ANAMNESIA: FÁBRICA MARQUÊS DE ALMEIDA

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FÁBRICA

MARQUES DE ALMEIDA



ANAMNÉSIA: FÁBRICA MARQUES DE ALMEIDA



UNIVERSIDADE FEDERAL DE CAMPINA GRANDE – UFCG UNIDADE ACADEMICA DE ENGENHARIA CIVIL – UAEC CURSO DE ARQUITETURA E URBANISMO

BRUNO COELHO CHARLES ANDRADE VITÓRIA CATARINE

ANAMNÉSIA: FÁBRICA MARQUES DE ALMEIDA

CAMPINA GRANDE 2019


SU MÁ RIO tópico

03

OBJETO HISTÓRICO

CONSIDERAÇÕES REFERÊNCIAS

tópico

01

tópico

04

APRESENTAÇÃO

OBJETO FÍSICO

tópico

02

LEGISLAÇÃO

tópico

05

CONCLUSÃO




FOTO: BRUNO COELHO,2019.



INTRODUÇÃO

1


FOTO: BRUNO COELHO,2019.

LOCALIZAÇÃO: RUA GETÚLIO VARGAS RUA FÉLIX ARAUJO USO CONCEPÇÃO: FÁBRICA TEXTIL USO ATUAL: COMERCIAL/SERVIÇO ÁREA CONSTRUIDA: CONCEPÇÃO PROJETUAL: DÍONISIO MARQUÊS DE ALMEIDA


APRESENTAÇÃO O presente trabalho tem como objetivo analisar as características e especificidades da edificação, compreendendo seu importante valor artístico cultural na tocante da preservação do patrimônio histórico edificado. A Fábrica Marques de Almeida ocupa um importante marco na historicidade da cidade de Campina Grande, onde vivera em meados do século XX grande efervescência econômica da região graças ao ciclo do algodão. Para analise do objeto adotou-se a metodologia de RIBEIRO (2006),que compreende que o estudo do edifício como objeto histórico (levantamento histórico e artístico do sítio, da história da edificação, da iconografia e legislação incidente), por meio de pesquisas bibliográficas e da arquivologia, tem por propósito compreender o contexto temporal inserido, enquanto que o estudo do objeto físico (levantamento arquitetônico e de instalações, estrutural, arqueológico e estado de conservação), através de explorações in loco e fotográficas, tem por missão assimilar a matéria física constituinte.


PROJETO DE RESTAURO

MONUMENTO

OBJETO HISTÓRICO

Levantamento do Contexto Histórico e Artístico Levantamento da história da edificação

LEGISLAÇÃO

OBJETO FÍSICO

Levantamento Arquitetônico Levantamento do Estado de Conservação

Levantamento de Elementos Artísticos Levantamento das Instalações Gerais Levantamento Estrutural

Levantamento Arqueológico Levantamento do Estado de Conservação

REGISTRO E DOCUMENTAÇÃO Diagrama de AFONSO (2019) baseado em RIBEIRO (2016) das etapas iniciais para projeto de intervenção num patrimônio edificado. 2019. Fonte: Acervo Pessoal.


legislação

2


MAPA BRASIL

MAPA PARAIBA

0

50

100

MAPA CAMPINA GRANDE Fonte dos mapas: Seplan, Adaptado, 2019.

300


Dentro do Zoneamento vigente no Plano Diretor Municipal de Campina Grande (2006) a área se classifica como: ZONA ESCPECIAL DE INTERESSE URBANISTICO (ZEIU) Seção III Das Zonas Especiais de Interesse Urbanístico – ZEIU Art. 47. As Zonas Especiais de Interesse Urbanístico – ZEIU são áreas do território municipal destinadas a projetos específicos de estruturação, renovação e revitalização urbanas. Em termos de proteção e salvaguarda do sítio histórico, a edificação possui proteção legal desde 2004-2013 através dos seguintes decretos: DECRETO ESTADUAL No 25.139/2004 DELIMITAÇÃO DE CENTRO HISTÓRICO INICIAL Indicativo das áreas de Preservação Rigorosa, ficando estas áreas sob a jurisdição do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico do Estado da Paraíba - IPHAEP. DECRETO ESTADUAL No 33.816/2013 Área de entorno funciona como espaço de amortecimento, transição e manutenção da ambiência entre a APR.


FOTO: VITÓRIA CATARINE,2019.


Objeto histรณrico

3


1856

Inicio da construção do edifício

1933

Apogeu da economia algodoeira na região

Surto de cólera em Campina Grande e criação do cemitério das Boninas

Começo das atividades da Fabrica Marques de Almeida

1931

1938


1960 Decadência do Ciclo do Ouro Branco Campinense

Encerramento das atividades na Fábrica Marques de Almeida

1983

2004

Atividades comerciais e subutilização da edificação

Delimitação da área como Patrimônio Histórico e Cultural da Paraíba/IPHAEP

2019


CONTEXTO HISTÓRICO A cidade de Campina Grande (agreste Paraibano) viveu seu momento de desenvolvimento pujante durante meados do século XX, onde teve como grande marco para tal crescimento a chegada da linha ferroviária durante o ano de 1907 e fortalecimento do ciclo algodoeiro sertanejo. O então prefeito da época Vergniaud Wanderley que ocupou o cargo de 1940 a 1945 buscando a modernização da cidade realizou iniciativas públicas e privadas desenvolvendo obras importantes em estilo Art déco, nesse sentido foram construídos prédios públicos e comerciais como a sede dos correios, telégrafo, eldorado e cine São José. Desde a primeira epidemia de cólera-morbo em 1856 surge a necessidade de construção de cemitérios nas cidades paraibanas, as pessoas eram enterradas em campos improvisados afastados das povoações, até meados do século XIX.

A partir da Lei estadual nº 09, de 12 de setembro de 1857 em seu artigo 12, a Assembleia Legislativa aprovou a proposta da Câmara Municipal instituindo que: “É proibido nesta vila e suas povoações o enterramento nas igrejas, devendo ser em cemitério, ou campo para esse fim destinado, que seja fora dos povoados e em sepulturas bastante fundas.”

Dessa forma, foi construído na região conhecida como Boninas o primeiro cemitério de Campina Grande. (que posteriormente seria utilizado o terreno pela Fábrica Marques de Almeida). Porém, no ano de 1931, o então prefeito Lafaiete Cavalcante, leiloou toda a área, tendo a firma Oliveira Ferreira & Cia arrematado o antigo cemitério de Campina Grande e no local foram construídos galpões, garagens e oficinas. Com isso, o comércio local passou a possuir um grande nível de produção e comunicação com todos os centros da região além de importantes metrópoles globais.


Em menos de três décadas a cidade se tornava um centro atrativo de pessoas que trabalhavam em detrimento da indústria algodoeira, que possuía seu escoamento pelos portos de Cabedelo e Recife. Dentro de uma escala macro com o fim da segunda guerra mundial a Europa estava desolada e com a sua economia fragilizada, Já no Brasil com o presidente Getúlio Vargas seu poder era centralizador e autoritário. O estado novo se destacou na história econômica do Brasil por iniciar um sistemático processo de industrialização do país, baseado na forte intervenção econômica do Estado na economia e na substituição de importações. FONTE: HISTÓRIAS DE CAMPINA GRANDE


ANUNCIO FÁBRICA MARQUES DE ALMEIDA,DÉCADA DE 50 FOTO: CAIO MESSALA

FÁBRICA MARQUES DE ALMEIDA,DÉCADA DE 50 FOTO: CAIO MESSALA


HISTÓRIA DA EDIFICAÇÃO Prevendo o futuro industrial de Campina Grande, e ao lado de seu famoso internacionalmente comércio de algodão, os irmãos Marques de Almeida se estabeleceram em 1922 com a ‘’saboaria pernambucana’’, a primeira de todo o gênero em todo o estado Paraibano, sendo o sabão Jacaré o seu principal gênero em toda a paraíba. A fábrica de sabão que ocupava os números 81,87,93 e 99 da então rua Dr. João Leite ou rua das Areias, foi transferida para as boninas, alargada e batizada para rua Industrial, hoje rua Félix Araújo. Inserida no Centro Comercial, administrativo e histórico de Campina Grande a fábrica Marques de Almeida está localizada entre as ruas Félix Araújo, Teodósio de Oliveira Lêdo, Miguel Barreto e Rua Presidente Getúlio Vargas, tendo sido a primeira indústria da cidade,e de acordo com as pesquisas realizadas a fábrica foi projetada e construída pelo Dionísio Marques de Almeida, edifício com linhas ecléticas e com formas variadas de aberturas dando visibilidade a obra arquitetônica.

No ano de 1988 a fábrica campinense criada através dos esforços da tradicional família Marques de Almeida fecha suas portas, vítima de uma política mal planejada, pela falta de incentivos fiscais pelo governo local e também está diretamente ligada a questão da extinção do comércio de algodão em Campina Grande, pois, o produtor de algodão passou a vender diretamente ao Sul devido as facilidade nos meios de transportes, as estradas pavimentadas e esse processo acabou enfraquecendo o comércio do algodão até que o extinguiu. Atualmente em consequência da falta de conscientização patrimonial e ineficiência dos órgãos legais a fábrica encontra-se em risco eminente e com estado de conservação e preservação precários. A fábrica foi desmembrada em vários cômodos que abrigam usos distintos, tais como, bares, galpões, salão de beleza e assistência de eletrodomésticos entre outros, devido aos usos citado a fábrica sofreu um processo de descaracterização tanto na parte projetual quanto estrutural.


ESTADO DE CONSERVAÇÃO DA DOCUMENTAÇÃO Não foram localizados documentações do projeto original de concepção/construção do edifício, implicando assim em um estudo com fontes reduzidas e feito por meio de visitas in loco e trabalhos acadêmicos de conclusão de curso.


Objeto FÍSICO

3


LEVANTAMENTO ARQUITETÔNICO

Fonte dos mapas: Seplan, Adaptado, 2019.


Fonte dos mapas: Seplan, Adaptado, 2019.




MAPA DE USOS

Fonte dos mapas: Seplan, Adaptado, 2019.


ELEMENTOS ARTÍSTICOS

FOTO: BRUNO COELHO,2019.


FOTO: VITÓRIA CATARINE,2019.


FOTO: VITÓRIA CATARINE,2019.


FOTO: BRUNO COELHO,2019.


FOTO: VITÓRIA CATARINE,2019.


FOTO: BRUNO COELHO,2019.


LEVANTAMENTO DO CONSERVAÇÃO DA OBRA

Registro Coberta da Edificação e seu atual estado de conservação com descaracterização e alteração de sua materialidade original Fonte: Vitória Catarine,2019.

ESTADO

DE


Registro externo da edificação com ações de vandalismo sob a fachada. Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação com detalhe para fissuras na fachada e instalação de ponto de iluminação. Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação destaque para elementos indevidos (tubulação hidráulica). Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação com destaque para degradação da alvenaria e eflorescências Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação destaque para elementos indevidos (antenas televisivas). Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação destaque para elementos parasitários. Fonte: Bruno Coelho,2019.


Registro externo da edificação destaque instalações de coberta incompatíveis/inadequadas . Fonte: Bruno Coelho,2019.


CONCLUSÕES

4


A partir desse estudo analítico sobre a Fábrica Marques de Almeida, localizada no centro histórico da cidade de Campina GrandePB na região das boninas, edifício com historicidade consolidada mas que vem sofrendo as consequências do abandono pelo poder público mesmo sendo patrimônio industrial. Demonstrando o desrespeito para com a história que permeia a cidade e o edifício, se faz necessária a elaboração de políticas na tocante educação patrimonial em todas as esferas sociais, desde o governo até a população e a elaboração de um projeto de conservação do patrimônio edificado, para consolidar uma maior sensibilidade histórico-arquitetônica para que, juntos, possam resguardar a arquitetura como histórica petrificada.


REFERÊNCIAS AFONSO, ALCILIA. La Industria Marques de Almeida: Una investigación histórica sobre el patrimonio industrial del ciclo del algodón. Campina Grande. 1925-2015.La Habana: 8° Colóquio latinoamericano de patrimônio industrial.2016 CRISPIM, Breno. As Boninas e a antiga firma Oliveira Ferreira e Companhia: Anamnese de Patrimônio Industrial de Campina Grande. TFG. 2018 HISTÓRICOS, Retalhos. Boninas: O Antigo Cemitério das Boninas. Disponível em: <http://cgretalhos.blogspot.com/2014/11/o-antigocemiterio-das-boninas.html#.XZWBR0ZKhPY>. Acesso em: 01 ut.2019. Metodologia de Ribeiro (2006) adaptada por Alcília Afonso. MÉSSALA, Caio. ANTEPROJETO ARQUITETÔNICO: PARA ESCOLA DE ENSINO TÉCNICO MARQUES DE ALMEIDA. 2014. 75 f. Tese (Doutorado) - Curso de Arquitetura e Urbanismo, Facisa, Campina Grande, 2014. QUEIROZ, Marcus Vinicius. Quem te vê não te conhece mais: arquitetura e cidade de Campina Grande em transformação. 2016

Prefeitura Municipal de Campina Grande, Plano diretor, 2006.




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