PORTFÓLIO arquitectura BRUNO MACEDO FERREIRA

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PORTFÓLIO


setembro 2011


ÍN DIC E ___

CURRICULUM VITAE

P 1 0 AMADORA zona UOP04 P 09 BAIRRO DO ALTO DA COVA DA MOURA infra-estrutura urbana, espaço público, mercado multicultural P 08 DEZ CASAS Amadora/Buraca P 07 BARREIRO Reinventar o território P 06 BARREIRO interface rodo-metro-fluvial P 05 HABITAÇÃO COLECTIVA no aterro da Boavista + fórum de eventos + comércio + parqueamento P 03 ABRIGO DE FIM-DE-SEMANA fotógrafo Daniel Malhão

.002

.011

.031

.059

.093

.113

.127

.141



CURRICULUM VITAE ___

IN FORMAÇÃO PESSOAL nome

Bru no André Macedo Ferreira

nascimento

15 de Julho de 1987, Barcelos

morada permanente

Rua da Senhora das Candeias nº89, Galegos Santa Maria 4750-463 Barcelos, Portugal

morada temporária

Alameda das Linhas de Torres nº 68, 3ºandar 1750-147 Lisboa, Portugal

telemóvel

+351 912109672

correio electrónico

bruno.andre.macedo.ferreira@gmail.com

site

www.wix.com/brunomferreira/arquitectura

E M PREGO PRETENDIDO

ARQUITECTO ESTAGIÁRIO

.003


E X PERIÊNCIA PROFISSIONAL função

A rquitecto Estagiário no PROMONTÓRIO arquitectos

datas

desde Abril de 2011

principais actividades e responsabilidades

endereço

. Hotel Kempinski Damascus, Damasco, Síria. Estudo Prévio; . Comporta Terraces, Alcácer do Sal, Portugal. Estudo Prévio; . Concurso de ideias para o projecto habitacional nas parcelas 2.2 e 2.3 da Quinta do Correio-Mor, Loures, Portugal. Concurso; . Concurso Público de Concepção, a nível de estudo prévio, para a elaboração do projecto das novas instalações da EGP-UPBS, Matosinhos, Portugal. Concurso; . Actualização do site do atelier. www.promontorio.net

função

V oluntário na Bienal Internacional ExperimentaDesing’11 ExperimentaDesing’11

datas

de Setembro de 2011 a Novembro de 2011

principais actividades e responsabilidades

. Assistente de Montagem e Assistente de Exposição/Sala

endereço

www.experimentadesign.pt/2011/pt/index.html

função

A rquitecto

datas

desde Junho de 2011

principais actividades e responsabilidades

. Projecto de Reabilitação do Centro Histórico de Odivelas – estudo de caracterização morfológica. Estudo encomendado ao Centro de Investigação em Arquitectura e Áreas Metropolitanas (CIAAM) do ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa pela Câmara Municipal de Odivelas (CMO), co-financiado pelo PORLisboa, QREN e Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional da União Europeia;

função datas

In vestigador/Colaborador

principais actividades e responsabilidades

. Projecto de Investigação "Gabinetes Coloniais de Urbanização: Cultura e Prática Arquitectónica". Projecto coordenado por Ana Vaz

desde Março de 2011

Milheiro e financiado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia; endereço

http://gabinetescoloniais.wordpress.com (cont.)

004.


(cont.)

função

A rquitecto/Técnico de Levantamento

datas

de Dezembro de 2010 a Fevereiro de 2011

principais actividades e responsabilidades

. Projecto de Reabilitação do Centro Histórico de Odivelas – estudo de caracterização sócio-demográfica e arquitectonico-construtiva. Estudo encomendado ao CIAAM do ISCTE-IUL pela CMO, cofinanciado pelo PORLisboa, QREN e FEDR da UE.

função

V oluntário/Estudante

datas

de Outubro de 2010 a Janeiro de 2011

principais actividades e responsabilidades

. Estudo sobre o perfil social dos visitantes da Trienal de Arquitectura de Lisboa 2010. Parceria da Trienal de Arquitectura de Lisboa com o CIAAM do ISCTE-IUL.

endereço

http://www.trienaldelisboa.com/

E DUCAÇÃO E FORMAÇÃO datas

de Setembro de 2005 a 17 de Novembro de 2010

designação da qualificação atribuída

Mestre Arquitecto

nome da instituição de ensino

ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Portugal Av. das Forças Armadas, 1649-026Lisboa

nível segundo a classificação nacional

média final: Muito Bom 16/20 valores

principais disciplinas

. Projecto Final em Arquitectura. 5º ano 2009/2010: Prova de Defesa Pública realizada em 17 Novembro de 2010. Classificação final de 18/20 valores; disponível para consulta no repositório do ISCTE-IUL em: http://repositorio-iul.iscte.pt/handle/10071/2292 . 18/20 valores. Componente prática orientada pelo Doutor Paulo Tormenta Pinto, Arquitecta Ana Lúcia Barbosa e Arquitecto Gonçalo Byrne; . 19/20 valores. Componente teórica – “[in]formar a Cidade Contemporânea: a criação de uma imagem/modelo de periferia com a obra do arquitecto Fernando Silva” orientada pela Doutora Ana Vaz Milheiro; disponível para download em: http://www.issuu.com/brunomacedoferreira/docs/informar_a_cidade_c ontemporanea_bruno_m_ferreira

.005


A PTIDÕES E COMPETÊNCIAS PESSOAIS língua materna

Português

outras línguas

Espanhol Inglês Francês

compreensão: excelente

expressão: média

compreensão: média

expressão: média

compreensão: média

expressão: elementar

. 11 de Maio a 8 de Junho, Formação em Língua Inglesa – informações acerca da vida quotidiana, compras e serviços e locais de interesse turístico. CECOA. . 15 de Junho a 14 de Julho de 2011, Formação em Lingua Inglesa – atendimento. CECOA

aptidões e competências de organização

. curadoria, organização do catálogo e montagem da Exposição “O Dia Seguinte: prémios, experiências e projectos dos alunos do MIA – Barreiro, Marvila, Luanda e Cova da Moura”. Exposição realizada entre 18 e 28 de Maio de 2011. Átrio do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . curadoria e montagem da Exposição de Fotografia “A Arquitectura das Cidades Gémeas, Viena-Bratislava”. Exposição realizada entre 20 de Maio e 12 de Junho de 2009. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . co-organização da Viagem de Estudo a Viena e Bratislava, subordinada ao tema “A Arquitectura das Cidades Gémeas, VienaBratislava”, realizada entre 13 e 19 de Abril de 2009;

aptidões e competências informáticas

. domínio de AutoCAD (2D e 3D); ArchiCAD; Adobe Photoshop; CorelDRAW Graphics Suite; Artlantis Studio; 3D StudioMax; Google SketchUp – prática adquirida no contexto universitário e profissional; . domínio de Microsoft Office: Word, Excel, Outlook, PowerPoint. Curso de Informática Operadores. Classificação final de 17/20 valores. 1998.

006.


IN FORMAÇÃO ADICIONAL prémios e distinções

. “ Prémio Caixa Geral de Depósitos – Melhor Aluno Finalista do Mestrado Integrado em Arquitectura no ano lectivo 2009/2010 ”. 13 de Dezembro de 2010. Grande Auditório ISCTE-IUL; . Short list "30 projectos seleccionados para integrar a Exposição Falemos de Casas: Concursos – Projecto Cova da Moura ". Setembro 2010; . “ Prémio de Excelência Académica – As melhores notas de frequência de Mestrado”, obtido no ano lectivo 2008/2009. 16 Dezembro de 2009. Grande Auditório ISCTE-IUL; . “ Menção Honrosa no Concurso de Fotografia A Arquitectura das Cidades Gémeas, Viena-Bratislava ”. Exposição realizada entre 20 de Maio e 12 de Junho de 2009. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL; . “ Bolsa de Mérito 2009 atribuída pelo Departamento de Arquitectura e Urbanismo do ISCTE-IUL para participação na Viagem de Estudo a Viena e Bratislava ”, realizada entre 13 e19 de Abril de 2009; . “ Prémio de Excelência Académica – As melhores notas de frequência de Licenciatura, obtido no ano lectivo 2006/2007 ”. 17 Dezembro de 2007. Grande Auditório ISCTEIUL.

exposições

. Exposição “ O Dia Seguinte: prémios, experiências e projectos dos alunos do MIA – Barreiro, Marvila, Luanda e Cova da Moura” . Exposição realizada entre 18 e 28 de Maio de 2011. Átrio do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . Exposição “ Falemos de Casas: Concursos – Projecto Cova da Moura ”. Exposição realizada entre 16 de Outubro de 2010 e 16 de Janeiro de 2011. Fundação EDP - Museu da Electricidade, Lisboa; . Exposição de Fotografia “ A Arquitectura das Cidades Gémeas, Viena-Bratislava ”. Exposição realizada entre 20 de Maio e 12 de Junho de 2009. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . Exposição “ Habitar em Colectivo: Arquitectura Portuguesa antes do S.A.A.L. – Unidade Residencial de Ramalde”. Exposição realizada entre 13 de Maio e 12 de Julho de 2009. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . Exposição “Caixas Negras ou um elogio do Processo”. Exposição realizada entre 14 e 25 de Setembro de 2009. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . Exposição referente ao workshop de abertura do ano lectivo 08/09 “ A Cápsula ”. Exposição realizada entre 08 e 10 de Outubro de 2008. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa; . Exposição “ Trabalhos de Arquitectura realizados na Licenciatura em Arquitectura, ano lectivo 2006/2007”. Exposição realizada entre 4 e 19 de Outubro de 2007. Sala de Exposições do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa.

.007


publicações

. FERREIRA, Bruno. Cova da Moura: Infra-estrutura urbana, Espaço público e Mercado Multicultural , in Falemos de Casas: Concursos, Lisboa: Athena, 2010, p.190-191; . FERREIRA, Bruno; DIONÍSIO, Frederico; SANTOS, Margarida; ANASTÁCIO, Susana. ISCTE – DAU Projecto Urbano Barreiro, in Estuarium, 2º Semestre 2009. Lisboa: AML, p. 33; . FERREIRA, Bruno; DIONÍSIO, Frederico; SANTOS, Margarida; ANASTÁCIO, Susana. Unidade Residencial de Ramalde, in Habitar em Colectivo: Arquitectura Portuguesa antes do S.A.A.L.. Lisboa: ISCTE-IUL, 2009, p. 27-34; . FERREIRA, Bruno; FÉLIX, Débora; COELHO, Hugo; MENEZES, Salvador. Optimist Suburbia, Uma periferia perfeita: Urbanização da Portela, in Jornal Noticias da Portela, nº 75, Setembro 2010, p. 14-15;

comunicações

. “ Cova da Moura: Infra-estrutura urbana, Espaço público e Mercado Multicultural ”. Apresentação pública dos trabalhos expostos em "O dia seguinte: prémios, experiências e projectos dos alunos do MIA – Barreiro, Marvila, Luanda e Cova da Moura, 23 de Maio de 2011. Auditório B203 do ISCTE-IUL, Lisboa; . “ Optimist Suburbia – uma periferia perfeita (o caso da Urbanização da Portela)". Entrevista à Radio Horizonte FM por Bruno Ferreira, Débora Felix e Hugo Coelho, 31 de Agosto de 2010; . Apresentação do projecto de investigação “ Optimist Suburbia – uma periferia perfeita ”. Apresentação pública por Bruno Ferreira, Debora Felix, Hugo Coelho e Salvador Menezes. 25 de Agosto de 2010. Junta de Freguesia da Portela, Loures.

colóquios/conferências/ workshops

. “ 1st Symposium Digital Fabrication – a state of art ”. 9 e 10 de Setembro de 2011. Grande auditório ISCTE-IUL, Lisboa; . Apresentação e debate a partir de “ Learning from Macau #1” e “Learning from Macau #2. Fai Chi Kei (1981-2011)”. 29 de Julho de 2011. Museu do Oriente, Lisboa; . Debate “ Grupo de Macau, caminhos na arquitectura portuguesa ”. 15 de Julho de 2011. Museu do Oriente, Lisboa; . “ Nós e os Outros – Arquitectos em Fuga (Internacionalização); Indústrias Criativas na Arquitectura; Arquitectura em Tempo de Crise”. 31 de Maio, 28 de Junho e 19 de Junho de 2011. LUX, Lisboa; . Seminário e Exposição “ Luiz Cunha – 57 anos de Arquitectura e Artes Plásticas”. 04 de Maio de 2011. Auditório B203 do ISCTE-IUL, Lisboa; . “ TEDx O’Porto”. 21 de Março de 2011. Casa da Música, Porto; . Mesa Redonda “ O Lugar do Bairro”. 19 de Janeiro de 2011. Auditório do Centro de Informação Urbana de Lisboa; . Conferência “ Jarques Herzog ”. 18 de Janeiro de 2011. Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa; 008.


. Conferência Internacional “ Arquitectura [in] ]out[ Política”. 15 e 16 de Janeiro de 2011. Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa;

(cont.)

. Colóquio Internacional “ Habitar, Pensar, Investigar, Fazer”. 14 e 15 de Janeiro de 2011. Auditório do Departamento de Arquitectura da Universidade Autónoma de Lisboa; . “ 1º Congresso Internacional (da) Habitação no Espaço Lusófono”. 22 a 24 de Setembro 2010. Grande auditório ISCTE-IUL, Lisboa; . Ciclo de Conferências e Workshops “ Making Of”. 8 e 9 de Maio de 2010. Instalações do ISCTE-IUL, Lisboa; . Seminário e Exposição “ Manuel Vicente, 15 edifícios da rota do Oriente”. 14 de Abril de 2010. Auditório B203 do ISCTE-IUL, Lisboa; . “ 2º Workshop de Investigação As Cidades”. 25 de Fevereiro 2010. Auditório 3 da Fundação Calouste Gulbenkian, Lisboa; . “ Seminário Universidades Cova da Moura ”. 25 de Janeiro de 2010. Teatro Camões, Lisboa; . Conferência “ Bairros Vivos, Cidades Vivas – Comemoração dos 40 anos do NAU LNEC”. 24 de Novembro de 2009. Auditório LNEC, Lisboa; . Workshop “ Caixas Negras ou um elogio ao Processo”. 14 a 22 de Setembro de 2009. Auditório B203 do ISCTE-IUL, Lisboa; . Seminário e Exposição “ Habitar em Colectivo: Arquitectura Portuguesa antes do S.A.A.L. ”. 13 de Maio de 2009. Auditório B203 do ISCTE-IUL, Lisboa; . Conferência “ (Re) Habitar Lisboa ”. 6 de Março de 2009, Teatro Aberto, Lisboa; . Ciclo de Conferências A Cidade no Século XXI. “ Da Cidade que Deixará de Ser Viária ”, “ The European Metropolitan Competition Perspective: Challenges and Strategies in a cross-border region: Copenhagen-Malmö”, “ A Condição Urbana”. 18, 20 e 25 de Novembro 2008. Pavilhão de Portugal, Lisboa; . Ciclo de Conferências “ Swissport09 ”. 24 e 25 de Setembro de 2009. Casa da Música, Porto; . Seminário Internacional “ Berlim: Reconstrução Crítica”. 8 de Novembro de 2008. Auditório de Serralves, Porto; . Colóquio Internacional “ A Industrialização em Portugal no séc. XX – o Caso do Barreiro”. 8 a 10 de Outubro de 2008. Auditório Municipal Augusto Cabrita, Barreiro; . Assistência de inúmeras conferências, não enumeradas, promovidas pela Ordem dos Arquitectos, pelo DAU/ISCTE-IUL assim como por outras faculdades e entidades exteriores sobre temas de Arquitectura, Urbanismo e Território. viagens

. Barcelona, Berlim, Bratislava, Corunha, Londres, Madrid, Paris, Santiago de Compostela, Sevilha, Viena e todo o território de Portugal continental

outros

. autor do blog One Urban Question, disponível em: ttp://1urbanquestion.blogspot.com (actualmente em processo de reformulação)

.009



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VERTENTE PROJECTUAL

P10 AMADORA zo na UOP04 . Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Projecto Final de Arquitectura 5º ano . Out./Set. 2010 classificação final: 18/20 valores . Trabalho de grupo desenvolvido em parceria com Filipa Fiúza, Frederico Dionísio, Susana Anastácio e Teresa Durão..

Docentes: Doutor Paulo Tormenta Pinto Arquitecta Ana Lúcia Barbosa Arquitecto Gonçalo Byrne



P10 AMADORA zo na UOP04 ___

Localizando-se o nosso caso de estudo na periferia da cidade de Lisboa, no concelho da Amadora, importa para esta análise perceber o aparecimento e crescimento dos subúrbios. Antigamente – até ao princípio do séc. XX – a noção de periferia era a de um arrabalde que produzia e abastecia Lisboa, mas também a de um local de lazer bucólico e campestre para gente endinheirada, que aí comprava as suas quintas e erguia palacetes, era uma zona saudável de ares limpos e puros para quem fugia à peste que dizimava a cidade. Era por isso considerado um local aprazível e de descanso. Pois esta conotação alterou-se como do dia para a noite. Antes de mais, a expansão da linha ferroviária para Sintra - cuja estação foi inaugurada na povoação da Porcalhota em 1887 – permitiu o surgimento ou crescimento de povoados presentes ao longo da mesma. A instalação das indústrias ficou facilitada, o que iniciou uma longa mudança no quotidiano e tipo de actividades – predominantemente agrícolas – da população residente. Nas décadas de 30 e 40 do séc. XX, em pleno regime do Estado Novo, iniciou-se a primeira expansão da cidade de Lisboa através da Estrada de Benfica. Nos anos 40 e 60 verifica-se um rápido processo de industrialização que provoca uma primeira explosão demográfica e a densificação da zona da Amadora. Por esta altura os conceitos de urbano e de cidade distanciam-se perante esta nova organização territorial, sendo que urbano se passa a associar, não a cidade mas, a “uma escala muito mais ampla já que a de «cidade» parece designar outra realidade, mais restritiva e localizada”. Mas é a partir da década de 70 que se inicia a verdadeira ocupação suburbana das zonas peri féricas da cidade de Lisboa, sobretudo devido ao boom demográfico que se verificou pela altura da atribulada descolonização africana, em que milhares de retornados e africanos entraram no país, que não tinha capacidade de os acolher, entrando em acção a especulação imobiliária. Por suburbana entenda-se a área .013



população residente e densidade populacional, em 2001, por concelho na grande Lisboa

área (Km2)

pop. residente

dens. populacional (hab/Km2)

Cascais

Lisboa

Loures

Mafra

Oeiras

Sintra

Vila Franca de Xira

Amadora

Odivelas


AMADORA

175 872

hab






urbana desqualificada que proli fera com de ficiências ao nível dos equipamentos e de infra-estruturas, nestas zonas o maior ênfase é dado à habitaçã o, geralmente com melhores condições e áreas mais generosas do que na cidade compensando a fraca qualidade de vida urbana dos seus habitantes. Assim cresceu a zona da Amadora, e tantas outras pertencentes à Área Metropolitana de Lisboa, ao sabor da especulação imobiliária e dos bairros ditos clandestinos, que surgiram fruto da oferta habitacional unidireccionada para a classe média. A Amadora não deve ser circunscrita aos seus 175 872 habitantes, mas sim, aos 2 661 850 de habitantes da área Metropolitana de Lisboa que em menos de uma hora podem deslocar-se até à cidade da Amadora. Entendemos, assim, que o potencial público alvo da cidade é muito mais alargado, não podendo esta ser reduzida ao limite geográfico do concelho. Os transportes e boas acessibilidades têm um papel preponderante na relação da Amadora com a restante Área Metropolitana de Lisboa.

A infra-estruturação do território da Amadora iniciou-se no século XVIII, com a construção do Aqueduto das Águas Livres, por esta altura o aqueduto alimentava a zona da Falagueira e possibilitou a primeira ligação à cidade de Lisboa. A segunda grande infra-estrutura que surgiu na zona foi a linha ferroviária, em finais do século XIX. No século passado, devido à democratização do automóvel, iniciou-se a construção do IC19. Mais recentemente está a ser concluído um troço da CRIL, o nó da Bu raca. Estas infra-estruturas que atravessam o concelho da Amadora foram o motivo do crescimento deste território, trazendo tanto aspectos positivos como aspectos negativos. Estas possuem uma identidade de tal forma marcante que transfere, transforma e acompanha a imagem da cidade da Amadora. O concelho da Amadora foi aumentando ao ritmo das necessidades prementes da área metropolitana de Lisboa, apoiado e alinhado com essas infra-estruturas. Ao olhar para o território apercebemo-nos que estas foram as principais causas da quebra do tecido urbano, enfatizando diferenças, e, ao mesmo tempo, transformando-se elas próprias em barreiras tanto a nível fís ico, visual, sonoro, entre outros aspectos, impulsionando “colagens” num território ausente de permeabilidade – mais do que oportunidades, foram-se transformando barreiras.

.021



CONCEITO A cultura da congestão é um dos pontos de partida para a nossa abordagem à periferia. A periferi a é, geralmente, conotada com a dispersão do edificado, resultando em diferentes malhas que se confrontam e que provocam terrenos baldios. Ao congestionar a cidade estamos a concentrá-la e a dar-lhe uma vivência metropolitana, hoje inexistente devido ao facto de o subúrbio ser o grande “dormitório” da cidade central. O livro Delirious New York, da autoria de Rem Koolhaas deu-nos pistas para incorporar os conceitos da cultura da congestão, da condição metropolitana e dos condensadores sociais. A criação de novas centralidades com várias valências é fundamental. Podemos comparar a dinâmica das construções propostas para a concentração de serviços e comérci o com a dos arranha-céus de Nova Iorque, obviamente a uma escala menor. Este tipo de concentração pretende captar e entrecruzar diversos tipos de fluxos – de informação, de pessoas –, apresentando uma grande densidade de funções num espaço reduzido. Em Learning from Las Vegas , de Robert Venturi, Denis e Scott Brown e Steven Izenour, percebemos as valências que o strip development pode ter e como a cidade pode ser desenvolvida ao longo destas faixas de rodagem, assim como a importância que o simbolismo e a mensagem terá que exercer no momento de comunicação da arquitectura. Assim podemos comparar o IC19 a uma strip e tirar partido da visibilidade que o território da Amadora pode ter para milhares de pessoas diariamente. Criando uma mais-valia para a instalação de empresas no terreno.

PROPOSTA Actualmente as infra-estruturas que rasgam o territóri o não têm qualquer relação entre si, são apenas “linhas” que condicionam o seu desenvolvimento. A nossa proposta passa por aproveitar as infraestruturas existentes e conectá-las entre si, dando uma nova forma ao modo como se percepciona o território. Pretendemos que exista uma rede hierarquizada de infra-estruturas, exis tentes e propostas, que “contamine” e facilite o percurso pela cidade. Espera-se que esta “contaminação” traga novas possibilidades de expansão e de atractividade ao concelho.

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A C IDADE A DOIS TEMPOS e A DUAS INTENSIDADES Após a análise ao território e à forma como este se organiza concluímos que a cidade de hoje se vive a dois tempos. Podemos defini-los com base em três características fundamentais – velocidade, escala e papel do habitante. A compreensão destes dois estados de interacção com a cidade é de fulcral importância quando nela somos chamados a intervir. Esbatidos os limites entre a cidade tradicional e o meio rural, é na periferia suburbana que se jogam os dados para o futuro da metrópole. O perfeito entendimento do subúrbio é inatingível. A maneira de nele actuar carece de experimentação. O tempo com que lidamos é duplo. VELOCIDADE A expansão suburbana deu-se ao longo das principais infra-estruturas de mobilidade – a linha ferroviária e a auto-estrada –, que procuravam permitir o acesso fácil e rápido ao centro da cidade que, contendo as actividades que nunca chegaram a “emigrar” para o subúrbi o, se tornou num concentrado de locais de trabalho/lazer. Nestas infra-estruturas, a cidade mede-se a alta velocidade. Ao utilizá-las, a paisagem urbana discorre como um cenário – visto através da janela do comboio ou do automóvel –, inalcançável fisicamente, carente de pontos de referência, desinteressante. O subúrbio passa como o genérico antes do programa principal – a chegada ao centro da vida citadina. A outra velocidade é vivida nos núcleos suburbanos. Muitas vezes apenas dormitórios com serviços básicos, os subúrbios albergam a vida íntima dos seus habitantes. Neste tempo mais lento, vivem-se sensações completamente antagónicas às do centro da cidade – aconchego, descanso, retiro do exterior, vida no espaço interior das habitações. ESCALA As diferentes escalas que percepcionamos são resultado destes dois tempos que se movem em sentidos contrários. Junto das infra-estruturas, assis timos a uma macro-escala nos espaços – as estações de comboio, os viadutos, as conexões viárias – de modo a serem apreendidos a uma velocidade superior, para uma grande quantidade de utilizadores, estabelecendo a organização do subúrbio. À medida que nos afastamos do rai o de acção das infra-estruturas, a escala vai diminuindo, procurando uma medida mais humana para compor os bairros suburbanos. PAPEL DO HABITANTE O último aspecto que nos ajuda a dis tinguir estes dois tempos é a forma como o habitante interage nos diferentes contextos. Em trânsito, o habitante é um mero observador. A sua relação com a cidade é passiva, distante, passageira. É somente quando experimenta a cidade que o observador se torna participante, deambulando, interagindo, tomando a verdadeira condição metropolitana. A nossa proposta parte da identificação e compreensão destes dois tempos, do desmanchar das suas características e do remontar das suas virtudes. Na relação da cidade central com a periferia, estes dois tempos colidem. Pretendemos, ao invés, que eles se contaminem, e que do seu cruzamento resulte uma solução que permita a união da cidade e do subúrbio num só – a METRÓPOLE. .027


estrutura urbana existente


estrutura urbana proposta



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VERTENTE PROJECTUAL

P09 BAIRRO DO ALTO DA COVA DA MOURA infrainfra-estrutura urbana, espaço público e mercado multicultural Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Projecto Final de Arquitectura 5º ano . Out./Set. 2010 classificação final: 18/20 valores . Trabalho seleccionado para a Exposição “Falemos de Casa: Concurso – Projecto Cova da Moura”. Exposição realizada entre 16 de Out. de 2010 e 16 de Jan. de 2011 . Fundação EDP – Museu da Electricidade e publicado no catálogo da mesma; . Trabalho seleccionado para o Prémio Secil Universidades Arquitectura 2010 (concurso a decorrer); . Trabalho participante na Exposição “O Dia Seguinte: prémios, experiências e projectos dos alunos do MIA – Barreiro, Marvila, Luanda e Cova da Moura”. Exposição realizada entre 18 e 28 de Maio de 2011. Átrio do Edifício II do ISCTE-IUL, Lisboa. Docentes: Doutor Paulo Tormenta Pinto Arquitecta Ana Lúcia Barbosa Arquitecto Gonçalo Byrne



P09 BAIRRO DO ALTO DA COVA DA MOURA infrainfra-estrutura urbana, espaço público e mercado multicultural ___

Durante 30 anos, o bairro do Alto da Cova da Moura, constituiu-se como um bloqueio, impedindo a livre circulação entre todo o território da Amadora. Desfazermo-nos deste obstáculo, permite a emergência de um potencial latente; proporciona a oportunidade de criar uma verdadeira miscigenação de comunidades que ate agora se mantiveram isoladas; voltar a conectar a cidade com este potencial pólo de atracção; e criar as bases para uma nova comunidade baseada não só no comércio, no turismo ou na nostalgia, mas também nas realidades da vida urbana do século XXI. O cenário está lido! Por onde começamos?... PR OPOMOS UMA ESTRATÉGIA REGENERATIVA PARA O ESPAÇO PÚBLICO DO BAIRRO. BAIRRO. ESTRATÉGIA URBANA Este bairro, oriundo de circunstâncias históricas peculiares e com um percurso atípico, é o palco de uma realidade complexa em termos sociais e culturais. Possui, no entanto, uma atractividade especial, fruto da sua singularidade histórica, cultural e étnica, facto que o levou a ser escolhido como local de estudo, para o Concurso Universidades – Trienal de Arquitectura 2010. A opção de projecto partiu de uma leitura/juízo sobre a transformação deste território, as suas condições topográficas e antropológicas que exprimem os seus princípios instaladores. Não se pretendia um exercício puramente linguís tico. Procurou-se um processo inverso ao da conceptualização de um espaço representativo de uma solução absoluta. Uma atitude de contaminação e diálogo, mais do que uma atitude de resistência ou admiração miserabilista. Experimentou-se a transformação concreta do sítio, da realidade, atingindo laboratorialmente, com gestos discretos e precisos. Acrescentando, subtraindo, deslocando, dividindo, desenhado espaços e matérias, o projecto constitui-se, em síntese, como “refundador” do .033



O ÚNICO ESPAÇO PÚBLICO QUE EXISTE É A RUA DE ACESSO ÀS HABITAÇÕES

contexto urbano existente

contexto urbano proposto


1 2

3

vias ligações viárias propostas principais ruas requalificadas espaços públicos propostos espaços vazios de ligação com a envolvente 1 . zona panorâmica de ligação à estação da CP 2 . zona de cultivo comunitário 3 . zona desportiva


ambiente local. «É pegar na história e contá-la» Antes de mais, o projecto, vai à procura dum campo de relações a descobrir entre as coisas. Foi assim preciso um olhar atento para os sinais “fracos”, os interstícios urbanos, as ruínas esquecidas pelos moradores, os espaços e as construções degradadas, Esta leitura do território revelou a oportunidade de intervenção. Superar o deficit de conectividade e de acessibilidade entre as várias partes do território da Buraca/Damaia, no qual se inclui o bairro da Cova da Moura, constituía-se como o principal desafio. Reconhece-se que estes problemas não poderão ser resolvidos num único momento de intervenção pois implicam naturais demolições. Optou-se assim, por um sistema que possa crescer com o tempo. Deixa-se assim em aberto uma possibilidade de alteração futura, evitando uma decisão que se possa considerar conclusiva em relação a este processo. ESTRATÉGIA PROJECTUAL O objectivo é simples, criar liberdade através de um espaço contínuo. No bairro da Cova da Moura a rua é um espaço narrativo assumindo-se como o espaço de reunião dos seus habitantes. Motivos de ordem cultural muito influenciam esta realidade, sendo a rua encarada como um prolongamento da casa, um lugar de encontro e de confraternização, de negócio e de estar e onde são debatidas as relações sociais. Sendo o único espaço público que existe a rua de acesso às habitações, a realidade quotidiana exprime-se assim predominantemente em espaços residuais apenas acessíveis aos residentes. A rua, com características quase medievais, torna-se, pela sua abrangência, espaço preferencial para esta intervenção. A primeira operação construtiva de projecto passou pela apropriação do espaço liberto pela demolição de habitações que estavam em muito mau estado de habitabilidade (segundo estudo do LNEC). Estes espaços permitiram a criação de novos espaços públicos vazios que funcionaram como uma nova entidade acessível e conectada visual e tematicamente – uma estrutura global de espaço público, unida pela presença de um pavimento tratado que fará a conexão entre as grandes bolsas de terrenos vazios que se encontram nas margens do bairro e os novos espaços internos. Na primeira opção, procurou-se respeitar as implantações das construções pré-existentes como garante da manutenção de uma escala urbana já consolidada. Através da abertura de percursos e corredores de visibilidade, converte-se e transforma-se o actual estado, cerrado, numa área aberta e atractiva ao transeunte. Surge um sistema de caminhos pretos (textura continua de betuminoso), uma linha infra-estrutural e um conjunto de letras e signos brancos. Constituindose como um mapa à escala 1:1, estes elementos brancos indicam a localização das principais atracções que se encontram na vizinhança e criam uma hierarquia reconhecível. A habitual sinalética vertical será substituída por este projecto de pavimentos. O movimento transforma-se numa experiencia pública. Em complemento desta estrutura surgirá uma linha infra-estrutural subterrânea que será responsável pelo transporte da rede se água, esgotos, electricidade, telecomunicações, etc. .037


espaço liberto pela demolição das construções em mau estado


espaço liberto, mantendo a escala das construções pré-existentes


+ infra-estrutura urbana e conjunto de signos

+ plataformas de betĂŁo, caixas e cobertura

pedras de conteĂşdos




PROPOSTA PROGRAMÁTICA Pretende-se qualificar os novos espaços vazios através do desenho de um conjunto de plataformas em betão. Estes serão espaços com um carácter ambivalente, espaços privilegiados para uma apropriação informal e de reafi rmação de um ritual existe. Aqui será o palco para formalização das pequenas bolsas de economia alternativa (espaços de comércio) que nos dias de hoje acontecem de forma espontânea e desorganizada. Estes espaços de comércio beneficiaram da especificidade cultural da população residente, tornando-se locais de partilha entre a comunidade residente e a população que vive na envolvente. Com estas propostas manteve-se a estrutura urbana intacta, sem apagar as camadas existentes, acrescentou-se três novas camadas: a infra-estrutura urbana que bem resolver problemas prementes de habitabilidade mínima; as plataformas de betão; e as caixas metálicas. Estes objectos paralelepipédicos surgem como “máquinas”, ora organizando e hierarquizando os espaços vazios, ora respondendo às necessidades básicas de caracterização do espaço público. Quando usados como espaços de venda, estas caixas serão responsáveis pelo armazenamentos dos produtos frescos de venda diária. Quando dispersas pelo resto do bairro, estas caixas asseguram a função de iluminação pública, depósitos de recolha de resíduos sólidos, telefone público, marcos distribuidores de correio, sinalética urbana, apoio a zonas de cultivo ou de explanada, etc. Associadas a estas caixas existirá um banco/banca em betão. Este banco irá retomar a ideia do banco de pedra, localizado á portas das casas, que caracteriza um modo de estar african o e que é característico deste bairro. Este será o espaço onde os velhos partilharam as suas histórias, onde os mais pequenos brincam, onde nasce uma arvore… onde se estabelecem as relações sociais. Quando as funções exigem uma área maior, as caixas serão transformadas em “pedras” que abrigam no seu interior áreas de interesse comunitário e expressão cultural, ateliê de culinária, artes plásticas, musica, dança, farmácia, centro polivalente. COMPONENTE FORMAL E CONSTRUTIVA Dividir, criar n ovos limites, sublinhar características, exprimir juízos exigem a construção de um código de referências capaz de comunicar e integrar com a realidade. Dadas as condições do contexto em que se realiza a construção, exige-se uma certa elementaridade da linguagem, até pelo simples problema da comunicação em estaleiro. Não se prevê o recurso a uma mão-de-obra especializada, privilegiando-se um processo de autoconstrução que alude ao histórico de entreajuda presentes entre os moradores. Optou-se pela redução dos elementos arquitectónicos á sua linguagem essencial/primitiva: pavimento, parede, cobertura e filtros para o exterior. Estes elementos caracterizam-se por uma predominante materialidade, nãos havendo recurso a grandes trabalhos de acabamentos. O muro de suporte que define cotas e contem os terrenos terá o mesmo tratamento que uma parede de um edifício - betão cinzento descofrado. As caixas serão estruturadas em perfis metálicos e revestidas a aço galvanizado. Ocasionalmente, surge uma cobertura metálica em espaços centrais para protecção dos espaças de venda em situações de más condições climatéricas. .043




ligação pedonal de proximidade com o aqueduto requalificação da encosta existente para uso hortícola nova escada de ligação pedonal

ateliê de dança cafetaria ateliê de artes plásticas ateliê de música

nova ligação viária novo espaço público de permeabilidade – rua da madeira

zona de mercado para venda de artigos artesanais

nova ligação viária à Damaia

ligação pedonal com a Buraca nova via de ligação à zona envolvente localização da farmácia proposta zona de mercado de produtos frescos zona de jogos desportivos ateliê de culinária


refeitório funcionários mercado zona dos lixos zona armazenagem balneários funcionários mercado instalações sanitárias públicas

administração mercado

ateliê de artes plásticas ateliê de dança cafetaria ateliê de música balneários partilhados entre o ateliê de dança e a sala polivalente sala polivalente


contexto urbano existente

contexto urbano proposto

Zona com grande número de construções em ruína. Novas construções encastradas no terreno e caracterizadas pelos planos de vidro para possibilitar uma melhor visibilidade entre entre as diversas actividades.


contexto urbano existente

contexto urbano proposto

Zona de acentuada pendente e com possibilidade de beneficiar de vistas para a envolvente. Abertura de corredores de permeabilidade para melhorar as condiçþes de salubridade.


contexto urbano existente

contexto urbano proposto

Zona central do bairro com uma topografia privilegiada para a criação de um espaço público. Zona principal de mercado. pré--existentes. Aproveitamento do desenho de implantação das construções pré










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VERTENTE PROJECTUAL

P08 DEZ CASAS Amadora/Buraca Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Projecto Final de Arquitectura 5º ano . Out./Set. 2010 classificação final: 18/20 valores

Docentes: Doutor Paulo Tormenta Pinto Arquitecta Ana Lúcia Barbosa Arquitecto Gonçalo Byrne



P08 DEZ casas Amadora/Buraca ___

Este exercício consistia na construção de dez casas na freguesia da Buraca, no concelho da Amadora, num território genericamente designado por periférico, mas que apresenta características singulares. Constituiu-se acima de tudo como uma oportunidade de reflexão sobre a problemática da intervenção arquitectónica no contexto suburbano. A primeira opção desta intervenção assenta numa tentativa de reinventar a dimensão urbana que especificamente nesta zona está em clara decadência. A estratificação programática e funcional conduziu este território á situação actual. Fomentar uma nova coexistência dinâmica entre actividades foi assim um passo para criar uma dinâmica urbana consentânea com as necessidades do habitar metropolitano. Seguindo uma estratégia já experimentada no campo arquitectónico, o “condensador social” assumia-se assim como possível solução para gerar uma nova dinâmica neste território. Considerou-se assim, estes blocos habitacionais, não como elementos isolados, mas como um organismo vivo em extensão natural uns dos outros – ambiciona-se a criação de lugares onde o homem pode perceber o que deseja ser. Considerou-se a arquitectura como parte da infra-estrutura que organiza a coexistência entre os diferentes acontecimentos urbanos. A vida metropolitana exige uma multiplicidade de dimensões que este território não conseguiu responder. Vazio ou cheio, preto ou branco – a bipolarização foi assim uma ideia a negar. Mais do que renovar o desenho, foi necessário introduzir um novo vocabulário que falasse sobre a realidade actual. A renovação física do espaço público, juntamente com a pesquis a sobre a elasticidade das estruturas habitacionais foi assim a oportunidade para a introdução de uma nova conformação urbana que se pretende condutora de uma identidade inequivocamente colectiva. .061



Abandonar o plano horizontal e pensar uma cidade a três dimensões foi assim o desafio que conduziu a descoberta de uma nova superfície ainda inexplorada. A oportunidade deste exercício constitui-se, também, como um momento para a indagação sobre o significado da casa contemporânea, uma visão abrangente capaz de interrogar o que entendemos por morada/habitat. A “morada” é entendida como a representação daquilo que somos. A delimitação de um “mundo interior” é a característica essencial do espaço doméstico. É lá onde recolhemos os nossos objectos, onde acumulamos memórias, onde fundamos as nossas ambições e as angustias, o lugar com contornos tangíveis onde depositamos o nosso quotidiano. Por isso há sempre uma casa onde nascemos, onde crescemos, onde estudamos, onde amamos, onde envelhecemos, ou simplesmente, um lugar onde estivemos. Contudo há sempre uma casa onde voltamos, uma casa que desejamos ter. O conceito de habitat pressupõe, no entanto, uma relação que o indivíduo estabelece com a sociedade. O espaço público, onde desejavelmente passamos cada vez mais tempo, constitui-se assim como um prolongamento desejável da habitação. Acreditamos assim que a resolução do programa habitacional passaria por uma reformulação do espaço público, e especificamente, da forma como o “bloco” contacta com o chão. Não habitamos só a casa, habitamos também o bairro, a cidade, o território. «Actualmente, a habitação deve ser entendida com um lugar próximo do desejo e da

versatilidade, da qualidade de vida e da fantasia sugestiva do lazer, do bem-estar e do conhecimento, em vez da habitual serenidade ou possibilidade do espaço concebido apenas como mera necessidade social ou aparência. Em suma, a nova habitação tem que ser concebida através da diversidade e pluralidade, em vez de pela homogeneidade e colectividade. Um espaço multi-activo e inter-activo».1

Na segunda metade do século XX, irrompe triunfante, pelos territórios periféricos, os valores da arquitectura Moderna. Com o advento da era Moderna, a casa torna-se o objecto laboratorial preferencial dos arquitectos. São experimentados novos conceitos de habitar, novas tecnologias construtivas, novas relações hierárquicas entre vazio e construído. A excessiva separação entre espaço público e privado e o z onamento funcional, que caracteriza estes territórios, destruiu a fluidez permeável do sistema urbano medieval. Exige-se portanto uma nova concepçã o de espaço público onde o espaço para as relações sociais e para o inesperado, agregado a uma nova sobreposição de funções sejam capazes de construir uma verdadeira cidade. Com este trabalho, pretende-se antes de tudo dar sentido ao espaço do quotidian o, o espaço que propicia as relações sociais, o espaço que as “interpretações da Carta de Atenas” haviam desprezado. ______ 1 GAUSA,

Manuel. Housing: New Alternatives, New Systems, in The Metropolis Dictionary of Advanced Architecture: City and Society in the Information Age, Barcelona: Actar, 2003. p. 283, tradução livre.

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estrutura urbana existente

estrutura urbana proposta


Dois problemas assumem-se como mais gritantes: o tratamento do espaço público e a desadequação das tipologias habitacionais. . A necessidade urgente de criar habitação para um número crescente de população arrastada para a periferia, conduziu a uma arquitectura descaracterizada na qual os moradores não se conseguem identificar. A capacidade de assimilar a individualidade e a auto-realização, dos que dela fruem, foi esquecida. Os núcleos familiares que hoje habitam e aqueles que pretendem habitar estes territórios periféricos caracterizam-se por uma grande diversidade que dificilmente é reduzível à família convencional com dois filhos, típica dos anos 70. A diversidade de modos de vida dentro de um mesmo agregado familiar e mesmo a mudança das relações entre os seus membros é algo comum e um reflexo da própria alteração dos hábitos e das prioridades comunitárias. O modelo normativo e estereotipado de habitar, que caracteriza esta área urbana da Buraca colide com os atributos da contemporaneidade. Estas casas não tiveram a capacidade de se adaptar às novas exigências e esse facto é reflectido na grande quantidade de fogos devolutos que esvazia este território – aqui nasce a oportunidade de localizaçã o deste projecto – apropriação de fogos devolutos e dos pisos em cave que estavam igualmente desocupados. . A definição dos espaços entre os edifícios como amplas plataformas verdes abstractas, hoje invadidas por lugares de estacionamento para automóveis, conduziu a uma paisagem abstracta ocupada por objectos alienados onde o verdadeiro espaço urbano – o espaço lúdico – não tem lugar. Depois deste meio século, em que as soluções estereotipadas propiciadas pela especulação imobiliária substituiu a experimentação disciplinar em torno do habitar colectivo, é hoje necessário “voltar ao local do crime” e repensar com os novos desafios colocados pela sociedade urbana actual. Busca-se um novo (e frágil) equilíbrio entre o indivídu o e o benefício colectivo, oferecendo aos residentes a oportunidade de experimentar a convivência enriquecedora com uma forma de vida em comum que extravasará o passar o tempo entre quatro paredes. Rejeitam-se as soluções estereotipadas. Entende-se a casa não apenas como um abrigo que confere apenas protecção e con forto físico – esta questão já foi respondida no momento inicial – pretende-se antes como o lugar para a criatividade, um lugar para a encenação de aquilo que somos ou que ambicionamos ser. O que se procura ninguém sabe ao certo, pois dificilmente encontramos uma resposta única e universal que garanta a compatibilização entre os mais variados usos e a instabilidade da sociedade urbana contemporânea. Afastada dos modelos convencionais de produção em série que respondia a uma famíliatipo com necessidades-tipo, a sociedade actual procura novos modelos, novas referências de habitar que a faça sonhar com um futuro melhor. Busca-se uma alternativa à nostalgia do espaço rural, à caricatura do conforto e à evocação do “moderno” (enquanto sinonimo de moda). .065


planta tipo existente piso 0

planta proposta piso -1

planta proposta piso -2


Neste sentido, mais do que uma solução prática a um determinado requerimento programático, este projecto deve ser visto como uma estratégia conceptual propositiva que permita vários tipos de apropriações. Num contexto onde a imediatez funcionalista entre programa funcional e forma do edifício caracteriza a oferta habitacional actual, pretende-se enfatizar a elaboração de um conceito que medeie entre um programa (novo) e uma forma (edifício já exis tente). Substitui-se a resposta universal para todos por uma flexibilidade para cada um. Contudo, se por um lado precisamos de uma grande durabilidade construtiva inerente aos conceitos de sustentabilidade, por outro a grande diversidade cultural que está na origem destes territórios (o lugar da oportunidade para todos) e que é traduzida nos diferentes modos como o espaço doméstico é apropriado, exige novas estratégias de flexibilidade. Pensou-se assim a habitação como um sistema aberto à mudança, logo mais apropriável por um número diverso de culturas, de agregados, mais durável, mais sustentável e portanto mais rentável. O conceito de flexibilidade, neste caso, traduz-se na dotação do espaço habitacional de uma capacidade de adaptação ao processo dinâmico que se pretende constituir como habitat periférico (agora com uma conotação positiva). «A flexibilidade não é a antecipação exaustiva de todas as modificações possíveis. A maior parte das alterações são imprevisíveis (...). Flexibilidade é a criação de uma capacidade de grande amplitude que permita diferentes e até opostas interpretações e usos ».2 Privilegiou-se a polivalência funcional, ou seja, a capacidade de o mesmo espaço possibilitar a variação de uso sem a necessidade de ocorrência de pesadas modificações construtivas. Dotou-se o espaço doméstico de amplas áreas, tornando-o facilmente personalizável – alterando compartimentação do fogo com o uso de portas, cortinas, painéis, armários amovíveis, etc., sem perder, no entanto, as suas qualidades espaciais. Procurou-se um tipo de relação pouco rígida e mais dinâmica assentando, esta estratégia, numa conexão informal entre as actividades domésticas, onde os usos públicos e domésticos estão interligados. A estratégia de flexibilidade aqui adoptada, assenta numa relação de autonomia entre os diferentes componentes e camadas construtivas que constituem o edifício. Genericamente cada fogo constitui-se como uma grande caixa rígida de betão, nova ou já existente, que responde às necessidades de protecção aos elementos atmosféricos (água, iluminação, ruído, temperatura), secundarizada por um núcleo de serviços (cozinhas, instalações sanitárias e acessos). São estes os únicos elementos considerados fixos e que asseguram a vida funcional do fogo, dentro de um espaço genérico aberto á transformação. Os restantes elementos (divisões de compartimentação e arrumação) são tratados como elementos móveis, em madeira, permitindo uma fácil remoção ou reconstrução sem interferir nas restantes partes do edifício. ______ 2

KOOLHAAS, Rem; MAU, Bruce. S M L XL, Nova Iorque: The MonacelliPress, 1995.

.067












planta piso 0

planta piso -1


corte A

corte B

corte C

corte D


planta piso 0

planta piso -1

planta piso -2


corte E

corte F

corte G


planta piso 0

planta piso -1


corte H

corte I


planta piso 0

planta piso -1

planta piso -2


corte N









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VERTENTE PROJECTUAL

P07 BARREIRO reinventar o território Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Projecto de Arquitectura II 4º ano . Fev./Jun. 2009 classificação final: 17/20 valores . Trabalho de grupo desenvolvido em parceria com Frederico Dionísio, Margarida Santos e Susana Anastácio. . Trabalho publicado na revista Estuarium, 2º semestre 2009.

Docentes: Arquitecto Pedro Viana Botelho Arquitecta Manuel Raposo Mestre José Luís Saldanha



P07 BARREIRO reinventar o território ___

O Barreiro, cidade da Área Metropolitana de Lisboa (AML) situada na margem Sul do Estuário do Tejo é actualmente um território em transformação (construção do novo Aeroporto em Alcochete, 3ª Travessia do Tejo de ligação Barreiro/Chelas e a expansão da rede do Metro Sul do Tejo) cuja requalificação se considera urgente. Assim este trabalho partiu de um entendimento do lugar e do seu contexto, dos seus problemas e das suas potencialidades, quer ao nível das diversas estruturas naturais, construídas e humanas – um mosaico de geografia complexa feito de terra, água, aterros e desaterros. A desafectação dos terrenos da antiga CUF e da actual linha de comboio proporci onará a este território uma nova dimensão até agora ainda não experimentada. Novas ligações, novos pólos de interesse, um conjunto de novas interligações que transportará este território – agora espartilhado – para uma realidade assumidamente metropolitana. Uma nova cidade participante no conjunto de fluxos e polarizaçoes que se pretende implementar na AML. Optou-se por uma estratégia geral de intervenção em que o espaço público não edificado cumpra uma função altamente estruturante, contrariando a habitual lógica que entende o espaço público como o espaço sobrante entre os edifícios. Entende-se o espaço público como o l ocal onde as pessoas vivem grande parte do seu tempo – onde circulam, seja de automóvel ou a pé; onde se encontram; onde se sentam; onde conversam. O espaço público como a essência da cidade, um espaço aberto, permeável e acessível a todos. Assim é criada uma nova rede espaços públicos que interliga os espaços já existentes com os novos equipamentos de serviços públicos. A cidade será reestruturada segundo quatro grandes eixos de espaços públicos: um eixo que ocupa o actual linha de comboio fazendo a ligação entre o actual terminal dos barcos .095



(que futuramente propomos transformá-lo numa marina) e o futuro interface ferroviário do Lavradio; um eixo que fará o prolongamento da actual Av. Bento Gonçalves até ao Parque José Afonso; uma faixa ribeirinha que ligará o actual Parque da Cidade á zona da Alburrica; um novo eixo que será uma nova Avenida Central, associado à linha do Metro, fará a ligação entre o novo grande Parque da Cidade, que propomos criar, e o novo terminal de barcos na margem Norte. A cidade é um organismo vivo onde se aglutina várias idades e cada idade tem a sua forma. Assim entendemos esta cidade como um território de variadas formas representativas das várias idades e tipos de pensamento sobre o espaço com características urbanas. Aponta-se uma ideia metropolitana do habitar colectivo, segundo um investimento no horizonte da partilha que extravasa a dimensão privada e funci onalista do habitar tradicional que está associado á maior parte das cidades do século XIX. Quebramos então, o desnivelamento entre o espaço exclusivamente privado e o exclusivamente público segundo uma nova aliança entre o benefício colectivo e o interesse privado. Traçamos uma malha viária lógica, de modo a interligar as várias partes da cidade que hoje estão “guetizadas” e que permita a circulação do trânsito mais apressado. Uma rede de ruas secundárias interligam-se com esta malha principal, criando percursos alternativos onde a relação entre as pessoas e o automóvel é feita de uma forma mais amigável. Entendeu-se que a cidade só existe em função das pessoas, assim, o lugar organiza-se segundo uma série de áreas flexíveis , entrelaçadas, cuja sua singularidade reside nos ideais formais e funcionais – onde o peão pode circular em todas as direcções sem estar limitados pelas ruas ou pelas fachadas contínuas de um quarteirão. Privilegia-se uma apropriação criativa tanto do espaço público como das relações inesperadas e surpreendentes que este estabelece com o edificado, pretendendo combater os níveis excessivos de ruído e fumo, encorajando o movimento pedonal e restringindo o excessivo uso do automóvel. Elevam-se massas, dando assim cobertura a alguns percursos. Pretendendo assim criar diferentes condições para que o Homem tenha um papel mais activo na definição do que acontece nos espaços da sua cidade. O edifico é uma megaestrutura condensadora de espaços com características de grande interacção humana. NÃO HABITAMOS SÓ A CASA, HABITAMOS TAMBÉM O BAIRRO, A CIDADE, O TERRITÓRIO.

.097



INTRODUTOR DE PROGRAMAS

ambiente íntimo

ambiente humanista

ambiente “ferramenta”

ambiente “intercambio”

ambiente “industrial”

ambiente “espectador”

ambiente “informal”


MUTAÇÃO DO EDIFICADO











edificado espaço público MST praças vias




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P06 BARREIRO interface rodorodo-metrometro-fluvial Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Projecto de Arquitectura II 4º ano . Fev./Jun. 2009 classificação final: 17/20 valores . Trabalho publicado na revista Estuarium, 2º semestre 2009.

Docentes: Arquitecto Pedro Viana Botelho Arquitecta Manuel Raposo Mestre José Luís Saldanha



P06 BARREIRO interface rodorodo-metrometro-fluvial ___

O projecto para um novo interface entre o Metro Sul do Tejo, o transporte fluvial e uma estação de autocarros é o pretexto para a transformaçã o da antiga zona portuária da CUF localizada na margem norte da cidade. Para além da estação de metro e barcos, este projecto inclui um conjunto de espaços e equipamentos públicos que foram considerados importantes para esta zona da cidade. O programa é assim dividido em três volumes: A paragem do metro está localizada num espaço mais interior para assim melhor servir a cidade próxima e a nova grande praça do Barreiro. Uma cobertura percorrivel que se encosta a um conjunto de armazéns pré-existente, que depois, de devidamente requalificado, serão o local dos grandes acontecimento temporários – o lugar das ideias. O terminal de barcos foi “empurrado” para dentro de água, assumindo assim uma relação mais franca com o ri o e com a cidade de destino (Lisboa) gerando, por outro lado, espaço para a criaçã o de uma praça de chegada ao interface. No interior, três salas de espera, uma zona de funcionários e um bar onde é possível tomar uma refeição rápida enquanto se espera pelo próximo barco, cumprem os requisitos do programa. O outro volume, elevado do chão, permite que a água chegue (pelo menos visualmente) até ao interior da cidade, não constituindo assim uma barreira na relação cidade/rio, mas convertendo-se num grande espaço coberto de recepção e circulação para as multidões que, neste espaço, diariamente circularam entre o táxi, o autocarro, o barco e o metro, ou simplesmente vaguearam livremente pela cidade. Ao grande volume é possível aceder-se por vários percursos, quer através da grande escadaria da praça de chegada, da cobertura da paragem de metro ou pelo passadiço aére o que faz ligação á zona nascente da cidade, é o cruzamento de vários percursos que se fazem propositadamente ou apenas por gozo. O interior é ocupado por uma pequena biblioteca, um espaço de intercâmbio diário entre a leitura, o áudio, o vídeo e outros elementos multimédia e por uma loja do cidadão. Este edifício é assim o resultado de uma estratégia de grupo, a construção de um novo equipamento que consiga abrigar em si todas as características que consideramos necessárias para uma forma de habitar verdadeiramente metropolitana. .117




ESTAÇÃO METRO

BIBLIOTECA LOJA CIDADÃO



planta piso 0


planta piso 1


planta piso 2


planta piso 3





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VERTENTE PROJECTUAL

P05 HABITAÇÃO COLECTIVA no a terro da Boavista + fó rum de eventos + comércio + parqueamento Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Arquitectura VI 3º ano . Fev./Jun. 2008 classificação final: 17/20 valores

Docentes: Arquitecto Pedro Mendes



P05 HABITAÇÃO COLECTIVA no a terro da Boavista + fó rum de eventos + comércio + parqueamento ___

Este projecto/exercício, a implantar no aterro da Boavista em Lisboa, tinha como principal pressuposto uma reflexão sobre a relação entre a forma do edifício e as suas tipologias de habitação. Como objectivo principal visava-se uma primeira abordagem às diferentes escalas da intervenção arquitectónica – desde a escala da cidade, do edifício, dos espaços públicos exteriores até ao detalhe construtivo – e a sua relação com as diferentes fases de projecto (estudo prévio, projecto base e pormenorização construtiva). O cenário com que nos deparamos no aterro da Boavista é de um território composto por fragmentos, testemunhos de diferentes maneiras de “fazer arquitectura” e evocativos de múltiplas épocas da história da cidade de Lisboa. Este território, de topografia plana, foi ocupado originalmente por armazéns industriais (actualmente desmantelados ou em estado avançado de degradação) que para além de responderem às necessidades funcionais apenas procuravam um fácil acesso ao rio – daí a estrutura de boqueirões que originalmente eram ocupadas por água e que progressivamente se viram transformadas em estradas. Concretamente, o projecto a desenvolver consistia num edifício de carácter residencial, com habitação colectiva, equipamento público/fórum de eventos, comércio e parqueamento privativo e público. A primeira estratégia de projecto passou pela tentativa de dotar este espaço – um lote ocupado por um parqueamento automóvel – das características/ambiências que identificamos na cidade histórica que sobre este aterro impõe a sua presença. Uma estrutura da cidade tradicional que se caracteriza pelas diferentes escalas/gradações de espaços, onde a relação entre espaço público e privado é feito de forma gradual e onde progressivamente vamos encontrando espaços para a expressão da individualidade. Na resposta ao exercício assumiu-se o espaço habitacional como um somatório de “tipologias” que se organizam de forma aparentemente “caótica” mas que desejam dotar os espaços de um conjunto de particularidades/individualidades que os permitam ser identificados como a MINHA CASA. .129


ambientes propostos

estrutura urbana proposta

es trutura urbana existente


átrio de recepção auditório acessos comércio espaço de estudo espaço expositivo habitação parqueamento


planta piso 0

planta piso 1


planta piso 2

planta piso 3


corte

corte


alรงado avenida 24 de Julho

alรงado boqueirรฃo dos barqueiros


planta piso 2

planta piso 1


corte A

corte B



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VERTENTE PROJECTUAL

P03 ABRIGO DE FIMFIM-DEDE-SEMANA NA PENINHA fotógrafo Daniel Malhão Trabalho prático desenvolvido na disciplina de Arquitectura IV 2º ano . Fev./Jun. 2007 classificação final: 16/20 valores

Docentes: Arquitecto Bernardo Pizarro Miranda Arquitecta Pedro Pinto



P03 ABRIGO DE FIMFIM-DEDE-SEMANA NA PENINHA fotógrafo Daniel Malhão ___

Este exercício consistia na construção de um abrigo de fim-de-semana implantado na Peninha (Serra de Sintra). Dos dados do programa há a ressaltar: o cliente específico – o fotografo Daniel Malhão; e a área bruta de construção que não poderia exceder os 50m2 , divididos por um espaço de estar, uma pequena zona de refeições, uma instalação sanitária, uma pequena zona de arrumos e uma área para um casal dormir. O território de implantação caracteriza-se pela grande inclinação e exposição a sul. Uma paisagem selvagem ocupada por um continuo vegetal de heras, ao nível do solo, apenas quebrado por algumas rochas que dele afloram. A pretendida ambiência de reclusão encontra nesta zona uma dimensão extrema proporcionada pelo denso coberto arbóreo característico da Serra de Sintra. O projecto tem assim como princípio a conciliação possível entre as condições programáticas e territoriais com as exigências do cliente. Procurou-se assim um edifício compacto que fosse percepcionado como uma grande “pedra” de betão esquecida no meio deste território e que facilmente poderia ser apropriada pela vegetação envolvente. Programaticamente dividiu-se o programa em três pavimentos: o piso 0 é ocupado pelas zonas comuns; o segundo nível ocupado pela zona de dormir; e o terceiro nível assume-se como um terraço onde é possível “tocar” na copa das árvores. Em cada nível procurou-se proporci onar uma ambiência distinta conforme o tipo de uso pretendido. Assim, no piso de entrada é possível assumir-se duas configurações distintas: uma de contacto franco e quase de prolongamento da paisagem envolvente, quando aberto o grande vão de entrada, ou então um carácter mais recluso, quando todo esse vão é fechado e apenas se “vive” da iluminação natural proporcionada pelo pátio junto à zona de re feições. O espaço de dormir assume-se como uma zona desprendida do terreno e que “levita” sobre a zona de estar. O terraço é assumido como a zona privilegiada com a natureza. Neste nível seremos dominados pelas impressionantes copas das árvores e pela iluminação difusa que delas escapa. .141




«Chove… Mas isso que importa!, se estou aqui abrigado nesta porta a ouvir a chuva que cai do céu uma melodia de silêncio que mais ninguém ouve senão eu? Chove…» José Gomes Ferreira

cortes


planta piso 0

a lรงados

planta piso 1




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