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INDIE & FOLK
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sumario
1- INDIE, O COMEÇO
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2- INDIE, ANOS 90 E 2000
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3- FOLK, RAÍZES
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4- FOLK, UMA NOVA ERA
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indie O genero musical que se desvinculou das grandes gravadoras
sonic youth O COMECO O tema de hoje diz respeito a um importante estilo, que surgiu durante a década de 80, podendo ainda ser “sentido” nos dias atuais, com grande influência sobre bandas como The Strokes, Franz Ferdinand, Arcade Fire, Bloc Party e Arctic Monkeys. É o chamado Indie Rock. É válido ressaltar que comumente as bandas de rock alternativo são denominadas indie, um costume que se iniciou a partir dos britânicos. Darei uma panorama geral, visto que o assunto é bastante vasto e é quase impossível tratar em sua totalidade. Deixo aberto, portanto, futuras matérias mais focadas em determinado momento, ou banda. Primeiramente, vamos à definição: o termo Indie deriva de independent (independente), e, durante as décadas de 80, 90 e 00 acabou por receber diferentes conceitos. O primeiro deles, relativo à década de 80, dizia respeito às bandas que escolhiam lançar os discos por gravadoras independentes. Porém, com a chegada do sucesso, algumas dessas mesmas bandas acabavam por assinar com gravadoras maiores, mas continuavam com a “ideologia” indie original. Podemos citar, dentre esses grupos, Sonic Youth, The Jesus And Mary Chain e Pixies.
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A essa altura, percebe-se que indie é “algo mais”, além do que somente um segmento de bandas, passando a ser um movimento estruturado. Ainda nos anos 80, três selos de gravadoras independentes se destacaram: o Matador, SST e Sub Pop. O primeiro deles foi responsável por lançar importantes artistas da década de 90, como Pavement e Cat Power. O SST foi responsável por gravar o Sonic Youth e o Dinosaur Jr., grupos que podem ser considerados símbolos do indie rock. Pela Sub Pop passaram The Shins e os brasileiros do Cansei de Ser Sexy.
arcade fire & franz ferdinand
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pixies
ANOS 90 e 2000 Durante a década de 90, o termo passou a designar os grupos que não participavam do mainstream. Durante aqueles anos, com o advento do movimento grunge, houve uma espécie de “reinado” entre bandas como Pearl Jam e Nirvana, que se tornaram o foco da atenção do público, ou seja, o mainstream. Muitos movimentos ocorridos naquela década podem ser considerados indie, tais quais neopsicodelismo, madchester, shoegaze e o famoso britpop. The Smashing Pumpkins, Oasis e Radiohead foram alguns dos destaques do movimento independente para essa década. Chegaram então os anos 2000. Como expresso anteriormente, novamente um outro significado seria atribuído ao movimento indie. A internet desenvolveu-se e o compartilhamento musical se fez acessível a um grande número de pessoas. Como consequência, o indie, que anteriormente era relacionado a bandas alternativas que não participavam do mainstream, se tornou comercial e se popularizou diante de grandes massas.
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1. The Killers - When You Were Young 2. The Strokes - ‘Last Nite’ 3. Oasis - ‘Cigarettes And Alcohol’ 4. The Killers - ‘Mr Brightside’
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folk O Folk se reinventa para continuar em alta nos dias atuais
Bon Iver RAIZES Um dos gêneros mais influentes, engajados e cultuados da história da música pop, o Folk continua vivo e forte no novo milênio. E muitas bandas atuais seguem escrevendo a saga de um estilo que teve seu auge nos anos 60, com as canções ultrapolitizadas de gênios como Bob Dylan, e atravessou as décadas seguintes se imiscuindo na obra de bandas hoje clássicas, como o extinto REM.
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O folk trouxe um lado doce para as guitarras virulentas do rock´n´roll. É impossível não se imaginar no campo ou nas montanhas ouvindo uma harmonia de Neil Young – um dos mestres no assunto” Daniel Vaughan, editor de música do portal R7
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“Também é bom lembrar que Bob Dylan, apesar de ter deixado o violão debaixo de vaias, usou o ‘método’ folk como protesto. E calhou muito bem: simples e direto”. UMA NOVA ERA Claro, o country folk de hoje é muito diferente daquele que era cantado por Dylan no início de sua carreira, e que possuía um forte viés político e social. Hoje o estilo soa mais passional. E do chamado country experimental do ótimo grupo norte-americano Wilco ao folk mais rock e eletrificado dos também americanos Decemberists e Blitzen Trapper, ou ainda passando por bucolismos melódicos como o do Fleet Foxes, há espaço para diversas tendências e nomes dentro de um mesmo gênero. Desta nova safra de grupos, um dos destaques é o quinteto americano Blitzen Trapper, liderado pelo vocalista, guitarrista e compositor Eric Earley. O grupo existe há mais de uma década, grava pela célebre SubPop (o selo norteamericano sediado em Seattle e que, nos anos 90, tornou megapopular o chamado “grunge rock” de bandas como Nirvana e Pearl Jam) e já lançou seis álbuns de estúdio. O mais recente, American Goldwing (editado no ano passado) é um compêndio raro de melodias e harmonias perfeitas. Mas a banda não se limita a isso: ela faz a ponte perfeita entre rock e folk, construindo canções com guitarras mais barulhentas e outras onde a dinâmica sonora é conduzida por violões suaves e gaitas. Além disso, a inflexão de Earley o inscreve entre os atuais bons vocalistas do gênero.
Mumford and Sons
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FLEET FOXES Também dos Estados Unidos, vem o Bon Iver. O conjunto liderado pelo vocalista Justin Vernon foi formado há cinco anos e lançou apenas dois discos até o momento. O mais recente deles, homônimo, saiu em junho do ano passado e recebeu resenhas elogiosas na revista Rolling Stone americana e no jornal inglês The Guardian, o que levou a banda a galgar as paradas dos EUA no final de 2011. Muito barulho por nada, afinal: o folk do Bon Iver é choroso, meloso e pop demais, sob medida pra tocar em trilhas de filmes românticos e seriados do mesmo gênero. Daí a aceitação do som do conjunto pelo público médio americano. Não se pode esquecer do inglês Mumford & Sons. O quarteto liderado pelo vocalista Marcus Mumford surgiu em Londres, em 2007, e lançou apenas um disco até o momento, o bom Sigh No More. O novo álbum de estúdio da banda, Babel, está programado para chegar às lojas em 24 de setembro, inclusive no Brasil. O Mumford & Sons está longe de mostrar em suas canções algo do chamado folk “purista”. No entanto, há nelas boas melodias tramadas com banjos e gaitas. E Marcus é um compositor bom o suficiente para não criar faixas que resvalam no sentimentalismo piegas.
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1. Bon Iver - Skinny Love 2. Mumford and Sons - ‘I Will Wait’ 3. City and Colour - ‘Waiting’ 4. Fleet Foxes - ‘White Winter’