HABITAÇÃO FLEXÍVEL QUE SE ACOMODA, DOMÁVEL, COMPLACENTE
Síntese da Disciplina de Trabalho de Graduação Integrado 1, desenvolvido no instituto de arquitetura e urbanismo USP São Carlos sob orientação de Lúcia Shimbo e Thiago Lopes Ferreira TRABALHO DE GRADUAÇÃO INTEGRADO BRUNO LIMA | 2018 IAU USP
FLEXÍVEL adjetivo >1 - Que se dobra ou verga facilmente sem se quebrar. >2 - Que se submete. >3 - Que se acomoda; que se presta; suave, dócil, complacente. Aurélio Buarque de Holanda
HABITAÇÃO FLEXÍVEL QUE SE ACOMODA, DOMÁVEL, COMPLACENTE
CERNE: Gerar um método construtivo que seja capaz de possibilitar, de forma simplificada, mudanças e interferências nas habitações por parte dos moradores, respeitando o espírito de mudança e dinamismo próprios da vida vivida.
PROPOSTA:
Este trabalho se inicia pela discussão da relação entre casa e lar. O conceito de casa atual se refere a um edifício que se destina inteira ou parcialmente à habitação humana. A noção de lar virá somente quando o uso Uma habitação que se deixe DOMAR pelo familiar se apropriar do espaço construído, morador, que se apresente DÓCIL e havendo nesse instante uma troca afetiva ACOMODE suas necessidades, “ que se dobra entre os moradores. Logo, o projeto da casa deve sempre estar adequado ao programa ou verga facilmente sem se quebrar” familiar imposto, respondendo corretamente ao modo de vida de seus moradores e do meio ao qual estiver inserida. Assim, ousa-se apresentar uma proposta de modelo de habitação, que mantenha tais pressupostos sempre no horizonte, mas que ao mesmo tempo ofereça uma (de várias) saídas para o problema da habitação de interesse social no Brasil. Os programas e políticas oficiais estatais de habitação realizados ainda estão muito longe de atender a demanda por moradia no país. Pois, como visto, a relação entre homem e moradia, existente na noção de habitar, é muito mais complexa e demanda maior especificidade projetual, o que falta nos
programas habitacionais vigentes, muitas vezes incapazes de atender as necessidades pessoais e familiares dos grupos contemplados. Tais programas habitacionais, como o programa do minha casa minha vida, foram e ainda são, nas palavras de Ermínia” muito menos importantes na produção da habitação popular do que se crê.” A autora aponta a autoconstrução como principal meio ao qual grande parte da habitação no brasil é produzida. Uma habitação construída nos finais de semana, geralmente no tempo livre de uma classe trabalhadora, sempre com ajuda de amigos e parentes. Neste cenário pulsa a questão do papel social do arquiteto, reconhecido aqui como possível agente transformador. Num país onde, segundo pesquisas do CAU, apenas 15% das pessoas que constroem ou reformam utilizaram os saberes de um arquiteto, busca-se democratizar o acesso da população aos serviços dos profissionais da área, que mantém a arquitetura ainda no pedestal elitista ou governamental do período renascentista.
Logo, para a concretização dessa habitação flexível almejada, faz-se uso da LEI Nº 11.888, 2008, que ““assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social” Por fim, os reflexos de tais decisões culminam na discussão da relação entre o local da moradia e o direito à cidade. Tendo como estratégia a implantação do projeto em uma área consolidada da cidade de São Carlos/Sp, em um terreno de difícil implantação, onde busca-se tornar factível sua compra por esse grupo fragilizado economicamente ao diluir seu valor entre 15 unidades de habitação, além de buscar poupar os escassos recursos no processo construtivo, mão de obra e processos de canteiro visados. Como se verá explicado no decorrer desta leitura
ÍNDICE:
>09 >11 >13 >15 >17 >21 >25 >34 >60 >71 >73 >75
>CASA E LAR >ARQUITETURA, AUTOCONSTRUÇÃO E AUTOGESTÃO. > SONHO DA CASA PRÓPRIA > PAPEL SOCIAL DO ARQUITETO >ASSESSORIA TÉCNICA >FLEXIBILIDADE NA HABITAÇÃO E PROCESSO PARTICIPATIVO (MOM UFMG) >DIREITO À CIDADE. IMPLANTAÇÃO E LEITURAS >O CONJUNTO PROPOSTO >A UNIDADE FLEXÍVEL (materialidade) >ENCAMINHAMENTOS >REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS >ANEXOS
CASA E LAR Cabanas, domus, castelos, vilas, palazzos: Casa
Arquitetos e pensadores de diferentes épocas já se debruçaram sobre o tema da habitação buscando compreender um variado leque de questões, desde Gottfried Semper buscando reinterpretar a questão da cabana primitiva estabelecida por Vitruvius até o grupo arquitetura nova formado por Sérgio Ferro, Rodrigo Lefevre e Flávio Império, que se debruçaram sobre a relação entre canteiro de obras e a força de trabalho que o compunha. Assim, investigações a respeito do tema da habitação estão sempre presentes na vida do profissional arquiteto. E assim deve ser, uma vez que o modo de morar altera-se de acordo com as mudanças de uma sociedade sempre em mutação. Na imagem a seguir, tem-se a cabana primitiva segundo Oscar Niemeyer, muito ímpar da cabana primitiva do abade Marc-Antoine Laugier, de vertente europeia. Uma Retomada, por Niemeyer, de uma arquitetura originalmente indígena
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Porém, a princípio, o que define uma habitação? Em uma sociedade tão rica culturalmente, como achar o elemento que de coesão aos diferentes modos de morar utilizados pela humanidade? Nessa questão, Jorge Marão Carnielo Miguel, doutor pela FAUUSP, em um artigo para a revista Vitruvius, reconhece este elemento amalgamador no conceito de casa. Segundo J.Miguel:
“Cabanas, domus, castelos, villas, palazzos, são denominações históricas do espaço unifamiliar. São representativas da arquitetura mais elementar, mais próxima e utilizável pelo ser humano, considerada a sua real terceira pele, logo após a epiderme e a roupa que o protege do meio ambiente onde vive. Entretanto, haverá uma palavra que, independente das classes sociais, sintetizará toda noção de habitação privada: a casa. “ (J.Miguel. 2002)
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Como
continuará
J.
Miguel,
o
conceito de casa atual se refere a um edifício que se destina inteira ou parcialmente à habitação humana. A noção de lar virá somente quando o uso familiar se apropriar do espaço construído, havendo nesse instante uma troca afetiva entre os moradores. Logo, o projeto da casa deve sempre estar adequado ao programa familiar imposto, respondendo corretamente ao modo de vida de seus moradores e do meio ao qual estiver inserida.
casa
Desta maneira, o programa de uma diferente do padrão predominante nos tempos pode muito bem responder modernos. Planta de representação da casa
perfeitamente morador
às
necessidades
de
seu
e ao mesmo tempo se mostrar
mínima
proposta,
contendo
apenas
um
banheiro, bancada de cozimento e leito e, em
completamente inabitável
para um agente
seguida, vista do entorno da habitação,
externo,
habitação
destacando a paisagem enquadrada pela
visto
que
a
está
intimamente ligada ao modo de vida de um indivíduo. A exemplo, o conceito de casa mínima projetado pela arquiteta brasileira Carla Juaçaba, onde há um programa que atende basicamente as funções fisiológicas do homem, propondo uma vivência muito
abertura projetada
ARQUITETURA, AUTOCONSTRUÇÃO E AUTOGESTÃO. No livro tido como referência neste trabalho, a respeito da questão da habitação autoconstruída no Brasil, organizado por Ermínia Maricato (Autoconstrução, a arquitetura Possível. A produção capitalista da casa e da cidade no brasil industrial.”) Vê-se, em sua análise, que os programas e políticas oficiais estatais de habitação ainda estão muito longe de atender a demanda por moradia no país. Pois, como visto, a relação entre homem e moradia, existente na noção de habitar, é muito mais complexa e demanda maior especificidade projetual, o que falta nos programas habitacionais vigentes, muitas vezes incapazes de atender as necessidades pessoais e familiares dos grupos contemplados, uma vez que se cria uma tipologia genérica a ser distribuída para milhares de famílias com hábitos, necessidades e estilos de vida distintos. Sendo assim, os programas governamentais de habitação foram, nas palavras de Ermínia” muito menos
Importantes na produção da habitação popular do que se crê.” A autora aponta a autoconstrução como principal meio ao qual grande parte da habitação no brasil é produzida. Uma habitação construída nos finais de semana, geralmente no tempo livre de uma classe trabalhadora, sempre com ajuda de amigos e parentes. De início, se mostra Importante ressaltar aqui a diferenciação do conceito de mutirão e autoconstrução, que embora diferentes, por vezes assumem mesclas. E. Maricato reconhece a ideia de mutirão como uma solidariedade forçada, definindo mutirão como “um processo de trabalho que se constitui na cooperação entre pessoas para alguma atividade, porém numa cooperação livre de uma relação capitalista de compra e venda da força de trabalho.”
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Aponta, ainda, que esse processo de trabalho tem origens sobretudo no meio rural, onde uma cultura de subsistência se fez necessária.
Conquanto vem surgindo uma
transição da ideia de mutirão do campo para os grandes centros urbanos, uma vez que cada vez mais a noção de mutirão se torna um dos meios pelo qual se constroem casas destinadas à classe trabalhadora. Como se observou na migração da população do campo para a cidade no início da urbanização brasileira. Os principais aspectos definidores do
mutirão
solidariedade auxiliam.
estão
na
espontaneidade
entre
as
pessoas
que
e se
Assim, define-se
Isso significa dizer que se essa
autoconstrução
como sendo aquela em que não se depende classe trabalhadora mantém costumes de
renda familiar com outras básicas
igualmente
necessidades
importantes,
como
da solidariedade de terceiros. Ocorrendo na
subsistência, como o fato de construir sua
alimentação. Se por um lado, nos países
construção da habitação apenas os esforços
própria casa ao invés de comprar por esse
capitalistas centrais os custos da habitação
de trabalho do próprio morador, com o auxílio, bem ou pagar por esse serviço, é porque não
sejam cobertos pelos salários, uma vez que a
em alguns casos, de parentes e amigo, lhes resta outra alternativa.
população, em geral, tem um poder aquisitivo
orientados
suficiente grande para se arcar a compra de
ou não por um profissional
especializado
remunerado
(
Essa alternativa pela autoconstrução
uma casa através do mercado imobiliário
em detrimento de outras formas de se obter
privado ou ainda com políticas oferecidas pelo
uma
estado
pedreiro,
encanador, eletricista, etc...)
residência
se
dá
justamente
pela
Desta maneira, a construção de uma carência de meios alternativos. Isso devido,
de
financiamento
de
habitações
populares a preços acessíveis.
moradia por autoconstrução pode se estender por um lado, a uma falta por parte do estado, por um longo período de tempo, uma vez que a sobretudo porque habitação para essa classe
Esse choque de traços de cultura de
popular está também associada à saúde,
subsistência coexistindo em um contexto
fará somente no tempo livre que lhe é cabido, saneamento básico, transporte, educação etc,
urbano se explicita no interior da maioria das
levando-se em conta um trabalhador típico e isso significa um grande investimento
habitações, tidas ou não por autoconstrução.
brasileiro, somente nos finais de semana, estatal. Assim, não pode-se
A predominância em seu interior diversos
força de trabalho que erguerá suas paredes o
dizer que o
estado é injusto na aplicação dos recursos,
feriados e recessos de férias.
eletrodomésticos
típicos
de
uma
casa
mas que confirma sim a lógica da acumulação que ao aplicar seus recursos numa lógica grande parte da massa trabalhadora está capitalista do mercado imobiliário, . agindo
moderna contrasta com as casas proletárias
construindo sua própria casa na cidade, como como um investidor capitalista que busca se tinha o costume pré-êxodo rural, denota o reproduzir seu capital.
de uma família.
A
naturalidade
ao ouvirmos
inacabadas ou com apenas a estrutura básica para se atender às necessidades fisiológicas
quão comum e difundida esta prática está em nossa
sociedade
tida
como
moderna.
Conquanto, Ermínia nos faz lembrar que essa
A
habitação
é,
depois
da
alimentação, o componente que mais pesa no
massa de trabalhadores não se encontram orçamento do proletariado, segundo consta no numa cultura de subsistência como se tinha levantamento apresentado por E. Maricato. pré-êxodo, e sim numa cultura urbana.
Desta maneira, ela compete a uma parcela da
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SONHO DA CASA PRÓPRIA
13
A questão da casa própria existe, sistema capitalista, sobretudo quando se
A materialidade da autoconstrução
sobretudo ,numa sociedade onde a habitação considera os baixos salários incapazes de
vem na aquisição sempre do produto de
é vista como mercadoria. Esse conceito de bancar um aluguel. Assim, a ” casa surge
menor custo, tendo em vista a restrita oferta
casa própria é difundido amplamente
disponível, sempre pela loja de materiais de
por inicialmente como abrigo, com alto valor de
publicidade, criando-se um ideário de sonho uso, contendo o estritamente indispensável
construção
de consumo
mais
próxima,
facilitando
o
atrelado a um imóvel próprio, para acolher a família” atendendo quase que
pagamento e a entrega, uma vez que que o
símbolo de estabilidade, Essa busca quase estritamente as necessidades fisiológicas
custo do transporte também pesam na
que cultural pela aquisição da casa própria é humanas e, aos poucos, ganha corpo com
determinação da escolha do material. Assim, o
incentivado também pelo estado, sobretudo apêndices e variados tipos de acabamentos.
que se emprega na construção são os
com os programas de financiamento para
materiais tradicionais difundidos no mercado,
compra ou construção da casa própria em
A casa cresce parceladamente pois o
detrimento de outras alternativas trabalhador dispõe em sua vida de assalariado habitacionais, como a de se alugar uma casa, de poucos recursos para a compra dos ação frequente e mais difundidas em outros materiais, que são, portanto, extremamente países.
disponíveis em toda loja de material de construção. Nessa linha de materiais típicos difundidos se
racionados. Esse dinheiro vem de ganhos
tem
extras mensais, como férias, décimo terceiro,
substituindo os blocos cerâmicos, dado a sua
Essa importância dada ao conceito fundo de garantia por tempo de serviço e em
o
bloco
de
concreto,
proporção ajuda a terminar
que
vem
a obra mais
de casa própria não foge às leis gerais do economias familiares a partir de sacrifício de
rapido, além das lajes pré fabricadas ( tipo
sistema. isso é, esse capital garantido pela
prel), onde, a partir da sua distribuição nas
outras aquisições também essenciais.
família que se solidifica no imóvel garante
lojas de materiais de construção verificou-se
uma certa segurança e estabilidade no
como sendo de fácil manipulação e menos
ligada a especulação imobiliária, uma vez que
Órgãos e programas do governo que
piores condições de conforto ambiental. O somente após a aprovação do loteamento na
seria capaz de resolver o problema do déficit
material deve ser sempre o mais barato e a prefeitura municipal o proprietário do lote tem
habitacional do país, agem de maneira a
manipulação simples, além da facilidade de sua situação legalizada e somente aí ele
dinamizar o processo de acumulação do
compra e transporte, provando que a oferta e poderia construir totalmente a sua casa, o que
capital ao concentrar e elitizar o destino dos
custosa. Porém sua aplicação implica em
distribuição
dos
materiais
também
sao na realidade não acontece. A casa começa a
determinantes na produção da casa.
se deteriorar antes de receber o material de
seus
financiamentos.
Como
finaliza
E.
Maricato:
acabamento. “ A análise dos fatores que
A escolha por esses materiais As
tradicionais já popularizados e testados/ conhecidos resulta de outro fator importante: grandes
condições
cidades
habitacionais
brasileiras
intervêm na produção da casa através da autoconstrução (
precariedade
próprios
terreno, materiais de construção,
apoia sempre num viés tradicional que já foi
relatórios oficiais de governos estaduais e
mão de obra,. técnica construtiva
exaustivamente testado e difundido, uma vez
federais. Ambos apontam que esse método
e recursos financeiros), mostra
não pode haver erros ou riscos na construção
difundido pelo país é resultado do modo que
que sua articulação rígida não
dá
o
pelos
nas sua
a confiabilidade da técnica empregada, que se
pois isso demandaria mais gastos para os se
admitida
tem
assentamento
residencial
da
poucos recursos familiares que podem ser população rural que migrou do campo para as destinados a construção da casa.
cidades
e
também
pelo
crescimento
deixa lugar à criatividade em relação à técnica e às soluções arquitetônicas, e que o produto
residencial relativo ao crescimento vegetativo. e Nessa linha a autoconstrução surge como a predominantemente importante na questão da melhor maneira de se conseguir um imóvel,
final é padronizado em todas as
auto
Maricato, 1982. pg 93)
Outro
construção
fator
está
chave
na
questão
do principalmente porque o estado nao investe loteamento, o terreno sobre o qual a casa se significativamente em programas mantém, a terra em forma de lotes. A posse da habitacionais voltados às classes mais baixas propriedade e do terreno atua de forma a e nem os salários são valorizados para serem
regiões metropolitanas, com variações insignificantes. “ (E.
garantir que os recursos empregados pelo capazes de cobrir os custos relativos da construtor não sejam desperdiçados caso haja habitação uma retomada de posse ou remoção. Assim, a autoconstrução ainda permanece
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PAPEL SOCIAL DO ARQUITETO Tem-se estabelecido, então, que a Neste cenário pulsa a questão do papel social técnica da autoconstrução é a arquitetura do arquiteto, reconhecido aqui como possível possível para a classe trabalhadora dada as agente transformador. Num país onde, condições em que se dá a sua reprodução em segundo pesquisas do CAU, apenas 15% das pessoas que constroem ou reformam meio urbano. Na busca em resolver esta utilizaram os saberes de um arquiteto, questão, que está ligada, sobretudo, muito busca-se democratizar o acesso da população mais a uma lógica de acumulação capitalista aos serviços dos profissionais da área, que mais do que questões arquitetônica, mantém a arquitetura ainda no pedestal reconhece-se a importância de todo o sistema elitista ou governamental do período que acaba por moldar as formas de morar. renascentista. Nessa linha, Engels
já afirmava que o
para a concretização dessa problema da habitação é um problema Logo, autoconstrução almejada, faz-se uso da LEI Nº insolúvel nas sociedades capitalistas. Porém, 11.888, 2008, que ““assegura às famílias de Como aceitar o cenário capitalista real e baixa renda assistência técnica pública e oferecer nesse cenário uma resposta à crise? gratuita para o projeto e a construção de Uma vez que o problema da habitação real e habitação de interesse social” merece uma resposta de imediato.
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16
ASSESSORIA TÉCNICA Defesa: Assessoria técnica de interesse social usada como ferramenta de política urbana e não apenas como política habitacional.
Visão ideal: Escritório de assessoria técnica articulado com um plano de urbanização, como contraponto para as alternativas à unidade pronta presente nos programas habitacionais vigentes
O papel do arquiteto se altera ao longo da história. Nos primórdios: Exclusividade da nobreza e dos poderosos, arquitetura dos Mecenas. Atualmente, tem-se a questão da função social do arquiteto: Nosso papel na sociedade como um possível agente transformador. Logo, pensar Autoconstrução assistida por profissionais da construção não é uma novidade. Fornece o poder para a população se livrar dos processos capitalistas de obtenção de uma moradia
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Assessoria técnica| Exemplo Histórico de cajueiro seco “ O núcleo habitacional de Cajueiro Seco, realizado pelo governo Miguel Arraes no grande Recife, em 1963-64, tem sido referenciado por parte da historiografia da arquitetura brasileira como um momento singular de inflexão na história do projeto habitacional no Brasil e das relações do arquiteto com os territórios populares e sua construção.” Jospe Tavares Correia de Lira | Território, habitação popular e arquitetura moderna: cajueiro seco, Pernambuco 1963-64 *Acácio Gil Borsoi, autor do projeto de pré-fabricação da taipa ali implementado.
_ 1960-64, sertão de Pernambuco “(...)uma das particularidades mais interessantes do nosso anteprojeto é, precisamente essa, de tornar possível – graças ao emprego da técnica moderna – o aproveitamento deste primitivo processo de construir(...)”.
_ taipa pré-fabricada _ taipa: - exigência técnica e material + elemento tradicional _ permite um trabalho familiar _ 2 etapas: fabricação e montagem _ racionalização moderna + técnica popular
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assessoria técnica: conceito _ autoconstrução como principal forma de produzir habitação no Brasil e falta de acesso das faixas sociais mais baixas à contratação de arquitetos, engenheiros e outros profissionais; relação com a questão do direito à moradia _ “O serviço consiste na disponibilização de assistência técnica de profissionais habilitados para apoio especializado à autoconstrução. Neste sistema, um engenheiro, arquiteto ou técnico acompanha a obra e orienta os moradores e a mão-de-obra, de forma individualizada, a construir as moradias, realizando projetos e fornecendo listas de materiais e orçamentos” (GARRIDO E SILVESTRE, 2013)
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_ Estatuto da Cidade, 2001: “assistência técnica e jurídica gratuita a comunidades e grupos menos favorecidos” como um dos instrumentos da política urbana _ LEI Nº 11.888, 2008: “assegura às famílias de baixa renda assistência técnica pública e gratuita para o projeto e a construção de habitação de interesse social”
copromo(cooperativa pró-moradia de osasco) 1990-98. Jardim Piratininga, Osasco-SP. alvenaria estrutural, circulação externa em estrutura metálica. 320 unidades autofinanciadas e 680 unidades financiadas pela CDHU. EXEMPLO CONTEMPORÂNEO DO EMPREGO DA ASSESSORIA TÉCNICA
20 fonte: http://www.usina-ctah.org.br/copromo.html
FLEXIBILIDADE NA HABITAÇÃO E PROCESSO PARTICIPATIVO ATENTO: O TEXTO SEGUINTE FOI RETIRADO DO ARTIGO “No outro extremo, a participação plena é definida como o lugar “onde todo indivíduo, “Arquitetura e participação: a caminho da membro de um corpo de tomadas de decisão, produção de interfaces e não de espaços acabados” DO GRUPO MOM UFMG, DISPONÍVEL NO tem o mesmo poder para determinar o resultado das decisões”.Para ela, esta seria a LINK: ideal, mas, devido ao http://www.mom.arq.ufmg.br/mom/10_arquitetosparticipação
Segundo Carole Pateman ( filósofa na área de teoria política e feminismo) existem três tipos de participação: pseudo, plena e parcial. “Pseudo-participação é a mais comum na arquitetura: os usuários são chamados a participar do processo de projeto apenas para legitimar as propostas impostas pelos arquitetos. Pateman diz que “pseudo-participação … abarca técnicas usadas para persuadir empregados a aceitar decisões que já foram tomadas.” Este tipo de participação, para Paterman, deve ser extinta da arquitetura. “
pressuposto caráter igualitário de todos os participantes, explícito em sua definição, não acontece com frequência na arquitetura. Os arquitetos estão sempre em vantagem inicial por deterem o poder do conhecimento técnico, que os diferencia dos demais participantes. Assim, na arquitetura devemos pensar numa participação pelo menos parcial. O conhecimento do arquiteto é um instrumento de poder que tanto pode ser usado como um atributo negativo, no sentido da pseudo-participação, quanto poder ser usado como um poderoso instrumento em benefício do usuário, ajudando as pessoas a entenderem seus espaços vividos, interpretarem suas demandas e produzirem
espaços conforme tais demandas, em vez de impor formas de viver. Uma das principais características de um processo de projeto participativo, ainda que seja de participação parcial, é a abertura do processo em lugar da criação de produtos acabados, prontos para morar ou prontos para imprimir maneiras de viver.” “Pensar numa participação pelo menos parcial. O conhecimento do arquiteto é um instrumento de poder que tanto pode ser usado como um atributo negativo, no sentido da pseudo-participação, quanto poder ser usado como um poderoso instrumento em benefício do usuário, ajudando as pessoas a entenderem seus espaços vividos, interpretarem suas demandas e produzirem espaços conforme tais demandas, em vez de impor formas de viver.”
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“Apesar dos esforços de grande parte dos arquitetos em criar produtos acabados, a idéia do projeto como processo aberto não é uma novidade trazida com as tecnologias da informação e comunicação (TIC). O embrião dessa idéia já está nas críticas da produção em massa (que questionam os conjuntos habitacionais enormes), do processo de projeto tradicional (que reproduz a separação entre projeto, construção e uso) e dos procedimentos construtivos (que reforçam a divisão do trabalho) pelo menos a partir da década de 1960. Elas mostram o quanto é difícil, para os arquitetos, deixar indivíduos e pequenos grupos decidirem sobre suas demandas e construirem suas próprias casas. Freqüentemente, o usuário era (e ainda é) visto como o sujeito que apenas ocupa o espaço arquitetônico depois que ele está pronto, acabado. O papel do usuário não é entendido como o de produtor do espaço, mas espera-se dele apenas que conforme seu corpo e sua performance àquilo que foi previamente pensado. Nos anos 60, para combater essa visão do usuário passivo, alguns arquitetos levantaram a discussão acerca da tradicional arquitetura acabada. Isso ocorreu principalmente na Europa, onde a indústria da construção estava então mais ativa do que nunca, mas já saia de um período de produção intensa no âmbito da reconstrução das cidades no pós-guerra.
Os arquitetos à frente de tal debate foram, em sua maioria, pessoas que eram jovens durante a guerra e que se envolveram nos debates acadêmicos no fim dos anos 50, tais como Lucien Kroll, Ralph Erskine, Christopher Alexander, Walter Segal, N. John Habraken, Yona Friedman, os membros do Archigram e Cedric Price, para mencionar apenas alguns. Eles tentaram projetar e construir usando alguma forma de participação parcial, ainda que de maneiras bem distintas. Os arquitetos à frente de tal debate foram Lucien Kroll, Ralph Erskine, Christopher Alexander, Walter Segal, N. John Habraken, Yona Friedman, os membros do Archigram e Cedric Price, para mencionar apenas alguns. Eles tentaram projetar e construir usando alguma forma de participação parcial, ainda que de maneiras bem distintas. Já o processo de participação proposto por Segal difere dos mencionados acima. Segal desenvolveu um método de autoconstrução que inclui o usuário na produção do espaço propriamente dita, embora não culmine num edifício ou processo abertos. A crítica da produção de massa, no caso de Segal, foca a dificuldade de indivíduos e pequenos grupos construírem suas próprias casas usando materiais e processos construtivos tradicionais.
Ele propõe um método (Método Segal) que tem por base um sistema modular usando madeira e outros materiais cotidianos encontrados nas lojas D.I.Y (do it yourself, faça você mesmo), que poderia ser facilmente adotado por qualquer grupo. Sem dúvida, a modulação e a flexibilidade propostas nos espaços, seja por Habraken ou Segal, apontam para uma maior adaptabilidade dos espaços ao longo do tempo. A flexibilidade do espaço e seu uso são fatores fundamentais à participação do usuário ao longo do tempo.
Nesta linha, o presente trabalho se apoia no sistema de Habraken e de Segal, utilizando-se do conceito de Suporte e recheio aliado a inclusão do usuário no processo participativo, facilitando sua execução com um sistema modular e construído com materiais acessíveis e locais, típica defesa do método de Segal.
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DIREITO À CIDADE. IMPLANTAÇÃO E LEITURAS
Estratégias:
ONDE EU MORO > COMO EU MORO
ESTRATÈGIA Possibilitar a construção de RESIDÊNCIAS em regiões CONSOLIDADAS da cidade, que já possuam infraestrutura, transporte e proximidade com o centro da cidade onde se localiza a maioria dos serviços, comércios e locais de cultura e lazer. -COMO: Devido ao alto custo de terrenos nessas regiões , baratear o máximo possível a construção da residência. ( Aposta no modelo embrião associado à auto construção com o uso de materiais não convencionais no repertório arquitetônico e ainda dividir custos do terreno entre várias famílias ESCOLHA DO LOTE: dentifica-se terrenos de “sobra” do tecido urbano, que apresentam dificuldade de implantação. Essas áreas residuais com lotes não favoráveis estreitos e compridos mas que se encontram em áreas urbanas consolidadas, com infraestrutura e equipamentos vida. Jd. Zavaglia Sao Carlos urbanos e culturais. ● Fazer valer a função social de uma área consolidada
25
JD. ZAVAGLIA SC
LEVANTAMENTO SOBRA: TERRENOS DE DIFICIL IMPLANTAÇÃO
26
416m² Vila Celina
1400m²
1176m² Parque Arnold Shimidit
1431m²
1176m² Vila Arnaldo
1600m²
SÃO CARLOS SP
ÁREA DE INTERVENÇÃO
MAPA DE EXPANSÃO URBANA > EM MARROM, CENTRO DA CIDADE E PERÍMETRO DE PATRIMÔNIO HISTÓRICO > NOVOS LOTEAMENTOS DE ALTO E BAIXO PADRÃO LOCALIZADOS NA BORDA URBANA.
27
ÁREA DE INTERVENÇÃO
MAPA DE USOS > VERIFICA-SE AGLOMERAÇÃO DE ATIVIDADES COMERCIAIS NO EIXO NORTE/SUL, >AGLOMERAÇÕES EM AVENIDAS TRADICIONAIS DA CIDADE OUTRAS CENTRALIDADES: > AVENIDA GETÚLIO VARGAS > RUA LARGA > RUA ANTONIO BLANCO > AVENIDA MIGUEL PETRONI
28
SÃO CARLOS SP
ÁREA DE INTERVENÇÃO
MAPA DE EQUIPAMENTOS PÚBLICOS E LINHAS DE TRANSPORTE CIRCULAR > ÁREA DE INTERVENÇÃO LOCALIZADA PRÓXIMA ÁS PRINCIPAIS VIAS E EQUIPAMENTOS PÚBLICO/COMERCIAIS
29
ÁREA DE INTERVENÇÃO
MAPA SOBREPOSTO > ÁREAS DE PRECARIEDADE > PARCELAMENTOS >TRANSPORTES >EQUIPAMENTOS
30
O BAIRRO 31
-PLANO DIRETOR: LOTE EM ZONA DE OCUPAÇÃO CONSOLIDADA. -DENSIDADE DO PROJETO: 253 HAB/HA
DENSIDADE 32
IMPLANTAÇÃO DO CONJUNTO ●
PRANCHAS TÉCNICAS EM MAIOR DEFINIÇÃO E ESCALA EM ANEXO:
LOTE -ÁREA= 1500m² - LOTE ORIGINAL + DESMEMBRAMENTO DE LOTE VIZINHO
35
ACESSOS TÉRREO MARCENARIA
ACESSO RUA INTERNA EXISTENTE
ACESSO RUA PRINCIPAL
UNIDADE BASICA. 62M²
36
1º PAVIMENTO
UNIDADE BASICA KIT. 31M²
37
2º PAVIMENTO Como
resposta,
apresenta LAVANDERIA COLETIVA
este
uma
trabalho
proposta
que
relaciona a autoconstrução com a questão da assessoria técnica. Na linha de pensamento “juntos somos mais
fortes”,
as
15
unidades
habitacionais que resumem esse projeto não seriam de fato factível num processo de autoconstrução simplista,
onde
cada
morador
possuísse a autonomia que teria em um lote isolado. Ao ratear o terreno entre
as
unidades,
necessidade
de
uma
houve
a
troca
do
processo de autoconstrução para o processo
de
autogestão,
que
preserva de certa forma muitos preceitos da autoconstrução, mas que, auxiliada por uma política de assessoria
técnica,
garante
a
integridade de todo o conjunto e sua implantação em área privilegiada no tecido urbano São Carlense.
38
CORTE TRANSVERSAL
39
CORTE LONGITUDINAL
40
VISTAS DO CONJUNTO
ESPAÇO CÍVICO
43
CAIXA D'ÁGUA, EXPLORAR MONUMENTALIDADE, MARCO
44
45
MARCENARIA / FABRICAÇÃO DOS PAINÉIS USADOS NAS TIPOLOGIAS
46
47
48
49
50
51
52
53
RUA CONDE DO PINHAL ENTRADA PRINCIPAL PARA O CONJUNTO SE APRESENTA COM UM ESPAÇO ABERTO, ESCALONADO EM NÍVEIS, DE FORMA A ABRIGAR ATIVIDADES DIVERSAS DOS MORADORES OU DEMANDAS DA CIDADE.
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POTENCIALIDADES DO TIJOLO. PRETENÇÃO DE MATERIAL PARA TORRE DA CAIXA DE ÁGUA.
VISTA DA PASSARELA DE ACESSO. A DIREITA, RAMPA DIMENSIONADA PARA ENTRADA DE BOMBEIROS EM CASO DE EMERGÊNCIA. AO CENTRO, CAIXA D’AGUA E SUPORTE PARA PASSARELAS E ESCADAS DE ACESSO
55
TELHADO LEVE, ESTRUTURA E CHAPA METÁLICA COM BEIRAL GENEROSO
BASE DE CONCRETO. PROTEÇÃO PARA A PAREDE DE ADOBE
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RUA BENEDITO DA SILVA ENTRADA DE VEÍCULOS. RUA INTERNA DA QUADRA. CARÁTER MAIS RESERVADO. 5 VAGAS DE ESTACIONAMENTO PREVISTAS PARA O CONJUNTO. ATENDE ⅓ DO NÚMERO DE RESIDÊNCIAS. JUSTIFICATIVA: PROXIMIDADE COM O CENTRO, PRINCIPAIS VIAS E LINHAS DE ÔNIBUS
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A UNIDADE FLEXÍVEL
TELHA METALICA TRELIÇA METÁLICA
LAJE PRE-FABRICADA PAINÉIS DE MADEIRA PAREDE ESTRUTURAL DE ADOBE BASE DE CONCRETO CONTRAPISO DE CONCRETO
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MATERIALIDADE A questão da relação entre a moradia e o modo de vida aparece como um dos mote deste projeto. Temos ao lado as reflexões oriundas da Bienal de artes de 2016, especificamente com a obra de Lais Myrrha, dois pesos e duas medidas (imagem 04). A obra age de maneira comparativa entre dois modos distintos de habitar, utilizando a questão da materialidade para expor as diferenças, mas também os elementos em sintonia, que existe entre ambos .
Ver todos os materiais utilizados na do processo de feitura de uma casa, construção de uma casa, organizados e começando na etapa projetual da caneta e do empilhados, quase tão disponíveis como os papel e chegando até as vias de fato que produtos nas prateleiras de um supermercado, abordam o real fazer do canteiro. desperta a questão do quão acessível, prático e rápido poderia ser a construção de uma casa. Tal questão age como motivação principal desta pesquisa, que visa como produto a elaboração de um projeto habitacional que atenda as necessidades mínimas de qualquer ser humano e que possa se adaptar às necessidades específicas de cada núcleo familiar, mas constituído, porém, de uma tectónica e materialidade acessível e manipulável por construtores leigos na questão da construção civíl. Assim, este artigo, ao buscar sintetizar conceitos, dados, investigações formais e ideias reunidas ao longo de um semestre de pesquisa sobre a questão da habitação no Brasil, analisa e levanta questões a respeito das moradias levantadas por autoconstrução e pelos programas habitacionais já estabelecidos, (primeira alternativa de moradia aos quais grande parte dos brasileiros recorrem), e atua de maneira propositiva à novas alternativas projetuais, elaborando propostas que se distingam não somente em questão de programa, mas em todos os fatores inerentes de uma habitação.Portanto, a revisão completa de todo o ciclo construtivo
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PAINÉIS DE MADEIRA. > RECHEIO > INTERIOR DAS TIPOLOGIAS
SUPORTE. TIPOLOGIA 2: : 31M² *5 UNIDADES NO CONJUNTO
SUPORTE. TIPOLOGIA 1: 62M² x11 UNIDADES NO CONJUNTO
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PAREDES ESTRUTURAIS DE ADOBE > SUPORTE. > ABRIGO PADRÃO
PAINÉIS DE MADEIRA.
-Painéis montados. -estrutura -vedação * Referência: Painel de vedação HABIS, Livro de modelos reduzidos. * painel modulado desenvolvido na optativa: IAU0693: Parâmetros para Projetos Habitacionais em Madeira.
PAREDES ESTRUTURAIS DE ADOBE > SUPORTE. > ABRIGO PADRÃO
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POSSIBILIDADES TIPOLOGIA A: 2 QUARTOS 1 VARANDA 1 BANHEIRO ACESSÍVEL GRANDE SALA DE JANTAR
TIPOLOGIA B: 2 QUARTOS 1 BANHEIRO ACESSÍVEL GRANDE COZINHA
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TIPOLOGIA C: 2 QUARTOS 1 BANHEIRO FACHADA LESTE TODA LIVRE A FACHADA OESTE: DORMITÓRIOS
TIPOLOGIA D: 2 QUARTOS 1 BANHEIRO ACESSÍVEL FACHADA OESTE TODA LIVRE
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POSSIBILIDADES TIPOLOGIA D: 3 QUARTOS 1 BANHEIRO
TIPOLOGIA E: 2 QUARTOS 1 BANHEIRO ACESSÍVEL ESPAÇO PARA TERRAÇO OU PEQUENO COMÉRCIO/SERVIÇO
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TIPOLOGIA F: 1 QUARTO 1 BANHEIRO
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REFERÊNCIA: O projeto do grupo MARH, autoconstrução e flexibilidade em sua totalidade: Na linha da autoconstrução e autogestão, dessa vez em sua totalidade, têm-se outra saída, encontrada na faculdade federal de minas gerais (UFMG), que apresenta uma resposta para as questões problematizadas neste artigo: O grupo de pesquisa Morar de outras maneiras (MOM) com o programa de 2006: Método de autoconstrução racional de habitações (MARH). A questão que move a pesquisa se baseia na possibilidade de realizar, em suas próprias palavras, “ uma moradia confortável, tecnicamente bem solucionada, passível de personalização e economicamente viável, sem a participação de mão de obra especializada.” Seus pressupostos se resumem em envolver os futuros moradores em todas as etapas existentes no processo de construção, participando desde a concepção até a construção da habitação. Assim, o papel do arquiteto é retirado como elemento central e passa a atuar como consultor e auxiliar dos usuários na construção do espaço que irão habitar.
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Ainda, em suas palavras, está presente a questão de: “[...]explorar um método construtivo que seja capaz de possibilitar, de forma simplificada, mudanças e interferências nas habitações por parte dos moradores, permitindo que os mesmos sejam capazes de experimentar soluções e alternativas diversas de partidos e leiautes, em respeito ao espírito de mudança e dinamismo próprios dos cidadãos brasileiros[...]” A questão do dinamismo é uma chave para se encarar os programas habitacionais, uma vez que influenciará a vivência das famílias em diversos casos. Ao considerar por exemplo, outras formas de acesso que não sejam programas como o minha casa minha vida (que oferecem uma tipologia única para todos os participantes), como os programas de financiamento oferecidos pelos grandes bancos, deve-se considerar que o lote com a casa construída serão pagos ao longo de muitos anos e, muitas vezes, com o passar do tempo a família terá novas necessidades, que não serão respondidas por uma casa com programação fixa e fechada à novas configurações. Assim, pensar uma habitação que se adapte ao “espírito de mudança e dinamismo próprios dos brasileiros” torna-se uma preocupação latente deste estudo.
Na questão da materialidade, ainda, o grupo se preocupa com métodos construtivos alternativos ao tradicional brasileiro como forma de amenizar o impacto ambiental ao ter uma diminuição do volume de resíduos. Para isso, utilizam materiais disponíveis no mercado em dimensões padronizadas e amigáveis à escala humana como forma de evitar o uso de maquinário pesado no canteiro de obras. Utilizam uma estrutura de madeira, variando entre diversos perfis, associados à placas de OSB, formando a estrutura da edificação. Estes materiais leves e padronizados, porém, atendem no projeto às normas de conforto, onde o grupo detalha os materiais utilizados e técnicas que respondem ao clima predominantemente quente e úmido brasileiro Outra chave importante no trabalho apresentado se dá na atenção para a forma de representação do projeto residêncial. O grupo busca uma linguagem gráfica alternativa ao desenho técnico que possa parecer demasiado complicado para um público leigo, mas ao mesmo tempo clara e eficaz para que os usuários entendam de fato o projeto a ser construído, evitando erros pelo instrumento do desenho bem detalhado.
REFERÊNCIA: REFERÊNCIA: Essa autonomia de decisões projetuais podem sim acarretar problemas futuros oriundos de um projeto mal elaborado. Por isso, apesar de apresentarem um sistema que possibilite a auto-construção, o arquiteto ainda aparece como agente atuante no processo de elaboração projetual. Com essa experimentação do grupo MARH, há a possibilidade de se pensar o processo construtivo com uma nova atenção ao canteiro de obras, uma vez que este passa a ter suas atividades geridas e executadas pelo futuro morador da nova residência, garantindo assim uma redução considerável nos custos com a força de trabalho.
Imagem 1: Mom UFMG. Representação de uma parte do manual.
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ENCAMINHAMENTOS TGI Após a descrição da problemática da habitação no Brasil e o fato incontestável de que a autoconstrução surge como a arquitetura possível para a classe trabalhadora, busca-se subir mais um degrau e avançar a respeito dessa forma de construir, absorvendo os conceitos e ideias das referências apresentadas, integrando-os numa nova proposta projetual que envolva uma revisão do projeto ao canteiro. Tendo em vista, porém, a grande responsabilidade de propor um método construtivo que apesar de ser milenar como o adobe não se faz mais tão comum na vivência cotidiana, desconhecido portanto para a maioria dos cidadãos leigos em assuntos da construção civil. Tal questão tem extrema importância, uma vez que a confiabilidade da técnica deve ser inquestionável e assegurar que o investimento feito em materiais não será desperdiçado com experimentações custosas. Para isso, se destina ao projeto uma grande atenção futura aos detalhamentos construtivos que devem ser pensados em cada mínima parte a fim de assegurar a ausência de erros e situações imprevistas.
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O projeto ainda, deve basear-se no conceito da construção por etapas, previstas e elaboradas sobre um cronograma a fim de equacionar desde o começo soluções de canteiro e de fabricação do adobe. Assim, pensar um projeto que se concretize gradualmente a partir da estrutura de SUPORTE estabelecida. Isso significa que o projeto da casa não precisa ser construído em sua totalidade para começar a abrigar seus moradores. Com isso, custos extras com aluguel são evitados, e o morador tem a escolha de continuar a construção dos painéis ( que garantem a total ocupação em seu módulo habitacional) em um momento mais oportuno por motivos de tempo ou dinheiro. Cabendo a suas necessidades a decisão de expandir o projeto em um novo ambiente ou investindo em estratégias de conforto e acabamentos (previamente estabelecidos na prancheta).
A materialidade entra como questão que dá liga a todas essas diretrizes e foi pensada através de um viés econômico. A disponibilidade de materiais está ligada sobretudo como forma de evitar custos extras com transporte. Assim, prevê-se a utilização de produtos comuns no catálogo da construção civil, como lajes pré fabricadas, tubos, placas OSB, madeira e etc, para compor a projeto construtivo que complementam a estrutura de adobe A elaboração de um guia que norteie passo a passo as etapas de construção, ainda, devem ser acompanhadas de um guia com uma linguagem de fácil assimilação para leigos, para além de todo um aparato de maquetes de detalhamento e desenhos técnicos típicos de uma obra arquitetônica.Tal estratégia de representação gráfica alternativa e simplificada, usada no programa do grupo MARH da Universidade federal de Minas Gerais apresentado anteriormente , prevê-se a diminuição de falhas na obra e uma maior disseminação desse modelo de projeto aos envolvidos em sua construção, muitos deles leigos e somente assistidos pela assessoria técnica.
Acompanhado de uma linguagem apropriada a um público comum, o detalhamento projetual aparece também como fundamental nesta proposta, prevendo uma passagem do desenho para a modelação/construção do mesmo em softwares de modelagem 3d, ou até mesmo maquetes de detalhamentos em escala 1:1, visando ter uma visão total do produto final. Com isso, surgirá como consequência a elaboração de um catálogo de orçamento, a fim de tornar mais factível a realização do projeto, concretizando sua futura construção. Um último benefício reconhecido na arquitetura participativa autogerida e incorporado nesse projeto está no fato da participação total do usuário nos processos construtivos de sua futura habitação. O morador terá, por fim, uma visão total do processo construtivo, estabelecendo assim uma relação de maior conhecimento e entendimento entre morador/habitação, pouco comum em outros tipos de projetos habitacionais.
Esta pesquisa nasce, portanto, da aposta na autoconstrução como uma possível saída ao problema do déficit habitacional. Reconhecer e aceitar este método como a arquitetura possível de grande parte da classe trabalhadora resultará não em um conformismo, mas sim numa crença das inúmeras possibilidades habitacionais que surgirão caso exista o auxílio científico adequado. Um novo tipo de assessoria técnica que amplifique o espírito de inventividade nato ao povo brasileiro.
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-Arquitetura e participação: a caminho da produção de interfaces e não de espaços acabadOS Método de Autoconstrução Racional de Habitações. Escola de arquitetura UFMG. 2006. Disponível em : <http://www.mom.arq.ufmg.br/mom/10_arquitet os/quadro.htm -PLANO DIRETOR DE SÃO CARLOS 2016 NORMAS TÉCNICAS DE CONFORTO E SALUBRIDADE: ABNT 15572
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NBR_15575-1_2013
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