Bravus
cAMAR ≈ cADAR ≈ cAFAR ≈ eAOeAR ≈ eAOAP ≈ eIAc
cIAAR
≈
cORPO De ALUNOS
≈
MAIO De 2015
c3e3
EDITORIAL
dor da saudade, a expectativa pelo desconhecido e a angústia das dúvidas. Pra que tudo aquilo? Ficar ou ir embora? Obedecer ou questionar? Será que aquela era a escolha certa? Nem todas as palavras do mundo e nem os melhores escritores da História poderiam descrever o que se
H
passou com cada um, as mudanças que aconteceram na á mais ou menos quatro meses atrás, numa
postura, na forma de ver e valorizar as coisas, na manei-
madrugada como outra qualquer, um grupo
ra de lidar com o outro, enfim, no interior e exterior (sim,
desordenado de cento e poucas pessoas
alguns emagreceram, ficaram mais fortes ou se lesiona-
encontrava-se pela primeira vez. Ainda que alguns já tivessem estudado juntos, con-
ram) de cada estagiário. Mas é sobre um pouquinho desses desafios, sobre
versado, trocado dicas e até mesmo se encontrado, era
as experiências vividas, sobre as amizades formadas e
a primeira vez que aparecia o “rascunho do esboço do
sobre as mudanças provocadas que trata esta revista.
projeto do Terceiro Esquadrão”. Aí então um bagunçado, assustado e desalinhado Terceiro Esquadrão. Para aquelas pessoas, não era uma madrugada qual-
Embora não seja possível demonstrar em linhas e imagens todos os sentimentos pelos quais o Terceiro Esquadrão teve que passar até chegar a se tornar a Turma Bravus, aqui estão registrados alguns momentos
quer. Era a primeira de muitas que trariam consideráveis
da nossa rotina e dos nossos desafios, o pior e o melhor
desafios.
de nós. É um tanto do que nos define, do que nos forjou
Ficar longe de pais, mães, irmãos, filhos, maridos, esposas e amigos saudosos para se fechar em uma
Oficiais da Força Aérea Brasileira e o que gostaríamos de compartilhar com você, leitor!
rotina desgastante. Talvez esse o maior desafio nas duas primeiras semanas de internato, quando nem as rápidas
Est Emília
ligações ou mensagens pelo telefone faziam aplacar a
3
a força Aérea brasileira A
criação da Força Aérea Real (Reino Unido) em 1918, da Força Aérea Italiana (Regia Aeronautica) e da Força Aérea da França durante a década de 1920, levou à idéia de unir o poder aéreo brasileiro sob a mesma
organização. Juntamente com esses eventos, os estrategistas brasileiros também foram influenciados pelas teorias de Giulio Douhet, Billy Mitchell e Hugh Montague Trenchard. O primeiro manifesto público para criar um serviço aéreo militar integrado surgiu em 1928, quando um major do exército chamado Lysias Rodrigues escreveu um artigo chamado “Uma necessidade premente: o Ministério do Ar”. Dois anos mais tarde, a Missão Militar Francesa, trabalhando para o Exército Brasileiro, deu os primeiros passos para organizar um braço aéreo nacional. A ideia recebe maior apoio quando um grupo de aviadores brasileiros vieram da Itália em 1934 e explicaram as vantagens de se ter uma aviação militar unificada. Além disso, a Revolução Espanhola e os primeiros movimentos da Segunda Guerra Mundial, no final dos anos 1930, mostraram a importância do poder aéreo para as estratégias militares. Um dos principais defensores do plano para criar uma força aérea independente foi o então presidente Getúlio Vargas. Ele organizou um grupo de estudos no início de 1940 e toda a estrutura do Ministério da Aeronáutica foi criada no final desse ano. Esta nova agência governamental era a responsável por todos os aspectos da aviação civil e militar, incluindo regulação, infraestrutura e organização. Formalmente, o Ministério da Aeronáutica foi fundado em 20 de janeiro de 1941 e o seu ramo militar foi chamado “Forças Aéreas Nacionais”, alterado para “Força Aérea Brasileira” (FAB) em 22 de maio daquele ano. Os ramos aéreos do Exército (“Aviação Militar”) e da Marinha (“Aviação Naval”) foram extintos e todo o pessoal, aeronaves, instalações e outros equipamentos relacionados foram transferidos para a FAB.
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Revista Bravus
1º Grupo de Aviação de Caça
O ano de 1944 ficou marcado, na
tro de Operações do Mediterrâneo
Em terra, sob condições adversas
História do Brasil, por um episódio
(MTO), mas ao final de pouco mais de
e sob temperaturas muito abaixo
ainda hoje pouco conhecido pela
seis meses de atividades o grupo viu-
das que estavam habituados, mais
maioria dos brasileiros: o envio do 1°
-se reduzido a apenas 23 pilotos dis-
de trezentos homens trabalhavam
Grupo de Aviação de Caça da Força
poníveis, já que o Governo Brasileiro
na manutenção e rearmamento dos
Aérea Brasileira (1° GAvCa) à Itália,
não enviara reposições suficientes
P-47 Thunderbolt , bem como em toda
com a missão de integrar o 350th Fi-
para os pilotos abatidos em com-
a estrutura por trás das operações,
ghter Group da então Força Aérea do
bate ou afastados do vôo. Nem por
mantendo o 1° GAvCa com um dos
Exército dos Estados Unidos (USAAF)
isso, o mesmo número de missões
maiores índices de disponibilidade do
para combater as forças do Eixo.
diárias deixou de ser cumprido, com
Teatro de Operações do Mediterrâneo.
Entre outubro de 1944 e maio de
pilotos chegando a voar duas e até
Com isso, o 1° GAvCa foi uma das
1945, o 1° Grupo de Aviação de Caça
mesmo três missões no mesmo dia,
duas únicas unidades estrangeiras
voou 445 missões de guerra, tendo
com o esforço máximo acontecendo
condecoradas com a “Presidential
dezesseis caças Republic P-47D
durante a Ofensiva da Primavera, em
Unit Citation”, condecoração conce-
“Thunderbolt” abatidos pela artilha-
abril de 1945.
dida pelo Governo Norte-Americano
ria antiaérea alemã. Cinco pilotos
Durante o período de 06 a 29 de
às unidades que se distinguiram
morreram em combate e quatro em
abril de 1945, o Grupo de Caça Brasi-
por “haver demonstrado heroísmo,
acidentes. Outros onze saltaram de
leiro voou 5% das saídas executadas
determinação e espírito de corpo no
pára-quedas, dos quais cinco foram
pelo XXII Comando Aéreo Tático e, no
cumprimento de sua missão em um
feitos prisioneiros, três conseguiram
entanto, foram oficialmente atribuídos
dado período, sob extrema dificuldade
esconder-se até o final da guerra e
aos brasileiros 15% dos veículos des-
e condições de perigo de forma a se
outros três conseguiram saltar sobre
truídos, 28% das pontes destruídas,
destacar das outras unidades partici-
território amigo.
36% dos depósitos de combustível
pantes da mesma campanha”.
No total, quarenta e nove oficiais aviadores foram enviados ao Tea-
danificados e 85% dos depósitos de munição danificados.
Fonte: Wikipedia
5
ciaar A
história do CIAAR inicia-se em 1933, quando foi sediado, em Belo Horizonte, o 4º Regi-
Instrução e Adaptação da Aeronáutica, onde passaram a
mento de Aviação do Exército Brasileiro. Nos
ser formados diversos quadros para a Força Aérea. Hoje, a
anos seguintes, a nomenclatura foi alterada diversas vezes,
MISSÃO do CIAAR é capacitar pessoas para o desempenho
como Destacamento de Base Aérea, Núcleo do Regimento
da função como Oficial subalterno e intermediário na FAB.
de Aviação, 4º Corpo de Base Aérea e, com a criação do Ministério da Aeronáutica, em 1941, Base Aérea de Belo Horizonte. Em 1982, foi criado o Centro de Instrução de Graduados da Aeronáutica (CIGAR), com a missão de formar a primeira turma do Quadro Feminino de Graduadas, tornando-se pioneiro na formação da mulher militar para a Aeronáutica.
6
Em 26 de setembro de 1983, nasceu o Centro de
Revista Bravus
A cada dia, o CIAAR firma-se como referência na área de ensino do Comando da Aeronáutica. A VISÃO da Organização é ser reconhecida como uma escola de excelência na Aeronáutica, onde melhor são formados os oficiais dos primeiros postos. LEMA do CIAAR: Ser, Saber, Agir e Liderar (atitudes imprescindíveis ao exercício do oficialato).
Heráldica
Escudo português com o chefe diminuto em blau (azul-ultramar), esmalte que simboliza a justiça, a lealdade e a fidelidade, atributos inerentes aos componentes da Organização. À destra, o gládio alado em prata (branco), símbolo da Força Aérea Brasileira. Subposto ao gládio encontram-se duas estrelas pentalfas, também, em prata (branco), designativas do posto do Comandante da Organização, Brigadeiro-do-Ar. À sinistra; a sigla da Unidade, “CIAAR”, em prata (branco): Centro de Instrução e Adaptação da Aeronáutica, cuja criação deu-se em 26 de setembro de 1983. Campo em blau (azul-ultramar) tendo no coração um triângulo eqüilátero, em goles (vermelho), símbolo que o Estado de Minas Gerais carrega em sua bandeira. Unidade da Federação que sedia a Organização, esse triângulo remonta à primeira insígnia pertencente à Unidade de Aviação pioneira alocada nas instalações militares da Pampulha, nos idos de 1934. Sobre o triângulo, aparece uma águia estendida e estilizada em prata (branco), metal que representa a visão prospectiva da nobreza da missão de ensino no âmbito das Forças Armadas. A águia traduz-se na vitória, na prosperidade, no poder e no espírito de liderança que podem ser alcançados através da formação do Oficial. No peito desta, visualiza-se uma silhueta em goles (vermelho) de uma lâmpada originária das lendas árabes, simbolizando a “luz do conhecimento”, através do qual os alunos e estagiários alcançarão o oficialato. Em contrachefe, encontra-se a frase “AD STELLAS DOCERE”, significando “educar para as estrelas”, em prata (branco). Contorna o escudo um filete em prata (branco), evidenciando o nível do Comando da Organização: Oficial-General.
7
autoridades
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Revista Bravus
Exma Sra Dilma Rousseff
Exmo Sr Jaques Wagner
Presidente da República
Ministro da Defesa
Exmo Sr Ten Brig Ar Nivaldo Luiz ROSSATO
Exmo Ten Brig Ar Raul BOTELHO
Comandante da Aeronáutica
Diretor do DEPENS
palavras do comandante
B
ravus, nome que escolheram para simbolizar esta turma de Médicos, Dentistas, Farmacêuticos, Engenheiros, Capelães e tantas especialidades que se inserem hoje no novo Quadro de Oficiais de Apoio.
Ao escolher este nome, a Turma Bravus demonstra coragem, determinação e
confiança dos que acreditam na capacidade de vencer obstáculos individuais. Em pouco tempo foram capazes de absorver conceitos e valores militares, incorporando as características essenciais para o exercício do Oficialato. Certamente encontraram barreiras, mas fazendo prevalecer o espírito de corpo, com coragem para lutar, souberam triunfar e tornaram-se vencedores. É gratificante poder compartilhar essa conquista. Mostrem o aprimoramento profissional que adquiriram neste Centro de Instrução e Adaptação nas Unidades para as quais forem designados. Continuem dedicados, sendo verdadeiros suportes, ora chefiando, ora assessorando ou executando as múltiplas etapas das atividades atribuídas à Força Aérea. Não esqueçam jamais deste Centro e da equipe de instrutores que trabalhou, diuturnamente, para entregar-lhes as ferramentas adequadas para o “MANDO” e para a “LIDERANÇA”. Orgulhos da Força Aérea, com a certeza de que serão líderes exemplares, cumprimento todos pela formidável lição de determinação e entusiasmo e pela grande vitória. Que venham outros sonhos, porque este, Turma Bravus, já foi conquistado!
Exmo Sr Brig Ar Robson GRANDELLE Comandante do CIAAR
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CORPO DE ALUNOS
P
ara cumprir essa nobre
uma sólida base à formação militar dos alunos, contribuin-
tarefa de formar Oficiais
do com a área acadêmica no sentido de construir a identi-
para a Aeronáutica, o Cen-
dade militar dos futuros Oficiais da Aeronáutica. É subdivi-
tro de Instrução e Adaptação da Aero-
dido em Esquadrões, sendo que cada Esquadrão tem por
náutica (CIAAR) possui um Corpo de
atribuições a coordenação das atividades administrativas e
Alunos (CA), constituído por Oficiais
de apoio aos discentes e o trato de assuntos relativos à for-
instrutores, altamente qualificados.
mação moral, cívica e social dos alunos e estagiários, bem
O Corpo de Alunos é o setor do
como a execução da instrução referente ao campo militar
CIAAR responsável por orientar e dou-
dos currículos dos diversos cursos e estágios.
trinar, diretamente, todos os alunos e estagiários do CIAAR, fornecendo
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Revista Bravus
Corpo de Alunos
autoridades
Luiz Guilherme da Silva MAGARÃO Cel Av Comandante do Corpo de Alunos
1º e 2º Esquadrões
3º Esquadrão
seção de doutrina e instrução militar
JOEL de Castro Sales Maj Av
Rodrigo FONSECA da Silva Rosa Maj Av
EDUARDO Vítor de Jesus 1º Ten Inf
Comandante
Comandante
Chefe
JOERBET Morais Ferreira 1º Ten Esp COM
MARCELO BORGES Coelho 1º Ten Esp CTA
CYNTHIA Henrique Duarte 1º Ten QCOA PED
Eliana Milagres PERON 2º Ten QOCON EFI
Adjunto
Adjunto
Adjunto
Adjunto
11
cADEIA DE LIDERANÇA
A
Cadeia de Liderança foi criada com o objetivo de aperfeiçoar a
sacrifícios das etapas vencidas pudes-
formação dos futuros oficiais no CIAAR, além de ser um elo facili-
sem impregnar o Esquadrão BRAVUS
tador entre os Alunos e seus respectivos Comandos. A Cadeia de
do Espírito de Corpo, elemento intan-
Liderança é composta por nove militares do 2° Esquadrão (Turma Invictus) e um
gível, porém essencial para a criação
dos critérios de seleção é o desempenho militar dos Alunos durante o 1° ano do
de um grupo coeso e disposto para o
Curso de Formação de Oficias Especialistas (CFOE).
cumprimento de qualquer missão.
Os membros da Cadeia de Liderança possuem características em comum
Obrigado, Esquadrão BRAVUS, pela
para o cumprimento da missão de guiar os esquadrões: o esmero no desempe-
paciência com nossas limitações, pela
nho das atividades, a pronta disponibilidade para orientar e a busca constante
oportunidade de participar da sua
pela melhoria pessoal. Tais características culminam na criação de um padrão
formação militar e por nos permitir
de comportamento e modelo moral a serem seguidos pelos outros esquadrões,
enxergar a parte mais nobre da mis-
facilitando assim a formação do valor militar.
são de liderar: SERVIR.
A interação entre os Esquadrões é permeada pelo mais puro espírito de camaradagem, propiciando a comunhão dos valores, princípios e virtudes. A troca de experiências com a Cadeia de Liderança permitiu que os desafios e
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Revista Bravus
Cadeira de Liderança Invictus
AJUDÂNCIA DO CORPO DE ALUNOS
A
Após a captação de
executa as atribuições administrativas afetas ao Setor
candidatos civis e
de Pessoal para o corpo discente.
militares por meio de
concurso público, vem a importante fase da formação e adaptação
Nela é produzida e por ela tramita toda a documentação pertencente ao aluno/estagiário. Possui em sua composição atual um Oficial e sete
dos novos alunos e estagiários
Graduados da especialidade de serviços administra-
para a carreira militar e para o
tivos.
Oficialato. Nesta etapa está inserida a
Ajudância do Corpo de Alunos
Ajudância do Corpo de Alunos que
13
Divis達o DE ENSINO
LIANA Caron de Oliveira Ten Cel Psc Chefe da Divis達o de Ensino
Ajud但ncia da Divis達o de Ensino 14
Revista Bravus
Apoio
Batalhão de Infantaria - 73
Seção de Educação Física - SEF 15
ÍNDICE
Editorial 3 A Força Aérea Brasileira 1º Grupo de Aviação de Caça
4
Final de Quinzentena
5
e Confraternização
CIAAR 6 Heráldica
7
Autoridades 8 Palavras do Comandante
9
Grito de Guerra
38
Treinamento Militar
40
Liminaristas 44 Rotina 45
10
Entrega do DOM
48
Autoridades
11
Platina e Bandeira
49
Cadeia de Liderança
12
Acampamento 50
Ajudância do Corpo de Alunos
13
Heráldica 54
Divisão de Ensino
14
HCAMP 56
15
Viagem de Instrução à Manaus 62
C3E3 18
CASOP 64
Novo Quadro - QAOAP
Final de Curso
19
CAMAR 20
68
Formatura 72
CADAR 21
Culto
CAFAR 22
Diplomação e
EAOEAR 23
Descerramento da Placa
74
EAOAP 24
Entrega de Espadas
76
EIAC 25
Baile
78
Entrada Simbólica
28
Início 30
Revista Bravus
35
Corpo de Alunos
Apoio
16
Quinzentena 32
73
Humor 80 Comissão de Formatura
86
17
C3E3
A
breviados a C3E3, o Curso de Adaptação de
Além das características de resistência física, neces-
Médicos da Aeronáutica, o Curso de Adapta-
sária ao profissional militar, o curso busca sedimentar no
ção de Dentistas da Aeronáutica, o Curso de
estagiário os princípios basilares da instituição, os fun-
Adaptação de Farmacêuticos da Aeronáutica, o Estágio
damentos de ética e os valores inerentes ao profissional
de Adaptação de Engenheiros da Aeronáutica, o Estágio
militar.
de Adaptação de Capelães e o Estágio de Adaptação de
O curso também visa a adaptar o profissional às condi-
Oficiais de Apoio, encontraram uma forma mais simples de
ções peculiares do ambiente em que exercerá a sua ativida-
denominação e uma identidade.
de ou especialidade e proporcionar conhecimento sobre a
Os cursos e estágios ministrados simultaneamente para
estrutura e o funcionamento do Comando da Aeronáutica,
uma grande turma formada por profissionais destas áreas,
bem como sobre os procedimentos de rotina do Oficial nos
tem a duração de 17 semanas e o objetivo é proporcionar
vários setores, de acordo com a sua área de atuação.
conhecimento a respeito de teorias e ensinamentos que possibilitem ao Oficial atuar com eficiência na gestão de pessoas e processos e na ampliação da cultura geral.
18
Revista Bravus
Est Emília
NOVO QUADRO Qaoap
Para a maioria dos candidatos que concorriam às poucas ou únicas vagas de suas especialidades, a preparação para o concurso exigiu muita dedicação, como conta Lívia Farias, Psicóloga, que já era Oficial temporária da FAB: “Abri mão de muitas coisas para estudar, fechei meu consultório, saí de cursos que
O
fazia, deixei de sair com amigos. Quadro de Oficiais de Apoio (QOAP) foi criado em 2013 e abrange
Mas eu tinha certeza que esse era o
as especialidades que antes faziam parte do extinto Quadro Com-
caminho certo e não me arrependo
plementar de Oficiais da Aeronáutica (QCOA), que tinha apenas
de nada. Quando sonhamos, escreve-
militares temporários. O QOAP é formado por Oficiais de carreira, que podem chegar até o posto de Coronel. O primeiro concurso foi aberto em 2014 e, após passarem por etapas de
mos nossa própria história”. Thiago Filardi Ferreira, Contador, era Sargento da FAB, especialista em
prova escrita, inspeção de saúde, testes de aptidão psicológica e física, os candi-
Eletromecânica e, por necessidade de
datos foram selecionados formando o grupo matriculado no Estágio de Adapta-
serviço, foi designado para a Seção de
ção para Oficiais de Apoio (EAOAP), que foi reunido com outras especialidades
Finanças da unidade onde servia. “Foi
(médicos, dentistas, farmacêuticos e capelães), formando o C3E3.
a partir daí que começou meu gosto
Nesta primeira turma do QOAP foram abertas vagas para profissionais de
por contabilidade, o que me incenti-
Administração, Análise de Sistemas, Ciências Contábeis, Enfermagem, Jornalis-
vou a cursar a faculdade e possibilitou
mo, Pedagogia, Psicologia, Serviços Jurídicos e Serviço Social.
prestar o concurso para o Quadro de
Enquanto aprendem ou relembram normas, legislações e postura militar, 16 homens e mulheres começam a escrever mais uma parte da história da FAB. A primeira turma do QOAP é repleta de histórias de superação e de pessoas
Apoio”. Dos 16 estagiários do QOAP, 10 já eram militares, entre eles Oficiais
determinadas, como Gutemberg Almeida, Administrador, que foi soldado do
temporários, sargentos da FAB e ex-
Exército e decidiu seguir na carreira como Oficial: “Desde o princípio eu via nas
-soldados. Todos viram no novo Quadro
Forças Armadas uma oportunidade de ter uma carreira digna. Fui aprovado para os
uma oportunidade de seguir carreira
cursos de Oficial da Marinha e da Força Aérea, mas a oportunidade de fazer parte da
ou alcançar um posto mais alto.
primeira turma do Quadro de Apoio me fez optar pela FAB, onde me sinto orgulhoso e honrado”.
Est Emília
19
Noites mal dormidas, canções superficialmente decoradas,
CAMAR
correria e cansaço, “probleminhas”, SDS... saudade. Mas, nenhuma palavra define melhor este momento de nossas vidas do que esta: superação. Pois foi com muita superação que passamos não só por esse difícil período, mas por todos os outros que viriam. Ao longo do curso, descobrimos dentro de nós mesmos uma força que não sabíamos que existia. E, com ela, fomos nos superando cada vez mais. Frases como como “Eu nunca passaria por isso.”, “Eu não vou aguentar.” foram ficando para trás, enquanto seguíamos em frente. Nenhum de nós sairia do CIAAR como entrou. Os meses foram passando. Acampamento, HCAMP, Provas, TACFs.. E o grupo de tenentes estágiários continuou evoluindo, individual e coletivamente, sempre com essa nova força nos guiando. Sentimos muitas dificuldades, e passamos por sensações e situações nunca antes imaginadas. Mas, a cada passo adiante, uma vitória. Aprendemos, sobretudo, a dar valor a pequenas, diversas coisas... que, antes, passavam desapercebidas. Ao longo do tempo, longe de casa e de amigos, uma nova família foi se formando. O sucesso de um era motivo de comemoração para todos. Do mesmo, a tristeza era igualmente compartilhada. Nos apoiamos uns nos outros, aprendendo o significado do tão falado “Espírito de Corpo”. Grandes parcerias e amizades se formaram. Infelizmente, dois amigos deixaram nosso convívio... mas, como para todos nós, um brilhante futuro lhes está garantido. Crescemos, aprendemos, e nos fortalecemos juntos. E, finalmente, chegamos ao fim dessa jornada. Um longo
“S
período de 4 meses... pequeno, porém, diante de nossos e quer ir rápido, vá só. Se quer ir longe, vá
sonhos, e de toda valiosa vida que se oferece à nossa frente.
em grupo.” - Provérbio africano
Voos mais altos serão alçados. Cada “guerreiro” seguirá seu
No dia 26/01/2015, 45 médicos, milita-
res e civis, de diferentes origens, especialidades e personalidades, se encontravam pela primeira vez como um único grupo,
próprio caminho, mas sem nunca esquecer das raízes aqui fincadas, nem dos valores de nossa nobre profissão. Voltemos então à nossa saudosa rotina. Sessões clínicas,
em uma fria madrugada no pátio do Corpo de Alunos. Eram,
ambulatórios, plantões, centros cirúrgicos... Agora, como
no momento, simples Estágiários... De “cotonete”, ansiosos
Oficiais Médicos da Força Aérea Brasileira. Mas, quando a vida
com o início do curso, e preocupados com o desconhecido.
nos brindar com novos desafios, e pensemos em fraquejar,
Mas, apesar da insegurança, sentiam uma imensa vontade de
que sempre nos venha em mente a imagem daquele simples
superar quaisquer obstáculos que viriam a aparecer. Afinal, na
estágiário. Que com perseverança, resiliência, e, sobretudo,
vida de todos ali presentes, não foram poucas as dificuldades
superação, cumpriu sua missão.
já ultrapassadas. Muitas, piores do que as que viriam. “Começamos muito mal”. Um universo novo para muitos;
“A função do médico é curar, às vezes; aliviar, frequentemente; confortar, sempre.” - Oliver Wendell Holmes
um difícil recomeço para outros. Após 11 intermináveis dias, teve por fim o TMB. Várias lembranças marcam esse período.
20 Revista Bravus
Est Pedro
CADAR
M
uitos meses, muitos dias, muitas horas, fins
grandes amigos que fazemos no CADAR, lidar com guerrei-
de semana, feriados, festas... Abrimos mão
ros extremamente competentes e dedicados a suas vidas
de muitas coisas para estarmos aqui. O
e seus pacientes torna nossa estada no CIAAR, nesses
EACADAR, Exame de Admissão ao Curso de Adaptação de
quatro meses, mais que especial. Agradeço a Deus todos
Dentistas da Aeronáutica exige muito de nós para passar-
os dias por estar com vocês, amigos dentistas. Agradeço
mos em um dos concursos mais disputados da Odontolo-
também pelo esquadrão tão heterogêneo e unido que for-
gia do Brasil. Tenho certeza que todos temos muito orgulho
mamos aqui. C3E3, marcado para sempre em nossas vidas.
desta conquista.
CADAR, vai ser um enorme prazer seguir minha carreira
A carreira do dentista da FAB permite que exerçamos nosso ofício com dignidade, amor e respeito à nossa profis-
com vocês, lutadores. Que Deus nos abençoe.
são e ao nosso paciente. A carreira militar aumenta nosso orgulho e amor ao nosso país. Defender a nossa pátria
Est Lima
fazendo o que amamos é o melhor que poderíamos ter de nossas vidas profissionais. Além de tudo isso, conhecer os
21
CAFAR
E
nfim, CAFAR 2015!
em servir a Força Aérea Brasileira. Embora afastados pela
0 tão sonhado sonho de ver nossos nomes
distância física, já que cada um de nós seguirá para uma
na lista de aprovados do EACAFAR (Exame de
localidade do Brasil, estaremos sempre unidos e prontos
Admissão do Concurso de Farmacêuticos da Aeronáutica) se tornou realidade. Nesta trajetória, nada foi fácil. Dias,
para ajudar. A conclusão do CAFAR tem o sabor do dever cumprido,
meses e anos de intenso estudo, férias abdicadas, amigos
das dificuldades superadas, de amizades sólidas e de mo-
e famílias deixados de lado e trocados por pilhas e pilhas
mentos inesquecíveis compartilhados. Traz consigo a certe-
de livros. Rang Dale, Henry, Goodman, Tietz... Esses foram
za de que acumularemos muitas outras vitórias das quais
nossos companheiros por muitas e muitas horas. Esforço
somos merecedores pelo talento e predicados morais.
e dedicação, ano após ano, empenhados mais e mais, até alcançarmos esta vitória.
Iniciamos um novo ciclo em nossas vidas, realizados por servir à Pátria, exercendo a profissão farmacêutica!!
A competitividade desse longo e emocionante processo seletivo deu lugar ao companheirismo. Se antes disputávamos vagas, hoje somos irmãos de armas, orgulhosos
22 Revista Bravus
Est Calliari, Est Laina e Est Mariana Pires
EAOEAR
O
Estágio de Adaptação de Oficiais Engenheiros
experiências, vivências, dignidade, competência, disciplina
da Aeronáutica no ano de 2015 foi composto
e altivez.
pelas especialidades de Agrimensura, Civil,
A arte do ensino é saber aprender. Nesse sentido, o
Computação, Elétrica, Eletrônica, Mecânica e Telecomunica-
curso proporciona experiências inigualáveis aos seus
ções. 50 engenheiros, vindos de várias localidades do país,
participantes. Cada dia no CIAAR é um dia de aprendizado
com várias experiências, militares ou não, representando
e o EAOEAR nos proporcionou amadurecimento e experi-
diferentes áreas da Engenharia e buscando honrar as tradi-
ências inigualáveis que guardaremos e compartilharemos
ções de Villagran Cabrita, Patrono da Engenharia Militar.
ao longo de nossas carreiras.
A Engenharia se faz presente em várias Organizações
É com imenso orgulho que fazemos parte deste quadro,
militares da Força Aérea, estando sempre na vanguarda do
reconhecidamente essencial para a Força Aérea Brasileira,
crescimento, inovação e do desenvolvimento tecnológico
levando à pátria sempre à vitória e sendo cada vez mais
do país.
marcante em nossa história.
Os novos integrantes do Quadro de Oficiais Engenheiros têm como objetivo contribuir com a Força Aérea com suas
Est Osvaldo
23
EAOAP
O
Estágio de Adaptação de Oficiais de
em que encontramos ou reencontramos nossos limites.
Apoio tem como objetivo formar Oficiais
Mas também é um enorme privilégio poder participar
preparados para a gestão de pessoas e
dessa experiência, convivendo com pessoas altamente
processos, além de ensinar, através das instruções
capacitadas e que proporcionam engrandecimento pessoal
e experiências vividas, os princípios de hierarquia e
e profissional ímpares”.
disciplina, os fundamentos de ética e valores inerentes aos militares. O EAOAP também visa proporcionar conhecimento geral sobre a Força Aérea e à adaptação dos futuros Oficiais às condições dos ambientes em que exercerão suas atividades. Gustavo Carvalho era Sargento da FAB, cursou Direito e integra a primeira turma do EAOAP: “Após o desafio de passar no concurso, enfrentamos o Estágio de Adaptação,
24 Revista Bravus
Est Emília
EIAC
A
missão dos capelães é continuação do mandato
complementar à vida do ser humano, como o útil e o
do Senhor Jesus que ordenou que o Evangelho
prático, mas o fundamento no qual a vida pode ser firmada
chegasse aos confins da terra. Desta forma, em
com segurança: a Verdade. Estes missionários de Cristo,
cada ser humano há uma abertura ao transcendente, lugar
Padres e Pastores, seja no mar, na terra e no ar partilham
do encontro com o Ressuscitado, mediante a livre acolhida do
do mesmo destino da tropa e nesta querida escola, CIAAR,
Deus humanizado. Portanto, seja qual for a distância a que se
apreendem a formar um único corpo, de forma que nossos
encontre ou em que estado de vida peculiar o ser humano es-
militares podem dizer com orgulho e segurança: não
teja chamado a viver, possui o direito de ouvir a Boa Nova. Os
importa o tempo, quer na paz ou na guerra, somos flanque-
militares, ministros da Paz e peritos na guerra, pelo modo de
ados por Deus pela presença de nossos capelães. Ao nosso
vida da caserna são acompanhados pelos ministros de Cristo,
3º Esquadrão forjado, por esta escola, para alcançar as
que vivem sob as mesmas condições que eles.
estrelas seja concedida a benção de Deus Todo-Poderoso.
Assim, os Capelães Militares são discípulos e missionários de Cristo, que anunciam o evangelho a esta parcela
Est Vieira
do povo de Deus, chamada militares. Anunciam não algo
25
26 Revista Bravus
“SER, SABER, AGIR E LIDERAR”
Lema do CIAAR 27
ENTRADA SIMBÓLICA
N
aquele dia, estávamos
porque havíamos ESCOLHIDO estar
vamos saber o quão capazes éramos
ali para mostrar como
ali. Éramos pessoas desconhecidas
de fazê-lo. Ali, naquele momento,
chegamos. Mostrar
uns para os outros, nomes sem rostos
nos foi dito que começaria em nós
quem éramos antes daquilo que nos
e rostos sem nomes. A maioria de
uma mudança imensurável, que não
tornaríamos durante nosso período
nós sequer sabia marchar ou tomar
se manifestaria apenas na carreira
curto, porém intenso, de formação
a posição correta de “sentido” e
militar, mas em cada atitude e escolha
no Centro de Instrução e Adaptação
“descansar”, mas entramos em forma
que fizéssemos dali em diante e que,
da Aeronáutica (CIAAR). Éramos
e marchamos; tomamos a posição de
mais do que nunca, nossos princípios
médicos, dentistas, farmacêuticos,
sentido e cantamos, de forma tímida,
e valores seriam constantemente
engenheiros, administradores, analis-
porém orgulhosa, o Hino Nacional.
avaliados e julgados através de nossas
ta de sistema, contador, enfermeiras,
Ainda não compreendíamos o quanto
ações. A partir dali, seríamos espe-
jornalista, pedagogos, psicóloga,
a formação para o oficialato mudaria
lhos, e estávamos ali para aprender a
bacharéis em direito, assistentes so-
nossa maneira de ser, pensar e agir;
melhor forma de sê-lo. A sensação de
ciais ou capelães; alguns, já militares,
não compreendíamos que, a partir
estar prestes a fazer parte da Força
outros tantos, civis. Estávamos felizes
daquele momento, estávamos sendo
Aérea Brasileira começou a se concre-
por estar ali, mas ansiosos pelo que
formados para sermos líderes, e
tizar naquele momento dentro de nós,
nos esperava. Não sabíamos ao certo
líderes exemplares; que teríamos
e a transformação começou.
todas as coisas que estavam prepa-
que aprender a obedecer, antes de
radas para nós, mas sabíamos que
comandar; que nossos limites seriam
enfrentaríamos o que quer que fosse,
testados e superados, porque precisá-
28 Revista Bravus
Est Camila Santiago
“Não sabíamos ao certo todas as coisas que estavam preparadas para nós, mas sabíamos que enfrentaríamos o que quer que fosse, porque havíamos ESCOLHIDO estar ali.”
Est Camila Santiago
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IníciO “Enchi o peito de fé A batida do coração desceu pro pé. E assim eu entrei no CIAAR.” Est André de Melo
30 Revista Bravus
E
u vim do meio civil
Isso tudo misturado
E quando vi a Bandeira do Brasil
Gerou um sentimento que ficou firmado
Meu coração começou a pular.
Se transformou em força e entusiasmo
Sem saber ainda marchar
No coração de todos que estavam ali
Enchi o peito de fé A batida do coração desceu pro pé
Eu vim do meio civil
E assim eu entrei no CIAAR
E quando ouvi o Hino do meu Brasil Não resisti
Era a alegria de um sonho que se realizava
Lágrimas deixei cair.
O medo por não saber o que nos esperava A saudade dos que ficaram em casa
Est André de Melo
E a vontade de à Patria servir.
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QUINZENTENA “Camiseta passada, tênis limpo, barba feita, coque impecável, corre, já está por atrasar.” Est Mayra
15
dias? 11 dias? Na verdade nem sei que dia é hoje. Tenho vontade de dormir, de não levantar, de não acordar. Já é
hora de despertar, vamos cantar, vamos marchar, o sol vai demorar a apontar. Camiseta passada, tênis limpo, barba feita, coque impecável, corre, já está por atrasar. Flexão e flexão, cabeça erguida para sustentar. Vamos que vamos. o dia vai começar. Os olhos fecham sem querer, os joelhos não levantam para a marcha manter, parece nada mais obedecer. As canções são palavras numa estrada sem fim, em busca do castelo lendário, onde canta o sabiá. E ai se o xerife chorar, probleminhas vão rolar. Meia-noite, hora de descansar, mas antes tem de passar, decorar, arrumar, copiar, banhar, ligar... Acionamentos reais e imaginários atormentam o estagiário. Dias longos, quando vão acabar? Sem saber se vamos resistir se vamos aguentar, percebemos que além dessa fragilidade da necessidade humana nasce um militar. Disciplina, amor e coragem e nosso primeiro sucesso, conseguimos conquistar. Est Mayra
32 Revista Bravus
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“Pouco antes das seis horas da manhã. Ainda não havia amanhecido e um bando atordoado de 150 pessoas tentavam entrar em forma no pátio do Corpo de Alunos. Alguns nem sabiam o que era entrar em forma. Poucos tinham tido uma boa noite de sono, na expectativa do que estava por vir. Já era a segunda vez que eu passava por aquilo, naquele mesmo pátio, mas não sabia ainda o que pensar.” Est Emília
34 Revista Bravus
final de quinzentena e confraternização
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“Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio. Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era o inimigo e vencê-lo era quase impossível.” Est Honório
O
primeiro dia de Quinzentena iniciou-se com correria, “choro e ranger de dentes”. Aqueles futuros Estagiários que ali esta-
vam em forma (ou melhor, estavam em um rascunho do croquí do esboço do rabisco do projeto de uma tropa), demonstraram, ali, susto, medo do desconhecido. Os instrutores já chegaram cobrando movimentos rápidos, posições nunca antes executados pela maioria e lançavam mão da ordem “para a flexão 1,2” para corrigirem os erros. Os futuros Estagiários deveriam saber a fraseologia afixada no quadro de avisos do Esquadrão, deveriam saber apresentar-se ao mais antigo, pois as flexões estavam ali para ativar a memória do “guerreiro”. Aprender a ser militar em pouco tempo era o desafio. Adequar-se a Doutrina era a ordem. Muito suor rolou pelos rostos daqueles que formariam a Turma Bravus. O sono era o inimigo e vencê-lo era quase impossível. Corridas, flexões, fraseologia, canções militares, tudo deveria ser executado com maestria. Foram longos dias (intermináveis dias, para dizer a verdade!), mas acabara, assim como começou: com correria, com choro - dessa vez de alegria. E valeu a pena, pois a partir daquele dia 5 de fevereiro, pudemos ser chamados de Estagiários e não mais como rascunho do croquí do esboço do rabisco do projeto daquilo que nos tornaríamos: “BRAVUS”. Est Honório
36 Revista Bravus
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grito de guerra
38 Revista Bravus
Surge da Gerais Um esquadrão audaz Vibrante, guerreiro Na guerra ou na paz Homens, mulheres Prontos pra missão De servir a Força Aérea Em defesa da nação Fé, apoio, saúde, engenharia Bravos oficiais Cuja força irradia Força Aérea Brasil! 39
TREINAMENTO MILITAR “No treinamento militar, passamos por muitas dificuldades que com certeza nos engrandece como pessoas e nos preparam para liderar e tomar decisões nas situações de adversidades que irão surgir durante a carreira.” Est Gutemberg
40 Revista Bravus
O
desenvolvimento das
exercício de campanha, além de um
corpo, a marcialidade, o autocontrole,
atividades essencial-
intenso programa de endoutrinamen-
a prontidão, a confiança e a supera-
mente militares se fun-
to a que os estagiários são submeti-
ção – qualidades que perpetuarão na
damenta nas instruções que abran-
dos. A instrução militar visa estimular
carreira do futuro oficial militar.
gem ordem unida, prática de tiro,
em todos os instruendos o espírito de Ten Eduardo
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“As emoções vividas aqui nunca serão repetidas, ou esquecidas... São incomparáveis!”
Est Joyce
“Experimentamos provações e adversidades durante todo o curso. Poucos são testados aos limites físicos, mentais e espirituais como nós.” Est Gutemberg
42 Revista Bravus
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Liminaristas “A maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa!”
A
cordar!!! Este é o primeiro passo para realizar um sonho! E foi assim, depois de acordar, e trabalhar duro que tivemos a oportunidade de fazer parte da Turma Bravus!
Vivemos cada dia intensamente, vibrando e honrando nossa farda, com a
incerteza de até onde nos deixariam ficar! Enfim, após esses quatro meses, compartilhando alegrias, tristezas e apren-
tinuar...acreditando que nascemos para servir e fomos forjados para fazê-lo sob os pilares da Hierarquia e Disciplina! Vivemos com alegria o presente, porque o futuro é incerto..... Mas eternamente o BRA-VUS povoará
dizados temos orgulho de fazer parte desta família!!! Aprendemos a dar valor ao
nossa alma e nos manterá presentes
pouco e a superar nossos limites! Experimentamos a alegria de servir a popula-
no Espírito de corpo construído por
ção compartilhando nossas habilidades técnicas e deixamos a Amazônia com
144 nobres guerreiros.
a certeza de que a maior nobreza das Forças Armadas não reside em levantar armas, mas sim em levar cidadania e esperança a quem realmente precisa! O orgulho de ouvir o Hino Nacional vestindo a farda traduz-se em força para con-
44 Revista Bravus
Est Calliari, Est Carolina Franco, Est Lima e Est Noce
ROTINA “Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos para o início das atividades diárias.” Est Joyce
parada diária
Teste Físico 45
Rancho
A
rotina é exaustiva. Antes mesmo da alvorada
No Auditório, as instruções além de informação trazem
o dia já começou. Aos primeiros toques da
exemplo de conduta e liderança, de dedicação e competên-
corneta, o uniforme, a organização do aloja-
cia, trazem a responsabilidade por si e pelo grupo.
mento. Segue-se para o rancho. Os encontros, os sorrisos, o bom dia. Um novo toque de corneta e entra-se em forma, prontos para o início das atividades diárias. A disciplina do corpo e da mente padroniza os movimentos nas aulas de Ordem Unida. Todos são um só e cada um são todos no acerto, no erro, na sincronia. A Parada Diária é um momento especial. Os esquadrões
O Treinamento Físico Militar objetiva o adequado condicionamento físico da tropa para o cumprimento da missão e é também o momento de liberar energia, pagar flexão, fazer uma corridinha pensando “o que é que eu tô fazendo aqui?” No final do dia o alívio... mas ainda há a apostila, ainda há a canção para amanhã, preencher o arraçoamento para a semana que vem, treinar para a passagem de servi-
em forma mostram unidade e força, um conjunto. A banda
ço, lembrar de assinar a rela, puxar o quarto de hora da
sempre impecável. No canto do Hino e no hasteamento
madrugada, engraxar o bute, passar o uniforme do dia de
do Pavilhão Nacional, o peito cheio de orgulho faz bater
amanhã...
mais forte os corações. Nesse momento, o melhor aparece:
E antes que isso tudo seja feito, muito antes do que a
marchamos para mostrar as mais dignas qualidades do
gente precisava, toca-se novamente a corneta e o toque do
futuro oficial. Quando a canção do dia empolga, dá vontade
silêncio, às vezes tão triste, mas sempre tão bonito, mostra
de fazer tremer as janelas do Pátio do Corpo de Alunos...
que precisamos descansar.
com garbo e elegância. De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos... sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.
46 Revista Bravus
Est Joyce
“De novo o rancho, de novo em forma, sempre prontos... sempre guiados pelo rigor severo do tempo, do relógio.” Est Joyce
“Senhor, umas casas existem, no vosso reino onde homens vivem em comum, comendo do mesmo alimento, dormindo em leitos iguais. De manhã, a um toque de corneta, se levantam para obedecer. De noite, a outro toque de corneta, se deitam obedecendo. Da vontade fizeram renúncia como da vida.” MONIZ BARRETO. Carta a El-Rei de Portugal, 1893
Ordem unida
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entrega do dom “E quando tive novamente em minhas mãos o DOM do CIAAR, o mesmo que me acompanhou em 2012, tive a certeza que estava onde sempre quis estar, na situação em que sempre sonhei voltar.” Est Joyce
48 Revista Bravus
144
estagiários recém saídos da quinzentena, um esquadrão ainda repleto de bizonhos. E foi ainda nesse estado que começamos a levar o CIAAR no peito. A
entrega do Distintivo de Organização Militar, mais do que uma cerimônia militar, mais do que outro degrau da nossa formação, representava a nossa incorporação à escola. Abandonávamos então o cotonete para começar a ostentar com orgulho em nosso peito o 10º uniforme com o DOM do CIAAR. De agora em diante, na carreira que agora se abre a nossa frente, passaremos cada um por diferentes OM, com outros distintivos. Mas fica a lembrança, na memória e no coração, dos momentos vividos com esse primeiro DOM no peito. Est Noce
platina e bandeira G
rande símbolo do oficialato, a platina marca de maneira definitiva o início da vida militar dos ainda estagiários da Força Aérea Brasi-
leira. Emoção indescritível ao receber das mãos de nossos familiares, amigos, instrutores e mais antigos tamanho presente. Recompensa por longas semanas de esforço e dedicação, a platina vem para coroar cada momento que vivemos dentro do CIAAR e nos inspirar com garra e determinação para completarmos a caminhada de forma brilhante até o dia da formatura. Est Aline Reinozo
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ACAMPAMENTO “Descobrimos que somos capazes de fazer uma marcha de mais de 3h carregando uma mochila de 20kg nas costas, um mosquetão de mais uns 2,5kg no ombro (direito, não vale revezar), fora aquele capacete confortabilíssimo na cabeça;” Est Camila Santiago
50 Revista Bravus
C
aminharam em fila por oito quilômetros em
do, mais quatro quilômetros de marcha os esperavam. Só
meio à escuridão e sobre a lama. Carregaram
que, dessa vez, a exaustão já iniciou estampada em faces
pesadas mochilas às costas, capacetes incô-
mais magras e sujas. Tudo era mais pesado, as mochilas,
modos na cabeça e mosquetões que pareciam aumentar
os mosquetões, os capacetes, os coturnos e o clima que
de peso ao passar das horas. Entoaram canções até quase
pairava em meio às canções resmungadas. Quase não
perder a voz.
havia mais voz para gritar, as gargantas estavam secas e o
Alguns sentiram dores insuportáveis nas costas, perderam o fôlego ou torceram os pés. Alguns quase fadaram. Mas seus companheiros não os deixaram desistir, car-
sol forte castigava. Mais uma vez, a força de uns levantou e empurrou os outros. Mas a força determinante nessa hora foi interna e
regaram seus fuzis, revezaram suas mochilas. E a marcha
pessoal e todos, grandes ou pequenos, fortes ou frágeis,
prosseguiu noite adentro e abaixo de uma chuva que ora se
homens ou mulheres – cada qual vencendo suas próprias
fazia fraca, ora aumentava as poças pelo caminho repleto
lutas –, cumpriram sua missão.
de descidas e subidas íngremes. Finalmente, chegaram ao local do acampamento, com a força de uns levantando e empurrando os outros.
Aprenderam importantes lições, mas principalmente a se manterem unidos para suportar e superar as dificuldades.
E isso tudo foi só o começo. Quatro dias depois, quando achavam que havia acaba-
Est Emília
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52 Revista Bravus
M
archa noturna de 8Km com mochila pesada. A mochila é o peso do seu conforto, e ainda tem o fuzil para carregar. Longo caminho a percorrer. O cansaço toma conta e a ansiedade pelo desconhe-
cido também. Uma cama quente e noite tranquila não aguardam a Companhia. Somos números e temos cangas, companheiros dessa fase inesquecível e temida do curso. Os dias se arrastam e tarefas árduas são dadas aos pelotões. Tora de madeira para quem esquecer o fuzil, toquinho vermelho para quem não estiver com a farda “alinhada” no meio do lamaçal vermelho. Descobrimos que lenço umedecido é o item de sobrevivência mais versátil e essencial. Levaremos “pra vida”. Azimute, bivaque e balalaica: mais expressões foram incorporadas ao nosso vocabulário. Aprendemos a dar valor ao tempo, a um banho quente, ao conforto de nossas casas , a uma refeição feita com as mãos limpas e a moderar nossas necessidades. Voltamos muito enlameados porém mais fortes e operacionais. Uma longa marcha de ida e volta, uma caminhada de auto conhecimento e também do
“Enfim, descobrimos que, de fato, sozinhos chegamos mais rápido, mas, juntos vamos mais longe!” Est Camila Santiago
próximo. Momentos de superação, onde vimos o quanto somos Bravus. Est Lívia Mourão
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HERÁLDICA
Sobrelevado em céu azure anil Protegido pelo vert e jalde do pavilhão nacional Irrompe o escudo emblemático e imponente Conduzido pelas asas do sabre argente Que ao rugir do leão, símbolo da bravura Rege a união entre as especialidades Engenharia, capelania e apoio à dextra E à sinistra farmácia, odontologia e medicina Como as honrarias nos campos de batalha Avultadas pela faixa Bravus! Est Andrea 54 Revista Bravus
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HCAMP “Na verdade, durante o Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormimos em barracas climatizadas , em camas operacionais, em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas e cobras). É muita luta!” Est Lívia Mourão
56 Revista Bravus
“Servir é a nossa missão, nas asas do avião!” Hino da Saúde da Aéronautica
57
58 Revista Bravus
“Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem precisa.”
Est Lívia Mourão
O
Hospital de Campanha (HCAMP) é uma atividade que permite aos estagiários do CAMAR, CADAR, CAFAR, Apoio (enfermagem) e EIAC
(capelães) exercerem suas respectivas especialidades. É um momento aguardado pois é retomado o contato com os pacientes, onde atender e fazer o bem sem olhar a quem são prioridades. Durante o HCAMP, aprendemos a montar barracas e a entendermos seu funcionamento. Muitos pacientes foram atendidos, tanto os previamente triados pela Prefeitura de Lagoa Santa, como a demanda espontânea. Todos prontamente atendidos pela Turma Bravus. Na verdade, durante o Hospital de Campanha, viramos grupamento EMA, dormimos em barracas climatizadas , em camas operacionais, em harmonia com a natureza (leia-se escorpiões, aranhas e cobras). É muita luta! Participamos de reuniões do pôr-do-sol, acordamos mais tarde (com o toque de alvorada). Melhor do que o acampamento: deixamos de ser estagiários ou números, o tempo do banho não era controlado e a gandola passou a ser aliviada. Descobrimos que, em tempos de paz, o HCAMP leva cidadania, acesso à informação, saúde e carinho a quem precisa. Porém, o maior aprendizado foi a importância do atendimento em equipe e o quanto podemos fazer diferença na vida de desconhecidos. Foi gratificante e edificante. “Servir é a nossa missão, nas asas do avião!” Est Lívia Mourão
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“Verás que um filho teu não foge à luta” Hino Nacional Brasileiro
60 Revista Bravus
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Viagem de instrução
à MANAUS A
ideia da viagem a Manaus, a princípio, parecia estranha. Afinal, como essa viagem contribuiria na formação militar? A possibilidade de viajar
em uma aeronave da FAB, C-130, o famoso Hércules, alterava os ânimos. Chegado, enfim, o grande dia, mesmo com algumas mudanças nos horários de partida devido à disponibilidade das aeronaves, todo o esquadrão conseguiu embarcar. A missão começava a ser executada com sucesso. Diante da cidade surgia então a curiosidade de desvendar toda a história, cultura, culinária e lazer da Amazônia. Obviamente que em um período tão curto, as prioridades tinham que ser elencadas. Fomos muito bem recebidos na Base Aérea de Manaus. Assistimos a apresentações sobre as atividades desenvolvidas pela FAB na Amazônia, visitamos as instalações e constatamos a excelente infra-estrutura em diversos setores, seja na inteligência, na segurança e defesa ou no controle de tráfego aéreo. E talvez, o mais importante, o entusiasmo com que os militares de lá desempenham suas funções e sua satisfação em morar em Manaus, desmitificando a ideia de ser um lugar sem atrativos. A degustação das comidas típicas: o pirarucu, o tambaqui, o açaí, o jambu, o pato no tucupi, o tacacá, as balas de cupuaçu; a visita ao famoso Teatro Amazonas e à Arena da Amazônia; o encanto do encontro das águas entre os rios Negro e Solimões; a praia de rio da Ponta Negra com uma orla convidativa. Tudo isso contribuiu para aumentar o encanto com Manaus e a certeza da satisfação dos que tiverem a oportunidade de servir na Amazônia junto à Força Aérea Brasileira. Est Márcio
62 Revista Bravus
63
CASOP
64 Revista Bravus
S
imulações de afogamentos, acidentes de veículos, ataques de
animais peçonhentos e queimaduras são algumas das atividades que fizeram parte da rotina do grupamento da saúde durante uma semana do treinamento militar. O Curso de Adaptação em Saúde Operacional (CASOP) é ministrado por instrutores do Instituto Médico Aeroespacial (IMAE) e entre seus objetivos estão capacitar os alunos a prestarem Suporte Básico de Vida em condições adversas e exercerem funções de gerenciamento, coordenação e auxílio no atendimento de emergências. A coordenadora das instruções, Capitã Médica Mônica Barreto Santos, explica que ao final do CASOP “os alunos estarão padronizados no atendimento pré-hospitalar militar”. Os alunos são graduados em Medicina, Odontologia, Farmácia ou Enfermagem e estiveram totalmente imersos no curso – formaram equipes de prontidão 24 horas, que ficavam responsáveis pelo material de suporte aos atendimentos e podiam ser acionados a qualquer momento.
“Neste curso aprendemos a realizar atendimento operacional, a pensar e atuar com agilidade para salvar vidas.” Est Lívia Mourão
Est Emilia
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66 Revista Bravus
“Como profissionais da saúde, precisamos estar preparados para socorrer e servir ao próximo.” Est Lívia Mourão
O
esquadrão da saúde do
nomes de guerra e DOM. Voltamos a
CAMAR, CADAR, CAFAR e
atender ao toque do apito. Nada mudou
Apoio (enfermagem) foi
senhores, nada mudou. O CASOP veio
apresentado à equipe de instrutores do
para dizer isso.
CASOP. Neste curso aprendemos a rea-
Tivemos instruções teóricas e
lizar atendimento operacional, a pensar
oficinas muito pertinentes, além de
e atuar com agilidade para salvar vidas.
acionamentos simulando cenas de
Mas, logo na reta final, resolvem voltar
acidentes. Como profissionais da saú-
ao clima de TMB (treinamento militar
de, precisamos estar preparados para
básico)? Com direito a “frente para a
socorrer e servir ao próximo. Esse
esquerda! CASOP!” Pagamos muitas fle-
curso pode ter tirado parte da turma
xões, acompanhadas da pérola do 038:
Bravus da rotina, mas com certeza
”é só cair que a gente paga”, mergulho
contribuiu para o enriquecimento da
na piscina com farda ( foi melhor do que
nossa formação militar, assim como
esperávamos), deslocamento em acele-
das nossas áreas de atuação. Tudo
rado, gandolas arriadas para dentro da
pelo sucesso da missão. CASOP!!!!!!
calça e os números como identificação. Perdemos nossos distintivos e insígnias,
Est Lívia Mourão
67
FINAL DE CURSO “Fim de curso. Novos aprendizados, novas experiências, novas conquistas e novos COMPANHEIROS! Companheiros que agora chamamos de IRMÃOS DE ARMA! Sabemos que estamos entrando em uma carreira de desafios e assim será. Assim como em uma guerra, não alcançaremos sucesso se lutarmos sozinhos. Sabemos que após o dia 22 de maio, teremos amigos e irmãos de arma espalhados por todo o país e isso nos dá a possibilidade de sermos maiores ainda.” Est Alcântara
E
stá acabando... Não aguento mais!!! Quero voltar para casa! Acordar depois do sol nascer, sem uma corneta avisando a alvorada e o
silêncio! Sem fila para usar o banheiro! Quero tomar um banho quente, com água abundante e de pé no chão! Quero sentar à mesa e me servir com calma! Quero chegar ao fim do dia e encontrar aquele amigo de infância no boteco de sempre! Quero muitas coisas! Mas talvez não volte a te-las! Talvez eu volte para casa. Ou não: talvez eu tenha que construir uma casa nova, numa nova cidade e com novos amigos num novo boteco de sempre! Quero que isso tudo acabe!!!! Mas será que quero mesmo? Para onde irão os amigos? Esses novos que fiz nesses 4 meses! Esses amigos, que não deixam a peteca cair, que oferecem o ombro, que compartilham a extensão da tomada e que sempre tem algo pra emprestar quando o “seu” some na bagunça do armário tão apertado! Muitos chegaram a reta final e ainda têm dúvidas... Eu sempre tive a certeza! A certeza de que esse era o meu caminho, de que essa era a minha sina! Passei por tudo feliz, curtindo cada momento! Curtindo a oportunidade de estar aqui, de passar por cada “perrengue””, de rir com cada alegria, de viver cada experiência! De ficar dividida entre o “ querer, o dever e o poder”!!! Não me arrependo de ter arriscado!!! Valeu a pena passar por tudo.... E continuo torcendo para que dê! Não desistam amigos! Muitas vezes, é preciso fechar uma porta para abrir outra janela!!! Ter compartilhado momentos com voces nesses meses foi o melhor dos presentes! Est Carolina Franco
68 Revista Bravus
E
uforia me define! Dou risada e choro, simultaneamente. Dentro de mim está uma confusão só! Ao mesmo tempo que quero dar logo o próximo passo e ver o que me aguarda lá longe, lá em Belém,
também quero que esses dias que ainda tenho com vocês passem o mais devagar possível! Sofro (sério) quando imagino que não verei mais meu pecúlio em forma às 6:43 da manhã! Sentirei falta das piadas (sempre as mesmas), dos puxões de orelha, dos abraços, do café com pão de queijo na cantina... Enfim, há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês! Quando pessoas de fora me perguntam sobre o curso, a primeira coisa que vem a minha cabeça é tentar explicar como, em quatro meses, isso tudo aconteceu. Mas, não dá!!! Quem não viveu o que vivemos, não entende!!!
“Enfim, há tanto para sentir falta que não cabe aqui! Amo vocês, todos vocês!” Est Katiuscia
Est Katiuscia
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“com os pilotos e asas seremos um conjunto de todo eficaz” Canção do especialista 71
FORMATURA
“Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamento pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela última vez, cantamos em uma só voz pela última vez.” Est Emília
J
ogar o quepe para o alto depois de berrar a plenos pulmões o grito de guerra da Turma Bravus. Este era um dos momentos mais esperados e por mais que parecesse distante, logo chegou com um pacote
completo de emoções. Entramos em forma todos juntos pela última vez, reclamamos do alinhamento pela última vez, tocamos de leve o ombro esquerdo do colega da frente pela última vez, cantamos em uma só voz pela última vez. Marchamos com nossas alvas túnicas até o ponto em que nos alcançavam os olhares curiosos e emocionados de nossos familiares e amigos. Em meio ao público nos aguardavam nossas espadas, seguradas pelas mãos orgulhosas dos padrinhos, escolhidos com todo o carinho para realizarem a entrega do símbolo do Oficialato. Cumprimos a sequência da cerimônia com a máxima atenção e empenho para que tudo saísse perfeito. Fizemos por merecer o momento em que, finalmente, recebemos nossas espadas e nos vimos com a farda completa. Est Emília
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Revista Bravus
culto
O
convite de Jesus hoje é feito a todos nós, mas especialmente àqueles que foram forjados como aço pelo fogo no pátio desse CIAAR... Vinde a mim, vinde a esta mesa, disse Jesus. “Provai
e vede quão suave é o Senhor, feliz o homem que tem nele o seu refúgio”. Façam dessa Missa uma grande ação de graças e “que enriquecidos por tão grande dádiva (eucaristia), possamos colher os frutos da salvação sem jamais cessar” o louvor, a alegria. A Eucaristia (o pão da vida) que não é só “fruto”, mas é também a “fonte” de eucaristia/louvor/oração. Que esta Santa Missa, transforme a nossa vida numa “vida eucarística”; assim uniremos a nossa voz a voz de Cristo para dizer: “eu te louvo, ó Pai”! Est Bento
“À luz da Doutrina Espírita, foi abordada a missão do homem inteligente na Terra e os valores propagados pelos Espíritos do Bem, assim como tais valores se assemelham às virtudes defendidas na Força Aérea. A evolução espiritual dos homens também requer disciplina, pautada sempre na caridade e no pensamento em Deus, enquanto o espírito de corpo se compara à preocupação com o próximo e à solidariedade. ” Est Ricardo
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diplomação e descerramento da placa
74
Revista Bravus
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entrega de espadas
“E chegou o grande dia! O dia tão esperado, o 22 de maio: o dia da entrega das espadas.”
P
ara um oficial das Forças Armadas, a espada representa o coroamento do esforço
e da dedicação durante todos os meses de instrução militar. É um símbolo que envolve compromisso e tradição, além de assinalar a sua posição hierárquica. Ela é entregue, cerimoniosamente, como um símbolo material da autoridade e que deve ser usada na aplicação dos mais legítimos princípios da honra cultuados e praticados na carreira. A espada enaltece a aplicação daqueles princípios e valores, dos quais se destacam a responsabilidade, competência, a bondade, a aplicação da justiça, o respeito e o amor á Pátria e a tudo que a ela diz respeito. Caracteriza-se, portanto, não como um simbolismo puro, mas sim como um instrumento de exaltação do que existe de mais belo e puro na carreira do oficial. Est Mayra Góes
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Revista Bravus
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baile
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Revista Bravus
“Este baile vem fechar com chave de ouro uma coleção de grandes aprendizados, de dificuldades, de superação.” Est Aline Reinozo
C
omemoramos este dia de despedida provisória com um filme passan-
do em nossas mentes. Este baile vem fechar com chave de ouro uma coleção de grandes aprendizados, de dificuldades, de superação, de difíceis escolhas, de muita luta e da eterna certeza na vitória. Sabíamos desde o início que esse momento mágico chegaria. E o brilho nos olhos de cada um de nós denuncia rapidamente o tamanho da felicidade que trazemos no coração. Celebrando a certeza de que a Turma Bravus estará espalhando por todo o Brasil a força que um dia nos uniu, e que nunca mais nos deixará sós. Est Aline Reinozo
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humor
80 Revista Bravus
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pĂŠrolas
82 Revista Bravus
RELEMBRAR É VIVER
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kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
84 Revista Bravus
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Comissão de formatura
F
ácil com certeza não foi. Quando iniciamos esta
E a todos vocês, irmãos de farda e formandos, a nossa
jornada e nos conhecemos, objetivos comuns
gratidão pela confiança em nós depositada e o apoio ofereci-
nos uniram. Juntos, nós aprendemos, rimos,
do. Fica aqui a certeza que tudo foi feito buscando o melhor
choramos, brincamos, mas sempre em busca da realização
para todos e para fazermos desses dias, instantes inesquecí-
de um sonho compartilhado por todos.
veis em nossas vidas.
Nós, da comissão de formatura, aceitamos com muita
O que vivemos e aprendemos vai permanecer conosco
garra e vontade o desafio de planejar e concretizar cada
para sempre, além das lembranças e saudades dessa épo-
momento da produção deste sonho.
ca ímpar em nossas vidas.
Primeiramente, gostaríamos de agradecer a cada
Obrigada a todos e até breve!
membro desta comissão, pois o trabalho de cada um foi essencial para fazer do nosso dia “o grande dia”.
86 Revista Bravus
Est Maíra Góes
FICHA TÉCNICA ARTE Direção de Arte Affonso Neto Projeto Gráfico Bruna Caldeira Diagramação Bruna Caldeira REDAÇÃO Edição de Texto e Reportagem CIAAR e Comissão de Formatura Revisão CIAAR e Comissão de Formatura Fotografia Fotografia Affonso Neto e CIAAR PRODUÇÃO GRÁFICA Acompanhamento Diagrama Editora