

VISTA A ESC: 1/100

C

B

PLANTA VEDAÇÃO SLIMFLOR ESC: 1/100

43


MONTAGEM PASSO 2: VEDAÇÃO HORIZONTAL SLIMFLOR MATERIAIS: -

20 FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 DE 3M DE COMPRIMENTO 40 CHAPAS DE APOIO COMFLOR 225 9 VERGALHÕES Ø 6,3 MM DE 6.95 M DE COMPRIMENTO 60 ESPAÇADORES TIPO ESTRELA DE 25MM 4 CANTONEIRAS L 70MM X 70MM DE 645 MM DE COMPRIMENTO 6,45 M3 DE CONCRETO

1

FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225

2 3

1- CONCRETO 2- CANTONEIRA L 70MM X 70MM 3- VIGA METÁLICA TIPO W 250 X 32,7 GERDAU 4- FÔRMA METÁLICA COMFLOR 225 DE 3 M DE COMPRIMENTO 5- CHAPA DE APOIO COMFLOR 225 PARAFUZADA NA CHAPA DE AÇO DE AÇO 6- VERGALHÃO Ø 6,3 MM DE 6.95 M DE COMPRIMENTO 7- ESPAÇADOR TIPO ESTRELA 25 MM 8- CHAPA DE AÇO 5MM SOLDADA NA ALMA INFERIOR DA VIGA

4

5 6 7 8 DETALHE 06 PERSPECTIVA

1 2 3 4 5 6 7 8 DETALHE 05 ESC: 1/10

44


MONTAGEM PASSO 2: VEDAÇÃO HORIZONTAL DE COBERTURA (SLIMFLOR + TELHADO VERDE) 20 FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 DE 3M DE COMPRIMENTO 40 CHAPAS DE APOIO COMFLOR 225 9 VERGALHÕES Ø 6,3 MM DE 6.95 M DE COMPRIMENTO 60 ESPAÇADORES TIPO ESTRELA DE 25MM 4 CANTONEIRAS L 70MM X 70MM DE 645 MM DE COMPRIMENTO 6,45 M3 DE CONCRETO 42,25 M2 DE MÓDULO ALVEOLAR ECOTELHADO FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 2,11 M3 DE ARGAMASSA PARA REGULARIZAÇÃO 42,25 M2 DE MANTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 42,25 M2 DE MEMBRANA DE ABSORÇÃO ECOTELHADO 2,11 M3 DE SUBTRATO LEVE ECOTELHADO 42,25 M2 DE VEGETAÇÃO DE GRAMÍNEAS 2 PERFIS U 2,5CM X 2,5CM DE 6,5 METROS DE COMPRIMENTO 2 RUFOS EM CAPA DE ALUMÍNEO CALHA FORTE DE 6,5 METROS DE COMPRIMENTO

B

-

ENCONTRO LATERAL COM OUTROS MÓDULOS

MATERIAIS:

I= 2% A

I= 2%

A

I= 2%

DETALHE 07, 08 e 09

LATERAL EXTERNA DA EDIFICAÇÃO (COM PLATIBANDA)

I= 2%

ENCONTRO LATERAL COM OUTROS MÓDULOS

CORTE AA ESC: 1/100

B

LATERAL EXTERNA DA EDIFICAÇÃO (COM PLATIBANDA)

PLANTA DE COBERTURA ESC: 1/100

CORTE BB ESC: 1/100

45


MONTAGEM PASSO 2: VEDAÇÃO HORIZONTAL DE COBERTURA (SLIMFLOR + TELHADO VERDE) MATERIAIS: -

20 FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 DE 3M DE COMPRIMENTO 40 CHAPAS DE APOIO COMFLOR 225 9 VERGALHÕES Ø 6,3 MM DE 6.95 M DE COMPRIMENTO 60 ESPAÇADORES TIPO ESTRELA DE 25MM 4 CANTONEIRAS L 70MM X 70MM DE 645 MM DE COMPRIMENTO 6,45 M3 DE CONCRETO 42,25 M2 DE MÓDULO ALVEOLAR ECOTELHADO FÔRMAS METÁLICAS COMFLOR 225 2,11 M3 DE ARGAMASSA PARA REGULARIZAÇÃO 42,25 M2 DE MANTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO 42,25 M2 DE MEMBRANA DE ABSORÇÃO ECOTELHADO 2,11 M3 DE SUBTRATO LEVE ECOTELHADO 42,25 M2 DE VEGETAÇÃO DE GRAMÍNEAS 2 PERFIS U 2,5CM X 2,5CM DE 6,5 METROS DE COMPRIMENTO 2 RUFOS EM CAPA DE ALUMÍNEO CALHA FORTE DE 6,5 METROS DE COMPRIMENTO

3 1 2

9

4 5 6 7 8

12

14

11

15 16

10

7 17

DETALHE 09 ESC: 1/50

DETALHE 07 ESC: 1/25

1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13

DETALHE 08 ESC: 1/25

1- RUFO CAPA EM ALUMÍNIO - CALHA FORTE 2- PERFIL U ALUMÍNIO (2,5 CM X 2,5 CM) 3- VEGETAÇÃO DE GRAMÍNEAS 4- SUBSTRATO LEVE - ECOTELHADO (5 CM) 5- MEMBRANA DE ABSORÇÃO - ECOTELHADO (0,5 CM) 6- MÓDULO ALVEOLAR TELHADO VERDE - ECOTELHADO (4 CM) 7- MANTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO (3MM) 8- CAMADA DE REGULARIZAÇÃO PARA CAIMENTO DA LAJE (5 CM) 9- PERFIL U GERDAU 12'' (H= 30,5 CM) 10- CONCRETO 11- FÔRMA METÁLICA COMFLOR 225 12- VIGA METÁLICA TIPO W 250 X 32,7 GERDAU 13- PROJEÇÃO DE ONDE SERÁ ALOCADO OS PAINEIS FRIGO PARA VEDAÇÃO VERTICAL 14- CAIXA PARA RALO QUADRADA 20X20 CM COM TAMPA 15- CANO PARA ENTRADA DE ÁGUA 16- RALO QUADRADO 12 X 12 CM 17- CANO Ø10CM 46


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA OPÇÕES DE VEDAÇÃO: PAINEL FRIGO ISOFACHADA Opções de acabamento: -Painel com camada interior em PIR/PUR para isolamento térmico e acústico -330cm de altura x 110cm de lartura x 50mm de espessura -Acabamento interno e externo variado de acordo com o cliente ou projeto JANELAS MAXIM AR

Aço Micro Frisado (diversas cores disponíveis)

Aço texturado em granito

Aço Stucco (diversas cores disponíveis)

Aço liso (diversas cores disponíveis)

Aço texturizado em Aço texturizado em madeira mármore (variedade de texturas disponíveis)

DET: 23 E 25 ENCONTRO SUPERIOR PORTA E PAINEL ISOFACHADA

-Janelas Maxim Ar com 240cm de altura (87cm com vidro fixo e 153cm com janela) e 110cm de largura

DET 23 E 24: ENCONTRO LATERAL PORTA E PAINEL ISOFACHADA Esquadria em madeira

DET 10, 13, 14 E 15: ACABAMENTO SUPERIOR PAINEL ISOFACHADA

DET 10: FIXAÇÃO NA ESTRUTURA PAINEL ISOFACHADA

DET 17 E 19: ENCONTRO SUPERIOR BÁSCULA E PAINEL ISOFACHADA

DET 17 E 18: ENCONTRO LATERAL BÁSCULA E PAINEL ISOFACHADA

Esquadria metálica (diversas opções de cores)

VARANDAS

DET 16: ENCONTRO 90 GRAUS PAINEL ISOFACHADA

DET 20 E 22: ENCONTRO SUPERIOR JANELA MAXIM AR E PAINEL ISOFACHADA DET 10, 11 E 12: ACABAMENTO INFERIOR PAINEL ISOFACHADA

DET 29, 30, 31, 36, 37, 38, 39 E 40: FIXAÇÃO GUARDA CORPO

-Moldura da varanda composta por paineis isofachada (podendo variar de acordo com suas opções de acabamento) -Guarda corpo em vidro e metal

DET 26,27, 28, 32, 33, 34 E 35: PAINEIS MOLDURA VARANDA

DET 20 E 21: ENCONTRO LATERAL JANELA MAXIM AR E PAINEL ISOFACHADA

Esquadria metálica (diversas opções de cores)

BÁSCULA -Janela basculante com H= 173cm e 110cm de largura e 100cm de altura Esquadria metálica (diversas opções de cores)

PORTA DE ENTRADA -Porta de entrada com 110cm de largura e 210cm de altura

Esquadria em madeira, podendo ter acabamento em laca de diversas cores

47


A

MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA PAINEL ISO FACHADA

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PANEIL ISOFACHADA

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3

CLIPE PAINEL ISOFACHADA

PAINEL ISOFACHADA 50 MM MASSA VEDANTE ISOESTE NA COR BRANCA A

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PERFIL U ACABAMENTO ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM MASSA VEDANTE ISOESTE

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL U ACABAMENTO ISOESTE

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL DE ACABAMENTO INFERIOR ISOESTE

DETALHE 11: CORTE AA E ACABAMENTO INFERIOR ESC: 1/10 PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

CANTONEIRA EXTERNA 50X50MM ISOESTE DETALHE 16: ENCONTRO MÓDULOS 90 GRAUS ESC: 1/10

PERFIL U ALUMÍNIO (2,5 CM X 2,5 CM) PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3

VEGETAÇÃO DE GRAMÍNEAS

DETALHE 12: CORTE AA E ACABAMENTO INFERIOR EM MÓDULOS DE BASE ESC: 1/10

SUBSTRATO LEVE - ECOTELHADO (5 CM) MEMBRANA DE ABSORÇÃO - ECOTELHADO (0,5 CM) PAINEL ISOFACHADA 50 MM

MÓDULO ALVEOLAR TELHADO VERDE - ECOTELHADO (4 CM) MANTA DE IMPERMEABILIZAÇÃO (3MM) CAMADA DE REGULARIZAÇÃO PARA CAIMENTO DA LAJE (5 CM) CONCRETO

PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM MASSA VEDANTE ISOESTE

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA

PERFIL U GERDAU 12'' (H= 30,5 CM)

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3

PERFIL C 7CM X 7CM SOLDADO NA VIGA

CLIPE PAINEL ISOFACHADA

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

DETALHE 13: CORTE AA ENCONTRO DOIS MÓDULOS ESC: 1/10

MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM

MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM CANTONEIRA INTERNA 50X50MM ISOESTE

DETALHE 10: VISTA SUPERIOR DA FIXAÇÃO DO PAINEL ISOFACHADA NA ESTRUTURA ESC: 1/10

RUFO CAPA EM ALUMÍNIO CALHA FORTE

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

PAINEL ISOFACHADA 50 MM CORTE 90 GRAUS

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

DETALHE 14: CORTE AA E ACABAMENTO SUPERIOR ESC: 1/10

48

DETALHE 15: CORTE AA E ACABAMENTO SUPERIOR EM MÓDULO DE COBERTURA ESC: 1/10


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA JANELA BASCULANTE E MAXIM AR

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

B

B

B

B

JANELA BASCULANTE VÃO DE 110CM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM MASSA VEDANTE ISOESTE

A

A

DETALHE 18: CORTE AA - ENCONTRO LATERAL DO PAINEL FRIGO COM A JANELA BASCULANTE ESC: 1/10

A

A JANELA MAXIM AR

PAINEL ISOFACHADA 50 MM MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE JANELA BASCULANTE VÃO DE 110CM

VIDRO FIXO

DETALHE 19: CORTE BB - ENCONTRO SUPERIOR DO PAINEL FRIGO COM A JANELA BASCULANTE ESC: 1/10

DETALHE 20: VISTA EXTERNA JANELA MAXIM AR 110CM ESC: 1/50

DETALHE 17: JANELA BASCULANTE ESC: 1/50

JANELA BASCULANTE VÃO DE 110CM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM MASSA VEDANTE ISOESTE

PAINEL ISOFACHADA 50 MM MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

JANELA MAXIM AR

DETALHE 21: CORTE AA - ENCONTRO LATERAL DO PAINEL FRIGO COM A JANELA MAXIM AR ESC: 1/10

DETALHE 22: CORTE BB - ENCONTRO SUPERIOR DO PAINEL FRIGO COM A JANELA MAXIM AR ESC: 1/10

49


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA PORTA

FOLHA PORTA EM MADEIRA ALIZAR EM MADEIRA SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM MASSA VEDANTE ISOESTE PAINEL ISOFACHADA 50 MM

BATENTE EM MADEIRA

VISTA SUPERIOR

DETALHE 24: CORTE AA - ENCONTRO LATERAL DO PAINEL FRIGO COM A PORTA ESC: 1/10

B

B

PAINEL ISOFACHADA 50MM

A

MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE

A

PAINEL ISOFACHADA 50 MM ALIZAR EM MADEIRA BATENTE EM MADEIRA

ALIZAR EM MADEIRA FOLHA PORTA EM MADEIRA BATENTE EM MADEIRA PORTA

ALIZAR EM MADEIRA

LAJE SLIM FOOR

DETALHE 25: CORTE BB - ENCONTRO SUPERIOR DO PAINEL FRIGO COM A PORTA ESC: 1/10

DETALHE 23: VISTA INTERNA PORTA ESC: 1/50

50


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA VARANDA -

12 PAINÉIS ISOFACHADA COM 35 CM DE ALTURA

-

1 PAINEL ISOFACHADA DE 260 CM DE ALTURA E 35 CM DE LARGURA (LADO ESQUERDO CORTE A 90 GRAUS E LADO DIREITO CORTE PERPENDICULAR)

B

1 PAINEL ISOFACHADA DE 260 CM DE ALTURA E 35 CM DE LARGURA (LADO DIREITO CORTE A 90 GRAUS E LADO ESQUERDO CORTE PERPENDICULAR)

A

DETALHE 26: PAGINAÇÃO MOLDURA VARANDA ESC: 1/50

B

-

A

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU PAINEL ISOFACHADA 50 MM CORTE 90 GRAUS MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM

SUPORTE ACABAMENTO LATERAL ISOESTE

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

CANTONEIRA EXTERNA 50X50MM ISOESTE

DETALHE 27: CORTE AA ESC: 1/10

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL DE ACABAMENTO INFERIOR ISOESTE

DETALHE 28: CORTE BB 51 ESC: 1/10


A

A

MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA VARANDA

DETALHE 29: PAGINAÇÃO GUARDA CORPO ESC: 1/50

VIDRO DUPLO PERFIL U 4CMX4CM PARA ESQUADRIA DE VIDRO PARAFUSO DE FIXAÇÃO

VIDRO DUPLO

PARAFUSO DE FIXAÇÃO

CONCRETO ESTRUTURA DE FIXAÇÃO DO VIDRO

PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

CONCRETO

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

CANTONEIRA L 70MM X 70MM

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

DETALHE 31 PERSPECTIVA

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PAINEL ISOFACHADA 50 MM PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

DETALHE 30: CORTE AA 52 ESC: 1/10


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA VARANDA

-

1 PAINEL ISOFACHADA DE 260 CM DE ALTURA E 35 CM DE LARGURA (LADO ESQUERDO CORTE A 90 GRAUS E LADO DIREITO CORTE PERPENDICULAR)

-

1 PAINEL ISOFACHADA DE 260 CM DE ALTURA E 35 CM DE LARGURA (LADO DIREITO CORTE A 90 GRAUS E LADO ESQUERDO CORTE PERPENDICULAR) 1 PAINEL ISOFACHADA DE 260 CM DE ALTURA E 35 CM DE LARGURA (CORTE 90 GRAUS DE AMBOS OS LADOS)

-

C

C

A

A

B

12 PAINÉIS ISOFACHADA COM 35 CM DE ALTURA

DETALHE 32: PAGINAÇÃO MOLDURA VARANDA ESC: 1/50

SUPORTE ACABAMENTO LATERAL ISOESTE

B

-

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

PAINEL ISOFACHADA 50 MM PAINEL ISOFACHADA 50 MM CORTE 90 GRAUS MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM CANTONEIRA EXTERNA 50X50MM ISOESTE

DETALHE 33: CORTE AA ESC: 1/10

MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL DE ACABAMENTO INFERIOR ISOESTE

CANTONEIRA EXTERNA 50X50MM ISOESTE

DETALHE 34: CORTE BB ESC: 1/10

DETALHE 35: CORTE CC ESC: 1/10

53


A

B

A

B

MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA VARANDA

DETALHE 36: PAGINAÇÃO GUARDA CORPO ESC: 1/50

VIDRO DUPLO PERFIL U 4CMX4CM PARA ESQUADRIA DE VIDRO PARAFUSO DE FIXAÇÃO

VIDRO DUPLO

PARAFUSO DE FIXAÇÃO

CONCRETO ESTRUTURA DE FIXAÇÃO DO VIDRO

PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

CONCRETO

PAINEL ISOFACHADA 50 MM

CANTONEIRA L 70MM X 70MM

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

DETALHE 37 PERSPECTIVA

VIGA PERFIL TIPO W 250X32,7 GERDAU

PAINEL ISOFACHADA 50 MM PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

PARAFUSO PB 12 1/4-14 x 1 1/2" P3 CLIPE PAINEL ISOFACHADA MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM PERFIL U DE ACABAMENTO ISOESTE

DETALHE 38: CORTE AA 54 ESC: 1/10


B

MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA JANELA MAXIM AR DUPLA

PAINEL ISOFACHADA 50 MM MASSA VEDANTE ISOESTE REBITE BRANCO 4 X 15 MM A CADA 200 MM SUPORTE U ACABAMENTO ISOESTE JANELA MAXIM AR

JANELA MAXIM AR

DETALHE 40: CORTE BB - ENCONTRO SUPERIOR DO PAINEL FRIGO COM A JANELA MAXIM AR ESC: 1/10

B

VIDRO FIXO

VIDRO DUPLO FIXO

DETALHE 39: VISTA EXTERNA JANELA MAXIM AR 110CM ESC: 1/50

55


MONTAGEM PASSO 4: VEDAÇÃO VERTICAL INTERNA

-Vedações em drywall Knauf (placa simples ou verde para áreas molhadas)

DET 41: FIXAÇÃO SUPERIOR E INFERIOR DRYWALL

PORTAS

DET 42: ENCONTRO EM T DE PAINÉIS DRYWALL

-Portas internas com 80 cm de largura e 210cm de altura

DET 45: ESTRUTURA DE DRYWALL EM PAREDES COM PORTA DET 43: ENCONTRO EM L DE PAINÉIS DRYWALL DET 45 E 46: ENCONTRO SUPERIOR PORTA E PAINEL DRYWALL Esquadria em madeira, podendo ter acabamento em laca de diversas cores

DET 44: EMENDA DE PAINÉIS DRYWALL

DET 51 E 52: ESTRUTURA DE DRYWALL PARA PAREDES COM ESQUADRIA DE PORTA DE CORRER DE VIDRO

PORTA DE CORRER DE VIDRO

DET 47, 48, 49 E 50: ESQUADRIA DE PORTA DE VIDRO DE CORRER

-Portas de correr em vidro para entrada das varandas -Opções para vão de 6,5m e Esquadria metálica (diversas opções de cores)

56


MONTAGEM PASSO 3: VEDAÇÃO VERTICAL EXTERNA JANELA BASCULANTE E MAXIM AR

GUIA

CHAPA DRYWALL KNAUF

PARAFUSO COM BUCHA MONTANTE

FITA DE ISOLAMENTO

PARAFUSO AUTOPEFURANTE

CATONEIRA OU FITA PARA CANTOS GUIA

CANTONEIRA OU FITA PARA CANTOS

PARAFUSO AUTOPERFURANTE

PARAFUSO AUTOPEFURANTE MONTANTE

DETALHE 42: ENCONTRO EM T DE PAINÉIS DE DRYWALL ESC: 1/10

CHAPA DRYWALL KNAUF

GUIA CHAPA DRYWALL KNAUF MONTANTE

MASSA PARA TRATAMENTO DE JUNTAS

PARAFUSO AUTOPEFURANTE CANTONEIRA OU FITA PARA CANTOS MONTANTE PARAFUSO AUTOPEFURANTE

CANTONEIRA OU FITA PARA CANTOS

DETALHE 43: ENCONTRO EM L DE PAINÉIS DE DRYWALL ESC: 1/10 MONTANTE

MASSA PARA TRATAMENTO DE JUNTAS GUIA PARAFUSO AUTOPERFURANTE FITA DE ISOLAMENTO PARAFUSO COM BUCHA

DETALHE 41: CORTE VERTICAL DRYWALL COM DETALHE DE FIXAÇÃO SUPERIOR E INFERIOR DO SISTEMA ESC: 1/10

CHAPA DRYWALL KNAUF PARAFUSO AUTOPEFURANTE MONTANTE GUIA

DETALHE 44: CORTE BB - EMENDA DE PAINÉIS DE DRYWALL ESC: 1/10

57


GUIA SUPERIOR

GUIA DOBRADA A 90 GRAUS E PARAFUSADA

DETALHE 45: VISTA FRONTAL DE ESTRUTURA DE PAINÉIS EM DRYWALL EM PORTAS ESC: 1/50

GUIA DOBRADA A 45 GRAUS E PARAFUSADA

MONTANTE

GUIA

BATENTE PARAFUSO METAL-METAL ALIZAR PARAFUSO AUTOPEFURANTE MONTANTE

GUIA CHAPA DRYWALL KNAUF

DETALHE 46: CORTE HORIZONTAL DE PORTA ESC: 1/10

58


GUIA SUPERIOR

FORRO

MONTANTE

FIXO

CORRE

CORRE

FIXO

A

A

GUIA

GUIA DOBRADA A 45 GRAUS E PARAFUSADA

GUIA DOBRADA A 90 GRAUS E PARAFUSADA

DETALHE 47: VISTA FRONTAL ESQUADRIA DE PORTA DE VIDRO DE CORRER ESC: 1/100

DETALHE 51: VISTA FRONTAL ESTRUTURA DRYWALL PARA ESQUADRIA DE PORTA DE VIDRO DE CORRER ESC: 1/100

DETALHE 48: CORTES AA ESC: 1/100

GUIA SUPERIOR

FORRO

MONTANTE

FIXO

FIXO

CORRE

A

DETALHE 49: VISTA FRONTAL ESQUADRIA DE PORTA DE VIDRO DE CORRER ESC: 1/100

CORRE

FIXO

FIXO

A

GUIA GUIA DOBRADA A 90 GRAUS E PARAFUSADA

GUIA DOBRADA A 45 GRAUS E PARAFUSADA

DETALHE 52: VISTA FRONTAL ESTRUTURA DRYWALL PARA ESQUADRIA DE PORTA DE VIDRO DE CORRER ESC: 1/100

DETALHE 50: CORTES AA ESC: 1/100

59


5. ESTUDOS DE APLICAÇÃO 60


N

5.1 - MODU.ILHA

ITÓRIA

V AVENIDA

Legislação

R MULLE

RI VI TÓ DA

De acordo com o mapa de zoneamento urbanístico de altura de Vitória, o terreno encontra-se em uma região com gabarito máximo de 60 metros. Já tratando-se dos outras regulamentações, segundo o Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória, o terreno encontra-se na zona denominada ZOP3 e possui os seguintes índices condicionantes do projeto (Figura 38):

Gramática da Forma A partir das premissas anteriores, foi desenvolvido um modelo volumétrico utilizando as regras e relações espaciais da gramática da forma (Figura 39) desenvolvida no tópico 3.3.

ILHA DA FUMAÇA

S VIEIRA

PRATI

O BASTO RUA JOÃ

IDO RUA GU

Figura 38: Índices condicionantes da zona ZOP3. Fonte: PDU Vitória, disponível em <http://sistemas.vitoria.es.gov.br/> acesso em 05 de março de 2021.

S ORAE

EM HAS D N E R SCA AL MA H C E R AV MA

RLO RUA ALVARO SA

O terreno escolhido possui 1610 m² e fica localizado na Rua Guido Pratti, 161, no bairro de Ilha de Santa Maria (Figura 37).

LINO AV PAU

Apesar de na rua escolhida haver uma predominância de galpões, a sua proximidade com a FAESA, IFES e também grandes lojas, centros comerciais e supermercados, faz com que o local seja de alto interesse para um público de idade diversa. No quarteirão adjacente ao terreno também há uma grande praça pública, fato atrativo para famílias com crianças.

AV EN I

O MODU.ILHA é uma experimentação da aplicação do módulo proposto. A partir da proposta de desenvolver um coliving que pudesse agregar diversas gerações, buscou-se uma região que favorecesse esse conceito. Sendo assim, foi escolhido como primeiro terreno um local no bairro de Ilha de Santa Maria. A proximidade do terreno com a Av.Vitória foi um fatores determinantes para a escolha do terreno, visto que facilita a conexão com a cidade através dos pontos de ônibus na avenida e também a diversidade de linhas que a percorrem.

A

Localização

RU AJ

OS ÉC AR VA LH O

S ERME H A U R

IR ARNE C Y R CUR

O

RUA GUIDO PRATTI, 161, ILHA DE SANTA MARIA, VITÓRIA - ES

61 Figura 37: Mapa de Localização do Modu.Ilha Fonte: Adaptado de Google Maps, disponível em <www.google.com/maps> acesso em 04 de Março de 2021.


Volumetria Na volumetria foi criado dois blocos verticais residenciais nas duas laterais do terreno (Figura 40). Ao centro, criou-se uma pequena torre comercial aberta ao uso da comunidade. No fundo desse centro comercial surgiu uma outra torre que contém os módulos de cozinha compartilhada e residenciais. Acima do bloco comercial surgiu uma laje aberta na qual optou-se por criar uma área de lazer com piscina. Acerca dos ambientes de uso diário, eles foram posicionados em toda laje do térreo e também nos blocos do último pavimento. Já os ambientes de uso eventual, eles foram pensados para ficarem nessa torre comercial. Assim, locais como um minimercado ou uma enfermaria, também estariam aberto ao uso da comunidade e não só dos moradores. O bloco de circulação vertical ficou posicionado no fundo da volumetria e está ligado aos outros ambientes através dos corredores.

Comercial (Módulos de necessidade eventual)

Módulos Módulos de necessidade Cozinha Comdiária (térreo) partilhada

Módulos Residenciais

Circulação Vertical

Módulos de necessidade diária (Cobertura)

Circulação horizontal

Figura 40: Perspectiva isométrica esquemática da distribuição dos ambientes na edificação. Fonte: Elaborado pela autora. A cerca dos índices urbanísticos, o afastamento frontal utilizado foi de 4 metros, como exigido pela prefeitura. Já o lateral e de fundos tem (nas regiões mais estreitas) 4,32 metros e 5,2 metros, respectivamente. Em relação ao mínimo exigido pela prefeitura nesses dois índices, devido a altura total da edificação ter 23.5 metros, ambos estão dentro do exigido que é 3,9 metros e 5,1 metros, respectivamente. Sobre o coeficiente de aproveitamento, a área total somada de todos os pavimentos totalizou 3.691 m² (2,3 de Coeficiente de Aproveitamento). Tratando-se das escolhas de vedação externa, na fachada frontal foram dispostos módulos com varanda, porém acrescido de um elemento especial da edificação: o brise móvel (Figura 41), devido a insolação oeste nesta face. Já nas laterais sul foi criado varandas e janelas e na norte também varandas com brise. Nos corredores optou-se pelo uso de plantas e um painel vazado para neutralizar a temperatura e também dar maior privacidade aos moradores (Figura 42). Brise Móvel Trilho de movimentação do brise apoiado sobre estrtutura de vedação externa

Figura 39: Perspectiva ilustrativa do processo de concepção projetual através da gramática da forma. Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 41: Perspectiva isométrica esquemática da distribuição dos ambientes na edificação. Fonte: Elaborado pela autora.

62


Figura 38 – Perspectiva da fachada do Modu.Ilha Fonte: Elaborado pela autora.

Figura 42: Perspectiva Fachada Modu.Ilha 63 Fonte: Elaborado pela autora


Figura 43: Perspectiva Fachada Modu.Ilha 64 Fonte: Elaborado pela autora


LAZER DESCOBERTO

VARANDA YOGA E MEDITAÇÃO

RESTAAURANTE/ LANCHONETE

ACADEMIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

STORAGE

MINI MERCADO RESIDÊNCIA

RESIDÊNCIA

ESPAÇO KIDS

COWORKING

HORTA COMUNITÁRIA

LOUNGE

TORRE RESIDENCIAL

Figura 44 – Corte AA em Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora.

ENFERMARIA/ CONSULTÓRIO

TORRE COMERCIAL

TORRE RESIDENCIAL 65


N

1900

950

1295,2

LH O

310 340

560,4

1045,2

438,5 353

JO SÉ

1950

DE

CA R

VA

COBERTURA VERDE

VARANDA

VARANDA

438,5 400

IRA RUA JOÃO BASTOS VIE

RU A

ÁREA DE LAZER DESCOBERTA

RUA GUIDO PRATI

Implantação ESCALA: 1 : 500

66


N

A

A

• No térreo pensou-se na disposição de grande parte dos ambientes de necessidade diária como o coworking, lounge, lavanderia, espaço kids, bicicletário e compartilhamento de carros, deixando apenas a academia para outro pavimento. O Coworking foi posicionado próximo à entrada para facilitar a eventual chegada de visitantes para reuniões. Já a lavanderia foi disposta perto dos elevadores para evitar os moradores de se expôrem com suas roupas nas mãos. A coleta de lixo está também próxima aos elevadores pelo mesmo motivo. Já o bicicletário foi posicionado próximo a saída para facilitar a logística. No afastamento lateral posicinou-se a horta comunitária aberta ao público e ao centro o bloco de uso comercial com sua área de acesso próximo à rua. 67


N

C O Z I N H A C O M PA R T I L H A D A

A

A A P T 2 M Ó D U LO S MINI MERCADO

A P T 3 M Ó D U LO S

A P T 1 M Ó D U LO

• No primeiro e segundo pavimento foi posicionado além de módulos habitacionais, que nessa planta apresentam diversas possíbilidades de layouts para a visualização da flexibilidade, também as cozinhas compartilhadas que serão utilizadas por todo o edifício. Como o total de módulos habitacionais foi de 36 unidades, seguindo a métrica definida haveria a necessidade de 4 módulos de cozinha, como foi disposto nesses dois pavimentos. Ao centro temos a torre comercial, que nesse caso foi proposto o uso para um mini mercado, mas poderia ser o que o locatário achasse mais adequado para o espaço. 68


N

C O Z I N H A C O M PA R T I L H A D A

A

A

L A ZER DESCOBERTO A P T 2 M Ó D U LO S

A P T 3 M Ó D U LO S

A P T 1 M Ó D U LO

• No terceiro pavimento temos a laje aberta acima da torre comerical, o que possibilitou a criação de um lazer descoberto no qual foi disposto jacuzzis e espriguiçadeiras. Conectado à esse espaço foi disposto uma cozinha compartilhada que poderia servir de apoio à essa área de lazer. Nas laterais temos os módulos habitacionais que seguem a mesma proposta da última planta, mostrar a variedade de layouts possíveis.

69


N

A P T 2 M Ó D U LO S

A

A A P T 2 M Ó D U LO S

A P T 3 M Ó D U LO S

A P T 1 M Ó D U LO

• No quarto pavimento temos apenas módulos habitacionais.

70


N

A P T 2 M Ó D U LO S

A

A A P T 2 M Ó D U LO S

A P T 2 M Ó D U LO S

A P T 1 M Ó D U LO

• No quinto pavimento, apesar de só ter módulos habitancionais, vale evidenciar a ampla varanda do bloco da fachada no lado direito que foi proporcionado devido ao escalonamento de módulos proposto para a volumetria.

71


N

C O Z I N H A C O M PA R T I L H A D A / S A L Ã O D E F E S TA S

Y O G A / M E D I TA Ç Ã O

ACADEMIA

A

A

• Já no sexto pavimento, último andar, foi disposto o ambiente de uso diário, a academia. Nesse caso, o espaço de exercício foi desmenbrado em um lado a academia com pesos e equipamentos e do outro espaço para yoga, meditação e aulas coletivas. Vale ressaltar que ambos também possúem uma ampla varanda que pode ser adotada pelos moradores para prática de exercícios ao ar livre. Já ao centro posicionou-se um espaço de conzinha compartilhada que poderia ser utilizado de apoio para a academia, muitas pessoas gostam de fazer refeições pré e pós treino, e também para eventos no prédio. 72


73


NO AV.

N

S SA

5.2 - MODU.SUÁ

AD OR

SA NT OS

HA EN AP AD

NE

VE

S

R HO SEN AV .D ES EM

BA RG

Localização

SH VI OPP TÓ IN RI G A

R EI RC TE

AV .A M

ÉR I

CO

BU AI Z

ILHA DO BOI

O MODU.SUÁ é uma experimentação da aplicação do módulo proposto. A partir da proposta de desenvolver um coliving que pudesse agregar diversas gerações, buscou-se uma região que favorecesse esse conceito. Sendo assim, foi escolhido como segundo terreno o terreno na Rua Victor Civitá, lozalizada atrás do Shopping Vitória, na Enseada do Suá. A localização apesar de conter um visual incrível do mar e da cidade, é uma região árida, vazia e insegura. Dessa forma, propor uma edificação que gerasse essa movimentação de diversas gerações na área traria uma outra atmosfera para a região. A adoção do uso misto também é fundamental para proporcionar maior segurança e também trazer todos da cidade para desfrutal desse local privilegiado.

A

O terreno escolhido possui 19.850 m² e fica localizado na Rua Victor Civitá, Enseada do Suá, Vitória-ES (Figura 45).

N

PO TE

Legislação De acordo com o mapa de zoneamento urbanístico de altura de Vitória, o terreno encontra-se em uma região com gabarito máximo de 20 metros. Já tratando-se dos outras regulamentações, segundo o Mapa de Zoneamento Urbanístico de Vitória, o terreno encontra-se na zona denominada ZOP2 e possui os seguintes índices condicionantes do projeto (Figura 36): CHADO AV. JOSÉ MIRANDA MA

ZE ND E

Figura 46: Índices condicionantes da zona ZOP2. Fonte: PDU Vitória, disponível em <http://sistemas.vitoria.es.gov.br/> acesso em 05 de março de 2021.

RE DE

TA RU A

M

AR Í

LI A

A partir das premissas anteriores, foi desenvolvido um modelo volumétrico utilizando as regras e relações espaciais da gramática da forma desenvolvida no tópico 3.3.

RUA

VICT OR C IVIT

Gramática da Forma

RUA VICTOR CIVITÁ, ENSEADA DO SUÁ, VITÓRIA - ES Figura 45: Mapa de Localização do Modu.Suá Fonte: Adaptado de Google Maps, disponível em <www.google.com/maps> acesso em 04 de Março de 2021.

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M

M

KK

M

KK

M

KK

KK

M

M

Implantação e Volumetria

KK

KK

Na implantação (Figura 43), foi criado 4 volumes idênticos, cada um voltado para uma das arestas do terreno. Ao centro, foi posicionado a área de garagem e sobre ela o lazer descoberto.

M

M

M

M

M

M

AAA

AAA

R

Y

Y

R

M

M

G

M

G

G

TERRENO

PRÉDIOS

ESTACIONAMENTO

LAZER DESCOBERTO

PAISAGISMO

Figura 48: Ilustração esquemática da implantação Fonte: Elaborado pela autora. G

G

G

G

G

G

G

G

G

G

G

AAA

G

G

G

G

G

G

AAA

G

G

G

G

G

R

Y

Y

G

G

G

M

R

M

Acerca da volumetria (Figura 44), foi posicionado no térreo na fachada voltada para rua ambientes de uso eventual, que seriam comercial para ser aberto à comunidade. No mesmo pavimento, os outros módulos seriam utilizados para os ambientes de uso diário. Ao centro da edificação criou-se um vão central para iluminação e ventilação e no térreo criou-se um jardim sensorial e uma horta comunitária. Também ao centro, foi posicionado dos dois lados a torre de circulação vertical. Nos demais pavimentos, foi posicionado de um lado do bloco de circulação vertical os módulos de cozinha compartilhada e do lado os módulos de uso diário. Por fim, foi posicionado os módulos residenciais posicionados de forma dinâmica nas fachadas.

G

G

G JARDIM CENTRAL

G

G

G

G

G

R

R

G

M

Y

G

G

G

G

G

G

R

AAA

Y

M

Y

R5

Figura 47: Perspectiva ilustrativa do processo de concepção projetual através da gramática da forma. Fonte: Elaborado pela autora.

AAA

COZINHA COMPARTILHADA

TÉRREO

MÓDULO USO DIÁRIO

TÉRREO

MÓDULOS HABITACIONAIS

CIRCULAÇÃO VERTICAL

CIRCULAÇÃO

Figura 49: Perspectiva isométrica esquemática da distribuição dos ambientes na edificação. Fonte: Elaborado pela autora. A cerca dos índices urbanísticos, o afastamento frontal utilizado, que abrange todas as faces do terreno, foi de 6 metros, como exigido pela prefeitura. Sobre o coeficiente de aproveitamento, a área total somada de todos os pavimentos e garagem, totalizou 3.7550,2 m² (1,9 de Coeficiente de Aproveitamento).

75


76


Figura 50: Perspectiva Fachada Modu.Suá 77 Fonte: Elaborado pela autora


Figura 50: Perspectiva Pátio Central Modu.Suá 78 Fonte: Elaborado pela autora


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Figura 52 – Corte AA em Perspectiva Fonte: Elaborado pela autora.

COZINHA COMPARTILHADA E ESPAÇO KIDS NO TÉRRO

CIRCULAÇÃO VERTICAL

HORTA COMUNITÁRIA E JARDIM SENSORIAL NO TÉRREO E MÓDULOS HABITACIONAIS NOS DEMAIS

CIRCULAÇÃO VERTICAL

PORTARIA E ACESSO NO TÉRREO E ESPAÇOS DE USO DIÁRIO NOS DEMAIS 80


• No térreo pensou-se na disposição de grande parte dos ambientes comuns como o coworking, lounge, espaço kids e bicicletário. Ao centro criou-se um grande vão de iluminação e ventilação na qual no térreo foi posicionada a horta comunitária e jardim sensorial. O Coworking foi alocado próximo à entrada para facilitar a eventual chegada de visitantes para reuniões. Já o bicicletário foi posicionado próximo a saída para facilitar a logística. Na fachada frontal foram dispostos módulos de uso comercial para servir para a comunidade e para os moradores. Esssa escolha também foi feita visando eliminar a atual insegurança e aridez da região, trazendo todos da cidade para circular nessa localização com vista privilegiada.

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• No primeiro pavimento temos módulos de uso residêncial, nos quais foram dispostas diversas opções sde layout com 1, 2 e 3 módulos. No meio da fileira de módulos residencias foram retirados alguns módulos de forma a criar maior permeabilidade na fachada e também dispor de ambientes comuns como área de convivência e área de meditação. Ao centro temos o vão de iluminação e ventilação e à sua esquerda temos a cozinha compartilhada, ocupando 4 módulos, pois temos no total 23 módulos residencias nesse pavimento, dessa forma, seguindo a regra proposta, necessitamos de 4 módulos de cozinha. Já à direita do vão temos a academia que servirá para toda a edificação.

Espaço Meditação

Lounge

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• No segundo pavimento temos módulos de uso residêncial, nos quais também foram dispostas diversas opções sde layout com 1, 2 e 3 módulos. No meio da fileira de módulos residencias foi retirado um módulo de forma a criar maior permeabilidade na fachada e também dispor de uma área de convivência. Ao centro temos o vão de iluminação e ventilação e à sua esquerda temos a cozinha compartilhada, ocupando 4 módulos, pois temos no total 23 módulos residencias nesse pavimento, dessa forma, seguindo a regra proposta, necessitamos de 4 módulos de cozinha. Já à direita do vão temos a lavanderia e também um lounge para relacionamento dos moradores da edificação e também realização de eventos para a integração da comunidade.

Espaço Meditação

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• No terceiro pavimento temos módulos de uso residêncial, nos quais foram dispostas diversas opções de layout com 1, 2 e 3 módulos. No meio da fileira de módulos residencias foi retirado um módulo de forma a criar maior permeabilidade na fachada e também dispor de uma área de convivência. Ao centro temos o vão de iluminação e ventilação e à sua esquerda temos a cozinha compartilhada, ocupando 4 módulos. Já à direita do vão temos uma área gourmet para realização de churrascos juntamente com uma área externa com jacuzzis e espriguiçadeiras para usufruto dos moradores.

Lounge

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• No quarto pavimento temos módulos de uso residêncial, nos quais também foram dispostas diversas opções sde layout com 1, 2 e 3 módulos. Ao centro temos o vão de iluminação e ventilação e à sua esquerda temos a cozinha compartilhada, ocupando 16 módulos, pois temos no total 16 módulos residencias nesse pavimento, dessa forma, seguindo a regra proposta, necessitamos de 2 módulos de cozinha. Já à direita do vão temos um lounge para relacionamento dos moradores da edificação e também uma área externa com jacuzzis para uso dos moradores.

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6. CONCLUSÃO 86


Em suma, as cidades já não comportam a demanda atual por moradia (DEMOGRAPHIA, 2019). Continuar insistindo no modelo tradicional de habitação mesmo com todas as mudanças na sociedade é se manter preso ao passado. É preciso pensar em novas formas de viver, muito mais conectadas com as demandas atuais e futuras da humanidade. É assim que surgiu o Modu.Lar, em uma busca de desenvolver um tipo de moradia que fosse mais conectada com o homem, na qual ele tivesse uma participação mais ativa na sua concepção e vivência. Dessa forma, conceitos como o coliving foram agregados visando consolidar relações profundas entre os moradores. No século da depressão (World Health Organization, 2011), pensar em espaços que promovam conexões entre as pessoas evita a solidão e cosequentemente essa terrível doença. Já o conceito da modulação possibilitou a flexibilização dos layouts e a adaptabilidade das residências de acordo com as demandas individuais de cada morador. A modulação também facilita a replicação do projeto e incentiva o uso de materiais pré-fabricados nas obras. Esses materiais evitam o disperdício, promovem a sustentabilidade e aceleram o tempo de construção das edificações. A pré-concepção de um sistema generativo de projeto com a gramática da forma possibilitou uma criação mais dinâmica e assertiva dos testes nos terrenos. A metodologia também abre a possibilidade para a criação futura de um programa de computador para projetar edifícios com o Modu.Lar em qualquer terreno e circunstâncias. Todos os sistemas construtivos escolhidos foram pensados visando a sustentabilidade e compatibilidade com a proposta modular do projeto. O detalhamento das mesmas também foi fundamental para demostrar as relações e conexões entre todos os sistemas. Já as aplicações práticas nos terrenos foram feitas como forma de materializar o sistema Modu.Lar proposto no projeto. Esse capítulo foi relevante para mostrar que mesmo com as diferentes possibilidades de alocação dos módulos é possivel ainda proporcionar plantas flexíveis e adaptáveis e ambientes comuns agradáveis para os moradores.

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7. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 88


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