Insurreiçom nº 10

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Órgao de expressom do Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano | Nº 10 · Outono de 2010

O sucesso da greve geral de 29 de Setembro contrasta com a posterior inaniçom das principais organizaçons sindicais. A adesom da imensa maioria do proletariado e do conjunto do povo trabalhador galego à jornada de luita constata a firme decisom de fazer frente às agressons da burguesia. Porém o governo espanhol do PSOE optou por fazer ouvidos surdos ao clamor de 29 de Setembro mantendo a reforma laboral e anunciando um novo pacote de medidas antipopulares e antiobreiras que irá implementando nos vindouros meses. Eis pois necessário passar à ofensiva mediante umha nova jornada nacional de greve contra as selvagens políticas neoliberais que petendem que sejamos nós, o povo trabalhador, quem paguemos a crise capitalista. Nom o podemos nem devemos permitir! Sabemos que as corruptas direcçons empoleiradas nos sindicatos maioritários carecem de vontade para luitar. Mas também somos conscientes que a auto-organizaçom obreira e popular poderá resistir e vencer as directrizes marcadas polo FMI, o Banco Central Europeu, Washington e Berlim. Devemos pois pressionar ao sindicalismo nacional e de classe a encabeçar a luita contra o capitalismo, a convocar umha greve geral nacional com o conjunto das organizaçons sociais e populares porque é nos centros de trabalho e ensino, e na rua onde se vai derrotar ao Capital. A crise vai continuar agravando-se no imediato futuro. Todas as promesas em sentido contrário da casta política som simples falácias. Nom existe outra alternativa que o combate. Devemos preparar-nos a fundo para estarmos à altura que as circunstâncias históricas demandam. A esquerda revolucionária galega tem neste campo um repto que deve superar com êxito. Para ganhar há que dar batalha. A nossa classe demonstrou que tem força, determinaçom e ánimo para vencer!.


Cuba - Já nada será como dantes António Barata A luita e libertaçom dos presos políticos cubanos congregou governos e imprensa, democratas, reaccionários, esquerdas modernas, numha previsível e dirigida campanha “antitotalitária” e polos “direitos humanos”. Contrastante com esta euforia em torno de mais umha vitória da democracia contra o “comunismo” empalhado que o regime cubano há muito personifica foi o silêncio incomodado da generalidade da esquerda que se revê no regime cubano ou daquela que, nom se revendo nele, se empenha em denunciar e combater a agressom e o cerco de que Cuba é vítima e a prestar-lhe a sua solidariedade anti-imperialista. A libertaçom de 52 presos polo regime cubano tivo enorme cobertura mediática e foi um momento alto da diabolizaçom da “ditadura” cubana que serviu para lembrar como é maléfico o marxismo e o comunismo e para enaltecer a livre concorrência, a democracia parlamentar e a oposiçom anticastrista ao serviço dos interesses norte-americanos, europeus e do Vaticano. Liberdade económica acima de todo Aquilo que realmente preocupa os meios ocidentais nom som as limitaçons das liberdades cívicas e políticas nem as violaçons dos direitos humanos em Cuba (como na Coreia ou na China), mas as limitaçons à liberdade dos negócios. O que os move (agora como no passado) é o facto de, vinte anos após o colapso do “socialismo real”, ainda existirem territórios e países fora da sua influência e fechados à livre iniciativa capitalista, à penetraçom e liberdade do grande capital, dos negócios privados e da especulaçom financeira. Do ponto de vista do sistema capitalista dominante, trata-se portanto de corrigir umha aberraçom, de libertar o capitalismo de Estado em vigor nesses países das amarras que o tolhem e o impedem de seguir o seu curso normal e natural, integrando-se no sistema capitalista mundial.

torturados e assassinados como é vulgar no México, Colômbia, El Salvador, Brasil, Nicarágua, Honduras, Chile, Argentina, Bolívia, etc., nem existem esquadrons da morte. A pobreza e a desigualdade social, o crime e os tráficos estám a anos-luz daquilo que se conhece no resto do mundo. O direito à educaçom e à saúde (do mais avançado que se pode encontrar) estám garantidos, tal como (por enquanto) o emprego. Cuba nom tem bairros de lata nem conhece os flagelos da droga, dos meninos de rua, nem bandos de indigentes a sobreviver do que encontram nas lixeiras. A populaçom nom é obrigada a beber água contaminada como na maioria da América Latina e do Terceiro Mundo. Pintados estes presos políticos cubanos como pacíficos campeons dos direitos humanos e da luita polas liberdades, vítimas de cabalas e processos revanchistas e kafkianos, os factos conhecidos demonstram que nom é bem assim. Os presos agora libertados forom detidos em 2002 e julgados em 2003 por estarem implicados no Projecto Varela, o qual tinha por objectivo derrubar o regime por todos os meios - sabotagens, atentados e criar condiçons para se desencadearem acçons armadas realizadas por grupos da reacçom cubana sediada em Miami. O projecto, inspirado por Bush, destinava-se também a “encontrar as provas” e a preparar as condiçons para umha invasom das forças armadas dos EUA a pretexto de que o regime cubano estava na posse de armas de destruiçom maciça, nomeadamente biológicas (um processo semelhante ao que levou à invasom do Iraque). Dispunha de um financiamento de 40 milhons de dólares e contava com a colaboraçom activa da máfia cubana.

Que as cousas som assim, que as operaçons em torno das liberdades e dos direitos humanos som mera retórica e propaganda é cousa facilmente demonstrada polos factos. Em matéria de direitos humanos, tanto os EUA como a Uniom Europeia nom tenhem qualquer autoridade para dar liçons seja a quem for. Tal como em Cuba, e em número superior, apodrecem nas prisons dos EUA, Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Reino Unido, Irlanda, Holanda, Polónia, República Checa, Itália, Grécia, Suíça, milhares de presos políticos que nom som reconhecidos como tal, apelidados de terroristas ou nem isso, sujeitos a tortura, incomunicáveis e, nalguns casos, condenados à morte, prisom perpétua, a absurdas e desumanas penas ou ao seu prolongamento arbitrário. Todos estes países abrigam prisons e centros de tortura secretos ou dam-lhes cobertura política, diplomática e logística, formam torturadores e tenhem unidades especializadas em execuçons extrajudiciais.

A transiçom Mas constitui um sinal claro de fim de regime esta luita sem precedentes dos presos políticos anticastristas, tanto polo recurso à greve da fome e à determinaçom em a levarem até às últimas consequências, com polo envolvimento directo da Igreja Católica, que nom só protestou, como organizou acçons de rua e mediou as negociaçons entre os presos e o regime, a par da evidente dificuldade e falta de tacto e sensibilidade das autoridades cubanas para lidar com o problema.

Por outro lado, nom sendo o regime castrista nem revolucionário, nem umha emanaçom da vontade popular, nem justo, nem livre, a verdade é que é um paraíso de liberdade e igualdade social quando comparado com as democracias da América Central e do Sul, em particular com aquelas em vigor nos países “libertados da ameaça marxista” polos sicários do imperialismo nos anos 80 e 90. Em Cuba os jornalistas, os sindicalistas e os opositores políticos nom som

O pronunciamento, em meados de Setembro, de Fidel Castro declarando que “o modelo cubano já nom funciona, nem para nós”, mais que sancionar as tímidas reformas empreendidas polo seu irmao no sentido de liberalizar a economia, abrindo-a à pequena iniciativa privada, significa que se avizinham mudanças profundas na economia, abrindo-a cada vez mais à iniciativa e propriedade privada, e que o regime nom vai abrir mao da transiçom do sistema de

capitalismo de Estado em vigor para um outro misto, segundo o modelo chinês, ou de capitalismo pleno, tal como existe no resto do mundo. Dado igualmente significativo desta evoluçom foi o anúncio, dias depois, de que o Estado iria despedir meio milhom de funcionários no próximo ano (12% do total), nos Ministérios do Açúcar, Saúde, Turismo e Agricultura, medida sintomaticamente aplaudida e justificada pola Central de Trabalhadores Cubanos, que acha que o país “nom pode nem deve” manter quadros inflacionados e tem de aumentar a produtividade do trabalho, “reduzir os avultados gastos sociais e eliminar gratuitidades indevidas, subsídios excessivos, o estudo como fonte de emprego e a reforma antecipada”. Os trabalhadores despedidos serám indemnizados com um mês de salário por cada dez anos de trabalho (até agora recebiam 60% do salário enquanto aguardavam novo emprego), dinheiro esse que o governo quer ver empregue polos despedidos na criaçom do seu próprio negócio, reciclando-os em “novas formas de relaçom laboral-estatal”, um eufemismo para encobrir a nova política de incentivo ao pequeno capitalismo privado. Vam ser 500 mil desempregados num país sem recursos, pessoas lançadas no desemprego porque o Estado já nom as consegue sustentar. De que vam viver e como vam reagir agora que vam conhecer tempos penosos? E no futuro aqueles que, tendo visto os seus negócios vingar, comecem a achar que nom chega, que é preciso abrir e liberalizar mais e mais a economia e acabar com a tutela e os monopólios estatais? Depois da dolarizaçom da economia entre 1993 e 2004, que constituiu o primeiro grande ataque ao sistema salarial cubano, até aí bastante igualitário - que, com as receitas do turismo, foi capaz de abrandar a dramática degradaçom das condiçons de vida e da economia, mas nom sustê-las - o fim do pleno emprego e a abertura controlada da economia ao capitalismo privado constitui o segundo grande momento de viragem do regime. Pola primeira vez depois da revoluçom, Cuba vai conhecer o desemprego em massa e criar umha nova classe pequeno-burguesa de capitalistas privados, podendo o regime estar a iniciar algo que nom sabe como vai acabar. Estes dous acontecimentos também parecem indicar que terá chegado ao fim a discussom sobre a transiçom cubana e que terám vencido os que advogam o modelo chinês de transiçom para o capitalismo pleno, sob controlo do Estado e do Partido Comunista. Desta forma pensam prevenir-se contra o que aconteceu em muitos países do Bloco de Leste, onde a burguesia ligada ao aparelho partidário e de Estado foi arredada polas facçons burguesas emergentes. Ou seja, em vez de teimosamente se aferrarem ao modelo “estalinista” de poder e de nele se acantonar até serem corridos por umha qualquer “revoluçom” à romena ou de veludo, realisticamente tomam em mao a realizaçom das reformas necessárias a umha transiçom para o capitalismo pleno gradual e tam pacífica quanto se conseguir. O que certamente vai obrigar, como na China, a umha revitalizaçom e renovaçom da classe dirigente, em que a parte da burguesia ligada ao aparelho de Estado e ao partido terá cada vez mais de partilhar o poder com as restantes camadas e sectores da burguesia cubana.


contraataque Mono Jojoy: umha vida intensa pola Revoluçom Carlos Morais O júbilo da indústria mediática espanhola celebrando a morte de Jorge Briceño é compreensível. O Estado espanhol é o segundo maior investidor estrangeiro na Colômbia depois dos Estados Unidos. Telefónica, Repsol, Endesa, Banco Santander Central Hispano, BBVA, Unión Fenosa, Cepsa, tenhem um peso determinante na economia da antiga colónia após as privatizaçons implementadas na década de oitenta e noventa. Os governos espanhóis levam décadas armando o Estado para aniquilar a resistência popular. Os inquilinos da Moncloa coincidem nisto como em tantas outras cousas. Felipe González, Aznar e Zapatero tenhem fornecido todo o tipo de ajuda militar a um regime que leva mais de meio século convertendo a Colômbia numha imensa fossa comum. Nos dous últimos anos, após um teórico “parom” em 2003, as exportaçons da indústria da morte espanhola à Colômbia incrementárom mais de 700%. É lógico pois que o grupo Prisa e Planeta defendam os seus suculentos interesses e negócios ocultando a natureza narcoterrorista do regime oligárquico colombiano, apresentando a insurgência guerilheira como um anacronismo terrorista que substituiu o seu horizonte político emancipador polo negócio do narcotráfico. As companhias espanholas pretedem incrementar as suas fabulosas taxas de ganho aumentando a exploraçom da populaçom colombiana e o saque dos seus r e c u r s o s n a t u ra i s . C o n t a m c o m a colaboraçom das elites locais que nom duvidam em massacrar o seu povo empregando os mais desprezíveis métodos de terrorismo de estado que puderem ser imaginados. Actualmente na Colômbia som mais de 4 milhons o número de camponeses expulsos das suas terras pola violência paramilitar e militar promovida polo exército regular e as forças policiais formadas na doutrina da segurança nacional da tristemente célebre Escola das Américas, hoje transformada em Instituto de Cooperaçom para a Segurança Hemisférica. Umha violência vinculada aos suculentos negócios do narcotráfico ligados, promovidos e amparados directamente polo aparelho estatal. Dezenas de milhares de pessoas desaparecidas em execuçons extrajudiciais, brutais torturas, mutilaçons e massacres, convertem numha odiosa comparaçom com as tristemente célebres ditaduras do cono sul latinoamericano numha brincadeira. Álvaro Uribe, o antecedente do recém eleito Santos, está fichado como narcotraficante desde 1991. Aparece como o nº 82 num documento desclassificado confeccionado pola CIA. A sua meteórica carreira política foi promovida polo capo do cartel de Medellín Pablo Escobar. Todos os governos colombianos, sem excepçom, que ocupárom a Casa de Nariño nas últimas décadas, estám directa ou indirectamente envolvidos no narcotráfico, paramilitarismo, e redes mafiosas. Os seus presidentes som culpáveis de delitos de lesa humanidade. A Colômbia tem o triste recorde de matar mais de metade dos sindicalistas do mundo. Quinhentos só nos oito anos de uribismo. Nom existe a menor possibilidade de defender posiçons que

contrariem os interesses dos donos do País. Na Colômbia as eleiçons som umha farsa. Só participa 30% da populaçom, condicionada polas ameaças e as intimidaçons. Votam até os mortos e som eleitos deputados e senadores os senhores da guerra e a mesma aristocracia política que governa o País como umha fazenda desde que o santanderismo atraiçoou o projecto emancipador de Simón Bolívar. Permanecem as causas do conflito A extrema pobreza e miséria que padece mais de metade da populaçom e a exclusom política das imensas maiorias do campo e a cidade som as causas do longo conflito interno que vive desde que em Abril de 1948 foi assassinado o líder liberal Jorge Eliécer Gaitán, que encabeçava um

gigantesco movimento popular que só procurava deslocar o bipartidarismo para atingir a democratizaçom real da Colômbia. A sua morte está considerada como umha das primeiras intervençons “preventivas” da recém criada CIA, marcando assim outro dos factores determinantes do conflito: a intervençom ianque que progressivamente foi alargando-se até a actualidade. Milhares de soldados norteamericanos participam no combate contra a insurgência empregando o mais moderno e sofisticado armamento. Os EUA injectam dezenas de milhares de milhons de dólares para sustentar e alimentar a guerra. Sem a sua intervençom, provavelmente hoje a oligarquia já estaria exilada em Miami. A frustraçom popular perante a repressom brutal a que foi submetido o gaitanismo gerou as condiçons para que as autodefesas camponesas evoluissem ideologicamente dando lugar a criaçom das FARC e do ELN entre 1964 e 1965. A Colômbia de hoje é um dos epicentros da luita de classes e anti-imperialista a nível mundial. Na confrontaçom que tem lugar nas suas montanhas e cidades está a decidir-se o futuro da América Latina e das Caraíbas. A emancipaçom das maiorias sociais ou o seu submetimento aos ditames de Washington e das multinacionais do capitalismo europeu. A integraçom bolivariana ou a imposiçom de um renovado neocolonismo. A consolidaçom dos governos anti-imperilistas como o venezuelano ou a volta ao neoliberalismo selvagem imposto nas últimas décadas do século XX. A derrota militar da insurgência colombiana é o

factor determinante para que os EUA consigam impor a sua reconquista. Daí que nada do que aconteça nesse formoso país seja indiferente. Contrariamente às mentiras da mídia, as FARC-EP nom estám derrotadas, nom se descompugérom após a morte em 2008 de três destacados dirigentes. O assassinato de Raúl Reyes no Equador, de Iván Rios e a morte de Manuel no fatídico Março desse ano obviamente fôrom um revés, mas nengum dos prognósticos foi acertado. Os relevos na sua direcçom, a restruturaçom das frentes e as mudanças nas formas de operar dérom como resultado em 2009 um incremento de 30% de baixas entre as forças militares e policiais relativamente ao ano anterior. Mais de 2.000 efectivos das forças da oligarquia som abatidas ou feridas anualmente. As forças revolucionárias recuperárom a inciativa militar, recuperan o terreno e a mantenhem também na esfera estritamente política mediante um intenso trabalho de massas por meio do Partido Comunista Colombiano Clandestino e o Movimento Bolivariano pola Nova Colômbia. As grandes mobilizaçons de Julho para comemorar o bicentenário da Independência assim o confirmam. Mas, normalmente, a ditadura mediática mundial oculta ou maquilha esta realidade. Comparemos os números dos partes de guerra com as baixas produzidas no Iraque ou no Afeganistám polas forças imperialistas e poderemos tirar conclusons sobre a dimensom do conflito e a sua realidade. Mais de 40% do País continua sob o controlo da insurgência que acertadamente assinou um acordo de colaboraçom e cessamento de hostilidades com o ELN. As mentiras mediáticas Nom podemos deixar-nos arrastar pola propaganda de um regime ilegal e ilegítimo. A euforia do presidente Juan Manuel Santos e a sua camarilha de generais após o anúncio da morte do Mono Jojoy carece de fundamento. Eles som perfeitamente conscientes disso. O inegável revés militar e basicamente simbólico que gera o assassinato de Jorge Briceño fai parte das características de umha guerra revolucionária como a que hoje continua sem cessar nas selvas, montanhas e cidades colombianas, entre um partido comunista em armas e as forças regulares e irregulares de umha oligarquia sanguinária dirigida polo Pentágono. Jorje Briceño sabia perfeitamente que, tal como afirmara o Che, “numha Revoluçom se triunfa ou se morre se é verdadeira”. Também era consciente de que na Colômbia nom há possibilidades reais de empregar outros métodas de luita além do armado para um projecto genuinamente de esquerda revolucionária. A dramática experiência da Uniom Patriótica há vinte anos constata a ferocidade de umha oligarquia disposta a todo para evitar perder os seus privilégios. As causas que detonárom e alimentam o conflito nom só continuam vigentes. Na actualidade, tenhem-se reforçado com a intervençom directa dos norte-americanos mediante o Plano Colômbia e a instalaçom de oito bases militares estrategicamente situadas que tencionam vergar


O júbilo da indústria mediática espanhola celebrando a morte de Jorge Briceño é compreensível. O Estado espanhol é o segundo maior investidor estrangeiro na Colômbia depois dos Estados Unidos. Telefónica, Repsol, Endesa, Banco Santander Central Hispano, BBVA, Unión Fenosa, Cepsa, tenhem um peso determinante na economia da antiga colónia após as privatizaçons implementadas na década de oitenta e noventa. Os governos espanhóis levam décadas armando o Estado para aniquilar a resistência popular. Os inquilinos da Moncloa coincidem nisto como em tantas outras cousas. Felipe González, Aznar e Zapatero tenhem fornecido todo o tipo de ajuda militar a um regime que leva mais de meio século convertendo a Colômbia numha imensa fossa comum. Nos dous últimos anos, após um teórico “parom” em 2003, as exportaçons da indústria da morte espanhola à Colômbia incrementárom mais de 700%. É lógico pois que o grupo Prisa e Planeta defendam os seus suculentos interesses e negócios ocultando a natureza narco-terrorista do regime oligárquico colombiano, apresentando a insurgência guerilheira como um anacronismo terrorista que substituiu o seu horizonte político emancipador polo negócio do narcotráfico. As companhias espanholas pretedem incrementar as suas fabulosas taxas de ganho aumentando a exploraçom da populaçom colombiana e o saque dos seus recursos naturais. Contam com a colaboraçom das elites locais que nom duvidam em massacrar o seu povo empregando os mais desprezíveis métodos de terrorismo de estado que

puderem ser imaginados. Actualmente na Colômbia som mais de 4 milhons o número de camponeses expulsos das suas terras pola violência paramilitar e militar promovida polo exército regular e as forças policiais formadas na

doutrina da segurança nacional da tristemente célebre Escola das Américas, hoje transformada em Instituto de Cooperaçom para a Segurança Hemisférica. Umha violência vinculada aos suculentos negócios do narcotráfico ligados, promovidos e amparados directamente polo aparelho estatal. Dezenas de milhares de pessoas desaparecidas em execuçons extrajudiciais, brutais torturas, mutilaçons e massacres, convertem numha odiosa comparaçom com as tristemente célebres ditaduras do cono sul latinoamericano numha brincadeira. Álvaro Uribe, o antecedente do recém eleito Santos, está fichado como narcotraficante desde 1991. Aparece como o nº 82 num documento desclassificado confeccionado pola CIA. A sua meteórica carreira política foi promovida polo capo

do cartel de Medellín Pablo Escobar. Todos os governos colombianos, sem excepçom, que ocupárom a Casa de Nariño nas últimas décadas, estám directa ou indirectamente envolvidos no narcotráfico, paramilitarismo, e redes mafiosas. Os seus presidentes som culpáveis de delitos de lesa humanidade. A Colômbia tem o triste recorde de matar mais de metade dos sindicalistas do mundo. Quinhentos só nos oito anos de uribismo. Nom existe a menor possibilidade de defender posiçons que contrariem os interesses dos donos do País. Na Colômbia as eleiçons som umha farsa. Só participa 30% da populaçom, condicionada polas ameaças e as intimidaçons. Votam até os mortos e som eleitos deputados e senadores os senhores da guerra e a mesma aristocracia política que governa o País como umha fazenda desde que o santanderismo atraiçoou o projecto emancipador de Simón Bolívar. Permanecem as causas do conflito A extrema pobreza e miséria que padece mais de metade da populaçom e a exclusom política das imensas maiorias do campo e a cidade som as causas do longo conflito interno que vive desde que em Abril de 1948 foi assassinado o líder liberal Jorge Eliécer Gaitán, que encabeçava um gigantesco movimento popular que só procurava deslocar o bipartidarismo para atingir a democratizaçom real da Colômbia. A sua morte está considerada como umha das primeiras intervençons “preventivas” da recém criada CIA, marcando assim outro dos factores

FARC-EP informam das mudanças operadas após morte do Mono Jojoy O Secretariado do Estado Maior Central da organizaçom insurgente colombiana emitiu comunicado de homenagem ao Mono Jojoy informando que Pastor Alape é o substituto do comandante assassinado no máximo organismo de direcçom da guerrilha comunista. Reproduzimos integramente o comunicado datado 25 de Setembro. Glória eterna ao comandante Jorge Briceño, herói do povo na sua resistência contra o opressor Com profunda dor, com o punho fechado e o peito oprimido de sentimento, informamos ao nosso povo colombiano e irmaos latinoamericanos, que o comandante Jorge Briceño, nosso bravo, altivo e herói de mil batalhas, comandante desde as épocas gloriosas da fundaçom das FARC-EP, tem caído, no seu posto de combate, ao lado de seus homens e à frente das suas responsabilidades revolucionárias, como resultado de um covarde bombardeio ao estilo das blitzkrieg do exército nazi. Junto a ele caírom outros 9 camaradas a quem também rendemos a nossa sentida homenagem. Tem deixado de existir um homem excepcional, de singulares virtudes pessoais, grande amigo e camarada de extraordinário talento organizativo e militar. Um revolucionário exemplar que dedicou por inteiro a sua vida à causa dos humildes, mestre, perceptor e condutor de guerrilheiros revolucionários. Combatente indobregável, que durante mais de quatro décadas fez morder o pó da derrota ao exército dos falsos positivos, aliado dos paramilitares, vassalo do império ianque e inimigo jurado das mudanças sociais e do nosso povo. Nom nos queixamos. Como revolucionários somos conscientes dos riscos de umha luita como a que confrontamos, obrigados polas circunstâncias, contra um inimigo implacável, no trânsito por atingir a paz democrática com justiça social. O nosso compromisso com a mudança social e a Nova Colômbia nom se dobrega polos golpes que podamos sofrer na luita por conquistá-la ou pola queda em combate das nossas unidades, que ainda que nos doem profundamente, também nos comprometem e estimulam a continuar adiante com maior ahínco como homenagem a sua memória, aos seus ensinos, ao seu exemplo heroico, a sua entrega e sacrifício. Desde muito jovem, “o Mono”, como fraternalmente lhe chamávamos, abraçou a luita revolucionária. Sendo um camponês adolescente viu-se envolvido na vorágine da violência oligárquica contra o povo, que deveio após o assassinato de Gaitán em 1948. Desde 1968, empunhou as armas em defesa de sua vida e de seu povo. Aguerrido e audaz combatente de primeira linha durante toda sua vida, foi, com Manuel Marulanda Vélez, Jacobo Arenas, Efraín Guzmán e umha pléiade de revolucionários, insigne construtor das FARC-EP, polo que sempre o levaremos no nosso coraçom ao lado deles e de Jacobo Prías Alape, Isaías Pardo, Hernando González Deita, Raúl Reyes, Iván Ríos e

tantos outros que tenhem oferendado a sua vida no altar da pátria pola libertaçom de nosso povo da opressom militarista e oligárquica, por umha Colômbia democrática com dignidade, paz e justiça social. Passado o tempo, apagarám-se e esquecerám todas as calúnias, comparaçons e infamias difundidas sobre ele, polos seus inimigos de classe, polos “gacetilleros” e piranhas informativas ao serviço da desinformaçom e a guerra mediática, e será recordado eternamente polo seu povo, polos revolucionários e os guerrilheiros, como um de seus mais resolvidos e firmes representantes, exemplo de lealdade ao ideário bolivariano, dignidade, transparência, espírito de sacrifício e valor a toda a prova. Em instantes como o actual, com profunda emoçom e plenas convicçons, o Secretariado, o Estado Maior e a guerrilheirada reiteramos a nossa fidelidade à causa das FARC-EP, firmeza com os seus princípios revolucionários e bolivarianos de independência, justiça, dignidade e mudança social, bandeiras que jamais arriaremos! Informamos que o Comandante Pastor Alape, é novo integrante pleno do Secretariado do Estado Maior Central. Também que o Bloco Oriental das FARC-EP chamará-se a partir da hoje “Bloque Comandante Jorge Briceño” que continuará o desenvolvimento de seus planos sob o comando do Comandante Mauricio Jaramillo. Umha vez mais, como desde há 45 anos manifestámos, reiteramos a nossa disposiçom a procurar a soluçom política do conflito que consiga abrir caminhos de convivência atacando e superando as causas que o geram. Mas, entendendo que iniciar um dialogo nom pode condicionar-se a umhas exigências unilaterais e a uns inamovíveis, que como a história recente o evidência, todo o que conseguem é dificultar qualquer tentativa de aproximaçom. Aos combatentes revolucionários do país convocamo-los a redobrar a luita e os esforços polos objectivos da liberdade e as mudanças. Os desesperados e mentirosos apelos da oligarquía a abandonar as nossas convicçons, decisons e ilusons, só pretendem levar umha mensagem de desesperança ao nosso povo, que sente nas bandeiras de luita guerrilheira revolucionária a possibilidade real de um futuro abrente que o reivindique e colme as suas aspiraçons. Glória eterna aos heróis caídos na resistência ao opresor! Glória eterna a todos os combatentes que têm entregado sua vida pela causa da libertaçom de nosso povo! Comandante Jorge Briceño, herói da Liberdade, a Nova Colômbia, a Pátria Grande e o socialismo: Presente, até sempre! Secretariado das FARC-EP Montanhas da Colômbia, 25 de Setembro de 2010


Primeira Linha realizou 5º Congresso

Compostela, 20 de Novembro de 2010

14 anos depois da sua constituiçom, Primeira Linha reuniu o seu máximo organismo decisório sábado 20 de Novembro, em Compostela, sob o lema 'Construindo o partido da Revoluçom Galega'. O 5 º Congresso avaliou com total abertura crítica o trabalho realizado desde a anterior convocatória congressual, os avanços atingidos e as tarefas pendentes, assim como a evoluçom interna na composiçom de classe do partido, que caminha para umha clara hegemonia operária. Os textos aprovados assinalam os riscos de que a actual crise capitalista derive em “saídas keynesianas, populistas ou de carácter fascista”, o que obriga a construir “vigorosos partidos operários revolucionários” como o que Primeira Linha aspira a representar. O perfil revolucionário e contrário ao reformismo, o protagonismo da classe operária e o rejeitamento das falsas saídas para a crise fôrom as bases da análise sobre a situaçom actual da esquerda na Galiza e no mundo, num momento em que existem condiçons para fortalecer as posiçons comunistas na luita pola derrota histórica do capitalismo. No ámbito da política nacional, o congresso avaliou como imprescindível a consolidaçom da corrente da esquerda independentista que promove, junto às suas expressons juvenil, estudantil e sindical, assim como com as companheiras e companheiros de NÓS-Unidade Popular. Programa táctico e estratégico Primeira Linha dotou-se neste 5º Congresso de um programa táctico, alicerçado na reivindicaçom de democracia real; da soberania e a construçom nacional; de justiça social e económica; de ruptura do quadro patriarcal; de luita pola

sustentabilidade ambiental e da ética comunista. No plano estratégico, situou a luita histórica polo comunismo, que deve ter umha dimensom global articulada em luitas nacionais, no caminho de dissoluçom dos estados com a vitória da revoluçom mundial. A reivindicaçom da liberdade e do carácter libertador do projecto comunista, face ao carácter ultra-repressivo que chegárom a adoptar os sistemas chamados de “socialismo real” durante o século passado, é um princípio irrenunciável para as e os comunistas galegos, assim como a aboliçom do trabalho e a sua substituiçom pola actividade produtiva livre e voluntária. Etapas do processo de acumulaçom de forças O 5º Congresso definiu as etapas do processo de acumulaçom de forças para o sucesso revolucionário. “A Revoluçom Galega será o contributo do nosso povo e da nosa classe para a libertaçom e emancipaçom da humanidade oprimida. Como processo histórico com identidade e características próprias, concebido na Galiza e para a Galiza, tem que aprender de todas as experiências e achegas de outros povos nas mais afastadas coordenadas geográficas e etapas históricas. Mas ante todo deve ser fruto da nossa particular criatividade. Um processo genuino e original derivado de múltiplas experiências ensaiadas polos sectores populares de umha naçom submetida ao imperialismo espanhol que resiste a implacável estatégia assimilacionista que de forma combinada, embora assimétrica, aplica o capitalismo hispano e global”. Objectivos estratégicos Fôrom ratificados os objectivos estratégicos da Revoluçom Galega (RVG). Primeira Linha nom só considera que “Nom há duas revoluçons idênticas”, manifesta que a RVG tem “três tarefas fundamentais interligadas entre si: libertar a Pátria da opressom nacional espanhola, do imperialismo norte-americano e da UE, dotandoa de um estado plenamente livre e soberano, onde o poder popular de um povo autoorganizado sem nengum tipo de entraves e limitaçons construa umha sociedade socialista, sem classes sociais nem desigualdades, emancipando mais da metade da força de trabalho -as mulheres- da aliança simbiótica que o capitalismo mantém com o patriarcado. Umha Revoluçom socialista de libertaçom nacional e antipatriarcal”. Principais prioridades para o vindouro período e estratégia insurrecional O 5º Congresso definiu as principais linhas de trabalho e intervençom partidárias para a actual etapa de acumulaçom de forças, mas também marcou como objectivo estratégico a tomada do poder “Quando o movimento obreiro e popular atingir um grau de auto-organizaçom e consciência que permita desputar a Espanha, o Capital e o Patriarcado a hegemonia em todos os ámbitos seme xcepçom, na esfera política, social, cultural e militar”.

Tarefas e papel da classe operária galega no processo A Insurreiçom Nacional e Popular (INOP) “como estratégia de tomada do poder para o sucesso da Revoluçom Galega será fundamental e basicamente um projecto obreiro pola sua composiçom, ideologia, doutrina e natureza, sob a direcçom exclusiva do proletariado galego. A plena independência de classe é condiçom sine qua non para evitar cair na linha conciliadora com os sectores progressistas da burguesia e a influência reformista profundamente introduzida no seio das massas”. Seguindo a linha aprovada no IV Congresso novamente Primeira Linha descarta “qualquer aliança de classes entre o proletariado e a burguesia nacional, pois a experiência histórica constata que este modelo, inspirado na viragem promovida por Dimitrov na linha do VII Congressso da Internacional Comunista em 1935, converte a classe obreira e os sectores empobrecidos do povo trabalhador em simples massa de manobra da burguesia progressista e liberal para evitar mudanças revolucionárias e procurar saídas conciliadoras”. As ressoluçons do 5º Congresso nom deixam lugar a interpretaçons sobre a política de alianças a tecer e desenvolver: “Os modelos organizativos inspirados nas frentepopulares e nas frentes patrióticas conduzem para a derrota do proletariado e goram qualquer objectivo socialista e feminista, aggiornando a consciência de classe e gerando falsas saídas que facilitam a reinstauraçom capitalista. É funçom do partido comunista cristalizar umha sólida política de alianças entre o conjunto do povo trabalhador à volta da Unidade Popular, para atingir a hegemonia política e ideológica que permita integrar e somar a parte dos sectores semiproletários do nosso povo, logrando a sua ruptura com o bloco dominante burguês e portanto restar assim base de apoio da oligarquia e o imperialismo, evitando a sua adesom à fracçom reaccionária, que sem lugar a dúvidas enfranqueceriam as possibilidades de sucesso da INOP. A libertaçom nacional e social de género da Galiza é resultado de umha ampla aliança com base em programas avançados, nom em unidades estreitas com projectos de mínimos” será possível no momento em que se “conjuguem todos os factores e condiçons que a permitam organizar com sucesso”. Reajustamentos estatutários e nova direcçom Algumhas modificaçons estatutárias completárom as novidades incorporadas ao corpus teórico do nosso partido, aprimorando o perfil leninista da nossa ferramenta partidária, que se preparou assim para os novos desafios que tem à sua frente. O Comité Central foi reforçado com umha importante incorporaçom de camaradas, alargando o organismo de direcçom que vinha dirigindo o partido desde o IV Congresso. Carlos Morais foi reeleito secretário-geral.

Homenagens populares a Moncho Reboiras Coincidindo com a sua morte em combate há 35 anos sábado 7 de Agosto tivo lugar umha homenagem popular ao emblemático guerilheiro comunista e independentista galego José Ramóm Reboiras Noia. Umha comissom conformada por antigos camaradas de Moncho Reboiras organizou no cemitério de Imo, -onde estám enterrados os seus restos-, um conjunto de actividades entre as que destaca a inauguraçom de umha placa-escultura, umha oferta floral, a leitura de um Manifesto, assim como um recital poético e diversas actuaçons musicais. Perto de mil pessoas já tenhem assinado o Manifesto de

homenagem a Moncho, organizaçons políticas.

assim

como

diversas

A Assembleia Comarcal de NÓS-Unidade Popular de Trasancos também organizou o tradicional acto de homenagem a Moncho Reboiras. Tivo lugar quinta-feira 12 de Agosto às 20 horas ao pé da casa onde foi assassinado. Sob a legenda Moncho Reboiras semente da Revoluçom Galega tivérom lugar diversas actuaçons musicais, um recital poético e as intervençons políticas de Maurício Castro (NÓS-UP) e Carlos Garcia Seoane (BRIGA).


AGARB analisa eleiçons legislativas venezuelanas

Viva a revolta saaraui

Após duas décadas de inúteis negociaçons com a força ocupante milhares de saarauis rebelarom-se contra Marrocos nos territórios ocupados desde 1975 logo da destruiçom a sangue fogo de um acampamanto em Gdeim Izik. Espanha, a ex-potência colonial, está sendo o melhor aliado do governo de Rabat evitando umha condena dos organismos internacionais de umha repressom saldada com duzias de mortes, centos de ferid@s, torturad@s e desaparecid@s. A Junta Directiva da AGARB manifestou a sua satisfacçom polo resultado eleitoral atingido 26 de Setembro polas forças que apoiam o processo revolucionário em curso na República Bolivariana da Venezuela. AGARB transmitiu ao povo bolivariano a alegria por ter logrado maioria na Assembleia Nacional, porém a leitura pormenorizada dos resultados constata as deficiências e erros que a Revoluçom tem exprimido e reconhecido, mas nom corrigido, após a perda do referendo constitucional de 2007. Com umha participaçom histórica de 66.45% o PSUV e as forças aliadas, basicamente o Partido Comunista da Venezuela e o Conselho Nacional Índio da Venezuela, lográrom 5.423.324 votos, 48.13% dos sufrágios, traduzidos em 98 deputad@s.

A juventude saaraiu leva semanas solicitando à direcçom da Frente Polisária retomar a via militar para libertar a sua naçom.

MCB Galiza inicia recolhida de apoios a Manifesto solidário com luita colombiana

A oposiçom de direita e extrema-direita aglutinada à volta da Mesa da Unidade (MUD) conseguiu 5.320.364 votos, 47.22% traduzido em 65 deputad@s. Pátria Para Todos (PPT) sumou 353.979 votos, 3.14% atingindo 2 representantes. Os resultados do domingo constatam a necessidade de aplicar as tres R (Revisom, rectificaçom e reimpulso) que Chávez apresentou em Janeiro de 2008 para aprofundar na via socialista pois é a única garantia de evitar a derrota. Como explicar que as forças que respaldam o processo atinjam um resultado inferior os mais de sete milhons duascentas mil pessoas inscritas no PSUV? Porque sem despreender-se da corrupçom e a burocracia parasitaria, do nepotismo e a ineficacia, o processo está inexoravelmente condenado a ser derrotado. Sem poder popular, povo organizado, autogestom, milícias obreiras e camponesas, a Revoluçom Bolivariana entrará numha fase de desgaste e permanente desestabilizaçom. Nom ter conseguido a maioria qualificada de dous terços (110 deputad@s) provocará que a oposiçom tenha suficiente margem de manobra institucional para obstaculizar e bloquear decisons transcendentais. Venezuela necessita avançar face o Socialismo, necessita consolidar as enormes conquistas sociais em matéria de saúde, educaçom, serviços sociais, combate à pobreza; necessita quebrar com a economia de mercado e a democracia burguesa, mas para isso é imprescindível apoiar-se no povo trabalhador, nos sectores populares, nas organizaçons sociais e sindicais, combatendo sem trégua métodos de governo e gestom que desgastam e minam a Revoluçom. Chegou o momento, a encruzilhada histórica, na que o Presidente Hugo Chávez Frías tem que eleger entre seguir conciliando com a boliburguesia ou apoiar-se nas verdadeiras e verdadeiros revolucionários. Sem deslocar dos centros de decisom governamental, do aparelho de estado e do própio PSUV a essa casta corrupta e oportunista, a Revoluçom carece de futuro. A AGARB manifesta o seu apoio ao processo em curso e a sua disposiçom a continuar difundindo e luitando na Galiza polo ideais bolivarianos e socialistas. Pátria, Socialismo ou morte! Venceremos! Denantes mort@s que escrav@s! Galiza, 4 de Outubro de 2010

O Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano está recolhendo assinaturas de apoio à causa do movimento popular e insurgente colombiano. O actual governo de Juan Manuel Santos mantém intactas as feroces políticas de terrorismo de estado para derrotar a insurgência e as organizaçons sociais na sua justa luita pola justiça social e soberania nacional, contra a oligarquia e o imperialismo norteamericano. Um manto de silêncio sobre as verdadeiras causas da confrontaçom é doutrina nas redacçons dos jornais, emissoras de rádio e televisons. A manipulaçom que de forma sistemática mantenhem os meios de comunicaçom ocultando deliberadamente o assassinato de sindicalistas e activistas populares, deslocamento forçado de dezenas de milhares de camponeses, violaçom constante dos mais elementares direitos humanos por umhas forças militares, policiais em coordenaçom com o paramilitarismo amparado por um um estado narco-terrorista, contrasta com o incremento de mais de 700% na venda de armas e muniçons ao estado colombiano polo governo de Rodríguez Zapatero. O manifesto será publicado na imprensa galega e cada assinatura irá acompanhada de umha contribuiçom solidária de 10€.


MPD visita Galiza

Equador necessita umha verdadeira Revoluçom social Luís Villacís explicou a actual situaçom interna do Equador, após os sucessos de 30 de Setembro, quando um grupo de polícias e soldados protagonizárom um protesto corporativco em contra da lei do serviço público que pretendia impor o governo Correa. Esta mobilizaçom gremial tivo o apoio do MPD e do conjunto do movimento popular equatoriano, e foi habilmente aproveitada por Rafael Correa para legitimar o seu governo a escala interna e externa. Para Luís Villacís nom houvo nengum golpe de estado, simplesmente umha justa reivindicaçom gremial protagonizada polos estratos mais baixos da polícia e o exército, embora nom fácil de entender pola esquerda-, que Correa por arte de mágia converteu num “golpe de estado”. Luís Viilacís explicou com detalhe a reinstauraçom de medidas neoliberais e de conciliaçom com o imperialismo norteamericano que vem implementando nos últimos dous anos o governo da “revoluçom cidadá” no Equador. O dirigente do MPD também denunciou a criminalizaçom e perseguiçom que este governo está praticando contra a esquerda revolucionária e os movimentos populares. Som mais de 150 o número de dirigentes populares actualmente processados sob acusaçom de “terrorismo” e “sabotagem”.

Após estar em Espanha, País Valenciá, Suiça, e antes de partir para Itália, Luís Villacís, -Director Nacional do MPD-, participou na Galiza em diversas iniciativas com sectores da esquerda no quadro da visita que realizou ao nosso País convidado polo Capítulo Galiza do MCB. As pouco mais de 48 horas que o dirigente revolucionário equatoriano estivo na Galiza fôrom intensamente aproveitadas mantendo reunions e actividades em Vila Garcia de Arouça, Compostela e Ferrol. Na cidade departamental mantivo um econtro com sindicalistas da CIG e na nossa capital reuniu com dirigentes e delegaçons de organizaçons sociais e populares antes de participar num acto público realizado na Gentalha do Pichel.

Também fijó fincapé na condena a prisom de Marcelo Rivera, -principal dirigente da FEUE-, por ter encabeçado a oposiçom estudantil à lei de educaçom. Para Villacís o actual governo está atraiçoando os anelos de mudança do povo equatoriano e incumprindo a Constituiçom refrendada maioritariamente. Ao igual que os anteriores governos neoliberais será o povo quem decida quando e como deve ser substituido o actual presidente. Porém Luís Villacís considera que no Equador é imprescindível continuar com o processo de acumulaçom de forças para atingir as condiçons que permitam avançar face umha genuína Revoluçom social de orientaçom socialista e anti-imperialista.

Caracas acolheu I Encontro internacional polo Direito Universal dos povos a rebeliom Organizado polo MCB, e coincidindo com as datas nas que em 1967 foi abatido o Che Guevara, tivo lugar na capital da Venezuela um encontro internacional para debater a legitimidade de todas as formas de luita contra a exploraçom e a opressom. Reproduzimos integramente a convocatória realizada polo Comité Executivo do MCB. O imperialismo estadounidense arreciou o seu persistente, multilateral e multifacético contraataque face os povos da nossa América e as suas recentes conquistas na rota continental face a sua segunda e definitiva independência, no contexto da sua agressiva política de guerra e conquista a escala mundial e as suas terríveis expressons contra os povos da Palestina, Iraque e Afeganistám. Nos últimos tempos tem sido crescente e abusivo o seu intervencionismo militar na Colômbia, Haiti e Costa Rica, os seus planos de agressom contra a Venezuela e os seus compromissos com a política de terror dos regimes hondurenho e colombiano, contando com a cumplicidade do imperialismo europeu e muito particularmente do Estado israelita. A partir de diversos pronunciamentos sobre a pertinência ou nom da insurgência armada dos povos no quadro dessa contraofensiva imperial e convencidos da necessidade de reconhecer o direito a todas as formas de resistência e rebeliom como também todas as variantes da luita para contrarrestar o terror, a guerra e a opressom- o Movimento Continental Bolivariano decidiu achegar a este debate convocando o “I Encontro internacional polo Direito Universal dos povos a rebeliom”. O evento tivo lugar em Caracas os dias 8 e 9 de Outubro no quadro de outro aniversário da queda na Bolívia do Guerrilheiro heroico. O mesmo resultou muito oportuno em ocasiom de certas exortaçons à insurgência colombiana a depor a sua luita revolucionária armada e a desmovimentar e desarmar-se, por considerá-la como o “pretexto” para a ofensiva do império na América Latina e para as suas ameaças aos processos progressistas da Venezuela, Equador e Bolívia: o que de imediato exige umha análise profunda das causas que geram e mantenhem a insurgência armada em qualquer parte do mundo e em particular na Colômbia e neste Continente, achegando à necessária batalha de ideias com reflexons e debates afastados de visons a todas luzes simplistas e de interpretaçons mecanicistas.


Edita: Capítulo Galiza do Movimento Continental Bolivariano Tiragem: 1.000 exemplares Encerramento de ediçom: 30 de Novembro de 2010 Blogue: www.ccb-galiza.org Co-e: info@ccb-galiza.org

Lola e Jose homenageados no Dia da Galiza Combatente Dez anos depois de instituída como data de referência no calendário das luitas populares galegas, o Dia da Galiza combatente foi dedicado nesta ocasiom a Lola Castro e José Vilar, militantes do EGPGC mortos numha noite de 1990 durante o desenvolvimento de umha série de ataques a interesses do narcotráfico no nosso país. Ligando o exemplo Lola e José com o de tantos e tantas compatriotas que durante o último século dérom a vida pola Galiza, NÓS-UP quijo também vincular aqueles anos de intensos ataques ao mundo do trabalho galego por parte do patronato e os governos espanhóis com a actual crise do sistema capitalista, que abre novas perspectivas para a luita das massas exploradas galegas contra Espanha e o capital. O acto político, aresentado pola companheira Noa Rios Bergantinhos, começou passadas as 13 horas, numha ensolarada rua da Terra de Ferrol, no ponto onde cada 12 de Agosto as nossas companheiras e companheiros da Assembleia Comarcal de Trasancos homenageiam outro patriota galego caído na luita: Moncho Reboiras. A música das gaitas fundiu-se com a poesia e os discursos políticos num único anelo: dar novos folgos à mesma causa pola qual dérom todo tantos galegos e galegas ao longo da nossa história. O Hino do Antigo Hino da Galiza abriu o acto, enquanto as coloridas bandeiras da Pátria, vermelhas e feministas ondeavam empurradas polo vento mareiro ferrolano. Augusto Fontám, Belém Grandal, Ramiro Vidal, Igor Lugris e Luz Fandinho lêrom poemas escritos para a ocasiom e dedicados à patriota e ao patriota homenageados. A seguir, o jovem Carlos Garcia Seoane falou em representaçom da organizaçom juvenil da esquerda independentista, BRIGA, fazendo um apelo à consciência e aos sentimentos da juventude trabalhadora para a luita radical pola independência nacional e o socialismo. A intervençom final correspondeu ao companheiro Alberte Moço, porta-voz Nacional de NÓS-Unidade Popular, que fijo um apelo à reflexom das e dos presentes sobre a importáncia do momento histórico que vivemos, numha crise sistémica de grandes dimensons que abre grandes possibilidades para a proposta revolucionária que a nossa organizaçom representa. O companheiro Alberte Moço sublinhou que NÓS-UP assumiu a mudança de ciclo no seio do soberanismo galego de esquerda, que obriga a avançar na socializaçom da mensagem central do nosso movimento, somando contingentes de trabalhadores e trabalhadoras ao serviço da Revoluçom Galega. As palavras do nosso porta-voz Nacional fôrom interrompidas por aplausos das pessoas presentes quando reclamou que a corrente política que representamos dê passos à frente enquanto tal, numha etapa histórica que vai exigir o melhor de cada um e cada umha de nós. No fim do discurso, as gaitas, os punhos e as vozes fundírom-se no canto colectivo do Hino da Internacional e, finalmente, do Hino Nacional da Galiza. Posteriormente ao acto político, o Centro Social da Fundaçom Artábria acolheu um jantar de confraternizaçom de militantes e simpatlizantes da esquerda independentista e das diferentes entidades que a integram, num ambiente de grande camaradagem e optimismo nos tempos de luita que aí venhem.

com a

a Galiza rebelde America Insurgente

Carlos Mariátegui


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