nietzsche existencialismo

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Nietzsche e o existencialismo Breve apresentação sobre um dos mais importantes filósofos da atualidade, Friedrich Wilhelm Nietzsche.


Friedrich Nietzsche Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900) foi um filósofo, filólogo, poeta e crítico nascido no Reino da Prússia, atual Alemanha. Nietzsche foi um grande crítico da tradição filosófica, dos valores da civilização ocidental, do idealismo metafísico, da dicotomia entre bem e mal, da religião e da ideia de verdade. Em sua filosofia ele usa conceitos como a vontade de potência, a morte de Deus, o eterno retorno, o perspectivismo e o além-do-homem. Grande parte de suas obras foram escritas na forma de aforismos, fragmentos que sintetizavam ideias e conceitos com poucas palavras, porém tabém utilizava metáforas, reflexões e ironia.


Nietzsche e o existencialismo Nietzsche desenvolveu uma filosofia diferente e original. É considerado por vários historiadores um filósofo pré-existencialista, pois muitos de seus conceitos influenciaram os pensadores existencialistas. Ele tratou sobre diversos temas, entre eles a filosofia, a religião, a moral, as artes e as ciências. Sua formação em Filologia foi muito importante em suas reflexões, já que estudou a história das formas literárias e as instituições do pensamento, questionando a moral, o cristianismo e o conservadorismo. Acima de tudo, Nietzsche valorizou a existência humana em sua plenitude e em seu caos, por meio da afirmação da vida e das potencialidades existenciais.


Breve Biografia Nietzsche nasceu numa família luterana, 1844. Seus dois avós eram pastores protestantes, ele pensou em seguir a carreira de pastor porém rejeitou a crença religiosa durante sua adolescência e estabeleceu maior contato com a filosofia. Iniciou seus estudos em Filologia clássica e Teologia evangélica, depois passou a ler Schopenhauer , por meio de “O mundo como vontade e representação”, se interessando pelo absurdo da existência e pelo estudo da Filosofia. Foi um aluno brilhante, com sólida formação clássica, sendo nomeado professor da Universidade da Basiléia, aos 24 anos. Estudou durante dez anos a filosofia da Grécia Antiga, em especial os Pré-Socráticos Heráclito e Empédocles.


Saúde e escritos Em 1870, se comprometeu como voluntário na Guerra franco-prussiana. As experiências de violência e sofrimento o chocaram profundamente. Em 1879, com problemas de saúde teve de deixar a carreira de professor, passou a viver em lugares onde ofereciam um clima favorável para sua saúde e para seu pensamento, entre eles Veneza, Gênova, Turim, Nice e Sils-Maria. Em 1882, encontrou Paul Rée e Lou Andreas-Salomé, a quem pediu em casamento. Ela se recusou, após ter-lhe feito esperar sentimentos recíprocos. Nesta época, Nietzsche escrevia muito num ritmo intenso. Ele teve uma crise em 1889, que durou até sua morte, ficando sob a tutela da sua mãe e de sua irmã.


Friedrich Wilhelm Nietzsche (1844-1900)


Influências em sua filosofia ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Heráclito de Éfeso (535-435 a.C.) Protágoras de Abdera (480-415 a.C.) Epícuro de Samos (341-270 a.C.) Michel de Montaigne (1533-1592) Baruch Espinoza (1632-1677) Immanuel Kant (1724-1804) Wolfgang von Goethe (1749-1832) Friedrich Schiller (1759-1805) Max Stirner (1806-1856) Arthur Schopenhauer (1788-1860) Fiódor Dostoiévski (1821-1881)


Filosofia de Nietzsche A filosofia de Nietzsche propõe um questionamento constante sobre os dogmas e as verdades prontas. Ele trata de modo geral sobre a afirmação da vida, para ampliar as potencialidades existenciais, em favor da superação pessoal, para além das estruturas postas, para a criação de seus próprios valores. Nietzsche questionou sobre a validade da ideia de verdade e de objetividade, influenciando o desenvolvimento do pensamento existencialista, das filosofias pós-modernas, e de muitos filósofos do final do século XIX e diversas vertentes filosóficas do século XX.


“Não somos como aqueles que chegam a formar pensamentos somente em meio aos livros - o nosso hábito é pensar ao ar livre, andando, saltando, escalando, dançando.” (Nietzsche)


Apolíneo e Dionisíaco Nietzsche criticou a tradição da filosofia ocidental que, desde Sócrates, passa a valorizar a razão e o ideal da verdade em oposição ao corpo, a mitologia e as filosofias dos Pré-Socráticos. Ele estabelece uma distinção entre o princípio apolíneo (da razão, da clareza e da ordem) e o dionisíaco (da aventura, da música, da fantasia e da desordem). Para ele, os dois correspondem à dimensões complementares da realidade, sendo igualmente necessários. Porém, com Sócrates eles foram separados, tendo optado pelo culto à razão, deixando de lado os princípios criativos da dimensão dionisíaca. Segundo Nietzsche, a realidade é composta pelo conflito, misturas, complexidades e turbulência entre ordem e desordem.


Genealogia da Moral A genealogia da moral corresponde a uma análise histórica da constituição dos valores morais, entendendo o ser humano como aquele que cria seus valores, partindo de seus desejos e necessidades momentâneas. Depois disso os glorifica, compartilha com os outros e os transforma em verdades universais. Para Nietzsche, a filosofia ocidental e o cristianismo escolheram alguns valores como superiores, tornando eles conceitos abstratos e inquestionáveis. Sua genealogia pretende resgatar um conhecimento anterior, que foi transformado em verdade metafísica, estável e intemporal. Ele propõe encarar a vida como transformação, ao invés de reduzir a conceitos e significados definitivos.


Humano, demasiado humano Para Nietzsche, o ser humano é o criador dos valores, porém depois esquece de sua própria criação e olha para eles como “transcendentes”, “eternos”, e “verdadeiros”, enquanto que não passam de valores humanos, demasiado humanos.


“Onde vocês vêem coisas ideais, eu vejo coisas humanas, somente coisas demasiado humanas!” (Nietzsche)


Bem e mal Nietzsche constatou que o bem e o mal não são conceitos absolutos e universais, mas frutos de concepções elaboradas pelos seres humanos, de acordo com os interesses humanos, sendo produtos histórico e culturais. Porém, certas concepções de bem e mal são impostas por religiões como se fossem produtos da “vontade de Deus” e como valores absolutos. Esses valores levaram as pessoas às noções de dever, culpa, dívida e pecado, tornando-os indivíduos medíocres, tímidos, não criativos e facilmente submissos.


“Aquilo que se faz por amor está sempre além do bem e do mal.” (Nietzsche)


Críticas ao Idealismo Um dos temas da filosofia de Nietzsche é a crítica ao idealismo metafísico, que desde Platão, passando pelo cristianismo, Descartes, Kant, até Hegel, valoriza a crença de que o mundo que vivemos só pode ser compreendido por meio de ideais e não pelo que percebemos ou experimentamos. Os idealistas negam a vida, a existência e a pontencialidade, pois eles valorizam ideais que estão sempre “fora” da realidade. O idealista é aquele que acredita em qualquer realidade que esteja além do que experimentamos e sentimos. Para Nietzsche, a única existência é a aparência, é o que vemos e percebemos, tal como se apresenta, numa multiplicidade aberta à interpretação.


“Onde vocês vêem coisas ideais, eu vejo coisas humanas, demasiado humanas.” (Nietzsche)


Críticas à Filosofia Ocidental No curso da história da humanidade, a filosofia, com base no pensamento Socrático e Platônico, se desenvolveu como prática de "julgamento" da vida, tendo como medida valores "superiores" e "ideais", tornando o filósofo um fraco e submisso a essas premissas ideais. Nietzsche questiona os fundamentos de toda a filosofia ocidental desde Platão, compreendendo o que foi tido por fundamento absoluto, foi criado num determinado momento e com uma determinada finalidade. Segundo ele, o mundo das idéias, de Platão, e o conceito de sujeito, de Descartes, são crenças e valores humanos, colocados como metafísicos ou superiores.


“Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas.” (Nietzsche)


Críticas ao Cristianismo O cristianismo, para Nietzsche, é a manifestação da decadência, da fraqueza e da negação da vida. O cristianismo entende o mundo terrestre como um lugar de sofrimento, oposto ao mundo da felicidade que está na vida eterna do “além”. Essa ideia consiste numa metafísica que entende nosso corpo, na vida terrestre, como algo provisório, que está de passagem, que é inautêntico e aparente, desse modo desvaloriza nossa experiência atual para nos guardar a uma experiência futura “além”, que é a verdadeira e autêntica. O mito da “salvação da alma” está, na realidade, impedindo nossa experiência direta com nosso corpo, entendendo esse como equivocado e portador de pecados.


Moral do rebanho e moral dos senhores A “moral do rebanho”, é descrita por Nietzsche como a moral cristã e burguesa, que se baseia na submissão irrefletida e acomodada, levando as pessoas a uma vida padronizada, fraca e medíocre. Essa moral que evita o sofrimento a todo custo, pela negação da dor e da banalização do uso de psicofármacos. Para se opor a esta moral, o filósofo desenvolveu o conceito de “moral dos senhores”, que corresponde em compreender que os valores da vida de uma pessoa são criações humanas, e portanto cada um deve refletir sobre seus valores e concepções morais, de modo a criar seus próprios valores e enfrentar o desafio da vida por sua própria conta e risco.


A verdade como criação A concepção de verdade, no sentido filosófico, esteve marcada, desde Pitágoras, Parmênides e mais fortemente por Platão, pela busca do que é imutável e universal, diferente de nossas percepções que se transformam com o tempo, a verdade para esses filósofos deveria estar além de nossas percepções. Nietzsche critica essa concepção idealista de filosofia. Segundo ele, a verdade não passa de uma interpretação e atribuição de sentidos, nunca como uma explicação sobre a realidade, mas como diversas possibilidades de interpretar a realidade, numa pluralidade de pontos de vista. Concepção essa que se aproxima da complexidade da vida e dos seres.


“O que é a verdade, portanto? Um batalhão móvel de metáforas, metonímias, antropomorfismos, enfim, uma soma de relações humanas, que foram enfatizadas poética e retoricamente, transpostas, enfeitadas, e que, após longo uso, parecem a um povo sólidas, canônicas e obrigatórias: as verdades são ilusões, das quais se esqueceu que o são, metáforas que se tornaram gastas e sem força sensível, moedas que perderam sua efígie e agora só entram em consideração como metal, não mais como moedas.” (Nietzsche)


A interpretação Para Nietzsche, o intuito da filosofia não é mais o de procurar um conhecimento verdadeiro, mas interpretar e avaliar diferentes sentidos de um fenômeno, de modo sempre parcial e fragmentário, contrário a busca por um conhecimento amplo e universal. A interpretação abre possibilidades de multiplos sentidos, e a avaliação teria o papel de estabelecer o valor hierárquico desses possíveis sentidos, porém sem deixar de reconhecer a pluralidade de interpretações de cada fenômeno. O conhecimento de algo deve ser um minucioso e paciente “deciframento”, na busca de descrever os fenômenos, ao invés de explicá-los por razões ou provas.


“Nosso mundo é muito mais o incerto, o cambiante, o variável, o equívoco, um mundo perigoso talvez, certamente mais perigoso do que o simples, o imutável, o previsível, o fixo, tudo aquilo que os filósofos anteriores, herdeiros das necessidades do rebanho e das angústias do rebanho, honraram acima de tudo.” (Nietzsche)


Diferentes interpretações Sua intenção não é chegar numa verdade, mas a interpretação dos fenômenos, sempre parciais e fragmentários, estabelecendo relações, aproximações e distanciamentos, entre eles, sempre buscando ampliar, valorizando sua pluralidade. Essa busca da "verdade" afastou o ser humano do conhecimento do fenômeno da realidade. Ele entende a verdade como criação de verdade, onde são possíveis diversas verdades, e o mais importante seria perceber qual verdade se mostra útil para a expansão da vida e qual vai no sentido contrário.


“Não há verdades, somente interpretações.” (Nietzsche)


Além-do-homem (Übermensch) O além-do-homem, para Nietzsche, é aquele que aceita viver a vida em seu caos, numa constante transformação, criando seus próprios valores e afirmando a sua potência de vida, indo além dos limites humanos. Cada pessoa pode escolher para si os valores para desenvolver seu máximo potencial. O além-do-homem é um criador e transgressor das tábuas de valores. O aniquilador é o criador, no sentido que se aniquila os valores milenares. A vontade de potência é a afirmação do devir e da multiplicidade. O impulso de afirmação da vida vai em direção de uma transcendência criadora, que conduz a uma plenitude existencial e aproveitamento das potencialidades.


“O homem é uma corda, atada entre o animal e o além-do-homem - uma corda sobre um abismo. Perigosa travessia, perigoso a-caminho, perigoso olhar para trás, perigoso arrepiar-se e parar.” (Nietzsche)


Transmutação dos valores Segundo Nietzsche, uma vida plena consiste numa existência que afirma seu devir e sua multiplicidade, numa alternância entre criação e destruição. A transmutação dos valores possiblita um novo ser, que se situa além do próprio ser humano, além do bem e do mal e de todas as convenções de uma cultura decadente. Criar seus próprios valores faz de sua vida uma permanente atitude que valoriza o risco, a criatividade e o interesse pelo novo. Trata-se enfim de uma ação daquele que cria, que afirma a si mesmo.


“Transtrocar perspectivas: primeira razão pela qual para mim somente, talvez, é possível em geral uma ‘transvaloração dos valores’.” (Nietzsche)


Vontade de Potência A vontade de potência está relacionada com a capacidade de criar com vigor, em favor de sua autorealização, valorizando sua existência. Trata-se de uma moral que afirma a vida, que vive o risco, aceitando seus paradoxos e contradições. O além-do-homem é aquele que tem vontade de vida, é aquele que cria, não o que reproduz. A vontade de potência é a inesgotável e geradora da vontade de vida. Qualquer tentativa de de aniquilar as paixões é um desperdício, pois as paixões fazem parte do ser humano.


“Mutação dos valores - essa é a mutação daqueles que criam. Sempre aniquila, quem quer ser um criador.” (Nietzsche)


Saúde e doença Para Nietzsche, a saúde não é a ausência de sofrimento ou doença, mas a abertura para se viver a vide em suas possíveis expansões, sejam elas tidas por saudáveis ou doentias. A doença é apenas um desvio interior à própria vida, de modo que não há fato patológico. Nietzsche considera a doença como um ponto de vista sobre a saúde, e a saúde um ponto de vista sobre a doença. Entende a loucura como parte da genialidade e da sabedoria, a doença pode ser útil para uma pessoa, isso vai depender de suas buscas e intenções. A ideia de uma "saúde normal" deve ser abandonado pelos médicos, pois há inúmeras saúdes no corpo.


“É preciso ter um caos dentro de si para dar à luz uma estrela cintilante.” (Nietzsche)


Loucura Para Nietzsche, a loucura torna mais direto o caminho para novos caminhos, rompendo com os costumes e as velhas superstições veneradas, sendo uma verdadeira subversão dos valores. Segundo ele, onde existe loucura, há também algo de gênio e de sabedoria. É a loucura que proclama novas leis e quebra com o velho jogo da moralidade, fazendo a crítica a decadência dos valores. Sua filosofia é um processo de translocar perspectivas, de saúde à doença. A saúde é portanto uma coisa pessoal, trata-se do que pode ser útil à uma pessoa ou à uma atividade, mesmo que para outros signifique doença.


“Não existe uma saúde em si, e todas as tentativas de definir tal coisa fracassaram miseravelmente. Depende do seu objetivo, do seu horizonte, de suas forças, de seus impulsos, seus erros e, sobretudo, dos ideais e fantasias de sua alma, determinar o que deve significar saúde também para seu corpo.” (Nietzsche)


Mutação dos valores Os valores foram criados pelo homem, colocando nas coisas e nas ideias para se conservar, criando sentido para as coisas. A mutação dos valores é a mutação daqueles que criam, que aniquilam os valores postos para que se possa criar novos em favor da expansão da vida. Nietzsche coloca o ser humano como criador de seus próprios valores, aberto a um mundo a ser explorado, livre para ampliar suas potências e seguir suas expansões. Trata-se de um filósofo que amplia muito a concepção de ser humano e influencia o existencialismo e filósofos pós-modernos, como Foucault, Derrida, Deleuze e Lyotard.


“Inesgotados e inexplorados estão ainda o homem e a terra do homem.” (Nietzsche)


Valorização do corpo Na história da filosofia ocidental, desde Pitágoras, Parmênides e Sócrates, há uma desvalorização do corpo em detrimento da alma, do espírito. Platão, que é discípulo de Sócrates, desenvolve uma teoria filosófica onde o corpo é apenas um depositário da alma, sendo o corpo menos importante e transitório. Nietzsche critica essa teoria por levar a moral a controlar racionalmente as paixões e sentimentos, numa tentatvia vã de domesticaros seres humanos, tornando ele culpado e fraco. Ele, portanto, retoma a valorização do corpo, reconhecendo as experiências e os sentidos, retomando as forças vitais e instintivas, que foram renegadas pela razão durante séculos.


Deus está morto O enunciado de Nietzsche "Deus está morto", não se refere somente ao cristianismo, mas também à crise da razão. Toda filosofia após Platão, que deixa de lado o mundo da vida e se foca num mundo além e ideal, esse pensamento se tornou uma verdade inquestionável no pensamento ocidental, inspirando filósofos e religões. Segundo Nietzsche, essa supervalorização do mundo das ideias e da razão tornaram o ser humano fraco, frágil, medroso, doente e sem vontade de viver plenamente sua vida.


Niilismo e criação Para Nietzsche, quando o cristianismo deixou de ser uma “verdade única” para se tornar uma das possíveis interpretações de mundo, os valores que eram antes tidos por absolutos foram questionados. O niilismo é a crença no nada, na ausência de algo único que dê sentido ou orientação para a vida e a moral. Para combater o niilismo, Nietzcshe propôs valores para a afirmação da vida, de modo a expandir nossas disposições latentes, na liberdade do ser humano de criar seus próprios modos de vida, ao invés de se lançar ao conformismo, à resignação ou à submissão.


“Ouse conquistar a ti mesmo.” (Nietzsche)


Amor Fati Amor fati é uma expressão latina que significa amor ao destino. Na filosofia de Nietzsche, corresponde à aceitação integral da vida e do destino humano mesmo em seus aspectos mais cruéis e dolorosos. Isso implica aceitar o que nos foi dado e tirado. Todos os acontecimentos se inserem numa condição temporal de modo que o que passou não pode ser alterado, portanto nada poderia ter acontecido de outra forma nem ter sido diferente, portanto de nada adianta nos lamentarmos. Até mesmo nossos erros são importantes e precisam ser aceitos, por serem experiências necessárias para irmos de encontro com os “acertos”.


Perspectivismo Perspectivismo é uma concepção onde toda a percepção e pensamento sobre algo parte de uma perspectiva, ou de um ponto de vista, de acordo com a pessoa que desenvolve o pensamento. Deste modo, cada pessoa desenvolve uma perspectiva sobre a realidade, diferentes indivíduos percebem a realidade de maneira diferenciada. Na filosofia de Nietzsche, o perspectivismo corresponde a uma concepção crítica denunciando os valores reinantes na sociedade, certas perspectivas de utilidade bem definidas, projetadas erroneamente como essência das coisas que representam não a verdade, mas a ingenuidade do homem que se toma pelo sentido e pela medida das coisas".


Principais obras ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

O Nascimento da Tragédia no Espírito da Música (1872) A Filosofia na Idade Trágica dos Gregos (1873) Sobre a Verdade e a Mentira no Sentido Extramoral (1873) Humano, Demasiado Humano (1878) A Gaia Ciência (1882) Assim Falou Zaratustra (1883) Além do Bem e do Mal (1886) Genealogia da Moral (1887) O Crepúsculo dos Ídolos (1888) O Anticristo (1888)


Nietzsche influenciou: ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ● ●

Sigmund Freud (1856-1939) Lev Shestov (1866-1938) Alfred Adler (1870-1937) Max Scheler (1874-1928) Rainer Maria Rilke (1875-1926) Carl Gustav Jung (1875-1961) Hermann Hesse (1877-1962) Martin Buber (1878-1965) Oswald Spengler (1880-1936) Henry Mencken (1880-1956) Karl Jaspers (1883-1969) Gaston Bachelard (1884-1962)

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Martin Heidegger (1889-1976) Georges Bataille (1897-1962) Leo Strauss (1899-1973) Ayn Rand (1905-1982) Jean-Paul Sartre (1905-1980) Emil Cioran (1911-1995) Albert Camus (1913-1960) Gilles Deleuze (1925-1995) Michel Foucault (1926-1984) Jean-François Lyotard (1924-1998) Bernard Williams (1929-2003) Jacques Derrida (1930-2004)


“Você tem o seu caminho. Eu tenho o meu. O caminho correto e único não existe.” (Nietzsche)


por Bruno Carrasco Psicoterapeuta existencial graduado em Psicologia, licenciado em Filosofia, pรณs-graduado em Ensino de Filosofia e especializado em Psicoterapia Fenomenolรณgico-Existencial. Atua valorizando cada pessoa em seu modo de ser singular, colaborando para lidar com suas dificuldades e ampliar suas possibilidades de escolha. www.brunopsicoterapeuta.tk www.fb.com/brunopsicoterapeuta


ex-isto | existencialismo e psicologia Estudo, pesquisa e divulgação do existencialismo e sua relação com a psicologia, filosofia, psicoterapia, fenomenologia, literatura e arte. Existencialismo é uma vertente filosófica com foco na existência humana, em seus aspectos concreto e singular, valorizando a liberdade de ser e o respeito para com as diferenças individuais. www.ex-isto.site www.fb.com/existosendo 2017


Referências ARANHA, ARRUDA. Filosofando: Introdução à Filosofia. 4 ed. São Paulo: Moderna, 2009. COTRIM, Gilberto. Fundamentos da Filosofia. São Paulo: Saraiva, 2013. GRANIER, Jean. Nietzsche. Porto Alegre: L&PM, 2009. JAPIASSÚ, MARCONDES. Dicionário Básico de Filosofia. Rio de Janeiro: Zahar, 2001. NIETZSCHE, Friedrich. Obras Incompletas. 3 ed. São Paulo: Abril Cultural, 1983 NIETZSCHE, Friedrich. Vontade de Poder. Rio de Janeiro: Contraponto, 2008 PENHA, João da. O que é Existencialismo. São Paulo: Brasiliense, 1982.


ex-isto www.ex-isto.site www.fb.com/existosendo

2017


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