TGI 2 HABITAÇÃO FLEXÍVEL IAU USP BRUNO LIMA

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HABITAÇÃO FLEXÍVEL QUE SE ACOMODA, DOMÁVEL, COMPLACENTE

Síntese da Disciplina de Trabalho de Graduação Integrado II, desenvolvido no instituto de arquitetura e urbanismo USP São Carlos sob orientação de Simone Vizioli e Akemi Ino TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO

BRUNO LIMA | 2018 IAU USP



HABITAÇÃO FLEXÍVEL

BANCA EXAMINADORA TGI II 2018: BRUNO HENRIQUE GOTARDO DE LIMA SIMONE VIZIOLI

AKEMI INO



DEDICATÓRIA -Aos meus pais e avós, professores da vida. -Aos professores da graduação por compartilharem saberes de formação e de vida, em especial aos orientadores desse trabalho (Lúcia Shimbo, Thiago Ferreira, Akemi Ino e Simone vizioli), por não medirem esforços para a sua concretude. -Aos amigos e futuros arquitetos que dividiram os momentos de formação. E, por fim, a todos os professores que me acompanharam em 20 anos de ensino público e me ensinaram o valor da partilha.

FLEXÍVEL adjetivo >1 - Que se dobra ou verga facilmente sem se quebrar. >2 - Que se submete. >3 - Que se acomoda; que se presta; suave, dócil, complacente. Aurélio Buarque de Holanda


PROPOSTA: Este trabalho se inicia pela discussão da relação entre casa e lar. O conceito de casa atual se refere a um edifício que se destina inteira ou parcialmente à habitação humana. A noção de lar virá somente quando o uso familiar se apropriar do espaço construído, havendo nesse instante uma troca afetiva entre os moradores. Logo, o projeto da casa deve sempre estar adequado ao programa familiar imposto, respondendo corretamente ao modo de vida de seus moradores e do meio ao qual estiver inserida. Assim, ousa-se apresentar uma proposta de modelo de habitação, que mantenha tais pressupostos sempre no horizonte, mas que ao mesmo tempo ofereça uma (de várias) saídas para o problema da habitação de interesse social no Brasil. Os programas e políticas oficiais estatais de habitação realizados ainda estão muito longe de atender a demanda por moradia no país. Pois, como visto, a relação entre homem e moradia, existente na noção de habitar, é muito mais complexa e demanda maior especificidade projetual, o que falta nos

programas habitacionais vigentes, muitas vezes incapazes de atender as necessidades pessoais e familiares dos grupos contemplados. Tais programas habitacionais, como o programa do minha casa minha vida, foram e ainda são, nas palavras de Ermínia muito menos importantes na produção da habitação popular do que se crê. A autora aponta a autoconstrução como principal meio ao qual grande parte da habitação no brasil é produzida. Uma habitação construída nos finais de semana, geralmente no tempo livre de uma classe trabalhadora, sempre com ajuda de amigos e parentes. Neste cenário pulsa a questão do papel social do arquiteto, reconhecido aqui como possível agente transformador. Num país onde, segundo pesquisas do CAU, apenas 15% das pessoas que constroem ou reformam utilizaram os saberes de um arquiteto, busca-se democratizar o acesso da população aos serviços dos profissionais da área, que mantém a arquitetura ainda no pedestal elitista ou governamental do período renascentista.

HABITAÇÃO

FLEXÍVEL

>QUE SE ACOMODA >DOMÁVEL >COMPLACENTE


CERNE:

Gerar um método construtivo que seja capaz de possibilitar, de forma simplificada, mudanças e interferências nas habitações por parte dos moradores, respeitando o espírito de mudança e dinamismo próprios da vida vivida. Uma habitação que se deixe DOMAR pelo morador, que se apresente DÓCIL e ACOMODE suas necessidades, que se dobra ou verga facilmente sem se quebrar

A ESQUERDA, ESBOÇO INICIAL DO MÓDULO FLEXIVEL DESENVOLVIDO. O MAIOR DESAFIO DE PROJETO FOI COMPATIBILIZAR UMA HABITAÇÃO FLEXIVEL EM UM CONJUTO HABITACIONAL LAMINAR DE 3 PAVIMENTOS

CIDADE E ARQUITETURA PRA QUEM?

Logo, para a concretização dessa habitação flexível almejada, faz-se uso de estratégias que tornem mais democratico o acesso à arquotetura, como: O auxílio de escritórios modelos (EMAU), extensão universitária, projeto auto gerido e pautado sobre o apoio de ongs além do uso da LEI Nº 11.888, 2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social Por fim, os reflexos de tais decisões culminam na discussão da relação entre o local da moradia e o direito à cidade. Tendo como estratégia a implantação do projeto em uma área consolidada da cidade de São Carlos/ Sp, em um terreno de difícil implantação, onde busca-se tornar factível sua compra por esse grupo fragilizado economicamente ao diluir seu valor entre 39 unidades de habitação, além de buscar poupar, em algumas etapas, os escassos recursos no processo construtivo, mão de obra e processos de canteiro visados. Como se verá explicado no decorrer desta leitura




CASA e LAR Arquitetos e pensadores de diferentes épocas já se debruçaram sobre o tema da habitação buscando compreender um variado leque de questões, desde Gottfried Semper buscando reinterpretar a questão da cabana primitiva estabelecida por Vitruvius até o grupo arquitetura nova formado por Sérgio Ferro, Rodrigo Lefevre e Flávio Império, que se debruçaram sobre a relação entre canteiro de obras e a força de trabalho que o compunha. Assim, investigações a respeito do tema da habitação estão sempre presentes na vida do profissional arquiteto. E assim deve ser, uma vez que o modo de morar altera-se de acordo com as mudanças de uma sociedade sempre em mutação.

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Porém, a princípio, o que define uma habitação? Em uma sociedade tão rica culturalmente, como achar o elemento que de coesão aos diferentes modos de morar utilizados pela humanidade? Nessa questão, Jorge Marão Carnielo Miguel, doutor pela FAUUSP, em um artigo para a revista Vitruvius, reconhece este elemento amalgamador no conceito de casa. Segundo J.Miguel: Cabanas, domus, castelos, villas, palazzos, são denominações históricas do espaço unifamiliar. São representativas da arquitetura mais elementar, mais próxima e utilizável pelo ser humano, considerada a sua real terceira pele, logo após a epiderme e a roupa que o protege do meio ambiente onde vive.

Entretanto, haverá uma palavra que, independente das classes sociais, sintetizará toda noção de habitação privada: a casa. (J.Miguel. 2002) Como continuará J. Miguel, o conceito de casa atual se refere a um edifício que se destina inteira ou parcialmente à habitação humana. A noção de lar virá somente quando o uso familiar se apropriar do espaço construído, havendo nesse instante uma troca afetiva entre os moradores. Logo, o projeto da casa deve sempre estar adequado ao programa familiar imposto, respondendo corretamente ao modo de vida de seus moradores e do meio ao qual estiver inserida.

Desta maneira, o programa de uma casa pode muito bem responder perfeitamente às necessidades de seu morador e ao mesmo tempo se mostrar completamente inabitável para um agente externo, visto que a habitação está intimamente ligada ao modo de vida de um indivíduo.


CASA

>CABANAS >DOMUS >CASTELOS >VILAS >PALAZZOS

Na imagem a seguir, tem-se a cabana primitiva segundo Oscar Niemeyer, muito ímpar da cabana primitiva do abade Marc-Antoine Laugier, de vertente europeia. Uma Retomada, por Niemeyer, de uma arquitetura originalmente indígena

Representação da cabana primitiva segundo Laugier, que estabelece a arquitetura grega e seus elementos como a origem da arquitetura. Na imagem tem-se representado os frontões e counas de inspiração grega

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No livro tido como referência neste trabalho, a respeito da questão da habitação autoconstruída no Brasil, organizado por Ermínia Maricato (Autoconstrução, a arquitetura Possível. A produção capitalista da casa e da cidade no brasil industrial.) Vê-se, em sua análise, que os programas e políticas oficiais estatais de habitação ainda estão muito longe de atender a demanda por moradia no país. Pois, como visto, a relação entre homem e moradia, existente na noção de habitar, é muito mais complexa e demanda maior atenção.projetual, o que falta nos programas habitacionais vigentes, muitas vezes incapazes de atender as necessidades pessoais e familiares dos grupos contemplados, uma vez que se cria uma tipologia genérica a ser distribuída para milhares de famílias com hábitos, necessidades e estilos de vida distintos.

Sendo assim, os programas governamentais de habitação foram, nas palavras de Ermínia muito menos Importantes na produção da habitação popular do que se crê . A autora aponta a autoconstrução como principal meio ao qual grande parte da habitação no brasil é produzida. Uma habitação construída nos finais de semana, geralmente no tempo livre de uma classe trabalhadora, sempre com ajuda de amigos e parentes. De início, se mostra Importante ressaltar aqui a diferenciação do conceito de mutirão e autoconstrução, que embora diferentes, por vezes assumem mesclas. E. Maricato reconhece a ideia de mutirão como uma solidariedade forçada, definindo mutirão como um processo de trabalho que se constitui na cooperação entre pessoas para alguma atividade, porém numa cooperação livre de uma relação capitalista

de compra e venda da força de trabalho. Aponta, ainda, que esse processo de trabalho tem origens sobretudo no meio rural, onde uma cultura de subsistência se fez necessária. Conquanto vem surgindo uma transição da ideia de mutirão do campo para os grandes centros urbanos, uma vez que cada vez mais a noção de mutirão se torna um dos meios pelo qual se constroem casas destinadas à classe trabalhadora. Como se observou na migração da população do campo para a cidade no início da urbanização brasileira. Os principais aspectos definidores do mutirão estão na espontaneidade e solidariedade entre as pessoas que se auxiliam. Assim, define-se autoconstrução como sendo aquela em que não se depende da solidariedade de terceiros. Ocorrendo na construção da habitação apenas os esforços de trabalho do próprio

Colagem de Richard Hamilton - 1956

ARQUITETURA

AUTOCONSTRUÇÃO E AUTOGESTÃO


Esse choque de traços de cultura de subsistência coexistindo em um contexto urbano se explicita no interior da maioria das habitações, tidas ou não por autoconstrução. A predominância em seu interior diversos eletrodomésticos típicos de uma casa moderna contrasta com as casas proletárias inacabadas ou com apenas a estrutura básica para se atender às necessidades fisiológi-

cas de uma família. morador, com o auxílio, em alguns casos, de parentes e amigo, orientados ou não por um profissional especializado remunerado (pedreiro, encanador, eletricista, etc...) Desta maneira, a construção de uma moradia por autoconstrução pode se estender por um longo período de tempo, uma vez que a força de trabalho que erguerá suas paredes o fará somente no tempo livre que lhe é cabido, levando-se em conta um trabalhador típico brasileiro, somente nos finais de semana, feriados e recessos de férias. A naturalidade ao ouvirmos que grande parte da massa trabalhadora denota o quão comum e difundida esta prática está em nossa sociedade tida como moderna. Conquanto, Ermínia nos faz lembrar que essa massa de trabalhadores não se encontram numa cultura de subsistência como se

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tinha pré-êxodo, e sim numa cultura urbana. Isso significa dizer que se essa classe trabalhadora mantém costumes de subsistência, como o fato de construir sua própria casa ao invés de comprar por esse bem ou pagar por esse serviço, é porque não lhes resta outra alternativa. Essa alternativa pela autoconstrução em detrimento de outras formas de se obter uma residência se dá justamente pela carência de meios alternativos. Isso devido, por um lado, a uma falta por parte do estado, sobretudo porque habitação para essa classe popular está também associada à saúde, saneamento básico, transporte, educação...Isso significa um grande investimento estatal. Assim, não pode-se dizer que o estado é injusto na aplicação dos recursos, mas que confirma sim a lógica da acumulação ao aplicar seus recursos numa lógica

capitalista do mercado imobiliário, . agindo como um investidor capitalista que busca reproduzir seu capital. A habitação é, depois da alimentação, o componente que mais pesa no orçamento do proletariado, segundo consta no levantamento apresentado por E. Maricato. Desta maneira, ela compete a uma parcela da renda familiar com outras necessidades básicas igualmente importantes, como alimentação. Se por um lado, nos países capitalistas centrais os custos da habitação sejam cobertos pelos salários, uma vez que a população, em geral, tem um poder aquisitivo suficiente grande para se arcar a compra de uma casa através do mercado imobiliário privado ou ainda com políticas oferecidas pelo estado de financiamento de habitações populares a preços acessíveis.


SONHO DA CASA PRÓPRIA

A questão da casa própria existe, sobretudo ,numa sociedade onde a habitação é vista como mercadoria. Esse conceito de casa própria é difundido amplamente por publicidade, criando-se um ideário de sonho de consumo atrelado a um imóvel próprio, símbolo de estabilidade, Essa busca quase que cultural pela aquisição da casa própria é incentivado também pelo estado, sobretudo com os programas de financiamento para compra ou construção da casa própria em detrimento de outras alternativas habitacionais, como a de se alugar uma casa, ação frequente e mais difundidas em outros países. Essa importância dada ao conceito de casa própria não foge às leis gerais do sistema. isso é, esse capital garantido pela família que se solidifica no imóvel garante uma certa segurança e estabilidade no

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sistema capitalista, sobretudo quando se considera os baixos salários incapazes de bancar um aluguel. Assim, a casa surge inicialmente como abrigo, com alto valor de uso, contendo o estritamente indispensável para acolher a família atendendo quase que estritamente as necessidades fisiológicas humanas e, aos poucos, ganha corpo com apêndices e variados tipos de acabamentos. A casa cresce parceladamente pois o trabalhador dispõe em sua vida de assalariado de poucos recursos para a compra dos materiais, que são, portanto, extremamente racionados. Esse dinheiro vem de ganhos extras mensais, como férias, décimo terceiro, fundo de garantia por tempo de serviço e em economias familiares a partir de sacrifício de outras aquisições também essenciais.

A materialidade da autoconstrução vem na aquisição sempre do produto de menor custo, tendo em vista a restrita oferta disponível, sempre pela loja de materiais de construção mais próxima, facilitando o pagamento e a entrega, uma vez que que o custo do transporte também pesam na determinação da escolha do material. Assim, o que se emprega na construção são os materiais tradicionais difundidos no mercado, disponíveis em toda loja de material de construção. Nessa linha de materiais típicos difundidos se tem o bloco de concreto, que vem substituindo os blocos cerâmicos, dado a sua proporção ajuda a terminar a obra mais rapido, além das lajes pré fabricadas ( tipo prel), onde, a partir da sua distribuição nas lojas de materiais de construção verificou-se como sendo de fácil manipulação e menos


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que somente após a aprovação do loteamento na prefeitura municipal o proprietário do lote tem sua situação legalizada e somente aí ele poderia construir totalmente a sua casa, o que na realidade não acontece. A casa começa a se deteriorar antes de receber o material de acabamento. As condições habitacionais nas grandes cidades brasileiras tem sua precariedade admitida pelos próprios relatórios oficiais de governos estaduais e federais. Ambos apontam que esse método difundido pelo país é resultado do modo que se dá o assentamento residencial da população rural que migrou do campo para as cidades e também pelo crescimento residencial relativo ao crescimento vegetativo. Nessa linha a autoconstrução surge como a melhor maneira de se conseguir um imóvel, principalmente porque o estado nao investe significativamente em programas habitacionais voltados às classes mais baixas e nem os salários são valorizados para serem capazes de cobrir os custos relativos da habitação Órgãos e programas do governo que seria capaz de resolver o problema do déficit habitacional do país, agem de maneira a dinamizar o processo de acumulação do capital ao concentrar e elitizar o destino dos seus financiamentos.

Como finaliza E. Maricato: "A análise dos fatores que intervêm na produção da casa através da autoconstrução (terreno, materiais de construção, mão de obra,. técnica construtiva e recursos financeiros), mostra que sua articulação rígida não deixa lugar à criatividade em relação à técnica e às soluções arquitetônicas, e que o produto final é padronizado em todas as regiões metropolitanas, com variações insignificantes. " (E. Maricato, 1982. pg 93) LIVRO: Autoconstrução, a arquitetura Possível. A produção capitalista da casa e da cidade no brasil industrial

>ABRIGAR >GARANTIR >ESTABILIZAR >DIGNIFICAR >VALORIZAR

custosa. Porém sua aplicação implica em piores condições de conforto ambiental. O material deve ser sempre o mais barato e a manipulação simples, além da facilidade de compra e transporte, provando que a oferta e distribuição dos materiais também sao determinantes na produção da casa. A escolha por esses materiais tradicionais já popularizados e testados/ conhecidos resulta de outro fator importante: a confiabilidade da técnica empregada, que se apoia sempre num viés tradicional que já foi exaustivamente testado e difundido, uma vez não pode haver erros ou riscos na construção pois isso demandaria mais gastos para os poucos recursos familiares que podem ser destinados a construção da casa. Outro fator chave e predominantemente importante na questão da auto construção está na questão do loteamento, o terreno sobre o qual a casa se mantém, a terra em forma de lotes. A posse da propriedade e do terreno atua de forma a garantir que os recursos empregados pelo construtor não sejam desperdiçados caso haja uma retomada de posse ou remoção. Assim, a autoconstrução ainda permanece ligada a especulação imobiliária, uma vez

A habitação no Brasil e em muitos outros países perifericos economicamente representa para a população muito mais do que um abrigo. A casa solidifica a estabilidade de uma família. Garante sua sobrevivência em períodos de crise. O sonho do imóvel próprio surge num cenário de escasses de direitos e garantias sociais.


PAPEL SOCIAL DO ARQUITETO O papel do arquiteto se altera ao longo da história. Nos primórdios: Exclusividade da nobreza e dos poderosos, arquitetura dos Mecenas. Atualmente, tem-se a questão da função social do arquiteto: Nosso papel na sociedade como um possível agente transformador. Logo, pensar Autoconstrução assistida por profissionais da construção não é uma novidade. Fornece o poder para a população se livrar dos processos capitalistas de obtenção de uma moradia

Esboço das possíveis tipologias a serem criadas no projeto proposto. A questão da flexibilidade se alia ao suporte técnico dos profissionais da construção com o objetivo de se gerar um módulo habitacional que atenda as reais necessidades do futuro morador

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Tem-se estabelecido, então, que a técnica da autoconstrução é a arquitetura possível para a classe trabalhadora dada as condições em que se dá a sua reprodução em meio urbano. Na busca em resolver esta questão, que está ligada, sobretudo, muito mais a uma lógica de acumulação capitalista mais do que questões arquitetônica, reconhece-se a importância de todo o sistema que acaba por moldar as formas de morar. Nessa linha, Engels já afirmava que o problema da habitação é um problema insolúvel nas sociedades capitalistas. Porém, Como aceitar o cenário capitalista real e oferecer nesse cenário uma resposta à crise? Uma vez que o problema da habitação real e merece uma resposta de imediato.

Neste cenário pulsa a questão do papel social do arquiteto, reconhecido aqui como possível agente transformador. Num país onde, segundo pesquisas do CAU,( grafico ao lado) apenas 15% das pessoas que constroem ou reformam utilizaram os saberes de um arquiteto, busca-se democratizar o acesso da população aos serviços dos profissionais da área, que mantém a arquitetura ainda no pedestal elitista ou governamental do período renascentista.


_ Estatuto da Cidade, 2001: assistência técnica e jurídica gratuita a comunidades e grupos menos favorecidos como um dos instrumentos da política urbana _ LEI Nº 11.888, 2008: assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social

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_ autoconstrução como principal forma de produzir habitação no Brasil e falta de acesso das faixas sociais mais baixas à contratação de arquitetos, engenheiros e outros profissionais; relação com a questão do direito à moradia _ O serviço consiste na disponibilização de assistência técnica de profissionais habilitados para apoio especializado à autoconstrução. Neste sistema, um engenheiro, arquiteto ou técnico acompanha a obra e orienta os moradores e a mão-de-obra, de forma individualizada, a construir as moradias, realizando projetos e fornecendo listas de materiais e orçamentos (GARRIDO E SILVESTRE, 2013)

Pesquisa realizada pelo CAU - 2017

Logo, para a concretização dessa habitação flexível almejada, faz-se uso de estratégias que tornem mais democratico o acesso à arquotetura, como: O auxílio de escritórios modelos (EMAU), extensão universitária, projeto auto gerido e pautado sobre o apoio de ongs além do uso da LEI Nº 11.888, 2008, que assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social


ACESSORIA TÉCNICA copromo

(cooperativa pró-moradia de osasco) 1990-98. Jardim Piratininga, Osasco-SP. alvenaria estrutural, circulação externa em estrutura metálica. 320 unidades autofinanciadas e 680 unidades financiadas pela CDHU. Visão ideal: Escritório de assessoria técnica articulado com um plano de urbanização, como contraponto para as alternativas à unidade pronta presente nos programas habitacionais vigentes EXEMPLO CONTEMPORÂNEO DO EMPREGO DA ASSESSORIA TÉCNICA

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cajueiro seco O núcleo habitacional de Cajueiro Seco, realizado pelo governo Miguel Arraes no grande Recife, em 1963-64, tem sido referenciado por parte da historiografia da arquitetura brasileira como um momento singular de inflexão na história do projeto habitacional no Brasil e das relações do arquiteto com os territórios populares e sua construção.” Jospe Tavares Correia de Lira | Território, habitação popular e arquitetura moderna: cajueiro seco, Pernambuco 1963-64 *Acácio Gil Borsoi, autor do projeto de pré-fabricação da taipa ali implementado.

_ 1960-64, sertão de Pernambuco _ taipa pré-fabricada _ taipa: - exigência técnica e material + elemento tradicional _ permite um trabalho familiar _ 2 etapas: fabricação e montagem _ racionalização moderna + técnica popular


Defesa: Assessoria técnica de interesse social usada como ferramenta de política urbana e não apenas como política habitacional.

“(...)uma das particularidades mais interessantes do nosso anteprojeto é, precisamente essa, de tornar possível – graças ao emprego da técnica moderna – o aproveitamento deste primitivo processo de construir(...)”.

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FLEXIBILIDADE NA HABITAÇÃO E PROCESSO PARTICIPATIVO

Segundo Carole Pateman (filósofa na área de teoria política e feminismo) existem três tipos de participação:

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>

Pseudo-participação é a mais comum na arquitetura: os usuários são chamados a participar do processo de projeto apenas para legitimar as propostas impostas pelos arquitetos. Pateman diz que pseudo-participação abarca técnicas usadas para persuadir empregados a aceitar decisões que já foram tomadas. Este tipo de participação, para Paterman, deve ser extinta da arquitetura.

ATENTO: O TEXTO SEGUINTE FOI RETIRADO DO ARTIGO Arquitetura e participação: a caminho da produção de interfaces e não de espaços acabados DO GRUPO MOM UFMG, DISPONÍVEL NO LINK: http:// www.mom.arq.ufmg.br/ mom/10_arquitetos

>

>Pseudo >plena > parcial.

No outro extremo, a participação plena é definida como o lugar onde todo indivíduo, membro de um corpo de tomadas de decisão, tem o mesmo poder para determinar o resultado das decisões. Para ela, esta seria a participação ideal, mas, devido ao pressuposto caráter igualitário de todos os participantes, explícito em sua definição, não acontece com frequência na arquitetura. Os arquitetos estão sempre em vantagem inicial por deterem o poder do conhecimento técnico, que os diferencia dos demais participantes.

>Assim,

Uma das principais características de um processo de projeto participativo, ainda que seja de participação parcial, é a abertura do processo em lugar da criação de produtos acabados, prontos para morar ou prontos para imprimir maneiras de viver.. Pensar numa participação pelo menos parcial. O conhecimento do arquiteto é um instrumento de poder que tanto pode ser usado como um atributo negativo, no sentido da

pseudo-participação, quanto poder ser usado como um poderoso instrumento em benefício do usuário, ajudando as pessoas a entenderem seus espaços vividos, interpretarem suas demandas e produzirem espaços conforme tais demandas, em vez de impor formas de viver.

na arquitetura devemos pensar numa participação pelo menos parcial. O conhecimento do arquiteto é um instrumento de poder que tanto pode ser usado como um atributo negativo, no sentido da pseudo-participação, quanto poder ser usado como um poderoso instrumento em benefício do usuário, ajudando as pessoas a entenderem seus espaços vividos, interpretarem suas demandas e produzirem espaços conforme tais demandas, em vez de impor formas de viver.


“Apesar dos esforços de grande parte dos arquitetos em criar produtos acabados, a idéia do projeto como processo aberto não é uma novidade trazida com as tecnologias da informação e comunicação (TIC). O embrião dessa idéia já está nas críticas da produção em massa (que questionam os conjuntos habitacionais enormes), do processo de projeto tradicional (que reproduz a separação entre projeto, construção e uso) e dos procedimentos construtivos (que reforçam a divisão do trabalho) pelo menos a partir da década de 1960. Elas mostram o quanto é difícil, para os arquitetos, deixar indivíduos e pequenos grupos decidirem sobre suas demandas e construirem suas próprias casas. Freqüentemente, o usuário era (e ainda é) visto como o sujeito que apenas ocupa o espaço arquitetônico depois que ele está pronto, acabado. O papel do usuário não é entendido como o de produtor do espaço, mas espera-se dele apenas que conforme seu corpo e sua performance àquilo que foi previamente pensado. Nos anos 60, para combater essa visão do usuário passivo, alguns arquitetos levantaram a discussão acerca da tradicional arquitetura acabada. Isso ocorreu principalmente na Europa, onde a indústria da construção estava então mais ativa do que nunca, mas já saia de um período de produção intensa no âmbito da reconstrução das cidades no pós-guerra.

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Os arquitetos à frente de tal debate foram, em sua maioria, pessoas que eram jovens durante a guerra e que se envolveram nos debates acadêmicos no fim dos anos 50, tais como Lucien Kroll, Ralph Erskine, Christopher Alexander, Walter Segal, N. John Habraken, Yona Friedman, os membros do Archigram e Cedric Price, para mencionar apenas alguns. Eles tentaram projetar e construir usando alguma forma de participação parcial, ainda que de maneiras bem distintas. Os arquitetos à frente de tal debate foram Lucien Kroll, Ralph Erskine, Christopher Alexander, Walter Segal, N. John Habraken, Yona Friedman, os membros do Archigram e Cedric Price, para mencionar apenas alguns. Eles tentaram projetar e construir usando alguma forma de participação parcial, ainda que de maneiras bem distintas. Já o processo de participação proposto por Segal difere dos mencionados acima. Segal desenvolveu um método de autoconstrução que inclui o usuário na produção do espaço propriamente dita, embora não culmine num edifício ou processo abertos. A crítica da produção de massa, no caso de Segal, foca a dificuldade de indivíduos e pequenos grupos construírem suas próprias casas usando materiais e processos construtivos tradicionais.

Ele propõe um método (Método Segal) que tem por base um sistema modular usando madeira e outros materiais cotidianos encontrados nas lojas D.I.Y (do it yourself, faça você mesmo), que poderia ser facilmente adotado por qualquer grupo. Sem dúvida, a modulação e a flexibilidade propostas nos espaços, seja por Habraken ou Segal, apontam para uma maior adaptabilidade dos espaços ao longo do tempo. A flexibilidade do espaço e seu uso são fatores fundamentais à participação do usuário ao longo do tempo.

Nesta linha, o presente trabalho se apoia no sistema de Habraken e de Segal, utilizando-se do conceito de Suporte e recheio aliado a inclusão do usuário no processo participativo, facilitando sua execução com um sistema modular e construído com materiais acessíveis e locais, típica defesa do método de Segal.


informações

DIREITO À CIDADE IMPLANTAÇÃO E LEITURAS

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O lote escolhido apresenta 7 metros de desnível de uma extremidade a outra do terreno. Possui duas testadas em leito público, as ruas Conde do Pihal e Benedito da silva (rua de meio de quadra). Apresenta PGV87,76 REAIS, valor médio de lotes em áreas centrais de São Carlos

PGV: R$87,76

Para o projeto do conjunto habitacional, foi desmembrado parte de três terrenos do lado sul(respeitando recuo mínimo de 6m entre construções além da incorporação e demolição de um imóvel do lado leste em estado de locação.


EU VIVO

ESTRATÈGIA Possibilitar a construção de RESIDÊNCIAS em regiões CONSOLIDADAS da cidade, que já possuam infraestrutura, transporte e proximidade com o centro da cidade onde se localiza a maioria dos serviços, comércios e locais de cultura e lazer. -COMO: Devido ao alto custo de terrenos nessas regiões , baratear o máximo possível a construção da residência. (Aposta no modelo de autogestão associado ao auxílio de acessoria técnica em partes do processocontando ainda com o uso de materiais não convencionais no repertório arquitetônico, além dedividir custos do terreno entre várias famílias

ESCOLHA DO LOTE:: Identifica-se terrenos de sobra do tecido urbano, que apresentam dificuldade de implantação. Essas áreas residuais com lotes não favoráveis estreitos e compridos mas que se encontram em áreas urbanas consolidadas, com infraestrutura e equipamentos urbanos e culturais. *Fazer valer a função social de uma área consolidada

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CAPA DA REVISTA VEJA E A CRIMINALIZAÇÃO DA POBREZA

EU VIVO

> COMO

JD ZAVAGLIA- SÃO CARLOS

ONDE

* Fazer valer a função social da propriedade, da terra! A população mais pobre não deve ser privada do acesso à cidade. Muito além de afetar a qualidade de vida daqueles que são colocados na periferia da zona urbana, os projetos de habitação em massa na periferia representam gastos enormes de infraestrutura, frutos de uma cidade espraiada.


SÃO CARLOS

Com a estratégia de ocupar o centro atualmente esvaziado e inserir em área nobre um conjunto habitacional de interesse social, o lote se apresenta como ideal para se assentar as questões discutidas nesse projeto, fazendo valer a função social da propriedade e da terra ao escolher uma área repleta de infraestrutura e urbanidade. O mote é fazer com que Projetos sociais não sejam apenas na periferia

EXPANSÃO URBANA

ÁREA DE INTERVENÇÃO

> EM MARROM, CENTRO DA CIDADE E PERÍMETRO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO > NOVOS LOTEAMENTOS DE ALTO E BAIXO PADRÃO LOCALIZADOS NA BORDA URBANA.

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> VERIFICA-SE AGLOMERAÇÃO DE ATIVIDADES COMERCIAIS NO EIXO NORTE/SUL, >AGLOMERAÇÕES EM AVENIDAS TRADICIONAIS DA CIDADE.

OUTRAS CENTRALIDADES: > AVENIDA GETÚLIO VARGAS > RUA LARGA > RUA ANTONIO BLANCO > AVENIDA MIGUEL PETRONI

USOS DO SOLO

ÁREA DE INTERVENÇÃO

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EQUIPAMENTOS PÚBLICOS E LINHAS DE TRANSPORTE CIRCULAR

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> ÁREA DE INTERVENÇÃO LOCALIZADA PRÓXIMA ÁS PRINCIPAIS VIAS E EQUIPAMENTOS PÚBLICO/COMERCIAIS


Verifica-se no mapa, am larajnda, os novos parcelamentos habitacioanais na borda urbana, associados aos polos de precariedade. Busca-se com esse projeto apresentar uma nova proposta de ocupação, em áreas centrais e nobres, porém sub utilizadas, apostando numa estratégia de adensamento

SOBREPOSIÇÕES > ÁREAS DE PRECARIEDADE > PARCELAMENTOS >TRANSPORTES >EQUIPAMENTOS

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O CONJUNTO- USOS HABITAÇÃO ÁREA CONDOMINIAL (BANHEIROS, LAVANDERIA, SALÃO) ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS ALUGÁVEIS MARCENARIA COLETIVA ESTACIONAMENTO

O BAIRRO 32

JARDIM SÃO CARLOS


A- Escola do Sindicato dos Metalurgicos B- Corpo de Bombeiros C- Creche Anita Costa D- cemei jd cecilia jd sao carlos E- CAPS centro de atenção psicossocial X- ÁREA DE PROJETO

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PLANO DIRETOR LOTE: ZONA DE OCUPAÇÃO CONSOLIDADA 590 HAB/HA MÉDIA: 132 PESSOAS ÁREA: 2280M²

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PROJETO DENSIDADE DEMOGRÁFICA MÉDIA

AUTOCONSTRUÇÃO X MÃO DE OBRA CONTRATADA

No projeto, adotou-se por seguir com o conceito da autoconstrução somente no processo de fabricação dos painéis internos de cada unidade. Assim, todo o restante do conjunto deverá ser construído por profissionais contratados, garantindo assim um respaldo técnico e responsável pela obra. Aposta-se porém em uma obra auto gerida, onde a organização dos moradores contrata uma construtora para a execução de toda a parte coletiva e habitacional. (Essa construtora não necessariamente precisa ser nos moldes atuais das grandes empresas, mas buscar por ongs ou empresas “sustentáveis socialmente”. Ainda, uma obra onde se contratará os executores se encaixa melhor na cultura capitalista vigente, não mais de subsistência, explorando menos o trabalhador que teria que trabalhar em um outro emprego e ainda gastar esforços para construção da casa em mutirão.) Como crítica, o estado deveria prover a assessoria técnica, mas também os construtores. Diante de tal questão, uma possível remediação é a participação com escritórios modelos/ extensão universitária, onde os alunos iriam ajudar na construção em troca de aprender a técnica. Assim, a autoconstrução deve se limitar somente nos painéis de expansão de cada unidade, e na construção da marcenaria sob o vão da lâmina habitacional como forma de trazer o sentimento de pertencimento e fazer surgir vínculos com o conjunto


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RUA CONDE DO PINHAL

ESTUDOS-PROPOSTAS-FOTOS-LEVANTAMENTO


RUA BENEDITO DA SILVA

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PROJETO IMPLANTAÇÃO

1- RAMPA DE ACESSO 2- MARCENARIA COLETIVA 3- ESCADA DE ACESSO (USO CONDOMINIAL) 4- ESPAÇO COMERCIAL 5- BANHEIROS COLETIVOS 6- RAMPA DE ACESSO À GARAGEM 7- ESPAÇO COMERCIAL 8- CORREDOR DE ACESSO (USO CONDOMINIAL) 9- SALÃO MULTIUSO 10- ESPAÇO COMERCIAL 11- LAVANDERIA COLETIVA (USO CONDOMINIAL) 12- UNIDADE HABITACIONAL TÉRREA ( DESTINADA A PESSOAS COM MOBILIDADE REDUZIDA) 13- RECUO E APOIO DA LAVANDERIA E SALÃO

38

*LOTE: 2280M² ESC.1:400


39


PROJETO TÉRREO

3 ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS 1 MARCENARIA COLETIVA GARANTIRÃO UM PATIO SEMPRE CHEIO

40

ESC.1:300


ANDAR TIPO

*28 UNIDADES A(55M²) *12 UNIDADES B(25M²)

41

ESC.1:300


PROJETO SUBSOLO

-32 VAGAS PARA CARRO -17 VAGAS PARA MOTO

*LOCALIZADO EM REGIÃO CENTRAL PROVIDA DE TRANSPORTE PÚBLICO E PRÓXIMADE DE SERVIÇOS FUNDAMENTAIS,O PROJETO FAVORECE ALTERNATIVAS PARA O AUTOMÓVEL. PORÉM, NÃO SE DESCARTOU NO PROJETO UM ESTACIONAMENTO QUE ATENDESSE TODAS AS UNIDADES

ESC.1:300

42


PLANTA DE COBERTURA

*TELHADO BORBOLETA PROPORCIONADO PELO “SHAFT¨” CENTRAL DE CADA UNIDADE

ESC.1:300

43


PROJETO CORTE AA ESTRUTURA: SUBSOLO E PAVIMENTO TÉRREO: SISTEMA PRÉ-FABRICADO DE CONCRETO. PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO PABVIMENTO PAVIMENTO :SISTEMA PRÉ FABRICADO EM MADEIRA (ESTRUTURA PILAR/VIGA) E LAJE MOLDADA IN LOCO SHAFT: ELEMENTO ESTRUTURANTE DO PROJETO, O SHAFT PERMITE O JOGO DE FLEXIBILIDADE DE CADA HABITAÇÃO, GARANTINDO VENTILAÇÃO DE BANHEIROS, A DISTRIBUIÇÃO HIDRÁULICA E ELÉTRICA ,ALÉM DE SERVIR COMO COLETOR DE ÁGUAS PLUVIAIS TERRENO: APRESENTANDO UM DESNÍVEL DE 7 METROS DE PONTA A PONTA, ADOTOU-SE A ESTRATÉGIA DE PATAMARIZAÇÃO DO RELEVO. -SUBSOLO EM -1M DO NÍVEL DA RUA. -ENTRADA PRINCIPAL: NÍVEL 0 - PRAÇA COMERCIAL: NIVEL +3

4

44

3


ENTRADA PRINCIPAL: DEVIDO AO MAIOR FLUXO DA RUA CONDE DO PINHAL, AS ENTRADAS PARA O ESTACIONAMENTO E RAMPAS DE ACESSO PARA A PRAÇA COMERCIAL SE VOLTAM PARA ESSA TESTADA DO TERRENO. MARCENARIA A MARCENARIA COLETIVA TAMBEM SE LOCALIZA NESSA ÁREA MAIS MOVIMENTADA, TIRANDO PROVEITO DA " RUA CRIADA" DO ESTACIONAMENTO PARA USO DE CARGA E DESCARGA DE INSUMOS. AINDA, A INTENSÃO É FAZER SER VISTO O TRABALHO DOS MARCENEIROS, UMA RELEITURA DAS OFICINAS ESPALHADAS PELA CIDADE QUE COLOCAM O SERVIÇO A BEIRA DA CALÇADA, POR´´EM AGORA COM UM PROJETO NORTEADOR E CONCILIADOR DO ESPAÇO

7

6

1- PRAÇA DE ENTRADA 2- MARCENARIA 3- ESTACIONAMENTO 4- PRAÇA COMERCIAL 5- SISTEMA DE SHAFT 6-UNIDADE HABITACIONAL 7- CAIXA DE ESCADA

5

ESC.1:300 2

1


5 4 FOTO DO TERRENO ENTRADA RUA CONDE DO PINHAL

46

3

1

2


PROJETO CORTE BB

MEDIDAS: -PÉ DIREITO COMERCIAL: 3M -PÉ DIREITO MARCENARIA: 5M -PÉ DIREITO ÚTIL DA HABITAÇÃO 2,6M

1- ENTRADA ESTACIONAMENTO 2- MARCENARIA 3- UNIDADE HABITACIONAL 4- SISTEMA DE SHAFT 5- CAIXA D’AGUA ESC.1:300


A

B

ACESSOS O PROJETO APRESENTA DOIS ACESSOS AOS ADARES SUPERIORES. O ACESSO A E O ACESSO B, ESTE COM ACESSO AO SUBSOLO E ESTACIONAMENTO

ESTRUTURA: SUBSOLO E PAVIMENTO TÉRREO: SISTEMA PRÉ-FABRICADO DE CONCRETO. PRIMEIRO, SEGUNDO E TERCEIRO PABVIMENTO PAVIMENTO :SISTEMA PRÉ FABRICADO EM MADEIRA (ESTRUTURA PILAR/VIGA) E LAJE MOLDADA IN LOCO CENA: NA CENA AO LADO, TEM-SE O PATIO COMERCIAL DESCOBERTO, COM VISTA PARA AS RAMPAS DE ACESSO E AO ESTABELECIMENTO COMERCIAL ( A DIREITA).. O PATIO ABERTO, COM SOLO DE CONCRETO LISO PERMITE DIVERSOS TIPOS DE USO.

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POTENCIALIDADES

TIPOLOGIAS: O PROJETO APRESENTA DOIS TIPOS DE TIPOLOGIAS HABITACIOANAIS. TI´POLOGIA A ( EM AZUL) COM 54M² E TIPOLOGIA B ( EM LARANJA) COM 27M²


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RUA CONDE DO PINHAL B

A

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MARCENARIA: COM X M², A MARCENARIA ABRIGA OS EQUIPAMENTOS NECESSÁRIOS PARA A PRODUÇÃO DOS PAINÉIS INTERNOS E DE VEDAÇÃO. POSSUE ESPAÇO DE DEPÓSITO PARA MATERIAIS (ÍCONE A) E ESPAÇO DE TRABALHO (ÍCONE B) . PROPOSTA: FAZER DESSE ESPAÇO UM INCUBADOR DE TRABALHOS RELACIONADOS AO MANUSEIO DA MADEIRA. COM O AUXÍLIO DA ACESSORIA TÉCNICA, ONGS E EXTENSÃO UNIVERSITÁRIA.


A RUA COMO EXTENSÃO DO PROJETO

RUA BENEDITO DA SILVA

DIMENSÃO DO PEDESTRE

PROPOSTA

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IMAGENS DO LOCAL

FEIRA DA PRAÇA XV: A PROPOSTA É VIABILIZAR, NESSA ENTRADA, EVENTOS QUE UTILIZEM A RUA COMO AS TRADICIONAIS FEIRAS


PRAÇA COMERCIAL DINAMICAS COM A CIDADE

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USOS: A PRAÇA COMERCIAL OFERECE ESPAÇO COBERTO (VÃO LIVRE DA LÂMINA INCLINADA) E UMA GRANDE ÁREA PARA ACOMODAR ATIVIDADES RECREATIVAS E POSSIVEIS EVENTOS. O PISO ESCOLHIDO FOI BLOCO DE CONCRETO PIGMENTADO VERMELHO, CRIANDO UM DESENHO DE PISO EM COMPOSIÇÃO COM O PISO DE CONCRETO LISO

A DENSIDADE RELATIVAMENTE ALTA DO ENTORNO ALIADA COM OS MORADORES DO CONJUNTO IRÃO GARANTIR UMA CLIENTELA GRANDE PARA OS ESTABELECIMENTOS COMERCIAIS, QUE DEVERÃO SER ALUGADOS A FIM DE TRAZER RENDA PARA O CONJUNTO E ABATER A RECEITA NECESSARIA PARA MANTER O CONDOMÍNIO


53

ESTABELECIMENTOS DO ENTORNO: -LARANJA:RESTAURANTES -VERMELHO: COMÉRCIO -AZUL: SERVIÇOS


C

B

A

BANCO/DECK A- BLOCO DE CONCRETO B-BARROTE DE MADEIRA C-PRANCHA DE TOPO D-PRANCHA DE FECHAMENTO

54

MOBILIÁRIO

D


55

COR: O EIXO ESTRUTURANTE DA ESCADE DE ACESSO E AS PAREDES DE APOIO DAS RAMPAS ASSUMEM O PAPEL ESTÉTICO QUE CARREGAM A IDENTIDADE VISUAL DO PÁTIO COMERCIAL. CONSTRUIDOS COM CONCRETO PIGMENTADO VERMELHO E DEIXANDO AS MARCAS APARENTES DAS FORMAS DE MADEIRA UTILIZADAS DO PROCESSO

FLEXIBILIDADE NO MOBILIÁRIO O MOBILIARIO DESENVOLVIDO PARA O PÁTIO SEGUE NA PROPOSTA DE FLEXIBILIDADE DAS HABITAÇÕES ACIMA. COM UM QUADRADO COMPOSTO DE MADEIRA DE 1M POR 1M, O BANCO/ DECK PODE SER COMPOSTO DE DIFERENTES FORMAS A FIM DE DAR SUPORTE PARA DIFERENTES ATIVIDADES


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DESIGN Como aponta E. Maricato: "A análise dos fatores que intervêm na produção da casa através da autoconstrução (terreno, materiais de construção, mão de obra,. técnica construtiva e recursos financeiros), mostra que sua articulação rígida não deixa lugar à criatividade em relação à técnica e às soluções arquitetônicas, e que o produto final é padronizado em todas as regiões metropolitanas, com variações insignificantes. " (E. Maricato, 1982. pg 93) LIVRO: Autoconstrução, a arquitetura Possível. A produção capitalista da casa e da cidade no brasil industrial

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ASSIM, BUSCOU-SE ATINGIR PONTOS DE MUDANÇA PARA SE ALCANÇAR UM PRODUTO FINAL MAIS INVESTIGATIVO, COMO O CONJUNTO APRESENTADO NESSE CADERNO. UMA MUDAN~ÇA ESTRATÉGICA NA ESCOLHA DO LOTE, O USO DE MATERIAIS NÃO CONVENCIONAIS NA HABITAÇÃO BRASILEIRA, COMO A MADEIRA ACARRETANDO EM UMA TROCA DA TÉCNICA CONSTRUTIVA E MÃO DE OBRA UTILIZADA ACABA POR RELFETIR NOS RECURSOS FINANCEIROS EMPREGADOS NA OBRA, TORNANDO-A MAIS VIÁVEL


TIPOLOGIAS 58

MÓDULO HABITACIONAL PADRÃO: COMO MOSTRADO AO LADO, ESTE MÓDULO HABITACIONAL PERMITE A CONCRETUDE DE UMA SÉRIE DE TIPOLOGIAS, QUE ATENDAM AS NECESSIDADES DIVERSAS DE CADA FAMÍLIA E SUADINÂMICA *DETALHES CONSTRUTIVOS NO PRÓXIMO CAPÍTULO.


TIPOLOGIA A: UNIDADE DE 27M² QUE PRIORIZA A COZINHA E ÁREA PARA JANTAR. ACOMODA BEM UM CASAL TIPOLOGIA B: UNIDADE DE 27M² QUE PRIORIZA A SALA DE ESTAR. IDEAL PARA ESTUDANTES E SOLTEIROS TIPOLOGIA C: UNIDADE DE 54M²COM DOIS QUARTOS E UM BANHEIRO. GRANDE ESPAÇO DESTINADO PARA VARANDA. IDEAL PARA FAMÍLIAS PEQUENAS QUE PRIORIZAM REFEIÇÕES EM CONJUNTO E REUNIÕES NOS FINAIS DE SEMANA

TIPOLOGIA D: UNIDADE DE 54M²COM DOIS QUARTOS E UMA SUITE. IDEAL PARA FAMÍLIAS GRANDES OU COMPOSTA POR VÁRIAS GERAÇÕES, COMO FILHOS NETOS E AVÓS. OU POR UMA FAMÍLIA QUE NECESSITA DE UM ESCRITÓRIO PARA TRABALHOS EM CASA TIPOLOGIA E: UNIDADE DE 54M²COM DOIS QUARTOS E COZINHA GRANDE. POSSUI UM QUARTO GRANDE QUE PODE SER UTILIZADO POR CASAIS COM MUITOS FILHOS OU CASAIS QUE NECESSITAM DE UM ATELIER PARA TRABALHOS EM CASA

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TIPOLOGIA D: UNIDADE DE 54M²COM DOIS QUARTOS E COZINHA GRANDE. POSSUI UM QUARTO GRANDE QUE PODE SER UTILIZADO POR CASAIS COM MUITOS FILHOS OU CASAIS QUE NECESSITAM DE UM ATELIER PARA TRABALHOS EM CASA


MÓDULO MATERIAFLEXÍVEL LIDADE

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Ver todos os materiais utilizados na construção de uma casa, organizados e empilhados, quase tão disponíveis como os produtos nas prateleiras de um supermercado, desperta a questão do quão acessível, prático e rápido poderia ser a construção de uma casa. Tal questão age como motivação principal desta pesquisa, que visa como produto a elaboração de um projeto habitacional que atenda as necessidades mínimas de qualquer ser humano e que possa se adaptar às necessidades específicas de cada núcleo familiar, mas constituído, porém, de uma tectónica e materialidade acessível e manipulável por construtores leigos na questão da construção civíl. Assim, este trabalho, ao buscar sintetizar conceitos, dados, investigações formais e ideias reunidas ao longo de um semestre de pesquisa sobre a questão da habitação no Brasil, analisa e levanta questões a respeito das moradias levantadas por autoconstrução, autoegestão e pelos programas habitacionais já estabelecidos, (primeira alternativa de moradia aos quais grande parte dos brasileiros recorrem), e atua de maneira propositiva à novas alternativas projetuais, elaborando propostas que se distingam não somente em questão de programa, mas em todos os fatores inerentes de uma habitação.Portanto, a revisão completa de todo o ciclo construtivo do processo de feitura de uma casa, começando na etapa projetual da caneta e do papel e chegando até as vias de fato que abordam o real fazer do canteiro.

A questão da relação entre a moradia e o modo de vida aparece como um dos mote deste projeto. Temos ao lado as reflexões oriundas da Bienal de artes de 2016, especificamente com a obra de Lais Myrrha, dois pesos e duas medidas. A obra age de maneira comparativa entre dois modos distintos de habitar, utilizando a questão da materialidade para expor as diferenças, mas também os elementos em sintonia, que existe entre ambos .


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DETALHAMENTOS

MÓDULO FLEXÍVEL MÓDULO HABITACIONAL PADRÃO: COMO MOSTRADO AO LADO, ESTE MÓDULO HABITACIONAL PERMITE A CONCRETUDE DE UMA SÉRIE DE TIPOLOGIAS, QUE ATENDAM AS NECESSIDADES DIVERSAS DE CADA FAMÍLIA E SUADINÂMICA *DETALHES CONSTRUTIVOS A SEGUIR

PLANTA DE PILARES E VIGAS DE MADEIRA

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PLANTA DE PILARES E VIGAS DE CONCRE-


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CERNE:

Gerar um método construtivo que seja capaz de possibilitar, de forma simplificada, mudanças e interferências nas habitações por parte dos moradores, respeitando o espírito de mudança e dinamismo próprios da vida vivida. Uma habitação que se deixe DOMAR pelo morador, que se apresente DÓCIL e ACOMODE suas necessidades, que se dobra ou verga facilmente sem se quebrar

PLANTA DE VIGAS E PILARES 65


CORTE TRANSVERSAL 66

Esc.1:100


CORTE LONGITUDINAL 67

Esc.1:100


B

A

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Esc.1:10

PILARES DE CONCRETO

A-PILAR PRÉ FABRICADO DE CONCRETRO 30CM DE DIAMETRO B- ESPERA METÁLICA. CONEXÃO DO PILAR DE MADEIRA E PILAR DE CONCRETO


C

E

PILARES DE MADEIRA.

Esc.1:10

A-VISTA EM PLANTA DO PILAR B- VISTA EM CORTE DO PILAR C- PILAR 12X6X300CM D- PILAR 12X6X150CM E- MÓDULO QUE COMPOE O PILAR

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*PILAR COMPOSTO PELA JUNÇÃO DOS MÓDULOS DE ACORDO COM A ALTURA DESEJADA

B

A

D


EKOMPOSIT DADOS DO FORNECEDOR: "Composta por multicamadas de lâminas de madeira justapostas umas às outras no sentido vertical, coladas entre si com resina de alto desempenho estrutural e a prova d´água. Este produto contém cupinicida em sua linha de colagem, atendendo as categorias 1, 2 e 3 das classes de uso da madeira conforme NBR 16.143.. Aplicação A “EKOVIGA”permite a execução de cortes e furos em qualquer ponto das peças. Pode ser usada em áreas internas ou externas. Foi projetada para ser aplicada como uso estrutural para uso como: vigas, caibros, terças, pilares, travessas e longarinas empregados em projetos de telhados e de estruturas em geral.

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Vantagens -Alta resistência -Leve e seca em estufa. Não deforma -Peças de várias bitolas com até 12m de comprimento -Permite a execução de furos -Para áreas internas e externas.

JUNÇÃO PILAR /VIGA/LAJE.

Esc.1:10

A durabilidade do produto é assegurada pela aplicação de moderno processo de tratamento industrial da madeira, com preservativos de comprovada eficiência e que atendem as normas brasileiras. Protegem a “EKOVIGA” contra as ações deterioradoras causadas por agentes biológicos como cupins, brocas e fungos apodrecedores. Mesmo que a peça fique em contato direto com a umidade e/ou em regiões infestadas desses insetos, ela estará imune às ações desses organismos.

A-VIGA EKOMPOSIT 19,5X7CM B- PILAR DE MADEIRA 12X12CM C- ESPERA METÁLICA DE FIXAÇÃO D- BARROTE DE MADEIRA EKOMPOSIT 12X6CM E-ISOLAMENTO ACÚSTICO LÃ DE ROCHA F- LAJE DE CONCRETO MOLDADO IN LOCO G- FIXADOR METALICO BARROTE/ LAJE H- FIXADOR BARROTE E VIGA


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ISOTELHA

DADOS DO FORNECEDOR: TELHAS TÉRMICAS / TELHAS SANDUÍCHE ECONOMIA EM ENERGIA, EQUIPAMENTOS DE CLIMATIZAÇÃO E ESTRUTURA. As telhas térmicas tipo sanduiche ISOTELHA® são reconhecidas pelo conforto térmico, durabilidade e a economia de energia, proporcionada pelo conjunto em aço galvalume natural ou pré-pintado mais núcleo isolante em PUR (Poliuretano), PIR (Poliisocianurato) ou EPS (Poliestireno Expandido). Nem frio, nem calor em excesso, o isolamento térmico assegura o conforto do ambiente, mantendo temperatura agradável, eliminando a necessidade de climatizadores potentes. Este sistema de cobertura térmica possui instalação fácil, rápida e modular. Devido a resistência e leveza do material, permitem maior vão (distância na estrutura), gerando uma economia de até 70% na estrutura, além disso dispensa o forro devido ao excelente acabamento na parte inferior composto por chapa de aço pré-pintada frisado na cor branco. Todas estas vantagens levam estas telhas a terem um excelente custo x benefício no mercado.

COBERTURA E CALHAS.

A-MÃO FRANCESA COMPOSTA B- TELHA METALICA ISOTELHA TRAPEZOIDAL C- CALHA METÁLICA D-SHAFT DA UNIDADE HABITACIONAL E- PINGADEIRA METALICA

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B

D

C

D

A

73


O PROJETO O PROJETO DO PAINEL HIDRAULICO SE PAUTA NO CONCEITO DE FLEXIBILIDADE E FOI CONCEBIDO PARA FACILITAR FUTURAS MUDANÇAS NO LAYOUT INTERNO DE CADA HABITAÇÃO. EM UMA FUTURA REFORMA É POSSIVEL TROCAR FACILMENTE OS PONTOS DE ENTRADA E SAIDA DE ÁGUA E ESGOTO APENAS TROCANDO O MÓDULO DE CONCRETO PARA UM MÓDULO COM ENTRADA PARA AS TUBULAÇÕES. O PAINEL, AINDA, FOI PROJETADO COMO UM COMPONENTE INDEPENDENTE DA ESTRUTURA, DE FORMA QUE PODE SER MONTADO NA MARCENARIA COLETIVA E INSTALADO APÓS A ESTRUTURA ESTAR PRONTA, AGILIZANDO ASSIM A CONSTRUÇÃO DO CONJUNTO.

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Esc.1:10

PAINEL HIDRÁULICO A-FORRO DE OSB B- BARROTE DE MADEIRA6X12CM C- RIPADO DE MADEIRA 3X6CM D-MANTA ISOLANTE DE UMIDADE E- BLOCO DE CONCRETO PRÉ MOLDADO F- PISO VINILICO G- DUTO HIDRÁULICO OU SAIDA DE ESGOTO


75


76

Esc.1:10

PASSARELA A-CHAPA METALICA QUE PERMITE PASSAGEM DE LUZ B-LAJE PRÉFABRICADA *DESNÍVEL DE 15CM ENTRE PASSARELA E PISO DA UNIDADE HABITACIONAL, GARANTINDO PROTEÇÃO CONTRA UMIDADE E POEIRA


A

77

B


VISTA DO PAINEL EM PLANTA

78

FIXAÇÃO DO PAINEL Esc.1:10

VISTA DE DOIS PAINEIS FIXOS NA ESTRUTURA DE MADEIRA

A-CHAPA METALICA DE FIXAÇÃO DO MONTANTE DO PAINEL AO BARROTE DA LAJE B- PINO METALICO DE FIXAÇAÇÃO DO PAINEL NA LAJE C-MONTANTE DO PAINEL


79


80

Esc.1:10

PAINEL EXTERNO (SACRIFÍCIO)

A- PILAR PRÉFABRICADO 30CM DE DIÂMETRO B-VIGA PRÉFABRICADA C-PINGADEIRA METÁLICA D- PAINEL EXTERNO


D

C

B A

81


A

MONTANTE DO PAINEL 82

B

B

A- ALMA DO MONTANTE 6X12CM B-MONTANTE MENOR 6X3CM


PAINEL DE VEDAÇÃO INTERNO A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B C D E C

B

83


PAINEL JANELA DE DUAS FOLHAS

A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA F-VIDRO E CAXILHO -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B C D F

E

84

C

B


PAINEL JANELA BASCULANTE

A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA F-VIDRO E CAXILHO -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B C D F

C B

E

85


PAINEL JANELA LATERAL

A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA F-VIDRO E CAXILHO -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B C D E C B

F

86


PAINEL JANELA GRANDE

A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA F-VIDRO E CAXILHO -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B C D C E F

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B


PAINEL PORTA A- PAINEL COMPLETO B- GESSO ACARTONADO C-PLACA OSB D-OSSATURA DE MADEIRA E- TRAVAS DE MADEIRA F-PORTA -PODE-SE ADICIONAR MATERIAL ISOLANTE, COMO LÃ DE ROCHA ENTRE A OSSATURA COMO FORMA DE GARANTIR O CONFORTO ACÚSTICO E TÉRMICO

A B

C D

E

C

B F

88


CONSIDERAÇÕES FINAIS 89

Após a descrição da problemática da habitação no Brasil e o fato incontestável de que a autoconstrução surge como a arquitetura possível para a classe trabalhadora, buscou-se subir mais um degrau e avançar a respeito dessa forma de construir, absorvendo os conceitos e ideias das referências apresentadas, integrando-os numa nova proposta projetual que revisou o projeto já no canteiro. Tendo em vista, porém, a grande responsabilidade de propor um método construtivo pouco usual para a sociedade brasileira, utilizando ainda os escassos recursos financeiros das famílias de baixa renda ao qual esse conjunto se destina, focou-se ao projeto uma grande atenção aos detalhamentos construtivos que forampensados em cada mínima parte a fim de assegurar a ausência de erros e situações imprevistas O projeto ainda, baseou-se no conceito da construção por etapas, previstas e elaboradas sobre um cronograma a fim de equacionar desde o começo soluções de canteiro e de fabricação dos paineis e da estrutura geral. Assim, pensar um projeto que se concretize gradualmente a partir da estrutura de SUPORTE estabelecida. Isso significa que o projeto da casa não precisa ser construído em sua totalidade para começar a abrigar seus moradores. Com isso, custos extras com aluguel são evitados, e o morador tem a escolha de continuar a

a construção dos painéis ( que garantem a total ocupação em seu módulo habitacional) em um momento mais oportuno por motivos de tempo ou dinheiro. Cabendo a suas necessidades a decisão de expandir o projeto em um novo ambiente ou investindo em estratégias de conforto e acabamentos (previamente estabelecidos na prancheta). A materialidade entra como questão que dá liga a todas essas diretrizes e foi pensada através de um viés econômico. A disponibilidade de materiais está ligada sobretudo como forma de evitar custos extras com transporte. Assim, prevê-se a utilização de produtos comuns no catálogo da construção civil, como lajes pré fabricadas, tubos, placas OSB, madeira e etc, para compor a projeto construtivo que complementam a estrutura de suporte do concreto


REFERÊNCIA:

O projeto do grupo MARH, autoconstrução e flexibilidade em sua totalidade: Na linha da autoconstrução e autogestão, dessa vez em sua totalidade, têm-se outra saída, encontrada na faculdade federal de minas gerais (UFMG), que apresenta uma resposta para as questões problematizadas neste artigo: O grupo de pesquisa Morar de outras maneiras (MOM) com o programa de 2006: Método de autoconstrução racional de habitações (MARH). A questão que move a pesquisa se baseia na possibilidade de realizar, em suas próprias palavras, uma moradia confortável, tecnicamente bem solucionada, passível de personalização e economicamente viável, sem a participação de mão de obra especializada. Seus pressupostos se resumem em envolver os futuros moradores em todas as etapas existentes no processo de construção, participando desde a concepção até a construção da habitação. Assim, o papel do arquiteto é retirado como elemento central e passa a atuar como consultor e auxiliar dos usuários na construção do espaço que irão habitar.

90

Ainda, em suas palavras, está presente a questão de: “[...] explorar um método construtivo que seja capaz de possibilitar, de forma simplificada, mudanças e interferências nas habitações por parte dos moradores, permitindo que os mesmos sejam capazes de experimentar soluções e alternativas diversas de partidos e leiautes, em respeito ao espírito de mudança e dinamismo próprios dos cidadãos brasileiros[...]” A questão do dinamismo é uma chave para se encarar os programas habitacionais, uma vez que influenciará a vivência das famílias em diversos casos. Ao considerar por exemplo, outras formas de acesso que não sejam programas como o minha casa minha vida (que oferecem uma tipologia única para todos os participantes), como os programas de financiamento oferecidos pelos grandes bancos, deve-se considerar que o lote com a casa construída serão pagos ao longo de muitos anos e, muitas vezes, com o passar do tempo a família terá novas necessidades, que não serão respondidas por uma casa com programação fixa e fechada à novas configurações. Assim, pensar uma habitação que se adapte ao “espírito de mudança e dinamismo próprios dos brasileiros” torna-se uma preocupação latente deste estudo.

Na questão da materialidade, ainda, o grupo se preocupa com métodos construtivos alternativos ao tradicional brasileiro como forma de amenizar o impacto ambiental ao ter uma diminuição do volume de resíduos. Para isso, utilizam materiais disponíveis no mercado em dimensões padronizadas e amigáveis à escala humana como forma de evitar o uso de maquinário pesado no canteiro de obras. Utilizam uma estrutura de madeira, variando entre diversos perfis, associados à placas de OSB, formando a estrutura da edificação. Estes materiais leves e padronizados, porém, atendem no projeto às normas de conforto, onde o grupo detalha os materiais utilizados e técnicas que respondem ao clima predominantemente quente e úmido brasileiro Outra chave importante no trabalho apresentado se dá na atenção para a forma de representação do projeto residêncial. O grupo busca uma linguagem gráfica alternativa ao desenho técnico que possa parecer demasiado complicado para um público leigo, mas ao mesmo tempo clara e eficaz para que os usuários entendam de fato o projeto a ser construído, evitando erros pelo instrumento do desenho bem detalhado.


Essa autonomia de decisões projetuais podem sim acarretar problemas futuros oriundos de um projeto mal elaborado. Por isso, apesar de apresentarem um sistema que possibilite a auto-construção, o arquiteto ainda aparece como agente atuante no processo de elaboração projetual.

91

Com essa experimentação do grupo MARH, há a possibilidade de se pensar o processo construtivo com uma nova atenção ao canteiro de obras, uma vez que este passa a ter suas atividades geridas e executadas pelo futuro morador da nova residência, garantindo assim uma redução


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS -Maricato, E. Autoconstrução, a arquitetura Possível. A produção capitalista da casa ( e da cidade) no brasil industrial. São Paulo: Editora Alfa-Omega, 1982 -Bonduki, N. Origens da Habitação Social no Brasil: arquitetura moderna, Lei do Inquilinato e difusão da casa própria. São Paulo: Estação Liberdade / FAPESP, 1998 -Jorge Marão Carnielo Miguel. Casa e lar: a essência da arquitetura . Revista vitruvius 029.11ano 03, out. 2002 -Edmar Ferreira Junior . Método de Autoconstrução Racional de Habitações. Escola de arquitetura UFMG. 2006. Disponível em : <http://www. mom.arq.ufmg.br/mom/index. html> Acessado em Agosto de 2017

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-Quinta Monroy / ELEMENTAL" [Quinta Monroy / ELEMENTAL] 06 Fev 2012. ArchDaily Brasil. (Trad. Delaqua, Victor). Disponível em : <https://www.archdaily.com. br/28605/quinta-monroy-elemental> ISSN 0719-8906 > Acessado 18 Nov 2017 - Evelise Grunow. Carla Juaçaba: Pavilhão, Rio de Janeiro Arquitetura em esqueleto de metal.Arco Projeto Design. 2012. Disponível em: <https://arcoweb.com.br/ projetodesign/arquitetura/ carla-juacaba-pavilhao-rio-janeiro-10-10-2012> Acessado em Agosto de 2017

-Arquitetura e participação: a caminho da produção de interfaces e não de espaços acabadOS Método de Autoconstrução Racional de Habitações. Escola de arquitetura UFMG. 2006. Disponível em : <http://www.mom.arq.ufmg. br/mom/10_arquitetos/quadro.htm -PLANO DIRETOR DE SÃO CARLOS 2016 NORMAS TÉCNICAS DE CONFORTO E SALUBRIDADE: ABNT 15572 NBR_15575-1_2013


93


tgi II 2018


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