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1/8 Produtos dos processos de urbanização mas também da ausência de planejamento e de características específicas a cada um deles, os vazios urbanos são áreas da cidade que especializam as contradições sociais e econômicas produzidas por essa época de lógicas neoliberais: desvitalizações, desterritorializações, e, sobretudo, deseconomias urbanas. Os vazios urbanos seriam, a princípio, áreas da cidade sem função, sem conteúdo social” (BORDE,2010). O texto de Andrea Borde explica as múltipas sensações provocadas pela vivência num espaço fragmantado e cheio de contradições no Rio de Janeiro. O presente trabalho é fruto do desejo de discutir os espaços residuais presentes no tecido urbano, suas funções sociais e potencialidades. O campus da ilha do fundão vem sofrendo nos últimos anos diversas transformações decorrentes de seu Plano Diretor. Entretanto numa análise breve, pouco vem mudando na relação entre este e parcelas vizinhas da cidade, tanto no que se refere a acessibilidade entre elas, como na promoção de equipamentos públicos que articulem e intensifiquem seu encontro. A política vigente por parte do poder público em relação a segurança da região parece basear-se na segregação sistemática de seus espaços físicos. Por um lado, a ilha do fundão protege-se através de grades e portões. O Bairro da Maré por outro lado, é refém da falta de planejamento integrador, localizado na entrada principal para quem chega à cidade do Rio de Janeiro. O trabalho em questão refere-se a uma proposta de integração da cidade universitária da UFRJ ao contexto urbano de seus arredores. Para tal, são propostos edifícios-travessia, abrigando além da infraestrutura necessária para o acesso de pedestres e bicicletas entre os dois bairros, equipamentos de usos de lazer, institucionais e de extensão universitária, permitindo permanente vitalidade a esses espaços. Os edifícios-travessia serão articulados também ao projeto Maglev Cobra, desenvolvido pela COPPE, que se trata de um sistema de transporte de massa com base na tecnologia de levitação eletrodinâmica, o que permite maior eficiência, custos reduzidos e maior adaptabilidade a diferentes situações urbanas em relação aos modais vigentes. A malha viária original proposta pelo Plano DIretor para o Maglev Cobra será extendida e divida em 4, sendo uma interna à ilha, a segunda circular entre os bairros da Maré e Cidade universitária a terceira conectará os dois principais aeroportos da cidade (Galeão e Santos Dumont), realizando assim o eixo Zona Norte - Zona Sul; a quarta e última conectará os bairros à zona oeste ao longo da linha amarela. BORDE, Andréa de Lacerda Pessôa Borde. Percorrendo Vazios Urbanos. X Encontro Nacional da Anpur.


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DE COSTAS PARA A ORLA

2/8 INTEGRAÇÃO VIÁRA POBRE E ESPAÇOS LIVRES SEGREGADOS

BARREIRAS TERRITORIAIS

O território em questão historicamente marcado pela falta de planejamento, apresenta como consequência enormes descontinuidades em sua malha urbana segregando grandes regiões através das suas vias expressas e canais. As principais vias que intersectam a malha urbana da área de intervenção são: Linha Vermelha, Av. Brasil, Av. Brig. Trompowski e Linha Amarela. Essas vias entram em conflito direto com o uso desses espaços em escala local, além de dificultarem a travessia entre suas margens, ainda abrigam pouco ou nenhum uso que incentive a permanência ou a passagem de pessoas. Além disso, a falta de manutenção e de projetos de arborização e paisagismo, resulta em

ambientes áridos e desconfortáveis aos pedestres, que se sentem inseguros. O canal do Eixo 300 tem suas margens completamente ocupadas e com poucas travessias, sendo utilizados pela população como depósito de lixo. Atualmente é ainda uma fronteira de conflito entre facções criminosas. O canal do Cunha configura uma importante área de vegetação de mangue. Estreitado por aterros o canal sofre com a sobrecarga de poluição oriunda da expansão da ocupação irregular às suas margens. Sem planejamento adequado, suas margens foram ocupadas de forma irregular ou segregadas por vias expressas, tornando-as inacessíveis aos pedestres.

DEMANDAS FUNÃO>MARÉ

ESPAÇOS SUBUTILIZADOS

Em contraponto ao altos índices de densidade do bairro da Maré, há também grandes vazios urbanos dispersos ao longo do canal do Cunha, em ambas as margens. Esses vazios atualmente encontram-se em sua maioria abandonados, gerando áreas inseguras e degradadas pelo acúmulo de lixo. Porém se incluídas a uma lógica coesa de ocupação do espaço, apresentam-se como oportunidades para o desadensamento de áreas

críticas do bairro da Maré como as comunidades de Nova Holanda e Rubens Vaz que situam-se próximas a algumas dessas áreas livres. É importante também a proposição de estratégias que visem a transformação dessas parcelas em espaços livres de uso efetivo, como conexão dessas áreas com equipamentos de múltiplo uso e de projetos paisagísticos para áreas de esportes e lazer.

DEMANDAS MARÉ>FUNDÃO

PLANO DIRETOR UFRJ 2020

Em 2009 foi desenvolvido o Plano diretor UFRJ 2020, delineando as novas diretrizes para o desenvolvimento da cidade universitária. O plano tem como objetivo o estímulo ao adensamento e integração do campus internamente e com seu entorno. “Três idéias básicas ou princípios fundamentam o PD UFRJ-2020 e suas diretrizes gerais:

o princípio da dupla integração, segundo o qual a integração interna da UFRJ é inseparável da integração da UFRJ à cidade (e também, ao Estado e ao país); o princípio da administração integrada dos espaços e edificações, contemplando uma visão de conjunto de nosso patrimônio “fundiário e edificado, “preservando sua integridade e inalienabilidade” (Resolução Nº 09/2007, do Conselho Universitário, XV.1); o princípio do planejamento de longo prazo, definindo como horizonte o ano 2020, com dois momentos intermediários: 2012 e 2016.” (Plano Diretor 2020)


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maréfundão Os bairros tem seus limites definidos pelos diversos obstáculos naturais, sociais e de infra-estrutura

MAGLEV COBRA Em desenvolvimento pela COPPE UFRJ o Maglev Cobra é um trem de levitação magnética, atualmente em fase de protótipo, que busca ser uma alternativa ao transporte ferroviário. Eficiente energéticamente, não poluente e com custo acessível, o maglev apresenta-se como uma solução de alta tecnologia viável, apresentando diversas vantagens em relação ao VLT e metrô

A proposta consiste na criação de uma zona de transição entre os dois bairros

Segundo o plano diretor, os Centros de Convergência constituem uma “unidade básica de planejamento, cujos atributos são: densidade, diversidade, convivência de usos e usuários, conectividade ambiência urbana .” Dessa maneira o plano busca a coesão entre áreas segregadas dentro da própria Cidade Universitária e, apesar de mencionar a intenção, não apresenta no desenho proposto Centros de Convergência que incluam o território da Maré.

CENTROS DE CONVERGÊNCIA PROPOSTOS PELO PLANO DIRETOR

A inclusão da Maré na lógica proposta pelo Plano diretor possibilitaria um ponto de partida na busca por seus objetivos, visto que suas comunidades apresentam boa parte dos atributos tidos como essenciais para o desenvolvimento da ilha. A proposta em escala regional consiste portanto na criação de um sistema de espaços livres e equipamentos que garantam ampla acessibilidade entre a Maré e a Cidade Universitária, potencializando uma convivência simbiótica entre os bairros.

PERCURSO PROPOSTO CENTROS DE CONVERGÊNCIA PROPOSTOS NO PROJETO VISANDO A INCLUSÃO DA MARÉ

PERCURSO PROPOSTO PRINCIPAIS EIXOS - MARÉ

Serão propostas três linhas de maglev, atendendo áreas pouco servidas por transporte público e aproximando os bairros dinamizando seus acessos. Os espaços residuais ao longo dessas linhas serão reestruturados e integrados a novos equipamentos públicos e áreas residenciais de modo a promover seu uso efetivo.

CARACTERÍSTICAS: - RAMPAS DE ATÉ 15% - RAIO DE CURVATURA DE 30m. - CUSTO DE IMPLEMENTAÇÃO REDUZIDO - POUCA GERAÇÃO DE RUÍDO. - ADAPTABILIDADE A AMBIENTES URBANOS CONSOLI DADOS. - BAIXO CUSTO DE MANUTENÇÃO. - POSSIBILIDADE DE AUSÊNCIA DE TRILHOS


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maréfundão edifício-travessia integrado ao canal recondicionado e ao novo prédio da reitoria proposto pelo Plano Diretor

pontos maglev pontos ônibus propostos maglev maré circular maglev metropolitano maglev plano diretor

desadensamento e recuperção do canal eixo 300 integrando-o ao novo sistema de espaços livres e às linha maglev

parque ao longo da orla do fundão conectando e integrando espaços residuais e ampliiando as opções de lazer

Parque proposto a partir da integração dos espaços residuais à vila olímpica e equipamentos públicos adjacentes

edifício-travessia como polo de intercâmbio entre os dois bairros. espaços flexíveis comportando usos de abrangências local, regional e metropolitana além de terminal intermodal.


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maréfundão INFRAESTRUTURA A FAVOR DA CONQUISTA DO TERRITÓRIO Os edifícios travessia funcionarão como catalizadores de relações entre os dois bairros, provendo espaços que promovam o diálogo entre as necessidades da comunidade e universidade, não só abrigando suas instituições e departamentos, como oferecendo novos edifício conexão equipamentos e espaços públicos de qualidade e conquistando áreas

residuais atualmente segregadas pela infra-estrutura viária. A flexibilidade e diversidade dos espaços é fundamental para a adequação do equipamento ao rítmo de transformações característico dessa região. Um programa rígido e pré estabelecido seria incompatível com um dos principais objetivos da proposta: a construção coletiva do espaço.

Núcleos multiuso

Treliças de 6m de altura dimensionadas para o vencimento de vãos de 150m

edifício conexão

ativação dos espaços livres segregados e subutilizados

Chapas de aço galvanizado perfuradas com acabamento em pintura eletrostática. Permitindo ventilação e iluminação natural controlada

O edifício será construído em estrutura metálica, com lajes em steel deck, vedações internas em bloco de alvenaria estrutural e externas em chapas metálicas perfuradas. A durabilidade e o baixo custo de manutenção são determinantes para a escolha dos acabamentos.


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maréfundão A área detalhada abarca os principais nós viários e consequentemente os espaços segregados por estes. Procura-se então a requalificação desses espaços e a diversificação de seus usos aproveitando seus potenciais pré existentes e reaproveitando espaços residuais através da integração com as linhas maglev, provendo uma transição suave entre o nível térreo e o nível de travessia.

Espaço sob o viaduto recondicionado Usos potenciais: Festas e eventos Aulas de dança e teatro Bicicletário Feiras

Administração Associação de moradores

Parada Maglev

Salas multiuso - Extensão universitária Usos potenciais: Escritórios Oficinas Atendimento à comunidade Comércio (Térreo)

Parada Maglev

Hortas urbanas

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maréfundão O edifício procura reproduzir a relação entre espaço restrito e de livre acesso presentes no meio urbano convencional, com núcleos autônomos que podem ser fechados sem impedir o funcionamento do edifício como travessia a qualquer hora do dia.

Comércio Mirante Área de convivência

Acesso parque orla fundáo

Comércio Poupatempo ONG´s


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maréfundão Área de convivência

Parada maglev Acesso parque orla fundão

ular

circ Comércio Poupatempo ONG´s

Exposições

int

ern

Auditório / cinema

o-

fun

o

Salas multiuso - Cursos técnicos Usos potenciais: Escritórios Salas de aula Atendimento à comunidade Oficinas

Parada de ônibus


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