Eco Design Uma visão para o futuro
Diretrizes para design gráfico sustentável
São Paulo 15 JUN / 2012 ANO 1 No 1 R$ 10,90 Editora
Design futurista Novas tecnologias para carros sustentáveis
Art’s
Coletivo Brasil
Evento em São Paulo une marcas brasileiras de moda sustentável
TI Sustentável
Como fazer um consumo consciente de produtos eletrônicos INOVAR | IDEIA SUSTENTÁVEL
Sombras do Lixo
Imagens inacreditáveis com projeções de luz 1
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INOVAR | IDEIA SUSTENTÁVEL
Editorial Nas últimas décadas tem-se assistido a um crescente debate, investimento e esforço ao nível científico, tecnológico, econômico, industrial e político, no sentido de considerar os impactos ambientais das atividades humanas, minimizar os seus efeitos negativos e viabilizar a manutenção da vida nas suas diversas formas e a qualidade de vida humana no planeta. Têm surgido teorias, correntes, conceitos e iniciativas, que tentam reencaminhar e nortear a evolução das sociedades, procurando cumprir com objetivo de sustentabilidade e que começaram a trespassar e moldar o nosso dia-a-dia. A área do design, nos seus diversos domínios e escalas, tem sido também, cada vez mais requisitada para dar o seu contributo e assumir a sua responsabilidade nesta matéria. Nesta edição abordamos o tema Eco Design e como você pode colaborar para com isso, trazendo ideias e dicas desenvolvidas por profissionais conceituados no mercado. A revista INOVAR traz com solução dos problemas apontados acima a diagramação em que une os pontos negativos os tornando positivo. Com o intuito de despertar a curiosidade, a INOVAR traz matérias sobre Meio Ambiente, Sustentabilidade e Ética no mundo do Design, retirando de cena os softwares e mostrando a capacidade de um Designer que não precisa ser sempre produzido frente a um computador, e trazendo com seus projetos a ideia de apoiar e reforçar sobre os assuntos abordados. Com o intuito de manter a tradicional diagramação de revistas da área de design com os pontos sobre os assuntos abordados, mostrando completa interação com o leitor, atraindo sua curiosidade e atenção para a matéria em questão. Karen dos Santos
Coordenação: Jacqueline Bonato Karen dos Santos Diagramação: Bruno Oliveira Claudia Goviadinov Everton M. Souza Pesquisa:
Bruno Britto Bruno Oliveira, Claudia Goviadinov Everton M. Souza Jacqueline Bonato Karen dos Santos
Projeto Gráfico: Bruno Oliveira Everton M. Souza Revisão:
Karen dos Santos
Impressão:
MB gráfica
Tiragem:
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Carta do Editor Já que a abordagem da revista refere-se Eco Design a sustentabilidade, nada mais conveniente futuro que deixar predominar a cor verde na capa, visto que esta remete a natureza. Utilizamos a imagem de um olho com a função de transmitir a ideia de visão sustentável, cuidados com o meio ambiente e criatividade. O interior do olho mostra as cores e disposição das mesmas, imitando a bandeira do Brasil, pois a Inovar é uma revista legitimamente brasileira, com visão para o futuro e preocupada com o meio ambiente e desenvolvimento de seu país. O logotipo aparece na cor branca para ganhar destaque sobre a capa, no canto superior direito onde pode ser visto e reconhecido mais facilmente. A matéria principal ganha destaque, com sua fonte em tamanho superior as demais fontes utilizadas na capa. As cores das chamadas das matérias que ganharam destaque na capa, foram pensadas para criar contrates com a mesma, ganhando legibilidade e atraindo a atenção do leitor. Uma visão para o
Diretrizes para design gráfico sustentável
Design futurista
São Paulo 15 JUN / 2012 ANO 1 No 1
Novas tecnologias para carros sustentáveis
Editora
Art’s
Coletivo Brasil
TI Sustentável
Evento em São Paulo une
Como fazer um
marcas brasileiras de moda
consumo consciente
sustentável
Sombras do Lixo
Imagens inacreditáveis com projeções de luz
de produtos eletrônicos
Karen dos Santos
Fale com a Inovar Comentários sobre conteúdo editorial da Inovar e reclamações: contatoinovar@arts.com.br. A correspondência pode ser publicada de forma reduzida. Envie seu nome completo e a cidade onde mora. Comunidades Facebook /facebook.com/revistainovar Ning /revistainovar.ning.com Orkut /tinyurl.com/comunidadeinovar Twitter /inovar.arts.com.br/twitter Formspring /formspring.me/inovar Assinaturas assinearts.com (11) 3377-6134 Grande São Paulo 0800-775-2827 Demais localidades Serviço de Atendimento ao Cliente artssac.com (11) 5087-2112 Grande São Paulo 0800-775-2112 Demais localidades (11) 5087-2100 Fax Publicidade Para anunciar na INOVAR, ligue: (11) 3037-2302 Grande São Paulo (21) 2646-8100 Rio de Janeiro (11) 3037-5750 Outras praças (11) 3037-2300 Fax publiarts.com.br
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Av. Torres de Oliveira, 330 Jaguaré - São Paulo - SP CEP 05347-020 Tel.: (11) 3767-5800
Ideia Sustentável Evoke | Linha de óculos sustentáveis
Tecnologia Sustentável
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Urban Lace | Acessórios feitos com câmaras de ar de bicicletas
Open design | Empresa de design disponibiliza projetos de móveis na internet
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Bolsas | Bolsas feitas de cinto de segurança Sombras do lixo | Artista cria imagens inacreditáveis com projeções de luz
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Lâmpada de papel | Opção mais sustentável do mercado
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Luminárias | Luminárias feitas com sacolas reutilizadas
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Adolfo Dominguez | Marca espanhola lança linha de roupas orgânicas
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Coletivo Brasil | Evento em São Paulo une marcas brasileiras de moda sustentável
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TI Sustentável | Entendendo o TI sustentável e como fazer um consumo consciente Dell Studio | Dell anunciou sua linha de desktops “amigas da natureza” EcoBall Sound | Sistema de som esférico
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Design futurista | Novas tecnologias para carros sustentáveis
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10 países líderes em tecnologia verde no mundo | Países se mobilizam e investem em tecnologias sustentáveis
Designer e o consumo consciente | Designers criam mesas de baguetes para alertar sobre o desperdício de alimentos Sete tendências verdes para 2012 | “Diante das preocupações ambientais, tecnologias sustentáveis ganham força este ano”
Infográfico | O que são edifícios verdes
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5 monumentos sustentáveis do futuro | Arquitetos em todo mundo planejam construções mais sustentáveis
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Diretrizes para design gráfico sustentável | Dicas do mestre em design, Nelson Smythe Jr.
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Sustentabilidade Enganosa | O consumidor deve estar atento às falsas propagandas sustentáveis
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Notebook sustentável | Protótipo para um notebook que carrega à base de energia solar.
Seçoes ~
Designer visionário | Ezio Manzini, visionário italiano do design sustentável.
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Electrolux Design Lab | O Refrigerador do Futuro
Design Sustentável Eco design | O que é e o que eu tenho a ver com isso?
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Ideia Sustentável
Evoke lança linha de óculos sustentáveis “Produtos são feitos de material natural e recicláveis”
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epois de alguns anos de pesquisa, a Evoke lança uma linha de óculos escuros sustentáveis: a Evoke Conscious Design. A peça foi desenvolvida para ter um design consciente, que minimize o impacto do material no meio ambiente. O material desenvolvido, o Bioplástic, é biodegradável e foi feito de fontes 100% naturais e renováveis. Os estojos são feitos com tecido de PET reciclado e forrados com algodão natural. Cinco modelos já são produzidos com essa tecnologia: Amplifier, Amplibox, EVK 04, Haze e Super Seed. Todos os modelos contam com as renomadas lentes Carl Zeiss de policarbonato – totalmente livres de distorções, dotadas de proteção total UVA, UVB e UVC e de grande resistência a alto impacto – e com dobradiças em metal nobre, que ampliam a durabilidade do produto. A Evoke foi a primeira marca do mundo a fabricar óculos ambientalmente sustentáveis. Foram anos investindo em pesquisa e em tecnologia para obter o produto ideal: um design consciente, que minimizasse o impacto ao meio ambiente sem comprometer a qualidade irretocável da peça. O resultado é uma linha pioneira de óculos produzida na Itália com uma inovadora matéria-prima biodegradável vinda de fonte 100% natural e renovável: O Bioplástic®. As embalagens trazem o selo FSC (Forest Stewardship Council) de produção sustentável, com estojos em tecido de pet reciclado forrados de algodão natural. Esse avanço faz parte do Evoke Concius Design, projeto liderado pelo Laboratório de Pesquisa da Evoke que busca alternativas de produção menos prejudiciais ao eco sistema para elaborar designs exatamente como os da nossa primeira linha de óculos ECO: modelos que traduzam com perfeição o estilo Evoke e expressem de forma genuína os nosso valores e a nossa intenção de inovar e ir além. Sempre. Porque o importante é dar o primeiro passo. Atualmente, cinco modelos fazem parte da linha ECO da Evoke: Amplifier, Amplibox, EVK 04, Haze e Super Seed. Todos os modelos contam com as renomadas lentes Carl Zeiss de policarbonato - totalmente livres de distorções, dotadas de proteção total UVA, UVB e UVC e de grande resistência a alto impacto - e com dobradiças em metal nobre, que ampliam a durabilidade do produto. Disponível em: <http://evoke.com.br/project/evoke-conscious-design>, acesso em: 29 de maio de 2012.
INOVAR | IDEIA SUSTENTÁVEL
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Urban Lace “Acessórios são feitos com câmaras de ar de bicicletas” Não faz muito tempo que o famoso cinto de segurança de 3 pontos foi inventado pelo engenheiro de segurança da Volvo. O que ele não imaginaria nem em mil anos, é o quão versátil sua invenção acabaria se tornando, na mão de pessoas que pensam criativamente. Na indústria automobilística, quilômetros e quilômetros de material de cinto de segurança são produzidos por ano. Logicamente, eles precisam passar pelos mais elevados padrões de qualidade para serem usados. Infelizmente, nem todo o material passa por esse teste de qualidade e então qual o destino? O lixo. Desperdício não é? Se você pensar pequeno, sim. Mas a equipe de design da talentosa Harvey pensa muito diferente ainda bem! De acordo com o site inglês On Friday, tudo começou em 1997, quando o casal, Dana e Melanie Harvey, foram instalar cintos de segurança em seu Buick 1950 e tiveram a brilhante ideia do por que não usar o material restante do cinto de segurança para transformá-lo em um saco. Quando os amigos e família viram o resultado final, claro que todos quiseram um igual. Então, a dupla decidiu fazer um pouco mais e depois um pouco mais. A simples ideia que começou dentro da garagem de casa cresceu para uma empresa especializada em criar lindas bolsas usando cintos de segurança descartados pela indústria. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/12/12/ acessorios-da-urban-lace-sao-feitos-com-camaras-de-ar-de-bicicletas/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
www.urbanlacejewelry.com
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INOVAR | IDEIA SUSTENTÁVEL
Open design: veja como construir móveis com canos “Empresa de design Dosuno, da Colômbia, disponibiliza projetos de móveis na internet”
Bolsas feitas de cinto de segurança Não faz muito tempo que o famoso cinto de segurança de 3 pontos foi inventado pelo engenheiro de segurança da Volvo. O que ele não imaginaria nem em mil anos, é o quão versátil sua invenção acabaria se tornando, na mão de pessoas que pensam criativamente. Na indústria automobilística, quilômetros e quilômetros de material de cinto de segurança são produzidos por ano. Logicamente, eles precisam passar pelos mais elevados padrões de qualidade para serem usados. Infelizmente, nem todo o material passa por esse teste de qualidade e então qual o destino? O lixo. Desperdício não é? Se você pensar pequeno, sim. Mas a equipe de design da talentosa Harvey pensa diferente – ainda bem! De acordo com o site inglês On Friday, tudo começou em 1997, quando o casal, Dana e Melanie Harvey, foram instalar cintos de segurança em seu Buick 1950 e tiveram a brilhante ideia do por que não usar o material restante do cinto de segurança para transformá-lo em um saco. Quando os amigos e família viram o resultado final, claro que todos quiseram um igual. Então, a dupla decidiu fazer um pouco mais e depois um pouco mais. A simples ideia que começou dentro da garagem de casa cresceu para uma empresa especializada em criar lindas bolsas usando cintos de segurança descartados pela indústria. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/12/12/ acessorios-da-urban-lace-sao-feitos-com-camaras-de-ar-de-bicicletas/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
A
empresa de design Dosuno, da Colômbia, criou uma nova maneira de pensar a construção de móveis. Todos feitos +com peças de encanamentos e outros materiais simples, a empresa disponibilizou para download gratuito o manual de montagem das peças. Chamados de “open design”, os projetos permitem ainda que o usuário faça alterações no modelo original. A ideia é que as pessoas tenham acesso a móveis de qualidade e funcionais sem gastar muito com isso. Como colombianos, a empresa se preocupou com a qualidade de vida da população do país, em meio de crises econômicas. Para a equipe, é importante ressaltar que os materiais utilizados estão disponíveis para quase todos, o que aumenta a sustentabilidade social do projeto. As peças do projeto podem também ser facilmente montadas, desmontadas, transformadas e reaproveitadas, fazendo com que os materiais usados não sejam descartados. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com. br/blog/2011/12/12/open-design/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Sombras do Lixo
“Artista Cria imagens inacreditáveis com projeções de luz em pilha de lixo”
A
frase que diz “o lixo do homem, é o tesouro de outro homem“, faz todo sentido para a arte do casal inglês Tim Noble e Sue Webster, eles criaram uma nova modalidade de arte utilizando lixo e a projeção de luzes. Os artistas criam uma espécie de escultura com lixo coletado pela ruas de londres e ao projetar luz nesta escultura são projetadas silhuetas a arte vem à vida e a
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sombra criada na parede gera uma imagem inacreditável e rica em detalhes. É surpreendente imaginar que a silhueta perfeita é criada a partir de uma pilha de lixo .e este contraste é exatamente o que deixa a arte tão incrível. O trabalho de Tim e Sue foi uma iniciativa tão bem vista e elogiada artisticamente que foi incluído na exposição “Apocalipse: a beleza e o horror” na Academia Real de Arte Contemporânea. É incrível ver o crescimento de arte e obras interessantes que nascem de uma ideia simples como reutilizar o lixo. Disponível em: <http://coletivoverde.com.br/sombras-do-lixo>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Lâmpada de papel pode ser opção mais sustentável do mercado “A Eco Light, do designer Tien Ho Hsu é premiada e pode ser vendida em breve” Modelo de lâmpada de papel pode ser uma nova opção no mercado (Foto: Divulgação). Pensando em mudar completamente a maneira com que as lâmpadas são feitas, o designer Tien Ho Hsu apresentou para o concurso de otimização de energia e iluminação Lite-On Award 2011 uma proposta bem diferente: lâmpadas feitas de papel. O produto foi premiado e considerado viável e sustentável, podendo ser uma alternativa às lâmpadas usadas hoje. O produto é feito com o mesmo formato que as lâmpadas tradicionais feitas de bulbo de vidro e filamento de tungstênio. O sistema criado pelo designer faz com que o calor não prejudique o papel, diminuindo os gastos com partes metálicas e de vidro. Além disso, como o produto pode ser vendido desmontado, seria possível economizar também espaço de estocamento e transporte, além do material não ser tão frágil quanto os modelos de vidro. Depois do uso, a parte de papel pode ser encaminhada para reciclagem. O produto ainda não tem previsão de entrada no mercado, mas o prêmio mostra que o produto é viável para utilização e venda. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/10/28/ lampada-de-papel-pode-ser-opcao-mais-sustentavel-do-mercado/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
Luminárias feitas com sacolas reutilizadas Pensando em reutilizar as sacolas plásticas de uma maneira que não fosse óbvia, o estúdio de design Dornick Design desenvolveu luminárias e abajures utilizando o objeto. Feitas com uma lâmpada de LED, que tem uma eficiência energética maior e não gera calor (que poderia prejudicar a sacola), as luminárias Bag of Light são baratas de serem montadas e utilizam poucos recursos. O estúdio desenvolveu o projeto com a colaboração de consumidores, que foram convidados a pensar em maneiras para transformar resíduos em novos objetos. Com as ideias conceituais, os designers produziram o produto real.
“Estúdio de design monta a luminária Bag of Light, com lâmpadas de LED e sacolas reutilizadas”
Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2012/02/28/ luminarias-feitas-com-sacolas-reutilizadas/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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http://designjuices.co.uk
Marca espanhola lança linha de roupas orgânicas “Adolfo Dominguez usa algodão orgânico em peças da colação Green Me”
A
marca espanhola Adolfo Dominguez, presente no mercado brasileiro já dois anos, lança a linha Green Me. As peças da coleção são criadas sem causar nenhuma agressão ao meio ambiente, garantindo um processo sustentável desde o plantio do algodão. A responsável pela criação da linha é Tiziana Dominguez, filha do estilista Adolfo Dominguez. Os tecidos usados são piquets e sarjas, todos naturais e feitos com algodão orgânico e as cores são leves. Além da coleção sustentável, todas as embalagens da marca são 100% recicladas. As peças da coleção podem ser encontradas nas lojas da marca nos shoppings Higienópolis ou Villa Lobos, ambos em São Paulo Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2012/04/30/ marca-espanhola-lanca-linha-de-roupas-organicas/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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z e u g n i m o D o f l o Ad
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Evento em São Paulo une marcas brasileiras de moda sustentável
O
Coletivo Brasil, idealizado pela designer de biojóias alagoana Patrícia Moura, surgiu com o objetivo de agregar e promover designers e estilistas de todo o país que têm na base do seu trabalho a sustentabilidade. Hoje são 22 marcas que, além do compromisso socioambiental, fazem uma moda globalizada e com muita qualidade. “A sustentabilidade é um tema muito novo, e a ideia é popularizar, familiarizar a sociedade e, dessa forma, contribuir para transformar o comportamento através do conhecimento”, diz a designer. As marcas participantes do evento serão: Patrícia Moura Biojóias, de acessórios naturais desenvolvidos com compromisso socioambiental; Prazeres Accioly, que trabalha materiais naturais em tear manual; Será o Benedito, marca de moda que se utiliza de materiais inusitados como lona usada de caminhão, papel de vedação para construção civil e couro vegetal, entre outros; Maria Ribeiro, que desenvolve lindos acessórios a partir de arame, latão e fios; Tiê Moda Ecológica, que fabrica e comercializa roupas e acessórios de materiais sustentáveis e reciclados; 2Primas, marca que desenvolve uma moda contemporânea através dentro de processos sustentáveis;Tiana Santos, que faz belos acessórios a partir da reutilização de PET; Brilac, de bolsas e acessórios feitos com lacres de alumínio; Heliconia, especializada em sapatos sofisticados feitos com resíduos de couro de peixes como a tilápia; Mãos da Terra, de acessórios artesanais obtidos de sementes, palha misturados a modernidade do metal; Coisas de Maria, de bijuterias que misturam resíduos, como retalho de algodão a matérias primas rústicas e sofisticadas; Jóias do Pantanal, de biojóias, que trabalha sobretudo com a reutilização dos resíduos dos chifres bovinos; e JS Design Sustentável, que utiliza técni-
ca de reutilização de papel no desenvolvimento de acessórios modernos e arrojados. Participarão também o Instituto Ecotece, ONG que promove o vestir consciente e as comunidades “apadrinhadas” pelo Coletivo Brasil, o grupo pernambucano Bio Artes e Mulheres de Fibra, de Trindade. O evento – que terá abertura com coquetel no dia 3 de maio - contará com decoração sustentável, assinada por Letícia Alencar e uma exposição de um editorial de moda realizado por Márcia Gamma, do Estúdio Hiperfashion, com peças das marcas participantes. De acordo com Danielle, o Espaço Moda do Futuro já nasceu com a missão de divulgar criações desenvolvidas sob o selo da sustentabilidade. “Há produtos maravilhosos, sofisticados e cheios de estilo que foram elaborados sob esses preceitos”, justifica. “Assim, nada mais natural do que realizar esse tipo de mostra no local”, conclui. Vale lembrar que no ano de 2011 o Espaço Moda do Futuro abrigou a I Mostra de ModaEco Pernambucana, que foi um sucesso!
INOVAR | IDEIA SUSTENTÁVEL
Disponível em: <http://modadofuturo.com>, acesso em: 29 de maio de 2012.
Mostra Nacional do Coletivo Brasil acontece entre os dias 04 de maio e 03 de junho
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s i a v ã e n u e q s s o e A s r T s p i E N é A L P
o s s o a n s o o d m r r a a r รง b e o m s o o c l o a รฃ v r e s
Design Sustentável
Ecodesign: O que é e o que eu tenho a ver com isso?
U
m dos assuntos mais comentados nos últimos anos é, sem dúvida, o ecodesign (ou design ecológico, design verde, eco friendly design, projeto para o meio ambiente e suas variações). Você pode estar se perguntando: “mas afinal, o que é e porque eu deveria me interessar por isso?” Então, vamos lá! A partir de 1960 percebeu‑se que o planeta possuía recursos finitos e que a produção e descarte dos produtos gerava degradação ambiental. Nos anos 90 surge o termo ecodesign para se referir ao método de projetar produtos industriais com pouco impacto no meio ambiente e adaptados ao uso consciente dos recursos naturais – ou seja, relacionando aspectos de projeto e produção com a ecologia – sem invalidar a funcionalidade e utilização dos produtos. Para caracterizar um produto como fruto de ecodesign podem ser utilizadas várias abordagens, que se referem à produção, ao tipo de material utilizado e até ao método de descarte. Reduzir, reutilizar, reciclar, aproveitar fontes alternativas de energia e produzir sem excessos são algumas dessas abordagens.
Podemos listar algumas das premissas do ecodesign: • Privilegiar materiais que respeitem o meio ambiente, de procedência ecológica, reciclados, certificados, biodegradáveis, reutilizados, leves, locais, renováveis e abundantes. • Aumentar a durabilidade e eficiência do produto. • Projetar visando a reutilização ou a reciclagem dos materiais e embalagens. • Reduzir o mix de materiais, de preferência utilizando apenas um tipo. • Facilitar a desmontagem, separação, reposição e conserto das peças.
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• Produzir de forma mais limpa e segura, sem prejudicar o equilíbrio ambiental (de preferência, usando o ciclo fechado, onde os resíduos voltam para a indústria). • Eliminar o uso de substâncias nocivas na produção e utilização do produto. • Projetar produtos atemporais (sem modismos), anti‑obsolescência. • Desenvolver produtos multiuso, que possam ser utilizados por vários usuários e em mais de uma função. • Estabelecer um sistema de retorno do produto ao fabricante. • Reduzir a energia gasta na fase de transporte, otimizando a quantidade de produtos transportados. Cada dia aumenta o número de empresas e designers que trabalham dedicados ao ecodesign. Mas devemos ficar atentos! Devido à busca por produtos ecológicos, muitas empresas “mascaram” seus produtos, divulgando‑os como se tivessem preocupação ecológica – quando na verdade, a intenção é somente mais lucro. Esta armadilha é comum, e sem a correta informação corremos o risco de cair nela.
E como fazer para descobrir empresas e produtos realmente verde? Como consumidores, sabemos que um produto passa por diversas etapas até chegar a nossa cesta de compras. Porém, só temos acesso às partes “limpas” do processo. Vemos o produto na prateleira, escolhemos, compramos, usamos e colocamos na lixeira. Tudo o que vem antes (extração das matérias‑primas, beneficiamento, transporte, produção) e o que vem depois (recolhimento do lixo, resíduos, aterros ou reciclagem) não está claramente visível. Por isso, em primeiro lugar, devemos nos manter informados. Quando uma organização honesta divulga algum produto ou empresa, provavelmente suas ações são realmente envolvidas com o meio ambiente, e é possível comprovar isto. Desconfie das “inovações” e soluções mágicas, que não esclarecem exatamente em que ponto aquele produto ou serviço é ecológica. Onde estão as evidências do que é verdade ou não?
INOVAR | DESIGN SUSTENTÁVEL
Como já aconteceu comigo, ao entrar em uma loja e ouvir a vendedora dizer: moça, essa bolsa é ecológica, é um lançamento! Digo um: ah, interessante… e porque ela é ecológica? Ela me olha, sem graça, e responde: é ecológica, não prejudica o ambiente! E a conversa encerra por aí (e é óbvio que eu não comprei a tal bolsa). Reciclagem Materiais
algumas vezes ser mais caro pagar por produtos ecológicos, há um motivo para isso. Geralmente são produzidos em menor quantidade, com melhor qualidade e utilizando materiais de baixo impacto, o que aumenta o preço. • Da mesma forma, prefira pagar mais por produtos duráveis e atemporais do que pouco por algo que vai estragar logo ou sair de moda rapidamente. Isso vale para roupas, sapatos, brinquedos, móveis… Pense e avalie bem o que vai levar para casa. • Opte por produtos feitos com matéria‑prima renovável, reciclada ou reutilizada, ou com selos de certificação reconhecidos.
Uso
Transporte
Produção
É muito fácil rotular algo e ressaltar suas boas características – mesmo que elas não existam. E é comum também existir um “selo verde” inventado ou uma palavra vaga, sem detalhes e explicações, como “amigo do meio ambiente”. Em outros casos se ressalta um atributo ecológico mínimo, quando todo o resto é sujo. Há também outro caso que gosto de citar: uma grande rede de supermercados iniciou uma campanha de marketing, mostrando o quanto eram ambientalmente responsáveis e preocupados com a natureza. Ao entrar em uma das suas lojas, precisei embalar minha bolsa em um enorme saco plástico, que foi rasgado e descartado no momento em que deixei o local. Como assim??? Por isso: pesquise, converse com pessoas de confiança, e peça explicações. Afinal, nosso papel como consumidores conscientes é procurar sempre a melhor opção– mostrando para as empresas que o ecodesign não é apenas uma moda. Lidando com os problemas de forma coletiva e interligada, a chance de sucesso é maior. Afinal, todos nós temos uma parcela de culpa no processo de destruição do planeta. Algumas atitudes práticas que podem ser tomadas: • Busque os “fabricados no Brasil”. Artefatos de produção nacional valorizam a economia local e geram menos poluição no transporte. • Evite utilizar produtos descartáveis, como copos e talheres de plástico. Você usa por 5 minutos, e eles demoram centenas de anos para se decompor. • Valorize as ações honestas que buscam a preservação ambiental e a geração de renda para comunidades. Apesar de
Não são nossas pequenas atitudes que irão trazer grandes resultados – mas é um começo. É preciso um esforço conjunto, para que muitas pessoas se conscientizem que as escolhas, de forma coletiva, podem repercutir em grandes mudanças. Mas de qualquer forma, não existe o produto perfeito: qualquer produção irá gerar danos ambientais, maiores ou menores. Divulgue, informe‑se, aprenda e ensine! É através da colaboração que as boas ideias são difundidas. Disponível em: <http://coletivoverde.com.br/oque‑e‑ecodesign/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
Design Sustentável ou Ecodesign?
básicas de toda a sociedade. Pode incluir uma visão mais ampla de atendimento a comunidades menos favorecidas.
Ecodesign é a mesma coisa que design sustentável? E green design? Muitas dúvidas surgem quando começamos a estudar o assunto, inclusive alguns autores acabam confundindo os termos – por isso vamos tentar esclarecer um pouco esses termos.
Socialmente Equitativo
Princípios do Eco-Design
DESIGN SUSTENTAVEL
• Escolha de materiais de baixo impacto ambiental: menos poluentes, não-tóxicos ou de produção sustentável ou reciclados, ou que requerem menos energia na fabricação. • Eficiência energética: utilizar processos de fabricação com menos energia. • Qualidade e durabilidade: produzir produtos que durem mais tempo e funcionem melhor a fim de gerar menos lixo;
Ecologicamente Benéfico
Economicamente viável
• Modularidade: criar objetos cujas peças possam ser trocadas em caso de defeito, pois assim não é todo o produto que é substituído, o que também gera menos lixo.
Podemos afirmar, portanto, que quando design e sustentabilidade se fundem em uma solução para determinada • Reutilização/Reaproveitamento: Propor objetos feitos a demanda imediata será projetada, sendo a melhoria e lonpartir da reutilização ou reaproveitamento de outros obgevidade as características mais privilegiadas, ecoando nos jetos; projetar o objeto para sobreviver seu ciclo de vida, âmbitos econômico, social e ambiental. criar ciclos fechados sustentáveis. Um produto que se propõe ser mais sustentável deve enOu seja, o foco do ecodesign é ambiental. Sua primeira globar esses conceitos em toda a sua cadeia, incluindo a emdefinição foi dada por Papanek (2005) no livro “Design for balagem. Manzini e Vezzoli (2002) sugerem que “para atingir the real world”. a sustentabilidade ambiental é necessário que ocorram percursos idealmente praticáveis na mudança tecnológica e na Design Sustentável mudança cultural”. Segundo o idds, Design Sustentável é um conjunto de No Design Sustentável a interdependência dos fatores ferramentas, conceitos e estratégias que visam desenvolver envolvidos no desenvolvimento de um produto é essencial soluções para a geração de uma para um resultado positivo de sociedade voltada para a susum projeto. Segunto KAZAZIAN Os 3 Rs são considerados os tentabilidade. Segundo Pazmi“a interdependência é um prepilares da sustentabilidade no (2007), é um processo mais cioso revelador de sentido e di(reciclar, reduzir e reutilizar) abrangente e complexo que conreção, que se trate da biosfera templa que o produto seja ecoou de organizações humanas: nomicamente viável, ecologicamente correto e socialmente qualquer fenômeno repercute no conjunto, que, por sua vez, equitativo. O design deve satisfazer as necessidades humanas mais ou menos tarde e de forma mais ou menos intensa,
“
“
melhoria evolução
econômico
design sustentável design
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ambiental
sustentável
solução
longividade
melhoria
econômico social ambiental
solução pontual
social
design sustentável
questão
longevidade
acaba repercutindo na fonte do fenômeno. Um produto interdependente pode ser considerado um poluidor nômade. A cada etapa do seu ciclo de vida (extração das matérias primas, fabricação, distribuição, utilização, valorização), fluxos de entrada (matérias e energias) e de saída (resíduos, emissões liquidas e gasosas) produzem impactos negativos sobre o meio ambiente (poluições, resíduos, nocividades…) em diferentes lugares do planeta”. KAZAZIAN nos mostra como tudo está conectado, não podendo ser desprezado os aspectos sociais envolvidos na produção de embalagem. Não basta estudar novas tecnologias que impactem menos o meio ambiente, é necessário estudar as pessoas envolvidas no ciclo de vida do produto. Para isso serão entrevistados designers, consumidores, fabricantes e representantes de cooperativas de reciclagem. Observar suas dificuldades e as soluções já encontradas. O seu estudo poderá mostrar como essas pessoas estão em interdependência, onde cada decisão individual pode impactar no coletivo. Ou seja, além dos aspectos já considerados tradicionalmente pelo Design, os aspectos ambientais, sociais e econômicos são tão importantes quantos todos os outros.
Design social No caso da embalagem, vejo que o o aspecto social tem sido pouco discutido. Tem se discutido muito mais os seus impactos ambientais, e as medidas que as empresas estão tomando tem sido mais nesse sentido. A embalagem, para esse atual momento do nosso desenvolvimento, pode ser uma ótima ferramenta de comunicação e de mudança de atitudes que visem a sustentabilidade. PAPANEK em seu polêmico livro Design for the real Word, tentou mostrar um caminho alternativo para o designer, o desenvolvimento de um design não para o mercado e sim para o individuo, para a comunidade. Papanek também incentivava aos designers a passarem em países subdesenvolvidos aperfeiçoando produtos que realmente satisfazem as necessidades locais. Um exemplo de embalagens voltadas para o social é a Dream Ball – Unplug. O Ecodesign faz parte do Design Sustentável. Sua metodologia e seus conceitos respondem as necessidades quando o assunto é o meio ambiente, porém não inclui os aspectos sociais envolvidos. E green design não quer dizer muita coisa, serve mais para o marketing do negócio. Design Sustentável Ecodesign Design
Apenas como um design com o foco no desenvolvimento sustentável é que poderá obter um resultado viável economicamente, socialmente equitativo e ecologicamente benéfico. Disponível em: <http://embalagemsustentavel.com.br/2010/10/21/designsustentavel-ecodesign/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
Designer visionário
www.keywordpictures.com
O
visionário italiano do design sustentável, Ezio Manzini (designer, engenheiro, arquiteto e professor), acredita que o produto sustentável deve ser produzido de modo menos agressivo ao meio ambiente, economizando matéria-prima e energia. Mesmo assim, a produção de novos artefatos, ainda que eficientes, tem um efeito colateral, pois não desacelera a produção e o consumo. Cada vez mais tem se falado em sustentabilidade e do papel do designer ao projetar produtos que contribuam economicamente para um “mundo” sustentável. Pode-se dizer que a sustentabilidade é uma revolução. E, que o designer, dentro desse grande plano, tem o papel de facilitar as inovações sociais, levando a sociedade na direção correta. O designer é o profissional responsável pela escolha de materiais e criação de produtos. Então, uma de suas responsabilidades é conhecer o ciclo de vida desses materiais e produtos. Nessa nova geração do design surgiram inúmeras ferramentas que facilitam a implantação desse novo método. Essas novas ferramentas são baseadas em três conceitos fundamentais: serviços colaborativos, bens compartilhados e ecologia do tempo. Por exemplo, no compartilhamento de carros há chaves que acumulam informações de cada um dos seus usuários, permitindo o ajuste automático dos assentos. Se pensarmos no campo da residência, há vários serviços e equipamentos de uso comum num prédio, como, por exemplo, uma máquina de lavar comunitária, com funções específicas, pode ser uma ferramenta útil. O resgate de uma qualidade de vida baseada num tempo lento e contemplativo pode parecer uma abordagem nostálgica da sustentabilidade. A ecologia do tempo pode trazer a nostalgia, porém, permite que você viva melhor. Um tempo mais lento, mas com tecnologias recentes. Na verdade, é uma nostalgia reflexiva, que permite uma maior consciência. O design sustentável é um novo processo que agora se preocupa com a produção. Há uma preocupação sócio- eco-
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nômica, o que faz a produção respeitar tudo isso. Na minha opinião, os clientes não desaprovaram essa maneira nova, designers se preocupando com o bem estar mundial, pois continuam comprando. Desde que a produção seja cautelosa, o consumo continuo só mostra que os novos métodos estão dando certo. Pequeno, compacto e muito prático, o carregador de iPod e celular Solio Classic Hybrid Charger chegou para abalar o mundo dos gadgets. Ao invés de usar uma tomada convencional, Solio permite ao usuário carregar o celular de qualquer lugar que tenha luz solar. Basta colocá-lo no sol de 8 a10 horas para que a bateria interna seja carregada. Depois é só ligar o iPod, celular, camera digital ou outros pequenos acessórios, e carregar. Para cada 20 minutos de ligação, o celular deve ser carregado em média uma hora, e o mesmo tempo carrega um iPod por 50 minutos contínuos de música. O produto economiza energia e apela às demandas de hoje por coisas mais práticas e funcionais. Com essa nova invenção, podemos observar que o design sustentável vai muito além da teoria. É possível unir o útil ao sustentável, pois o produto une a estética e funcionalidade a preocupação ambiental de poupar energia elétrica. Disponível em: <http://de-sustentabilidade.blogspot.com.br/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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DESIGNER E O CONSUMO CONSCIENTE “Designers criam mesas de baguetes para alertar sobre o desperdício de alimentos”
Mais de um bilhão de toneladas de comida vira lixo todos os anos. Isso representa um terço do total produzido para o consumo humano. As informações são de um estudo realizado pela Organização das Nações Unidas para a Agricultura e Alimentação (FAO). Tantos alimentos desperdiçados poderiam alimentar pessoas em localidades onde a comida é escassa. Pensando em todo esse desperdício, os designers austríacos Gosia e Tomek Rygalik projetaram mesas feitas de baguetes, que iriam para o lixo, para alertar sobre o consumo inconsciente de alimentos. Exibida no Laboratório Design Week Viena de 2011, a “Mesa Baguete” é uma representação do excesso desnecessário de comida. Segundo o blog Gessato, os visitantes do laboratório são cercados por pão e podem comer em pratos de pão nas mesas de pão. Uma experiência única e inspiradora. As mesas de baguete foram criadas a partir de pães velhos da cidade de Viena, na Áustria. Elas são exclusivas e mostram a quantidade de alimentos que viram resíduos a cada dia em todo o mundo. Segundo os designers, a ideia da mesa é mostrar que você pode criar qualquer coisa a partir de qualquer material. E mais do que isso: devemos pensar duas vezes antes de desperdiçarmos estes recursos. Os designers explicaram que todos os alimentos descartados por Viena poderiam alimentar metade de Graz, a segunda maior cidade da Áustria. Disponível em: <http://de-sustentabilidade.blogspot.com.br/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
nológicos com a preservação do meio ambiente, especialistas apontam as principais tendências para equilibrar a balança: • Ecotelhados: são camadas de vegetação também conhecidas como “coberturas verdes”. Agem como isolantes térmicos, reduzem o consumo de energia, absorvem água da chuva, filtram a poluição e melhoram a aparência da estrutura. • Containers: a utilização de containers habitáveis é uma prática comum em diversos países, principalmente na Europa. Eles são ecologicamente corretos e, com as adaptações corretas, podem ser transformados em casas ou espaços comerciais. • Ecotáxis: frotas inteiras de carros movidos a combustível fóssil começam a ser substituídas por alternativas com tecnologia limpa. Táxis elétricos, híbridos, movidos a células de combustível a hidrogênio ou a gás natural comprimido já estão em circulação nos Estados Unidos e Inglaterra. • Computação em nuvem: chamada de “cloud computing” em inglês, é uma tendência na área de tecnologia da informação que reduz o consumo de energia e diminui as emissões de carbono pela metade. Consiste na virtualização de servidores, o que permite que você, através de uma conta online, possa acessar aplicativos e salvar seu trabalho na rede para depois acessar de qualquer outro computador, bastando ter acesso à Internet. • Car sharing: é um modelo de aluguel de automóveis onde as pessoas podem alugar carros por curtos períodos de tempo, muitas vezes por hora. A oferta de carros elétricos é presente em grandes redes. • LED: à medida que aumentam as preocupações com a economia de energia, a iluminação a LED ganha mais espaço no mercado, podendo ser encontrada nos mais variados equipamentos, de celulares a televisores. Segundo estudo feito pela companhia inglesa de eletricidade Energy Saving Trust (EST), até 2015 o mercado deverá ser dominado por essa tecnologia capaz de reduzir pela metade o gasto de energia na iluminação pública.
SETE TENDÊNCIAS VERDES PARA 2012 “Diante das preocupações ambientais, tecnologias sustentáveis ganham força este ano” Anos de crescimento econômico desenfreado geraram enormes desequilíbrios: nunca fomos tão ricos, mas o planeta é quem pagou mais caro por isso. Buscando aliar avanços tec-
• Redes inteligentes de energia: ao contrário da medição manual de energia vigente, o sistema inteligente evita erros de medição, auxilia o controle de fraudes, reduz custos de manutenção e permite a detecção mais rápida de eventuais pontos de interrupção no fornecimento de energia. Os avanços na área da ciência e tecnologia têm por objetivo melhorar a qualidade de vida de toda a população levando em consideração a qualidade ambiental do planeta. Você acredita que o Brasil está no caminho certo para o desenvolvimento contínuo, longo e sustentável? Disponível em: <http://responsavelcomovoce.com.br/?p=2245>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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edifícios verdes
O que são
“Estrutura precisa economizar recursos naturais, pensar no bem estar dos usuários e fomentar economia local”
Custo para implantação
Valorização na revenda
Valor do condomínio
De 10% a 20%
Varia de 1% a 7% a mais do que o de um empreendimento convencional
Até 30% de redução, além de diminuição média de 9% no custo de operação durante toda a vida útil
Água
Enegia
Controle do fluxo de água (torneiras, vasos sanitários e na limpeza)
Melhor aproveitamento da luz natural, como claraboias ou janelas maiores
Captação da água da chuva
Adoção de lâmpadas de alta eficiência energética
Sistemas de reuso e escoamento da água
Sistema de ar condicionado com menor consumo de energia
Estimativa
Fontes alternativas de energia, como energia eólica ou solar
Estimativa
Redução de até 50% no uso de água potável
Descarte
Redução de cerca de 30% no uso de energia elétrica
Definição de políticas sustentáveis de compra e descarte e reciclagem de materiais
Estimativa Redução de até 80% na emissão de resíduos sólidos (lixo, papel, madeira, carcaça)
Materiais
Aquisição em locais perto da obra: até 500 km de distância
Ar, ruido e odores
Redução do uso de produtos que emitem substâncias tóxicas
Ambientes arejados e isolados de muito ruído externo Uso de produtos de limpeza sem fortes odores Aplicação de vegetação para reduzir o calor no interior do imóvel
Manutenção
Estimativa
Vistoriais e auditorias devem manter as políticas sustentáveis
Redução de 33% a 39% na emissão de CO2 Fonte: Colliers International, Fundação Vanzolini e GBC Brasil
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monumentos sustentáveis do futuro
“Arquitetos em todo mundo planejam construções mais sustentáveis”
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Ter construções mais sustentáveis é uma preocupação cada vez mais frequente entre os arquitetos em todo o mundo. Projetos aparentemente futuristas estão cada vez mais perto de serem produzidos. Veja cinco monumentos sustentáveis em desenvolvimento:
Solar Plaza Fargo Desenhada para ser construída em Dakota do Norte, nos EUA, a obra comporta espaços comerciais e residenciais. A estrutura é feita para comportar painéis solares em sua extensão, mas ainda permitindo a entrada da luz solar para ampla utilização. É previsto também espaços para pequenas hortas e compostagem nas casas. A produção de energia solar prevista deve ultrapassar a quantidade que seria usada na construção e seria usada também para os postes próximos do local.
Eco Link Dos arquitetos Junkai Jian e Jinqi Huang, o terminal de passageiros permite a entrada de luz natural na construção. O local prevê ainda a utilização da água da chuva para irrigação das plantas do local e painéis de energia solar para utilização interna.
Wuhan Energy Flower Com formato de flor, a construção desenhada pelo estúdio Grentmij e Soeters Van Ekdonk é projetada para utilizar a energia solar, água da chuva e ventilação natural. Além disso, estruturas podem coletar energia eólica.
Educação verde O projeto da escola Jean Moulin, na França, é da OFF Architecture. A intenção é que a construção se confunda com a própria montanha. Plantas serão plantadas em todos os telhados e vários sistemas de aproveitamento de energia fazem parte do planejamento. Mais espaço verde Do designer Mathew David Wagner, a construção propõe que as pessoas utilizem mais os espaços ao ar livre. Para isso, várias estruturas foram desenhadas para maior uso da área verde. A estrutura conta ainda com diversos aspectos sustentáveis, como sistemas de reutilização de água, otimização para utilização de luz e ventilação naturais e espaços para plantas. Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br/blog/2011/12/19/5monumentos-sustentaveis-do-futuro/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Diretrizes para design gráfico sustentável Mais umas boas dicas do mestre em design pela UFPR, Nelson Smythe Jr. Ele é consultor em design gráfico e sustentabilidade e chefia a Aurus, uma agência focada na questão ambiental. Após as valiosas dicas vocês podem conferir o trabalho dele no site www.aurus.art.br.
nuindo as emissões de carbono na distribuição e ainda custos de postagem. Considerar os formatos levando em conta os tamanhos industriais das resmas, para que o aproveitamento seja máximo e assim minimizada a quantidade de aparas.
PROCESSOS
TINTAS
• Pré-impressão Utilizar CTP, as chapas são gravadas eletronicamente, eliminando os fotolitos e os decorrentes resíduos tóxicos da sua produção.
• Geral Usar o mínimo de cores e tintas, diminuindo custos, consumo de líquidos para limpar as máquinas de impressão e resíduos. Minimizar a cobertura de tinta torna o produto mais fácil para reciclar (o processo de de-ink é facilitado).
• Impressão Utilizar offset waterless (elimina a solução umidificadora) reduz as emissões totais de VOCs. PAPEL • Gramatura Usar papéis de menor gramatura. Selecionar papel sem revestimento sempre que possível. • Branqueamento Não utilizar papéis branqueados com cloro. Especifique papéis TFC ou ECF. • Certificação FSC Se usar papel virgem, considerar um que tenha certificação FSC. • Reciclados Escolher papéis que contenham o máximo de conteúdo reciclado pós-consumo (PCW) – Ideal 100% PCW.
ACABAMENTOS Especificar vernizes e coberturas à base d’água (com baixa emissão de VOCs) ao invés de coberturas UV e laminações. Evitar o uso de PVC e outros materiais não recicláveis nas capas e em embalagens. Evitar revestimentos UV, laminações, termografia e hotstamping, eles impedem ou dificultam a reciclagem. LOCALIZAÇÃO Especificar recursos locais, fornecedores como gráficas e produtoras e distribuidores de papel que estejam localizadas o mais próximo possível do usuário final, facilitando a distribuição, reduzindo os impactos de transporte e valorizando a mão de obra local. Disponível em: <http://www.impressoesverdes.wordpress.com>, acesso em: 29 de maio de 2012.
www.roxdesigner4d.blogspot.com.br
• Tamanho Projetar num formato menor e com menos páginas, se for o caso; economizando papel, tinta, água, dimi-
• Eco-tintas Empregar tintas à base de óleos vegetais (com baixas emissões de VOCs). Especificar àquelas que possuem base vegetal maior, se não conseguir usar tintas livres de óleos minerais, procurar aquelas com menos de 10% de VOCs.
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Coloque o binoculo na abertura
Destaque
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www.havaianas.com.br 26
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Sustentabilidade
Enganosa
www.atilavelo.com.br/2009/04/greenwa-
O consumidor deve estar atento às falsas propagandas sustentáveis Não há dúvidas de que sustentabilidade seja a palavra da moda e isso tem um lado positivo, que é o fato de incentivar ações preocupadas com o desenvolvimento levando em consideração a igualdade no tripé: social, ambiental e econômico. Mas, também tem um lado negativo que é o uso inadequado deste termo, com interesses puramente comerciais. O apelo ecológico tem atraído os clientes mais preocupados com o futuro do planeta e esse fato despertou uma luz no mundo dos negócios e das propagandas, resultando em algo que o mercado internacional chama de “Greenwashing”. Isso seria como dar um banho “verde” em coisas que não possuem cuidado algum com a natureza ou com a sociedade em sua essência. Em 2009, quando a sustentabilidade começou a ganhar força e se popularizar, a Revista Veja publicou sete dicas para ajudar o consumidor a identificar as propagandas enganosas da publicidade. Existem dicas simples que podem ser colocadas em práticas com eficiência ainda hoje. O primeiro item que merece atenção são os termos obscuros. Mesmo que o assunto esteja mais comum a cada dia,
existem expressões, principalmente em inglês, que não são de domínio público e mesmo assim são usadas pelas empresas para tentar fisgar aqueles clientes mais desatentos, como “eco-friendly”. As imagens sugestivas, que mostram uma realidade impossível também devem ativar o radar do consumidor. Nesses casos, é comum as empresas usarem imagens de plantas e flores, em meio a outras coisas que não têm qualquer relação ambiental. Os selos de qualidade ambiental, ou que certificam algum produto utilizado como matéria-prima, devem possuir sempre o carimbo de alguma instituição séria e comprometida com a sustentabilidade. Os consumidores precisam atentar às comparações feitas com outras empresas, quando a propaganda caracteriza o produto como mais “verde” do que a concorrência. Antes de tomar isso como um fator positivo é preciso saber o que a concorrência faz, pois se tudo for errado, então ser melhor do que eles não significa necessariamente ser bom. O quinto ponto levantado pela revista é a falta de credibilidade, já que nem todos os produtos que possuem a palavra “ecológico” em sua capa são realmente saudáveis ou seguros. Por isso, além da embalagem é preciso analisar todo o conteúdo. O uso de palavras muito técnicas ou específicas pode ser outra amostra de que o produto não é confiável. As palavras que não são de conhecimento comum podem gerar outras ideias a partir de sua sonoridade ou similaridade a uma palavra de diferente sentido. Para uma empresa mostrar que o seu comprometimento com a sustentabilidade vai além do Greenwashing ou do discurso, ela precisa comprovar na prática. Portanto, provas, relatórios e constante comprometimento com a verdade são essenciais para conquistar verdadeiramente o consumidor e deixar de lado o tal do “blá, blá, blá” da sustentabilidade. Disponível em: <http://www.ciclovivo.com.br/noticia. php/2533/consumidor_deve_estar_atento_as_falsas_ propagandas_sustentaveis/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Tecnologia Sustentável
Entendendo o TI Sustentável e como fazer um consumo consciente de produtos eletrônicos
A
Itautec lançou o “Guia para o Gestor de TI Sustentável” e relançou o “Guia do Usuário Consciente de Produtos Eletrônicos”. O conteúdo e a edição de ambas publicações ficou a cargo da Gestão Origami. Os dois Guias nascem de um trabalho que a Itautec vem desenvolvendo há alguns anos de posicionamento da sustentabilidade como um ativo estratégico da empresa. Em 2009 a Gestão Origami desenvolveu um trabalho com a empresa para incorporar sua visão e os resultados de seus investimentos em sustentabilidade nos argumentos de venda de seus produtos. A partir daí surgiu a idéia de desenvolver um material voltado diretamente para os consumidores finais com informações e dicas para um consumo mais consciente de produtos eletrônicos. A primeira edição do guia foi lançada em agosto de 2010 e teve uma acolhida muito boa, com mais de dois mil downloads no site da Itautec.
Ciclo de vida de um notebook
O documento traz para o leitor o conceito de ciclo de vida do produto, com a idéia de ajudar a realizar uma escolha melhor na compra de um equipamento, no prolongamento do seu uso e no descarte ao final de sua vida útil. O interessante desta abordagem é que muita gente não se dá conta de que o produto que tem em mãos tem uma história, que começa antes mesmo de ser produzido, desde que seus componentes são retirados da natureza. Passa, então, pelo processo de fabricação, distribuição, venda e chega até o momento em que é descartado. Para ilustrar bem este conceito há até uma representação gráfica do ciclo de vida de um notebook. Além de apresentar para o leitor os estágios de compra, uso e descarte (pós-uso) consciente dos produtos eletrônicos, o “Guia do Usuário Consciente de Produtos Eletrônicos” traz uma lista de ações simples que cada um de nós pode realizar no nosso cotidiano para promover o consumo consciente. Também possui algumas sugestões de sites, nos quais é possível obter mais informações, e um glossário com alguns termos usados na publicação.
As empresas e o TI Sustentável
O equipamento é montado em uma fábrica Recursos da natureza são extraídos e processados para fornecer os elementos necessários para Ele é concebido e desenvolvido para atender às demandas do mercado usando as novidades tecnologicas apropriadas aos
CICLO DE VIDA DE UM NOTEBOOK
Chega a hora do consumidor se desfazer do equipamento. Neste momento, ele tem duas opções principais:
quando em bom funcionamento, passá-lo adiante, revendendo-o ou doando-o a outra pessoa ou a uma ONG.
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Junto com vários outros, o notebook e distribuido para intermediários - uma rede de supermercados, por exemplo - que se encarregam da venda direta aos consumidores. Ou pode ser comprado por uma grande empresa diretamente do fabricante para ser usado por seus
O consumidor compra o notebook, leva-o até sua casa
enviá-lo para reciclagem - com isso ele se tornará parte do ciclo de vida de outros equipamentos, já que seus componentes serão reciclados e reaproveitados. Com isso, se diminuí a necessidade de extrair os recursos limitados da natureza
Em paralelo começamos a produzir para a Itautec o conteúdo do “Guia para o Gestor de TI Sustentável”. Esta publicação surgiu a partir da constatação de que existe ainda muito pouco material de referência acessível e de fácil leitura sobre o assunto. A proposta é prover informações e dados relevantes que ajudem o profissional que analisa e toma decisão de compra de equipamentos eletrônicos para empresas e governos a adquirir equipamentos sustentáveis. Como diz João Carlos Redondo, gerente de sustentabilidade da Itautec, “esses profissionais podem contribuir de forma valiosa para uma postura mais sustentável em suas empresas ou organizações”. Para ele o conceito de “TI Sustentável” tende a ganhar cada vez mais espaço, já que está diretamente relacionado ao desenvolvimento e implementação de estratégias e ações baseadas em aspectos importantes: • econômico, garantindo um equilíbrio de custoeficiência e vantagem competitiva; • ambiental, gerando menor impacto ambiental no uso da tecnologia, por exemplo adotando padrões de aquisição e uso dos equipamentos;
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• e social, para gerar e valorizar uma cultura de sustentabilidade junto aos stakeholders (partes interessadas). O guia explora justamente estes conceitos, com explicações sobre o que é sustentabilidade e os problemas causados pelos produtos do chamado “mercado-cinza”, no qual equipamentos eletrônicos são produzidos e comercializados sem observar os requisitos legais aplicáveis, com consequências negativas para o meio ambiente e a economia. “Sempre que for se ausentar por mais de mei hora, vale a pena desligar o computador. Um bom exemplo é na hora do almoço. Um computador ligado durante 1/ hora/ dia consome 8,3 kwh/mês em média. Ao longo de um ano, a economia decorrente de desligar o computador durante esta uma hora de almoço será de 99,3 kw/h, o que leva cada pessoa que desligar seu computador a deixar de jogar na atmosfera 3,64 quilos de CO2 equivalentemente. Esse volume corresponde ao emitido por um carro movido a gasolina ao percorrer 20 km. Além disso, resulta em uma economia de aproximadamente R$ 30”. Fontes: Consumo médio dos equipamentos, Choicece Institute – Metodologia de conversão, GHG Protocol - Tarifas Aneel – Cenário e cálculos, equipe interna Itautec.
Uma das dicas que o gestor de TI pode ajudar a implementar nas empresas ou organizaçoes onde trabalham. Também serve para cada um de nós. Traz também dicas de como realizar o processo adequado de descarte dos aparelhos eletrônicos e o que fazer com eles quando já não têm uso, além de sugestões sobre o uso eficiente da energia para os profissionais de TI e seus desdobramentos para as empresas e organizações para as quais trabalham. Para João Carlos Redondo, “o guia para gestores foi pensado e elaborado com foco nos profissionais de TI, mas sabemos que os usuários finais devem ser permanentemente conscientizados e mobilizados a fazer uso eficiente de seus equipamentos”. Neste sentido, ambas publicações são complementares e estão alinhadas com os investimentos que a Itautec vem realizando em sustentabilidade e na conscientização dos consumidores sobre a importância de usar os produtos eletrônicos de forma consciente e sustentável.
TI Sustentável = benefícios econômicos, sociais e ambientais É bom termos consciência, também, de que a maneira como usamos estes produtos e como os descartamos, depois que perdem a utilidade, produz impactos positivos ou negativos. Ambos guias mostram como até mesmo gestos simples, como o de apagar os equipamentos quando não são usados, podem impactar enormemente meio ambiente, a sociedade e os nossos bolsos. Outro ponto interessante foi o fato de que ambos guias contaram com um olhar do Instituto Akatu, referência em consumo consciente. Eu fiz parte da equipe que desenvolveu e lançou o Akatu mais de 10 anos atrás e fico feliz em retomar a colaboração por meio desta iniciativa da Itautec. Por último, mas não menos importante, a versão digital de ambas publicações possui uma licença de distribuição Creative Commons. Isso significa que elas podem – e devem – ser compartilhadas o máximo possível. As únicas restrições é que não podem ser usadas para fins comerciais, a fonte de origem deve ser citada e deve ser incluído um link para http://itautec. com/sustentabilidade. Disponível em: <http://gestaoorigami.com.br/renatoguimaraes/ comunicacao/entendendo-o-ti-sustentavel-e-como-fazer-um-consumoconsciente-de-produtos-eletronicos/>, acesso em: 29 de maio de 2012.
Impacto das decisões de compra Para mim foi um prazer elaborar o texto dos dois guias, pela possibilidade que me abriu de me aprofundar neste campo fascinante do TI Sustentável. Particularmente sou um usuário entusiasta de produtos eletrônicos e considero fundamental que consumidores “pessoas-físicas”, como é o meu caso, e os corporativos tenham consciência de que suas decisões de compra têm o poder de levar as empresas a produzir e comercializar produtos cada vez melhores, do ponto de vista da sustentabilidade. INOVAR | TECNOLOGIA SUSTENTÁVEL
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Dell Studio
Hybrid Desktop SPEAKER
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VOLUME SUPPORT
Agora é oficial, a Dell anunciou sua linha de desktops “amigas da natureza”, 80% menor que os desktops convencionais, consumindo 70% a menos de energia, e 95% da sua embalagem é reciclável. Equipado com processador Intel Core 2 Duo, 4GB de RAM DDR2 SDRAM, 320GB no disco rígido, gravador de DVD e leitor de mídias Blu-Ray, wireless, wi-fi, e assim vai... E o melhor de tudo, com preços iniciais a US$499,00! Disponível em: <http://designatento.com/design-sustentavel/ecodesign/dell-studio-hybrid-desktop.html>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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SPEAKER
EcoBall Sound
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edro Gomes, designer formado pela Faculdade de Arquitetura-UTL em Lisboa, desenvolveu um sistema de som esférico inspirado pela característica de expressão poética da música e sua constante presença na vida das pessoas, o produto é portátil e tem como público alvo pessoas que gostam de acampar e viajar. A proposta de uma bateria carregada por energia solar atende não só à necessidade de mobilidade, por eliminar a preocupação com a recarga de bateria em um ambiente natural, mas também a questão sustentável pelo uso de uma forma de energia não poluente. Atualmente Pedro Gomes trabalha em Munique, Alemanha. Mais trabalhos do designer podem ser encontrados no seu perfil online http://www.behance.net/pedrogomes/Frame/678180 Disponível em: <http://designatento.com/design-sustentavel/ecodesign/dell-studio-hybrid-desktop.html>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Electrolux Design Lab “O Refrigerador do Futuro”
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Electrolux Design Lab é uma competição anual promovida pela empresa de eletrodomésticos que dá o seu nome. É voltada para estudantes e profissionais da área de design com o intuito de produzir soluções inovadoras para produtos domésticos tendo em vista o futuro. Este ano o concurso teve como tema a “Segunda Era Espacial” e os competidores foram conduzidos a projetar objetos para pessoas do ano de 2050. Um dos resultados mais interessantes foi este refrigerador projetado por Yuriy Dmitriev. Ele funcionaria a base de um gel composto por bionano-robôs, que absorveriam o calor dos alimentos depositados no gel e transformariam essa energia em luminescência.O refrigerador foi projetado para ser usado no sentido vertical, horizontal ou até no teto, se adaptando a qualquer ambiente, funcionando sem a necessidade de energia elétrica. Disponível em: <http://designatento.com/design-produto/tecnologia/o-refrigerador-dofuturo-electrolux- design-lab.html>, acesso em: 29 de maio de 2012.
NOTEBOOK SUSTENTÁVEL JÁ É REALIDADE
E
nquanto o mundo discute formas inovadoras de produzir energia limpa de forma sustentável, a indústria de tecnologia dá um passo adiante e desenvolve o protótipo para um notebook que carrega à base de energia solar. Desenvolvido pela designer italiana Andrea Ponti, o laptop é feito de policarbonato e possui dois painéis solares na tampa do computador e no teclado. Ao permanecer embaixo do sol, ele capta a energia e gera eletricidade para se autoalimentar.
Nessa mesma linha, uma equipe de pesquisadores da universidade australiana RMIT desenvolveu uma forma de converter energia mecânica, como os movimentos de digitação ou do mouse, em energia elétrica para o abastecimento do notebook.
Partindo do mesmo princípio, o designer chinês Je Sung Park, criou um notebook feito com papel reciclado, o Recyclabe Paper Laptop. O produto funciona como qualquer outro computador, a diferença está nas peças. Ao invés de serem protegidas por materiais de plástico ou metal, elas são embaladas por papelão. A carcaça, claro, é muito menos resistente, mas é muito mais fácil de ser reciclada.
Eu Vivo. Tu vives. Ele vive. Nós vivemos. Vós viveis. Eles vivem. Vivo. Pelo segundo ano consecutivo no Índice de Sustentabilidade Empresarial da BM&FBOVESPA. Nós temos muito orgulho de mais uma vez, fazer parte de um índice tão importante. Promover a reciclagem de celulares e baterias, ampliar as possibilidades de comunidades distantes por meio da conexão 3g, substituir o papel pela fatura eletrônica fazem parte do compromisso da Vivo com a sustentabilidade.
Os produtos são, por enquanto, apenas conceituais e não têm preço ou data de lançamento para o mercado. Disponível em: <http://www.responsavelcomovoce.com.br/?p=1061>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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Design futurista e novas tecnologias para carros sustentáveis
Mesmo com design futurista, vários carros com novas propostas devem ser lançados ainda essa década. Outros, mesmo que nunca sejam lançados, ajudam desenvolvedores a chegar em modelos ideais para tempos em que a sustentabilidade passa a ser necessária. Confira ideias de designers e desenvolvedores de carros para o futuro dos automóveis:
Para pequenas vagas
A intenção do carro elétrico Hiriko Driving Mobility é permitir que o motorista estacione em locais apertados. Feito para apenas duas pessoas, ele tem a independência de 120 quilômetros. O carro deve começar a circular em 2013, e já é cotado para um sistema de aluguel, semelhante ao que já acontece com bicicletas.
Teto solar que produz energia A novidade desse carro é o teto solar OLED. O material é transparente, iluminando o carro durante o dia sem precisar de energia. Mas o aparelho é capaz também de usar a luz solar para gerar energia, que é usada para as necessidades elétricas dos carros. As mesmas placas transparentes se transformam em lâmpadas quando os usuários ligarem a luz dentro do carro. A tecnologia é das empresas BASF e Philips.
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Carros elétricos, com aproveitamento de energia e com facilitadores para a mobilidade devem ser lançados ainda nessa década
Inspiração do século XIX
Inspirado em carroças, o Fayton procura ofertar um transporte sustentável gerando a menor pegada ecológica possível. Por isso, o corpo do carro é transparente, melhorando a iluminação do carro e, segundo o projeto, a visão do motorista. O designer é Utkan Kiziltug.
Lançamento elétrico acessível
A intenção do lançamento da Opel é ser um meio de transporte elétrico acessível. O “The Rak e” é feito de materiais recicláveis e pesa um terço de um carro convencional. O modelo não tem nenhuma emissão e pode fazer percursos de cerca de 98 quilômetros com uma recarga de três horas. O design do veículo foi feito em parceria com a Kiska.
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Disponível em: <http://atitudesustentavel.uol.com.br>, acesso em: 29 de maio35 de 2012.
Os 10 países líderes em tecnologia verde no mundo “Com tantas possibilidades de desenvolvimento, é triste ver que apenas alguns países se mobilizam e investem em tecnologias sustentáveis”
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os últimos 200 anos, o desenvolvimento de tecnologias sustentáveis, juntamente com as mudanças de estilo de vida e consumo, deram início ao que muitos ambientalistas chamam de “Revolução Verde do século XXI”. Mas quais países têm verdadeiro potencial para serem peças importantes nessa questão? Para responder isso, a consultoria Cleantech e a WWF avaliaram 38 nações e escolheram as 10 que tem maiores chances de criar um futuro mais limpo (o Brasil, por exemplo, ficou em 25º nesse ranking): Reino Unido Em 10º lugar, o Reino Unido busca inspirar o mundo com soluções ambientais que a Inglaterra implementou para a construção de seu Parque Olímpico, com transporte elétrico em toda a sua extensão. Irlanda Em 9ª, a Irlanda impressiona pelo verde (e não apenas no dia de São Patrício): os investimentos em tecnologia sustentável nos últimos dois anos foi em torno de 2,3 bilhões de dólares. Além disso, a Irlanda foi o primeiro país a aceitar créditos de carbono como pagamento de impostos. Coréia do Sul O 8º lugar do ranking está se reinventando como um dos maiores exportadores de tecnologia verde do mundo. Com projetos ambiciosos de cidades sustentáveis, o governo investe há anos em ações ambientais. Canadá Apesar de ter saído do grupo de países signatários do Protocolo de Kyoto, o Canadá conseguiu a 7ª posição do ranking por possuir estímulos e investimentos governamentais SÉRIOS em tecnologia limpa há anos. Alemanha Não dá para falar em tecnologia limpa sem mencionar a Alemanha. Os setores de energias renováveis é um dos que mais investe em pesquisas e utilização de fontes de energias alternativas, como a eólica e solar. Por tudo isso, ficou em 6º lugar no ranking.
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Estados Unidos Com um aumento para 6,8 bilhões de dólares em investimentos, os Estados Unidos da América ficam em 5º no ranking de países verdes. Finlândia O pequeno país nórdico alcançou a 4ª colocação por ser praticamente um laboratório de soluções ambientais. O setor de energias limpas do país cresceu quase 6% nos últimos anos e gera um faturamento de 18 bilhões de reais, sendo um dos maiores polos de tecnologia sustentável do mundo. Suécia Em 3º lugar, a Suécia oferece financiamentos gigantescos para empresas que decidirem entrar para o setor de tecnologia verde. E as empresas estão querendo. O país é uma das maiores referências quando o assunto é estratégia industrial sustentável. Da construção verde à reciclagem mecânica e energética do lixo, a Suécia aquece 80% de suas casas com tecnologia verde. Israel Desde os anos 50, o país assumiu o compromisso de desenvolver tecnologias ambientalmente corretas para lidar com os escassos recursos energéticos e com a limitada disponibilidade de água. Sem combustíveis fósseis e sem um bom relacionamento com outros países, Israel encontrou nas tecnologias verdes e nas fontes de energia sustentáveis (como a solar) uma saída perfeita para seus problemas. Dinamarca E a grande primeira colocada no ranking de países que desenvolvem tecnologias sustentáveis é a Dinamarca. A liderança da Dinamarca é explicada pela capacidade em apoiar novas empresas que desenvolvem tecnologias limpas. O setor de fontes de energias sustentáveis é um dos mais desenvolvidos do mundo. Em poucos anos, a energia eólica será responsável por gerar METADE da energia do país. No quesito pioneirismo, a capital Copenhague é vencedora: foi a primeira no mundo a emprestar bicicletas, um modelo que hoje existe também em Barcelona, Berlim, Paris, São Paulo e Rio de Janeiro. Quais dessas medidas você acha que o Brasil poderia adotar nos próximos anos para subir no ranking? Disponível em: <http://responsavelcomovoce.com.br/?p=2499>, acesso em: 29 de maio de 2012.
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