SODOMIA historietas de amor fracassado bruna siena
SODOMIA so. do. mia sf. 1. concĂşbito de homem com homem ou de mulher com mulher. 2. contatos libidinosos entre pessoas do mesmo sexo, sem cĂłpula, mas com orgasmo. 3. coito anal entre homem e mulher. 4. amor fracassado.
*** Bruna Siena, 21, MaringĂĄ. bsiena.wordpress.com shhsiena@gmail.com
OCTOPUSSY Abandonei todos os meus homens só pra te ver entrando tímido no elevador. Essas mãos frias tocando o meu rosto santo de vadia. Me cravando a faca no pescoço. Abraçando o meu peito trêmulo e no ouvido uma canção com gemidos altos. Meu coração não serve pra nada quando você me chuta pela janela e fica assistindo a minha queda. Subo as escadas sangrando e te encontro deitado na cama que é o meu altar. Deixo sangrar em você. Beija minha carne vulcão quase em decomposição. Você corta os pés nos cacos do meu copo de cerveja e não me diz nada. Deixa sangrar em mim. Coloca minha calcinha de lado e mete lá no fundo. De quatro batendo a cabeça na parede. Rebolo na sua face úmida de arrependimentos. Pulsando na sua boca gulosa que engole tudo de mim. Me morde pelas costas e implora pra continuar vivo. Grita e desespera. Eu vou te matar e vou morrer também. Não precisa fazer café, pode dormir tranquilo, baby. Vou te afogar na minha banheira de tinta com meus belos tentáculos e atirar na minha cabeça.
CANIBALISMO AMOROSO Chupo o seu pau e durmo apoiada na sua barriga. Você deve estar exausto de ouvir o meu nome pelas frestas da cidade que não tem dó. Minhas unhas cravaram nas suas costas e sei que ainda arde. Arde muito mais em mim. Me come no chão do quarto e não vai embora. Afoga a língua no meu pescoço e me deixa delirando. Chupo suas bolas enquanto você me convence que amor é isso que eu sinto quando você me olha cavalgando. Te beijo com a boca cheia de porra pra você sentir o gosto do nosso canibalismo amoroso. Sua carne viscosa e adocicada que gruda nos dentes. Te engulo de uma vez por todas. Me viciou no gosto da sua pele suada. Beija minha boceta e dá mais um gole no resto de bebida que eu comprei pra outro. Você não precisa me pagar nada. Só precisa ficar.
CORROSÃO Você é corrosivo. Não sabe a hora de parar e urra nos meus ouvidos. Me coloca de quatro. Lambe as minhas costas e puxa o meu cabelo. Gato e sapato. Deslizo as mãos pela barriga e enfio três dedos em mim. Gemendo com a cara socada na almofada, consigo sentir sua língua tocando cada parte das minhas pernas. Stake my heart make it groan. Esfrega a carne dura de pecado na minha boceta. Abro mais as pernas e escorre veneno de mim. Estremecendo as mãos agressivamente apoiadas no braço do sofá. Me suga. Enfia a mão inteira no meu rabo. Marca minha pele com sua barba cerrada e te puxo pra dentro de mim. Enfia a cara até me machucar, belo animal libidinoso que reza pra Bataille ajoelhado em minhas clavículas. Sua língua macia de conhaque passeando com avidez no céu da minha boca suja. Te engulo me engolindo. Com os cabelos grudados na testa, recolhe as roupas pela sala e vai embora. Come todas as paredes do meu corpo. O espelho do banheiro grita e bate as portas na minha cara. Bebo duas doses de adstringente e já me sinto curada.
SANTA Você ronda os meus corredores como alguém que não sabe que morreu. Me obriga à encarar fantasmas de gente viva. Gravei seus olhos fechados. Você roubou até a porcaria do meu travesseiro rosa. Vou continuar andando com a camisola suja de porra e pés sem chinelo. É a única coisa que me aproxima tanto de você, seja meu por mais tempo, baby. Seu cheiro não sai de mim e te sinto com dez dedos ninando as maçãs do meu rosto. Esse chá tem o seu gosto que ficou perdido em qualquer canto desse apartamento vazio. Já conhecia as chaves do portão eletrônico, da porta e o caminho do meu quarto. Dedos enlaçados e tive o meu pescoço quebrado. Não te vejo mais. Você também morde os lábios? Abro a boca pra rezar todas as minhas atrocidades. Imagino a Virgem Maria sangrando na mesa de madeira enquanto Jesus Cristo agoniza em vinagre. Sinto fome. Muitas vezes, a fome é só ferrugem na garganta ou vontade de berrar os diabos todos do mundo. Corto a minha carne e te faço comer pedaço por pedaço sem vomitar nos meus pés. Você come e não reclama. Te escrevo pra te fazer morrer dentro de mim. Não sei se o que me faz gozar por mais de cinco vezes é o amor ou essa estocada forte que me parte no meio sem remendar depois. Me beija e derrubo os trilhos da cortina vermelha. Mordo a fronha e morro por quatro segundos. Viro fantasma pra você.