Agenciamento e ativismo construtivo ARQUITECTURAS COLETIVAS
PARTE I - Agenciamento do Espaço AGENCIAMENTO DO ESPAÇO
“O CONCEITO DE AGÊNCIA VEM SE TORNANDO CADA VEZ MAIS CENTRAL PARA OS
ESTUDOS NAS CIÊNCIAS SOCIAIS NO QUE SE REFERE A UM NOVO PARADIGMA DE ORGANIZAÇÃO DIFERENTE DA TRADICIONAL NOÇÃO DE ESTRUTURA”
(Lash et al, 2009)
> Estrutura: conceito tradicional atrelado a um tipo de organização estável, codificada, convencionada, hierárquica; produção simbólica (logo-marcos, modelos, ícones);
> Agência: conceito articulado à não-linearidade, horizontalidade, redes de interação, em constante fluxo e transformação; produção política e social;
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Bruno
PARTE I - Agenciamento do Espaço AGENCIAMENTO DO ESPAÇO
EPISTEMOLOGIAS TRANSVERSAS - novas fronteiras de pensamento, inovação, conhecimento e identidade que deslocam a relevância de conceitos estabelecidos (Rolf Hughes, 2009)
> Crítica a uma visão excessivamente disciplinar da arquitetura, que centraliza o conhecimento unicamente em no arquiteto e suas convicções pessoais, apoiado num conjunto de certezas definidas de forma institucional e burocrática;
> Não se trata do domínio do discurso sobre a prática, mas um discurso que opera em relação íntima em em benefício de uma ação prática transformativa; (Schneider e Till, 2009)
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UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO - PROF. Dr. Bruno Massara Rocha - www.territorios.org/rede FaculdadeUniversidadedeSãoPaulodeArquiteruraeUrbanismo ComplexidadeeImprovisaçãoemArquitetura BRUNOMASSARAROCHA SãoPaulo | 2015 PARTE I - Agenciamento do Espaço AGENCIAMENTO DO ESPAÇO
colaboradores, exploram
> Atuam por meio de uma rede de
as ferramentas de um sistema de comunicação global, utilizam um novo vocabulário, baseiam-se em informações obtidas através de experiências que mapeiam e registram, defendem e praticam a participação em um projeto de construção social; têm a ecologia como seu maior referencial e a maioria deles desenvolve um trabalho coletivo onde a ideia de autoria é ofuscada (Montaner, 2017)
PARTE I - Agenciamento do Espaço
AGENCIAMENTO DO ESPAÇO
O CONHECIMENTO MUTUALIZADO - Antony Giddens
> o conhecimento mútuo tem uma natureza prática e aplicada, se manifesta através do ato e do desenlace da ação;
> a Relacionalidade como fator fundamental - aproximação prolongada do arquiteto com usuários, não apenas o sentido de atender a suas demandas, mas de auxiliá-los a compreender a situação-problema, discutir aspectos legais e os direitos sobre o espaço onde habitam, capacitá-los para um melhor envolvimento com o processo de debate e execução do projeto, orientá-los na captação de recursos e fontes de financiamento, e, assim, ampliar sua responsabilidade na condução do processo através de negociação, coordenação e gestão dos diversos interesses envolvidos;
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PARTE I - Agenciamento do Espaço COLETIVOS DE ARQUITETURA
> CONJUNTO DE PRÁTICAS que possuem em comum um olhar crítico sobre estratégias normativas e impositivas de projeto e sobre o ideal de que a arquitetura se resuma a um objeto edificado, icônico, atemporal e dentro do qual temos total controle sobre as formas de uso e ocupação; (Rocha, 2015)
> GRUPOS que concentram suas ações nos processos de produção do espaço, seus modos potenciais de ocupação, sua temporalidade e suas relações sociais. Por meio de intervenções diretamente articuladas com contextos espaciais de uso coletivo, estes grupos recorrem frequentemente ao conceito de ativação através do agenciamento;
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PARTE I - Agenciamento do Espaço PEZ ESTUDIO
> No projeto denominado Agrococina, localizado na cidade de Bilbao, foram elaborados e produzidos coletivamente diversos equipamentos de uso público, destinados a criar, nos termos dos autores, uma “infraestrutura de cozinha de código aberto para espaços exteriores, reproduzível por autoconstrução e evolucionada de forma coletiva” (estudio, 2012) (Rocha, 2015).
Fonte: ESTUDIO, P. Proyecto Agronautas: Agrococina en Bilbao. Arquitectura Viva, n. 45, p. 44-45, 2012.
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Agenciamento do
ESTUDIO
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PARTE I -
Espaço PEZ
> Nesse projeto, foram elaborados protótipos específicos destinados a dar suporte a todo tipo de atividade que circunda o ato de cozinhar: módulos de preparo (forno solar de biomassa), módulo de captação de energia (que utiliza painel fotovoltáico), módulo de água (dotado de pia) e mobiliário para sentar, comer, descansar e interagir; Fonte: ESTUDIO, P. Proyecto Agronautas: Agrococina en Bilbao. Arqui tectura Viva, n. 45, p. 44-45, 2012.
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PARTE I - Agenciamento do Espaço PEZ ESTUDIO
> foram utilizados materiais reaproveitados de madeira, leves, articulados, e passíveis de serem transportados para localidades próximas.
> tecnologia não estandardizada: preocupação energética em toda a escala de produção e utilização dos protótipos e que inclui restrições como: a utilização de materiais locais, a adoção de fontes de energia renovável, a aplicação de técnicas de autoconstrução, a instalação de um ciclo de reaproveitamento da água.
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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PARTE I - Agenciamento do Espaço BASURAMA
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> Grupo autodefinido como uma plataforma de trabalho geradora da ação, interesses que se aproximam tanto da construção de possibilidades como da construção de materialidades (Basurama, 2012)
Fonte:
Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
PARTE I - Agenciamento do Espaço BASURAMA
> Retrata abordagem convergente ao Micro-Planejamento (Rosa, 2011) termo utilizado para definir iniciativas de produção de espaços a partir de novas formas de organização em escala local e novas atitudes com relação à vida coletiva no meio urbano;
> Conceito de Contra-Estratégia; foge do discurso de revitalização para a ideia de construção de narrativas, muito influenciada pelas linguagens artísticas;
> Contrários-Complementares: as práticas de microplanejamento escapam do controle do macroplanejamento e espontaneamente buscam construir para si mesmas um regime de domínio do espaço público de ordem temporária e ascendente (Franco, 2011);
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> Desenvolvido com a colaboração de agentes locais da La Town House Gallery e ElNamla e financiado pela embaixada da Espanha no Egito;
> Objetivo: construir um espaço comum na saturada Downtown do Cairo por meio de uma oficina de 03 semanas;
> Utilizados tubos de papelão para execução de estruturas suportes de infláveis feitos com sacolas de plástico;
> estratégias para se “praticar mais o bairro”, espaços sugestivos;
BASURAMA
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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PARTE I - Agenciamento do Espaço
PARTE I - Agenciamento do Espaço
BASURAMA
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> Projeto Residuos Urbanos Sólidos (RUS): série de ações pontuais encadeadas e articuladas com agentes culturais locais que culminam com a transformação de um espaço público ocioso;
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
UNIVERSIDADE FEDERAL DO ESPÍRITO SANTO - PÓS-GRADUAÇÃO EM ARQUITETURA E URBANISMO - PROF. Dr. Bruno Massara Rocha - www.territorios.org/rede PARTE III . MODOS DE AGIR - táticas, processos, atriutos UNICIDADE - táticas de ativação espacial A UNICIDADE BUSCA DAR RESPOSTAS ESPECÍFICAS PARA PROBLEMAS ESPECÍFICOS > engloba não apenas o produto mas seus modos de agenciamento > busca pelas contingências, oportunidades, virtualidades locais > procura organizar um contexto a partir de seu próprio potencial > investiga modelos alternativos de cidade e abordagens renovadas de planejamento, financiamento, gestão e construção > admite toda a riqueza, diversidade e complexidade da vida coletiva DESENVOLVER PROJETOS POR UNCIDADE IMPLICA EM TRABALHAR COM A DISPONIBILIDADE DE RECURSOS LOCAIS (físicos e humanos) PELO MAIOR TEMPO POSSÍVEL
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AGIR - táticas, processos, atriutos EL CAMPO DE CEBADA > Coletivos participantes: . Basurama, . Zuloark , . Paisaje Transversal, . PKMN, . Todo por la Praxis, . Taller de
>
programático urbano subutilizado
localizado
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PARTE III . MODOS DE
Casqueria;
vazio
de 5.500m2
no Distrito Centro da cidade de Madrid. aguarda por um projeto de macroplanejamento que não é levado a cabo.; > iniciativa ascendente de reconfiguração de espaço de uso compartilhado;
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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EL CAMPO DE CEBADA
>
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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projeto que surge em diálogo com o “urbanismo cotidiano” (Chase; Crawford; Kaliski, 1999); grupo formado por representantes de moradores, associações de bairro, associações culturais, comerciantes, coletivos e escolas locais reunidos para propor um programa de espaços e atividades especificamente con gurados em função dos interesses e referências locais.
PARTE I - Agenciamento do Espaço
EL CAMPO DE CEBADA
> Proposta de facilitar processos de cidadania ativa e o diálogo social. Contempla atividades como o ócio não consumista, o lazer para jovens, espaços para atividades culturais, prática esportiva, dentre outras possíveis formas de apropriação que dialoguem com a valorização e a promoção do comum;
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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EL CAMPO DE CEBADA
> Uma vez articulada esta estruturação inicial do projeto, o espaço adquire uma qualidade de campo de experimentação, funcionando como catalizador de atividades socioculturais e esportivas, como oficinas e workshops de construção de equipamentos, festivais de cinema, concertos e apresentações de teatro (os vizinhos são os protagonistas), campeonatos esportivos entre moradores, feiras e mercados de troca, criação de hortas comunitárias e realização de feiras e festas populares;
Fonte: Revista Arquitectura Viva, n. 45, 2012.
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EL CAMPO DE CEBADA
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avançam na representação do que seria uma cidade de uma nova subjetividade e um urbanismo alternativo; objetivo de projetar e fazer coisas úteis e significativas com poucos meios e economia de recursos, em estreita relação
contexto
>
com o
(Montaner, 2017)
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SANTIAGO CIRUGEDA
> arquiteto sevilhano: utiliza andaimes e elementos em balanço, ampliações em coberturas e fachadas, ocupa terrenos com funções temporárias como parques infantis, reciclando materiais.
> Inventou uma série de sistemas alternativos heterogêneos que tiram partido da subutilização dos espaços, aproveitando brechas da legislação, instala células habitacionais mínimas, fáceis de montar e desmontar, próteses em edificações existentes e individualizações em moradias (Montaner, 2017)
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Fonte: Árvores gigantes no Supertree Grove, bosque artificial em Cingapura (Foto: Divulgação/Gardens by the Bay)
Supertree Grove é um bosque artificial com “superárvores” que funcionam como jardins verticais. Localizado na área de Marina Bay, em Cingapura, o bosque tem 12 “árvores” com altura entre 25 e 50 metros – o equivalente a um edifício de 16 andares. ada uma delas é formada por um núcleo vertical de concreto, rodeado por uma estrutura de aço com substrato próprio para plantações. Essa “casca viva” é formada por plantas e flores originais de países tão distantes da Ásia quanto Equador, Panamá e Brasil. No total, são 163 mil plantas de mais de 200 espécies e variedades, incluindo bromélias, orquídeas, samambaias e trepadeiras tropicais. As copas das árvores, em forma de guarda-chuva invertido, têm sensores que captam energia solar, que é usada para a iluminação noturna e colorida do “bosque”. Duas vezes por noite, essas árvores gigantes viram o cenário de um show de luzes e músicas sincronizadas.
O MURO