UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA PARTE I
APRENDER FAZENDO / Learning by doing PARTE I - O UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA
> “hands on” . “learning by doing”
. Reapropriação e reciclagem de informação, cultura de downloads/uploads, universo dos tutoriais, bases e templates, metadesign, código-livre, etc;
. Há uma nova demanda por um raciocínio projetual fundado na hibridação de conhecimentos, na criação coletiva e no compartilhamento e que exerce influência direta na aproximação do pensar com os processos de fabricação digital;
. Constatação: há uma confluência de iniciativas de agenciamento projetual que assume uma configuração “informal”, fluida, reticular, estruturada e dedicada à resolução de problemas de alta aplicabilidade e complexidade, além de fortemente vinculados a temáticas ambientais e ecológicas;
> O que é um Repair Caffee?
PARTE I - O UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA
REPAIR CAFE
. Repair Caffees são locais de encontro gratuito para reparar as coisas. Você encontrará ferramentas e materiais para ajudá-lo a fazer quaisquer reparos que precisa. Na roupa, mobília, electrodomésticos, bicicletas, louças, eletrodomésticos, brinquedos, et cetera. Você também encontrará especialistas voluntários, com habilidades de reparo em todos os tipos de campos”.
I - O UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA
UMA ATIVIDADE DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
A REFLEXÃO-EM-AÇÃO COMPARTILHADA pressupõe:
> uma relação muito mais próxima com a realidade
> uma capacidade constante de renovação e reinvenção de idéias > menos raciocínio lógico e mais intuição, experimentação, improvisação
> abertura para o aprendizado espontâneo e a troca de informações
> a busca por informações que permitam não apenas descrever uma determinada realidade, mas efetivamente alterá-la
> tornar as idéias tangíveis da forma mais rápida possível
A PESQUISA E A TEORIA DEVEM SER TRATADAS NÃO APENAS COMO FORMAS DE CRIAR CONHECIMENTO, MAS PARA O DESENVOLVIMENTO UMA CONSCIÊNCIA E UMA MOBILIZAÇÃO VOLTADA PARA A AÇÃO
ECOLOGIAS
PARTE I - O UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA
UM PENSAMENTO QUE EVOLUI
> Ao contrário de um controle rígido e determinado temos sequências de decisões em constante experimentação, inferindo a melhor direção em cada etapa;
> Não é uma sequência fechada e linear de procedimentos, mas uma configuração estrutural que progressivamente evolui de modo recursivo e integrado;
processo autoreferenciado. Por ex. imagens repetidas em espelhos paralelos
PARTE I - O UNIVERSO MAKER E A CULTURA PROJETUAL CONTEMPORÂNEA
CENTRANDO O PENSAMENTO NA AÇÃO
> A Cultura MAKER ainda é considerada “alternativa” em função da suposta informalidade em seu método de aprender-fazendo;
> Testa possibilidades a partir da construção experimental de protótipos, valendo-se de um conhecimento compartilhado, informal, socialmente distribuído e articulado em redes colaborativas;
> Em termos metodológicos: Chris Anderson (2012), Victor Papanek (2009) e Nigel Cross (2011) concordam que o conhecimento projetual não é algo adquirido apenas por métodos científicos disciplinares, mas cognitivamente possível e adquirido pela experiência;
> Em termos da inovação: criação de um foco de trabalho a partir da transformação de produtos existentes disponíveis;
JAMMING: ato de construção coletiva de um produto em tempo real
I - O
MAKER E A CULTURA PROJETUAL
CENTRANDO O PENSAMENTO NA AÇÃO
> JAMMING:
. subversão da ordem linear do processo de projeto tradicional;
. não disponibilização de tempo específico para a elaboração de sistemas de notação (desenhos técnicos);
. há um salto direto das idéias iniciais para a construção de protótipos;
. a partir dos protótipos sucedem-se ciclos constantes de aperfeiçoamento a partir da implementação de novas versões;
. definição e redefinição de padrões que evoluem respeitando a coerência da estruturação inicial;
> o objeto final criado não é mais importante do que todos os momentos parciais para sua elaboração, a troca de experiências, o aprendizado adquirido e compartilhado, e a disponibilização das informações para futuros desdobramentos
PARTE II
O CONCEITO DE OPEN DESIGN
> OBJETIVOS:
CONCEITUANDO O OPEN DESIGN
. Abordagem que busca tornar o processo de projeto mais compartilhado e colaborativo, permitindo que a aquisição do conhecimento e a produção dos objetos/sistemas ocorram de maneira mais horizontal
. Visa trazer o usuário para dentro do processo criativo e produtivo
. As Informações do projeto são desenvolvidas digitalmente e disponibilizadas online sob licença Creative Commons
. Pressupõe que a produção possa ocorrer diretamente do arquivo digital por máquinas de fabricação digital
> Referências: Kadushin,R. (2010) / De Mul, J. (2011) / Thackara, J. (2011)
Awan, N., Schneider, T. & Till, J. (2011) / Vassão, C. (2010) / Neves, H. (2014)
PLATAFORMAS OPEN DESIGN
“O futuro do projetista aguarda por habilidades de manipulação de bases de dados complexas em ambientes de interação nos quais os usuários são conduzidos no desenvolvimento de seus próprios projetos “ (Jos de Mul, 2011)
PARTE II - O CONCEITO DE OPENDESIGN
OPENSTRUCTURES
> Thomaz Lommée
. plataforma criada para viabilizar uma rede internacional de colabo ração projetual e compartilhamento de componentes e estruturas de design.
OBJETIVOS:
. autonomia sobre os altos preços de mercado, o monopólio de redes comerciais, as altas taxas de logística e de cartões de crédito; . subverter o domínio industrial, a padronização, a inflação desmedida, o design assinado, a cultura da aparência;
FOCO
. agregar valor existencial, operacional, ecológico aos objetos em sua relação com o humano.
A PRODUÇÃO POR PARES
> PRINCÍPIOS:
. Internet > metaespaço para criar, produzir e desenvolver a cultura a partir de qualquer lugar do mundo
. Espaços físicos > Surgimento de novos espaços mais democráticos de criação coletiva - FabLabs, MakerSpaces, Innovation Labs, HackerSpaces - Laboratórios Empáticos (Mendonça, 2017)
. Conhecimento / Informação > converte-se no bem primordial das trocas contemporâneas (Malini, 2009)
. Capitalismo Cognitivo > setor terciário - opera sob forte demanda de diversificação de produtos e serviços, exigindo novos posicionamentos quanto aos modos de se criar, pensar, representar, construir e comercializar a arquitetura e o design
. Modo downloading > condição básica para o processo criativo/produtivo
. Valores > Visa obtenção de valor de uso, não de troca
apropriando
repertórios
- a inteligência coletiva do processo
- respostas específicas para problemas específicos
PARTE II - O CONCEITO DE OPENDESIGN
HIBRIDAÇÃO - Apropriando e transformando repertórios existentes
“NÃO SE TRATA MAIS DO QUE FAZER DE NOVIDADE MAS O QUÊ FAZER COM ISSO ” > trata-se da ação de criação de novas formas e sistemas a partir da disponibilidade, apropriação e reconfiguração de elementos existentes disponíveis > reutilização não apenas de objetos, mas informações, infraestruturas, sistemas > dar a estes repertórios um novo uso, inserí-los em uma nova narrativa
A HIBRIDAÇÃO É UM ATRIBUTO QUE CRIA UMA CONSCIÊNCIA E UMA SENSIBILIDADE SOBRE A IMPORTÂNCIA E SABERMOS ARTICULAR ELEMENTOS DISTINTOS
NUMA MESMA SITUAÇÃO OU CONTEXTO
-
táticas
UNICIDADE BUSCA DAR RESPOSTAS ESPECÍFICAS PARA PROBLEMAS ESPECÍFICOS
engloba não apenas o produto mas seus mod os de agenciamento
busca pelas contingências, oportunidades, virtualidades locais
procura organizar um contexto a partir de seu próprio potencial
investiga modelos alternativos de cidade e abordagens renovadas de plane -
financiamento, gestão e construção
admite toda a riqueza, diversidade e complexidade da vida coletiva
PROJETOS POR UNCIDADE IMPLICA EM TRABALHAR COM A DISPONI-
DE RECURSOS LOCAIS (físicos e humanos) PELO MAIOR TEMPO POSSÍVEL
AMBIENTES
AMBIENTES OPEN
NÍVEIS DE ABERTURA DO OPEN DESIGN
NÍVEIS DE ABERTURA DO OPEN DESIGN
NÍVEIS DE ABERTURA DO OPEN DESIGN
NÍVEIS DE ABERTURA DO OPEN DESIGN
NÍVEIS DE ABERTURA DO OPEN DESIGN
INICIATIVAS OPEN
INICIATIVAS OPEN
PARTE
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
UMA REFERÊNCIA METODOLOGICA PARA ABORDAR O DIY
> Design Methods Group - corrente de pensamento dedicada a investigar novos métodos de projeto com qualidades tais como: . menos determinísticas; . associadas ao pensamento e aos estudos de complexidade; . abertas para a espontaneidade, o acaso, a adaptação e a experimentação.
> Donald Schön (USA): “Reflexão-em-ação” - referência para o estudo do DIY
“É não apenas possível mas desejável que as ciências da organização, como a arquitetura e o design, sejam constituídas por estruturações flexíveis e adaptativas” (SCHÖN, 1983).
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
O QUÊ É A REFLEXÃO-EM-AÇÃO?
> É um modelo de pensamento centrado na ação;
> O desenvolvimento do projeto recorre a conhecimentos técnicos-científicos mas quedepende de um reconhecimento tácito pessoal para sua aplicação, baseando-se nas avaliações e habilidades pessoais;
> O desenrolar do processo de projeto é cíclico e baseado na análise constante de resultados parciais / intermediários;
Estruturação: esquemas iniciais de aproximação ao problema que comportam hipóteses e pressupostos preliminares;
Implementação: a cada ação de teste de uma hipótese são analisados e avaliados os desdobramentos imediatos das ação realizada e sua potencialidade;
. A configuração evolui de um diagrama cíclico para uma espiral;
. Assume uma configuração essencialmente experimental e aberta;
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
O MÉTODO DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
“cada decisão de projeto é parte de um processo contínuo de conversação com a situação problema”
Problemascomplexosevoluemaolongodo esforçoderesolvê-los
Estudou música na Sorbonne, Paris
(Schön, 1983)
> É um sistema de relações estruturado em rede. O objetivo não é resolver diretamente o problema, mas desenvolver um sistema que consiga acompanhar a evolução do problema em busca de coerência;
> Idéia de PERFORMANCE: como no jazz, há um esquema estrutural de referência que orienta as variações e adaptações.
> São situações abertas à incerteza;
Relações com o Design Thinking
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
IMPROVISAR E PROJETAR, QUAL RELAÇÃO?
“Projetistas fazem uso de uma variedade de tipos de conhecimento, do científico,
relativo às propriedades dos materiais, ao inefável, derivado da aprendizagem, experiência, erros e acertos, etc., que permitem arquiteto saber se uma determinada solução de projeto ‘pareça’ correta ou incorreta” (CROSS; NAUGHTON; WALKER, 1981, p. 198)
> é um processo de aprendizado constante, uma educação continuada;
> desenvolvimento de uma consciência simultânea entre: . o entendimento do problema e . suas possibilidades de transformação;
EXISTE UMA DUALIDADE PARADOXAL ENTRE DISCIPLINA E INDISCIPLINA, QUE TAMBÉM
É MATÉRIA-PRIMA PARA A COMPLEXIDADE
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
IMPROVISAR E PROJETAR, QUAL RELAÇÃO?
Ref: Comparing Paradigms for Descrining Design Activity (Dorst & Dijkhuis, 1995)
The Science of the Artificial (H. Simon, 1969)
princípios científicos
ciência clássica
positivismo
racionalidade técnica
problemas: entidades estáveis, descritivas e passíveis de generalização
The Reflective Practitioner (D. Schön, 1959)
pensamentos não-científicos
mais intuitivos e mais experimentais
construcionismo
unicidade dos problemas
processo de projeto como conversação
descobertasespontânease acidentais transgressãodepadrõesindisciplinaaregrase códigos
PARTE III - METODOLOGIAS/EPISTEMOLOGIAS ABERTAS
FRAMING: ESTRUTURANDO PROBLEMAS COMPLEXOS
> Raciocínio Projetual x Raciocínio Científico;
. métodos projetuais: utilizam diferentes tipos de conhecimento organizacional, dentre os quais o científico é apenas um deles;
. métodos projetuais: comportamento construtivo dedicado a invemtar algo que não existe ou agregar valor a algo existente (busca questionamentos what-if e é mais abdutivo)
. Para Nigel Cross (1981): o ato de projetar é uma atividade de caráter tecnológico e propositivo; ocorre em contextos determinados a criar “coisas novas”, e não apenas a analisar coisas existentes;
. Método científico: comportamento analítico que visa encontrar a natureza das coisas existentes (busca conclusões e é mais dedutivo);
KELVIN DOE - Serra Leoa
> Kelvin Doe: ainda com 15 anos, natural de Serra Leoa na África;
. constrói pequenos dispositivos eletrônicos utilizando peças encontradas no lixo;
. opera na conjunção entre escassez e necessidade;
. proposta: oferecer uma plataforma de comunicação e informação para divulgação de questões de interesse da comunidade
. processo: engenharia reversa - não implica necessariamente o entendimento dos procedimentos envolvidos na produção do original, mas demanda uma habilidade de reconhecer e intuir conceitos, possibilidades e funcionalidades a partor da desconstrução (raio x projetual);
. opera a partir da Lógica das Afirmações, nos quais são estabelecidos objetivos parciais (bateria, antena, transmissor, etc), seguindo uma sequência de progressões, num processo contínuo e recursivo;
METODOLOGIA DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
DE UM PROCESSO DE
problema
diante dele
um processo
análise
disponibilidade
COMPARTILHADA
DIANTE DO PROBLEMA
altera em função do modo como nos
implica necessariamente risco
materiais
uma etapa que demanda intuição,
linhas
ação
pessoal
coletiva
interrelacionadas
III -
METODOLOGIA DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
CICLOS RECURSIVOS - EXPERIMENTAÇÕES SUCESSIVAS EM REDE
fabricação de várias versões processuais
de informações e experiências sobre o processo individual
debates e orientações coletivas
busca por novas soluções e melhoramentos no projeto
reavaliação constante da estruturação inicial
METODOLOGIA DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
DE
PROCESSO DE REFLEXÃO-EM-AÇÃO
memorial
projeto
justificativa das decisões de projeto
das soluções projetuais
construção de plataformas e redes de trabalho no computador
digital da versão final do projeto desenvolvido
potencialidades
futuras versões
recursos digitais utilizados
projetos
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