Revista Portuária - 17 Julho 2015

Page 1




EDITORIAL

ANO 15  EDIÇÃO Nº 185 JULHO 2015 Editora Bittencourt Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600

Vitória da concorrência

Diretor Carlos Bittencourt direcao@bteditora.com.br Diagramação: Solange Alves solange@bteditora.com.br Contato Comercial Rosane Piardi - 47 8405.8776 comercial@revistaportuaria.com.br Contato Comercial (agências) Junior Zaguini - 47 8415.7782 junior@bteditora.com.br Impressão Impressul Indústria Gráfica Tiragem: 10 mil exemplares Elogios, críticas ou sugestões direcao@bteditora.com.br Para assinar: Valor anual: R$ 300,00 A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores. www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda +55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473 MAIL: paulo@virtualbrazil.com.br SKYPE: contatos@virtualbrazil.com.br

4 • Julho 2015 • Economia&Negócios

O

novo capítulo na história da atividade portuária na Foz do Rio Itajaí deixa em evidência um dos pilares da economia de mercado, a livre concorrência. No mundo capitalista é a livre concorrência que determina preços e faz com que empresas se aprimorem para se apresentar ao mercado em melhores condições de competitividade. Com os portos no Brasil não era assim, mas agora é. Até pouco tempo, vinculados diretamente ao Estado, os portos brasileiros estavam fora da lógica de mercado. Com o aparecimento dos terminais de uso privado e com a autorização para que estes possam operar cargas de terceiros, essa relação se modificou. Hoje há sim uma concorrência entre duas empresas, cada uma ins-

talada em uma das margens do rio Itajaí-Açu. O discurso de complexo portuário não passa de discurso. Isso não é necessariamente ruim, mesmo que num primeiro momento Itajaí sofra um baque com a perda – mesmo que temporária – da linha asiática. Se por um lado assusta ter um forte concorrente na vizinhança, por outro lado isso faz com que se procure soluções para brigar de igual para igual no mercado. É fato que os dois portos concorrem em condições desiguais. Mas também é fato que esse episódio vai forçar a sociedade e as lideranças políticas a repensarem esse modelo, sob pena de os portos arrendados se tornarem inviáveis. E é dessa mobilização que pode surgir um novo horizonte para a atividade portuária na região. Mais uma vitória da concorrência.•


ÍNDICE

14

A fragilidade do Porto de Itajaí diante da concorrência com a Portonave

22

Rede hoteleira de Itajaí projeta mais 700 leitos em três anos

36

Estudo mostra que brasileiros não são consumidores conscientes

8

Presidente do Sinduscon Itajaí fala sobre a prosperidade do mercado imobiliário e os desafios na região

66

Porto de São Francisco do Sul completa 60 anos de operações

www.revistaportuaria.com.br Revista Portuária também está na web com informações exclusivas Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publicação, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acontece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é encaminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Paraná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: jornalismo@revistaportuaria.com.br Economia&Negócios • Julho 2015 • 5


Santa Catarina registra aumento de 2,63% nos emplacamentos de veículos AINDA ASSIM, PERÍODO É CONSIDERADO DE INSEGURANÇA POR PARTE DO CONSUMIDOR EM RELAÇÃO AO ANO PASSADO

A

Divulgação

s vendas de veículos subiram 2,63% no Estado em junho, comparativamente ao volume de maio de 2015. O balanço foi divulgado pela Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores de Santa Catarina (Fenabrave-SC). Em relação a junho de 2014, houve uma queda de 18,76%, conforme o mesmo levantamento. No total, 14.421 unidades, entre carros de passeio, utilitários leves, caminhões e ônibus, foram emplacadas em junho de 2015. Os números do Brasil também apontam redução de 1,28% na comparação entre junho e maio deste ano. A frota circulante em Santa Catarina soma, hoje, 4.487.034 veículos, sendo que a maioria é de automóveis leves, em um total de 2.587.602. No segmento de carros de passeio e utilitários leves, houve um aumento de 5,51% nas vendas de junho, comparativamente a maio deste ano. Segundo o levantamento da Fenabrave-SC, 8.965 carros foram licenciados em junho de 2015. Quanto ao segmento de motos, as vendas

6 • Julho 2015 • Economia&Negócios

tiveram queda de 7,77% em junho, em relação ao mês anterior. Para o presidente da Fenabrave-SC, Ademir Saorin, a crise do país tem refletido nos números. Com a expectativa ainda maior de queda no PIB Nacional (mais de 2%), alta no desemprego, queda real do salário e, especialmente, no investimento da iniciativa privada e do governo, o consumidor não tem segurança para ir às compras. "Esta insegurança do consumidor tem refletido diretamente em nossas lojas, mesmo tendo obtido aumento neste último mês. Para o segundo semestre, espera-se que a média diária de vendas aumente um pouco, porém, prevemos que o resultado de 2015 será cerca de 20% menor que o registrado em 2014", destaca o presidente. A fim de tornar as concessionárias mais competitivas e acompanhar as exigências do novo consumidor, a Fenabrave-SC estará em agosto, dias 17 e 18, promovendo o maior evento automotivo do Estado, que será o 8º Congresso Estadual Fenabrave-SC em Blumenau. •



 ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

“A construção civil continua sendo mais atrativa que qualquer outro negócio”

O

presidente do Sindicato da Indústria da Construção Civil dos Municípios da Foz do Rio Itajaí, Charles Kan, assumiu em março de 2015 com a missão de conduzir a entidade pelos próximos três anos. Já nos primeiros meses de sua gestão, viu a economia do país entrar em recessão, com aumento de taxas de juros, oscilação de câmbio, alta de inflação e restrição de crédito. Mas o empresário que nasceu na China e chegou ao Brasil ainda bebê é otimista e entende que o setor da construção civil está preparado para enfrentar a crise econômica e se colocar no mercado com uma opção de investimento para os consumidores.

Você vem de uma família que tem negócios com a pesca e com a importação de produtos. Como você chegou ao ramo da construção civil? Charles Kan - Eu entrei no ramo da construção civil por influência da própria família. Meu pai vem do setor pesqueiro, exportava barbatana de tubarão e fazia importação de alguns produtos da China para o Brasil. Esses eram os carros-chefes. Sempre que podia, meu pai gostava de investir no ramo imobiliário – comprava terras, construía imóveis para locação, construía armazéns, galpões, loteamentos. Eu também comecei na parte de importação e exportação e descobri que tinha vocação para ser cons8 • Julho 2015 • Economia&Negócios

trutor e decidi entrar no ramo da construção civil. O meu pai sempre nos deixou confortáveis para trabalhar no que tivéssemos a melhor vocação. Felizmente, eu escolhi a parte que meu pai mais gostava, que era empreender no ramo imobiliário. Qual o nicho de mercado da sua empresa? Charles Kan - A CK é uma empresa bastante dinâmica, bastante eclética. Hoje nós temos uma pauta de produtos tanto para aquele imóvel de primeiro padrão até o imóvel de alto padrão. Nós tentamos sempre mesclar os nichos de negócio de acordo com o que o mercado exige.


 ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

A gente tenta atender às demandas e às expectativas do mercado. Estamos construindo tanto em Navegantes como em Itajaí e temos como objetivo continuar trabalhando com esses dois municípios constantemente. O nosso prazer é construir. Independentemente do padrão, nós usamos o nosso know-how em construção para entregar para o mercado um produto com a maior qualidade possível. Esse é o nosso forte. E como você se envolveu com o Sinduscon? Charles Kan - Todo empresário, quando inicia no ramo da construção civil, se depara com inúmeros desafios, tanto na parte de empreender quanto na parte de construir, na parte de regularizar a obra, de selecionar os profissionais certos para realizar o trabalho preventivo, elétrico, hidráulico, enfim, todos os processos. E no início era muito difícil achar esses profissionais porque Itajaí e Navegantes não eram polos, não eram a cara da construção civil, a construção civil não se manifestava como um boom. Então a intenção de entrar no sindicato, no início, era a de ter acesso a construtores com maior experiência para poder achar a mão de obra qualificada – o melhor engenheiro, o melhor escritório de arquitetura, o melhor engenheiro estrutural... Essa relação com os outros empresário acabou levando você à presidência do sindicato. Como foi esse caminho? Charles Kan - Eu sempre fui uma pessoa que gosta muito de se envolver e de trocar ideias com todo mundo. Não importa se o construtor

tem tradição ou se é novo, se é pequeno, médio ou grande. Eu gosto de trocar informação porque, às vezes, os menores são mais criativos e os maiores têm mais experiência – então você une o útil ao agradável e consegue a melhor receita do bolo. Como eu tinha um trânsito muito tranquilo com todos os associados, há mais ou menos três anos veio o convite para eu participar da diretoria do sindicato. Depois de um tempo, os próprios associados acharam interessante a indicação do meu nome para assumir a presidência do sindicato. Foi um processo natural, sem farpas. Eu diria que houve a inscrição da chapa para cumprir as exigências do regimento do sindicato. Como o senhor analisa a mãode-obra disponível na região para a construção civil? Charles Kan - Há cinco anos, não havia esse boom da construção civil em nível nacional. Todas as instituições financeiras passaram a atuar na construção civil e isso aumentou a oferta de crédito, tanto para o construtor, que queria empreender, quanto para o cliente, que queria comprar. Esse crédito barato fez com que o mercado explodisse. E a mão de obra sempre vai faltar, nunca vai suprir até porque o empresário da construção civil é um empreendedor por natureza. Se hoje ele faz um empreendimento, amanhã ele faz dois. Se hoje ele faz dois, amanhã quer fazer quatro. O que aconteceu de uns cinco anos para cá foi que a construção civil se industrializou. Não existe mais tanto trabalho artesanal. Atualmente se tem equipamentos de qualidade e ferramentas que agilizam

A mão de obra nunca vai ser totalmente substituída, mas um processo que se fazia com dez homens atualmente se faz com seis

Em Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - Florianópolis Economia&Negócios • Julho 2015 • 9


 ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

o trabalho. A mão de obra nunca vai ser totalmente substituída, mas um processo que se fazia com dez homens atualmente se faz com seis, oito homens. Então, nesses cinco últimos anos, a construção civil se industrializou mais do que teve qualificação de mão de obra. Hoje existem equipamentos que geram uma produtividade maior e isso é o que tem nos salvado nesse cenário de demanda de mão de obra. Quais são as metas da atual gestão do Sinduscon? Charles Kan - Tentar manter o objetivo do sindicato, que é brigar por melhorias no setor. Enfrentar os problemas burocráticos em todos os órgãos para que se tenha uma melhor relação de trabalho. No nosso setor, muita coisa acaba se protelando por falta de comunicação. O sindicato não pôde conversar com os engenheiros que analisam os projetos, com órgãos ambientais, bombeiros, órgãos municipais, ao ponto de se trocar informação para que se melhore a qualidade dos projetos e a velocidade das análises. Nossa segunda meta é aumentar o número de associados, dobrar o número de associados. Associado nunca é demais, sempre surge alguém com uma ideia nova, uma experiência nova. Qual a sua percepção a respeito da burocracia para liberação da construção de empreendimentos? Charles Kan - A construção civil não deixa de ser uma indústria geradora de empregos. Assim que ela contrata o empregado ela já tem esse ônus da mão de obra. É preciso criar uma regra para que esse ciclo de liberações e licenciamentos seja acelerado, para que os órgãos se comuniquem entre si. Para se ter uma ideia, esse ciclo pode demorar entre seis meses e um ano para se aprovar um projeto, sem contar o tempo de incorporação e de retirada do alvará. Então pode-se dizer que para um empresário poder começar a construir leva mais de um ano e meio, tranquilamente. Então imagina uma empresa com vinte funcionários tendo que pagar salário durante 10 • Julho 2015 • Economia&Negócios


 ENTREVISTA: Charles Kan - Presidente do Sinduscon

um ano sem ter a segurança jurídica de que ele vai conseguir passar por todos esses processos. Isso é um problema em nível nacional. Outro fator é que, em Itajaí, a demanda na análise de projetos se tornou muito grande, depois desse boom da construção civil e a prefeitura manteve a mesma estrutura de pessoal para analisar os projetos. Hoje há quatro, cinco vezes mais projetos e o mesmo pessoal para fazer a análise. O que antes demorava uma semana, agora demora duas e produz um efeito em cascata.

Quando existem esses momentos de retração de crédito, o setor não é o primeiro a ser afetado porque o brasileiro tem como tradição investir em imóveis.

Vivemos um momento de recessão na economia. O setor já sentiu o impacto da crise na nossa região? Charles Kan - O setor da construção civil não é o primeiro a sentir. Quando existem esses momentos de retração de crédito, o setor não é o primeiro a ser afetado porque o brasileiro tem como tradição investir em imóveis. Sente a crise, com certeza, principalmente na parte de prestação de serviços e fornecedores, que são os primeiros a sentir a retração, mas é um mercado que pela cultura do brasileiro ainda se torna aquecido. Se existe essa restrição de crédito e esse medo do sistema financeiro, o brasileiro já tem como cultura investir. Então ele retira esse dinheiro do banco e vai comprar um apartamento, um terreno, porque ele sabe que tem valorização. É isso que faz o mercado da construção civil passar por essa crise de forma menos dolorosa. A crise não afeta o financiamento das empresas? Charles Kan - Atualmente, o crédito está um pouco mais restrito. O governo ainda mantém as taxas de incentivo, mantém esses aportes para os recursos financeiros. É lógico que aquele crédito

barato não existe mais. Existe ainda crédito, mas com taxas reajustadas conforme a inflação e o acesso ao crédito também é mais restrito. Mas ainda há crédito, isso conforta o setor. Ruim mesmo é quando tranca tudo, para clientes e empresários. Hoje o crédito está um pouco mais caro, mas ainda dá para operar. O problema é que tudo aumenta, a inflação afeta tudo, mas a construção civil continua sendo mais atrativa que qualquer outro negócio, qualquer outro consumo. A crise afeta também o câmbio. Como isso impacta na importação de insumos? Charles Kan - Os insumos que nós exportamos atualmente, a indústria nacional tem conseguido suprir com uma qualidade e uma variedade que antigamente não se tinha. O empresário buscava o importado por falta de variedade, por falta de novidade, para sair do comum. Então o câmbio não afeta tanto porque nós temos hoje empresas nacionais que produzem insumos tão bons quanto os importados. Como o senhor imagina a indústria da construção civil da região nos próximos anos? Charles Kan - Independentemente do foco nos empreendimentos comerciais ou residenciais, a construção civil tem hoje um cliente muito mais exigente, mais bem informado em decorrência da internet, e mais atento a todas as ofertas. Então eu acredito que há muito espaço para essas empresas que estiverem atentas às demandas do mercado. Por outro lado, aqueles produtos feitos sem pesquisa, sem gabarito, sem nada, não tem mais espaço. Hoje o cliente sabe exatamente o que ele quer.•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 11


Artigo

Santa Catarina e o mercado mundial de carnes

A

Por Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Central Aurora Alimentos

12 • Julho 2015 • Economia&Negócios

pesar das dificuldades que marcam o cenário econômico de 2015, o setor primário da economia terá um ano relativamente bom para as cadeias produtivas de suínos, aves e leite. O segmento de carnes viverá um bom ano com crescentes exportações de carnes bovina, suína e de aves. A eclosão de epizootias em alguns países continuará favorecendo o Brasil, que aproveitará os resultados da conjugação de vários fatores: qualidade reconhecida, preço competitivo potencializado pelo câmbio favorável, capacidade de produção e relativa escassez de carne no mercado mundial. Para analisarmos a situação mercadológica da proteína animal na próxima década é necessário estudarmos a posição do segmento brasileiro de produção de carne suína. Em 2014, o conjunto do agronegócio verdeamarelo – incluindo carnes, grãos, leite etc. – exportou para 75 países e obteve divisas da ordem de US$ 96,75 bilhões. A suinocultura contribuiu com 1,7%, o que correspondeu a US$ 1,6 bilhão e meio milhão de toneladas. Esses números são a expressão mais altissonante de nossa cadeia produtiva e comprova que temos uma das mais avançadas indústrias suinícolas do mundo. Esse status resulta da associação de seis fatores essenciais: recursos naturais, disponibilidade de grãos, sistema de produção integrada indústria/criador, privilegiado e reconhecido status sanitário, flexibilidade e variedade de marcados e permanente investimento em tecnologia.

Os produtores e as indústrias atingiram um saudável ponto de equilíbrio e o regime de oferta e demanda no Brasil reflete muito bem o cenário de equilíbrio. A produção em 2015 crescerá 1,5%, atingindo 3,524 milhões de toneladas. Consumo per capita permanecerá em pouco mais de 14 kg por habitante ao ano. As exportações devem crescer 5%, passando de 495 mil toneladas para 520 mil toneladas. Os estados com maior participação no esforço exportacionista são Santa Catarina com 37%, Rio Grande do Sul 30,3%, Goiás 9,6%, Paraná 9,3%, Minas Gerais 8,5%, depois Mato Grosso do Sul 3,4%, São Paulo 1% e Mato Grosso com 0,9%. Os principais destinos são Rússia (186 mil toneladas), Hong Kong (110 mil toneladas), Angola (52 mil tonelada), Singapura (32 mil toneladas) e Uruguai (20 mil toneladas). Os outros mercados compram 81 mil toneladas. As perspectivas e tendências para o consumo mundial de proteínas são promissoras. Não há mais dúvidas de que os países em desenvolvimento irão catapultar a demanda futura por carne. África e Ásia concentrarão cerca de 90% do crescimento demográfico até 2020. Em face desse quadro, a FAO e a OCDE projetam vigoroso crescimento no consumo mundial de alimentos para o horizonte de 2022: a demanda por carne suína crescerá 13%, de carne de aves 19% e de carne bovina 14%, de cereais 15%, de oleaginosas 20% e de lácteos 20%.•



GUERRA NO MERCADO

O concorrente

mora ao lado DISPUTA PELA LINHA ASIÁTICA ESCANCARA CONCORRÊNCIA ENTRE APM TERMINALS E PORTONAVE

O

s dois principais terminais que integram o Complexo Portuário de Itajaí protagonizaram em junho o mais contundente capítulo da história dos portos brasileiros no que diz respeito à concorrência entre portos públicos e de uso privado, após a edição da nova Lei dos Portos. A Portonave, terminal privado instalado em Navegantes, venceu a concorrência contra a APM Terminals,

14 • Julho 2015 • Economia&Negócios

que possui um terminal arrendado no Porto de Itajaí, para operação da chamada “Linha Asiática”. Após três rodadas de negociação com os armadores, um montante que pode variar entre 40% e 60% das cargas operadas em Itajaí passaram a ser operadas em Navegantes. Os reflexos dessa negociação foram imediatos, mesmo com o início das operação previsto para agosto.


Não há nenhuma saia justa ou conflito, mas não vejo composição possível de acordo entre os terminais. O armador decide

Na mesma semana em que se tornou pública a informação do resultado das negociações da Linha Asiática, a Portonave tinha programado a apresentação do Relatório de Sustentabilidade da empresa à imprensa, mas o assunto que dominou o encontro foi a concorrência entre os terminais pelas cargas vindas da Ásia. O diretor-superintendente administrativo da Portonave, Osmari de Castilho Ribas, avaliou a mudança como um movimento natural do mercado. “Nessa época, diversos armadores se reúnem para entender como está o mercado, para encontrar as melhores oportunidades de negócios”, destacou.

Osmari de Castilho Ribas, diretor-superintendente administrativo da Portonave

Economia&Negócios • Julho 2014 • 15


GUERRA NO MERCADO

Castilho afirmou que o preço não é o único fator determinante na decisão dos armadores. A infraestrutura, as restrições e as condições operacionais como um todo também influenciam a decisão, assim como fatores macroeconômicos. “O ciclo conturbado da economia pode ter influenciado nessa decisão”, avaliou. Assim que a decisão dos armadores foi anunciada, começou a surgir em Itajaí um rumor de que deveria haver um meio de a Portonave dividir as operações da Linha Asiática com a APM Terminals. Castilho foi taxativo e rechaçou a hipótese.

Ricardo Arten, superintendente da APM Terminals

Complexo de um só não existe. Navegantes é concorrente de Itajaí. Temos que acabar com o discurso de complexo portuário

16 • Julho 2015 • Economia&Negócios

“Não há nenhuma saia justa ou conflito, mas não vejo composição possível de acordo entre os terminais. O armador decide”, enfatizou. Castilho ainda reforçou que se a Portonave não tivesse ganhado a concorrência, a situação poderia ser ainda pior. “Nós não podemos nivelar ineficiência. Se essa linha não ficasse aqui, fosse para outro porto, nós morreríamos abraçados”, destacou.

Acabou o respeito Na mesma semana, a Câmara de Comércio Exterior da Associação Empresarial de Itajaí (ACII) realizou uma reunião extraordinária para debater o assunto. O superintendente da APM Terminals, Ricardo Arten, participou do encontro e avaliou o episódio como uma movimentação natural do mercado, como uma ação da lei da oferta e da procura. “Se eu estivesse lá [na


Ivan Bueno

Portonave], faria a mesma coisa”, afirmou. O representante da APM Terminals, no entanto, destacou que não existem as mesmas condições de operação para os dois terminais, fator determinante para o desequilíbrio na disputa. Arten atacou o termo Complexo Portuário do Itajaí. “Complexo de um só não existe. Navegantes é concorrente de Itajaí. Temos que acabar com o discurso de complexo portuário”, disse. Durante o encontro com os empresários na ACII, Arten admitiu a hipótese de que possa ter havido falha da empresa na negociação, considerando que não houve alteração nas condições de concorrência nos últimos anos. “Talvez tenhamos falhado comercialmente, talvez devêssemos ter sido mais agressivos”, ponderou. No entanto, Arten afirma que a crise instaurada tem data para começar e data para terminar. “Acabou o respeito

comercial. A APM tem bala na agulha e vai se recuperar nem que tenha que trabalhar no prejuízo”, enfatizou.

Dono do shopping No meio do embate comercial entre os dois principais terminais está a autoridade portuária, comandada por Antonio Ayres dos Santos Júnior. O superintendente do porto gosta de usar a metáfora do shopping center para ilustrar sua relação com os dois terminais. “Eu sou o dono do shopping, eu tenho que dar condições para que todos operem, que sigam as normas do shopping. Mas eu não posso determinar o preço que cada loja vai cobrar. Isso é uma decisão das lojas e do mercado”, explicou. Mesmo sabendo que não poderia interferir comercialmente na decisão, Ayres enviou ao governo do Estado um dossiê com a situação atual do Complexo Portuário do Itajaí para que, pela via política, possa se chegar uma solução para o impasse. “A decisão comercial é praticamente irreversível, mas não podemos pensar só no mercado e sim no impacto social que uma decisão dessas implica”, avaliou.

Quem perde? A mudança no destino da Linha Asiática não altera a quantidade de navios que utiliza o Complexo Portuário do Itajaí, porém, o fato destas cargas serem operadas em Navegantes impacta profundamente na economia de Itajaí por diversos fatores.

Economia&Negócios • Julho 2015 • 17


GUERRA NO MERCADO

Antonio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí

A decisão comercial é praticamente irreversível, mas não podemos pensar só no mercado e sim no impacto social que uma decisão dessas implica

18 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Com a edição da nova Lei dos Portos, a Portonave teve condições de operar cargas de terceiros, o que antes só era permitido a portos públicos ou arrendados. Porém, a Portonave não foi obrigada a pagar as tarifas pagas pelas empresas que arrendam áreas públicas, como é o caso da AMP Terminals em Itajaí. Além disso, a empresa privada não tem a obrigação de contratar a mão de obra avulsa para a operação portuária. Esses fatores, além de impactarem no custo das operações e desequilibrar a concorrência, reduzem as receitas com as operação portuárias em Itajaí. Quando uma carga é operada em Navegantes, o armador paga para a autoridade portuária apenas uma taxa de entrada do navio, a conhecida Tabela 1. Em Itajaí, além do armador pagar a Tabela 1, a APM Terminals paga uma taxa de atração, uma tarifa emergencial, uma tarifa de manutenção, além do próprio contrato de arrendamento, que prevê o pagamento baseado na estimativa de movimentação de contêineres. Toda essa arrecadação é utilizada na manutenção das atividades da autoridade portuária e também do Órgão Gestor de Mão de obra (OGMO), responsável pela organização dos trabalhadores avulsos. De acordo com o superintendente da APM Terminals, as atividades do terminal ainda representam 60% de toda a arrecadação de impostos municipais em Itajaí.

Que mão de obra! Outro fator que torna a situação ainda mais delicada é a contratação da mão de obra. Em Itajaí, a APM Terminals contrata via OGMO, enquanto em Navegantes os trabalhadores são contratados em regime CLT. Durante a reunião na ACII, Ricardo Arten afirmou que, em virtude desse regime trabalhista, uma


GUERRA NO MERCADO

Só uma empresa paga o OGMO, a APM. Os trabalhadores são capacitados ali e muitos ainda vão trabalhar na Portonave

operação em Itajaí realizada com 27 pessoas é realizada em Navegantes por sete trabalhadores. Além disso, o superintendente da APM afirma que o custo de cada funcionário é 82% maior em Itajaí. “Só uma empresa paga o OGMO, a APM. Os trabalhadores são capacitados ali e muitos ainda vão trabalhar na Portonave”, disse Arten na ACII. Se de um lado a situação em relação à mão de obra é complicada e a decisão de mudança da linha asiática já começa a causar demissões, como os 30 postos de trabalho reduzidos pela APM Terminals antes do fim de junho e mais uma leva de funcionários do OGMO anunciada no início de julho, em Navegantes a situação é tranquila e Castilho afirma que não tem previsão de aumento de número de postos de trabalho com o aumento da movi-

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC Economia&Negócios • Julho 2015 • 19


GUERRA NO MERCADO

mentação na Portonave. “Ainda estamos analisando a demanda para decidir se precisaremos alterar o quadro de funcionários”, explicou.

Qual a saída? Atualmente, a APM Terminals é arrendatária dos berços 1 e 2 do Porto de Itajaí. A empresa paga taxas extras para utilização da retro área referente aos berços 3 e 4 e, eventualmente, utiliza os berços 3 e 4 para operar, pagando ao Porto de Itajaí pelo uso. Os berços 3 e 4, no momento, encontram-se em obras, que só devem ser concluídas no fim do ano. Para operar com maior agilidade e se tornar mais competitiva, a APM Terminals pretende incluir os berços 3 e 4 no contrato de arrendamento através de um processo de adensamento. Esse processo está em tramitação na Secretaria dos Portos há três anos, de acordo com o superintendente. Segundo Ricardo Arten, a APM Terminals tem ainda um valor disponível de R$ 160 milhões para investimento na ampliação e modernização do terminal de Itajaí, mas a empresa aguarda a renovação do contrato de concessão, que pode ser encerrado em sete anos se não for renovado. “Estamos com esse pedido de antecipação da renovação do contrato parado e ninguém, em sã consciência, vai investir uma quantia dessas sem ter a garantia de que vai poder ter tempo para recuperar o investimento”, destacou Arten. Arten ainda acredita que é necessário pressionar os entes públicos para que sejam alteradas as regras para a competição entre os portos públicos arrendados e o terminais privados para que a disputa seja equilibrada. “A Antaq e a Secretaria dos Portos têm que dar condições iguais para que todos possam concorrer. Contamos com o apoio de toda a sociedade itajaiense para enfrentar esse desafio”, disse.• 20 • Julho 2015 • Economia&Negócios

A Antaq e a Secretaria dos Portos têm que dar condições iguais para que todos possam concorrer


Economia&Negócios • Julho 2015 • 21


TURISMO

Hotelaria em alta Itajaí prevê crescimento da rede hoteleira nos próximos três anos

22 • Julho 2015 • Economia&Negócios


Agnaldo dos Santos, Secretário de Turismo de Itajaí

I

tajaí vive um momento de crescimento da economia e a chegada da cidade ao topo do ranking do PIB catarinense atraiu ainda mais a atenção dos investidores. Com a realização da segunda edição da Stopover da Volvo Ocean Race e a confirmação de mais uma edição da regata Jacques Vabre, a cidade também se mostra ao mercado com um promissor polo de turismo. A expectativa de aumento de número de pessoas cir-

culando em Itajaí e em toda a região nos próximos anos já começou a agitar o mercado e gerar investimentos que vão desde a reforma e ampliação dos hotéis já instalados, até a construção de novos empreendimentos de grandes redes do ramo. De acordo com o secretário de Turismo de Itajaí, Agnaldo dos Santos, atualmente a rede hoteleira da cidade é composta por 22 empreendimentos com cerca de 1,5 mil leitos.

Economia&Negócios • Julho 2015 • 23


Segundo cálculos da Secretaria de Turismo, os hotéis da cidade têm uma taxa de ocupação média de 70%, um percentual que deve ser cada vez maior. “Temos certeza que com as regatas, com os eventos e com a marina que está sendo construída, essa demanda na rede hoteleira será muito maior. Os empresários também avaliam dessa forma e já estão investindo”, avaliou o secretário. Pelo menos quatro grandes empreendimentos do setor da hotelaria já estão em andamento na cidade. Quando esses hotéis estiverem em atividade, serão mais 700 leitos disponíveis. O primeiro deles fica nas imediações do Itajaí Shopping.

24 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Temos certeza que com as regatas, com os eventos e com a marina que está sendo construída, essa demanda na rede hoteleira será muito maior



Antonio Ayres dos Santos Júnior, superintendente do Porto de Itajaí

O Hotel Absolute, do grupo Mercure, contará com um investimento de cerca R$ 130 milhões. O empreendimento está projetado com 15 andares, 176 quartos e quatro suítes de luxo. O hotel deve ser inaugurado em 2018. A cerca de 500 metros do Centreventos, na rua Camboriú, o Tulip Inn Marina Plaza, com previsão de inauguração para o primeiro trimestre de 2017, terá vista para o Complexo Náutico de Itajaí e contará com 200 apartamentos, auditório, restaurante, academia e área de lazer. A Praia Brava contará com o Quality Hotel Itajaí, integrado ao Riviera Concept, com 153 apartamentos disponíveis, com previsão de inauguração para 2017. O grupo Blue Tree Hotel tem a previsão de inaugurar em 2016 um empreendimento ao lado da Universidade do Vale do Itajaí, no terreno onde está instalado o Clube Atiradores, com 200 apartamentos.

Novo Píer Outro empreendimento que pode incrementar o potencial da hotelaria itajaiense é o novo píer de atracação para navios de cruzeiro, que precisará ser construído em virtude da nova bacia de evolução para o Complexo Portuário. A intenção da prefeitura de Itajaí é fazer uma licitação para conceder à iniciativa privada a estrutura para a recepção dos navios. De acordo com o superintendente do Porto de Itajaí, Antonio Ayres dos Santos Júnior, a intenção é realizar uma licitação nos mesmos moldes da realizada para a construção da marina – uma empresa privada constrói o empreendi26 • Julho 2015 • Economia&Negócios

mento e ganha o direito de exploração do local por um período de tempo que pode ser renovado. Porém, há um entendimento que apenas a movimentação de passageiros durante a temporada de cruzeiros não é suficiente para manter a estrutura do píer e da estação de passageiros. A solução encontrada é licitar, além do píer e da estação, um projeto que contemple um centro comercial, uma área de estacionamento eventos e um hotel. “Temos que ter um projeto que seja sustentável para poder atrair os investimentos necessários”, pontuou Ayres. De acordo com Antonio Ayres, ainda não há um detalhamento da estrutura, mas um profissional de arquitetura já está trabalhando num projeto para servir de base para a os estudos de viabilidade econômica, técnica e ambiental e também para a licitação em si. O superintendente do porto acredita que seja possível lançar o edital de licitação no final de 2016.

Reformas e ampliações Pelo menos três importantes hotéis de Itajaí devem passar por processos de ampliação nos próximos anos. O Mariner Plaza, que se encontra fechado, foi adquirido por um grupo de Balneário Camboriú que pretende reformá-lo para voltar a atender o público. O Sandri Palace Hotel projeta a construção de uma segunda torre e o Hotel Íbis também estuda uma ampliação no terreno que fica na esquina da avenida Marcos Konder com a rua Joca Brandão.•

A solução encontrada é licitar, além do píer e da estação, um projeto que contemple um centro comercial, uma área de estacionamento eventos e um hotel



PESCA

Novos rumos

para a pesca SEMINÁRIO PROMOVIDO PELA SECRETARIA MUNICIPAL DE PESCA REUNIU EMPRESÁRIOS E AUTORIDADES PARA DEBATER SOLUÇÕES PARA O SETOR

P

rofissionais da pesca, armadores, representantes dos setores industrial e governamental se reuniram nos dias 23 e 24 de junho para discutir os rumos da pesca no país durante o seminário “Novos Rumos para a Pesca Profissional”. Os debates aconteceram na sede do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) e foram promovidos pela Secretaria Municipal de Pesca. Atualmente, Itajaí emprega cerca de 25 mil trabalhadores no setor, lidera o mercado nacional da pesca in28 • Julho 2015 • Economia&Negócios

dustrial com uma produção de aproximadamente 100 mil toneladas por ano e é responsável pela captura de 20% do pescado que chega à mesa dos brasileiros, de acordo com informações da Secretaria Municipal de Pesca. A crise econômica e restrições impostas ao setor, no entanto, têm mobilizado os empresários, que buscam junto aos órgãos do governo melhores condições para continuar empreendendo e gerando renda. "A economia brasileira está em crise e o setor pesqueiro também está passando por momentos difíceis. Os problemas não são


PESCA

poucos, mas devemos debater juntos para desenvolver e mostrar a força do setor pesqueiro”, afirmou o presidente do Sindipi, Giovani Monteiro. Durante a solenidade de abertura do evento, que contou com a presença de representantes dos governos municipal, estadual e federal, o empresário e presidente da Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca na Fiesc, Dario Vitalli, ressaltou as dificuldades enfrentadas pelo setor e cobrou agilidade na solução dos problemas. “Temos muitos direitos a serem reivindicados e o Ministério da Pesca precisa ganhar força. A pesca não pode ser gerenciada por cinco ministérios que conflitam entre si”, criticou. O presidente do Sindipi reforçou a importância da indústria da pesca, que corresponde ao quarto maior PIB de Santa Catarina, e criticou a portaria do Ministério do Meio Ambiente que restringiu a pesca de espécies consideradas

amaçadas pelo órgão federal. “Lutamos contra esse ato ilegal e arbitrário do Ministério do Meio Ambiente, que não tem respaldo de estatísticas e pesquisas”, disse. O secretário Adjunto da Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca de Santa Catarina, Airton Spiess, fez coro aos representantes do sindicato e reconheceu que, muitas vezes, os órgãos governamentais dificultam a vida dos empresários. “Não é possível que os pescadores tenham que enfrentar os perigos do mar, da economia, da legislação e ainda tenham que brigar contra o governo”, destacou. O primeiro palestrante do seminário foi o assessor de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do Ministério da Pesca e Aquicultura, Luís Alberto de Mendonça Sabanay, que fez uma apresentação sobre as oportunidades para o desenvolvimento da pesca e da aquicultura no país, destacando as possibilidades de investimentos para 

Economia&Negócios • Julho 2015 • 29


Nelson Robledo

PESCA

o crescimento do setor. De acordo com o assessor, o Ministério da Pesca tem a intenção de que o país atinja até 2020 uma produção de 2 milhões de toneladas de pescado na aquicultura e mais 1,75 milhões toneladas de peixes nas demais cadeias produtivas do setor pesqueiro. O primeiro dia do seminário contou ainda com a divulgação de dados sobre a atividade pesqueira na cidade. Os dados integram uma pesquisa encomendada pela Secretaria da Pesca ao Instituto de Pesquisas Sociais da Univali. Informações que devem auxiliar no planejamento de políticas públicas e no desenvolvimento de ações do governo municipal e também do setor pesqueiro. Na primeira tarde do evento, a segurança no trabalho também teve espaço nas discussões. De acordo com dados da Justiça do Trabalho, a atividade pesqueira é responsável por índices preocupantes em relação aos acidentes de trabalho. O juiz da 2ª Vara do Trabalho de Itajaí, Leonardo Fischer, ressaltou que os trabalhadores do setor não utilizam os equipamentos de segurança e colocam em risco as próprias vidas. No segundo dia do evento, a programação contou

30 • Julho 2015 • Economia&Negócios

com a presença do representante da superintendência Federal em Santa Catarina do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Fernando Luiz Freiberger, para o debate sobre o beneficiamento dos produtos do mar. Os empresários do setor relataram as dificuldades enfrentadas pelas indústrias junto ao Ministério da Agricultura e ficou decidido que será criada uma agenda para apresentar estes problemas e discutir as dificuldades. Freiberger lembrou que a preocupação do governo é com a segurança do consumidor. “Nós precisamos entregar para o nosso consumidor um produto com qualidade sanitária e qualidade técnica. É importante agradar o consumidor, então vamos organizar esta agenda para que o debate aconteça e que no fim possamos atingir os pontos que todos nós queremos”, destacou. Para encerrar o evento, representantes do Ministério da Pesca, Sindipi, Sindicato dos Trabalhadores da Pesca (Sitrapesca) e Centro Nacional de Pesquisa e Conservação da Biodiversidade Marinha do Sudeste e Sul (Cepsul) discutiram a pesca extrativa marinha e melhorias na forma da liberação de licenças de pesca.


Nelson Robledo

PESCA

Estudo aponta baixo consumo de pescado entre as crianças em Itajaí A rotina e os hábitos alimentares das famílias itajaienses foram alvo da pesquisa realizada durante um ano com 1,3 mil pessoas em todos os bairros de Itajaí pela Univali. O estudo revelou que apenas 11,17% das crianças entrevistas comem pescado, sendo que 10,81% consomem mais camarão. O estudo foi encomendado pela Secretaria Municipal de Aquicultura e Pesca e divulgado durante o seminário “Novos Rumos para a Pesca Profissional”. O índice baixo de consumo entre os pequeninos preocupa o setor, que estuda formas de garantir o futuro da atividade pesqueira e também estimular mais o consumo do pescado na cidade. “Precisamos fazer projetos para estimular mais as crianças a comer peixe, talvez colocando esse alimento novamente na merenda escolar”, sugeriu o secretário de Pesca e Aquicultura de Itajaí, Agostinho Peruzzo. Segundo o relatório, 59,26% dos entrevistados responderam que consumiram peixe nos últimos 15 dias, pelo menos uma vez. O pescado mais consumido é

a sardinha (15,16%). Quando o assunto é peixe enlatado, o mais lembrado também é a sardinha (7,85%). Os entrevistados foram escolhidos aleatoriamente, alguns foram abordados no momento em que compravam no caminhão do peixe. Depois de aceitarem participar da pesquisa, os voluntários ganharam um caderno e, uma vez por semana, passaram a anotar todos os alimentos que haviam consumido.

 Selo de Qualidade A mesma pesquisa poderá originar um novo projeto social na região, um selo de qualidade do pescado. “Pensamos em elaborar um selo de qualidade. O projeto iria certificar as empresas que tem boas práticas de segurança, que trabalham na legalidade e que respeitam o meio ambiente. Este selo iria representar toda a região da Foz do Rio Itajaí-Açu e quem consumisse esse pescado em outra região do país, por exemplo, teria a certeza de que se trata de um produto de qualidade”, afirma Peruzzo.• TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES 28 anos transportando com agilidade e rapidez

Economia&Negócios • Julho 2015 • 31


Artigo

Insatisfeito no trabalho?

Abrir um negócio pode ser a solução

N

Por Henrique Mol, especialista em turismo e sócio-fundador da Encontre Sua Viagem, franquia de turismo

32 • Julho 2015 • Economia&Negócios

ão é raro encontrar na sua roda de amigos pessoas que se sentem infelizes no trabalho. Segundo dados levantados por uma pesquisa realizada pelo instituto International Stress Management Association (Isma), 72% das pessoas estão insatisfeitas com a ocupação. Dessas, 89% estão relacionados com a falta de reconhecimento, 78% com excesso de tarefas e 63% com problemas de relacionamento. Mas, o que fazer em uma situação dessas? Abrir seu próprio negócio pode ser a solução. Porém, é preciso cautela antes de jogar tudo para o alto e se aventurar na abertura de uma empresa. Muitas vezes, as dificuldades em seu ambiente de trabalho podem ser resolvidas facilmente, com uma boa e sincera conversa com os superiores e lideranças. Em alguns casos, uma simples troca de setor ou uma reunião de alinhamento podem mudar, completamente, o clima do local. A falta de diálogo é um dos principais problemas nas corporações e pode gerar consequências graves nos trabalhadores, como estresse, ansiedade e depressão. Agora, se o seu caso for mais complicado, arriscar-se no mundo dos empreendedores pode ser uma boa opção. Com experiência de causa, afir-

mo que não há nada mais empolgante do que planejar a abertura do seu próprio negócio. Está ali, nas suas mãos, todos os seus sonhos e expectativas. Mas, como tudo na vida, abrir uma empresa requer planejamento e disciplina. Infelizmente, segundo dados do Sebrae, cerca de 30% dos novos empreendimentos decretam falência antes dos primeiros dois anos de vida. Neste ano, com a crise econômica, a situação está ainda pior. De janeiro a abril, o número de falências decretadas, de acordo com a Boa Vista SCPC, cresceu 30,8% em relação ao mesmo período de 2014. Por estes e outros motivos, o formato de franquias, que nasceu nos Estados Unidos, vem crescendo a um ritmo acelerado aqui no Brasil. Um dos pontos que mais atraem novos empreendedores para as franquias é o modelo de gestão já preestabelecido e a transmissão de know how da franqueadora para os franqueados. Isso porque a marca já é conhecida no mercado e as chances de o negócio dar errado são muito menores. Existem hoje diversas marcas franqueadoras, dos mais diversos segmentos e se engana quem pensa que abrir uma franquia é algo muito caro, há algumas com taxas a partir de R$ 3 mil e mensalidades de R$ 175. •


Quase 30% dos inadimplentes

não sabem quanto devem

H

oje em dia, no Brasil, quase 30% dos inadimplentes não sabem quanto estão devendo. Além disso, 5% deles não têm ideia nem para quem estão devendo ou, como se diz, estão como a Grécia, em situação de “default”, na moratória, precisando de renegociação. Ou seja, deram calote. A pesquisa é do Instituto Geoc, que cuida do que acontece com as empresas de crédito. Na hora da venda de um carro, por exemplo, é tudo maravilha, longas prestações e juros baixos. "Só que a pessoa esquece que tem IPVA, tem o seguro, tem manutenção, tem gasolina, tudo isso está envolvido no custo do carro. E na hora de conceder o crédito ninguém avisa isso. Então acho que é um dever imenso de toda a sociedade que concede crédito", alerta o presidente do Instituto Geoc, Jefferson Frauches Viana.

Toda a economia brasileira depende do bom funcionamento cíclico. "Toda cadeia econômica é movimentada. Você tem desde o consumidor até o comércio, distribuidor, atacadista, fabricante, matéria-prima, bens de capital, quer dizer, toda a cadeia da economia é movimentada através de um bom crédito", diz. Por conta desse não planejamento e da atual crise econômica, além de crescer o número de inadimplentes aumenta também a dificuldade em saldar essas dívidas. "A dificuldade de pagamento cresceu porque o inadimplente hoje tem menos capacidade de pagar. E por que ele tem menos capacidade de pagar? Porque tem mais desemprego, tem mais inflação, sem contar nas questões crônicas de educação financeira que falamos há pouco".•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 33




Em cada dez brasileiros, apenas dois são consumidores conscientes,

mostra estudo do SPC Brasil NOVO INDICADOR REVELA QUE PARTICIPAÇÃO DOS JOVENS ENTRE OS CONSUMIDORES CONSCIENTES É MENOR QUE A MÉDIA GERAL. CONCEITO ABRANGE QUESTÕES FINANCEIRAS, AMBIENTAIS E SOCIAIS 36 • Julho 2015 • Economia&Negócios

O

que significa consumir de forma consciente? Quais aspectos devem ser considerados pelo consumidor na hora da compra para que sua ação não prejudique a si próprio e os outros ao seu redor? Um indicador inédito lançado neste mês pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pelo portal de educação financeira Meu Bolso Feliz a partir de uma pesquisa realizada em todas as capitais revela que o brasileiro reconhece que as atitudes cotidianas ligadas ao consumo são importantes para a vida em sociedade, mas nem todos praticam, individualmente, ações neste sentido. Numa escala de 1 a 10, os entrevistados dão nota média de 8,8 para a importância do tema consumo consciente, mas em contrapartida, apenas dois (21,8%) em cada dez brasileiros podem ser considerados consumidores plenamente conscientes. Para se chegar a este resultado, o indicador do SPC Brasil avaliou uma série de questões sobre os hábitos e os comportamentos que fazem parte da rotina dos brasileiros e concluiu que somente 69,3% destas ações são classificadas como conscientes. O estudo segmenta os consumidores em três categorias, de acordo com a intensidade da prática dos comportamentos considerados ade-


quados: consumidores conscientes (que apresentam frequência de atitudes corretas acima de 80%), consumidores em transição (cuja frequência varia entre 60% e 80% de atitudes adequadas) e consumidores nada ou pouco conscientes (quando a incidência de comportamentos apropriados não atinge 60%). A pesquisa conclui, portanto, que o consumidor brasileiro é, em média, um consumidor em transição. As perguntas feitas aos consumidores e que serviram de base para construir o indicador englobam as três grandes dimensões que compõem o conceito de consumo consciente: ambientais, financeiras e sociais. Para as ações relacionadas à responsabilidade ambiental do consumidor, o indicador atingiu 71,7% de atitudes adequadas, enquanto as práticas financeiras e de engajamento social, foram um pouco mais baixas, chegando a 68,0% e 68,1% de ações corretas, respectivamente. "O objetivo do Indicador de Consumo Consciente é acompanhar ao longo dos anos as mudanças nos hábitos de compra e outras ações cotidianas dos brasileiros a fim de compreender se estamos caminhando em direção a uma sociedade capaz de promover e estimular práticas mais equilibradas nas relações de consumo", afirma a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.

84% não ligam para marcas Dentre as práticas financeiras adequadas, as mais adotadas pelos brasileiros são não se influenciar pelo consumismo das pessoas do seu círculo de convivência (88,5%) e não se importar em adquirir somente produtos de marcas famosas, priorizando a qualidade (84,1%). Outros dados, contudo, demonstram que o consumidor precisa lidar melhor com o compartilhamento de produtos e as compras desnecessárias. Apenas quatro em cada dez pessoas (40,9%) dizem preferir alugar ou pedir emprestado algo que usam com pouca frequência e, somente 17,1% afirmam não ter se arrependido por comprar algum produto que não precisavam.

Metade ignora a idoneidade das empresas A atitude ambiental adequada mais seguida pelos consumidores é verificar a possiblidade de reutilização ou troca: 83,5% garantem que antes de jogar fora um produto que não querem mais, procuram doá-lo ou mesmo Economia&Negócios • Julho 2015 • 37


trocá-lo com alguém. Além disso, praticamente oito em cada dez consumidores ouvidos (77,7%) afirmam evitar o uso indiscriminado da impressora, enquanto 76,4% dizem não utilizar o carro para pequenos deslocamentos. Já entre as ações menos adotadas, do ponto de vista da sustentabilidade, está a reciclagem do lixo: apenas um pouco mais que a metade (53,2%) dos consumidores ouvidos separa o lixo doméstico para a coleta seletiva. Também é significativamente menor a parcela dos que atentam para aspectos que envolvem a idoneidade da empresa: cinco em cada dez (50,7%) brasileiros disseram analisar as práticas adotadas pela empresa em relação ao meio ambiente ou à sociedade antes de fazer uma compra.

Uso racional da água e energia Em média, 74% dos entrevistados realizam as atividades consideradas adequadas para o uso racional da água, sendo que a ação mais difundida é a de fechar a torneira enquanto escova os dentes (90,4%). Outra ação bastante comum é a de não lavar a casa ou a calçada com mangueira (88,3%). No entanto, o desempenho é pior no momento do banho e na hora de lavar roupas: 68,0% dizem fechar a torneira enquanto ensaboam o corpo e apenas 37,6% afirmam usar a máquina de lavar na capacidade máxima. Em relação ao uso racional da energia elétrica, em média, 76% dos entrevistados colocam em prática as ações consideradas adequadas. O hábito mais comum é o de apagar as luzes de ambientes que não estão sendo utilizados (97,1%). Já os comportamentos menos adotados são o de compartilhar o uso da TV entre os moradores da casa para economizar energia (60,6%) e o de retirar das tomadas os aparelhos elétricos quando não são utilizados (51,9%).

Menos da metade recusam produtos piratas Levando em consideração as atitudes de impacto social, a menos frequente é a recusa em comprar produtos piratas. Somente um pouco mais da metade dos entrevistados (50,6%) alegaram não comprar produtos nestas condições mesmo que o peço seja baixo. Por outro lado, nove entre dez consumidores ouvidos (89,3%) garantem incentivar as pessoas da própria casa a economizarem água e luz, aumentando para 97,9% entre os indivíduos acima de 56 anos e 95,5% entre aqueles com maior escolaridade. 38 • Julho 2015 • Economia&Negócios


Jovens pouco conscientes O levantamento constatou que os consumidores mais jovens são os que menos adotam práticas adequadas de consumo. O percentual de atitudes corretas, que é de 69,3% para a população em geral, sobe para 74,2% entre os entrevistados com idade acima dos 56 anos e cai para 64,5% entre o universo de consumidores com idade que vai de 18 a 29 anos. Quando comparado ao geral, a maior concentração de entrevistados na categoria dos 'nada ou pouco conscientes', é encontrada, justamente na faixa de 18 a 29 anos: 46,3% contra somente 31,2% do total da população. Na mesma comparação, entre os não conscientes, há uma participação maior de consumidores da região Sudeste (53,8%) e de homens (61,3%). Já entre os considerados 'conscientes', o destaque é a presença de moradores da região Norte (19,1%, acima

dos 12,8% do total). Entre os consumidores 'em transição', ou seja, aqueles que combinam atitudes adequadas e inadequadas _ e que representam mais da metade dos brasileiros _ nota-se uma presença maior de mulheres (60,2% contra 51,3% no universo de entrevistados) e de consumidores da classe C (81,7% ante 77,8% no geral). "Podemos concluir que o consumidor médio brasileiro está em transição quando se considera práticas conscientes e sustentáveis relacionadas ao consumo. Ele chega a adotar algumas ações, mas não na frequência e na quantidade suficiente. Além disso, percebe-se que mesmo sendo mais informados e instruídos do que as gerações passadas, os jovens não praticam atitudes plenamente responsáveis na hora de consumir. Isso pode ser explicado pelo fato de que neste período de vida as pessoas são mais individualistas e preocupadas em atender suas próprias necessidades", afirma a economista Marcela Kawauti.

Economia&Negócios • Julho 2015 • 39


Consumir pensando no bolso Quando indagados sobre as vantagens ao se adotar atitudes responsáveis em relação ao consumo, prevalece entre os consumidores ouvidos o entendimento de que a dimensão financeira é a mais importante. A maior parte destaca o fato de economizaram (35,5%), seguido por outras respostas mais ligadas ao bem comum como a sensação pessoal de dever cumprido com a sociedade (30,1%) e a satisfação ao praticar algo positivo para o futuro das próximas gerações (18,6%). O cuidado com a preservação do meio ambiente é citado por somente 5,8% dos brasileiros consultados. "Apesar dos consumidores reconhecerem a importância do consumo responsável, a grande maioria não vê as práticas sustentáveis de consumo como prioridade em seu dia a dia, e ainda predomina a percepção de que os aspectos financeiros são mais importantes, ficando em segundo plano as implicações ambientais e sociais", afirma o educador financeiro do portal 'Meu Bolso Feliz', José Vignoli.

Falta de tempo para atitudes conscientes Diante do comportamento predominantemente inconstante do brasileiro, que ora pratica ações adequadas e ora deixa de agir de modo consciente, o SPC Brasil procurou entender o que impede as pessoas de tomarem atitudes responsáveis com relação ao consumo. A justificativa mais citada pelos consumidores entrevistados é a falta de tempo (26,5%), principalmente entre os homens (30,3%) e os mais jovens (36,7%). Logo depois vem a distração ou esquecimento (25,4%), que também é mais frequente entre a parcela masculina de entrevistados (29,9%) e pessoas mais jovens (34%). Para os especialistas do SPC Brasil, o consumidor brasileiro ainda precisa incorporar mais atitudes conscientes de consumo em seu cotidiano. "Mudanças simples po40 • Julho 2015 • Economia&Negócios

deriam fazer grande diferença, como planejar melhor as compras, diminuir o tempo no banho e aprender a utilizar de forma mais adequada aparelhos domésticos, como o ferro de passar e a máquina de lavar. De modo geral, o brasileiro está em transição, uma vez que ele até adota algumas atitudes positivas, mas ainda precisa evoluir neste sentido", lembra Marcela.

Metodologia O indicador de Consumo Consciente (ICC) calculado pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) tem como objetivo medir os conhecimentos e níveis de práticas de consumo consciente pelo brasileiro em três esferas: financeira, ambiental e social. Para isso, foram entrevistados 605 consumidores nas 27 capitais, de ambos os sexos e de todas as classes sociais. A margem de erro é de no máximo 4,00 pp com margem de confiança de 95%.•


Coluna Pesquisa aponta nova alta no valor da cesta básica em Itajaí

E

m junho, a cesta básica de Itajaí subiu 4,21%, passando de R$ 308,78 para R$ 321,78. Os dados, divulgados pelo projeto Cesta Básica Alimentar de Itajaí, realizados pela equipe da Uni Júnior, da Univali, mostram que o tomate ficou mais caro, e o pão francês está mais barato, na variação do mês. As principais altas foram registradas no preço do tomate (18,48%), do café em pó (12,41%), do óleo de soja (10,91%), da carne (9,53%), da banana (5,49%) e da batata (5,25%). Outros quatro produtos apresentaram redução. O pão francês ficou 15,80% mais barato, e o feijão preto (2,09%), a manteiga (0,69%) e a farinha de trigo (0,53%) apresentaram queda pouco significativa.

Mercado

No ano, o custo da cesta básica acumula alta de 15,24%, e está acima do Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA ), utilizado pelo governo para a meta da inflação. No comparativo com 2014, com exceção do pão francês, todos os outros doze produtos da cesta básica estão mais caros. Em junho do ano passado, a cesta básica também havia apresentado alta expressiva em seu custo. Segundo a pesquisa, o valor da cesta básica que em maio comprometia 39,19% do salário mínimo, passou, em junho, para 40,83%. Em termos de horas de trabalho, para compra da cesta básica, o assalariado que precisava trabalhar 86h12min agora terá que trabalhar 89h48min.•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 41


Coluna Mercado

Tendência de redução na procura por crédito no país se mantém EM TEMPOS DE INCERTEZA ECONÔMICA, OS CONSUMIDORES TÊM SIDO MAIS CAUTELOSOS

U

ma análise de abrangência nacional, divulgada pelo Serviço Central de Proteção ao Crédito (SCPC) no final de junho, apontou uma redução de 3,9% na procura dos consumidores por crédito no país no mês de maio, em relação ao mês anterior. Na comparação com o mês de maio do ano anterior a redução foi de 16%. Já na comparação dos últimos 12 meses, a procura por crédito sofreu uma queda de 11,3%, um novo recorde desde que os índices vêm sendo avaliados pelo SCPC. Considerando os segmentos que compõem o indicador, a procura por crédito nas instituições financeiras caiu 5,6% na comparação mensal e no 42 • Julho 2015 • Economia&Negócios

segmento não-financeiro também houve queda de 2,8%. A procura por crédito reduz consecutivamente desde meados do segundo semestre de 2014, resultado observado tanto pela queda mensal, quanto na tendência de longo prazo. Fatores como alta das taxas de juros, inflação consistentemente elevada e piora do mercado de trabalho são apenas algumas das variáveis condicionantes deste cenário. Fatores macroeconômicos têm contribuído decisivamente para piora do índice ao longo dos últimos meses. Os analistas do SCPC acreditam que um aumento na procura por crédito somente acontecerá com a melhoria da confiança na economia, que depende da consolidação.•



Coluna Mercado

A

Hertz Brasil inaugura nova loja em Itajaí

Hertz Brasil, empresa líder mundial na locação de veículos e presente no Brasil com mais de 110 lojas, inaugura nova loja no mês de julho e amplia sua presença no território nacional. A 12ª loja Hertz em Santa Catarina será instalada na rua Felipe Schmidt, 528, Centro de Itajaí. Na cidade, a Hertz oferecerá uma frota nova e variada, com destaque para modelos como Spin e Onix. Com a abertura da loja em Itajaí, a Hertz dá con-

P

Comunicando com eficiência

ara a construtora Lotisa, que atua há 10 anos em Itajaí prezando pela entrega antecipada, acabamentos com qualidade superior à média e relacionamento diferenciado com o cliente, esses processos devem estar alinhados aos empreendimentos e fluir da melhor maneira possível. Para isso, a Lotisa contratou a agência de publicidade Arroba Comunicação, que há seis anos gerencia a comunicação de diversas empresas da região, primando pelo diálogo horizontal com seus públicos, satisfação

44 • Julho 2015 • Economia&Negócios

tinuidade ao plano de expansão da marca no país. “Itajaí é uma cidade de alta relevância no Estado. Além de ter o segundo porto em movimentação de carga do país, a cidade conta com grandes empresas instaladas na região. Acreditamos que a Hertz atenderá demandas do mercado corporativo, assim como o de turismo de lazer, uma vez que o litoral de Santa Catarina é encantador”, declara Luciano Bianchi, VP da Hertz Brasil.•

do cliente e planejamento de ações. Com foco contínuo no alcance de resultados. Seguindo o exemplo da Lotisa, a comunicação deve ser prioridade para qualquer organização. Apenas se comunicando com o público alvo de maneira estratégica é que as empresas conseguem atingir seus objetivos e alcançar suas metas. Deseja melhorar a maneira como as pessoas assimilam a sua marca? Invista em comunicação. www.arrobadesign.com.br


Coluna Mercado

Brava Beach premia corretores campeões de vendas

O

Grupo Brava Beach entregou os prêmios aos corretores de imóveis que atingiram as metas estipuladas na campanha Verão Premiado Brava Beach. Lançada no final de 2014, a promoção teve como objetivo reconhecer os corretores que superassem as metas estabelecidas, partindo de R$ 1,5 milhão em vendas de imóveis do Grupo durante a temporada, que durou até março deste ano. A premiação oficial foi entregue pelo gerente comercial, Davi Takahaghi, em um coquetel realizado na central de vendas do grupo Brava Beach, na Praia Brava, em Itajaí. André Dapper e Daniel Dumbock foram contemplados com veículos BMW modelo 320i, prêmio concedido a quem ultrapasse a marca de R$ 9 milhões em vendas. Os corretores Luís Antônio Máximo e Isaias Mazotti ganharam viagens a Cancun com direito a acompanhante.

A campanha Verão Premiado foi criada como estratégia de incentivo às vendas dos empreendimentos Brava Beach Internacional e Mirage Residence, que hoje somam poucas unidades disponíveis.•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 45


Coluna Mercado

O

SC Bem Mais Simples facilitará abertura e fechamento de empresas

ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa, Guilherme Afif Domingos, e o secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chiodini, assinaram no mês passado o acordo de cooperação técnica para o Santa Catarina Bem Mais Simples. Para Afif Domingos, o Estado será um exemplo para os demais, pelo pioneirismo na implantação do Bem Mais Simples. “Santa Catarina sai na frente na arrancada pela simplificação, graças à ação do governo do Estado, da sociedade e de todas as lideranças envolvidas”, salientou. O tempo médio para a abertura de uma empresa no Brasil é de 102,5 dias. Com o Bem Mais Simples o empresário levará apenas cinco dias. Segundo o secretário da SDS, o tempo será reduzido, pois haverá um grupo de trabalho com as instituições envolvidas no processo. “Além da SDS, participam Vigilância Sanitária, Corpo de Bombeiros, Fatma, Secretarias de Estado da Casa Civil e Fazenda, e Jucesc. A simplificação será feita por meio de autodeclaração e aperfeiçoamento nos processos de registro mercantil”, explica Chiodini. Outra medida que será adotada para acelerar a abertura de empresas é a categorização por grau de ris-

co, respeitando a tabela de Classificação Nacional de Atividades Econômicas (Cnae) que padroniza os códigos e os critérios de enquadramento usados pelos órgãos da administração tributária do país. Por meio da tabela, é possível analisar as atividades que possuem baixo grau de risco e podem iniciar imediatamente, sem necessitar passar por uma fiscalização prévia detalhada. “Por exemplo, um escritório de consultoria ou contabilidade não requer uma licença ambiental ou sanitária, mas hoje todas as empresas passam pelo mesmo rito o que torna todo o processo mais demorado”, esclarece o diretor de Apoio às Micro e Pequenas Empresas e Empreendedores Individuais da SDS, Gilberto Boettcher. Para o fechamento de empresas, o Bem Mais Simples lançou, em 2014, o Portal Empresa Simples, que possibilitou a baixa automática de empresas. A Secretaria da Micro e Pequena Empresa tirou a obrigatoriedade de apresentação das certidões negativas de débitos tributários, previdenciários e trabalhistas nas juntas comerciais. Com isso, as empresas passam a pedir a baixa de seus registros e as inscrições imediatamente após o encerramento de suas operações. Após a assinatura do acordo, a próxima etapa será a Jornada da Simplificação, que consiste em encontros regionais com demais órgãos envolvidos para disseminação e sensibilização do processo de simplificação.•

Guilherme Afif Domingos, ministro da Secretaria da Micro e Pequena Empresa 46 • Julho 2015 • Economia&Negócios


Coluna Mercado

Mercado eleva projeção de inflação para 2015 e reduz previsão para 2016 Instituições financeiras consultadas pelo Banco Central (BC) elevaram pela 12ª semana seguida a projeção para a inflação de 2015. Desta vez, a estimativa para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu de 9% para 9,04%. Há quatro semanas, a projeção estava em 8,46%. Para 2016, a estimativa caiu de 5,50% para 5,45%. O próprio BC projeta inflação em 9%, este ano, muito acima do teto da meta (6,5%). O BC só espera alcançar o centro da meta (4,5%) em 2016. Para tentar frear a alta dos preços, o Comitê de Política Monetária (Copom) do BC tem elevado a taxa básica de juros, a Selic. A taxa já foi elevada seis vezes seguidas e o BC tem sinalizado que o ciclo de alta continua. A próxima reunião do comitê está marcada para os dias 28 e 29 deste mês. Atualmente, a Selic está em 13,75% ao ano e as instituições financeiras esperam que a taxa chegue a 14,5% ao final deste ano. No final de 2016, a Selic deve ficar em 12,06% ao

ano de acordo com a mediana (desconsidera os extremos nas projeções) das expectativas. A taxa é usada nas negociações de títulos públicos no Sistema Especial de Liquidação e Custódia (Selic) e serve como referência para as demais taxas de juros da economia. Ao reajustá-la para cima, o BC contém o excesso de demanda que pressiona os preços, porque os juros mais altos encarecem o crédito e estimulam a poupança. Quando reduz os juros básicos, o Copom barateia o crédito e incentiva a produção e o consumo, mas alivia o controle sobre a inflação. Embora ajude no controle dos preços, o aumento da taxa Selic prejudica a economia, que atravessa um ano de recessão, com queda na produção e no consumo. A expectativa das instituições financeiras para a retração da economia, este ano, passou de 1,49% para 1,50%. Essa é a sétima piora seguida na estimativa para o Produto Interno Bruto (PIB), soma de todos os bens e serviços produzidos no país.•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 47




Coluna Mercado

Itajaí recebe Tarsila do Amaral Residence

R

eforçando a imagem de Itajaí como expoente no Estado e a boa fase da construção civil, a Racitec entregou o Tarsila do Amaral Residence. O empreendimento traz as características que marcam a empresa, como localização privilegiada, alto padrão de acabamento e foco na qualidade.

50 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Localizado na rua Sete de Setembro, no Centro de Itajaí, o residencial conta com 44 apartamentos, distribuídos em 16 pavimentos. Todas as unidades possuem três dormitórios sendo duas suítes, além de duas vagas de garagem, totalizando mais de 178 m² de área total. Arquiteto e sócio da Racitec, Flávio Mussi destaca o compromisso da empresa com o mercado e seus clientes. “Em mais de duas décadas construímos uma sólida relação com o mercado de Itajaí e região. Alguns aspectos apontam neste sentido, como o sucesso da comercialização e a parceria com o Banco do Brasil, através do financiamento Plano Empresário, que já está conosco pela segunda vez”. Além da entrega do Tarsila do Amaral, a Racitec já prepara o lançamento de dois novos empreendimentos: Cézanne e Matisse. Há ainda o Burle Marx, que já está com a primeira fase em andamento.•


Coluna Mercado

Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio Malburg Cep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD Economia&Negócios • Julho 2015 • 51


Coluna Mercado

Sincomércio e Fecomércio lançam em Balneário Camboriú rede de monitoramento da Câmara de Vereadores

O

Sindicato do Comércio de Balneário Camboriú e Camboriú e Camboriú (Sincomércio), em parceria com a Fecomercio SC, implantam em Balneário Camboriú, a versão municipal da Rede Estadual de Assessoria Legislativa (Renalegis SC), que vai monitorar o trabalho da Câmara de Vereadores. "Muitos projetos que estão tramitando nas câmaras de vereadores causam impacto nas empresas do comércio. Por isso destacamos a necessidade de se fazer o acompanhamento destas proposições e de se ter um atuação efetiva, transparente e propositiva junto aos legislativos municipais", afirma o presidente da Fecomércio SC, Bruno Breithaupt. Ele acrescenta que o diálogo é a melhor estratégia para a defesa dos interesses do setor terciário junto aos poderes públicos e, por isso, a implantação da Renalegis chega num momento importante da economia catarinense. O presidente do Sincomércio, Hélio Dagnoni, explica que as 438 proposições que tramitam na Câmara de Vereadores de Balneário Camboriú foram analisadas pela Renalegis, que elencou 51 delas com potencialmente importantes ao setor na cidade, merecendo atenção e atuação. No Estado, foram analisadas 4.589 proposições que tramitam nas câmaras de vereadores de 10 municípios nas atuais legislaturas. Por intermédio da Renalegis SC foram elencadas 488 áreas como potencialmente

52 • Julho 2015 • Economia&Negócios

impactantes ao setor terciário e que devem ser monitoradas. O secretário geral da Confederação Nacional do Comércio, Marcos Arzua, disse que a Renalegis é um fórum de discussão que procura identificar as ações legislativas no Congresso Nacional (Câmara dos Deputados e Senado Federal) que sejam do interesse do comércio de bens e serviços. Segundo o diretor executivo adjunto da Fecomércio, José Agenor de Aragão Júnior, o objetivo agora é tornar as entidades sindicais patronais do comércio cada vez mais próximas da realidade dos empresários, nas suas localidades. “Santa Catarina sempre teve um protagonismo na Renalegis da CNC, para que pudéssemos ter uma atuação preventiva e propositiva. Já atuávamos fortemente junto à Assembleia Legislativa e agora, com a Renalegis SC, vamos fazer esse trabalho junto às câmaras de vereadores”, afirmou. De acordo com dados da Fecomércio, o Estado possui hoje 623.627 empresas do setor. Elas respondem por 59% do PIB estadual. Além disso, o setor é responsável por 71,1% de toda a arrecadação de ICMS atual e emprega 61,34% da força de trabalho do Estado. Em Balneário Camboriú, o percentual de trabalhadores no setor em relação ao total de empregos gerados no município chega a 82,2% e a participação do setor no valor adicionado chega a 78,4%.•



Coluna Mercado

BNDES renova programa de apoio a investimentos em design com orçamento de R$ 1 bilhão NOVA VERSÃO DO PROGRAMA BNDES DE APOIO A INVESTIMENTOS EM DESIGN, MODA E FORTALECIMENTO DE MARCAS (BNDES PRODESIGN) VIGORARÁ ATÉ 2016

O

Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) renovou o Programa BNDES de Apoio a Investimentos em Design, Moda e Fortalecimento de Marcas (BNDES Prodesign). Com adição de R$ 1 bilhão ao seu orçamento, o programa foi prorrogado até 31 de dezembro de 2016, sob novas condições. A medida se deve à demanda por recursos, que tende a superar a atual dotação orçamentária, de R$ 500 milhões, antes do fim do prazo de vigência do programa, marcado inicialmente para 31 de dezembro de 2015. O BNDES Prodesign apoia investimentos em design, moda, desenvolvimento de produtos, diferenciação e fortalecimento de marcas em projetos de investimento de diversas cadeias produtivas. Desde o início, o programa atende a indústrias de roupas, tecidos, calçados, móveis, higiene pessoal, perfumaria, cosméticos, utilidades domésticas, brinquedos, metais sanitários, joias, relógios, embalagens, eletrodomésticos e revestimentos cerâmicos. Na nova fase, foram incluídos também os fabricantes de óculos, malas, bolsas, acessórios de moda, materiais esportivos, louças sanitárias e outros acabamentos para construção civil, contemplando também os segmentos de serviços e comércio associados. Os recursos em TJLP passam a ser limitados a um máximo de R$ 30 milhões por grupo econômico a cada 24 meses. No caso das empresas varejistas, as novas condições exigem que seja observado o percentual mínimo de 60% de conteúdo nacional.

Balanço Em cerca de um ano e meio em vigor, o BNDES Prodesign já aprovou 15 operações, somando R$ 364,8 milhões em financiamentos. Das empresas beneficiárias, nove não tinham relacionamento anterior com o banco. Considerando-se as propostas em consulta e análise, a carteira do programa reúne 20 projetos apoiados, das quais 13 são de clientes novos, no valor total de R$ 473,2 milhões.• 54 • Julho 2015 • Economia&Negócios



Balneário Camboriú 51 anos:

exemplo em desenvolvimento turístico MUNICÍPIO, QUE ANIVERSARIA NO PRÓXIMO DIA 20, SOMA CONQUISTAS NO TURISMO NACIONAL

U

m dos destinos turísticos mais procurados do país, em desenvolvimento econômico constante e de uma efervescência noturna digna de grandes metrópoles. Balneário Camboriú é a cidade catarinense que melhor se adapta ao estilo de vida de qualquer pessoa. Seja entre os pacatos, que preferem uma caminhada na praia a um grande agito, ou entre os consumistas, que aproveitam como ninguém o shopping a céu aberto, o município é o queridinho de muitos brasileiros e estrangeiros. 56 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Essa preferência é reflexo do turismo evoluído. Adquirido nos 51 anos de história, que a cidade completa no próximo dia 20. Balneário Camboriú está entre as 15 melhores cidades turísticas do país, com 69,9 pontos, de acordo com ranking do Ministério do Turismo. A pontuação está acima da média Brasil do estudo (59,5 pontos) e até mesmo da média das capitais (68,2). No ano passado a cidade foi premiada pelo MTur pela sua evolução no índice geral.


Quando o assunto é marketing e promoção do destino, o município aparece em 9º na listagem e em 7º em cooperação regional. Outro dado importante, divulgado neste ano, é que a cidade lidera o ranking das 65 cidades indutoras do turismo no quesito aspectos sociais, com pontuação de 83,4. A evolução do destino nesse aspecto se deve, especialmente, aos empregos gerados pelo turismo, às políticas de prevenção e enfrentamento à exploração sexual de crianças e adolescentes, à implantação de equipamentos e atrativos de uso público aos turistas e à sensibilização da comunidade em relação ao turista. Quem gostou tanto de visitar que acabou escolhendo a cidade para viver ajuda a povoar cada vez mais o município de apenas 46,2 km², segundo dados do Instituto Brasileiros de Geografia e Estatística (IBGE). São essas pessoas,

junto com os naturais da cidade, que ajudam a posicionar a cidade também como uma economia forte. Exemplo disso é a construção civil que cresce a cada ano em volume de empreendimentos e nível. Balneário se posicionou no mercado imobiliário como geradora de imóveis de alto padrão e vem se aperfeiçoando sempre mais para atingir o público AA. Cresce a receita e também crescem os investimentos. Obras de infraestrutura foram necessárias nos últimos anos para melhorar a vida da população. Todas foram pensadas para trazer comodidade, segurança e lazer ao munícipe, como a criação de ciclovias e ciclofaixas. Enfim, por tudo isso é que se pode e deve comemorar muito o aniversário de Balneário Camboriú. Todos os que contribuem para o crescimento da cidade fazem parte dessa festa e merecem os parabéns.•

Economia&Negócios • Julho 2015 • 57


Coluna Mercado

Japão vai inspecionar frigoríficos brasileiros de carne bovina em agosto MINISTRA KÁTIA ABREU ESTÁ OTIMISTA EM RELAÇÃO À ABERTURA DO MERCADO JAPONÊS

O

Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento avançou mais uma etapa no processo de abertura do mercado japonês à carne bovina termoprocessada brasileira. O governo do Japão informou à ministra Kátia Abreu que enviará técnicos ao Brasil para visitar laboratórios, frigoríficos e fazendas com o objetivo de acelerar a liberação da entrada do produto naquele país. Kátia Abreu está em viagem oficial a Tóquio para negociar a ampliação do comércio bilateral entre as duas nações, além de apresentar os potenciais de investimento estrangeiro no Programa de Investimento em Logística – lançado em junho pelo governo federal. O Ministério da Agricultura cumpriu a penúltima das sete etapas previstas para a liberação de carne bovina termoprocessada, que está embargada pelo Japão desde dezembro de 2012 devido a um caso atípico de vaca louca registrado na época. Os ministérios da Agricultura e da Saúde do Japão receberam neste mês os documentos de análise de risco que estavam pendentes. A próxima etapa é a abertura de uma consulta pública de 30 dias, que será realizada para-

lelamente à inspeção a frigoríficos, laboratórios e fazendas no Brasil. A ministra brasileira disse estar otimista de que as barreiras à exportação de carne bovina termoprocessada ao país asiático serão superadas até agosto. “Sabemos da preocupação do Ministério da Saúde. Por isso, queremos, com muita compreensão, que o governo japonês conheça de fato o sistema brasileiro de defesa, porque temos certeza que eles eliminarão suas preocupações. Nada hoje é mais importante para o Mapa do que aprimorar o sistema de defesa animal e vegetal”, afirmou Kátia Abreu à vice-ministra da Saúde, Trabalho e Bem-Estar do Japão, Keiko Nagaoka. A ministra japonesa, que cuida das barreiras sanitárias relacionadas a doenças transmissíveis ao homem, disse que encaminhará o assunto de forma “proativa”. “Hoje trocamos muitas informações importantes em nível técnico. Gostaríamos de dar andamento a essa discussão de forma proativa e continuar com a discussão para liberar a importação de carne”, disse Nagaoka durante a reunião.•

Priscilla Mendes/Mapa

58 • Julho 2015 • Economia&Negócios


Artigo DIREITOS AUTORAIS FRENTE AO CONCEITO DE INSUMO PARA FINS DE APROPRIAÇÃO DE CRÉDITO

Indústria calçadista brasileira cresce no mercado internacional DE ACORDO COM A DC LOGISTICS BRASIL, ANUALMENTE A EMPRESA EXPORTA UMA MÉDIA DE 300 TONELADAS DE CALÇADOS

M

esmo com o mercado interno estabilizado, o setor calçadista brasileiro poderá comemorar ao fim de 2015 um considerável crescimento na exportação de seus produtos. Ainda sem uma projeção concreta para o ano, a Associação Brasileira das Indústrias de Calçados (Abicalçados) já prevê um resultado positivo com a aposta no mercado externo. Em um recente encontro promovido pela Abicalçados, Centro das Indústrias de Curtumes do Brasil (CICB) e Associação Brasileira de Empresas de Componentes para Couro, Calçados e Artefatos (Assintecal), especialistas revelaram que as exportações devem crescer graças à valorização do dólar e recuperação da economia mundial. Há três anos exportando calçados de marcas conceituadas como Raphaella Booz, Jorge Bischoff, Bottero, Arezzo, Furlanetto, Alpargatas (Havaianas), entre outras, a empresa catarinense DC Logistics Brasil confirma este crescimento. De acordo com o diretor da empresa, Guilherme Mafra, são exportadas aproximadamente 300 toneladas de sapatos por ano, para países como Vietnã, Nova Zelândia, Rússia e Chile que soma o maior volume. A expectativa da empresa, que mantém 10 escritórios em diferentes cidades brasileiras, é seguir nesta média de exportação. Bruno Souza, gerente operacional da DC explica que o lucro das exportações geralmente é calculado em moeda estrangeira e posteriormente esse valor é convertido para moeda nacional. “Por exemplo, se antes o exportador lucrava determinada quantia em dólar e hoje continua lucrando exatamente o mesmo número, ao converter o valor para Reais terá mais dinheiro entrando em sua conta”, acrescenta. Em contrapartida, para as empresas que importam matéria-prima esta desvalorização é um ponto negativo já que o custo de importação e, consequentemente, de produção dos sapatos ficou mais caro.•

O cenário jurídico tem enfrentado questões polêmicas relativas à tomada de crédito de PIS e Cofins, oportunidade disponível às empresas optantes pelo regime de tributação do lucro real. Em definição proveniente do Superior Tribunal de Justiça, insumo é tudo aquilo utilizado no processo de produção de um bem ou serviço e que integra o produto final. No entanto, a questão demanda maior profundidade. Não se pode confundir insumo com despesa operacional, que de modo geral abrange toda e qualquer despesa necessária à operacionalização da atividade empresarial (funcionários, despesas com marketing e comissões, taxa da administradora do cartão de crédito). Desta maneira, o Supremo Tribunal Federal dará desfecho definitivo à controvérsia ao julgar o ARE nº 790.928, estabelecendo, portanto, um critério mais objetivo para que se conceitue o que seriam “insumos”. Não obstante a indefinição da situação, e considerando o atual cenário econômico enfrentado pelas empresas, tem-se recorrido a tentativas não usuais de apropriação de crédito, não contempladas em leis ou atos normativos dos entes fiscalizadores, como é o caso dos direitos autorais às companhias que dependem diretamente de seu recolhimento para que tenham faturamento (casas noturnas, editoras, entre outros). Vejamos que a exploração

comercial de determinadas obras protegidas impõe ao empresário o dever de recolher os direitos de autoria, os quais são repassados posteriormente ao autor por meio do órgão de fiscalização competente (ECAD). Por exemplo, ao considerarmos que a contratação de determinado artista é o que fomenta determinada casa noturna (venda de ingressos e comercialização de bebidas), estaríamos afirmando a influência direta e exclusiva de sua contratação ao faturamento do estabelecimento, pois a exposição de seus talentos é o que atrai os consumidores. Ao levarmos em conta que a reprodução de obras protegidas e a própria comercialização de ingressos geram o dever de recolhimento dos direitos autorais, deduz-se que tais valores são despesas necessárias e indispensáveis para que se chegue ao produto final. Vale lembrar que no ano de 2005, a 2ª Região Fiscal possuía entendimento favorável ao uso de créditos das contribuições (Solução de Consulta nº 33), todavia, o entendimento foi superado em 2010 pela 7ª Região Fiscal, cuja orientação foi adotada por fiscais em âmbito nacional. Em última análise, a alternativa representa uma economia de 9,25% sobre os gastos com direitos autorais, sendo que caso haja provimento favorável, podem ser restituídos os valores pagos nos últimos cinco anos, atualizados pela Selic.

Kim Augusto Zanoni OAB/SC 36.370 Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados. Pós-graduado em Direito Empresarial e Advocacia Empresarial pela Universidade Anhanguera. Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET). Advogado atuante nas áreas Tributária, Aduaneira e Societária em nível administrativo e contencioso. Economia&Negócios • Julho 2015 • 59


Coluna Mercado

Empresa de Itajaí agencia expositores brasileiros da Index Fair Dubai 2015 DEZ INDÚSTRIAS PARTICIPARAM DA MAIOR FEIRA DO SETOR, NOS EMIRADOS ÁRABES

A

empresa itajaiense BLC Logística e Negócios Internacionais atuou como agente de carga de dez empresas que representaram o Brasil em uma das maiores feiras de decoração de interiores do mundo, a Index Fair Dubai 2015, na capital dos Emirados Árabes. O evento, realizado entre os dias 18 e 21 de maio, reuniu expositores de diversos países contou com a participação de 18 empresas brasileiras. A BLC já trabalha há dez anos no evento e é responsável pela logística de transporte da carga desde as indústrias nacionais, passando pelo desembaraço dos produtos no destino até a chegada do material dentro dos estandes da feira. “Os expositores só precisam tirar os produtos de dentro da caixa e expor”, explica a diretora comercial da BLC, Tríssia Maciel.

60 • Julho 2015 • Economia&Negócios

Nesta edição de 2015 da feira, a BLC trabalhou com empresas do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Goiás, que atuam nos ramos moveleiro e de decoração de interiores. “Nossos clientes produzem lustres, quadros, móveis de todos os tipos”, destacou Tríssia.

Resultado De acordo com dados da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil), as 18 empresas brasileiras que participaram do evento efetivaram um total de US$ 698 mil em vendas e já com expectativa de US$ 5,7 milhões em negócios para os próximos 12 meses. Os empresários também estreitaram relacionamentos com comerciantes do mundo árabe e países participantes.•


Coluna

O

Estratégia de expansão da Panvel cria novas vagas de trabalho

Mercado

s planos de expansão do Grupo Dimed em 2015 levam a empresa a criar novos postos de trabalho em toda a região Sul. Por meio da Panvel Farmácias, a maior das empresas que compõem o grupo, 13 lojas já foram inauguradas este ano e a previsão é que mais 20 sejam abertas até dezembro entre os estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. De acordo com a supervisora da área de Recursos Humanos, Nathalia Tagliani, estão sendo contratados cerca de 300 novos colaboradores por mês este ano para todo o Grupo Dimed. A maior demanda concentra-se no varejo e entre as oportunidades de trabalho destacam-se vagas nas áreas farmacêutica e de atendimento ao cliente. Para compor as equipes, a empresa busca profissionais que visam crescer junto com o grupo e que se identifiquem com as políticas, diretrizes, missão e valores da Organização. Os interessados em fazer parte da equipe da Panvel ou das outras empresas que compõem o Grupo Dimed podem se cadastrar por meio do site grupodimed.com.br. •

Economia&Negócios • Julho 2015 • 61


PortosdoBrasil

Autoridade Marítima de Itajaí troca de comando

D

epois de dois anos de serviços prestados à comunidade portuária de Itajaí e região, o capitão de Fragata José Sávio Ferez Rodrigues entrega o comando da Delegacia da Capitania dos Portos do Brasil em Itajaí ao também capitão de Fragata Alekson Barbosa da Silva Porto, proveniente do 5º Distrito Naval, na cidade de Rio Grande. Em visita ao superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior, e aos diretores administrativo-financeiro e técnico, Heder Cassiano Moritz e André Pimentel, respectivamente, o comandante Ferez apresentou seu sucessor e destacou a importância da parceria que existe entre as autoridades Portuária e Marítima.

62 • Julho 2015 • Economia&Negócios

“Tivemos o Porto de Itajaí como um importante parceiro na realização da regata Velas Latinoamérica, em fevereiro do ano passado, que reuniu um público de 26 mil visitantes e superou todas as expectativas dos organizadores – com seis veleiros do Brasil, Colômbia, Argentina, Chile, Equador e Venezuela, assim como em outras demandas durante nossa gestão”, disse o comandante Ferez. Em contrapartida, Antonio Ayres destacou a importante parceria da Capitania dos Portos de Itajaí na realização das regatas Transat Jacques Vabre e Volvo Ocean Race, bem como na garantia da segurança naval em Itajaí. De Itajaí o comandante Ferez segue para a Diretoria de Pessoal Militar da Marinha (DPMM), no Rio de Janeiro.•


PortosdoBrasil

Santa Catarina terá novo terminal graneleiro na Baía da Babitonga

O

governador Raimundo Colombo esteve reunido no Centro Administrativo, em Florianópolis, com o diretor presidente da Empresa Nidera Sementes, Brandon Crozier, para autorização da implantação do Terminal Graneleiro da Babitonga. Também participaram do encontro os secretários de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker; do Desenvolvimento Econômico Sustentável, Carlos Chiodini; e o presidente da Fatma, Alexandre Waltrick Rates. A autorização para esse novo investimento, que será um dos mais modernos do mundo, já tem condições de crescer muito na exportação de grãos e importação de fertilizantes. É uma possibilidade concreta de desenvolver significativamente o Estado, por isso, é um investimento estratégico de mais de R$ 500 milhões, com impacto e benefícios de grande importância para Santa Catarina e para o Brasil. Colombo enfatizou que o Estado tem cinco portos modernos, eficientes e que apresentam um grande resultado, incluindo o de Laguna que é pesqueiro. “Todos apresentam um resultado cada vez melhor e com esse novo terminal, vai aumentar a competitividade, eficiência na operação, além da capacidade de importação e exporta-

ção”. Para começar as obras de construção do terminal será necessária a emissão da Licença Ambiental Provisória (LAP), que será concedida após várias análises de todos os aspectos envolvendo o projeto por parte dos técnicos da Fatma. Também será considerado o envolvimento da empresa com a comunidade quanto aos compromissos sociais com a população. Ainda está prevista a implantação de uma via, com aproximadamente dois quilômetros, para acesso ao terminal. O Terminal será instalado na localidade Estrada Laranjeiras, em São Francisco do Sul, em parceria entre o grupo catarinense, a refinaria independente de açúcar, Al Khaleej Sugar, sediada em Dubai, nos Emirados Árabes e a Nidera Sementes. Com 600 mil m², a estrutura terá capacidade de movimentar até 14 milhões de toneladas de grãos por ano. Será responsável pela geração de 295 empregos diretos e mil indiretos. “Depois de pronto, vai trazer para Santa Catarina um movimento expressivo de cargas de grãos por ano. E em plena operação, será capaz de virar a balança comercial catarinense, ou seja, exportando mais que importando”, destacou Chiodini.• Economia&Negócios • Julho 2015 • 63


PortosdoBrasil

Projeto da Portonave realiza plantio de mudas na orla de Navegantes CADA UMA DAS 150 MUDAS PLANTADAS RECEBEU UM LACRE COM UMA NUMERAÇÃO PARA MONITORAMENTO

A

proximadamente 200 pessoas participaram da ação de plantio de espécies de árvores nativas na orla de Navegantes no dia 6 de junho. O evento aconteceu na região do Pontal e foi promovido pela coordenação do Nossa Praia, projeto de recuperação e proteção da orla de Navegantes, dentro da programação da Semana do Meio Ambiente da Portonave, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente. Ao todo, 150 mudas de árvores típicas da restinga, como aroeira, araçá-vermelho, pitangueira, tucaneira, pata-de-vaca, grumixama e figueira foram plantadas por moradores e visitantes de Navegantes. A atividade contou também com a distribuição de 500 mudas de árvores frutíferas e nativas e esclarecimentos a respeito do Nossa Praia.

 Acompanhamento Cada uma das 150 mudas plantadas recebeu um lacre com uma numeração exclusiva e a equipe técnica especializada vai monitorar o desenvolvimento dessas mu64 • Julho 2015 • Economia&Negócios

das. Os voluntários no plantio vão poder acompanhar pelo número do lacre como está o crescimento da sua árvore. Para a voluntária no plantio, a estudante de biomedicina e integrante do Grupo de Escoteiro do Mar de Navegantes Marihá Gonzaga Lima a ação promoveu uma interação inédita da comunidade junto ao projeto. “Estamos acostumados a ver projetos como o Nossa Praia somente no papel, felizmente não é esse o caso”, destacou a estudante.

 O projeto Considerada uma das maiores obras de recuperação de praia urbana do Brasil, o Nossa Praia abrange uma série de importantes ações de recuperação da restinga. Ao todo, as ações de revitalização englobam os 102 hectares da faixa de restinga nos quase 10 quilômetros que formam a orla de Navegantes. Os recursos do projeto são da ordem de R$ 6,9 milhões e vêm de uma parceria entre a Portonave S/A - Terminais Portuários de Navegantes e a prefeitura.•


PortosdoBrasil

TPC recebe dois navios de grande porte simultaneamente JUNTAS AS EMBARCAÇÕES SOMAM 633 METROS DE COMPRIMENTO. OPERAÇÃO DEMONSTRA A CAPACIDADE DO NOVO CAIS DE

O

Terminal de Contêineres de Paranaguá (TCP) recebeu simultaneamente no mês de junho dois navios porta-contêineres de grande porte. Juntos, os navios medem 633 metros de comprimento, demostrando a capacidade do novo cais do terminal _ que passou de 564m para 879m de extensão depois de um amplo programa de investimentos em ampliação e modernização do terminal _ em receber as maiores embarcações que fazem o comércio internacional na América do Sul. A operação simultânea dos dois navios também comprova a capacidade técnica e operacional do terminal em receber navios ‘fora de janela’, já que o desembarque de uma das embarcações não estava prevista para a data devido a atrasos ocorridos em portos anteriores. “Apesar de ser uma operação não prevista, a flexibilidade e produtividade do TCP garantiu que o navio atracasse e recuperasse a agenda”, explica Juarez Moraes e Silva, diretor superintendente comercial do terminal. Caso o terminal não estivesse apto a operar os

dois navios simultaneamente, a embarcação fora de janela teria as opções de aguardar um novo horário para atracação em Paranaguá, o que atrasaria ainda mais sua escala, ou omitir o porto paranaense e partir para o próximo destino. “Qualquer uma das duas opções geraria prejuízo em toda a cadeia, desde o armador, até o importador ou exportador”, ressalta o Moraes e Silva. Ele destaca que o número de omissões vem sendo sensivelmente reduzido pelo terminal: no primeiro semestre de 2014, 40 embarcações que chegaram a Paranaguá fora da janela pré-determinada não conseguiram atracar, partindo para outros destinos. De janeiro a abril de 2015, das 265 embarcações que chegaram fora da janela, todas conseguiram atracar. “Com a capacidade técnica e estrutural ampliada, garantimos o ganho na performance para os armadores. Eles têm a segurança de que chegando em Paranaguá sua embarcação será atendida, mesmo que haja imprevistos anteriores”. •

Economia&Negócios • Julho 2015 • 65


PortosdoBrasil

Porto de São Francisco do Sul completa 60 anos de atuação TERMINAL PLANEJA INVESTIMENTOS PARA MELHORIA DE INFRAESTRUTURA, INCENTIVADOS PELOS RECORDES DE MOVIMENTAÇÃO DOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

O

Porto de São Francisco do Sul completou 60 anos de atuação neste mês de julho. Com contrato de delegação do porto ao governo do Estado renovado por mais 25 anos, a instituição passa por uma fase de movimentação positiva e planeja melhorias em 2015. A história do Porto de São Francisco do Sul teve início em 1912, quando a Companhia de Estradas de Ferro São Paulo – Rio Grande do Sul recebeu permissão para implantar uma estação marítima na Baía de São Francisco do Sul. Porém, somente em 1941, o governo de Santa Catarina obteve a concessão para começar as obras, que iniciaram em 1945. A inauguração oficial ocorreu no dia 1º de julho de 1955. No final da década de 70, o Porto ganhou dois terminais e, a partir de 1994, registrou um grande crescimento com a procura de agentes importadores e

66 • Julho 2015 • Economia&Negócios

exportadores que construíram seus próprios armazéns nas áreas adjacentes para a movimentação de cargas. O salto comercial da década de 90 esgotou a capacidade física da área portuária, iniciando-se, então, a implantação de projetos de melhoria e ampliação. “O Porto de São Francisco do Sul vive uma fase positiva. Em 2013 e 2014, bateu recordes de movimentação, sendo que em 2013 foram mais de 13 milhões de toneladas de carga. O bom momento nos permite planejar investimentos com o objetivo de impulsionar ainda mais o crescimento”, comenta o presidente Paulo Corsi. Entre os investimentos previstos, cerca de R$ 10 milhões será destinado para melhorias de infraestrutura. A qualificação do sistema de segurança é uma das prioridades. Serão feitos investimentos no sistema de monitoramento por câmeras e na tecnologia do controle de acessos. •




Turn static files into dynamic content formats.

Create a flipbook
Issuu converts static files into: digital portfolios, online yearbooks, online catalogs, digital photo albums and more. Sign up and create your flipbook.